A Historicidade de Jesus - Geografia

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A Historicidade de Jesus Cristo por

fontes extra-bíblicas
30 DE DEZEMBRO DE 2016 / DOLLYNHOPURITANO

Flavio Josefo (37 d.C. – 100 d.C.), foi um


historiador e apologista judaico-romano, descendente de uma linhagem de
importantes sacerdotes e reis, que registrou in loco a destruição de
Jerusalém, em 70 d.C., pelas tropas do imperador romano Vespasiano,
comandadas por seu filho Tito, futuro imperador. Em seu livro
“Antiguidades Judaicas”, escrito no século I, Josefo cita Jesus:
“Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia
devemos considera-lo simplesmente como um homem, tanto suas obras
eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na
verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos
gentios. Ele era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no
perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a
vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu
ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham
predito e que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos,
que vemos ainda hoje, tiraram seu nome” – (JOSEFO, Flávio, História dos
Hebreus – CPAD, 2000, pp.418)
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Celso (em grego: Κέλσος) foi um filósofo
grego do século II, lembrado como opositor do Cristianismo. Sua obra A
Verdadeira Palavra foi contestada por Orígenes, numa polêmica famosa,
em sua obra Contra Celsum. O filósofo pagão acusa Maria e Jesus:
“Ele [Celso] o [Jesus] acusa de ‘inventar seu nascimento de uma virgem’ e o
censura como sendo ‘nascido em uma determinada vila judaica, de uma
mulher pobre de seu país, que ganhava a vida como costureira, e que foi
expulsa de casa por seu marido, um carpinteiro por profissão, por que ela
fora condenada por adultério; após ter sido expulsa por seu marido, e
vagueando por uns tempos, ela desgraçadamente deu a luz a Jesus, um filho
ilegítimo, que fora empregado como serviçal no Egito em função de sua
pobreza, e tendo aí adquirido alguns poderes mágicos, nos quais os egípcios
tanto se orgulham, e [então] retornou ao seu país, sendo exaltado por conta
deles, e por meio deles se proclamou como um deus” (Origens, Contra Celsum,
1.28; IN: ROBERTS, Alexander, DONALDSON, James, Ante-Nicene Fathers,
VOL 4, pp.408)
Sobre Jesus e os discípulos:
“Jesus reuniu próximo a si mesmo dez ou onze pessoas de caráter notório, o
mais doentio dos cobradores de impostos, marinheiros, e com eles fugiu de
lugar em lugar, e obteve sua sobrevivência de um modo vergonhoso e
inoportuno” (Origens, Contra Celsum, 1.62; IN: ROBERTS, Alexander,
DONALDSON, James, Ante-Nicene Fathers, VOL 4, pp.423)
Em outra citação, ele faz outras declarações sobre Cristo e seus discípulos,
que também confirmam detalhes interessantes apresentados pelas
escrituras, observe:
“[Ele foi] abandonado e entregue por esses mesmo com quem tinha se
associado, que o tinham como professor, e que acreditavam que ele era o
salvador, o filho do Altíssimo Deus (…) Esses com quem se associou enquanto
estava vivo, que ouviram sua voz, que apreciaram suas instruções como seus
professor, ao o verem sujeito a punição e morte, nem mesmo morreram por
ele (…) mas negaram que foram seus discípulos” (Origens, Contra Celsum,
1.62; IN: ROBERTS, Alexander, DONALDSON, James, Ante-Nicene Fathers,
VOL 4, pp.423)
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Cornélio Tácito (55 d.C. – 120 d.C.), foi um


historiador, orador e político romano. É considerado um dos maiores
historiadores da Antiguidade. Robert E. Van Voorst o considera como o
maior historiador Romano. Tácito fala de Jesus e sua morte:
“Mas nem todo o socorro que um pessoa poderia ter prestado, nem todas as
recompensas que um príncipe poderia ter dado, nem todos os sacrifícios que
puderam ser feitos aos deuses, permitiram que Nero se visse livre da infâmia
da suspeita de ter ordenado o grande incêndio, o incêndio de Roma. De modo
que, para acabar com os rumores, acusou falsamente as pessoas comumente
chamadas de cristãs, que eram odiadas por suas atrocidades, e as puniu com
as mais terríveis torturas. Christus, o que deu origem ao nome cristão, foi
condenado à extrema punição [i.e crucificação] por Pôncio Pilatos,
durante o reinado de Tibério; mas, reprimida por algum tempo, a
superstição perniciosa irrompeu novamente, não apenas em toda a Judéia,
onde o problema teve início, mas também em toda a cidade de Roma” –
(TACITUS, Cornelius, Annales ab excesso div August. Charles Dennis Fisher,
Clarendon Press, Oxford, 1906)
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Talo é normalmente reconhecido como


