MANUAL DE

FORMAÇÃO
ÁREA DE FORMAÇÃO: 621 PRODUÇÃO AGRÍCOLA E ANIMAL
DESIGNAÇÃO DO REFERENCIAL: RFA OPERADOR/A AGRÍCOLA – HORTICULTURA/FRUTICULTURA
TIPOLOGIA DE INTERVENÇÃO: 6.2
NÍVEL DE FORMAÇÃO: NÍVEL 2

COMPONENTE DE FORMAÇÃO: TECNOLÓGICA

BOTÂNICA AGRÍCOLA
DURAÇÃO: 50 HORAS

FORMADOR(A): ISABEL
CARVALHO

DATA DE INÍCIO: 09/12/2015

DATA DE FIM: 04/02/2016

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TIPOLOGIA DE INTERVENÇÃO: 6.2

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1

DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................. 2

1. Plantas anuais vs bianuais ............................................................................. 2

2. Classificação das plantas ................................................................................ 2
3. Morfologia das plantas .................................................................................... 4
3.1. Raíz .................................................................................................................................... 5
3.2. Caule .................................................................................................................................. 5
3.3. Folha.................................................................................................................................. 8
3.3.1. Processos químicos ............................................................................................. 12
3.3.2. Circulação de água e sais minerais nas plantas ....................................... 14
3.4. Flor ..................................................................................................................................... 15
3.5. Fruto .................................................................................................................................. 17
3.6. Semente ........................................................................................................................... 18
3.6.1. Germinação............................................................................................................. 20
3.6.2. Estados fenológicos............................................................................................. 20
4. Chaves dicotómicas .......................................................................................... 21
4.1. Chave dicotómica da raiz .......................................................................................... 21
4.2. Chave dicotómica da folha ....................................................................................... 22
4.3. Chave dicotómica do caule....................................................................................... 22
4.4. Exercícios de aplicação .............................................................................................. 22
5. Famílias Botânicas ............................................................................................ 24
5.1. Família das plantas...................................................................................................... 25
6. Nutrição das plantas ........................................................................................ 25
6.1. Nutrientes assimiláveis ............................................................................................. 27

CONCLUSÃO............................................................................................ 23

BIBLIOGRAFIA....................................................................................... 24
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INTRODUÇÃO

O presente manual, é realizado no âmbito da Unidade de Formação de Curta Duração, Botânica Agrícola,
componente tecnológica do curso Operador Agrícola – Horticultura/Fruticultura

As plantas são muito importantes para a vida de todos nós. As plantas podem viver na água, na terra e no
ar.

As plantas participam nas nossas vidas de inúmeras maneiras: são fontes de alimento, fornecem fibras
para vestuários; madeira para mobiliário, abrigo e combustível; papel para livros; temperos para culinária;
medicamento, perfumes e o oxigénio que respiramos.

As plantas são purificadoras do ar que respirámos, as suas folhas largam o oxigénio que o ser humano, os
animais e mesmo as plantas precisam para respirar. Sem as plantas não seria possível viver na Terra.

As plantas são seres vivos com clorofila, capazes de produzir o seu próprio alimento a partir da água e sais
minerais, na presença da energia solar e dióxido de carbono, libertando oxigénio

A palavra botânica vem do grego botané, que significa planta. É o estudo científico da vida das plantas e
das algas
Ciência das Plantas ou Biologia Vegetal. Estuda o crescimento, a reprodução, o metabolismo, o
desenvolvimento, as doenças e a evolução da vida das plantas.

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DESENVOLVIMENTO

1. PLANTAS ANUAIS VS PLANTAS BIANUAIS

As plantas, consoante as suas características genéticas, podem ser anuais ou bianuais.

Plantas anuais
Como o seu próprio nome indica, as plantas anuais são aquelas que num só ano são semeadas, florescem,
dão sementes e morrem (geralmente no início da época fria). Dependendo da espécie a que pertencem, são
semeadas no princípio do ano em vasos, resguardadas das condições atmosféricas, ou diretamente no solo se
puderem resistir ao frio. Por plantas anuais temos: salvas, girassóis, couves, alfaces, tomate, aboboras, etc.

