Direito Do Trabalho Apontamentos
Direito Do Trabalho Apontamentos
Direito Do Trabalho Apontamentos
25/09/201
Fonte de direito do trabalho
Convenção colectiva de trabalho – qual a diferença entre um acordo de adesão?
Acordo de adesão – particularidade de que, tomando em linha de referência que a liberdade
contratual abrange a liberdade de celebrar ou não contrato, vale o mesmo que a convenção
colectiva de trabalho. É também autonomia dos parceiros sociais.
Arbitragem voluntária – ainda estamos no âmbito da autonomia colectiva. Vamos supor que
numa convenção colectiva a ser negociada há um impasse, as partes não se entendem. Podem
então delegar os seus problemas em árbitros e a decisão que vier a ser proferida terá carácter
obrigatório.
Dentro dos conflitos de trabalho há vários métodos de solução – mediação, arbitragem.
Arts.496º
Art.503º
Art.104º
Art.3º
Art.13º LCT
28/09/2012
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Maria Inês de Sousa
Capacidade de exercício – capacidade para celebrar contrato de trabalho e receber
compensação – art.70º CT
A todo o momento os representantes legais poderão opor-se, desde que o façam por escrito.
Que no caso de oposição quer a revogação da autorização podem ser dadas a todo o tempo.
Há situações sem que pode haver contrato de trabalho sem 16 anos e sem escolaridade
obrigatória.
Requisitos de validade
Podem ser materiais ou formais
Materiais – valem as regras gerais
Formais – embora haja norma expressa no código do trabalho, ela está de acordo com a do
código civil – liberdade de forma – art.110 CT
A regra é a liberdade de forma, não obedece a nenhuma forma especial, mas há muitas
cláusulas que têm de ser reduzidas a escrito, sobretudo quando é necessário tutelar a posição
do trabalhador.
O contrato de trabalho a termo está sujeito a forma escrita.
O contrato de trabalho deve ser um contrato sem termo, a tempo indeterminado – art.53º
CRP. Não valeria a pena estar a permitir despedimentos por justa causa caso se pudesse
contratar a termo. A regra que decorre da imposição constitucional tem a ver com o princípio
de que a regra deve ser o contrato sem termo mas, efectivamente, em certas situações, é
legítimo, sobretudo se estiverem em causa necessidades transitórias de trabalho a ser
prestadas, recorrer a contrato a termo.
Processo de formação
É um contrato consensual, tem de haver acordo. Pode ter as mais diversas formas de
celebração.
Duas situações jurídicas:
-Art.104º CT – contrato de trabalho de adesão – adesão expressa ou tácita do trabalhador ao
conteúdo de um regulamento interno – se nada disser em contrário, ao tomar conhecimento
do regulamento interno, forma-se adesão do trabalhador
Emitir normas no âmbito da empresa, tem uma parte organizativa e outra que incide
sobre o conteúdo contratual, aí estamos perante um poder unilateral; há condições
predefinidas pela outra parte; há cláusulas contratuais gerais
Inovação do código do trabalho – em 2003 – art.105º - manda aplicar a este contrato o
regime das cláusulas contratuais gerais
02/10/2012
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Maria Inês de Sousa
Resolução de casos práticos
O importante é demonstrar a dificuldade de diferenciação de contrato de trabalho e prestação
de serviços.
Mostrar e compreender a função que os indícios podem ter em concreto.
A obrigação do trabalhador tem natureza infungível, se ele não poder ir trabalhar não se pode
fazer substituir por outro.
Por infungibilidade entenda-se não poder indicar outra pessoa livremente para me substituir.
Se for um acordo específico entre trabalhador e empregador, em casos pontuais, já é possível.
Para além dos encargos fiscais e da segurança social, tem-se também em conta a cessação do
contrato.
No direito do trabalho só se cessa o contrato perante condições restritas.
É muito mais fácil celebrar um contrato de prestação de serviços.
Princípio da segurança no emprego, garantido pelo direito do trabalho.
Tendo em conta esta preocupação do ordenamento laboral há vários expedientes usados para
conferir esta tutela: designação de contrato de trabalho; subordinação jurídica (a
jurisprudência e a doutrina valorizam os indícios)
O juízo final acerca da qualificação de um contrato de trabalho vai ser um que junte todos os
elementos. Há que dar o devido valor a todos os indícios.
Um só indício pode ter um valor diferente no contrato de trabalho ou de prestação de
serviços.
Indícios internos – há que ter em conta a possibilidade de substituição.
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Maria Inês de Sousa
Não podemos qualificar um contrato como prestação de serviços só porque o empregador
infringe a lei e não paga subsídios.
Até ao código de trabalho de 2003º não havia nenhuma presunção de contrato de trabalho.
Havia o ónus de alegar todos os factos que aproximasse o contrato da qualificação de contrato
de trabalho.
Em 2003º foi estabelecida uma presunção. O artigo enumerava um conjunto extenso de
indícios e concluía que havia contrato de trabalho desde que o trabalhador provasse a
verificação de todos os elementos. Era absurdo.
Em 2006º a lei tentou corrigir as coisas mas não foi bem-sucedida.
Em 2009º finalmente surgiu a presunção actual. O art.12º estabelece a presunção. Basta ao
empregador alegar e provar dois destes indícios para o tribunal extrair automaticamente a
qualificação de contrato de trabalho.
Exercício nº2
Procurar indagar outros indícios que seriam importantes para a qualificação.
Fazer referência às questões teóricas, uma boa introdução que demonstra que temos as bases,
e depois fazer a aplicação ao caso prático.
Não ter horário de trabalho fixo – não impede existência de contrato de trabalho, mas uma
isenção de horário só é admitida em casos muito específicos. Horário de trabalho é uma forma
de garantia do trabalhador. Aplica-se aos vendedores que têm de trabalhar numa área
geográfica muito ampla, situação típica em que a própria actividade o impõe; outras funções,
como dirigentes, funções de confiança na hierarquia da empresa. Não é um regime geral.
Exercício nº3
Muito sucinto, muito poucos elementos.
O objectivo é mostrar a existência de um regime à margem, ao qual se aplicam disposições do
código de trabalho, mas que estão sujeitas a um regime especial.
Remuneração essencial no contrato de trabalho.
Serviço doméstico é um exemplo claro em que o critério funciona, o controlo em relação ao
modo da actividade. É possível o empregador pedir o que quer que se faça naquele dia.
Uma coisa é prestação continuada, outra é duradoura.
Prestação de serviço doméstico
Art.2º,nº3 – se for uma prestação muito esporádica
O elemento mais importante é a durabilidade.
09/10/2012
Art.140º
O que marca o regime da contratação a termo é o carácter excepcional. Só é admitida em
casos muito pontuais.
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Maria Inês de Sousa
Verificados os pressupostos das disposições do art.140º pode dotar-se o empregador destas
formas flexíveis de contratação, de modo limitado no tempo.
Excepcionalidade da contratação a termo está bem patente no art.140º/nº1.
Não é a situação desejável do trabalhador. Enquanto desvio ao regime regra tem
consequências evidentes: o grau de empenho do trabalhador num contrato por tempo
indefinido, com fidelização, é maior do que num contrato com prazo.
Há claramente um conflito relativamente à contratação a termo. A contratação por tempo
indefinido é o modelo regra – o empregador só pode cessá-lo se o trabalhador comete um erro
grave (despede-o por justa causa), ou em situações muito pontuais relacionadas com a
situação objectiva da própria empresa.
Entende-se que a contratação a termo só pode ser feita a título excepcional, caso contrário os
empregadores vão sempre optar por esta situação. Se não tivéssemos um catálogo de opções
limitadas a que se pode recorrer a esta contratação o empregador optaria sempre pela
contratação a termo, uma vez que a contratação a tempo indefinido é mais vantajosa para o
empregador, podendo desvincular-se com facilidade.
Ainda que o legislador tenha limitado as hipóteses em que é possível contratar a termo, há
uma tentativa de o empregador dizer que estão incluídos esses fundamentos, quando não
estão, para beneficiar desse regime.
O regime português é dos mais restritivos em termos de despedimentos.
O regime dos arts.139º e ss é moldado por 3 aspectos essenciais: distinção entre contrato a
termo certo e a termo incerto; é sempre necessária a verificação de uma razão objectiva ou
motivo legítimo; tem de haver sempre respeito pela duração máxima prevista.
