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Capítulo 7

Misturas de Gás e Vapor


e Condicionamento de Ar
Objetivos

Estudar os fundamentos da Psicrometria, que é a Termodinâmica


das misturas de ar e vapor d’água.

Avaliar algumas aplicações da Psicrometria em processos de


Condicionamento de Ar
7.1. Ar Seco e Ar Atmosférico
Composição e Propriedades Termodinâmicas

Oxigênio (O2)
Nitrogênio (N2)
Argônio (Ar) + Vapor d’água (H2O) + Poluentes (CO, SO2)
Gás carbônico (CO2)

“Ar seco”

(fixa) (variável) (variável)

ATMOSFERA PADRÃO = AR SECO +VAPOR D’ÁGUA

(Mistura de dois componentes: “a” e “s”)


7.1. Ar Seco e Ar Atmosférico
Composição e Propriedades Termodinâmicas

Frações molares (ar seco): 20,95% (O2), 78,09% (N2), 0,93% (Ar), 0,03% (CO2)

4
Massa molecular (aparente) do ar seco: M a = ∑ yi M i = 28,966 kg kmol
i =1

Ru 8,314 kJ kmol.K kJ
Ra = = = 0,287
M a 28,966 kg kmol kg.K

kJ
cPa ≅ 1,005
kg.K
7.1. Ar Seco e Ar Atmosférico
Para uma mistura de dois gases ideais

p = pa + p s

H = Ha + Hs
s

Em condições típicas de condicionamento de ar,


as frações de vapor d’água na mistura são pequenas,
de modo que a pressão parcial do vapor é baixa

Qual é a conseqüência disso?


7.1. Ar Seco e Ar Atmosférico
O vapor pode ser considerado gás ideal!

Condições típicas de A/C


-10oC < T < 50oC
ps < 12 kPa
7.1. Ar Seco e Ar Atmosférico
O vapor pode ser considerado gás ideal!

Ru 8,314 kJ kmol.K kJ
Rs = = = 0,462
M s 18,015 kg kmol kg.K
7.2. Linha de Saturação e Ponto de Orvalho
Temperatura de orvalho

Para o resfriamento a uma pressão constante, é a


temperatura em que o vapor d’água presente no ar começa
a condensar (1ª gota de orvalho)
7.2. Linha de Saturação e Ponto de Orvalho
Temperatura de orvalho

Como o vapor d’água no ar atmosférico se comporta como um gás ideal, a interação


entre as moléculas do ar seco e do vapor d’água é pequena.

Assim, a temperatura de orvalho pode ser calculada a partir de:

Tdp ( ps ) ≅ Tsat ,H 2O ( ps )
Tabela de saturação da água
7.2. Linha de Saturação e Ponto de Orvalho
Curva de saturação da água
7.2. Linha de Saturação e Ponto de Orvalho
O conceito de ar sub-saturado, saturado e seco

O ar é dito sub-saturado se

ps < psat ,H 2O (T )

O ar é dito saturado se

ps = psat ,H 2O (T )
7.3. Umidade Relativa
A umidade relativa do ar é razão entre a massa de vapor na mistura e aquela
necessária para produzir uma mistura saturada à mesma temperatura

⎛ ms ⎞
φ = ⎜⎜ ⎟ ×100
⎟ [%]
⎝ ms , sat ⎠T

psV ps ,satV
Como o vapor é um gás ideal: ms = ms ,sat =
RsT RsT
Substituindo:

⎛ ps ⎞
φ = ⎜⎜ ⎟ ×100
⎟ [%]
⎝ p s , sat ⎠ p ,T
7.3. Umidade Relativa

a
φ=
b

b
a

temperatura de orvalho umidade relativa


7.4. Umidade Absoluta
A umidade absoluta é razão entre a massa de vapor d’água e a massa de
ar seco na mistura

ms
ω=
ma

psV paV
Como os componentes são gases ideais: ms = ma =
RsT RaT
Ra ps
Substituindo: ω =
Rs pa

Introduzindo os valores numéricos das constantes dos gases:

ps
ω = 0,622 [kg(s)/kg(a)]
( p − ps )
7.4. Umidade Absoluta
Agora que se conhece uma relação entre ω e ps, é possível substituir a
ordenada do gráfico da linha de saturação

sat.

