Luto e Serviço Social
Luto e Serviço Social
Luto e Serviço Social
O que é Luto
Tipos de Luto
Não existe tipos de Lutos, existe Luto com maior ou menor intensidade.
Geralmente o Luto está associado a um processo pós-morte que pode ser de uma
pessoa conhecida e muito próximo. Em alguns casos de doenças graves, tanto o
paciente quanto seus familiares vivenciam um Luto ainda em vida.
Hoje se fala muito de morte, mas não se elabora sobre ela, pois as pessoas
assistes diversas tragédias, violências e grandes epidemias, mas nunca acham que
serão atingidas por elas. O ser humano evita a morte como se pudesse viver
eternamente, e esta negação social pode ser uma das razões importantes para que o
Luto seja uma razão que causa tantas angústias.
O Luto não pode ser negado ou disfarçado, é um processo que tanto a pessoa
enlutada como aqueles que estiverem acolhendo esta pessoa não devem fingir, negar
ou disfarçar o assunto. As pessoas devem assumir esta dor, essa tristeza e se permitir
a chorar.
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Não existe um jeito certo de lidar com o Luto, geralmente depende de cada
história ou cada impacto vivido com essa perda. Mas pode-se dizer que para lidar com
essa perda é preciso respeito, respeito de si mesmo com sua dor.
Uma das maiores formas de expressar os sentimentos é através do choro e é
muito comum. Mias existem pessoas que não choram, não falam sobre a perda, não
ficam triste, que voltam a trabalhar logo, tudo isso são formas que os enlutados
encontrar de lidar com o Luto, não há uma jeito correto de lidar com isso. Tudo é uma
questão de tempo, cada um tem um tempo diferente e formar diferentes para lidar com
essa dor.
Sintomas de Luto
Etapas do Luto
1) Negação: quando a pessoa evitar falar, fingir não estar acontecendo e usar sua
estrutura emocional para lutar contra a morte;
3) Barganha: uma negociação que se faz consigo mesmo, com o meio, até com
Deus e outras entidades religiosas, onde entende que não pode mais negar a
ideia de morte, mas ainda tenta desviar os sentimentos para outras ideias,
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4) Depressão: quando já não há mais força emocional, para lutar contra os medos
e a dor da perda e o fim é assumido e encarado;
Não há um tempo certo para cada estágio, nem mesmo é necessário que se
siga a ordem ou que ocorra todos, isso sempre será muito particular a cada caso. O
Luto é um processo de perda, não é uma doença ou síndrome a ser tratada ou curada.
O Luto deve ser vivenciado e não possui padrões, não precisa de tratamento
com remédios, pois não é algo a ser curado, mas ao contrário irá levar em
consideração a estrutura emocional, social, cultural e época de vida daquela pessoa.
Estes são os pontos determinantes para explicar a intensidade ou não de um Luto.
Por isso o processo psicológico é a ajuda profissional mais indicada.
Mas nos casos em que houver reações emocionais com sintomas psíquicos
(crises depressivas, de estresse, de raiva, insônia etc) a consulta a um psiquiatra e o
uso de medicamentos deve ser considerado.
Complicações possíveis
Depende de cada pessoa, não existe um tempo certo para esse processo
acabar, pode durar meses ou anos. Os Lutos de pessoas mais próximas como filhos,
maridos, esposas, mães e pais, costumam ter maior intensidade e a sensação
dolorida de angústia durar entre um a três anos, em média. Os demais casos
costumam levar menos tempo e ter seu pico de tristeza mais nos primeiros meses e
durar até um ano. Mas não podemos padronizar um tempo ou um caso. O Luto não
funciona desta forma e portanto não pode ser entendido dentro de técnicas ou padrões
rígidos e classificatórios.
Enfim, em nossas lembranças, podemos homenagear nossos entes queridos,
podemos compreender que uma saudade que não encerra o Luto, mas o transforma
numa compreensão superior – quanto a falta encontra a paz
Ainda que seja importante que os colegas de trabalho saibam do ocorrido, para
que entendam algumas mudanças em seu comportamento e nas ações da empresa
em relação a ele, sua privacidade nesse momento é fundamental. Cada pessoa lida
com essa dor de maneiras diferentes e é muito importante respeitá-la. Por isso, por
isso é preciso autorização do colaborador enlutado para o repassar uma informação
dessa.
Também é preciso pensar no Luto dos colegas que não pode ser ignorado. É
preciso abrir espaço para esses também possa receber um acolhimento, um
atendimento psicológico, com sessões em grupo e até mesmo individuais, que ajudem
os colaboradores a lidar com a perda e fortalecer o vínculo entre eles. Esse apoio
emocional é fundamental para que as pessoas consigam seguir em frente, sem perder
de vista seus objetivos. A participação do Serviço Social nesse processo é
fundamental, acolhendo e direcionando os trabalhos e tentando manter a motivação.
A morte é um processo cultural, portanto, é preciso “sentir” como a pessoa ou
a família está encarando a situação, como agem diante deste contexto e quais as
dificuldades e necessidades que estão apresentando. Por isso, devemos levar em
consideração a necessidade do profissional trabalhar seus próprios sentimentos, já
que esses são inerentes a qualquer ser humano e não há como negar os sentimentos
nos momentos de intervenção profissional, é preciso “administrar” os seus próprios
sentimentos e emoções, para que possa compreender e suportar o sofrimento do
outro, sem fazer julgamentos e atentando em compreender os comportamentos que
são esperados da família enlutada e os que fogem do que é esperado podendo levar
a complicações mais sérias.