1 – Distinção entre contrato a termo certo e incerto
Termo certo – ocorrerá mas em momento indeterminado.
Ex: contratação de alguém para a conclusão de uma obra – a obra será concluída, não
se sabe quando
Art.140º, nº3 – hipóteses em que o contrato a termo incerto é admitido
O contrato tem de ser reduzido a escrito e a natureza temporária referida.
Art.141º - muito importante; a única excepção vem prevista no art.142º
Art.144º - no nº3 há uma obrigação que respeita apenas àquelas trabalhadoras,
regime de protecção e tutela; há sempre uma suspeita, uma desconfiança, quanto à razão de
não renovação; o nº4 está relacionado com o artigo seguinte.
Art.145º - em casos em que a cessação ocorreu em termos normais, o trabalhador que
já não faz parte dos quadros da empresa tem este direito
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Maria Inês de Sousa
Art.140º, nº4 – excepções ditadas por propósitos muito definidos. A filosofia por
detrás desta regra é proteger os empresários do risco, é um princípio de política social.
Art.141º, nº1 in fine – ligação entre a duração do contrato e necessidade subjacente a
esse fundamento
Art.141º, nº3 – os contratos mal redigidos são considerados sem termo; não basta que
se remeta no contrato os artigos ou as alíneas em concreto, é necessário invocar factos
específicos
Art.147º
16/10/2012
Art.140º
Não é possível celebrar contrato a termo para necessidade permanente da empresa.
Sendo esta uma cláusula indefinida há que concretizá-la.
Art.147º, nº1, c) – na basta que no contrato a termo se faça uma referência genérica; não
basta repetir o que vem previsto no código de trabalho;
O contrato de trabalho tem de explicar de forma minuciosa. Isto tem a ver com a forma
cautelosa como o contrato a termo é admitido no ordenamento. Entende-se que no momento
da celebração do contrato e da sua redacção têm de ser incluídas as razões para aquela
contratação, perceptíveis ao trabalhador e a qualquer pessoa.
Explicar qual é a tarefa, em que consiste e por que tem duração definida.
O momento da contratação é um momento precário, o trabalhador aceitará o contrato sem
levantar problemas, porque trabalhador e empregador estão em flagrante desigualdade, não é
nesse momento que o trabalhador levantará ondas.
Ac.10 set 2012, relação do Porto 337/10.0TTBCL.P1 – p.9 há uma reprodução da cláusula do
contrato que determinava o motivo justificativo; a jurisprudência entende que numa empresa
cuja normal actividade pressupõe a angariação constante de novos clientes isso faz parte da
actividade permanente da empresa e seria necessário provar que o quadro de trabalhadores
não era bastante; p.10; a actividade que o trabalhador ia desenvolver era uma necessidade
permanente da empresa.
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Maria Inês de Sousa
-O empregador tem a possibilidade de manter o contrato a termo até ao fim do prazo
que havia sido estabelecido e, no momento em que o código do trabalho o exige, poderá fazer
caducar o contrato a termo. Esta solução consagra o princípio do pacta sunt servanta e o da
boa fé. (solução defendida pelo Professor Abrantes – mas no momento da renovação não há
qualquer fundamento de substituição, portanto se eu nada disser no momento da renovação
converte-se em contrato sem termo)
-No momento em que se sabe que o trabalhador substituído faleceu, o contrato com o
trabalhador substituto cessaria nesse exacto momento.
-o Trabalhador substituído recupera antes do tempo previsto e regressa à empresa. A
jurisprudência considera que o contrato se mantém até ao seu termo.
Ac. Relação lisboa, 12 janeiro 1994, colectânea de jurisprudência, 19, tomo I – o
contrato a termo subsiste pelo período de tempo que teria sido estabelecido; o empregador
tem 2 trabalhadores para fazer o mesmo, mas dentro das várias alternativas, esta é a que gere
melhor as espectativas.
↓
Hipóteses em que a contratação a termo resulta da substituição de trabalhadores ausentes
resulta de motivo de doença – há uma margem de risco, de não controle quanto à duração da
ausência.
Regime que alivia – contrato de trabalho a termo incerto – art.140º, nº3
A contratação a termo nestas hipóteses é válida, mas sem dúvida que a contratação a termo
incerto resolve muitos problemas – faz cessar o contrato por um evento concreto que possa
acontecer.
Os contratos a termo podem ser renovados automaticamente – ex: um contrato a termo para
6 meses para substituir trabalhador ausente por doença – ao fim de 6 meses, se eu não disser
nada, o contrato renova-se automaticamente.
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Maria Inês de Sousa
Sendo o contrato a termo um regime excepcional, considerado vínculo precário, esta
compensação visa compensar o trabalhador pela precariedade inerente a esta contratação.
Neste caso temos um trabalhador que voluntariamente quer a reforma, sabe que de acordo
com o código de trabalho isso implica a extinção do trabalho, neste regime favorece-se a
permanência destes trabalhadores ao serviço do empregador, por terem uma idade muito
avançada beneficiam de um regime muito flexível de contratação a termo, porque se entende
que nestes casos os trabalhadores já não necessitam de grande tutela.
Art.348º, nº3 –é duvidoso que esteja em conformidade com a directiva da proibição da
discriminação; aplicável aos casos em que o trabalhador não requereu a reforma, aos 70 anos
quem não passar à reforma vê o seu contrato de trabalho convertido num contrato a termo –
princípio da solidariedade intergeracional: os trabalhadores mais velhos têm de dar lugar aos
mais novos.
Exercício nº8
Arts.139º-149º
Quanto aos motivos, atenção ao art.140º, nº5 – esta norma poderia parecer desnecessária, na
generalidade dos casos o que acontece é que uma vez cessado o contrato a termo é o
trabalhador que vai a tribunal dizer que era na realidade um contrato sem termo – algumas
dúvidas referentes ao ónus da prova. Este artigo esclarece isso e não deixa quaisquer dúvidas:
cabe ao empregador.
Art.149º
Regula ainda com maior detalhe a renovação de contrato a termo certo
A regra é a prevista no nrº2 – se eu celebro contrato de trabalho por 6 meses para substituição
de trabalhador ausente por 2 anos, se ao fim dos primeiros meses eu nada disser, o contrato
renova-se automaticamente, sem qualquer tipo de comunicação necessária, por mais 6 meses,
sempre o mesmo período de tempo.
Nº3 – no momento da renovação é como se fosse um novo contrato, têm de estar reunidos os
mesmos motivos, a mesma relação entre necessidade temporária e razão. Se nesse momento
eu sei que, nada dizendo, o contrato se renova, mas a necessidade temporária se esgotará,
então o contrato converte-se num contrato sem termo. Para acautelar isso podemos renovar
com um termo inferior ao que ocorreria, tendo de alterar o contrato, recorrendo à forma
escrita. Outra alternativa é fazer cessar o contrato por caducidade.
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Maria Inês de Sousa
Art.149º, nº1 – findo o prazo inicialmente estabelecido, não se entende que renova mas sim
que cessa nesse momento; se as partes não incluírem esta ressalva expressa isto não
acontece.
Se as partes previrem que após 6 meses o contrato cesse, pode ocorrer que se prolongue mais
um tempo – ou se tem por não escrita aquela cláusula ou entende-se que não a cláusula pela
qual acordaram a não revogação só pode ocorrer se se fizer uma alteração por escrito a essa
cláusula, caso contrário converte-se em contrato sem termo (professor romano Martinez).
Art.141º, nº1 – regime aplicável quanto à duração máxima e número máximo de renovações;
Regime transitório – lei nº3/2012, de 10 de janeiro, lida em articulação com o art.148º - o
legislador entendeu que, dada a crise e o desemprego, seria bom estender os contratos por
mais um tempo.
Art.2º, nº1 – estabelece exigências relativamente a estas renovações
Essencial entender o art.148º, tendo em conta regime excepcional.