φ = cte.
7.5. Exemplo
Condensação nas janelas de uma casa

Durante o inverno, com freqüência ocorre condensação


nas superfícies internas das janelas devido às tempera-
ras mais baixas junto às superfícies das mesmas.

Considere uma casa contendo ar a 20oC e 75% de umi-


dade relativa. Qual a temperatura das janelas na qual a
umidade do ar começará a se condensar sobre as suas
superfícies internas?
7.5. Exemplo
Solução:

O vapor vai começar a se condensar quando a tempera-


tura da janela atingir a temperatura de orvalho cor-
respondente à pressão parcial do vapor no interior
da casa.

Tdp ( ps ) = Tsat ,H 2O ( ps )
onde:

( )
ps = φ psat ,H 2O 20 o C = 0,75 ⋅ 2,3392 kPa
= 1,754 kPa
Assim:
o
Tdp ( ps ) = Tsat,H2O ( ps ) = 15,4 C
7.6. Entalpia Específica
Para gases ideais, a entalpia absoluta da mistura é igual à soma das
entalpias dos componentes

H = Ha + Hs [kJ]
ma h = ma ha + ms hs
ma ms
h= ha + hs
ma ma
h = ha + ωhs [kJ kg (a ) ]
entalpia específica da mistura
(na base do ar seco)
7.6. Entalpia Específica
A base do ar seco

Em Psicrometria, as propriedades intensivas são calculadas por unidade


de massa de ar seco.

A razão para isto deve-se ao fato da massa de vapor d’água, e


conseqüentemente a massa da mistura, poder variar durante a realização
de um processo.

Ex.: processo de umidificação ou desumidificação.


7.6. Entalpia Específica
Escrevendo as entalpias específicas em função da temperatura

h = ha + ωhs [kJ kg (a ) ]

Para o ar seco, a referência é a entalpia do ar a 0o C

ha − href = cPa (T − Tref )

[kJ/kg(a)]
ha = 1,005T

Temperatura em oC!
7.6. Entalpia Específica

Para o vapor d’água, a referência é a entalpia do líquido saturado a 0o C

hs − href = hlv,0o C + cPs (T − Tref )

hs = 2500,9 + 1,82 T [kJ/kg(s)]

Temperatura em oC!
7.6. Entalpia Específica
Somando as duas entalpias: ar seco e vapor d’água

h = ha + ωhs [kJ kg (a ) ]

h = cPaT + ω(hlv,0o C + cPsT )

h = 1,005T + ω (2500,9 + 1,82T )


Temperatura em oC!
7.7. Volume Específico
volume ocupado pela mistura 3
v= [m kg (a ) ]
massa de ar seco

como Vmist = Va = Vs
s
RaT
temos v = va =
pa

RaT
Assim v = va =
( p − ps )
7.8. Exemplo

Uma sala de 5 m x 5 m x 3 m contém ar a 25o C e 100 kPa


e a uma umidade relativa de 75%. Determine (a) a pressão
parcial do ar seco, (b) a umidade absoluta, (c) a entalpia
específica e (d) as massas de ar seco e vapor d’água na sala.

Solução:

(a) pa = p − p s
onde

( )
ps = φ psat 25 o C = 0,75 ⋅ 3,1698 = 2,38 kPa

pa = p − ps = 100 − 2,38 = 97,62 kPa


7.8. Exemplo

ps
(b) ω = 0,622
( p − ps )
0,622 ⋅ 2,38 kg (v )
= = 0,0152
(100 − 2,38) kg (a )

(c) h = cPaT + ω(hlv,0o C + cPsT )


h = 1,005 ⋅ 25 + 0,0152(2500,9 + 1,82 ⋅ 25)
kJ
= 63,8
kg (a )
7.8. Exemplo

(d) Vsala = Va = Vs = 5 ⋅ 5 ⋅ 3 = 75 m 3

paVa 97,62 ⋅ 75
ma = = = 85,61 kg
RaT 0,287 ⋅ 298

psVs 2,38 ⋅ 75
ms = = = 1,30 kg
RsT 0,462 ⋅ 298
7.9. Saturação Adiabática e TBU

Para caracterizar o estado termodinâmico de uma mistura binária, é preciso determinar


