O Desconhecido e Os Problemas Psiquicos - Camille Flammarion PDF
O Desconhecido e Os Problemas Psiquicos - Camille Flammarion PDF
O Desconhecido e Os Problemas Psiquicos - Camille Flammarion PDF
com
Camille Flammarion
O Desconhecido
e os Problemas Psíquicos
Traduzido do Francês
L'Inconnu et les problèmes psychiques
1917
Conteúdo resumido
Introdução ............................................................................... 4
I – Os incrédulos.................................................................... 14
II – Os crédulos ....................................................................... 35
III – As manifestações telepáticas de moribundos e as
aparições. – Exposição dos fatos ...................................... 54
IV – Admissão dos fatos ........................................................ 210
Apêndice: Ação telepática x coincidência fortuita ......... 230
V – Das alucinações propriamente ditas ............................... 234
VI – Ação psíquica de um espírito sobre outro
Transmissão de pensamentos. – Sugestão mental.
– Comunicação a distância entre pessoas vivas. ....................... 255
FIM
Notas:
1
Vide meu opúsculo Forças Naturais Desconhecidas (1865)
e discurso pronunciado nos funerais de Allan Kardec (1869).
2
De acordo com o original francês, “há espírito na Nature-
za”; em outros termos: além da parte material, há uma parte
espiritual na Natureza. (Nota do tradutor.)
3
O grande químico Humphry Davy, o primeiro que experi-
mentou o protóxido de azoto (em 1799), havia respirado, por
ocasião de suas primeiras experiências, uma forte dose desse
gás e perdido, por essa causa, os sentidos. Durante esse minuto
de inconsciência aparente, percebeu ele impressões cerebrais
extraordinárias, de que se recordou ao despertar, pelo menos no
que dizia respeito a suas conseqüências metafísicas. Suas idéi-
as, reconstituídas com energia, explodiram de repente nesta
exclamação pronunciada no tom de um inspirado: “Nada mais
existe do que o pensamento; o Universo compõe-se de impres-
sões, de idéias, de alegrias e sofrimentos”. (Sir Humphry
Davy, Les Derniers Jours d’un Philosophe, edição francesa,
prefácio, página XXI.)
Relatando uma de suas curiosas experiências, Mme.
d’Espérance, cujas faculdades mediúnicas são extraordinárias,
menciona uma impressão análoga: “Como descrever o indes-
critível? Desaparecera o tempo; o espaço não mais existia.
Compreendi que os pensamentos são as únicas substâncias
realmente tangíveis”. (E. d’Espérance, Au Pays de l’Ombre(*),
pág. 292.)
(*) Obra publicada em português sob o título No País das
Sombras, pela editora FEB. (Nota do revisor.)
4
Foi este o único mérito de alguns sábios que não quiseram
render-se à evidência do fenômeno espírita, entre eles figuran-
do em primeiro plano o admirável Richet. (N. T.)
5
Pode-se ler mais adiante (Capítulo VIII, caso XLIII), o
Relatório Oficial escrito a respeito dessa memorável operação
cirúrgica. Foi ela realizada em 12 de abril de 1829.
6
Assisti, com a idade de seis anos, à construção da linha do
caminho de ferro Paris-Lião-Mediterrâneo, na secção de Ton-
nerre a Dijon e, com a idade de 12 anos, à de Paris e Mulhouse,
na secção de Chaumont e Chalindrey, e me lembro, como se
fosse ontem, das conversações que se entabulavam em torno de
mim. Ninguém tinha uma intuição dos desenvolvimentos que
as redes deviam tomar em menos de meio século e, longe de
pensarem em ter as estações ao seu alcance, todos estavam
dispostos a afastá-las o mais possível, pelo menos em Langres,
onde comecei meus estudos e na minha aldeia de Montigny-le-
Roi. Notadamente nestes dois pontos, as gares se acham tão
isoladas e tão afastadas quanto possível dos centros comerciais
de cada região.
7
Raios luminosos, caloríficos e químicos, espectro do infra-
vermelho ao ultravioleta.