Art.144º
Art.145º - o trabalhador cujo contrato a termo é feito cessar licitamente tem preferência para
contratação sem termo
Art.146º - o trabalhador a termo não pode ser discriminado
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Maria Inês de Sousa
se automaticamente, não querendo o empregador que isso aconteça tem de ter em atenção
este artigo e faze-lo por escrito; o trabalhador tem direito a uma compensação, algo de atípico
numa caducidade, que, regra geral, não gera qualquer direito ou compensação. Isto serve para
compensar a precariedade do contrato a termo.
Art.345º - obrigação de comunicação;
Articulação do art.345º com o art.147º, nº2, c) – se o empregador, ciente que a conclusão da
oba está iminente, pretende operar a caducidade, tem de fazer este aviso ao trabalhador; há
que ter em conta duas hipóteses: ter o empregador feito esta comunicação e o trabalhador
começar a trabalhar durante 15 dias, converte-se em contrato sem termo; a outra hipótese é
falta de comunicação após 15 dias da verificação do termo;
Se o empregador fez um contrato a termo certo incerto, sendo o termo o regresso do
trabalhador ou a certeza do seu não regresso. Se o ausente vem a falecer o empregador não
consegue respeitar o art.345º, nº1, não prevê a ocorrência do falecimento. Assim, para essas
ideias, prevê-se o nº3 – obrigação de pagamento pela falta de comunicação. Não implica a
conversão do contrato.
Como é que o contrato cessa? Art.147º, nº1, c) – se o empregador sabe do sucedido e mantém
o trabalhador ao serviço, é convertido em contrato sem termo.
Regime transitório previsto na última alteração ao código de trabalho – art.6º Lei 23/2012 –
atenção quando estudarmos o 366º
23/10/2012
Art.136º
Nº1
Um trabalhador que trabalhe numa oficina não pode ter a sua própria oficina.
Um trabalhador de uma empresa não pode, ainda que saia da empresa, revelar segredos da
mesma.
Nº2
a) Liberdade de forma do contrato de trabalho – a pessoa pondera sempre melhor se
tiver de assinar alguma coisa, se for por escrito
Anteriormente era 3 anos, agora passou para 2, sujeito a estes requisitos de admissibilidade.
Nº5
Para certas situações em que haja especial relação de confiança entre as partes pode ir até 3
anos.
Nº3
Na generalidade das situações o trabalhador pode optar, quando é despedido sem justa causa
ou se despede com justa causa, por uma indemnização.
O trabalhador, resolvendo o contrato com justa causa ou despedido ilicitamente, teria direito a
uma indemnização, que pode ser objecto desta compensação.
Mesmo que o trabalhador veja declarado ilícito o seu despedimento ou resolva o contrato com
justa causa subjectiva, mesmo nessas situações não fica impedida a invocabilidade do pacto d
enão concorrência.
Acto ilícito, nulo – deve ser apagado da ordem jurídica; o trabalhador pode optar pela
indemnização.
Se o trabalhador ganhava 800euros por mês e a compensação prevista era de 350euros a lei
permitiria que a compensação fosse até aos 800euros.
Nº4
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Maria Inês de Sousa
A ideia base é que a entidade patronal mantenha o direito a invocar o pacto de não
concorrência mesmo que o trabalhador veja reconhecida a ilegalidade ou a ilicitude da
resolução do seu contrato. São planos diferentes que estão em causa.
Actividade que possa causar prejuízo à entidade patronal não tem de ser efectivo mas tem de
ser potencial.
Outra ideia base é que mesmo que o trabalhador obtenha declaração de ilegalidade, ilicitude,
não impede a entidade de invocar este pacto, só que a compensação sobe até ao salário que
se estava a auferir – ideia de não perder o que já se tem.
Mas a compensação aqui referida é diferente da indemnização por cessação do contrato.
Art.137º
Nº1
Regra continua a ser a dos 3 anos.
Fica sempre salvaguardada a liberdade de trabalho porque o trabalhador pode libertar-se
unilateralmente deste pacto de permanência.
A formação profissional é um dever geral do empregador – todo o empregador tem de
fornecer ao trabalhador os meios para o aperfeiçoamento profissional.
Proibição do enriquecimento sem causa.
Supondo que o trabalhador fez um estágio pago pela empresa no estrangeiro do qual resultou
grande enriquecimento profissional – não pode, quando regressar, resolver o seu contrato.
Art.138º
Regra geral sobre a nulidade do acordo
Todas as regras do 136º ao 138º decorrem do art.47º, nº1 CRP, da liberdade de trabalho
Cláusula de exclusividade
Uma pessoa pode ter mais do que uma actividade profissional mas em certas circunstâncias
pode ser estabelecida uma cláusula de exclusividade.
É preciso que haja um interesse relevante a ser tutelado.
Não faz sentido estabelecer cláusula de exclusividade em algumas situações.
Ter em conta o art.18ºCRP, esta limitação está de acordo com o 335ºCC, um direito
fundamental só pode ser limitado se não se tocar no conteúdo essencial e sempre visando a
necessidade de adequação e proibição do excesso.
Tem de haver uma adequação entre a limitação e o objectivo que se visa alcançar.
Está em causa ninguém enriquecer de modo injusto à conta de outra entidade, neste caso o
empregador.
No nº3 o que está em causa é uma situação em que o trabalhador vai receber uma
indemnização. Obviamente que nestas situações está em causa a indemnização pela cessação
do contrato de trabalho, está fora da questão de não concorrência.
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Maria Inês de Sousa
Cláusulas de resolução do contrato de trabalho
Quando faltam pressupostos, há ilegalidade do contrato de trabalho.
Enquanto o contrato de trabalho estiver a ser executado, ainda que seja nulo, é tratado pela
lei como se fosse válido.
Estamos perante um contrato com duas obrigações principais: obrigação de trabalhar e de
retribuir.
Quando o negócio jurídico é inválido aquilo que resulta da regra geral é que tudo se passa
como se o acto não tivesse existido e as partes devem devolver tudo o que tiverem recebido.
O contrato de trabalho é de execução duradoura, seria difícil o trabalhador restituir o dinheiro.
Assim, o contrato de trabalho, ainda que inválido, tem efeitos apenas para o futuro. Não tem
efeitos ex tunc, retroactivos, mas ex nunc.
Enquanto estiver a ser executado, produz todos os efeitos como se fosse válido.
Regime contrário à regra geral.
Arts.121º e ss
Art.123º - concretização da grande ideia chave prevista no art.122º
Nº1 – enquanto está a ser executado é como se fosse válido
Nº3 – sempre a mesma ideia
Nº4
Isto passa-se com o jovem que não tem idade para trabalhar, jornalista que não tem carteira
profissional, etc. A empresa tem de pagar os salários correspondentes ao tempo em que a
pessoa esteve a trabalhar.
Art.124º (já falámos sobre ele)
Art.125º
Nº1 – no caso do jovem de 14 anos que começa a trabalhar, se nada acontecer até ele fazer 16
anos considera-se válido desde o início
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Maria Inês de Sousa
A contagem do período experimental acaba por ser importante porque a sua ultrapassagem
corresponde à consolidação do contrato de trabalho, a partir daí só pode ser despedido por
justa causa.
Art.113º
Art.114º
O Código do Trabalho introduziu uma regra nova, associada ao facto de o períodos
experimental já ter criado expectativas no trabalhador.
Trata-se de um período para averiguar a aptidão do trabalhador, pode cessar-se o contrato
sem aviso prévio excepto em algumas situações.
Alguém contratado para quadro técnico de empresa, período experimental de 6 meses,
trabalhador exerce funções com grandes elogios da entidade patronal. A 3 ou 4 dias de acabar
o período experimental a empresa avisa que vai fazer cessar o contrato de trabalho. Isto está
de acordo com o artigo, mas será que é mesmo assim?
«Uso e abuso do período experimental» - Júlio Gomes
Arts.126º e ss
Art.126º - reprodução do 722, nº2 CC.
Art.127º
Nº1 – exemplificativo, não taxativo
b) Diz respeito à prestação essencial do empregador, todos os outros decorrem da boa fé
Art.128º
As alíneas b), c) e e) correspondem aa prestações essenciais.
A alínea e) é a concretização da subordinação jurídica. Tem como limites os direitos ou
garantias dos trabalhadores.
Art.129º
As alíneas b), d), e e) são importantes.
Alíneas b) e d) - consagram o princípio da irredutibilidade de retribuição do salário.
