Biblioteconomia, Documentação e Ciência Da Informação

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Biblioteconomia p/ Senado Federal (Analista Legislativo -


Biblioteconomia) - 2019
Janaina Costa

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Janaina Costa
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1 INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA ............................................................................. 2


1.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 2
1.2. AS PRIMEIRAS DISCIPLINAS. .................................................................................................. 12
1.3. QUESTÕES DE CONCURSO. .................................................................................................... 18
2 A INFORMAÇÃO E A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. ........................................................ 20
2.1. O PARADIGMA DO ACERVO. ................................................................................................. 20
2.2. O PARADIGMA DA INFORMAÇÃO. ........................................................................................ 26
2.3. GESTÃO DA INFORMAÇÃO. ................................................................................................... 28
1.4. GESTÃO DO CONHECIMENTO. .............................................................................................. 38
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3 HISTÓRIA DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. ................................................................... 41
3.1. ENTENDIMENTO EPISTEMOLÓGICO. ..................................................................................... 41
3.2. ATIVIDADES DE FIXAÇÃO. ...................................................................................................... 46
3.3. - QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................... 48
6 LISTA DE QUESTÕES. .................................................................................................. 51
6.1 BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO ................................... 51
3.2. GABARITO .............................................................................................................................. 54

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Biblioteconomia DEFederal
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1 INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA

1.1. INTRODUÇÃO.

1.1.1. Introdução à Biblioteconomia.

A PALAVRA biblioteconomia é composta por três elementos gregos bíblion (livro) + théke (caixa)
+ nomos (regra) aos quais juntou-se o sufixo ia. Etimologicamente, portanto, biblioteconomia é o
conjunto de regras de acordo com as quais os livros são organizados em espaços apropriados:
estantes, salas, edifícios. Organizar livros implica tanto ordená-los segundo um sistema lógico de
classificação dos conhecimentos e conservá-los para que resistam a condições desfavoráveis de
espaço e de tempo, como torna-los conhecidos por meio de catálogos, bibliografias, resumos,
notícias, exposições, etc. para que sejam utilizados pelo maior número possível de pessoas
interessadas nos elementos formativos, informativos, estéticos ou simplesmente lúdicos neles
contidos. A organização começa antes mesmo do ingresso dos livros nas bibliotecas que se faz por
compra, doação ou permuta através de uma seleção cuidadosamente atenta aos perfis dos
respectivos usuários (FONSECA, 2007, p. 1).

No Vocabularium bibliothecarii da Unesco estão indicadas as seguintes palavras ou


expressões correspondentes ao português biblioteconomia em cinco línguas: librarianship na
Inglaterra e library science nos Estados Unidos da América; bibliothéconomie na França;
Bibliotheckswissenchaft, Bibliothekwesen ou Bibliotheksfach na Alemanha; bibliotecología na
Espanha e em países hispano-americanos; e bibliotekovedenie ou bibliotechnoe delo na Rússia
(transliteração do cirílico . Em relação à palavra bibliotecolo-gia
impõe-se o esclarecimento de que é usada mais na América hispânica do que na Espanha, onde
biblioteconomia está consagrada em títulos de livros, revistas e instituições. O bibliotecário
argentino Domingo Buonocore tem razão ao proclamar que, etimologicamente, bibliotecología é
denominação mais abrangente que biblioteconomía, pois em grego o logos é muito mais amplo do
que o nomos (FONSECA, 2007, p. 1).
O que me leva a pensar [...] como não há lógica na tradição linguística, a palavra biblio-
teconomia consagrou-se, tanto na Espanha e em Portugal, como no Brasil, como ramo da bibliologia
que trata da organização e administração de bibliotecas. A disciplina Introdução à Biblioteconomia
não figurava nos cursos brasileiros de formação de bibliotecários, que se graduava, conse-
quentemente, com uma visão fragmentária do fazer biblioteconômico: aquisição, classificação,
catalogação, referência, etc. É verdade que nas disciplinas História do Livro e Organi-zação e

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Administração de Bibliotecas poderia o estudante captar o elemento unificador. Mas dependia dele
mesmo ou do professor (FONSECA, 2007, p. 1-2).

Coube à Universidade de Brasília a primazia em considerar Organização e Administração de


Bibliotecas menos como disciplina do que como matéria, desdobrada esta em tantas disciplinas
quantas são exigidas pelo aumento da produção bibliográfica e consequente complexificação dos
serviços bibliotecários: Documentação é uma delas; Reprografia outra; e Introdução à Biblio-
teconomia, da qual nos encarregamos. Disciplina cujo objetivo é mostrar ao futuro bibliotecário as
relações tanto entre os diferentes processos técnicos e informativos relações interdisciplinares
como entre ela e as demais disciplinas bibliológicas relações transdisciplinares e até entre a
bibliologia e os conhecimentos científicos e humanísticos relações interdisciplinares (FONSECA,
2007, p. 2).

Trata-se, portanto, de uma disciplina integradora, que procura unificar o que na prática
administrativa e didática se oferece de modo disperso; que procura uma visão de conjunto e,
portanto, uma filosofia da biblioteconomia.

A biblioteconomia existe desde a Antiguidade, ou seja, desde que existem bibliotecas


(SOUZA, 1986; FONSECA, 1987, 2007). São definições: a) prática profissional; e/ou b)
ciência biblioteconômica.

A Ciência Biblioteconômica tem um caráter filosófico.

DICA: o campo de pesquisa de Letramento Informacional IL é responsável por dar à Ciência Biblio-
teconômica discussões de caráter de filosofia da ciência e do acesso à informação.
BIBLIOTECONOMIA segundo Edson Nery da Fonseca1, é o conhecimento e prática da organização
de documentos em bibliotecas. Por organização entendem-se as atividades desenvolvidas na condu-
ção dos serviços prestados, os quais podem ser divididos em duas categorias: serviços-meio

1
FONSECA, Edson Nery. Introdução à biblioteconomia. Briquet de Lemos Livros, 2007.
_____. Ciência da informação e prática bibliotecária. Ciência da informação, v. 16, n. 2, 1987.

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(processos técnicos) e serviços-fim (processos informativos). Seus objetos são documentos textuais
dos quais existem exemplares múltiplos (difere, neste ponto, da arquivologia e da museologia, cujos
objetos são únicos). Nitecki citado por SOUZA2 (1986), define biblioteconomia como o estudo
empírico (conhecimento das experiências atuais e passadas), racional (conceitos e postulados
visando a formalizar um conhecimento conforme a razão) e pragmático (consequências verificadas
no uso da informação) das relações entre o livro, o usuário e o conhecimento (FCI, 2001).

EMPÍRICO RACIONAL PRAGMÁTICO

São atribuições exclusivas da biblioteconomia (FONSECA, 2007):

Democratização da cultura (o saber é para todos), através das bibliotecas públicas;


Preservação e difusão do patrimônio bibliográfico de uma nação através da
Biblioteca Nacional;
Apoio documental ao ensino e a pesquisa através das bibliotecas escolares e
universitárias;
Apoio à tomada de decisões, solução de problemas da sociedade, etc., através das
bibliotecas especializadas.