um antigo historicista samaritano que escreveu em grego koinê,
possivelmente entre 50 e 55dC. Sabemos isso em função da menção de
Julio Africano (Fragments, XII), Lactantius (Divine Institutes, XIII), Teófilo
(To Autolycous, III, XXIX), Tertuliano (Apology, X), Justino Mártir
(Horatory to address to the greeks, IX; todos alistados em: ROBERTS,
Alexander, DONALDSON, James, Ante-Nicene Fathers) e Flávio Josefo
(JOSEFO, Flávio, História dos Hebreus – CPAD, 2000, pp.424).
Talo escreveu sobre a história do mundo mediterrâneo, muito embora
nenhum dos seus escritos realmente tenha sobrevivido, ou seja, tudo o que
sabemos sobre ele e sua obra provêm de outros escritores. Um desses
autores que o menciona é Júlio Africano quando menciona a escuridão que
cobriu a terra durante a crucificação de Cristo. Segundo Africano, Talo teria
registrado esse fato como um evento cósmico, observe:
“Talo, no terceiro dos seus livros que escreveu sobre a história, explica essa
escuridão como um eclipse do sol – o que me parece ilógico” – (MACDOWELL,
Josh, Evidências que exigem um veredito, Cadeia, 1992, pp.107)
É interessante a proposição desse diálogo de Júlio Africano com Talo, afinal
parece que Talo refuta o que Júlio acredita piamente. É fato que a defesa de
Júlio não parece a mais adequada, até porque, hoje poucos achariam a
proposta de um eclipse solar no período da morte de Cristo algo tão ilógico,
como Júlio acredita. Entretanto, parece interessante que ainda que um
fenômeno natural tenha sido atribuído como a causa dessa escuridão
mencionada por Marcos e Lucas nos evangelhos canônicos, um dos fatos
bem intrigantes da história de Cristo parece ter sido aludida até mesmo
por aqueles que se recusavam a acreditar.
REPORT THIS AD

Yamauchi também nos lembra de uma citação interessante feita por Paul
Maier sobre esse período de escuridão, em uma nota de rodapé do seu livro
sobre Pôncio Pilatos (1968):
“Esse fenômeno, evidentemente, foi visível em Roma, Atenas e outras cidades
do Mediterrâneo. Segundo Tertuliano foi um evento cósmico ou mundial.
Flegão, um outro grego da Cária, escreveu uma cronologia pouco depois de
137 dC em que narra como no quarto ano das Olimpíadas de 202 (ou sejam
33dC), houve um grande eclipse solar, e que anoitecei na sexta hora do dia,
de tal forma que até as estrelas apareceram no céu. Houve um grande
terremoto na Bitínia, e muitas coisas saíram fora de lugar em Nicéia”
– (MAIER, Paul, Pontius Pilate, p.366; IN: STROBEL, Lee, Em defesa de
Cristo, Vida, 1998, 111)
Com essas declarações de Talo, corroboradas pela opinião de Flegão,
podemos auferir pelo menos três conclusões interessantes: (1) Na ocasião
da morte de Cristo, houve um evento cósmico que foi conhecido em
diferentes partes do mundo antigo de modo impressionantemente similar
ao registro das escrituras; (2) O evangelho, ou pelo menos a história da
crucificação de Cristo, já era conhecida na região do Mediterrâneo por
volta do ano 50dC; (3) Aqueles que não acreditavam na história cristã já
ofereciam diferentes explicações para as informações que tinham acesso.
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Gaio Suetônio Tranquilo (69 d.C. – 141 d.C.), foi um