Alínea e) - A categoria a que o trabalhador ascendeu ou para a qual foi contratado não pode
voltar atrás – princípio da irreversibilidade do salário.
Alíneas h) e i) – em vez de pagar o subsidio de alimentação em dinheiro pode pagar com
senhas de refeição.
26/10/2012
Art.128º, nº1, e) – podem desobedecer legitimamente
Poderes do empregador
Poder directivo
-poder determinativo
-poder conformativo
-poder regulamentar
-poder disciplinar
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Maria Inês de Sousa
No contrato de trabalho as coisas não se passam assim, se o trabalhador viola os deveres
contratuais a outra parte pode instaurar uma sanção disciplinar.
Poder regulamentar
Regulamento interno da empresa
A entidade patronal pode exercer o seu poder directivo dando ordens específicas a cada
trabalhador ou definindo de forma genérica e abstracta, seja no âmbito de uma secção da
empresa, mais ou menos amplo o grau de definição.
Art.99º
Para além de instrumento de gestão da empresa o regulamento pode conter aspectos relativos
ao conteúdo da relação individual de trabalho, servindo de proposta contratual – art.104º
No contrato de adesão fala-se num sentido específico, no sentido de condições gerais e
cláusulas contratuais gerais – lei que concretiza protecção ao aderente.
O regulamento interno é proposta de relação de trabalho – art.104º
Há uma relação de género/espécie, a diferença entre poder regulamentar e conformativo é a
abstracção e individualidade.
Poder disciplinar
Em mais nenhum contrato pode a outra parte prescindir de ir a tribunal e ser ela a castigar a
outra parte – uma espécie de justiça privada.
A ordem jurídica decide atribuir a uma das partes a possibilidade de tornar efectiva a
faculdade de dar ordens. Seria sem sentido que as empresas ficassem paralisadas à espera que
o processo chegasse a tribunal. Claro que estas acções podem sempre ser declaradas nulas,
são sindicalizadas.
Art.98º
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Maria Inês de Sousa
As sanções disciplinares, tirando o despedimento, não são extintivas das relações de trabalho,
visam salvaguardá-las fazendo com que o trabalhador se reajuste com os seus deveres na
empresa.
A lei admite que se crie outras sanções disciplinares além destas, desde que obedeça a dois
requisitos:
-Formal
Não se pode colocar no contrato do trabalho as sanções disciplinares
O regulamento interno da empresa também não pode criar sanções disciplinares
Até ao código do trabalho só as convenções colectivas podiam criar sanções
disciplinares
Apenas por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho
-Material
Não podem violar as normas do art.129º
O prazo de caducidade do direito de acção disciplinar conta-se não a partir do facto mas a
partir do conhecimento – art.329º, nº2
Há que ter em mente dois prazos – prazo de prescrição de um ano após verificação do facto; e
prazo de caducidade do direito de acção disciplinar, 60 dias a contar do conhecimento da
infracção
Se a entidade patronal toma conhecimento deste facto no próprio dia em que ele ocorreu,
então o processo disciplinar deve ser colocado até 60 dias depois. Ex: infracção cometida a 26
Outubro, teria que iniciar o processo até 25 de Dezembro. Se tivesse conhecimento dos factos
em 1 de Março, teria que iniciar até 30 de Abril. Se a entidade patronal só tiver conhecimento
dos factos no dia 20 de Outubro de 2013 tem que iniciar o processo até ao próprio dia 26 de
Outubro de 2013, antes que prescreva.
30/10/2012
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Maria Inês de Sousa
Art.129º
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Maria Inês de Sousa
qualificação não era um rótulo, podia até resultar de uma lista exaustiva. Tudo o que estivesse
dentro da categoria podia ser exigido ao trabalhador. Havia apenas uma excepção: jus variandi
(mobilidade funcional) – verificadas certas condições, uma das partes do contrato poderia
exigir algo que não estivesse contratado. Quando falamos de categoria definindo um género
de tarefas, de funções, deve haver uma correspondência entre a categoria funcional e a
categoria normativa. Na contratação colectiva é obrigatório que haja um enquadramento em
categorias normativas, no sentido de que a um trabalhador enquadrado em determinada
categoria deva corresponder um tratamento remuneratório previsto nessa categoria.
1996 – alteração – até 1996 havia aquele esquema de 1969, agora dá-se ao trabalhador a
possibilidade de poder exercer funções funcionalmente afins ou ligadas às atribuídas na
categoria; em termos práticos torna-se difícil distinguir as funções afins das que justificariam o
jus variandi. Lei 21/1996, 23 de Julho – lei das 40 horas, lei da polivalência – tem 2 aspectos
distintos e aparentemente contraditórios. A última lei dos horários considerava as 48 horas
como horário semanal, esta lei veio consagrar como limite máximo 8h por dia, 40h de trabalho
efectivo por semana. A maior parte dos sectores já tinham estes horários de trabalho mas não
estava consagrado na lei. Nunca tinha surgido a expressão «trabalho efectivo» e depois
desapareceu.
Os minutos no sector têxtil são muito importantes. A maior parte das empresas tinham pausas
de 10 minutos em cada manha e em cada tarde e essas pausas eram aceites sem qualquer
problemas pelos sindicatos e entidades patronais como fazendo parte do horário de trabalho,
até porque se tratavam de pausas técnicas, os próprios aparelhos tinham de parar e os
trabalhadores comiam qualquer coisa. Com as introduções feitas por esta lei, a referência ao
«trabalho efectivo», esta lei serviu em certos sectores para aumentar os horários de trabalho.
Veio levar a que em determinados sectores os trabalhadores trabalhassem 40 horas e se
excluísse essa 1h40 semanal das pausas de 10 minutos.
A consertação social em Portugal, além dos problemas que apresenta em geral, tem sempre
um problema: a esmagadora maioria dos acordos não tiveram todos os parceiros. A maior
parte não tem sido assinada pela CGTP, apenas pela UGT. Outas vezes chega-se à conclusão
que, no momento da assinatura, as associações patronais entendiam uma coisa e a UGT
entendia outra.
Código do Trabalho – art.118º, nº2 – o trabalhador fica obrigado a algo que não contratou mas
que é afim ao contratado
Já não se fala de categoria mas de «actividade contratada» + «funções afins ou funcionalmente
ligadas». A polivalência é para permitir que o motorista de autocarro também cobre os
bilhetes.
Mantem-se a possibilidade do jus variandi. É difícil distinguir onde está a mobilidade funcional
e a polivalência.
Jus variandi – desvio ao princípio da invariabilidade, ao pacta sunt servanda, alteração do
contrato
Art.120º - mesmos requisitos da LCT: interessa da empresa, caracter temporário, não
prejudicar o trabalhador
Art.118º/2
Não se pode pedir a um porteiro, só porque tirou o curso de Direito, para substituir um jurista.
Não pode haver modificação substancial. Em termos verticais, significa que não pode haver
uma variação sensível. Um trabalhador na base de hierarquia de uma empresa não pode ir
desempenhar funções de um técnico e um técnico não pode assumir funções de topo. Existe
também em termos horizontais.
Art.120º/4 – se estamos a falar de alguém que ao abrigo do ius variandi exerce funções
correspondentes a uma categoria inferior, durante esse período de tempo mantém
vencimento da categoria de origem, mas pode ser aumentado se for para uma categoria
superior.
17
Maria Inês de Sousa
Na LCT este ius variandi tinha o requisito de não haver estipulação em contrário – podia ser
afastado por acordo das partes.
Código de 2003 traz uma norma nova – facilita o alargamento.
Art.120º/2 ver art.194º/2
Professor entende que houve mudança a favor das entidades patronais – art.3º/1 – as normas
deixaram de ser imperativas mínimas para passarem a ser normas supletivas.
Art.194º - mantém-se o quadro legal da LCT, mas há esta possibilidade de alargamento.
Pode passar-se o mesmo com as cláusulas de mobilidade geográfica. O trabalhador pode
aparecer como «pau para toda a obra».
Norma que foi objecto de críticas em 2003 e em 2009 foi introduzida a parte final do nº2, com
boas intenções. Se não for utilizado, o acordo caduca. Isto pode ter um efeito perverso, a
entidade patronal pode usá-la a seu favor. Surge ainda outra questão, o acordo é renovável ou
não? Abrantes acha que é.