BIBLIOGRAFIA Fonseca (1987) considera que a biblioteconomia é um dos ramos da bibliografia (o


autor cita ainda a bibliotecnia fabricação de livros e a bibliofilia colecionamento de livros como
outros ramos da bibliografia) como sendo o elo sobre o estudo global dos livros. Outro ramo da
bibliografia, a qual surgiu no século XV (1494) com o trabalho do alemão Johann Tritheim (pai da
à à à à à à à à à à à à -
siásticos), com sete mil títulos de 982 autores. Vários outros repertórios foram compilados entre XV
e XVI. Vale lembrar que esta é a história da bibliografia após a imprensa, porque antes desta registra-
se o trabalho de Galeno (médico grego que compilou uma auto- à à àII à à à
à à(livro sobre livros) primeiro exemplo de bibliografia da época dos manuscritos e outras
que se seguiram até a imprensa (FCI, 2001).

Segundo MALCLÈS3 (1956), a bibliografia é a disciplina que se ocupa da pesquisa, transcrição,


descrição e classificação dos textos impressos e miltigrafados, visando a organizar serviços e elaborar

2
SOUZA, S. Fundamentos filosóficos da biblioteconomia. Revista de biblioteconomia de Brasília, v. 14, n. 2, p. 189-196, 1986.
3
MALCLÉS, L. La bibliographie. Paris, 1956.

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repertórios destinados a facilitar o trabalho intelectual; e indispensável ao controle e divulgação do


conhecimento cientifico e tecnológico. Como se pode notar, já havia a preocupação em informar ao
usuário sobre documentos de seu interesse. No entanto, limitava-se ao tratamento de livros, até o
período que antecedeu à Segunda Guerra Mundial, quando surgiu a documentação (FCI4, 2001).

A bibliografia se ocupa da pesquisa, transcrição e descrição de textos.

O QUE ocorre na noosfera projeta-se inexoravelmente na grafosfera, confirmando a observação de


M à à à à à à à à à à à àC à à
multiplicação das ciências e de suas aplicações tecnológicas é a explosão documental, fenômeno
comparado à explosão demográfica. Não há exagero na comparação, pois segundo o Britannica
world data foram publicados em 1985 mais de 700.000 livros e mais de 100.000 revistas, calculando-
se que tais números tendem a duplicar de dez em dez anos. Preocupados com este problema, os
pesquisadores belgas Henri La Fontaine (1845-1943) e Paul Otlet (1868-1944) fundaram em
Bruxelas, no ano de 1985, um Instituto Internacional de Bibliografia. Seu objetivo era registrar em
fichas a produção mundial de impressos: o Repertório Bibliográfico Universal, então inaugurado
naquela cidade (FONSECA, 2007, p. 4).

DOCUMENTAÇÃO - conjunto de técnicas destinadas a reunir, organizar e difundir a informação


contida em qualquer tipo de documento, com a finalidade de colocar ao alcance do usuário, o mais
rápido possível, a soma total dos resultados do trabalho e do pensamento humano. Começou a
desenvolver por volta de 1930, com os trabalhos de Paul Otlet e Henri La Fontaine, considerados
pais da documentação. Surgiu devido ao desenvolvimento acelerado e constante do conhecimento
humano registrado nos mais diversos suportes. Caracteriza-se pelo constante conhecimento
humano registrado nos mais diversos suportes, aprimoramento e a sistematização das bibliografias
especializadas e pelo interesse dos usuários na exploração do conteúdo dessas bibliografias (FCI,
2001).

Segundo MALCLES, a documentação é a bibliografia modificada em seu conteúdo (inclui


outros tipos de suportes de informação, além dos livros) e acelerada em sua marcha (procura
diminuir a distância entre o momento da geração e o da utilização da informação). A documentação
contribuiu para o desenvolvimento da normalização dos registros bibliográficos, enfatizou o uso de

4
Faculdade de Ciência da Informação. Introdução ao controle bibliográfico. Brasília: UnB, 2001.

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equipamentos de processamento de dados, reprografia e microformas. O uso de computadores é


característica marcante nas atividades de documentação, cujos produtos são publicações secun-
dárias tais como índices, resumos, disseminação seletiva de informações, etc. Isto é, a documen-
tação extrapola e explora uma coleção ou acervo, criando registros secundários do conhecimento
(FCI, 2001).

Os documentos são classificados em primários e secundários.

Durante a década de 1950 nasceu uma atividade denominada recuperação da informação,


resultado do uso de computadores para processamento rápido de informação. Consiste na imple-
mentação de bases de dados que utilizam programas especiais de computador para acessar e
recuperar informações armazenadas nessas bases. A recuperação de informações contribuiu para o
desenvolvimento de estudos de avaliação de desempenho dos sistemas de informação. A possibi-
lidade de criar dimensões cientificas para esses estudos, associada a outros fatores tais como
problemas de acesso a um corpo de conhecimentos científicos crescendo muito rapidamente desde
1945 (final da Segunda Guerra Mundial explosão da informação cientifica e tecnológica) e
oportunidades ofereci-das pelo uso de novas tecnologias, fez surgir a ciência da informação (FCI,
2001).

O DESENVOLVIMENTO da ciência e tecnologia que são mutuamente corolários provocaram o


advento de documentos não-impressos, como as patentes de invenções e as marcas de fábricas, a
que se juntaram os resultantes de aperfeiçoamento nas técnicas de registro do som e da imagem. O
norte-americano Thomas Alva Edison (1847-1931) que durante sua vida registrou mais de mil
patentes, inclusive as da lâmpada elétrica incandescente, do fonógrafo e do projetor cine-
matográfico à à à à à à à à à
àP à à à à à à à H à à àI àI à à
Bibliografia passou a denominar-se Instituto Interna-cional de Documentação. Seis anos depois,
fundava-se nos Estados Unidos o American Documentation Institute. Estava constituída a nova
ciência, sistematizada por Otlet em seu Traité de documentation (FONSECA, 2007, p. 4).

Enquanto a matéria-prima da biblioteconomia sempre fora o texto impresso avulso (livro)


ou periódico (revista) a documentação passou a interessar-se pelos documentos de qualquer
natureza, também chamados de documentos não convencionais. Mas documento é, por definição,
o suporte da informação, cuja origem, transmissão e uso passaram a ser estudados por especialistas

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em diferentes áreas do conhecimento científico e humanístico. Já em 1924 começaram a funcionar


em Londres uma Association of Special Libraries and Information Bureaux (ASLIB), sob auspícios de
instituições de pesquisas metalúrgicas (FONSECA, 2007, p. 4-5). Em 1958 fundou-se na mesma
cidade o Institute of Information Scientists. E dez anos depois o American Documentation Institute
transformava-se em American Society for Information Science. Estava institucionalizada a ciência da
informação, chamada por alguns informatologia (FONSECA, 2007, p. 5).

CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - segundo INGWERSEN5 (1992) o termo ciência da informação começou


a ser usado em 1958, quando da criação do Institute of Information Scientist, no Reino Unido. Este
instituto era formado por cientistas interessados na gerencia da informação cientifica e tecnológica.
Uma das defini-ções de ciência da informação mais citadas na literatura da área é a apresentada por
BORKO6 à à à à à à à à à à à à
forças que governam o fluxo da informação e os meios para processar a informação com o objetivo
à à à à à àEà à à à à à à
com outros campos do conhecimento tais como a matemática, a lógica, a linguística, psicologia,
sociologia, comunicação, biblioteconomia, documentação, administração, etc (FCI, 2001).