historiador romano. Gary Habermas em seu livro The Historical Jesus,
afirma que “pouco se sabe sobre ele, exceto que ele era o secretário chefe
do Imperador Adriano (117-138 dC) e que tinha acesso aos registros
imperiais” (HABERMAS, Gary, Historical Jesus, College Press,
1996; pp.190). Um dado interessante sobre Suetônio é que ele
desenvolveu uma amizade com Plínio o Jovem, que o descreve como um
homem “quieto e estudioso, um homem dedicado a seus estudos”.
Provavelmente em função desse relacionamento, que Suetônio recebeu
favor de Trajano, de quem recebeu uma propriedade na Itália, e de
Adriano, a quem serviu como secretário chefe.
Suetônio ocupa um lugar importante na história dos historiadores em
função de suas biografias sobre doze Imperadores Romanos, de Júlio César
a Domiciano, obra denominada De Vita Caesarum, escrito provavelmente
durante o período de Adriano. Nessa mesma obra encontramos ao menos
duas citações que nos interessam:
“Como os judeus, por instigação de Chrestus, estivessem constantemente
provocando distúrbios, ele [Claudio] os expulsou de Roma” – (MACDOWELL,
Josh, Evidências que exigem um veredito, Cadeia, 1992, pp.106)
Nessa citação encontramos a expressão “Chrestus”, o que MacDowell
notifica como uma “outra forma de escrever Christus”, a versão latina do
nome grego para Cristo, do mesmo modo que quase todos os comentaristas
dessa expressão (cf. Habermas, Voorst, Geisler). Essa explicação é
provavelmente proveniente do trabalho de Paulus Osorius em History
against pagans 7.6, que apresenta uma variante textual para o mesmo
trecho, substituindo o termo “Chrestus” por “Christus”. Entretanto, Voorst
nos lembra que a leitura mais difícil, que nesse caso é aquela
primeiramente apresentada, é provavelmente a verdadeira (VOORST,
Robert E. Jesus outside the New Testament: An introduction to the ancient
evidence. Eedermnans, 2000, pp.30).
A autenticidade da citação é plausível, se realmente faz referência a Cristo,
em função de dois detalhes importantes: (1) Dificilmente um cristão não
colocaria Cristo em Roma por volta do ano 49; e (2) certamente não ousaria
chama-lo de causador de distúrbios. Também é importante notar que a
fonte de Suetônio não é um cristão, pois seria difícil pensar que um cristão
soletrasse equivocadamente o nome do seu Salvador.
Entretanto, a pergunta é mais importante é: Suetônio realmente fala de
Cristo? A pergunta nasce no reconhecimento que o nome usado por
Suetônio também era conhecido como um nome greco-romano, além do
fato que parece estranho que Cristo estivesse em Roma, por volta do ano
49 dC. Entretanto, a maioria dos historicistas parece concordar que nessa
citação encontra-se uma referência a Cristo, como o próprio ateu Andrew
Norman Wilson atestou: “Apenas o mais perversos dos acadêmicos
duvidaria que Chrestus é Cristo” (WILSON, A.N, Paul: The mind of the
Apostle, Norton, 1997, pp.104; IN: VOORST, Robert E. Jesus outside the New
Testament: An introduction to the ancient evidence. Eedermnans,
2000, pp.32). Contudo, essa convicção de Wilson tem fundamento?
Acreditamos que sim.
Primeiro, a sentença latina que de onde se traduz essa frase é significativa:
“Iudaeos (Os judeus) impulsore (instigação) Chresto assidue (sobre)
tumultuantis (causam distúrbios) Roma expulit (foram expulsos)”. O termo
latino “impulsore” não deve ser traduzido como instigação, como vemos na
tradução de MacDowell, mas como instigador, em função de sua relação
apositiva com o substantivo Chresto com o qual concorda em gênero,
número e caso. Portanto, a descrição não parece se referir a uma pessoa
em si, mas a um título, que provavelmente Suetônio teria ouvido sem
realmente conhecer Outro detalhe que merece nossa atenção é que a grafia
aqui é muito parecida com a de Tácito, outro escritor latino.
Segundo, não era incomum que o nome tanto dos cristãos como de Cristo
fosse escrito de maneira equivocada no segundo século. Quem nos informa
isso é Tertuliano quando discursa sobre o ódio contra os cristãos, que
chega a ser considerado um nome criminoso. Feita essa declaração,
Tertuliano afiram:
“Mas, cristãos, até onde se refere ao significado do termo, é derivado do
ungido. Isso mesmo, e mesmo quando é erroneamente pronunciado por
você como ‘Chrestianus’ (por que você nem mesmo sabe exatamente o
nome que odeia), ele vem cheio de ternura e bondade. Portanto, você
odeia inocentes, com um nome sem culpa” (Tertuliano, Apology, Cap. III; IN:
ROBERTS, Alexander, DONALDSON, James, Ante-Nicene Fathers, VOL
3, pp.20)
Considerando que era historicamente comum entre os falantes de latim
que se confundisse a pronúncia do nome dos cristãos, não é estranho
pensar que o mesmo equívoco tenha sido cometido por Suetônio.
Entretanto, Tertuliano não é o único a lembra esse fato, Lactantius também
afirma:
“Mas, apesar de Seu nome, que o supremo Pai deu a Ele desde o princípio, não
seja conhecido senão por Ele mesmo, ainda assim ele tem um nome entre os
anjos e outro entre os homens, desde que é chamado de Jesus. Mas, Cristo não
é um nome próprio, mas um título de Seu poder e domínio; pois assim é que