Plantas bianuais
As plantas bianuais caracterizam-se por florescer durante a Primavera ou Verão no seu segundo ano. Por
isso, devem ser semeadas no final da Primavera ou durante o Verão. Alguns exemplos de plantas bianuais são:
melões, morangos, cravos, amores-perfeitos.

2. CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS

As plantas podem classificar-se em:

- Briófitas

- Pteridófitas

- Angiospermas
- Gimnospermas
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As Briófitas são plantas pequenas, geralmente com alguns poucos centímetros de altura, que vivem
preferencialmente em locais húmidos e sombreados (ex. musgo). São caracterizadas por não terem vasos
condutores, a seiva é transportada pela planta por difusão.

As Pteridófitas são plantas vasculares que não possuem sementes. O cormo (órgão subterrâneo) é
composto por raiz, caule e folhas. Incluem as avencas, fetos, cavalinha. Tem sistema de condução que transporta
a seiva das raízes até as folhas.

As gimnospermas são plantas vasculares que produzem flores e sementes, mas são sementes nuas (não
são envolvidas pelo fruto). Dependem da água para reprodução. Existem duas espécies de
gimnospermas: monoicas e dioicas.

A principal característica das angiospermas é a presença das flores e dos frutos. São vasculares, e
possuem raiz, caule e folhas. Não dependem da água para reprodução. Existem dois tipos de angiospermas:
monocotiledóneas e dicotiledóneas
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A B

Diferenças entre plantas angiospermas (A) e gimnospermas (B)

3. MORFOLOGIA DAS PLANTAS

As plantas são constituídas por diferentes órgãos os quais denominamos em anatomia vegetal de
morfologia da planta. Assim sendo, as plantas na sua constituição têm como principais órgãos: raiz, caule, folha,
flor, fruto e semente.
Cada órgão, desempenha uma ou várias funções vitais na planta.

semente
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Cada órgão da planta, desempenha uma função:
Raiz: fixação no solo; absorção de água e sais minerais
Caule: sustentação das partes aéreas da planta; ligação entre as raízes e folhas;
Folha: fotossíntese, transpiração e trocas gasosas;
Flor: reprodução;
Fruto: dispersão das sementes;
Semente: proteção do embrião e armazenamento de substâncias nutritivas;

3.1. Raiz

Órgão da planta que tipicamente se encontra abaixo da superfície do solo.

A raiz das plantas tem como principais funções a fixação da planta ao solo, absorção de água e minerais,
acumulação de substâncias de reserva e a circulação de seiva.
Podemos encontrar plantas cujas raízes se encontram dentro de água - raízes aquáticas. Outras raízes
situam-se ao longo do caule ajudando a planta a fixar-se - raízes aéreas. No entanto, a maioria das plantas tem
raízes localizadas no solo, a maior ou menor profundidade - raízes subterrâneas.

As raízes podem classificar-se em:

• Raiz aprumada (fig. A)

• Raiz aprumada tuberculosa (fig. B)
• Raiz fasciculada (fig. C)
• Raiz fasciculada tuberculosa (fig. D)

3.2. Caule

O caule é a parte da planta que faz a ligação entre a raiz e as folhas.

O caule tem como funções principais:

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• estabelecer a comunicação entre a raiz e as folhas permitindo a circulação de seiva.

