Como Aumentar o Alcance Do Transmissor FM

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Como aumentar o alcance do transmissor FM

Aviso: Este artigo apresenta um circuito que não pode operar regularmente devido a restrições
que estão sob o controle da Agencia Nacional de Telecomunicações(ANATEL). Portanto, a
matéria publicada aqui tem apenas um objetivo didático. O uso deste material é de total
responsabilidade do leitor.

A transmissão em FM é um assunto que desperta o fascínio em muitas pessoas. Só quem já teve


oportunidade de montar um transmissor e vê-lo funcionando sabe a sensação de prazer
proporcionado por este tipo de projeto. Hoje em dia, existem muitas pessoas que dedicam seus
estudos à transmissão de sinais em rádio frequência e um dos grandes desafios é conseguir um
bom alcance dos sinais irradiados. Este artigo destina-se aos interessados no assunto e que
pretendem estender os seus conhecimentos com as técnicas aqui apresentadas. Evidentemente
este é um tema que envolve muitos conhecimentos que vêm sendo adquiridos desde as primeiras
experiências realizadas com transmissores e que, se abordado a fundo, seria necessária uma
verdadeira enciclopédia com as mais variadas e complexas fórmulas para os inúmeros cálculos
que envolvem circuitos em RF. O que se propõe aqui é explicar, de forma simples e objetiva,
como se dá a irradiação e propagação das ondas eletromagnéticas e quais os recursos para que os
sinais possam ser transferidos para o espaço com maior intensidade.

O oscilador de RF
O circuito mais simples e conhecido para se obter um sinal de rádio frequência é o mostrado na
figura abaixo:

O transistor é o elementro central. Na base temos a polarização e entrada de áudio. O emissor é


conectado ao terra através de um resistor cuja função é limitar a corrente. No coletor temos o
circuito LC onde é feita a sintonia da frequência a ser transmitida e de onde será retirada a
portadora de RF e aplicada à antena. Há também a presença de um capacitor realimentador
ligado entre o coletor e o emissor do transistor. Esta configuração é conhecida como base comum
e é a mais simples para um oscilador de RF. Sua potência é da ordem de alguns miliwatts quando
utilizado o transistor BF 494 ou o 2N2222. Esta mesma configuração admite o uso de outros
transistores mais potentes como o 2N2218 ou o 2N3053 sendo que a potência conseguida gira
em torno de 750 miliwatts. Existem projetos de transmissores de FM onde são usados
transistores BD 135. Apesar deste transistor não ser específico para RF ele é capaz de operar em
altas frequências permitindo o seu uso neste tipo de circuito e fornecendo uma potência razoável.
Teoricamente um transmissor com algumas dezenas de miliwatts pode irradiar o seu sinal a uma
distância perto de uma centena de quilômetros, contudo, para que isto aconteça na prática a coisa
fica um tanto quanto complicada. Primeiramente seria necessário um excelente sistema
irradiante, por exemplo, uma antena direcional com, pelo menos, 16 dB de ganho e perfeitamente
ajustada para a frequência de transmissão. O acoplamento entre transmissor, cabo coaxial e
antena deveriam ser perfeitos, sem perdas, além da localização dos sistemas irradiante e receptor
que deveriam ser privilegiados, sem obstáculos. O sistema receptor também deveria ser dotado
de uma antena receptora com as mesmas características da mencionada no sistema irradiante
além de possuir um bom amplificador de RF e um bom filtro.

Para quem pretende montar um transmissor e obter um bom rendimento do circuito deve-se levar
em conta alguns fatores básicos. Um deles evidentemente é a sua potência, quanto maior a
potência, maior o alcance. Quando se pretende trabalhar com potências acima de 1W, o
transmissor deverá ter uma ou mais etapas amplificadoras de RF. Um oscilador comum,
conforme o que aparece na figura acima, não fornece mais que algumas centenas de miliwatts,
mesmo com transistores mais potentes, além disso, a instabilidade é um outro fator que conta
pontos negativos quando se pretende irradiar um sinal a partir de um simples oscilador. O
acoplamento com a antena também é de fundamental importância. Se a saída de um transmissor
não estiver corretamente acoplada ao cabo e este à antena, haverá perdas bastante significativas
e, no caso de transmissores com maior potência, as etapas de saída poderão queimar-se. Isto
porque parte do sinal que era para ser irradiado volta para o transmissor. O uso de um medidor
de ROE (Relação de ondas estacionárias) nestes casos é indispensável. Para exemplificar
imagine uma bomba de água que é capaz de fornecer 10 litros por segundo e na sua saída é
ligada uma válvula que libera apenas 4 litros por segundo e em seguida um cano que conduz 6
litros por segundo. O resultado não poderia ser outro senão a danificação de um ou mais destes
três elementos. A situação é mais ou menos parecida em um transmissor de FM. Digamos que a
sua saída fornece 300 Watts de potência com uma impedância de 50 ohms e é conectada a um
cabo que suporta 250W com 75 ohms de impedância e por fim a antena que trabalha com uma
potência máxima de 150W e sua impedância é de 50 ohms. Não é difícil imaginar o que
aconteceria neste caso. O correto seria usar o cabo e a antena compatíveis com a saída do
transmissor. Outro fator de extrema importância é a antena que será discutida a seguir.