8
A descarga de uma garrafa de Leyde através de uma bobina
de fios muito finos e longos dá origem a vibrações eletromag-
néticas, cujos períodos determinados por Helmholtz (1869) e
após ele por muitos outros observadores, podem ser compreen-
didos entre 1.000 e 10.000 por segundo para os aparelhos usu-
ais. Em 1888, Hertz conseguiu reproduzir vibrações da mesma
natureza, de 100.000 por segundo, bem como estudar-lhes o
modo de propagação. Propagando-se essas vibrações no vácuo
(éter), o que as distingue das vibrações sonoras que só se pro-
pagam na matéria ordinária (ar, água, madeira, etc.), é racional
considerá-las como de natureza análoga às vibrações do calor
radiante, de acordo com as idéias emitidas por Maxwell desde
1867. Vide sir W. Thomson, Conferências, pág. 189.
9
Boletim da Sociedade Astronômica de França, ano de
1895, pág. 110. Vide também o do ano de 1897, pág. 307.
10
Vide Lumière, Paris 1868, tomo I, pág. 131.
11
Permito-me sobre este ponto remeter o leitor à minha obra
Deus na Natureza.
12
“Oh, moun bouan moussu, si lon menavi pas ensin, n’n
pourrion ren faire!” – eis como se pronunciou o sacristão, res-
posta essa que Flammarion traduz em francês traduzível (N. T.)
13
Tais exemplos mais ou menos bizarros de credulidade en-
contram-se em todos os países, associados às crenças religiosas
mais diversas. Quando regressei da minha viagem de observa-
ção do eclipse total do Sol, na Espanha, visitando Toledo, em
1º de junho de 1900, mostraram-me em uma rua muito pitores-
ca a capelinha da “Virgem dos Alfinetes”, na qual vão as mo-
ças, desejosas de se casarem, atirar alfinetes. Aí contei trinta e
um desses alfinetes, e eram apenas quatro horas da tarde: reti-
ram-nos todos os dias.
14
“Pentear Santa Catarina” (Coiffer Sainte Catherine), deve
ser uma expressão análoga à de “ficar para titia”, isto é, perder
a esperança de casar. (N. T.)
15
V. Paul Parfait – O Arsenal da Devoção e o Dossier das
Peregrinações. Esse repositório das superstições poderia ser
continuado. Santo Antônio de Pádua parece estar muito em
devoção na atualidade. Lê-se no jornal La Croix de 7 de se-
tembro de 1899: “385 cartas foram depositadas esta semana no
medalheiro de Santo Antônio, à rua Francisco I, n. 8. Anuncia-
vam elas ou recomendavam: 72 curas, 104 graças espirituais,
227 graças temporais, 81 conversões, 59 empregos, 317 ações
de graças, 12 vocações, 15 casamentos, 302 graças particula-
res, 53 escolas, 47 casas religiosas, 109 casas de comércio, 8
objetos perdidos, 14 exames, 96 famílias, 56 defuntos, 15 pro-
cessos, 106 jovens, 8 paróquias. Um pobre operário, pai de oito
filhos, prometeu 5 francos a Santo Antônio de Pádua e, vendo-
se um pouco melhor, enviava a soma e rogava-lhe que não
mais o deixasse recair nas mesmas dores – Loir-et Cher: “Re-
meto-vos 1 fr. 50, soma pela qual nos comprometemos todos
os meses pelas nossas culturas e pelo nosso comércio”, etc. –
Lê-se, no Petit Temps de 26 de janeiro de 1901, que o orça-
mento de Santo Antônio produziu 120.000 francos em Bordéus
no ano de 1894, 50.000 francos em Toulon, etc.
Desde alguns anos, Santo Expedito faz-lhe uma grande
concorrência no que diz respeito aos exames para o bacharela-
to, outro tanto acontecendo com São José de Cupertino.
16
A fantasia religiosa não tem verdadeiramente limites. Abro
um jornal, meus olhos caem sobre o relatório de um processo
feito a uma irmã do convento do Bom-Pastor d’Angers, que se
chama irmã Circuncisão!
17
Lourdes dá anualmente ao papa a renda de um milhão.
18
A palavra telestesia seria, entretanto, preferível, mais justa,
porque sua raiz significa antes um estado mórbido, um estado
de doença, que não é o de que aqui se trata, ao passo que a raiz
de telepatia significa sensibilidade. Não são casos patológicos
os de que se trata.