• servir de suporte às folhas, flores e frutos proporcionando-lhes uma disposição favorável para o
desempenho das suas funções.
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O caule é constituído por:

• Nó: local onde se inserem as folhas.
• Entrenó: porção entre os nós.
• Gomos ou gemas: estrutura que origina novos ramos ou folhas

Quanto à localização os caules podem ser:

• Aéreos
• Subterrâneos
• Aquáticos

Exemplos de caules aéreos

TRONCO - São geralmente cónicos, crescem COLMO - Tem forma cilíndrica com nós maciços
verticalmente e ramificando-se na parte e entrenós ocos. Ex. Cana, Milho, Cevada.
superior. Ex. Amendoeira, Choupo
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ESPIQUE - Têm forma cilíndrica e não SARMENTO - Caule lenhoso, flexível, delgado e
apresentam ramificações. Têm folhas apenas na alongado. Ex. Videira
extremidade superior. Ex. Palmeira

Exemplos de caules subterrâneos

RIZOMA- caules levemente cilíndricos, que se BOLBO - estrutura complexa subterrânea,

desenvolvem paralelos ao solo, podendo composto por uma gema terminal denominada
emitir ramos aéreos a partir da gema apical ou de prato, suculentos, que armazenam substâncias
das gemas laterais. Ex. Lírio, Morangueiro de reserva. Ex Cebola, Tulipa

TUBERCULO - Caules volumosos, em geral não

alongados, ricos em substâncias de reserva. Ex.
Batata
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Quanto à consistência os caules podem classificar-se em:

• Herbáceos - geralmente verdes, flexíveis e pouco rígidos.

• Lenhosos - são rígidos, muito lenhificados.
• Carnudos ou suculentos – são volumosos, acumulam água e substâncias de reserva

3.3. Folha
A folha é um dos órgãos mais importantes da planta, pois é nela que a planta irá fabricar o seu próprio
alimento (açúcar) através da fotossíntese. As folhas podem ser subterrâneas, aquáticas ou aéreas
A folha é constituída por bainha, limbo e pecíolo. Se não possui um destes constituintes a folha é
incompleta, mas se possuir todos é completa. O limbo é uma estrutura laminar com uma página superior de cor
mais escura e brilhante e uma página inferior mais clara. O limbo é atravessado por nervuras por onde circula a
seiva da planta. O pecíolo, normalmente de forma cilíndrica, é a parte da folha que liga o limbo à bainha. A
bainha une o pecíolo ao caule.
As funções principais da folha são:

• a produção do alimento para a planta, através da fotossíntese;

• a realização de trocas gasosas com o meio ambiente, respiração e transpiração;
• servir como órgão de proteção e de acumulação de substâncias de reserva.

As folhas podem classificar-se quanto:

• à constituição
• à nervação
• à inserção
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• ao recorte
• à duração
• à forma do limbo
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• Quanto à constituição:

limbo

folíolo
pecíolo
Pentafoliada Trifoliada
bainha

Parapinulada Imparapinulada Digitada

Folha Simples Folha Recomposta
Folhas Compostas

• Quanto à nervação

Nervuras simples - as nervuras não são ramificadas ou essa ramificação é pouco visível

Uninérvia Paralelinérvia

Nervuras ramificadas - as nervuras principais são ramificadas

Penivérvia
Palminérvia
• Quanto à inserção:
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• Quanto ao recorte:

Sem recorte Recorte marginal

Folha inteira Serrada Dentada Crenada

Recorte profundo

Lobada Fendida Partida

• Quanto à duração:
Persistentes ou perenes - a planta têm folhas durante todo o ano

Caduca - a planta perde as folhas durante o Outono e Inverno

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• Quanto à forma do limbo

3.3.1. Processos químicos realizados pela folha

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A folha é o órgão das plantas responsável pelos processos químicos: transpiração, fotossíntese e
circulação de água e sais minerais. Os processos químicos, são denominados por trocas gasosas uma vez que são
permutados entre si, os gases dióxido de carbono e oxigénio.
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TRANSPIRAÇÃO
De toda a água absorvida pelo sistema radicular apenas uma pequena fração fica retida na planta. A
maior parte é evaporada pela parte aérea para o ar circundante A esta perda de água pelas plantas, na forma de
vapor, dá-se o nome de transpiração. As plantas são purificadoras do ar que respirámos. As suas folhas largam o
oxigénio que o ser humano, os animais e mesmo as plantas precisam para respirar.
A transpiração das plantas, é perda de água na forma de vapor pelas folhas. Fatores que influenciam a
transpiração:

- Luz solar,

- Humidade relativa do ar
- Temperatura
- Água disponível no solo

- Vento

FOTOSSÍNTESE

Todas as plantas são capazes de produzir o seu próprio alimento, através de um processo que chamamos
de fotossíntese. As plantas precisam de três ingredientes básicos para realizar a fotossíntese: a luz solar, a água e
o dióxido de carbono (CO2).
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RESPIRAÇÃO

Durante o processo de respiração as plantas, retiram oxigénio ao ar e libertam dióxido de carbono.

Fatores que influenciam a respiração:
- Substrato vegetal (nutrição das plantas)

- Temperatura (aumenta a respiração)

- Oxigénio
- Dióxido de carbono

3.3.2. Circulação de água e sais minerais nas plantas

O processo de absorção de água e sais minerais nas plantas, pode ser realizado em dois sentidos. A
circulação de água e sais minerais nas plantas é feita através da:

- Seiva bruta

- Seiva elaborada

A seiva bruta é constituída por água e sais minerais dissolvidos. É absorvida pela raiz e circula desta até às
folhas. A seiva bruta tem sentido ascendente (raiz
folhas)

Nas folhas, com a presença da energia luminosa, a planta vai elaborar o seu próprio alimento - a seiva
elaborada. A seiva elaborada movimenta-se, no sentido descendente (folhas
restantes partes da planta).
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O xilema transporta seiva bruta (água e sais minerais) enquanto que o floema transporta a seiva
elaborada pela folha.

3.4. Flor
A flor é o sistema reprodutor de uma planta (gimnospermas e angiospermas). É nela que ocorre a
fecundação, ou seja, a união de uma célula sexual masculina com uma feminina. Depois da fecundação, nas
angiospermas, formam-se frutos e sementes. A semente contém o embrião, que dará origem a uma nova planta,
da mesma espécie daquela da qual se originou.

A flor é uma estrutura bastante complexa com funções de reprodução, formada basicamente a partir de
folhas modificadas. À reprodução das plantas com flor chama-se reprodução sexuada.

Uma flor é constituída por:

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• Cálice

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O cálice é formado por um conjunto de folhas modificadas, as sépalas, quase sempre verdes. Em algumas
flores, como o cravo, as sépalas são unidas, formando uma peça única. Em outras, como a rosa, elas são
separadas.

• Corola
A corola é a parte geralmente mais bonita e colorida da flor. Constitui-se de folhas modificadas chamadas
pétalas. Como as sépalas, também as pétalas podem ser unidas (campânula) ou separadas (cravo e rosa).

O conjunto formado pelo cálice e pela corola é chamado perianto. Ele envolve e protege os órgãos
reprodutores da flor, o androceu e o gineceu.

• Androceu

O androceu é o órgão masculino da flor. Compõe-se de uma ou várias pecinhas alongadas, os estames.
Cada estame é formado de antera, filete e conectivo.
 Antera - Região dilatada que se situa na ponta do estame; é aí que se formam os grãos de pólen; o
pólen é o pozinho amarelo que você pode ver facilmente no miolo das flores e é uma estrutura reprodutora
masculina.
 Filete - Haste que sustenta a antera.
 Conectivo - Região onde se ligam o filete e a antera.

• Gineceu
O gineceu é o órgão feminino da flor. Constitui-se de um ou mais carpelos. Os carpelos são folhas
modificadas e possuem estigma, estilete e ovário.

 Estigma - Parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade superior; possui um líquido
pegajoso que contribui para a fixação do grão de pólen.
 Estilete - Tubo estreito que liga o estigma ao ovário.
 Ovário - Parte dilatada do carpelo, geralmente oval, onde se formam os óvulos.