INGWERSEN (1992) considera que as disciplinas que mais influenciam a ciência da informação
são a comunicação, a epistemologia, a matemática, a ciência da computação, a sociologia, a
psicologia e a linguística. Tem tanto um componente de ciência pura (investigações sem preo-
cupação com sua aplicação) quanto de ciência aplicada (desenvolve serviços e produtos). Fonseca
(2007) considera que a ciência da informação constitui uma disciplina isolada da biblioteconomia e
da documentação, não tendo surgido para substitui-las. No entanto, a grande maioria dos outros
autores que discutem essa questão, Le Coadic7, por exemplo, considera que a ciência da informação
derivou dessas outras disciplinas que a antecederam (FCI, 2001).

Não existe substituição entre documentação e biblioteconomia.

Segundo Le Coadic (1996, p. 14) o que caracteriza as quatro disciplinas que foram atuantes
até o momento, no campo da informação a biblioteconomia, a museoconomia, a documentação e
o jornalismo é que todas atribuíram interesse particularmente grande aos suportes da informação.

5
INGWERSEN, P. Information and information science in context. Libri, v. 42, n. 2, p. 99-135, 1992.
6
BORKO, H. Information science: what is it? American Documentation, v. 19, n. 1, p. 3-5, 1968.
7
LE COADIC, Y.-F. A ciência da informação. Brasília: Briquet de Lemos, 1996.

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O livro na biblioteca e o objeto no museu foram durante muito tempo, recolhidos, armazenados e
preservados por um conservador, com o fim único da preservação patrimonial. (LE COADIC, 1996).

A união de duas palavras biblioteca e economia (está no sentido de organização, adminis-


tração, gestão) não é nem uma ciência (Le Coadic, 1996, p. 14), nem uma tecnologia rigorosa, mas
uma prática de organização: a arte de organizar bibliotecas (LE COADIC, 1996).

TEMOS, PORTANTO, UMA VISÃO PESSOAL do relacionamento entre a biblioteconomia, a documen-


tação e a ciência da informação. Jamais aceitamos a ideia tão definida, na década de 1960, por
bibliotecários norte-americanos e brasileiros de ser a documentação um nome novo para tarefas
que a biblioteconomia já vinha desempenhando secularmente: para sermos exatos, desde 1627,
quando o médico francês Gabriel Naudé (1600-1653) publicou seus Advis pour dresser une
bibliothèque. Também consideramos inaceitável que a ciência da informação tenha surgido para
substituir a documentação. Cada uma delas tem seus obje à à à à à à
à à à àC àD à àá à à à à à à
à à à à -dependência entre indivíduos, instituições, nações e especializações
e de unificação, de integração e harmonia, de visão holística do mundo (FONSECA, 2007).

A fundação, em 1937, do American Documentation Institute (ADI) desmistificou uma falácia


utilizada por certos bibliotecários brasileiros: a de que a documentação surgira na Europa em face
da ineficiência das bibliotecas daquele continente no estabelecimento de sistemas de armazenagem
e recuperação da informação (information storage and retrieval). Ficou famosa a frase de um autor
norte-amer à à à“ àB à à à à àW à à àN à
Estados Unidos argumentavam a documentação jamais seria acolhida, por causa da eficiência
das bibliotecas desse país. É verdade que houve reações à documentação da parte de bibliotecários
estadiunidenses assustados com o advento dos documentalistas. A palavra documentação tornou-
se para eles um verdadeiro tabu. Ainda em 1951, em obra coletiva da importância histórica de
Bibliographic organization, procurou-se evitar a palavra como que maldita maldita, certamente,
por sua origem europeia com esta curiosa remissiva no índice: documentarion; see bibliographic
à FON“ECá à à à

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MARCOS, TEMPOS E MOVIMENTOS apontados por Fonseca (2007):


 Mudança de denominação da American Society for Information Science ASIS para American
Society for Information Science and Technology ASIS&T.
 Encyclopedia of Library and Information Science ELIS;
 J. Shera uma ponte entre a biblioteconomia e a ciência da informação à Há vinte anos,
eu achava que aquilo que hoje se chama ciência da informação proporcionava as bases

 The foundations of the public library, primeiro livro de Jesse Shera;


 Em 1953, em colaboração com Margaret Egan, escreve a introdução da obra de S. C. Bradford,
Documentation, J. Shera recrimina as bibliotecas públicas por terem negligenciado os problemas
bibliográficos da ciência e tecnologia, para cuidar apenas da cultura popular;
 Em 1953, J. Shera deixa a cátedra da Graduate Library School da University of Chicago uma
escola de orientação tradicionalmente humanística para di-rigir a School of Library and
Information Science.
 Center for Documentation and Communication Research;
 Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação IBBD;
 Eugene Garfield, Institute for Scientific Information;
 Em 1963, os produtos do Institute of Scientific Information: o Science Citation Index (1963--), o
Social Science Citation Index (1973--) e o Arts and Humani-ties Citation Index (1978--).
 Manuais de biblioteconomia Naudé (1627) e Namur (1834); Petzholdt (1866) e Graesel (1863);
e os atuais da mexicana Juana Manrique de Lara e da brasileira Heloísa de Almeida Prado.
 Introduções gerais à biblioteconomia Pierce Butler (1933); A. Broadfield (1949); e S. R.
Ranganathan (1949); e, mais recentemente, A. K. Mukherjee (1966), Jesse H. Shera (1976) e
Donald Urquhardt (1981).

BIBLIOTECONOMIA.

(FONSECA, 2007, p. 11).

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DOCUMENTAÇÃO.

(Continuação. FONSECA, 2007, p. 11).

A documentação tem por objetivos o apoio documental [...], conforme acima.


A documentação tem por instrumentos organização [...], conforme acima.
A documentação tem por ciências conexas bibliografia [...], conforme acima.

CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO.

(Continuação. FONSECA, 2007, p. 11).

A ciência da informação tem por objetivo gênese [...], conforme acima.


A ciência da informação tem por instrumentos estatística [...], conforme acima.
A ciência da informação tem por ciências conexas bibliografia [...], conforme acima.

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A biblioteconomia no universo do conhecimento.

(FONSECA, 2007, p. 12).

AS PRIMEIRAS DISCIPLINAS COM A INTERDISCIPLINARIDADE.

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1.2. AS PRIMEIRAS DISCIPLINAS.

BIBLIOTECONOMIA U à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à LEà COáDIC à àE à à à

Pelos acervos (formação, desenvolvimento, classificação, catalogação, conservação;


Pela própria biblioteca como serviço organizado (regulamento, pessoal, conta-
bilidade, local, mobiliário);
E pelos leitores, os usuários (deveres recíprocos do pessoal e do público, acesso aos
livros, empréstimo).

LEàCOáDIC à à à

M à à à à à à à à à à à
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Técnica de classificação, a Classificação Decimal Universal CDU é assim o exemplo de uma


classificação natural (que se reporta ao conteúdo do documento) que nunca teve por
objetivo ser uma classificação para bibliotecas. Em muito elaborada e, por isso, em geral,
inadequada para uma biblioteca que se contentasse com uma classificação abstrata
(baseada em características não-linguísticas, como o número de registro, o tamanho do
livro ou o nome do editor) (LE COADIC, 2004, p. 15).

