A Importância Do Treinamento de Pais Como Recurso para Aumento Da Adesão Ao Tratamento Cognitivo Comportamental Infantil No Transtorno de Oposição Desafiante.
A Importância Do Treinamento de Pais Como Recurso para Aumento Da Adesão Ao Tratamento Cognitivo Comportamental Infantil No Transtorno de Oposição Desafiante.
A Importância Do Treinamento de Pais Como Recurso para Aumento Da Adesão Ao Tratamento Cognitivo Comportamental Infantil No Transtorno de Oposição Desafiante.
Resumo
Abstract
The present article searches through a bibliographical review to study the low adherence to
treatment in cases of Oppositional Defiant Disorder. In this regard, it was Cognitive Behavioral
Therapy, more specifically the Parent Training as an intervention model that guarantees
greater family involvement in the therapeutic process and as a consequence, greater
adherence to the treatment and improve the prognosis
1
Faculdade UniRedentor , Pós-graduação em Terapia Cognitiva Comportamental com Criança e
Adolescente, São Paulo - SP, [email protected]
Muitas vezes o TOD é entendido pelos pais como uma fase comportamental transitória
da criança, adiando a busca por ajuda profissional e possibilitando que assuma maior
gravidade e passe a se associar a outros transtornos psicológicos ou até mesmo evoluir par
um transtorno de conduta (FILHO, 2018).
Segundo Luiselli (2005), não existe uma teoria uniforme da etiologia do transtorno.
Aponta uma série de evidências de que o TOD é constituído e mantido pelas formas de
interação entre a criança e os adultos significativos de seu convívio. O autor em uma revisão
da literatura sobre o tema, afirma que os sintomas apresentados pela criança com TOD podem
estar relacionados a uma base genética ou constitucional. Há um padrão de comportamento
observado em pais de crianças com TOD: imaturidade, labilidade emocional, hostilidade e
falta de experiência para realizar a educação dos filhos.
De acordo com o DSM-5 (APA, 2014), em famílias nas quais o cuidado da criança é
realizado por diversos cuidadores ou quando as práticas educativas parentais são agressivas,
inconsistentes ou negligentes, o TOD é mais prevalente.
2 METODOLOGIA
3 ABORDAGENS DE TRATAMENTO
Uma das técnicas utilizadas na TCC é a psicoeducação que tem a importante função
de orientar o paciente e sua família em diversos aspectos, desde a prevalência e existência
de doenças e seus sintomas até o planejamento terapêutico (Beck, 2013).
Zolet (2017) indica técnicas de time out, psicoeducação sobre emoções e técnicas de
controle da raiva como ferramentas úteis para cuidadores administrarem questões cotidianas
de crianças com TOD.
4 TREINAMENTO DE PAIS
O Treinamento de Pais (TP) é uma técnica utilizada nos últimos 25 anos para o
tratamento de problemas comportamentais, segundo Caminha e Caminha apud MacMahon,
2008. Os autores apontam, que os estudos e evidências da importância do TP se deram à
partir do reconhecimento de que o estilo parental, o contexto e estrutura familiar tem efeito
duradouro no desenvolvimento dos filhos e que realizar ações com os pais promoveriam um
desenvolvimento mais sadio e mais adaptado em crianças que apresentam problemas de
comportamento.
Segundo Brestan & Eyberg, 1998; Gardner, Shaw, Dishion, Burton & Supplee, 2007
Eyberg, Nelson & Boggs, (2008, apud LOBO, FLACH e ANDRETTA, 2011), o treinamento de
pais é apontado como a modalidade de tratamento melhor estabelecida para o tratamento de
transtornos disruptivos em crianças.
Para Farmer et al. (2002, apud FIGUEIREDO, 2015) os tratamentos que enfocam a
criança, e também a orientação de pais, surtem os melhores resultados.