19
O Sr. Parmentier é general de divisão de engenharia, presi-
dente da Aliança Francesa para a propagação da língua france-
sa no estrangeiro, vice-presidente da Sociedade Astronômica
de França e da Sociedade de Geografia, ex-presidente do Co-
mitê das Fortificações, ex-aluno da Escola Politécnica, grande
oficial da Legião de Honra, etc. Menciono esses títulos para os
leitores que não conhecem pessoalmente seu caráter e seus
trabalhos.
20
Notadamente pelo Sr. Dorchain, literato francês, residente
em Paris; pelo Sr. Craponne, engenheiro, em Lião; pela Sra.
Ida Cail, de Paris; pelo Sr. Merger, decano dos advogados, em
Chaumont (Alto Marne); pela Sra. Condessa de Mouzan, em
Rambouillet; pela Sra. E. de Mare, em Juvisy; pelo Sr. L. Jour-
dan, deputado, em Paris; pelo Sr. Eduardo Noel, homem de
letras, em Paris, etc. Eu poderia lembrar também os exemplos
citados em Urânia e em Estela (o do Sr. Best é muito caracte-
rístico). Nota-se, também, que pouco tempo depois da publica-
ção deste livro, uma obra repleta de fatos análogos foi publica-
da: Os recantos obscuros da Natureza ou Fantasmas e Viden-
tes, por Mistress Crome, Paris, 1900.
21
Assim classificadas
• nºs 1 a 700 – provenientes dos leitores dos Annales;
• 701 a 748 – do Petit Marseillais;
• 749 a 786 – da Revue des Revues.
Chegaram novas cartas durante a impressão deste volume.
22
A relacionar com o caso nº III.
23
Relacionar com o caso nº XV.
24
Em correlação com os casos I, II e XIV.
25
O Sr. Victorien Sardou contou-me que observou um fato
análogo.
26
Assinalemos a impressão pelo nervo ótico, muito vibrátil
em um ferreiro que bate constantemente o ferro em brasa sobre
a bigorna.
27
Recordemos que, para nós, trata-se de impressões cerebrais
– a parte exceções que discutiremos.
28
Duas testemunhas, longe uma da outra, impressionadas
separadamente.
29
É este um caso tão notável como o antecedente.
30
Chamamentos ouvidos: casos XVI, XXII, XXV, XXVII e
XXXIII.
31
Em correlação com o caso XLVI.
32
Vide nota nº 30, sobre chamamentos ouvidos.
33
Relacionar com os casos nºs XLIV e LXXI.
34
A cada um deixamos suas opiniões e sua linguagem. Vimos
externados sentimentos muito contrários, nos casos XXXVIII,
XCV, etc.
35
Suprimi, por conseguinte, os nomes, as cidades e certos
detalhes íntimos.
36
Um exame superficial poderia querer ver aí uma alucinação
hipnagógica. Mas uma ação telepática é infinitamente mais
provável. Relacionar com o caso nº CXXII.
37
Recordemos, uma vez mais, que tudo isso é fictício, im-
pressão produzida sobre o cérebro pelo moribundo. V. também
os casos XLIX e CXX.
38
Esta observação feita sobre os animais não é única (vide os
casos XXIX e CLXXVII); ela é digna de atenção.
39
Nem tudo é subjetivo, nem impressão cerebral, nesses fatos.
São também exemplos os casos XXIX, XXXVI, XCV, CXXII-
I, CXXVI, CXXX, CXXXII, CLIV, CLV, CLXVI, CLXX,
CLXXI, CLXXII, CLXXVII e CLXXX..
40
A este relato achava-se anexo um plano; é supérfluo repro-
duzi-lo, pois que o relato é perfeitamente explícito.
41
Anais de Ciências Psíquicas, 1897, pág. 328.
42
A mãe da Sra. Allom era a Sra. Carrik, esposa do Sr. Tho-
mas Carrik, o pintor miniaturista, bastante conhecido.
43
A assinatura do marido da Sra. Taunton estava junto à de
sua esposa.
44
A Sra. Wright é esposa de um inspetor da Great Nortehrn
Railway. Mora em Taylor’s Cottage, 4, London Road, Nottin-
gham.