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Até aqui vimos as ciências ou primeiras disciplinas da Ciência da Informação a biblio-


teconomia, a arquivologia, a documentação e a museoconomia.

A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO.

A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO consiste em encontrar a informação desejada em um armazém


de informação ou base de dados (Meadows, 1992). Embora possa ter essa conotação mais ampla,
na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação a expressão tem sido usada para significar busca
de literatura (Lancaster e Warner, 1993). Se a recuperação da informação consiste na busca de uma
coleção de documentos para identificar aqueles que satisfazem uma deter-minada necessidade de
informação, sistemas de recuperação da informação (SRls) são aqueles sistemas criados para facilitar
essa busca (Lancaster e Warner, 1993 apud OLIVEIRA, 2006).

Embora a recuperação da informação não seja necessariamente uma atividade compu-


tacional, na prática, hoje, SRls são automatizados. Exemplos de SRls são catálogos de bibliotecas,
bases de dados bibliográficas (como, aquelas disponibilizadas no Portal Capes: Library and
Information Sciences Abstracts - LISA, Web of Science e outras), e motores de busca na Internet
(como, o Google). Normalmente os SRls lidam com documentos que contêm principalmente texto,
e esse é o seu grande desafio, já que devem se defrontar com a ambiguidade da palavra na
recuperação da informação. Caracterizam-se também por lidarem com informações de natureza
externa (versus informação interna a empresas e instituições), o que os diferencia de outros sistemas
como os de informações gerenciais. Em sua definição mais ampla, SRls podem, também, lidar apenas
com o problema da recuperação textual. Um sistema de armazenamento e recuperação de desenhos
de engenharia, por exemplo, seria também um SRI (Idem.).

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O catálogo de fichas seria um exemplo de SRI não automatizado.

Devido às vantagens e facilidades que os SRls automatizados oferecem para busca de


informação, seu uso tem se tornado cada vez mais comum. Esses sistemas oferecem maior número
de pontos de acesso que os SRls não automatizados, podendo-se, muitas vezes, pesquisar palavras-
chave que aparecem em qualquer ponto do registro, inclusive no resumo e no texto completo,
quando estes estão disponíveis. Além disso, permitem realizar pesquisas mais complexas, em que
vários conceitos necessitam ser relacionados, pois pode-se combinar grande número de termos de
busca com lógica booleana, de maneiras que não seriam possíveis nos SRls impressos. Permitem
também fazer, rapidamente, buscas abrangentes, cobrindo vários anos de publicações. Essas e
outras facilidades representam uma grande economia de tempo para o usuário, permitindo que uma
pesquisa que poderia tomar muitas horas de trabalho, se realizada manualmente, seja executada
bem mais rapidamente, com o uso dos computadores (OLIVEIRA, 2006).

A aquisição de documentos por um serviço de informação implica na existência de um


critério de seleção, o qual, por sua vez, requer um conhecimento das necessidades de
informação da comunidade à qual o serviço atende. Critérios para seleção de documentos
incluem, por exemplo, assunto, tipo de documento, idioma, ou fonte (OLIVEIRA, 2006).

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Funcionamento dos Sistemas de Recuperação da Informação.


Um sistema de recuperação da informação pode ser representado como no diagrama a
seguir, proposto por Lancaster (1979):

Figura - Funções de um sistema de recuperação da informação

Fonte - Adaptado de LANCASTER, F. Wilfried. Information Retrieval Systems: characteristics, testing


and evaluation. 2nd. New York: Wiley Interscience, 1979.

Uma vez adquiridos, os documentos são organizados e controlados para que possam ser
identificados em resposta às consultas dos usuários. A indexação por assunto envolve a análise
conceitual, ou análise de conteúdo, e a sua tradução para um vocabulário ou linguagem de
indexação. Em alguns sistemas, isso implica no uso de um vocabulário controlado, ou seja, um
conjunto limitado de termos que devem ser usados para representar o assunto de um documento.
Esse vocabulário pode ser uma lista de cabeçalho de assunto, um esquema de classificação ou um
tesaurus, por exemplo. A representação de assuntos do documento pode ser feita também através
de um vocabulário não controlado, seja pelo uso de palavras ou frases que ocorrem no documento
que está sendo indexado ou de termos escolhidos pelo indexador. Os termos usados pelo indexador,
sejam eles provenientes de um vocabulário controlado ou não controlado, são chamados termos de
indexação (OLIVEIRA, 2006).

Uma vez terminado o processo de indexação, os documentos são arquivados em alguma


forma de base de dados de documentos; e os registros contendo as representações dos documentos
são colocados em uma outra base de dados, onde eles são organizados de forma que possam ser
pesquisados. Em sistemas utilizando tecnologias anteriores, essa base de dados de representações

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de documentos poderia ter a forma, por exemplo, de um catálogo de fichas ou de um índice


impresso. Hoje, ela toma a forma de uma base de dados eletrônica. A base de dados de documentos
e a base de dados das representações de documentos, hoje, já não são sempre distintas. Tornam-se
cada vez mais comuns representações de documentos contendo não apenas termos de indexação,
mas, também, resumos e, mais recentemente, tem se firmado a tendência das bases de dados
conterem documentos em texto completo (OLIVEIRA, 2006).

Do ponto de vista do usuário, os passos envolvidos no funcionamento de um SRI são


semelhantes. As perguntas dos usuários passam por uma análise conceitual e são traduzidas para o
vocabulário do sistema. Depois disso, é elaborada a estratégia de busca e formulada a expressão de
busca, na qual os termos da busca são relacionados entre si através de operadores booleanos ou
não booleanos. A estratégia de busca consiste em um plano para encontrar a informação desejada
em que várias expressões de busca podem ser utilizadas. Através da expressão de busca, o sistema
compara, então, as representações dos documentos com as das perguntas dos usuários. Na fase
final, os documentos recuperados através da consulta ao sistema são apresentados ao usuário para
que este julgue, então, sua relevância para as suas necessidades de informação. Pode ser que o
usuário decida modificar a sua estratégia de busca com base nos documentos recuperados
(feedback), reiniciando-se o processo (Idem.).

Um dos problemas centrais da recuperação de informações em SRIs é a predição de quais são


os documentos relevantes e quais devem ser descartados, e essa tarefa de "escolha", em sistemas
automatizados, é executada por algum tipo de algoritmo que, baseado em heurísticas previamente
definidas, decide quais são os documentos relevantes a serem recuperados e os ordena a partir dos
critérios estabelecidos (BAEZA-YATES e RIBEIRO-NETO,1999, p. 19). Quando a indexação é realizada
manualmente ou melhor expressando, intelectualmente por seres humanos, cabe a estes
descobrir conceitos que sirvam de termos-índices para serem vasculhados durante as consultas
(queries) de usuários. Na indexação automática, existem dezenas de estratégias para a correta pon-
deração do valor dos documentos, de acordo com uma explicitação de necessidade de informação
(SOUZA8, 2006).