A flor que possui apenas o androceu é uma flor masculina. A flor feminina tem apenas o gineceu. Se os
dois órgãos reprodutores estiverem presentes na flor, ela é hermafrodita. Página 15 de 30

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A função da flor é muito importante, pois é a parte das plantas que assegura a reprodução. É nas flores
que se dá a fecundação originando as sementes que, mais tarde, irão dar origem a novas plantas.
Cada constituinte da flor, desempenha funções diferentes:

• Órgãos de proteção
 Sépalas
 Pétalas

• Órgãos de suporte
 Pedúnculo
 Receptáculo

• Órgãos de reprodução
 Masculinos (Antera e o Filete)
 Femininos (Estigma, Estilete e o Ovário)

3.5. Fruto
Após a fecundação inicia-se a formação do fruto. O pericarpo é formado a partir do tecido das paredes do
ovário. A semente tem origem no óvulo depois de fecundado e nos tecidos adjacentes a este. O fruto resulta da
proliferação dos tecidos do ovário de pois da fecundação.

A principal função do fruto é a proteção e dispersão das sementes.

Nalguns casos inclui também tecidos do receptáculo e de peças do invólucro floral, nomeadamente do
cálice.

Nos frutos podemos distinguir três tipos de tecidos, do exterior para o interior: epicarpo, mesocarpo e
endocarpo. No conjunto estes tecidos formam o pericarpo. O fruto, na sua totalidade é formado por pericarpo e
semente.

O pericarpo divide-se em três zonas:

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Exocarpo ou Epicarpo - É a parte externa do fruto. Normalmente é constituído por uma película delgada
de resistência variável.

Mesocarpo - É a parte intermédia de pericarpo, em frutos carnudos constitui a polpa.

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Endocarpo - È a camada mais interna. Envolve diretamente as sementes e serve para a sua proteção.

Em alguns casos é uma zona de consistência muito dura formando o chamado caroço. Noutros casos é
muito ténue e está intimamente ligado à semente.

Quanto à origem:

Frutos simples - desenvolvem-se a partir de uma só flor que tem um único carpelo ou vários carpelos
aderentes (soldados) entre si. Ex: ervilha, tomate, laranja, vagem, cereja.

Frutos múltiplos - frutos provenientes de uma só flor com gineceu pluricarpelar. Neste caso os carpelos
são livres, não se encontram aderentes entre si. Cada carpelo dá origem a um fruto ficando todos juntos. Ex:
morango, magnólia.

Frutos complexos ou pseudofrutos - frutos que se formam a partir do tecido do ovário e de outras partes
da flor. São característicos de flores com ovário ínfero. Ex: melancia, maçã.

Infrutescências - têm origem numa inflorescência. Todas as flores contribuem para o desenvolvimento de
uma estrutura que parece um só fruto mas que na realidade é formada por muitos frutos. Ex: Ananás, figo.

3.6. Semente

A semente é a formação dos vegetais superiores isto é, o óvulo fecundado e desenvolvido.

Tem origem a partir do desenvolvimento do óvulo após a fecundação.
No seu interior encontra-se o embrião, que após a germinação dará origem a uma nova planta.
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Partes da semente:
 Tegumento
 Amêndoa
 Embrião
 Albúmen

• Tegumento: é o mesmo que casca, protege a semente;

• Amêndoa: é a parte principal da semente, é formada pelo albúmen e pelo embrião;
• Embrião: responsável pela origem do novo vegetal, quando há germinação da semente;
• Albúmen: é a reserva alimentar acumulada na semente;

Outro constituinte da semente, são os Cotilédones. Os cotilédones são as primeiras folhas que surgem
dos embriões durante a germinação das sementes . As sementes das monocotiledóneas possuem apenas um
.
cotilédone, enquanto as dicotiledóneas possuem dois. Nas gimnospérmicas, o número de cotilédones é variável
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Disseminação (dispersão) das sementes - são muitos os fatores que favorecem ou participam
diretamente neste fenómeno:
- Vento
- Água
- Animais do campo
- Pássaros
- Próprio fruto
- Homem

Funções da semente
 garantir a proteção do embrião;
 fornecer-lhe os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento inicial, quando acontece a
germinação;
 A importância de uma semente está intimamente relacionada com a reprodução e dispersão de uma
planta.