os judeus estavam acostumados a chamar seus reis. Mas o significado desse
nome deve ser declarado, em função do erro de ignorantes, que ao
mudar uma letra, estão acostumados a chama-lo de Chrestus”
(Lactantius, The Divine Institutes, Cap. VIII; IN: ROBERTS, Alexander,
DONALDSON, James, Ante-Nicene Fathers, VOL 7, pp.106).
Portanto, fica evidente que o equívoco encontrado em Suetônio não era
incomum e incomodava os cristãos primitivos.
Terceiro, embora o nome Chrestus pudesse ser comum na cultura greco-
romana, não é encontrada entre os judeus em Roma naquele período, de
acordo com o que se conhece das inscrições das catacumbas e outros
documentos. Sobre isso, D. Noy atesta que essa ausência é baseada no fato
de que tal nome era aplicado normalmente a escravos, o que teria causado
certa repulsa nos judeus (NOY, D, Jewish Inscriptions of Western Europe,
Vol.2 The City of Rome, Cambridge University Press, 1995).
Por fim, devemos considera ainda uma questão: Se Suetônio se refere a
Cristo, não seria estranho pensar que Cristo estivesse pessoalmente em
Roma, incitando uma rebelião contra Roma? A resposta a essa pergunta é
na verdade não. Se a referência é realmente feita a Cristo, como um título e
não como uma pessoa, não era necessário que Ele estivesse por lá, além do
mais, essa declaração pode corroborar a declaração de Lucas de que
“Claudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma” (At.18.2).
Sobre isso, Geisler atesta:
“Suetônio ao escrever muitos anos mais tarde, não estava na posição de saber
se os tumultos eram provocados por Chrestus ou pelos judeus contra seus
seguidores. De qualquer forma, Cláudio ficou aborrecido o suficiente para
expulsar todos os judeus da cidade (inclusive os companheiros de Paulo,
Áquila e Priscila) em 49” (GEISLER, Norman, Enciclopédia de Apologética –
Vida 2002, pp.449).
Já a segunda declaração de Suetônio é menos controversa: “Nero infligiu
castigo aos cristãos, um grupo de pessoas dadas a uma superstição nova e
maléfica” (MACDOWELL, Josh, Evidências que exigem um veredito, Cadeia,
1992, pp.106). É provável que essa nova superstição maléfica seja a
pregação primitiva a respeito da ressurreição de Cristo.
E o que aprendemos com Suetônio a respeito da historicidade de Cristo?
Primeiro, ele relaciona a expulsão dos judeus de Roma, e que também
atesta de que Cristo é que incitou os judeus a causar distúrbios em Roma,
além de concordar com Tácito com relação ao conceito que a fé cristã tinha
em face aos romanos e além do uso normal do termo cristão para se referir
a essa fé.
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Talmude é a transliteração da
palavra hebraica que significa “instrução, aprendizado”, proveniente da
raiz do termo que significa “ensinar” ou “aprender”. O Talmude é composto
por dois diferentes compêndios: (1) com a produção de citações anteriores
ao ano 200dC., e provavelmente posteriores a 70dC., é conhecida
como Mishná; (2) com a produção possivelmente posterior ao ano 500dC,
que é conhecida como Gemará, que nada mais é do que o comentário
à Mishná.
Segundo Habermas, a Mishná é resultado de uma tradição oral judaica
transmitida de geração a geração e que foi “organizado por temas pelo Rabi
Akiba antes de sua morte em 135 dC. Seu trabalho foi revisado pelo Rabi
Meier. O projeto ficou pronto por volta de 200 dC pelo Rabi Judá”
(HABERMAS, Gary, Historical Jesus, College Press, 1996; pp.202). Sobre a
produção do Talmud, F.F. Bruce, com mais detalhes, afirma:
“O vultoso corpo de casuística legal, ‘a tradição dos anciãos’ referida no Novo
Testamento, havia sido legado oralmente de geração a geração,
avolumando-se mais e mais com o correr dos anos. O primeiro passo no
sentido da codificação de todo esse material foi dado agora [pouco após a
queda de Jerusalém]. O segundo deu-o o grande Rabino Akiba, o primeiro a
sistematiza-lo consoante com os assuntos. Após a morte heroic de Akiba, por
ocasião do fracasso da revolta de Bar Cocbá contra Roma, em 135 dC,
procedeu a revisão e lhe continou a obra seu siscípulo, Rabino Meier. A obra
de codificação chegou ao termo final por volta do ano 200, mercê do Rabino
Judá, presidente do sinédrio de 170 a 217, Esse código completo de
jurisprudência religiosa assim compilado é conhecido pelo designativo de
Mishná” (BRUCE, F.F., Merece Confiança o Novo Testamento. Vida Nova,
1965, pp.131)
Em função do caráter da Mishná, um compêndio jurídico judaico feito por
fariseus, não é de se esperar que muitas citações fossem feitas a Jesus ou a
seus seguidores, afinal, esse não é o tipo de literatura para apresentação de
histórias. Entretanto, em pouquíssimas citações que se faz, ou a Cristo ou
aos cristãos, encontramos comentários hostis, porém, servem para atestar
a historicidade de Cristo. Na Mishná,na 43ª seção do Sanhedrin,
encontramos a seguinte declaração a respeito de Jesus Cristo:
“Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu e antes disso, durante
quarenta dias o arauto proclamou que [ele] seria apedrejado ‘por prática de