A documentação contribui para a Ciência da Informação com os estudos de


Recuperação da Informação; A Biblioteconomia, por sua vez, com os estudos de
competência, usos e usuários da informação.

8
SOUZA, R. R. Sistemas de recuperação da informação e mecanismos de busca na web. Perspect.
ciênc. inf., v. 11, n. 2, Belo Horizonte, Maio/Ago., 2006.

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1.3. QUESTÕES DE CONCURSO.

1. (SERPRO / CESPE / 2013) A interdisciplinaridade é fator crítico de sucesso para a biblio-


teconomia, como no caso da sociologia, que contribui para a discussão biblioteconômica sobre
temas relacionados à comunidade científica, às redes de comunicação e ao uso dessas redes.
GABARITO: CERTO.
Conforme visto na página 11, a interdisciplinaridade é presente na biblioteconomia.

2. (SERPRO / CESPE / 2013) De acordo com o LISA (Library and Informations Science Abstracts),
alguns dos assuntos relacionados ao escopo da biblioteconomia são: administração, arquivo, des-
carte, edifícios, empréstimos, obra rara, orçamento e finanças.
GABARITO: CERTO.
Conforme definição de Le Coadic (2004), constante da página 12.

3. (TJDFT / CESPE / 2015) Na biblioteconomia, análise, síntese e representação temática relacio-


nam-se com as seguintes áreas de pesquisa, ensino e atuação profissional: análise documentária,
representação temática, representação de conteúdo e classificação.
GABARITO: CERTO.
Conforme definição de Le Coadic (2004), constante da página 12.

4. (TJDFT / CESPE / 2015) Diferentemente da biblioteconomia, a documentação prepara espe-


cialistas em duas vertentes no âmbito dos serviços a usuários de centros de informação: a indexação
e a disseminação da informação.
GABARITO: ERRADO.
A documentação contribuiu com a recuperação da informação, constante das páginas 13-17.

5. (CNJ / CESPE / 2013) Em biblioteconomia e documentação, o termo documento pode ser


empregado como equivalente ao termo suporte de dados.
GABARITO: CERTO.
Conforme definição de Le Coadic (2004) a ser dada adiante.

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C à à à à à à à à à à à à à à
ciência da informação. Nesse esquema, a documentação representa uma transformação em relação
ao paradigma do acervo: à informação estática sobrepõe- à à à à à à

6. (MPE-SE / FCC / 2010) O trecho acima:

(A) É irrelevante: podemos vislumbrar um eixo evolutivo, contudo a mudança de paradigma somente ocorre
com o advento da ciência da informação.
(B) Não tem valor: a documentação não representa uma transformação, mas a sedimentação de
procedimentos e componentes clássicos da biblioteconomia.
(C) Parte de um pressuposto infundado: a concepção de eixo evolutivo é inadequada, porque a
documentação surge como disciplina integrante da biblioteconomia.
(D) Parte de um pressuposto válido: a ideia de evolução entre as áreas é pertinente, mas a documentação
mantém como parâmetro o livro.
(E) Tem significância: a documentação marca um deslocamento de ênfase do acervo para o acesso à
informação, que representa uma abordagem dinâmica.

Resposta: alternativa E.

---

SUGESTÃO DE LEITURA:

CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O conceito de informação. Perspectivas da Ciência da Informação,


v. 12, n. 1, p. 148-207, jan./abr., 2007.

LE COADIC, Y.-F. Princípios científicos que direcionam a ciência e a tecnologia da informação


digital. Transinformação, Campinas, 16(3), 205-213, set./dez., 2004.

PINHEIRO, L. V.; LOURENÇO, J. M. M. Traçados e limites da Ciência da Informação. Revista Ciência


da Informação, v. 24, n. 1, 1995.

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2 A INFORMAÇÃO E A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO.

2.1. O PARADIGMA DO ACERVO.

“ àE àN à àF à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à àE à à
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à à à à à à à à à à à à à à à
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à MI‘áNDá à“IMEÃO à à

DICA: fica claro perceber que a biblioteconomia mudou o paradigma do acervo para o da informação.

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C à à à à à à à
à à à à à àB àN à Oà à à à
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à à àN à à à à à à CD ROM à
à à à à à à à à àá à à à à à
à à à à àááC‘ à à à à à

O ADVENTO DO PERIÓDICO.

O ADVENTO DO PERIÓDICO. A maneira como o cientista transmite informações depende do veículo


empregado, da natureza das informações e do público-alvo. Da mesma forma que, com o passar do
tempo, isso sobre mudanças, também sofrem alterações a formulação e o acondicionamento das
informações (MEA-DOW“ à à Oà à à à à à à à à
importância para examinarmos essas tendências: a natureza do meio empregado para transmitir
informações e as necessidades dos membros da comunidade científica, tanto como produtores
quanto como receptores de informação. (...) o meio disponível e a natureza da comunidade científica
afetam não só a forma como a informação é apresentada, mas também a quantidade de infor-
à à à MEáDOW“ à àV à à à à xemplo dado pelo autor:

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Oà à à à à à à à à à à à à à à à
moderna De revolutionibus orbium coelestium [das revoluções dos corpos celestes], de Copérnico
quanto da primeira obra moderna sobre anatomia moderna De humani corporis fabrica [da
estrutura do corpo humano], de Vesálio. Esta, em particular, representou um passo avante na apre-
sentação das pesquisas, pois incluía ilustrações acuradas e minuciosas. Trabalhos deste tipo eram
em geral impressos sob a supervisão direta do autor ou de um colega cientista. Essas pessoas,
geralmente, estavam ligadas a universidades, de modo que, por isso, algumas dessas instituições
acabaram por estabelecer seus próprios serviços de impressão e edição. Um exemplo disso é a
Oxford University Press, cuja origem remonta à segunda metade do século XV (MEADOWS, 1999, p.
3-4).
==136bc6==

M à à à àL à à àXVIIà à à à à -
cedor de como e porque surgiu a revista científica, em seu sentido moderno. Durante esse período,
pequenos grupos cujos membros eram geralmente os mesmos, reuniam-se para debater questões
filosóficas, tomando o cuidado para deixar de lado temas altamente polêmicos como os de natureza
política e teológica. Depois da Restauração, decidiu-se organizar reuniões em Londres, de forma
mais regular e oficial. Isso levou em 1662 à formação da Royal Society, assim denominada porque
Carlos II concordara em conceder- à àF àB à à à à à à s,
descrevera as atividades possíveis de uma instituição de pesquisa, um dos requisitos seria que se
à alta prioridade à coleta e análise de informações importantes. Alguns membros dessa
instituição deveriam passar algum tempo no estrangeiro coletando dados por intermédio de
conversas e observações diretas, enquanto outros ficariam na sede, lendo e fazendo resumos da
(MEADOWS, 1999, P. 5). Nasce, assim, o periódico:

O mações era, porém, a correspondência mantida


pelo secretário da nova sociedade, Henry Oldenburg. Ele era um infatigável escritor de cartas
destinadas a correspondentes tanto do país quanto do exterior: nascido na Alemanha, era um
poliglota consumado. [...] A solução cada vez mais óbvia seria fazer uma publicação impressa,
com as cartas mais importantes, e distribuídas (MEADOWS, 1999).