3.6.1. Germinação

Entende-se por germinação o processo inicial do crescimento de uma planta a partir de uma semente ou
esporo. A germinação representa o crescimento do embrião. A germinação é influenciada pelo meio:
 Água
 Luz
 Temperatura
 Tipo de solo
 Exigências nutricionais

A germinação pode ser de 2 tipos, consoante o comportamento dos cotilédones:

 Epígea - os cotilédones elevam-se acima do solo, como por exemplo o feijão.

 Hipógea - os cotilédones permanecem no solo, como por exemplo o milho.
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3.6.2. Estados fenológicos de uma planta

A fenologia pode ser definida como o estudo dos eventos periódicos da vida da planta em função da sua
reação às condições do ambiente. A maioria das plantas, apresenta os seguintes estados fenológicos:

 Plantio – germinação
 Fase vegetativa – crescimento e afilhamento
 Fase reprodutiva –florescimento, frutificação e colheita

4. CHAVES DICOTÓMICAS

Uma chave dicotómica é um sistema a partir do qual se consegue classificar algo, apenas respondendo a
questões possíveis de serem respondidas a partir da observação.

Ou seja, conseguimos classificar algo (dar o nome, dizer o que é), sem realmente saber o que é!
A partir de uma questão, são-nos dadas duas opções opostas. Ao escolher uma delas, somos enviados
para outra questão, até que finalmente se chegue a uma classificação.

Este sistema é utilizado principalmente na classificação dos seres vivos, facilitando a organização da
informação.
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4.1. CHAVE DICOTÓMICA – raiz

4.2. CHAVE DICOTÓMICA – caule

4.3. CHAVE DICOTÓMICA - folha quanto à nervação

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4.4. CHAVE DICOTÓMICA - exercícios de aplicação

• EXERCICIO: com base na chave dicotómica classificar as raízes apresentadas:

• EXERCICIO: com base na chave dicotómica classificar os caules apresentados:

• EXERCICIO: com base na chave dicotómica classificar as folhas apresentadas:

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TRABALHO PRÁTICO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÓRGÃOS DAS PLANTAS E APLICAÇÃO DE CHAVES

DICOTÓMICAS - HERBÁRIO

5. FAMÍLIAS BOTÂNICAS
A família das plantas é a categoria de maior importância para a botânica. Quando se está interessado em
classificar um material botânico procura-se conhecer a sua família.
O nome da família é constituído pelo radical do nome do género de maior representatividade (em
números ou popularidade) de espécies da família a que pertence, acrescido da terminação "-
aceae" (no português: "-áceas").
Exemplo: género representativo Brassica mais o sufixo "-aceae", logo a família será Brassicaceae.

ANTIGO ATUAL

Compositae Asteraceae

Cruciferae Brassicaceae

Gramineae Poaceae

Gutiferae Clusiaceae

Labiatae Lamiaceae

Leguminosae Fabaceae

Palmae Arecaceae
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Umbelliferae Apiaceae

Mod.004/00

AÇÃO FINANCIADA PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU E ESTADO PORTUGUÊS

 MANUAL DE FORMAÇÃO MÓDULO:
621 – PRODUÇÃO AGRÍCOLA E ANIMAL BOTÂNICA AGRÍCOLA
TIPOLOGIA DE INTERVENÇÃO: 6.2

Classificação segundo o código internacional de nomenclatura botânica:

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA

CONCEITOS-BASE SISTEMÁTICA · TAXONOMIA · CLADÍSTICA · CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA · FILOGENIA