45
Haveria estudos a fazer sobre os cães. Por que, por exem-
plo, anunciam eles a morte por meio de seus uivos sinistros?
46
Nossos exemplos de impressões coletivas são numerosos: I,
II, XV, XXXV, XL, XLVII, XLVIII, LV, LVII, LXIX, LXX-
VI, LXXVIII, LXXXIII, XCIII, XCV, CXXIII, CXXXI,
CXXXII, CXXXV, CXXXIX, CXLIV, CXLV, CLII, CLIV,
CLVII, CLXI, CLXVI, CLXXVII, e estes três últimos.
47
Recebemos a carta seguinte:
“Sydenham, 19 de novembro de 1900.
Lendo vossa obra O Desconhecido, fiquei a pensar no rela-
to assinado por Ch. Matthews. Tenho por dever informar-vos
que minha mãe, então moça, achava-se em casa de seu tio, o
general Mose, em Troston Hall, quando essa história ocorreu, e
que os fatos se passaram em absoluto conforme essa narrativa.
48
Esta obra apareceu em excelente tradução francesa abrevia-
da, publicada em 1891, pelo Sr. L. Marillier, mestre de confe-
rências na Escola dos Altos Estudos, sob o título inexato e
desnaturado de Alucinações Telepáticas, que não tem absolu-
tamente significação alguma. Parece-nos que o erudito e cuida-
doso tradutor foi muito mal inspirado nesta mudança de título.
Uma alucinação é essencialmente uma percepção falsa, uma
ilusão.
49
Esta saída do número apontado dá no primeiro turno 35
luíses por um luís, ou sejam 700 francos, e, na segunda saída
do número sobre o qual foi aquela soma deixada, 24.500 fran-
cos. Deixando sempre o ganho, uma terceira saída do número
daria 857.500 francos. Mas as regras da banca se opõem a isso
e fixam o máximo da jogada em 9 luíses. Toleram, contudo, o
ganho até 120.000 francos.
50
Vide apêndice no final deste capítulo: Ação telepática x
coincidência fortuita.
51
As alucinações, ou história racional das aparições, das
visões, dos sonhos, do êxtase, do magnetismo e do sonambu-
lismo. Paris, 1852.
52
V. Walter Scott, A demonologia, carta I. Brierre de Bois-
mont, Das Alucinações.
53
O Sono e os Sonhos, pág. 57.
54
O Sono e os Sonhos, pág. 92.
55
Ver, a esse respeito, além dos autores precedentes, J. Lié-
geois, De la Suggestion et du Somnambulisme (1889), pág.
312.
56
Cardan – De Vita propria.
57
Tomo II da Anatomia comparada do sistema nervoso con-
siderado em suas relações com a inteligência, por Leuret e
Gratiolet (1839-1857). Minha atenção foi solicitada para esta
obra pelo meu sábio amigo, o Sr. Edmond Perrier, diretor do
Museu, membro do Instituto, e eu lhe sou, por isso, particular-
mente reconhecido.
58
Anatomie Comparée du Systeme Nerveux, tomo II, pág.
534.
59
Ibidem, págs. 524 e 525.
60
Este fato merece, assim como os dois casos do oficial in-
glês, narrados por Ferriar e os dois primeiros de Chevreul, ser
inscrito no número dos casos de telepatia. Dar-lhe-emos, por-
tanto, os nºs CLXXXII, CLXXXIII, CLXXXIV, CLXXXV E
CLXXXVI de nossa série. O terceiro de Chevreul poderia ser
reportado ao exame crítico das manifestações de mortos. Ainda
não chegamos nessa parte de nossos estudos.
61
Creio ter sido o primeiro a empregar esta expressão – força
psíquica. Acha-se ela na primeira edição (1865) de minha obra:
As forças naturais desconhecidas. Há mais de um quarto de
século está ela incorporada à linguagem habitual.
62
H. Taine – Da Inteligência, t. II, pág. 139.
63
Uma rã, da qual se extraiu o coração, nada e salta ainda
durante quatro ou cinco horas (Claude Bernard).
64
Da Inteligência, t. I, pág. 306.
65
Theory of the Human Mind.