Portanto, se faz necessária a atuação de um profissional de Serviço Social
como mediador na efetivação e garantia dos direitos sociais. Proporcionando
orientações, acompanhamentos, informações aos familiares e funcionários visando
garantir um suporte que venha proporcionar-lhe maior segurança nas decisões,
encaminhar e dar suporte ao enlutado quanto às medidas a serem tomadas depois do
óbito, requerimento de pensão, inventário, anulação de aposentadoria, DPVAT,
seguro de vida, os procedimentos necessários para o velório e sepultamento (que no
caso de morte de funcionário a empresa arca com os custos), os dias de afastamentos
garantido em Lei e etc.
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Todos sabemos que a morte de qualquer parente pode ser muito estressante,
a ponto de romper o equilíbrio familiar, envolve sentimentos profundos e emoções
intensas, que são vividos por longo tempo. Sentimentos de entorpecimento (parece
que não é verdade que aquilo aconteceu), irritabilidade, medo, tristeza, raiva e
desesperança são comuns e normais em determinados momentos da vida das
pessoas, a intensidade do impacto de uma perda na família pode ser influenciada por
diversos fatores.
O impacto da perda na família pode gerar uma crise por conta da necessidade
de seus membros continuarem desempenhando os diversos papéis, com a
sobrecarga do Luto dos demais elementos da família, agravada pelas reações
próprias do luto individual. Um dos aspectos que pode ser considerado problemático
quando se pensa no impacto da morte é a falta de um contexto para a expressão de
sentimentos como culpa e raiva, pois a família como um todo está enlutada, sem
condições para oferecer espaço de manifestações.
O(a) Assistente Social que atua dentro de uma funerária, assim como em uma
empresa ou qualquer outro local, deve se atentar aos cuidados e atenção total às
famílias enlutadas, sem perder de vista a relação de emprego, direcionando a família
às ofertas oferecidas pelo grupo funerário. No entanto, estas duas esferas,
família/empresa não são necessariamente opostas. No ramo funerário essas
expressões perpassam num contexto sócio político neoliberal, como por exemplo a
questão do sucateamento da saúde pública deixando de atender as necessidades
básicas da sociedade civil, limitando as sequelas destas expressões levando em
muitos casos a perda de entes queridos, que, por questões culturais, é sempre negada
pela sociedade, como se tal fato nunca fosse ocorrer em nossas famílias ou até
mesmo conosco, se fazendo necessária, a atuação de um profissional de Serviço
Social como mediador na efetivação e garantia dos direitos sociais.
O Serviço Social tem como finalidade um atendimento visando o bem estar das
famílias, informação e acompanhamento dos mesmos em vida e pós-vida.
Atendimento exclusivo e centralizado aos usuários de acordo com os benefícios
oferecidos pela empresa, como convênios médicos, informações, acompanhamento
em velórios caso haja alguma necessidade, o(a) Assistente Social sempre devem
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tomados; assistência à família quanto às dificuldades que possam ocorrer bem como
avaliar de forma prévia a satisfação com o atendimento.
Também presta atendimento personalizado na entrega do atestado de óbito
objetivando orientar quanto aos procedimentos nesse momento de dor. Oferece
espaço para a discussão dos possíveis medos e angústias, contribuindo para o
alcance do equilíbrio psicossocial, estimulando a harmonia no relacionamento familiar
trabalhando a relação “morte e perda” de maneira simples e aberta em conjunto com
um profissional de psicologia.
Na área saúde pensa-se que o(a) Assistente Social é quem da notícia do óbito,
mais conforme os Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de
Saúde. Esse é um procedimento que não cabe ao Assistente Social e sim a equipe
médica. Esse documento apresenta diversas ações na saúde que são requisitadas ao
Serviço Social, mas que, no entanto, não fazem parte de sua competência, dentre elas
estão a “convocação do responsável para informar sobre alta e óbito; comunicação
de óbito” (CFESS, 2010). Ao Serviço Social cabe o acolhimento social e orientação
referente aos direitos previdenciários e orientações relacionadas ao velório.
O Serviço Social pauta uma intervenção acolhedora, dando legitimidade aos
sentimentos vivenciados pelas familiares, deixando-os a vontade para falarem ou não
sobre a perda. Sua intervenção também acontece no campo dos direitos sociais e
previdenciários, a fim de que essa família tenham conhecimento sobre os mesmos e
possam acessar os direitos legalmente reconhecidos, contribuindo para o exercício
da cidadania desses sujeitos. No diálogo com a família, no que se refere a parte
burocrática de informações, o(a) Assistente Social orienta sobre a necessidade de
retirar a Declaração de Óbito (DO), os procedimentos necessários para o velório,
orienta a família a buscar junto ao seu município o auxílio funerário, quando esta não
indispõe de algum tipo de plano funeral, e busca desenvolver sua prática de forma
cada vez mais humanizada, entendendo que no momento é muito difícil.
Nesse contexto, vale ressaltar a importância da interdisciplinaridade pois, o(a)
Assistente Social junto a outros profissionais ele poderá investir na reconstrução do
cotidiano do sujeito, para atender a essa demanda, como sujeito coletivo.
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REFERÊNCIAS
REDAÇÃO. Luto: frases, imagens, como lidar, e quanto dura. Disponível em:
<https://www.minhavida.com.br/saude/temas/Luto>. Acesso em 24 de ago. 2019.
VITTUDE BLOG. Luto: aprendendo a lidar com a morte e ausência. Disponível em:
< https://www.vittude.com/blog/Luto-aprendendo-a-lidar-com-a-morte/>. Acesso em
24 de ago. 2019.