Bolsoni-Silva, Silveira & Maturano (2008, apud WESTPHAL & HABIGZANG, 2016)
salienta que a avaliação diagnóstica é um pré-requisito para quaisquer processos
interventivos. Sugere a avaliação dos pais e posteriormente a observação dos pais em
interação com a criança.
Barth (2009, apud WESTPHAL & HABIGZANG, 2016) aponta que o foco do TP
deve ser auxiliar os pais a desenvolverem expectativas mais realistas e adequadas em
relação aos seus filhos, propiciar psicoeducação capaz de promover aumento da empatia,
introdução da disciplina positiva e diminuição de condutas aversivas (agressivas físicas
ou verbalmente).
Friedberg & McClure, 2004; Kendall, 2006; Eyberg, Nelson, & Boggs, 2008; Pearl
(2009, apud LOBO, FLACH e ANDRETTA, 2011) destacam diversos benefícios do
engajamento dos pais na psicoterapia infantil e enfatizam a relação destes com a eficácia do
tratamento.
5 O CONCEITO DE ADESÃO
Conforme apontam Garfield (1994, apud SILVARES E PEREIRA, 2012), estima-se que
a desistência nas psicoterapias se situa em torno de cinquenta por cento. Apontam ainda que
o termo adesão envolve assiduidade e o seguimento às recomendações terapêuticas.
Peck (1977, apud SILVARES E PEREIRA, 2012) define adesão como a “extensão na
qual o comportamento de um paciente coincide com a prescrição clínica”.
Friberg & Scherman (2005, apud MORAES, ROLIM & COSTA JR, 2009) apontam que
o conceito de adesão pressupõe uma parceria entre quem é cuidado e cuidador. Tem a
perspectiva de cuidado partindo do conceito de intervenção participativa de ensino (incluindo
informação dos usuários, atualização dos profissionais, tipo de procedimento, efeitos
colaterais e duração do tratamento) e acompanhamento do processo saúde/doença do
paciente.
Haynes, McDonald, Garg & Montague (2002, apud SILVARES E PEREIRA, 2012)
citam uma revisão da Cochrane que investigou 30 estudos buscando medir a eficácia de
contratos verbais ou escritos entre profissionais de saúde e seus pacientes. Não foram
encontrados efeitos a longo prazo em questões relacionadas a adesão nessa pesquisa.
Nagu e Wolfe (1984, apud SILVARES E PEREIRA, 2012) mostram que a adesão está
positivamente associada com a satisfação do paciente.
6 CONCLUSÃO
Nesta revisão bibliográfica foi possível identificar estudos que apontam a importância
da qualidade da interação pais/criança como um fator de risco além de um indicador
prognóstico. Entre as principais causas ambientais estariam práticas agressivas,
inconsistentes, negligentes e multiplicidade de cuidadores.
REFERÊNCIAS
COELHO, Marilia Velasco; MURTA, Sheila Giardini. Treinamento de pais em grupo: um relato
de experiência. Estud. psicol. Campinas, v. 24, n. 3, p. 333-341, set. 2007. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103166X2007000300005&lng=en&
nrm=iso>. Acesso em: 02 mai. 2019.
APA. Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed,
2014.
FRIEDBERG, R. D., MCCLURE, J.M. & Garcia, J. H. Técnicas de terapia cognitiva para
crianças e adolescentes: Ferramentas para aprimorar a prática. Porto Alegre: Artmed,
2011.
FRIEDBERG, R., & MCCLURE, J. A prática clínica de terapia cognitiva com crianças e
adolescentes. Porto Alegre: Artmed, 2004.
MORAES, Antônio Bento Alves de; ROLIM, Gustavo Sattolo; COSTA JR., Aderson Luiz. O
processo de adesão numa perspectiva analítico comportamental. Rev. bras. ter. comport.
cogn., São Paulo, 2009. Disponível em
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151755452009000200009&lng=
pt&nrm=iso>. Acesso em: 01 mai 2019.
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