Art.119º - só pode haver baixa de categoria com acordo das partes, autorização da inspecção
do trabalho se corresponder s diminuição de remuneração e necessidade premente da
empresa ou trabalhador – isto tem a ver com situações em que ocorreria a caducidade do
contrato, a lei admite que mais vale ficar numa categoria inferior que ficar sem emprego.
Um telefonista que fica surdo ou um atleta que tem um acidente e é-lhe amputada uma perna.
A lei só fala da mudança de categoria inferior (não pode ser imposta ao trabalhador). E a
mudança para categoria superior, também requer autorização? Sim. Há uma alteração do
contrato, os contratos não podem ser modificados a não ser por acordo das partes.
A doutrina tem distinguido duas situações:
-Promoções automáticas
Previstas na contratação colectiva, o oficial administrativo passa de primeira, a
segunda, etc
Premiar da antiguidade do trabalhador, traduzem-se em ganhar mais
Há um consentimento tácito – ex: ao fim de 3 anos sabe que subirá à categoria
seguinte
Não há alteração das funções, o perigo de funções que sejam mais penosas e
requeiram mais tempo e habilidade
A única questão aqui é ganhar mais
-Mudança para uma categoria superior
O trabalhador pode recusar
Uma pessoa pode ser uma excelente técnica e não querer ser gestor, por falta de jeito
ou paciência
Configura alteração do contrato
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Maria Inês de Sousa
Esta figura começou por aparecer na função pública mas já não tem nada a ver com isso,
refere-se aos cargos de dirigentes.
É importante não deixar alargar os casos em que é possível usar esta figura.
06/11/2012
Horário de trabalho é definido em princípio pelo empregador dentro dos limites da lei e dos
artigos do art.212º.
Art.217º, nº4 – se alguém tiver o seu horário de trabalho estabelecido só pode ser alterado por
acordo das partes
Tempo de trabalho, período de trabalho e horário de trabalho – termos chave
Há trabalhadores que podem ser exemplos de horários de trabalho – isto representa, em
princípio, maior disponibilidade para este trabalhador; está associada a acréscimo de salário
para este trabalhador
Art.218º
As pessoas que desempenham funções de secretariado também costumam estar isentas do
horário de trabalho.
Hoje em dia há 3 modalidades possíveis de isenção – as das 3 alíneas do art.219º
Art.219º, nº3 – isto vale apenas para dias úteis
Art.226º, nº3, a)
19
Maria Inês de Sousa
Há uma taxa de isenção de horário de trabalho – art.265º
O que sai do PNT é trabalho suplementar, representa um desvio do programa ajustado pelas
partes, tudo o que é fora do horário de trabalho.
Trabalho suplementar em dias de descanso era pago pelo dobro, agora isto foi reduzido para
metade.
Art.268º
Aquilo que se passava até agora é que havia pagamentos de mais 50%, 75% e 100%. Os 50%
passaram para 25%, os 75% passaram para 37,5% e os 100 passaram para 50% - os acréscimos
foram reduzidos para metade.
Art.226º - a empresa pode evitar as pontes por marcar um dia de férias aos trabalhadores,
unilateralmente;
Pode haver supressão do trabalho suplementar em algumas circunstâncias – art.229º
Arts.227º e 228º
A primeira ideia que cumpre referir é que o trabalhador é obrigado a realizar o trabalho
suplementar desde que se preencham os requisitos e não peça dispensa – nº3 – há uma
ponderação de interesses a efectuar, para o qual apontam estes motivos atendíveis.
Ex: reunião importante da empresa marcada para um domingo; nesse dia a mãe do
trabalhador faz anos e o trabalhador quer deslocar-se até ela – tem o ónus de invocar isto.
Se não for atendido, ou acata a ordem ou desobedece. A decisão é sempre sindicável.
Condições de admissibilidade – nº1 e nº2 do art.227º
Nº1 – aproxima-se o fim do ano e a empresa tem de fazer um balanço
Nº2 – há inundação na empresa e têm de lá ficar a trabalhar
Segundo o art.228º, faz toda a diferença a situação ser a do nº1 ou a do nº2. Um dos
problemas que se tem passado em Portugal é o recurso abusivo ao trabalho suplementar,
muitas vezes com recurso ao nº2.
Recorre-se ao trabalho suplementar para evitar contratar novos trabalhadores.
Os limites horários de recurso ao trabalho suplementar só se verificam no nº1.
Dentro do horário de trabalho há várias modalidades possíveis. A comum é das 9h-13h e das
14h-18h. Há horários flexíveis, em que os trabalhadores têm de cumprir as 40h mas há
flexibilidade, pode distribuir essas horas no horário como quiser. Há o horário flexível e semi
flexível. Mas há um horário, mais ou menos flexível. É diferente de isenção de horário de
trabalho. Este não está sujeito aos limites máximos, em dias úteis, não funcionam as 40h
semanais. Não afasta o trabalho suplementar.
O contrato de trabalho tem uma dimensão organizacional que justifica desvios ao princípio da
invariabilidade d aprestação – o objecto é elástico, flexível.
O dia mundial de trabalho é o 1 de Maio, implantação das 8h diárias.
Pode haver recurso a trabalho suplementar, se houver mais trabalho que não caiba no que
estava inicialmente previsto.
Art.268º, nº2
Trabalhadores que ficavam na empresa mais duas horas, eram para sair as 17h e saíam as 19h.
Impede que o trabalhador não faça nada durante o dia e depois mais tarde compense o que
não fez e diga que se trata de trabalho suplementar.
Assim, o trabalho suplementar só é pago se prévia e expressamente exigido.
Se o trabalhador está no local de trabalho e se depara com uma emergência, sem superiores
hierárquicos no local, tendo de trabalhar mais uma ou duas horas – tem direito ao pagamento.
Trabalho nocturno
Acréscimo remuneratório – art.266º
Art.223º
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Maria Inês de Sousa
A lei remete para a contratação colectiva. Se a contratação colectiva nada disser, é trabalho
nocturno o compreendido entre as 22h de um dia e as 7h do dia seguinte – um período de 9h.
Pode ser horário nocturno se for das 22h às 5h, ou das 00h às 7h, ou das 20h às 7h.
Inicialmente o trabalho nocturno começava as 23h.
O trabalho nocturno tanto pode ser trabalho normal como trabalho suplementar. Ex: uma
empresa com turnos de dia e turnos à noite, dividida em 3 turnos. Um entre as 22h e as 6h,
outro entre as 6h e as 14h e outro entre as 14h e as 22h, 3 turnos com 8h cada um. Quem
trabalha no turno das 22h às 6h fá-lo em regime nocturno. Das 6h às 14h ainda temos uma
hora de trabalho nocturno. Os das 14h às 22h não têm qualquer trabalho nocturno, logo, os
que trabalham das 22h às 6h recebem 25% a mais que eles.
Muitas vezes os turnos são rotativos e todos vão passando por eles.
O trabalho nocturno pode ser também trabalho suplementar.
Ex: um trabalhador tem horário das 9h-13h e das 14h-18h. Um dia o trabalhador é chamado a
exercer trabalho suplementar entre as 20h e as 24h. Na primeira hora recebe um acréscimo de
25% e nas horas seguintes tem um acréscimo de 37,5%, por trabalho suplementar. Na terceira
e na quarta hora, ou seja, das 22h-24h, recebe, além deste acréscimo do trabalho
suplementar, um acréscimo de 25%. Se recebesse 40euros por hora receberia 50euros na 1ª
hora, 55euros na 2ªa hora e aproximadamente 69euros na 3ª e 4ª horas.
Art.266º
Direito a férias
Consagrado pela primeira vez como uma liberalidade, uma compensação do empregador pelos
bons serviços prestados.
Consagrado em França pela primeira vez, em 1936.
Aparece como um direito em 1967.
Feriados
O que está em causa são acontecimentos de ordem política, civil, ou religiosa, que se
repercutem na relação de trabalho porque implicam o encerramento das empresas.
Se o trabalhador trabalhar nestes dias é remunerado como trabalho suplementar – 50%
acréscimo.
A lei distingue dois tipos de feriados: obrigatórios e facultativos. Em termos de regime não há
qualquer diferença.