66
V. Poulliet – Física Experimental, t. II, pág. 65.
67
Os filetes (os nervos), já Malebranche dizia em 1674 (Em
Busca da Verdade, cap. X, liv. 1º), podem ser excitados de
duas maneiras: quer pela extremidade que está fora do cérebro,
quer pela que se acha no cérebro.
68
Ver Albert de Rochas – Les Forces non Definies.
69
Ver as minhas obras: Os Caprichos e os Fenômenos do
Raio.
70
Esta ação das substâncias tóxicas e medicamentosas e dos
mentais, exteriormente ao corpo, sobre pacientes sensitivos, é
certa. Ver Bourru e Burot – A Sugestão Mental e a Ação a Dis-
tância, Paris, 1887. Há aí a narrativa de numerosas experiên-
cias conduzidas com uma perfeita sagacidade científica.
71
Dr. Liébault – O Sono Provocado e os Estudos Análogos,
nova edição, 1889, pág. 297.
72
J. Ochorowicz – A Sugestão Mental.
73
Fisiologia do Magnetizador, pág. 99.
74
Ochorowicz – A Sugestão Mental, pág. 419.
75
A expressão deve corresponder a “estado de exacerbação
mental”.
76
Annales des Sciences Psychiques, 1893, pág. 331.
77
Annales des Sciences Psychiques, 1894, pág. 268.
78
1857, pág. 185.
79
Memória sobre o Sonambulismo e o Magnetismo Animal,
dirigida em 1820 à Academia de Berlim e publicada com adi-
ções, em 1854.
80
Vide Annales des Sciences Psychiques, 1894, pág. 325.
81
Report on Spiritualism, 1870, traduzido em francês em
1899.
82
O Magnetismo Animal, 1884, Prefácio e pág. 266.
83
Ensaio Filosófico sobre as Probabilidades, 1814, pág. 110.
84
V. E. Gyel – O Ser Subconsciente, págs. 88 e 152.
85
Consultar especialmente: Leuret e Gratiolet, Anatomia
Comparada do Sistema Nervoso, Paris, 1839-1857; Baillarger,
Das Alucinações, Paris, 1846; Brierre de Boismont, Das Aluci-
nações, Paris, 1852; A. Lemoine, Do Sono sob o ponto de vista
Fisiológico e Psicológico, Paris, 1855; Macario, Do Sono, dos
Sonhos e do Sonambulismo, Paris, 1857; Lélut, Fisiologia do
Pensamento, Paris, 1862; Alfred Maury, O Sono e os Sonhos,
Paris, 1862; Liébault, Do Sono e dos Estados Análogos, Paris,
1866; Hervey, Os Sonhos e os meios de os dirigir, Paris, 1867;
Max Simon, O Mundo dos Sonhos, Paris, 1888; Vaschide, C.
R., Acad. de Ciências, 1889, II, pág. 183; F. W. H. Myers, A
Personalidade Humana, Paris, 1905.
86
Max Simon – Le Monde des Rêves, pág. 49.
87
Anatomia Comparada do Sistema Nervoso, t. II, pág. 501.
88
Inquiries Concerning the Intellectual Powers, 1841, pág.
280.
89
Alucinações Telepáticas, pág. 329.
90
Sciences Psychiques, 1891, pág. 215. Encontrar-se-á em
Phantasms of the Living (vol. I, pág. 338, nº 108), um caso
singularmente análogo a esse, em que o cônego Warburton
desperta em sobressalto, vendo seu irmão cair de uma escada.
Comparar também o nº 24 no mesmo volume, pág. 202, e um
sonho do Sr. Drenilhe, descrito no capítulo precedente (carta
543, caso XLVI).
91
Annales des Sciences Psychiques, 1892, pág. 17.
92
Annales des Sciences Psychiques, 1891, pág. 219.
93
Sciences Psychiques, 1895, pág. 279.
94
Procuramos acima dar a tradução dessas belas e incomple-
tas estrofes, que assim estão no original francês:
Du temps où je vivais une vie antérieure,
Du temps où je menais l’existence meilleure,
Dont je ne puis me souvenir,
Alors que je savais les effets et les causes,
Avant ma chute lente et mes métamorphoses
Vers un plus triste devenir;
Du temps où je vivais les hautes existences,
Dont hommes nous n’avons que des reminiscences
Rapides comme des éclairs;
Où peut-ètre j’allais libre à travers l’espace,
Comme un astre laissant voir un instant sa trace
Dans le bleu sombre des éthers...