3 propriedades intensivas

Em condicionamento de ar, a pressão total e a temperatura são de fácil medição


(simples, barata e direta). Porém, o mesmo não pode ser dito para as
umidades absoluta e relativa e para a entalpia

O conceito de saturação adiabática fornece uma terceira propriedade, de uma forma


simples e com baixo custo
7.9. Saturação Adiabática e TBU

Saturador adiabático:

Canal longo, termicamente isolado,


onde há uma ampla área de
contato entre o ar e o
reservatório de água

O ar entra a uma temperatura T1 conhecida, e ω1 não é conhecida.


Parte da água se evapora, de modo a saturar a mistura (ω aumenta).
A temperatura do sistema diminui, pois calor é necessário para vaporizar a água.
Se a área de contato ar-água for grande, o ar sai saturado (φ2 = 100%).
A temperatura de equilíbrio do sistema (T2) é a chamada Temperatura de Saturação Adiabática.
A água de reposição é inserida à mesma taxa de evaporação e à T2.
7.9. Saturação Adiabática e TBU
Caminho do processo em um diagrama T-s para o vapor d’água
7.9. Saturação Adiabática e TBU
Balanços de massa e energia no saturador adiabático

Balanço de massa:

m a1 = m a 2 (ar seco)

m w1 + m rep = m w2
m aω1 + m rep = m aω2

m rep = m a (ω2 − ω1 ) (vapor d’água)


7.9. Saturação Adiabática e TBU
Balanço de energia:

m a h1 + m rep hl ,T2 = m a h2
Como

m rep = m a (ω2 − ω1 )
h1 = cPaT1 + ω1hs ,1
h2 = cPaT2 + ω2 hs , 2
Substituindo e manipulando algebricamente chega-se a (sem prova matemática):

cPm
ω2 − ω1 = (T1 − T2 )
hlv, 2
Obs.: Esta expressão é mais conveniente
que a do livro!
7.9. Saturação Adiabática e TBU

cPm
ω2 − ω1 = (T1 − T2 )
hlv, 2

onde: hlv, 2 = entalpia de vaporização da água a T2


cPm = cPa + ω1cPs (da mistura)

como ω1 << 1 ∴ cPm ≈ cPa

cPa
ω2 − ω1 = (T1 − T2 )
hlv, 2
7.9. Saturação Adiabática e TBU
cPa
ω2 − ω1 = (T1 − T2 )
hlv, 2

como o ar sai saturado na saída do saturador:

φ2 = 100 % ∴ ps = ps , sat (T2 )

Assim, a umidade absoluta na saída pode ser calculada por:

ps , sat (T2 )
ω2 = 0,622
p − ps , sat (T2 )
7.9. Saturação Adiabática e TBU

Uma maneira prática de se estimar a temperatura


de saturação adiabática é através do
termômetro de bulbo úmido

Quando o ar sub-saturado escoa sobre a mecha úmida,


a água se evapora e a temperatura cai.

A perda de calor latente pela evaporação da água é


igual ao ganho de calor sensível do ar.

A temperatura resultante deste processo de


transferência de calor e de massa é a
temperatura de bulbo úmido (TBU).
7.9. Saturação Adiabática e TBU

Para uma dada pressão total, as duas propriedades restantes


para se caracterizar um estado termodinâmico podem ser
obtidas através de um psicrômetro.

O psicrômetro fornece uma leitura da temperatura, aqui


chamada de temperatura de bulbo seco (TBS) e da
temperatura de bulbo úmido (TBU)

Psicrômetro giratório
7.10. Exemplo

As temperaturas de bulbo seco e de bulbo úmido do ar atmosférico


à pressão de 1 atm (101,325 kPa) são medidas por um psicrômetro
giratório. Seus valores são iguais a 25oC e 15oC, respectivamente.

Determine (a) a umidade absoluta, (b) a umidade relativa e


(c) a entalpia específica do ar.