Quanto aos feriados facultativos, a sua particularidade é que são substituíveis por outros –
terça-feira de carnaval e dia do município.
Art.236º, nº2
O regime de pagamento é com acréscimo de 50 % (anteriormente era de 100%).
21
Maria Inês de Sousa
13/11/2012
Art.246º
Temos o gozo efectivo de determinado número de férias me cada vez, são férias remuneradas,
e temos o subsídio de férias.
Antes do código de trabalho discutia-se o valor da indemnização pela violação do direito a
férias.
Se o trabalhador não tirou férias (22 dias) em 2012 tem de gozar esses dias até 30 de abril do
ano seguinte e tem direito a uma compensação de 60 dias úteis.
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Maria Inês de Sousa
O regime de faltas, face ao art.250º, é um regime imperativo absoluto, porque não podem ser
afastados por regulamentação colectiva de trabalho.
Era discutido se a imperatividade absoluta dizia respeito apenas aos motivos mas se podia
mexer nos dias, na sua duração. Não se pode mexer em nenhum, salvo nas estruturas
representativas dos trabalhadores, por força da regulamentação colectiva de trabalho.
Há que ter sempre algum cuidado porque há no próprio regime imperativo absoluto válvulas
de escape – alienas d) e i).
Para além de as faltas deverem ter um motivo justificativo, também pode ser exigida ao
trabalhador a prova dessa justificação.
Pode ver a sua falta injustificada por não ter comunicado ou não ter feito prova – art.253º e
254º.
O trabalhador, por boa fé, deve prever assim que seja previsível a sua falta.
Motivo justificativo – impossibilidade; inexigibilidade
A falta injustificada pode resultar de ausência de motivo ou de ausência de prova.
A distinção do regime assenta na ideia de que as faltas justificadas resultam de um direito do
trabalhador, enquanto a falta injustificada constitui uma falta ao contrato de trabalho.
23
Maria Inês de Sousa
injustificada de 2f se houver feriado na 3f contagia os 4 dias, fim de semana, dia de falta e
feriado.
Art.256º, nº4 – estabelece uma ficção: situação de um trabalhador chegar atrasado mais de
meia hora ou uma hora para o início de trabalho.
Não é necessário chegar sistematicamente atrasado, basta uma vez.
Se o horário for das 9h-13h e das 14h-18h o trabalhador chegar às 9h35 o empregador pode
marcar-lhe meio dia de falta.
Se o horário for das 9h-13h e das 14h-18h e o trabalhador chegar as 10h05 o empregador
pode marcar-lhe todo o dia de falta.
Os atrasos podem ser justificados, porque são faltas – art.248º.
Se a pessoa se atrasar uma hora perde um dia de trabalho, assim evita atrasar-se.
Se o trabalhador chegar as 9h29 o empregador pode ir contando esse tempo, é o que diz o
nº2.
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Maria Inês de Sousa
para trabalho suplementar, se houver, ele é obrigado a ir! Há razão para sanção. Ele estava
obrigado a ir trabalhar, estão preenchidas as condições de recurso ao trabalho suplementar.
Podia pôr-se a questão da invocação da excepção de não cumprimento – não foi paga a
quantia referente ao trabalho suplementar então não vou trabalhar – ainda assim não faria
sentido, por razões que depois veremos.
Neste caso concreto o trabalhador estava a desobedecer e merecia ser sancionado. Há dois
requisitos para que possam ser criadas outras sanções além das da lei: estar previsto na
regulamentação e não afectar os direitos dos trabalhadores.
Questão de sabermos se a garantia de imobilidade será uma garantia supletiva.
Ninguém pode ser despedido por propor acção contra a entidade patronal, é uma questão de
direitos fundamentais, a tutela judicial efectiva é um direito fundamental.
Art.129, nº1, a)
16/11/2012
Exercício Margarida
Art.128º, nº1, f)
A lealdade ao contrato envolve a boa fé e aplica-se ao empregador e ao trabalhador.
O dever de lealdade não pode fundamentar que o trabalhador não tenha direito a liberdade de
expressão.
20/11/2012
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Maria Inês de Sousa
B)
Estamos perante duas convenções colectivas que sucedem uma à outra
Art.503º, nº3
O trabalhador está obrigado a prestar o seu trabalho, ao faltar não cumpre com a sua
obrigação.
Falta injustificada
Art.256º, 1
Infracção grave
Dupla ficção – atraso de mais de uma hora; acumular à falta injustificada a falta ao dia de
descanso pegado
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Maria Inês de Sousa
396º – 351º, 2, g)
António faltou apenas uma manhã, são-lhe marcadas 4 faltas injustificadas, perante o princípio
da proporcionalidade uma sanção disciplinar no caso de falta não é susceptível de nota de
culpa, tal como previsto 353º, nº1.
Art.351, nº2, g)
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Maria Inês de Sousa
Ex: cozinheiro seropositivo – razoes médico científicas (poucas hipóteses de transmissão);
razoes de índole social (as pessoas saberem q la trabalhava um cozinheiro seropositivo e
deixavam de ir).
Arts.20º e 21º
23/11/2012
Tudo o que remete para a vida privada do trabalhador é irrelevante para o trabalho. Só se
trona relevante quando isso se reflecte no seu âmbito laboral.
Com as novas tecnologias, tem havido uma maior proximidade entre a via pessoal e a
profissional do trabalhador, através do facebook, camaras de vigilância, gps pelo telemóvel,
entre outros.
Art. 20º: se houver alguma infracção por parte do trabalhador, descoberta por certos meios de
vigilância (camaras, gps), isso serve como meio de prova em caso de a entidade patronal
propor uma acção por insubordinação.
Nº1: enquanto o trabalhador está a funcionar, não pode haver vigilância a intrometer-se no
seu local de trabalho e controlar tudo o que trabalhador faz.
Nº2: no entanto, esse controlo já é lícito se tiver como finalidade a protecção e segurança do
trabalhador.
Nº3: isto pode ocorrer se o empregador informar previamente o trabalhador que ele poderá,
eventualmente, ser vigiado através de certas tecnologias.
- Saber se é lícito ou ilícito consiste na boa-fé da entidade patronal e uma boa conciliação entre
os números 1 e 2 deste artigo.
Art.258º
Nº3 – presunção ilidível
A prestação principal do empregador tem 3 características essenciais para o definir:
-é retribuição tudo o que é contrapartida do trabalho prestado; ideia de troca de prestações,
está na base dos contratos sinalagmáticos;
-carácter obrigatório da retribuição
-ter um carácter periódico e regular
A forma de elidir a presunção é fazer a prova que alguns destes elementos não se verificam.
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Maria Inês de Sousa
Art.260º
O legislador começa por dizer que não se considera retribuição o que está na alínea a), porque
não aparece como contrapartida do contrato de trabalho, aparece como um ónus; ex: se sou
advogado de uma empresa e tenho um julgamento em Bragança, têm de me pagar a viagem e
a estadia, mas isto não é contrapartida do meu trabalho porque se não fosse a Bragança não
receberia nada disto.
«Salvo quando…» - o trabalho suplementar tem natureza excepcional, não deve ser
considerado como retribuição, a menos que seja periódico e regular; se tais deslocações ou
despesas são frequentes já faz parte; ex: vendedor de uma empresa que tem de andar a fazer
negócios por todo o país; essas despesas já têm carácter de frequência; não basta isso, tem de
exceder os montantes normais e ter carácter obrigatório; tem de ser contrapartida do
contrato.
Nº2 – abono para falhas e subsídio de refeição, desde que não se trate de uma actividade
esporádica;
Abono para falhas – trabalhadores que são tesoureiros ou lidem com dinheiro; um dia podem
enganar-se e faltar dinheiro na caixa; o abono para falhas suporta esse risco
Alínea b) e c) – se estiver previsto que, se o trabalhador conseguir determinados objectivos,
recebe bonificação
Aliena d) – a questão sempre a mesma
É importante saber por causa do princípio da irredutibilidade da retribuição.
Um trabalhador recebe 1000 euros por mês mas recebe um carro da empresa com senhas de
gasolina, tem um cartão de crédito também. Aquilo que é detectável à primeira vista são os
1000 euros. Quando há um problema, quando se chega ao fim da relaçao, o trabalhador diz
que ganhava 10 000 euros e o empregador diz que recebia apenas 1000 euros porque tudo o
resto era para benefício da empresa.