O conhecimento, alegava-se, pelo menos em algumas das áreas do esforço humano, era
cumulativo. Podiam ser acrescentadas novas observações e ideias ao que já se conhecia de modo a
criar um nível mais elevado de conhecimento. Foi com esse sentido que Isaac Newton apropriou-se
à à à à à à à à à à à à à à à à
ombros de àáà à àN à à à à à à . Primeiro,

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o processo de acumulação envolvia o fornecimento de informações sobre o próprio trabalho a outras


pessoas e, em troca, o recebimento de informações destas pessoas. Em segundo lugar, tendo em
vista que o processo de acumulação estendia-se no tempo, as informações deveriam ser divulgadas
numa forma durável e prontamente acessível (MEADOWS, 1999). Nascia, assim, a prática de citação
à fonte.

Em que medida, então, a informação científica tem crescido de volume ao longo do tempo?
[...] Pode-se considerar o meado do século XVII como ponto em que tem origem a comunidade
científica da forma como hoje a conhecemos. A população mundial era de algo acima de 500 milhões
de habitantes [...]. Trezentos anos mais tarde, em meados do século XX, a população mundial
aproxima-se dos três bilhões. O tempo para dobrar de tamanho caíra para 40-50 anos, de modo que
a população era o dobro da do começo do século. [...] Supondo-se que a comunidade científica se
expanda junto com a população geral, [...] o nível da educação tem se elevado de modo
significativamente mais rápido [...] por exemplo, as matrículas no ensino superior, em cursos de
tempo integral, no período 1900-1960 dobraram a cada 15 anos, em média, nos Estados Unidos, e a
cada 17 anos no Reino Unido. Dentro dessa elevação global, o número de estudantes de doutorado
cresceu de modo particularmente rápido durante os últimos 50 anos. [...] No início a criação de novas
sociedades se deu lentamente, mas, no século XVIII, esse processo acelerou-se bastante. Só na
ciência, estabeleceram-se nesse período umas 70 academias ou sociedades oficialmente consagra-
das, ao lado de um número expressivo de empreendimentos privados. [...] Existe outro tipo de
crescimento que precisa ser levado em consideração. Mesmo que a quantidade de títulos
permanecessem constante ao longo do tempo, o volume de informações contidas nos periódicos
ainda poderia crescer, se cada título aumentasse de tamanho. Por exemplo, mais fascículos podem
ser editados por ano, e/ou a cada fascículo pode conter maior número de páginas, e/ou mais
informações podem ser atochadas em cada página. Um exemplo é o Journal of the Geological
Society, do Reino Unido, que adotou todos esses métodos de expansão, [...] a quantidade de páginas
publicadas anualmente na revista passou de 200 para 1000 nos 40 anos pós-1950 (MEADOWS, 1999,
p. 9, 14-16).

A informação científica não é, obviamente, veiculada apenas por perió-dicos. Nas


humanidades e, em certa medida, nas ciências sociais, os livros especializados são em geral um canal
de difusão mais importante do que os periódicos. (Isso também acontecia antigamente no caso das
ciências basta imaginar o impacto de A origem das espécies, de Darwin, publicado em meados do
século XIX porém, a maioria dos livros científicos de hoje desti-nam-se principalmente à
apresentação de matéria já publicada em periódicos). A importân-cia dos livros em alguns campos
científicos sugere uma questão óbvia: o número de livros que contém material científico também se
expandiu grandemente, durante um extenso pe-ríodo de tempo, do mesmo modo que os títulos de

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periódicos? Assim como acontece com os periódicos, a coleta de dados é dificultada pela
necessidade de definir quais os livros a serem incluídos na contagem e quais os que devem ser
excluídos (MEADOWS, 1999, p. 17).

À medida que a ciência se expandiu, os pesquisadores restringiram sua atenção a partes


selecionadas, de tal modo que a informação que precisam absorver continua a situar-se dentro de
limites aceitáveis. [...] os pesquisadores devem se tornar mais especializados em seus interesses à
medida que o tempo passa. Um exemplo de Meadows (1999) é do Philosophical Magazine que foi
fundado em Londres há cerca de 200 anos, com uma missão ampla, algo assim como as Phil. Trans.
Ao final do século XIX, adquirira a reputação como um periódico basicamente dedicado a artigos de
física. Depois da Segunda Guerra Mundial, ocorreu mais uma redução, e o Phil. Mag. passou a ser
uma das revistas mais importantes em física da matéria condensada. Subsequentemente, o
periódico dividiu-se em seções publicadas separadamente que tratavam de diferentes
subespecialidades na área da matéria condensada (MEADOWS, 1999, p. 20-21).

Em área de importância industrial como a química, os resumos eram produzidos em mais de


um país, com duplicação de esforços. Na década de 1890, os químicos norte-americanos estavam
tão insatisfeitos com a cobertura de seu trabalho pelos europeus que decidiram fundar a Review of
American Chemical Research. Como o título indica, também não preten-dia fazer uma cobertura
universal da química. Mas, em 1907, a American Chemical Society decidiu substituí-la pelo Chemical
Abstracts, publicação de maior alcance. Pela abreviatura familiar de Chem. Abs., tornou-se a bíblia
dos químicos no mundo inteiro e eliminou a maioria dos concorrentes (MEADOWS, 1999, p. 31).

As revistas de resumos trazem versões condensadas de artigos publicados em revistas


científicas. Assim como estas representam parte da literatura primária (junto com os livros, etc.), as
revistas de resumos fazem parte da literatura secundária (junto com os índices, etc.), tendo sido
criadas no século XIX, a fim de facilitar a tarefa de recuperar informações publicadas na literatura
primária. É natural, portanto, que à medida que o número de periódicos primários crescia
rapidamente durante o século passado, também crescia o número de periódicos de resumos. De
fato, se o crescimento dos primeiros aproxima-se de uma curva ex-ponencial, também os últimos se
aproximam dela. Por isso, surgiu nos últimos anos um novo problema: qual a melhor maneira de
localizar informações em periódicos de resumos (MEADOWS, 1999, p. 32). A resposta certamente
será através dos serviços de disseminação seletiva da informação e seus componentes subjacentes,
como o sumário corrente.

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A questão fundamental é quanta informação científica entra em circulação a cada ano [e,
também o mapeamento retrospectivo dessa informação científica, a exemplo do pico de publicações
na década de 1970, fenômeno conhecido como publicações entre 1945-1988]. Em geral se supõe
que os fatos atuais prenunciam uma transferência em grande escala da comunicação científica dos
meios impressos para os meios eletrônicos. [...] Quase de modo inevitável o número de bases de
dados eletrônicas começou a crescer exponencialmente. Hoje em dia, a orientação de especialistas
em informações ainda é necessária, porém mais para identificar as bases de dados apropriadas para
se acessar do que para ajudar na recuperação propriamente dita (MEADOWS, 1999, p. 33-34).