Solução:

(a) a umidade absoluta é obtida da equação do processo de saturação


adiabática

cPa
ω2 − ω1 = (T1 − T2 )
hlv, 2
7.10. Exemplo
cPa
ω2 − ω1 = (T1 − T2 ) onde: T1 = TBS = 25oC
hlv, 2 T2 = TBU = 15oC
cPa = 1,005 kJ/kg.K
hlv,2 = hlv(15oC) = 2465,4 kJ/kg

e ps , sat (T2 ) 1,7057 kPa


ω2 = 0,622 = 0,622
p − ps , sat (T2 ) (101,325 − 1,7057 )kPa
kg (s )
= 0,01065
kg (a )
Substituindo:
kg (s )
ω1 = 0,00653
kg (a )
7.10. Exemplo
ps ,1 onde: T1 = TBS = 25oC
(b) a umidade relativa é dada por: φ1 =
ps , sat (T1 ) ps,sat(T1) = 3,1698 kPa

ps1
Mas (da definição de umidade absoluta): ω1 = 0,622
p − ps1
p ω1
Temos que: ps1 =
(0,622 + ω1 )
Substituindo os valores e calculando ps1 e φ1, temos: φ1 = 0,332
(c) a entalpia específica é dada por: h1 = cPaT1 + ω1 (hlv,0o C + cPsT1 )
h1 = 1,005 ⋅ 25 + 0,00653(2500,9 + 1,82 ⋅ 25)
kJ
= 41,8
kg (a )
7.11. Carta Psicrométrica

A carta psicrométrica é um diagrama que relaciona


as propriedades termodinâmicas do ar úmido
a uma determinada pressão total
7.11. Carta Psicrométrica
7.11. Carta Psicrométrica

Para o ar saturado, as temperaturas de bulbo seco,


bulbo úmido e de ponto de orvalho são iguais.
7.12. Exemplo

Considere uma sala com ar a 1 atm, 35oC (TBS) e umidade


relativa de 40%. Usando a carta psicrométrica, determine:

(a) a umidade absoluta


(b) a entalpia
(c) a temperatura de bulbo úmido
(d) a temperatura do ponto de orvalho
(e) o volume específico

Solução:

(a) 0,0142 kg(s)/kg(a)
(b) 71,5 kJ/kg(a)
(c) 24oC
(d) 19,4oC
(e) 0,893 m3/kg(a)
7.13. Noções de Conforto Térmico
São 3 os principais fatores que controlam o conforto

Temperatura de bulbo seco (entre 22 e 27oC)


Umidade relativa (entre 40 e 60%)
Movimentação do ar (Var ~ 15 m/min)

Outros fatores

Pureza (limpeza) do ar
Odores
Ruídos
Radiação solar
7.14. Processos de Condicionamento de Ar

A maioria dos processos de condicionamento de ar pode ser


modelada como processos em regime permanente. ω
Os principais processos podem ser descritos na carta
psicrométrica conforme mostra a figura ao lado.

∑ m = ∑ m
in
a
out
a

m w + ∑ m aω = ∑ m aω
in out

Q in + Win + m w hw + ∑ m a h = ∑ m a h
in out T
7.14.1. Aquecimento

No processo de aquecimento, a umidade absoluta


permanece constante.

Como a TBS aumenta, a umidade relativa diminui.

ω = cte. (balanço de massa de água)

Q in = m a (h2 − h1 ) (balanço de energia)

Como a umidade absoluta é constante, o balanço de energia se simplifica para:

Q in = m a cPm (T2 − T1 )
7.14.2. Resfriamento

Cooling
No processo de resfriamento puro, a umidade absoluta
permanece constante.

>

Como a TBS diminui, a umidade relativa aumenta.

ω = cte. (balanço de massa de água)

Q out = m a cPm (T2 − T1 ) (balanço de energia)

(Tcoil > Tdp)


7.14.3. Aquecimento e umidificação

Neste processo, o objetivo e aumentar a temperatura e


a umidade absoluta do ar

Entre 1 e 2, só TBS aumenta e ω permanece fixo.

Entre 2 e 3, ocorre um aumento de ω. Porém TBS pode


aumentar, diminuir ou permanecer constante,
dependendo do estado físico da
água de injeção.
ω

Se a injeção for de vapor superaquecido: TBS aumenta. 3l 3v

Se a injeção for de água líquida: TBS diminui.