TÁXON DOMÍNIO · REINO · FILO · DIVISÃO · CLASSE · ORDEM · FAMÍLIA · GÉNERO · ESPÉCIE · SUBESPÉCIE · CULTIVAR

CONCEITOS ORGANISMO · TÁXON · CLADO · FENÉTICA · ÁRVORE FILOGENÉTICA · ORIGEM COMUM · TAXONOMIA DE
ASSOCIADOS LINEU · ZOOTAXONOMIA · SISTEMA DOS TRÊS DOMÍNIOS · TIPO

NORMAS NOMENCLATURA BINOMIAL · CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA · CÓDIGO INTERNACIONAL

DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA · CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA DE BACTÉRIAS · CÓDIGO
INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA DE PLANTAS CULTIVADAS · CLASSIFICAÇÃO DOS
VÍRUS · PHYLOCODE · BIOCODE

5.1. Família das plantas

Tal como os humanos, as plantas também tem família. A finalidade de agrupar as plantas por família é
para que dentro do mesmo sistema sejam levadas as considerações das características morfológicas e externas,
as relações genéticas e as afinidades das mesmas. Alguns exemplos de famílias de plantas:
 família das Apiáceas - Aipo, cenoura, coentros, pastinaca, salsa
 família das Aliáceas e Asparagáceas - alho, alho francês (alho porro), cebola, espargos
 família das Asteráceas - Alface
 família das Brassicáceas - Agriões, couves, mizuna, mostardas, nabo, rabanete, rúcula
 família das Cucurbitáceas - Abóbora, aboborinha (courgette), melancia, melão, pepino
 família das Fabáceas - Ervilha, fava, feijão verde
 família das Quenopodiáceas - Acelga, beterraba de mesa, beterraba sacarina, espinafre
 família das Rosáceas - Morangueiro
 família das Solanáceas - Batata, beringela, pimento, tomate

6. NUTRIÇÃO DAS PLANTAS

Os Nutrientes, são os elementos de que as plantas necessitam nos seus processos vitais. São divididos em
macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são aqueles requeridos em grandes quantidades: C -
carbono, H - Hidrogénio, O - oxigénio; N - azoto; P - fósforo; K - potássio; Ca - cálcio; Mg-magnésio e S -enxofre.
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Os micronutrientes, são aqueles requeridos em pequenas quantidades: Cl - cloro; Fe -ferro; Cu - cobre; Zn - zinco;
Mn - manganês; B - boro; Mo - molibdénio e Co-cobalto.

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TIPOLOGIA DE INTERVENÇÃO: 6.2

NUTRIENTES ESSENCIAIS PARA AS PLANTAS

Nutrientes fornecidos pelo
ar e pela água Nutrientes captados no solo

Não-Minerais Macronutrientes Macronutrientes Micronutrientes

Primários Secundários
Carbono (C) Azoto (N) Cálcio (Ca) Boro (B)
Hidrogénio (H) Fósforo (P) Enxofre (S) Cloro (Cl)
Oxigénio (O) Potássio (K) Magnésio (Mg) Cobalto (Co)
Cobre (Cu)
Ferro (Fe)
Manganês (Mn)
Molibdénio (Mo)
Níquel (Ni)
Zinco (Zn)
Fonte: Newsletter Inverno 09/10, www.bosk.pt

Funções dos Nutrientes Essenciais às Plantas

Elemento Função na Planta

Azoto Promove o crescimento rápido, formação de clorofila e síntese proteica.

Fósforo Estimula o crescimento radicular. Acelera a maturidade. Estimula a floração e

auxilia na formação de semente
Potássio Aumenta a resistência à sede e às doenças. Aumenta a resistência dos caules e dos
ramos. Aumenta a qualidade dos grãos e das sementes.
Cálcio Melhora a formação de raízes, dureza do caule e o vigor. Aumenta a resistência a
doenças na fase de plântula
Magnésio Auxilia na formação de clorofila e no metabolismo do fósforo. Ajuda a regular a
absorção dos nutrientes.
Enxofre Impõe uma coloração verde escura. Estimula a produção de sementes.