27/22/2012
Retribuição – o outro lado do sinalagma que se opõe à prestação laboral
Art.258º
Modalidades da retribuição
Certa – em função do tempo de trabalho
Vaiável – média dos últimos 12 meses ou tempo de execução do contrato que tenha durado
menos tempo
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Maria Inês de Sousa
13º e 14º mês
O subsídio de férias e natal são prestações que complementam a prestação base, embora
pagos em determinadas alturas específicas do ano.
Medida actual – haver uma diluição destas prestações ao longo do ano – Abrantes não vê
nenhuma inconstitucionalidade nisso
Arts.276 e ss
A forma de cumprimento mais usual é depósito na conta do trabalhador
Está generalizado em Portugal o pagamento mensal mas é uma regra meramente supletiva
Art.279º, nº1
A regra é que todos os meses a entidade patronal tem de depositar o salário do trabalhador,
não lhe fazendo descontos nem compensações
Nº2, alínea a), b), c) – efeito de sanção disciplinar, e), f) – se o trabalhador pedir ao
empregador o salário de Dezembro em Novembro, naturalmente que em Dezembro já não o
receberá.
Mesmo nos casos em que é admissível fazer descontos, esses descontos não podem ir a 1/6 da
retribuição.
Art.337º
Demonstrações de que o legislador não tem dúvidas de que as partes do contrato de trabalho
não são iguais entre si
Não faria sentido o trabalhador reclamar crédito de há 20 ou 30 anos e a entidade patronal
não se poder defender
É difícil a um trabalhador, na pendencia do contrato de trabalho, por uma acção contra a
entidade patronal, apesar de ser possível na teórica, na prática é difícil
Figura do trabalho temporário – começou por aparecer nos anos 70, cresceu nos anos 80. A
primeira empresa em Portugal foi uma multinacional de origem francesa.
Cedência ocasional dos trabalhadores
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Maria Inês de Sousa
Transmissão de empresa ou estabelecimento
-Ideia de estabilidade da relação laboral
-Conceito jurídico de estabelecimento de empresa
Se há uma transmissão da empresa, os contratos de trabalho acompanham a transmissão
Art.285º
Nº1 – eu sou proprietário de empresa, se a vender aqueles contratos de trabalho passam para
a pessoa que adquiriu a empresa
Nº2 – o vendedor da empresa (transmitente) é solidariamente responsável com o novo
proprietário (adquirente) durante um ano – mesma regra do art.337º
Art.291º
Tem de haver cisão de poderes patronais
Caixa geral cede um trabalhador ao Império Bonança. Esse trabalhador, verificadas todas as
condições, fica sujeito ao regime do art.291º.
Nº1 – O trabalhador tem de se integrar numa prestação efectiva de trabalho dentro da nova
empresa.
Nº5
Art.292º
Deve ter natureza restritiva, consequências a nível de sanções – possibilidade de o trabalhador
poder optar livremente ou por voltar à empresa ou por ficar naquela
31
Maria Inês de Sousa
indeterminado; estas duas alíneas correspondem à mesma realidade, a do contrato que liga a
empresa de contrato temporário ao trabalhador.
Aliena c) – contrato de utilização de contrato temporário entre as duas empresas
O regime jurídico próprio dessa situação
Arts.296º e 297º
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Maria Inês de Sousa
Nº1 – nestas situações o trabalhador mantém contrato de trabalho, ainda que suspenso; não
vai trabalhar e não recebe a retribuição.
Nº3 – quando se sabe que vai ser superior a 30 dias entra-se logo em suspensão;
Arts.303º, nº1, a)
Art.305º
Art.309º
Alínea a) ex: incêndio; catástrofe
Alínea b) ex: ASAE fechar restaurante por falta de higiene; empregador querer fazer obras e
alargar o restaurante, fechando-o por um período de tempo.
Mantém-se direito à retribuição, trabalhador também responde pelo risco, excepto se não for
caso fortuito ou de força maior.
30/11/2012
Cessação
Arts.53º-57º CRP
A regra é contrato sem termo
Até 1989 para se efectivar um despedimento colectivo tinha de ser homologado pela
administração estadual do trabalho.
O contrato de trabalho pode ser revogado por comum acordo ou extinguir-se por caducidade.
A cessação pode dar-se por vontade unilateral de uma das partes.
Para fazer cessar o contrato por vontade unilateral o empregador precisa de ter uma justa
causa, o trabalhador não – ninguém deve ser obrigado a trabalhar contra a sua vontade – mas
tem de efectuar aviso prévio. Mesmo que o trabalhador não dê o aviso prévio não deixa de se
verificar a cessação do contrato. É uma situação de promoção de desigualdade jurídica a favor
do trabalhador – típico do direito do trabalho.
Se optar por denunciar o trabalho sem aviso prévio o contrato extingue-se mas o trabalhador
terá de indemnizar.
O trabalhador pode fazer cessar o contrato por justa causa – assim não há necessidade d e
aviso prévio.
Há a justa causa subjectiva – factos culposos imputáveis ao empregador, que lhe dão o direito
de indemnização.
Justa causa objectiva
Regime imperativo absoluto – art.339º - sempre foi assim, desde a lei dos despedimentos
Art.338º - reproduz a regra do art.53º CRP – por causa dos despedimentos após o 25 de Abril
As pessoas devem estar protegidas contra a possibilidade de verem cessar o seu emprego por
ideologias política sou crenças ideológicas.
Cessação:
-caducidade
-revogação enquanto mutuo acordo das partes
-vontade unilateral de cada uma das partes
-despedimento
-justa causa objectiva – despedimento colectivo e por extinção do posto de trabalho,
despedimentos económicos
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Maria Inês de Sousa
-vontade unilateral do trabalhador
-resolução – com justa causa
-denúncia
Revogação do contrato
Mútuo consentimento das partes
-quem celebra um contrato pode, por mútuo acordo, fazê-lo cessar
A questão fundamental a referir a propósito da revogação é a revogação da revogação – o
trabalhador pode exercer o direito ao arrependimento, tem um prazo, até ao 7º dia seguinte,
para se arrepender e dirigir uma comunicação a dizer que afinal vai continuar com o contrato
de trabalho.
Há a exigência escrita – obriga a maior ponderação
04/12/2012
Art.351º
Nº1
Conceito de despedimento com justa causa
-culposo
-grave em si e nas suas consequências
-ter como efeito o tornar imediata e praticamente impossível a relação de trabalhador
Nº2
Não é um elenco taxativo, é meramente exemplificativo e a verificação de qualquer uma das
condutas não é condição necessária nem suficiente para despedimento; todas estas situações
têm de ser enquadradas no nº1 para haver justa causa
O exemplo da pessoa que deixa de ir trabalhar invocando excepção de não cumprimento – é
uma desobediência mas não justifica o despedimento.
Alínea g) – culpa (injustificadas – é um facto ilícito), prejuízos graves para a empresa (grave);
ao fixar a priori aquela conduta (5 faltas seguidas ou 10 interpoladas) parece querer torná-la
um automatismo da justa causa – opinião de parte da doutrina; outra parte da doutrina
entende que é necessário verificar outros elementos essenciais, que é necessário provar que
não há exigibilidade de manter aquele trabalhador no trabalho. Existe uma posição
intermédia, defendida por Bernardo Xavier, uma posição eclética – independentemente de se
poder discutir as circunstâncias do caso concreto, não há dúvida que a lei, a fazer esta fixação,
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Maria Inês de Sousa
está a fazer uma presunção de justa causa que pode ser elidida mas cujo ónus da prova cabe
ao trabalhador. Abrantes inclina-se para a regra geral.
Art.381º e 382º
Para que se possa despedir com justa causa
-critério formal
-critério material
Art.353º e ss
4 fases:
-acusação
-defesa
-instrução
-decisão
Art.381º, 382º
É preciso que a justa causa seja verificada nos prazos – nº1
Nº2
Alínea b) – importante referir a intenção de despedimento
Não se pode impor a sanção e dizer «se te portares bem retiro-te a sanção».