1 2

T
7.14.4. Exemplo

Um sistema toma ar externo a 10oC e 30% de umidade


relativa a uma vazão constante de 45 m3/min e o con-
diciona até 25oC e 60% de umidade relativa.

Primeiro, o ar externo é aquecido até 22oC e, em segui-


da, umidificado pela injeção de vapor d’água na seção
de umidificação.

Considerando que o processo ocorra a 100 kPa, determine:

(a) A taxa de calor fornecida ao ar na seção de aquecimento

(b) A vazão mássica de vapor necessária na seção de


umidificação
7.14.4. Exemplo
Solução:

(a) Balanço de energia na seção de aquecimento.

Q in = m a cPm (T2 − T1 )
onde: V1
m a = cPm = cPa + ω1cPs
v1
Calculando pelas relações psicrométricas:

( )
ps1 = φ1 ps.sat 10 o C = 0,3 ⋅1,2281 kPa = 0,368 kPa
ps1 kg (s )
ω1 = 0,622 = 0,0023
p − ps1 kg (a )
RaT1 m3
v1 = = 0,815
( p − ps1 ) kg (a )
7.14.4. Exemplo
Substituindo (calculando a vazão e o cpm):

 kJ
Qin = 673
min
(b) o balanço de massa na seção de umidificação fornece:

m w,in = m a (ω3 − ω2 )
onde ω1 = ω2
(
ps 3 = φ3 ps.sat 25o C )
ps 3 kg (s )
ω3 = 0,622 = 0,01206
p − ps 3 kg (a )

kg
Assim: m w = 0,539
min
7.14.5. Resfriamento Evaporativo

O resfriamento evaporativo é um processo


que se baseia no calor latente de vaporização
da água.

A força motriz é a diferença de umidade


absoluta entre a superfície úmida e a corrente
de ar.

Quanto maior a diferença entre as umidades


absolutas, maior a taxa de evaporação e maior
a quantidade de calor removida.

Jarra porosa
7.14.5. Resfriamento Evaporativo

O resfriamento evaporativo é utilizado para


o condicionamento de ar em climas secos.

O processo é quase idêntico ao de


saturação adiabática. Por isso, na
carta psicrométrica, ele é descrito por
uma linha de TBU constante
7.14.6. Refriamento e desumidificação

Quando a mistura é resfriada abaixo


da temperatura de orvalho, há a
formação de condensado.

Durante a condensação, supõe-se que o o ar


permaneça saturado (umidade relativa de 100%).
7.14.7. Exemplo
Ar entra em um condicionador de ar de janela a 1 atm,
30oC (TBS), 80% de umidade relativa e com uma
vazão de 10 m3/min. A temperatura de saída do ar é
14oC, e parte do vapor contido no ar se condensa e
é removida a 14oC. Determine as taxas de remoção de
calor e de umidade do ar.

Solução (balanços de massa e energia):

m w,out = m a (ω1 − ω2 )
Q out = m a (h1 − h2 ) − m w,out hl ,14o C
7.14.7. Exemplo
m w,out = m a (ω1 − ω2 )
Q out = m a (h1 − h2 ) − m w,out hl ,14o C

onde
V1 kJ
m a = , hl ,14o C = 58,8
v1 kg
Da carta:
kJ kJ
h1 = 85,4 h2 = 39,3
kg (a ) kg (a )
kg (s ) kg (s )
ω1 = 0,0216 ω2 = 0,0100
kg (a ) kg (a )
m3
v1 = 0,889
kg (a )
7.14.7. Exemplo

m w,out = m a (ω1 − ω2 )
Q out = m a (h1 − h2 ) − m w,out hl ,14o C

Substituindo:

 kJ
Qout = 511
min
kg
m w,out = 0,131
min
7.14.8. Mistura adiabática de duas correntes

Em muitas instalações de condicionamento de ar de


médio e grande porte, é necessário misturar correntes
de ar a diferentes condições (processos de renovação e
reciclagem do ar).