Boro Aminoácidos, vitaminas. Auxilia no transporte dos hidratos de carbono e na divisão

celular.
Cobre Enzimas e reacções com luz.

Ferro Formação de clorofila.

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Manganês Reacções de oxi-redução. Acelera a germinação e a maturação.

Zinco Auxinas, enzimas.

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Molibdénio 621 – PRODUÇÃO
Auxilia na fixação de azoto e assimilação AGRÍCOLA E ANIMAL
de nitratos. BOTÂNICA AGRÍCOLA
TIPOLOGIA DE INTERVENÇÃO: 6.2
Cobalto Essencial para a fixação do azoto.

Níquel Engrossamento dos grãos. Viabilidade das sementes.

Cloro Utilização da água.

Oxigénio Componente da maioria dos compostos da planta.

Hidrogénio Componente da maioria dos compostos da planta.

Carbono Componente da maioria dos compostos da planta.

6.1. Nutrientes Assimiláveis

São os nutrientes que a planta assimila (absorve) do solo através da água de rega. Os nutrientes podem
existir no solo ou então temos que os facultar às plantas através da adubação orgânica (resíduos de
compostagem ou verdes) ou química (adubos).

O teor de m.o. no solo é um fator primordial para o bom crescimento e desempenho de uma planta.

São os restos dos seres vivos (plantas, resíduos orgânicos e animais) em decomposição que
posteriormente serão utilizados como fertilizante natural no solo

CONCLUSÃO
O presente manual é realizado na UFCD de botânica agrícola, do curso de Operador Agrícola –
Horticultura/Fruticultura e tem como objetivos os formandos saberem identificar morfologicamente a
constituição da planta e as principais funções fisiológicas de cada órgão.
É fundamental, em agricultura identificar a planta por um todo. A constituição das partes de uma planta e
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as funções vitais das mesmas, são um fator de sucesso na produtividade.

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A botânica, é a ciência que estuda vida das plantas que vai desde a reprodução, metabolismo,
crescimento, desenvolvimento, doenças e evolução.
Pode-se então afirmar, que os formandos tiveram a oportunidade de conhecer e identificar os órgãos das
plantas bem como, estudar as funções vitais que cada órgão desempenha.
Os formandos, aprenderam ainda, a nutrição das plantas pois existem nutrientes na natureza e outros
tem que ser o Homem a fornecer à planta. Os nutrientes dividem-se em macro e micro nutrientes, sendo que os
macronutrientes são aqueles que a planta necessita em maior quantidade para ao seu desenvolvimento
enquanto os micronutrientes são aqueles que a planta requer em menor quantidade mas são indispensáveis e de
igual modo importantes.

Ao longo do presente módulo, foram realizadas diversas fichas de trabalho, uma experiência sobre a
germinação das sementes e um herbário com a aplicação dos conteúdos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Nissen, Dorte; Planta de interior – Guia essencial para escolher e cuidar de plantas de interior, de estufas
e de jardins de inverno; Lisma editores; 2005;

Brookes, John; 101 Sugestões - Plantas de interior; Civilização Editores; 2ª Edição, Lisboa 2007;

Carvalho, Isabel; Manual de apoio à UFCD – Tratamento de Plantas e animais; Dezembro 2013;
Formaconde – Formação Profissional, Lda; Porto;

Carvalho, Isabel; Textos de apoio ao Curso CEF Arte Floral – Arranjos Florais Simples; ano letivo 2011-12;
Escola EB23 Napoleão Sousa Marques - Trofa;

Carvalho, Isabel; Manual de apoio à UFCD – Tratamento de Plantas e animais do Curso EFA – Técnico de
apoio à família; Junho 2010; Escola EB23 de Castelo de Neiva;

Vários autores; Pesquisas bibliográfica na Internet; Fichas de avaliação de Ciências Naturais do 5º e 6º

anos;
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