95
Ver, para esta espécie de sonhos: Suetônio, Vida de Augus-
to; Cícero, Da Adivinhação; Valério Máximo, Dos Sonhos, etc.
96
Arquivos Gerais de Medicina, maio de 1829, pág. 131.
97
Vimos que se passam os dois fenômenos: leitura de pensa-
mento e visão a distância.
98
Descrição da planta: é uma planta herbácea, formando um
buquê de folhas espatuladas assaz largas e muito tenras; de um
verde nem muito claro nem muito carregado, mas antes claro.
A planta com que tem mais analogia é a azeda. As folhas intei-
ramente unidas, sem espinhos, delicadas, contêm um suco de
cor esverdeada muito ativo que é ainda mais abundante na
grande haste de 50 centímetros (da grossura de um dedo e que
se vai adelgaçando), que se eleva no momento da florescência
do meio das folhas. As flores, apenas visíveis em botões aver-
melhados antes do desabrochamento, tornam-se esverdeadas ao
desabrocharem e se apresentam na extremidade e ao longo
dessa grande haste, que é inteiramente desprovida de folhas. A
planta cresce na vertente de uma montanha, na Suíça prova-
velmente...? Desenvolve-se na zona elevada antes das neves;
mais alto se encontra a ranonculus glacialis; prolifera em um
solo avermelhado, seco e friável, onde a vegetação é rara e
acaçapada.
A haste assemelha-se muito à da azeda; floresce uma só vez
no verão, em junho; essa haste permanece até o inverno, quan-
do então seca; as pequeninas flores tornam-se pequenos grãos
negros que se espalham sobre a terra e as folhas morrem; a raiz
subsiste e na primavera as folhas saem da terra.
Provavelmente da família das poligonáceas, planta dicotile-
dônea, talvez da família das Ranonculáceas, o acônito viceja
nos mesmos lugares que ela.
A flor, cujo invólucro é avermelhado antes de abrir-se, tor-
na-se esverdinhada desabrochando. A haste é toda coberta des-
sas flores, que se parecem muito com as de Lapathum.
Apresentaram-lhe alguns dias depois um Polygonum Alpi-
nun do Valais e ela respondeu:
“A planta em questão difere desta que me apresentam, pela
razão de ser a sua flor ainda menor, mais espessa e mais polpu-
da; ela não secaria tão facilmente. Além disso é esverdeada, ao
passo que esta é mais branca.”
A folha é menos pontiaguda e sobretudo mais lenhosa e
mais herbácea. No conjunto, a planta é mais espessa em todas
as suas partes e mesmo em sua extremidade.
99
Sem pôr em dúvida um só instante a sinceridade absoluta
do Dr. Macário, que em todas as circunstâncias constatei, repe-
tirei que é deplorável que este Sr. O. tenha tido o prejuízo de
não ousar subscrever as suas observações e as suas convicções.
Por que essa estreiteza de espírito? Que há nesse sonho que
possa comprometer um homem de bem?
100
Ainda um que não ousa comprometer-se dando seu nome.
101
Esta comunicação é acompanhada de quatro desenhos das
paisagens e monumentos vistos em sonho.
102
Caso de cerebração inconsciente, talvez. Entretanto...
103
Esse sonho está no nível dos que podem ser explicados por
causas conhecidas, pois que, a rigor, pode-se admitir que essa
moça tenha notado aquele moço e que o sonho haja associado
idéias muito naturais. Pode não haver aí mais do que coinci-
dência fortuita.
104
Esse sonho está igualmente no mesmo caso dos premonitó-
rios, como o caso LII. O marechal Maillant estudava então o
plano da tomada de Roma, com o qual ele próprio me entreteve
diversas vezes. Cerebração inconsciente, provavelmente.
105
Essa hipótese não parece necessária. O Sr. Jaubert, magis-
trado aliás muito distinto, tinha uma forte tendência para atri-
buir tudo aos espíritos.
106
Era um armário inglês, como sem dúvida jamais tivesse ela
visto igual.
107
Laplace – Essai analytique sur les probabilités, 1814, pág.
3.