magia e por enganar a Israel e fazê-lo desviar-se. Quem quer que saiba algo
em sua defesa venha e interceda por ele’. Mas ninguém veio em sua defesa e
eles o penduraram na véspera da páscoa” (GEISLER, Norman, Enciclopédia
de Apologética, VIDA, 2001, pp.450)
A primeira pergunta que deveríamos fazer é quem é Yeshu? Seria ele uma
referência a Jesus Cristo? Na versão judaica de Jacob Shachter, H.
Freedman debaixo da supervisão do Rabi I. Epstein, logo na introdução
encontramos uma declaração interessante sobre o papel desse documento
histórico para os cristãos:
“Aos olhos dos estudantes cristãos, o Sanhedrin sempre ocupou um lugar de
predileção entre os tratados do Talmude em função da luz que ele é capaz
de apresentar sobre o julgamento de Jesus de Nazaré. Não é sem
significância que quando Reuchlin, o cristão campeão do aprendizado
judaico, procurou em toda a Europa para encontrar uma cópia do Talmude,
o único tesouro que conseguiu encontrar foi o Sanhedrin” (SHACHTER, Jacob,
FREEDMAN, H., EPSTEIN, I., Sanhedrin, Translated into english with notes,
glossary and índices, pp.xii)
Sobre o Talmud e sua alusão à figura histórica de Jesus Cristo, Wilcox
afirma:
“A literatura tradicional judaica, embora mencione Jesus só muito raramente
(e, seja como for, tem de ser usada com muita cautela), respalda a alegação
do evangelho de que ele curava e fazia milagres, embora atribua tais
atividades à magia. Além disso, ela preserva a lembrança de Jesus como
professor, diz que ele tinha discípulos (cinco) e que, ao menos no período
rabínico primitivo, nem todos os sábios haviam concluído que ele era
‘herege’ou ‘enganador’.” (WILCOX, M., Jesus in the light of his Jewish
environment, n25.1, 1982, pp.133; IN: STROBEL, Lee, Em Defesa de
Cristo, pp.112)
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Luciano de Samosata (125 d.C. – 181 d.C.), foi um
escritor sírio que escrevia em grego ático e em suas obras aproveitava para
tratar com escárnios e sátiras o cristianismo e o seu fundador, Jesus
Cristo. Em uma obra intitulada The Death of Peregrinus, na qual trata de
satirizar a vida de Peregrinus Proteus, Luciano apresenta uma informação
interessante a respeito de Cristo e dos cristãos:
“Os cristãos, como sabes, adoram um homem até hoje – o personagem
distinto que introduziu seus rituais insólitos e foi crucificado por isso (…)
Essas criaturas mal orientadas começam com a convicção geral de que são
imortais o que explica o desdém pela morte e a devoção voluntária que são
tão comuns entre ele; e ainda foi incutido neles pelo seu legislador original
que são todos irmãos, desde o momento que se convertem, e vivem segundo
as suas leis. Tudo isso adotam como fé, e como resultado desprezam todos os
bens mundanos considerando-os simplesmente como propriedade comum”
(Death of Pelegrine 11-3; IN: GEISLER, Norman, Enciclopédia de Apologética
– Vida 2002, pp.450)
Robert Voorst atesta que nessa sentença não existem dúvidas de
autenticidade e é consistente com o que se conhece de Luciano (VOORST,
Robert E. Jesus outside the New Testament: An introduction to the ancient
evidence. Eedermnans, 2000, pp.60), o que já nos induz a considerar as
implicações dessa citação. Nesse caso, mais uma vez seguimos Habermas:
“(1) Somos informados de que Jesus era adorado pelos cristãos; (2) Também
nos informa que Jesus iniciou novos ensinos na Palestina (sendo que o local é
oferecido em outra parte não mencionada da seção II); (3) que Ele foi
crucificado por causa dos seus ensinamentos. Jesus ensinou seus seguidores
certas doutrinas, como (4) que os cristãos são irmãos; (5) a partir do
momento da conversão e (6) depois que os falsos deuses são negados (tais
quais os da Grécia). Adicionalmente, esses ensinos incluíam (7) adorar a Jesus
e (8) viver de acordo com suas leis; (9) Luciano também se refere a Jesus
como sábio” (HABERMAS, Gary, Historical Jesus, College Press, 1996; pp.206-
7)
____________________
Mara Bar-Serapião era um filósofo estoico
da província romana da Síria que tornou-se amplamente conhecido em
função de uma carta que teria escrito a seu filho, também chamado
Serapião, que segundo Robert E. Voorstpor fora escrita volta do ano 73 dC
(VOORST, Robert E. Jesus outside the New Testament: An introduction to the
ancient evidence. Eedermnans, 2000, pp.53). Em função dessa carta
tornou-se uma das primeiras referências não judaica e não cristã a se
referir a Jesus Cristo. Ela foi publicada pela primeira vez no século XIX por
Willian Cureton, que acreditava que Mara Bar-Serpaião era cristão
sofrendo perseguição, opinião que os mais recentes acadêmicos rejeitam
veementemente. Sobre essa carta, F.F. Bruce atesta:
“É uma carta enviada por um cidadão sírio, chamado Mara Bar-Serapião, ao
filho de nome Serapião. Mara Bar-Serapiaão achava-se encarcerado por essa
época, mas escrevia com o propósito de estimular ao filho na aquisição
da sabedoria e ressaltava que aqueles que se davam à perseguição dos
sábios eram fatalmente vítimas de infortúnios” – (BRUCE, F.F., Merece
Confiança o Novo Testamento, Vida Nova, 1965, pp.148)