35
Maria Inês de Sousa
Art.392º - solução condenável aos olhos de Abrantes
Permite que em certas circunstâncias possa ser decretada a não reintegração do trabalhador, a
pedido do empregador
A decisão é do tribunal atendendo às circunstâncias do caso concreto, mas pressupõe a
existência de processo judicial anterior, porém, Abrantes recorda que este processo só existiu
porque teve origem num acto ilícito do empregador.
Ler arts.389º, 390º.
Art.394º
A justa causa pode ser com culpa – subjectiva – ou sem culpa – objectiva
Art.401º
Abandono do trabalho – facto imputável ao trabalhador
-denúncia sem aviso prévio
Art.403º, nº5
07/12/2012
Art.381º
Art.387º
Esquecendo a suspensão de despedimento, que é providência cautelar.
Anteriormente, se o trabalhador queria impugnar o despedimento tinha um ano para o fazer.
Agora o prazo é mais reduzido – 60 dias para um requerimento em formulário próprio.
Art.391º
Efeitos da ilicitude do despedimento
Corresponde a uma forma de nulidade, as consequências serão o fazer repor a situação
anterior: indemnização de todos os danos, reintegração do trabalhador.
O trabalhador tem essa faculdade.
Art.392º
Há um benefício do infractor.
Art.390º
Nº1
O repor a situação, para além da reintegração, implica o pagamento de todas as prestações
que o empregador deixou de auferir desde o despedimento até à reintegração.
Nº2
Tem a ver com a circunstância de haver a necessidade de cenas.
Se o trabalhador está ou deve receber tudo aquilo que deixou de auferir porque tinha sido
despedido mas tiver encontrado outro emprego e já estiver a trabalhar.
Forma de obrigar o trabalhador a definir-se.
36
Maria Inês de Sousa
Hoje em dia, com o art.387º, esta norma já não tem tanto interesse.
Art.403º
Contrato a termo
Art.140, nº2, a)
A renovação é feita automaticamente.
O contrato não pode ser renovado mais de 3 vezes – já fez 3 contratos de 6 meses, não pode
continuar – o contrato converteu-se automaticamente em contrato sem termo
Art.148º
1 Abril 2004 – primeira renovação: 1 outubro 2004; 2ª renovação: 1 abril 2005; 3ª renovação: 1
outubro de 2005 – a renovação terminaria a 1 Abril 2006.
O contrato já não poderia continuar a ser a termo – haveria conversão automática – art.147,
nº2, a).
Mas nesta altura ainda estávamos perante contrato a termo – ou caducidade ou conversão em
contrato sem termo.
Alínea c)
Arts.129º, nº1, f) – é necessário que haja acordo e justificação; art.193º, nº1; art.194º
Alínea d)
Art.99º - o regulamento interno pode regulamentar isto
Poder regulamentar é legítimo, mas pode colidir com direitos dos trabalhadores – direito da
autodeterminação à imagem
Em aplicação deste regulamento interno, um trabalhador que se apresente com barba é
sancionado – isto é legítimo? Há que discutir.
Caso de farmacêutico despedido por falta de higiene pessoal.
Depende da função que desempenha.
Regras gerais das restrições aos direitos fundamentais: art.335º CC; art.18º CRP
Neste caso, a imposição não era excessiva.
O empregador não pode impor todos os seus caprichos mas o trabalhador também tem de ter
em conta que vive em sociedade.
11/12/2012
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Maria Inês de Sousa
Retribuição – art.258º
Art.260, nº1, d) – não considera retribuição a participação nos lucros da empresa
Ana recebe uma retribuição de César, um valor certo.
Independentemente de a partilha fazer parte do conceito de retribuição, a questão é da
partilha em si, saber se, havendo participação, pode não abranger os contratados a termo.
Art.146º
Se a partilha dos lucros tem de ter critérios objectivos, não é pelo facto de ser a termo que se
justifica essa diferenciação.
Art.218º, nº1, a)
Armanda preenche os requisitos
Tem de ser escrito
Art.265º
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Maria Inês de Sousa
Se for isenção total – alínea a) – não é considerado trabalho suplementar.
Processo disciplinar
Tem de ser nos prazos do art.329º, nº2
-Defesa – Armanda invoca que teve disponibilidade total e pede pagamento
A isenção de horário seria total – art.219º, nº1, a)
Não se compreende o conceito de trabalho suplementar, logo não haveria direito a
retribuição.
Se a isenção fosse no âmbito das alienas b) e c), já haveria retribuição – art.268º
Mas o processo disciplinar é por causa de violação do dever de obediência, por falta, e será
que isto se considera falta? Art.248º - não é falta, é trabalho extra. Mas há quem entenda que
sim, porque simplesmente se aumenta o período de trabalho para aquele dia, sendo a
presença obrigatória, e, assim sendo, é legítimo marcar falta.
Art.268º, nº2 – não seria de prever que o empregador se opusesse a isto
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Maria Inês de Sousa
Caso nº19 – Sílvio
Alexandre
-contrato de trabalho a termo certo
Requisitos: art.140º
Não é explícita a fundamentação mas pode enquadrar-se no art.140º, nº4, a).
Há requisitos formais, que não são referenciados – art.141º - forma escrita, identificação das
assinaturas, indicação do tempo estipulado e motivo justificativo
O termo é de um ano – art.158, nº1, a) – cumpre os requisitos temporais
Cláusulas estipuladas – fixa-se o seu local de trabalho em Lisboa
Regime «semi flexível» - não é um regime normal, devemos aplicar o respectivo regime a cada
parte
Entidades públicas – as pessoas podem entrar e sair às horas que quiserem mas há períodos
em que têm de lá estar
O horário de trabalho é determinado pelo empregador – art.212º
Sanção disciplinar
Podia aplicar poder disciplinar?
Art.328º
Art.331º, nº1, b)
Mas não houve infracção disciplinar efectiva, só ameaça de infracção.
Há diferença entre procedimentos disciplinares para despedimento e os que se destinam a
aplicar outras sanções. Um dos princípios a ser seguido é o princípio do contraditório.
O trabalhador tinha direito a ser indemnizado segundo o nº3, porque só estava a exercer um
direito.
Atraso de Alexandre
Chegou depois das 11h
Atraso justificado – art.225º
Atraso injustificado – art.256º - superior a 60minutos faz com que leve falta pelo dia inteiro
Véspera de feriado – art.256º, nº3 – retribuição do dia em que chegou atrasado e dos dias de
descanso e feriados
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Maria Inês de Sousa
Este senhor não faltou com o intuito de fazer ponte, deverá ser penalizado perdendo a
retribuição daquele dia, mas por ter comparecido não se deve aplicar a mesma norma que se
aplica ao trabalhador que falta para fazer ponte.
Carlos
Contrato a termo incerto, 3 meses
Cumprir todos os requisitos na mesma
Belmiro faleceu
Devemos promover a segurança do trabalhador
Deve cumprir os 3 meses
Pedido para pertencer aos quadros foi recusado
Saber se findo o prazo o contrato caduca ou se renova
Ou eles já tinham incluído uma cláusula a dizer que o contrato não estava sujeito a renovação.
Ou, quando nada se diz, ele renova-se por igual período de tempo.
A renovação está sujeita ao motivo justificativo.
O contrato converteu-se em contrato com termo indeterminado.
Carlos denuncia o contrato de trabalho e vem embora, não faz aviso prévio, tem d eindemnizar
a empresa.
Isso não faz com que perca o direito ao que já fez.
14/12/2012
2ª Questão
Art.351º, nº2, i)
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Maria Inês de Sousa
O facto de este trabalhador ter injuriado um familiar não pode interferir com a relação de
trabalho
3ª Questão
Art.147º, nº2, c)
Art.147º, nº1, a)
Art.296º, nº5
O contrato a termo era válido e tem de ser cumprido como tal
4ª Questão
Art.129º, f)
É duvidoso.
O regulamento interno não pode prever novas sanções.
Mas poder-lhe-ia ser aplicada outra sanção?
Ele cometeu alguma infracção?
Art.247º, nº1
A lei refere «exercer outra actividade remunerada», prestação de serviços está incluída.
5ª Questão
O trabalhador estava a exercer o direito à liberdade de expressão
Art.37º
Tinha o direito de defender as suas ideologias.
Desde que a pessoa cumpra os seus deveres laborais.
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Maria Inês de Sousa