Antenas
Sem dúvida nenhuma o componente mais crítico em um sistema de transmissão é a antena. Ela é
responsável por transferir o sinal gerado pelo transmissor para o espaço e, portanto, deve estar
perfeitamente calibrada para a frequência de trabalho. Existem inúmeros modelos de antenas
com suas características peculiares e que devem ser levadas em conta quando se pretende montar
um sistema irradiante. A polarização é uma delas. Os sinais de rádio podem ser polarizados
verticalmente ou horizontalmente. Grande parte dos serviços de comunicação usam a polarização
vertical. A polarização horizontal é usada em alguns serviços de comunicação e também pelas
emissoras de televisão. Existe ainda a polarização circular que é adotada pelas emissoras de rádio
FM. A vantagem deste tipo de polarização é que a antena do rádio pode estar tanto na vertical
quanto na horizontal que não ocorrerão perdas na recepção.Se uma estação transmite um sinal
polarizado verticalmente, a antena receptora também deve estar posicionada desta forma, caso
contrário haverá uma perda em torno de 20dB.
Outra característica das antenas que contribui para o bom alcance da portadora gerada por um
transmissor é o seu ganho. Obviamente, quanto maior o ganho, maior o alcance. As conhecidas
antenas plano-terra de 1/4 de onda ou pé-de-galinha, como muitos a chamam, tem um ganho
típico de 0dB. Já as de 5/8 de onda tem um rendimento bem maior, seu ganho gira em torno de
3dB, sendo portanto, mais indicadas para uma maior cobertura. Muitos rádio amadores utilizam
esse tipo de antena em suas estações, o que proporciona uma grande melhoria nas comunicações,
contudo, essas antenas são bem mais caras que as de 1/4 de onda. Via de regra, quanto maior o
ganho, mais cara a antena.

Por fim uma outra característica das antenas de fundamental importância na área de cobertura
proporcionada por um sistema irradiante é o tipo de irradiação. Existem dois tipos:
omnidirecional (não direcional) que irradia o sinal em todas as direções e unidirecional. Esta
última concentra o sinal em uma única direção e é altamente indicada para sistemas de
comunicação a longa distância. Para se ter uma idéia, vamos supor que um transmissor esteja
conectado a uma antena omnidirecional e irradie seu sinal em um raio de 1 Km, este mesmo
transmissor, com uma antena direcional, irradiará o sinal a uma distância de mais de 50 Km,
dependendo das características da antena, porém em uma única direção. Imagine a lâmpada de
uma lanterna que concentra o seu foco de luz em um único ponto, a luminosidade será bem mais
forte nessa direção, do que a luminosidade proporcionada pela mesma lâmapada fora da lanterna
uma vez que ela emite a luz em todas as direções.

Observe nas figuras abaixo os padrões de irradiação de uma antena omnidirecional e outra
unidirecional.

Nas próximas figuras são mostrados alguns dos modelos de antenas mais usados nos diversos
serviços de comunicação
Esta é a famosa plano-terra, ou pé-de-galinha. Ela opera com 1/4 de onda e o seu ganho típico é
de 0dB. É bastante usada em emissoras de rádio comunitárias e também em serviços de
comunicação em VHF. A polarização é vertical.
Esta ilustração representa uma antena de 5/8 de onda. Ela é superior à plano terra, pois o seu
ganho típico é de 3 dB, portanto, a cobertura é maior. Como o próprio nome já diz, ela é
dimensionada para trabalhar com 5/8 de onda da frequência a ser transmitida. Este tipo de antena
é bastante usado nos mais diversos serviços de comunicação em VHF. Sua polarização também é
vertical.

Nesta representação pode-se observar um exemplo de antena direcional do tipo Yagi com 6
elementos cujo ganho é da ordem de 7dB (existem antenas com mais de 15 elementos onde o
ganho pode superar os 16dB) - Obs.: Não confundir com antena de TV. Esta é a antena mais
indicada para quem pretende chegar mais longe, contudo o sinal não é irradiado em todas as
direções, como nos exemplos anteriores. A escolha desta antena pode representar a grande
diferença na qualidade de recepção em locais onde a maioria dos receptores se concentram em
uma determinada área. Ela pode ser polarizada tanto na vertical quanto na horizontal.