Para demonstrar o fato de que a perseguição de sábios leva a infortúnios,
Mara Bar-Serapião afirma:
“Que proveito os atenienses abtiveram em condenar Sócrates à morte? Fome
e peste lhe sobrevieram como castigo pelo crime que cometeram. Que
vantagem os habitantes de Samos obtiveram ao pôr em fogo em Pitágoras?
Logo depois sua terra ficou coberta de areia. Que vantagem os judeus
obtiveram com a execução do seu sábio rei? Foi logo após esse acontecimento
que o reino dos judeus foi aniquilado. Com justiça Deus vingou a morte desses
três sábios: os atenienses morreram de fome; os habitantes de Samos foram
surpreendidos pelo mar; os judeus arruinados e expulsos de sua terra, vivem
completamente dispersos. Mas Sócrates não está morto, ele sobrevive aos
ensinos de Platão. Pitágoras não está morto; ele sobrevive na estátua de
Hera, Nem o sábio rei está morto; ele sobrevive nos ensinos que deixou” – (IN:
GEISLER, Norman, Enciclopédia de Apologética, Vida, 2003, pp.451)
A mais importante controvérsia, entretanto, refere-se a identidade do
Sábio Rei: O sábio Rei é de fato Jesus Cristo? Por exemplo, Farrel Till
defende que o Sábio Rei seja Jesus Cristo, pelo simples fato de que
“pretensos messias eram encontrados às dúzias na Judéia” (TILL, Farrell,
“The ‘Testimony’ of Mara Bar-Serapion“, The Skeptical Review 1995;
IN: http://www.theskepticalreview.com/tsrmag/4mara95.html; em
03/05/2011). Jeffery Jay Lowder, seguindo Farrel defende ainda que
também é possível que o Professor da Justiça, mencionado nos manuscritos
de Quran também pudesse ser a referência a quem Mara Bar-Serapião
endereça (LOWDER, Jeffery, J., Josh McDowell’s “Evidence” for Jesus: Is It
Reliable?;
IN: http://www.infidels.org/library/modern/jeff_lowder/jury/chap5.ht
ml#mara; em 03/05/2011).
Essa questão é importante, e era de se esperar que céticos questionassem
sua veracidade comoreferência a Jesus Cristo, entretanto, devemos
lembrar que existem ao menos sete declarações feitas por Mara Bar-
Serapião que nos auxiliam a identificar o Sábio Rei: (1) Ele foi executado;
(2) ele era sábio; (3) Foi executado pouco antes da destruição de
Jerusalém; (4) Sua execução foi anterior à dispersão dos judeus; (5) os
judeus foram responsáveis por sua morte; (6) ainda sobrevive por meio
dos ensinos que deixou; (7) foi referido como rei.
Diante disso, devemos indagar qual personagem dentre das dúzias de
candidatos a messias poderiam se enquadrar em todas as características
do Sábio Rei de Mara. A primeira observação que fazemos é que a proposta
de Lowder não pode se enquadrar na citação de Mara pelo simples fato de
que o Professor da Justiça, citado nos manuscritos do mar morto, não é
apresentado no mesmo documento como tenho sido executado, apesar de
ter sido perseguido.
Outra observação que podemos fazer é que todas as mais famosas
sugestões para o Rei Sábio, como Onias III e Judas o Essênio também não
podem ser referidos, pelo simples fato de que o Rei Sábio de Mara foi
executado pouco antes da queda de Jerusalém e da dispersão dos judeus.
Se Onias fosse a referência, a dispersão dos judeus teria acontecido nada
menos do que 240 anos mais tarde do que realmente aconteceu. Já com
Judas o Essênio, seriam apenas 170 anos. Apesar da carta de Mara Bar-
Serapião conter algumas dificuldades históricas relacionadas a Atenas e a
Samos, um equívoco de tantos anos seria ainda improvável.
Por fim, a última controvérsia levantada por céticos refere-se ao fato de
que Mara Bar-Serapião atribui a morte de Cristo aos judeus, o que se sabe
que tecnicamente não é a informação mais correta, afinal, a morte de Cristo
aconteceu nas mãos do romanos. É impressionante que esse seja de fato
um argumento plausível para contestar a referência a Jesus Cristo nessa
carta. O Novo Testamento está repleto de citações que atribuem a culpa aos
judeus, como a primeira pregação de Pedro, por exemplo. Outro detalhe
que se levanta quando se fala do antissemitismo na igreja primitiva, atenta-
se a exatamente esse fato. Aliás, essa é uma das evidências que se tem para
um carta mais antiga, afinal é bem provável que Mara Bar-Serapião tinha
conhecimento da mensagem cristã da morte de Cristo como encomendada
por judeus.
Ou seja, ainda que seja controvertida, essa carta oferece uma descrição
interessante sobre Jesus Cristo, como Habermas sugere:
“Dessa passagem aprendemos: (1) que Jesus era considerado um homem
virtuoso; (2) Ele é apresentado duas vezes como um Rei Judeu, possivelmente
em referência aos próprios ensinos de Cristo sobre si mesmo, ao qual os
seguidores mencionavam, ou ainda da frase escrita sobre sua cabeça na
cruficicação; (3) Jesus foi executado injustamente pelo judeus que pagaram
por seus atos errados sofrendo brevemente o julgamento posteriormente,
provavelmente uma referência a queda de Jerusalém para o exército
romano; (4) Jesus vive nos ensinamentos dos cristãos primitivos, que é um
indicativo de que Mara Bar Serapião não era cristao” – (HABERMAS, Gary,
Historical Jesus, College Press, 1996; pp.208)
____________________