Entretanto, Meadows (1999) afirmava que a transição do fornecimento de informação se-


cundária para o fornecimento de informação primária por meio de computadores tem de-morado
um pouco para se concretizar devido a três razões fundamentais: os recursos computacionais [ainda
não existia ampla disse-minação do protocolo OAI-PMH]; as diferenças quanto à natureza das
publicações primárias e secundárias; e as diferenças quanto ao modo como os pesquisadores lidam
com esses dois tipos de publicação. Se, no início, as buscas por palavras-chave se davam apenas nos
títulos; depois, isso se expandiu de modo a incluir também o conteúdo dos resumos, hoje, é comum
a execução de buscas no texto integral de documentos livros e também artigos de periódicos
(MEADOWS, 1999, p. 34).

DOCUMENTOS SECUNDÁRIOS. Atenção que Nocetti (1980, 1978) distingue os serviços que deram
origem à disseminação seletiva da informação do processo em si, que se constituem: a) alertas de
novas aquisições, b) boletins bibliográficos; e c) sumários, resumos e índices correntes. Entretanto,
o serviço de disseminação seletiva da informação se distingue destes serviços subsidiários em:
 Identificar um esquema de perfis de usuários com interesses;
 Selecionar uma terminologia dos usuários cadastrados nos perfis;
 Armazenar essas informações em uma base de dados de apoio;
 Elaborar a recuperação da informação para cada segmento;
 Reprodução dos pacotes bibliográficos e sua expedição.

O serviço de disseminação seletiva da informação reafirma essa mudança de paradigma


do ACERVO para o do ACESSO À INFORMAÇÃO.

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2.2. O PARADIGMA DA INFORMAÇÃO.

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2.3. GESTÃO DA INFORMAÇÃO.

O CONCEITO DE INFO‘MAÇÃO àI à à à à à à à à àÉà à


à à à à à àT à à à à à à à à à
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Éà à várias razões que defendo uma abordagem ecológica para o gerenciamento da


informação. Para começar, é difícil definir informação. Tome-se a velha distinção entre
dado, informação e conhecimento. Resisto em fazer esta distinção, porque ela é
nitidamente imprecisa (DAVENPORT, 1998).

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9 PIGNATARI, D. Informação, linguagem [e] comunicação. São Paulo: Perspectiva, 1977.


10 KOCHEN, M. Information and society. ARIST, v. 18, p. 277-304, 1983.
11
DERVIN, B. Usefultheory for librarianship: communication, not information. Drexel Library Quartely, v. 13, n. 3, p. 16-32, 1977.

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Informação 1 aquela que descreve a realidade, sua estrutura original ou seu padrão, e
é externa ao homem;

Informação 2 que consiste em um repertório subjetivo: as ideias, estruturas ou imagens


imputadas ao ambiente externo pelas pessoas;

Informação 3 que é a forma como cada indivíduo lida com as informações 1 e 2 para
consolidar seu processo decisório.

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12 FARRADANE, J. The nature of information. Journal of information science. v. 1, n. 1, p. 13-17, 1979.

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Para Farradane a informação é o substituto ou representante físico do conhecimento.

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INFO‘MAÇÃO E CONHECIMENTO à Oà à à à à à à à à
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13 BELKIN, N. J. Information concepts for information science. Journal of Documentation, v. 34, n. 1, p. 55-85, 1978.

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CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS.

ATENÇÃO! É consenso entre os autores e pesquisadores da Ciência da Informação a sua


interdisciplinaridade com outras áreas, tais como, matemática, lógica, linguística,
computação, administração, etc.

PORÉM,

NÃO É CONSENSO o conceito do objeto INFORMAÇÃO da Ciência da Informação.

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Lei de Bradford - pode ser enunciada da seguinte forma: se dispormos periódicos em


ordem decrescente de produtividade de artigos sobre um determinado tema, pode-se
distinguir um núcleo de periódicos mais particularmente devotados ao tema e vários
grupos ou zonas que incluem o mesmo número de artigos que o núcleo, sempre que o
número de periódicos existentes no núcleo e nas zonas sucessivas seja de ordem de 1: n:
à à

Lei de Lotka - Lotka descobriu que uma larga proporção da literatura cientifica e
produzida por um pequeno número de autores, e um grande número de pequenos
à à à à à à à à à à àE à à
uma lei bem parecida com o à à à à à à à àE à à à
seguinte forma: o que ela diz e que poucos produzem muito, e muitos produzem pouco
de forma que, quando se bota na balança a produção dos dois, o peso e igualado.

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15àMEáDOW“ àá àJ àDEàLEMO“àLEMO“ àá àá àB àA B à àL à
16 ARAÚJO, Carlos Alberto. Bibliometria: evolução histórica e questões atuais. Em questão, v. 12, n. 1, 2006.

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Lei de Zipf - encontrou uma correlação entre o número de palavras diferentes e a


frequencia de seu uso e concluiu que existe uma regularidade fundamental na seleção e
uso das palavras e que um pequeno número de palavras é usado muito mais
frequentemente.

BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO.

A biblioteconomia, a documentação e a ciência da informação têm objetivos diferentes. Dentre


os da primeira, podemos salientar a democratização da cultura através das bibliotecas públicas,
a preservação e a difusão do patrimônio bibliográfico de cada nação, tarefa das bibliotecas
nacionais e das bibliografias nacionais correntes e retrospectivas, o apoio documental ao ensino
e a pesquisa oferecido pelas bibliotecas universitárias; a documentação compete fornecer
resumos de pesquisas, em processo ou já concluídas, tanto quanto de artigos, comunicações a
congressos, relatórios, teses, patentes, etc. (ROBREDO, 2003)17.

ENTRETANTO, a mudança do paradigma do acervo para o da informação, trouxe para a biblio-


teconomia, segundo Russo (2010), novas discussões sobre a comunicação científica.

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17à‘OB‘EDO àJ àDáàCUNHá àM àB àD à à à à à à à
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áàG àI à à à à xplorar os recursos de informação para que a orga-


à à à à à à à à à à à à à CHOO 18,
2003, p. 40).

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19

18
CHOO, Chun Wei. Gestão de informação para a organização inteligente: a arte de explorar o meio ambiente. Lisboa: Caminho, 2003.
19
Inf., Inf., Londrina, v. 12, n. 2, jul./dez. 2007.

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INFORMAÇÃO NO NÍVEL ESTRATÉGICO

INFORMAÇÃO NO NÍVEL TÁTICO

INFORMAÇÃO NO NÍVEL OPERACIONAL

20
VII WORKSHOP INTERNACIONAL EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Brasília: PPGCINF, 2011.

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MO‘áE“21 àFáDEL à

A informação, no âmbito das organizações, pode ser classificada, ainda:

Estruturada;
Não-estruturada.
FORMAIS;
INFORMAIS.

21
Moraes, Cássia Regina Bassan de; Fadel, Bárbara. A informação no contexto organizacional: tipos, características e
usos . // Ibersid. (2009) 61-65. ISSN 1888-0967.

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1.4. GESTÃO DO CONHECIMENTO.

1.4.1. Divisão epistemológica.


Nonaka e Takeuchi (1997), os pioneiros do estudo da Gestão do Conhecimento, criam uma
T à àC à àC O àobservam que o processo de construção do
à à à à à à à à à à à à
essencialmente relacionado à ação, à atitude e a à à àÉà à à à
dinâmico de justificar a crenç à à à à à à NONáKáà àTáKEUCHI 1997, p.63
apud BRITO22, 2008).