Supondo não haver transferência de calor com o meio


externo, realização de trabalho e que o processo de
mistura é em regime permanente, temos:

m a ,1 + m a , 2 = m a ,3
ω1m a ,1 + ω2 m a , 2 = ω3m a ,3
h1m a ,1 + h2 m a , 2 = h3 m a ,3
7.14.8. Mistura adiabática de duas correntes

 a , 3 das relações acima, temos:


Eliminando m

m a ,1 ω2 − ω3 h2 − h3
= =
m a , 2 ω3 − ω1 h3 − h1

Na mistura adiabática de duas corrente 1 e 2,


o estado da corrente resultante 3 encontra-se
sobre a linha reta que une os estados 1 e 2 na
carta psicrométrica

A relação entre as vazões é igual à relação


entre as distâncias entre os pontos.
7.14.9. Exemplo
O ar saturado que sai da seção de resfriamento de um sistema
de condicionamento de ar a 14oC e com vazão de 50 m3/min
é misturado adiabaticamente com ar externo a 32oC e umidade
relativa de 60%, cuja corrente possui vazão de 20m3/min.
Assumindo uma pressão de 1 atm, determine a umidade
absoluta, a umidade relativa, a temperatura de bulbo seco e
a vazão volumétrica da mistura.

Solução:
Da carta:
kJ kJ
h1 = 39,4 h2 = 79,0
kg (a ) kg (a )
kg (s ) kg (s )
ω1 = 0,010 ω2 = 0,0182
kg (a ) kg (a )
m3 m3
v1 = 0,826 v2 = 0,889
kg (a ) kg (a )
7.14.9. Exemplo
As vazões mássicas de ar seco são:

V1 kg V2 kg
m a1 = = 60,5 m a 2 = = 22,5
v1 min v2 min
m a 3 = m a1 + m a 2 = 83 kg/min
Assim:
m a ,1 ω2 − ω3 h2 − h3
= =
m a , 2 ω3 − ω1 h3 − h1
60,5 0,0182 − ω3 79,0 − h3
= =
22,5 ω3 − 0,010 h3 − 39,4
kJ kg (s )
h3 = 50,1 ω3 = 0,0122
kg (a ) kg (a )
7.14.9. Exemplo
Da carta (com a entalpia e a umidade):

o m3
T3 = 19 C φ3 = 0,89 v3 = 0,844
kg (a )

A vazão volumétrica é dada por:

V3 = m a 3v3 = 70,1 m 3 /min


7.15. Torres de arrefecimento

São resfriadores evaporativos fechados

corrente induzida corrente natural


7.16. Exemplo
Água de resfriamento sai do condensador de uma usina
e entra em uma torre de arrefecimento a 35oC com uma
vazão de 100 kg/s. A água é resfriada até 22oC na torre
pelo ar que entra a 1 atm, 20oC e 60% de umidade
relativa. O ar deixa a torre saturado a 30oC. Desprezando
a potência do ventilador, determine:

(a) a vazão volumétrica de ar entrando na torre


(b) a vazão mássica da água de reposição

Solução:

Considerando a torre como o sistema:

m a1 = m a 2 (= m a ) (ar seco)
m w3 + m aω1 = m w 4 + m aω2 (umidade)
m w3h3 + m a h1 = m w 4 h4 + m a h2 (energia)
7.16. Exemplo
Avaliando a conservação da água:

m w3 − m w 4 = m rep = m a (ω2 − ω1 ) (1)

E a conservação da energia:

 w3 (h3 − h4 ) = m
m  a (h2 − h1 ) − m
 rep h4 (2)

Substituindo (1) em (2):

m w3 (h3 − h4 )
m a =
(h2 − h1 ) − (ω2 − ω1 )h4
Sabe-se que: kJ
h3 = hl ,35o C = 146,64
kg
Tab. Sat.
kJ m rep = m w3 − m w 4
h4 = hl , 22o C = 92,28
kg
7.16. Exemplo
Da carta:
kJ kJ
h1 = 42,2 h2 = 100,0
kg (a ) kg (a )
kg (s ) kg (s )
ω1 = 0,087 ω2 = 0,0273
kg (a ) kg (a )
m3
v1 = 0,842
kg (a )

Substituindo:

m a = 96,9 kg/s

m rep = m w3 − m w 4
7.16. Exemplo
A vazão volumétrica é dada por:

V1 = m a v1 = 81,6 m 3 /s

A vazão da água de reposição é:

m rep = m a (ω2 − ω1 ) = 1,80 kg/s

m rep = m w3 − m w 4

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