Plínio, o jovem (61 d.C. – 111 d.C.), jurista, político,


e governador imperial. Plínio é reconhecido como governador da Bitínia,
na Ásia Menor (112 dC) no período do Imperador Trajano, embora tenha
sido senador e proeminente advogado em Roma (VOORST, Robert E. Jesus
outside the New Testament: An introduction to the ancient evidence.
Eedermnans, 2000, pp.23). Sua fama foi assegurada por sua relação com o
Imperador Trajano, a quem escreveu diversas cartas, das quais muitas
sobrevivem até os dias de hoje. Sua escrita, muito precisa e elogiável, fez
com que, segundo Voorst, Plínio carregasse a fama de ter inventado o estilo
literário da carta. Habermas, por sua vez, cita F.F. Bruce o apresenta como
“o maior escritor de cartas do mundo” e que suas cartas “ganharam o status
de literatura clássica” (HABERMAS, Gary, Historical Jesus, College Press,
1996; pp.198).
Dos dez livros de cartas que se conhecem de Plínio, é apenas no décimo
livro, mais precisamente na carta 96 é que encontramos algo sobre o
cristianismo primitivo e Cristo. Como supõe-se que essas cartas tenha sido
organizadas cronologicamente, essa declaração é normalmente definida
por volta de 112 dC.
Nessa carta ele fala sobre o rápido crescimento do Cristianismo na
província da Bitínia, seja nas regiões urbanas ou rurais. Ele descreve a
situação com templos romanos (pagãos) abandonados de tal forma que o
“negócio daqueles que vendiam forragens para os animais sacrificiais fora
afetado” (BARNETT, Paul, Finding the historical Jesus, Eedermans,
2009, pp.60). Ele também afirma ter interrogado aqueles que haviam sido
acusado de serem cristãos e sentenciados a morte por isso, para verificar
se insistiam em sua afirmação de serem de fato cristãos, como ele mesmo
afirma, observe:
“Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram deferidos como
cristãos: perguntei a eles mesmos se eram cristãos; aos que respondiam
afirmativamente, repeti uma segunda e uma terceira vez a pergunta,
ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram mandei executá-los
pois eu não duvidava que, seja qual for a culpa, a teimosia e a
obstinação inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos
romanos portadores da mesma loucura, pus no rol dos que devem ser
enviados a Roma” – (BOYLE, John Cork, ORRERY, The letters of Pliny the
Younger: with observations on each letter, VOL.2, pp.426)
Plínio também fala de pessoas que haviam sido acusadas de serem cristãs,
mas que assumiam que na verdade não eram, e a prova era adorar a
imagem do Imperador bem como os deuses imperiais. Também exigia que
esses acusados amaldiçoassem a Cristo, coisa que um cristão genuíno não
seria capaz de fazer. Sobre esses “supostos” cristãos, Plínio atesta:
“Todos estes adoraram a tua imagem e as estátuas dos deuses e
amaldiçoaram a Cristo, porém, afirmaram que a culpa deles, ou o erro, não
passava do costume de se reunirem num dia fixo, antes do nascer do
sol, para cantar um hino a Cristo como a um deus; de obrigarem-se, por
juramento, a não cometer crimes, roubos, latrocínios e adultérios, a
não faltar com a palavra dada e não negar um depósito exigido na
justiça. Findos estes ritos, tinham o costume de se separarem e de se
reunirem novamente para uma refeição comum e inocente, sendo que
tinham renunciado à esta prática após a publicação de um edito teu onde,
segundo as tuas ordens, se proibiam as associações secretas” (BOYLE, John
Cork, ORRERY, The letters of Pliny the Younger: with observations on each
letter, VOL.2, pp.427)
Plínio também fala sobre sobre duas escravas que eram consideradas
“ministras”, nas quais não encontrou “nada além de uma superstição
irracional e sem medida”. E em função disso suspendeu o inquérito pois
precisava de um parecer específico de Trajano, como ele mesmo confessa:
“O assunto parece-me merecer a tua opinião, principalmente por causa do
grande número de acusados. Há uma multidão de todas as idades, de
todas as condições e dos dois sexos, que estão ou estarão em perigo, não
apenas nas cidades mas também nas aldeias e campos onde se espalha o
contágio dessa superstição; contudo, creio ser possível contê-la e
exterminá-la” (BOYLE, John Cork, ORRERY, The letters of Pliny the Younger:
with observations on each letter, VOL.2, pp.427-8)
Nas colocações de Plínio sobre o cristianismo primitivo em termos muito
parecidos com os encontrados nos escritos de Tácito e Suetônio: para ele o
cristianismo também era uma “superstição” “contagiante” que tinha
condições de corromper o proceder romano. A autenticidade das cartas de
Plínio não são contestadas, e portanto nelas encontramos mais um relato
histórico sobre a historicidade de Cristo, e sobre ela Habermas conclui:
“(1) Cristo era adorado como Deus pelos antigos cristãos; (2) Plínio se refere
posteriormente em sua cara que os ensinos de Cristo e seus seguidores eram
excessivamente supersticiosos e contagiosos, como termo reminiscência de
ambos, Tácito e Suetônio; (3) Os ensinos éticos de Cristo eram refletidos nos
juramentos dos cristãos jamais seriam culpados pelos pecados mencionados
nessa carta; (4) Provavelmente encontramos uma referência a instituição de
Cristo da comunhão cristã celebrada na festa do amor, nas declarações de
Plínio sobre a reunião deles para compartilhar comida. A referência aqui
alude a acusação por parte dos não cristãos que os cristãos eram suspeitos
de um ritual assassino e beber o sangue durante esses encontros, o que
confirma nosso ponto de vista que a comunhão é o assunto a que Plínio se
refere; (5) Há também uma possível referência ao Domingo na declaração de
Plínio que os cristãos se encontravam em um dia específico” (HABERMAS,
Gary, Historical Jesus, College Press, 1996; pp.199-200)
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Flégon foi um escritor greco-romano do início do século II. Suas Crônicas