Acoplamento
Para que um transmissor transfira todo o seu sinal para uma antena o acoplamento deve ser o
melhor possível e não apenas ligando-se diretamente a antena ao coletor do transistor de saída
como aparece em muitos esquemas. O principal fator que se deve levar em conta é a impedância.
Para transmissores de FM a impedância padrão é de 50 ohms. Existem no mercado alguns tipos
de cabos coaxiais e antenas especialmente projetadas para este fim. Desta forma fica muito mais
fácil a calibração de um sistema transmissor.

Algumas técnicas são usadas para realizar o acoplamento entre o transmissor e o cabo. Os
principais componentes encontrados nestes circuitos são capacitores, trimmers e bobinas que,
além de acoplarem uma etapa à outra funcionam também como filtros reduzindo bastante a
irradiação de harmônicas e espúrias responsáveis por interferências em outros aparelhos.

Nas figuras abaixo se pode observar alguns exemplos comuns de circuitos que são usados para o
acoplamento entre o transmissor e o cabo / antena.

A melhor forma de acoplamento é mostrada na figura seguinte. Nela uma bobina secundária é
enrolada juntamente com a bobina tanque e o sinal enviado a um filtro piEste sistema
representa uma grande vantagem, pois como o sinal é extraído da bobina secundária e esta não
tem ligação direta com o circuito de saída do transmissor, não há transferência direta via coletor,
portanto a impedância característica do circuito de saída não influi sobre as etapas seguintes.
Outra vantagem é que há uma grande redução na interferência do cabo e da antena sobre a saída
do transmissor.

Projetos Práticos
A seguir encontram-se dois projetos de antenas, uma omnidirecional e outra direcional para
serem usadas em transmissores de FM.

1o Projeto: Antena Plano-Terra


O primeiro projeto apresentado é o de uma antena plano-terra omnidirecional. O ganho é de 0dB
e ela poderá melhorar o alcance de seu transmissor caso você use uma antena interna. Ela opera
com 1/4 de onda e não apresenta grandes dificuldades na montagem e no ajuste. A potência
máxima recomendada é de 150 W. O esquema elétrico desta antena é mostrado a seguir.

O elemento irradiante é ligado ao fio central do cabo enquanto os quatros elementros que
formam a terra são ligados à malha do cabo.

A fórmula para se calcular o tamanho dos elementos é bastante simples: C = 75 / Fo. Onde C é o
comprimento dos elementos, 75 é o fator constante para divisão e Fo a frequência de operação. O
resultado é dado em metros.

Para exemplificar vamos supor que você tem um transmissor que opere na frequência de 105,1
MHz. Aplicando a fórmula : C = 75 / 105,1, portanto, C = 0,713606. Arredondando, C = 0,71 m
ou 71 cm.

A próxima figura ilustra um exemplo da antena montada.


Aqui nota-se a posição dos quatro elementos que formam o terra em um ângulo de 45 graus em
relação ao mastro. Desta forma, a impedância é de 50 ohms.

2o Projeto: Antena direcional de 4 elementos


Este projeto é mais indicado para aqueles que já detêm uma certa experiência em RF, visto que o
bom desempenho vai depender fundamentalmente dos ajustes. Trata-se de uma antena direcional
formada por quatro elementros cujo ganho é de 5 dB. O acoplador é do tipo Gama Match o que
garante uma ótima transferência de sinal e o correto ajuste da impedância que deve ser de 50
ohms. A potência máxima para esta antena é de 100 W.
A seguir encontra-se o esquema elétrico.

Como você pode observar, existe um conector que recebe o sinal do cabo e o aplica à antena. O
pino central é ligado a um trimmer de 0 - 60 pF que por sua vez é ligado ao elemento irradiante
através de um tubo de menores proporções. Este conjunto forma o Gama Match. Note que os
elementos são aterrados, inclusive o irradiante. Todos são ligados à gôndola metálica que é
ligada ao terra do conector. Na próxima figura é possível ver como fica a antena montada.

Observe as conexões dos elementos e do Gama Match. Os elementos são fixados por meio de
parafusos. Abaixo o Gama Match é visto em detalhes.

Agora vamos às fórmulas para se calcular o tamanho e o espaçamento entre os elementos.

Comprimento do elemento irradiante: C = 142,5 / fo. C é o comprimento, 142,5 o fator constante


e fo a frequência de operação.