se perderam, mas um pequeno trecho dessa obra, que confirma a escuridão
sobre a terra na hora da crucificação, também é mencionado por Júlio
Africano. Depois de comentar a opinião ilógica de Talo sobre a escuridão,
Júlio Africano cita Flégon: “Durante o tempo de Tibério César, ocorreu um
eclipse do sol durante a lua cheia” (7/IIB, seção 256fl6,p. 1165). Flégon
também é mencionado por Orígenes em Contra Celso (Livro 2, seções 14,
33, 59). Filôpão (De opif. mund. II 21) diz: “E sobre essas trevas… Flégon
menciona-as em Olimpíadas (o título do livro que escreveu)”. Ele diz que
“Flégon mencionou o eclipse que aconteceu durante a crucificação do
Senhor Cristo e não algum outro eclipse; está claro que ele não tinha
conhecimento, a partir de suas fontes, de qualquer eclipse (semelhante)
que tivesse anteriormente ocorrido… e isso se vê nos próprios relatos
históricos sobre Tibério César” (4/IIB, seção 257 fl6, c, p. 1165)

As reivindicações históricas são fortes quando apoiadas por múltiplas fontes independentes.

As reivindicações históricas, que também são atestadas pelos inimigos são mais propensas a
serem autênticas, pois os inimigos são antipáticos, e muitas vezes hostis testemunhas.

As reivindicações históricas, que incluem consentimento de fatos embaraçosos, refletem um


relato honesto e não uma narrativa criativa.

As reivindicações históricas são fortes quando apoiadas por testemunho ocular.

As afirmações históricas que são apoiadas por testemunhos primitivos são mais confiáveis e
menos prováveis de serem o resultado de um desenvolvimento lendário. [11]

Portanto, quando é investigado um evento histórico “os pentes do historiador passam através
dos dados, considerando todas as possibilidades, e procura determinar qual melhor cenário
explica esses dados.”

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