 Refletor: 0,49 . (Comprimento de onda, ou seja, 300 / fo)


 1o Diretor (a partir do irradiante): 0,43 . 
 2o Diretor: 0,40 . 
 Espaçamento entre os elementos
 Refletor / irradiante: 0,25 . 
 Irradiante / 1o diretor: 0,15 . 
 Irradiante / 2o diretor: 0,15 . 
 Gama Match
 Ponto A: 0,01 . 
 Ponto B: 0,06 . 

Apesar das fórmulas fornecerem uma indicação precisa dos tamanhos e espaçamentos entre os
elementos de uma antena há sempre a direfença entre a teoria e a prática e, em se tratando de RF,
essa diferença é bastante presente. A recomendação é que antes de montar definitivamente a
antena os elementos e o Gama Match sejam dotados de algum mecanismo que permita a variação
tanto do tamanho como dos espaçamentos entre si.

O auxílio de um medidor de intensidade de campo e de um medidor de ROE são indispensáveis


para o melhor ajuste neste tipo de antena, principalmente quando o transmissor tiver uma
potência razoável.

Para aqueles que não se sentiram animados a montar esta antena, existe no mercado uma antena
direcional para FM que também poderá ser usada, contudo, sua impedância é de 75 ohms, logo o
cabo também deverá ser de 75 ohms (cabo coaxial para TV), assim como a saída do transmissor.

Com estas informações aqueles que estudam o assunto terão uma ferramenta a mais no
desenvolvimento de seus projetos.

Se você gostou e quer ir mais a fundo nos estudos, existe um bom livro, em inglês, chamado
Antenna's Hand Book, ele traz uma série de informações e fórmulas para quem pretende
construir antenas. É um tanto quanto técnico e também é difícil de se encontrar, mas é uma
ferramenta bastante útil. Uma outra dica são os sites sobre antenas. No Brasil existem páginas de
rádio amadores que trazem muitas informações.

Circuito Básico de Rádio Receptor AM


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O que mais me atraiu para a eletrônica foi o RF, e minha primeira montagem foi um rádio
receptor de AM e a segunda um micro transmissor de FM. Me lembro que o circuito
do receptor de AM foi publicado na revista Saber Eletrônica, mas infelizmente não me recordo a
edição, e com quase certeza, pela característica do esquema é do grande mestre Newton C
Braga ( que tem um site muito útil para os amantes da eletrônica).
Aqui vou publicar esse mesmo esquema de receptor de AM que montei, ele usa 3 transistores
comuns, tem uma boa sensibilidade e seletividade, principalmente para as estações de rádio
local.

Essa é uma ótima maneira de começar na eletrônica, pois ver um rádio que você mesmo
construiu, começar a funcionar é uma sensação indescritível. Eu hoje estou em um projeto de
um rádio Galena ( Cristal ), com componentes antigos, acho legal voltar as origens. Um esquema
mais interessante é o do primeiro rádio transistorizado o Regency TR-1

Rádio Receptor AM

Circuito
Básico de Rádio Receptor AM

Algumas modificações podem melhorar o rádio, como substituir R2 por um potenciômetro de 10


k Ohms, assim você vai ter um controle do volume.

Pela simplicidade algumas regras devem ser seguidas, como o diodo D1 que seria mais
proveitoso usar os modelos de germânio, aqueles com encapsulamento transparente de vidro,
como o 1n34, 1n60, etc. A antena pode ser feita com um pedaço de fio, que deve ter no minimo 2
metros, mas uma antena com mais de 20 metros seria o ideal para uma melhor recepção.

A Antena
A antena para captar estações mais distantes pode ser um long wire (fio longo) ou dipolo. No
caso da long Wire o rádio tem que ser bem aterrado, seja via tomado ou um terra verdadeiro.
Veja sobre aterramento no artigo Terra artificial eletrônico.

A Bobina

A bobina deste radio está descrita abaixo, são 10 voltas no primário e 70+20 voltas no
secundário, em um bastão de ferrite com + ou – 1 cm de diâmetro. O fio pode ser comum, de
cobre esmaltado de 28 AWG, mas para um desempenho melhor recomendo usar fio litz, pois
esse fio reduz perdas por diversos “efeitos” em frequências de até cerca de 1 MHz.

Antena AM

Devido a configuração simples no amplificador, o transistor de saída, um BD135 deve ser ligado
a um dissipador de calor, que pode ser pequeno, não esqueça de usar pasta térmica para um
maior contato entre o transistor e o dissipador.

A alimentação é de 6 Volts, que pode ser feita por pilhas, baterias ou uma fonte de boa qualidade
para evitar ruídos.

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