É um processo, segundo os autores, de duas dimensões: uma dimensão ontológica e outra


epistemológica. Na dimensão ontológica, o pressuposto fundamental é que o conhecimento só é
criado por indivíduos, o que significa que a criação do conhecimento organizacional seja entendida
à à à à organizacionalmente o conhecimento criado pelos indivíduos,
cristalizando-o como parte da rede de conhecimento à à (NONAKA e TAKEUCHI, 1997,
p.63). É um processo que acontece dentro de uma comunidade que interage entre si e que expande
seus limites para além da organização (BRITO, 2008).

Com relação à dimensão epistemológica, o homem faz uma reflexão sobre o conhecimento
produzido por ele próprio sobre ele próprio, sua validade prática, suas etapas de desenvolvimento
e seus limites. Os autores distinguem o conhecimento tácito do conhecimento à Oà
conhecimento tácito é pessoal, específico ao contexto e, assim, difícil de ser formulado e
comunicado. Já o conhecimento explícito ou codificado refere-se ao conhecimento transmissível em
lingua à à à à NONáKáà àTáKEUCHI à à à apud BRITO, 2008).

CONHECIMENTO EXPLÍCITO CONHECIMENTO TÁCITO

é o conhecimento que está registrado em é o conhecimento que existe na cabeça das


livros, revistas, artigos, documentos de um pessoas, acumulado em função da experiência
modo geral. Este conhecimento é fácil de que cada uma adquiriu ao longo de sua vida.
articular, manipular e transmitir.

(RUSSO, 2010).

22
BRITO, L. M. P. Gestão do conhecimento. Cadernos de Educação | FaE/PPGE/UFPel | Pelotas [30]: 135
- 148, janeiro/junho 2008.

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P àN à àT à à à à à à expandido através da interação


social entre conhecimento tácito e o à àN à àTakeuchi, 1997, p.67). Essa
interação que os autores chamam de conversão do conhecimento seria um processo social entre
indivíduos que se expande em termos de qualidade e quantidade. A gestão do conhecimento,
portanto, teria como principal desafio a aquisição e a transferência do conhecimento pessoal do
trabalhador (tácito) e do conhecimento declarativo (explícito) num processo de transformação
interativa e em espiral (BRITO, 2008).

(TAKEUCHI23; NONAKA, 1997).

1.4.2. Informação e conhecimento no contexto corporativo.


Segundo Tarapanoff24 (2006) o contexto que se impõe sobre as corporações é o da sociedade
da informação e do conhecimento. Esta nova sociedade, globalizada, apoia-se em tecnologias de
informação e comunicação, exigindo, para que esta última ocorra, uma estrutura em rede. Essa con-
textualidade traz consigo a nova forma de administrar, o entendimento tácito da adaptação contí-
nua ao meio ambiente organizacional, a certeza da mudança, da competitividade, da universalização
da concorrência, do imperativo da criatividade e da inovação. Baseados em um clima de confiança
mútua, as corporações engajam-se no aprendizado contínuo (TARAPANOFF, 2006).

Os principais ativos são a informação e o conhecimento.

23
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Criação do conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
24
TARAPANOFF, K. Informação, conhecimento e inteligência em corporações: relações e complemen-
taridade. In: _____. (Org.). Inteligência, informação e conhecimento. Brasília: IBICT, 2006.

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Estes ativos são acessados, compartilhados, trabalhados, e geram o conhecimento novo, a


inovação e a inteligência corporativa. São fundamentos importantes:

A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO é uma ciência de caráter eminentemente interdisciplinar,


que tem por objeto o estudo das propriedades gerais da informação (natureza, gênese e
efeitos). Assim, em pesquisas que abordam o tema da informação, a ciência da informa-
ção contribui principalmente com estudos das NECESSIDADES INFORMACIONAIS, do es-
tudo do FLUXO E USO DA INFORMAÇÃO.

(TARAPANOFF, 2006).

Os cientistas ou profissionais da informação, podem ser considerados mediadores, educa-


dores e facilitadores do processo de acesso e disseminação da informação, o que provoca mudanças
na ordem social (FROEHLICH, 1989, p. 308 apud TARAPANOFF, 2006, p. 20).

A interdisciplinaridade da ciência da informação é um tema recorrente na literatura da área.


As duas relações interdisciplinares mais fortes da ciência da informação são com a biblioteconomia
e com a ciência da computação. De forma simplista, a distinção no tratamento da informação entre
estas disciplinas reside em a computação tratar os algoritmos relacionados à informação e à biblio-
teconomia da natureza da informação e de seu uso (TARAPANOFF, 2006, p. 20).

Outras áreas com as quais a ciência da informação se relaciona incluem: psicologia, linguística,
sociologia, informática, matemática, lógica, telecomunicações, filosofia, epistemologia e história.

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25
ALVARES, L. Organização da informação e do conhecimento. São Paulo: B4 editores, 2012.

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3 HISTÓRIA DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO.

3.1. ENTENDIMENTO EPISTEMOLÓGICO.

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26
PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro. Processo evolutivo e tendências conteporâneas da Ciência da Informação. Informacao &
Sociedade, v. 15, n. 1, 2005.

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27
Montanari, U. (1974). Networks of constraints: fundamental properties and applications to picture processing. Information
Sciences 7(66): 95–132.
28 Mann, W. C., and S. A. Thompson. (1987). Rhetorical Structure Theory: A Theory of Text Organization. Information Sciences
Institute, University of Southern California.
29 Mann, W. C., and S. A. Thompson. (1988). Rhetorical structure theory: Toward a functional theory of text organization. Text 8: 243–
281. Also available as USC/Information Sciences Institute Research Report RR-87-190.

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3.2. ATIVIDADES DE FIXAÇÃO.

1. Transcreva a definição de informação, segundo Le Coadic (1996, 2004):

A informação é um conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral
ou audiovisual. A informação comporta um elemento de sentido. É um significado transmitido a um ser
consciente por meio de uma mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal
elétrico, onda sonora, etc. Esta inscrição é feita graças a um sistema de signos (a linguagem), signo este
que é um elemento da linguagem que associa um significante a um significado...

O fluxo da informação (LE COADIC, 1996, 2004).

2. Considerando a fórmula do fluxo da informação apresentada acima, explique-a?

A conjunção de dois fenômenos: 1) explosão informacional e 2) implosão do tempo; relacionados ao


objeto da Ciência da Informação conduz no aparecimento de fluxos de informação muito elevados, isto
é, à circu-lação de consideráveis quantidades de informação por unidade de tempo.

3. INFORMAÇÃO X CONHECIMENTO e INFORMAÇÃO X COMUNICAÇÃO. Explique.

Nosso estado (ou nossos estados) de conhecimento sobre determinado assunto, em determinado
momen-to, é representado por uma estrutura de conceitos ligados por suas relações: nossa imagem do
mundo. Quando constatamos uma deficiência ou uma anomalia desse(s) estado(s) de conhecimento,
encontramo-nos em um estado anômalo do conhecimento. Disso resulta um novo estado de
conhecimento. É o que Brookes quis esquematizar e representar sob a forma do que chamou de
A
ao ciclo gerador e comunicador da informação e do conhecimento. No qual, são concebidos 3 modelos
desse ciclo para Le Coadic (2004): o 1) se refere ao modelo cíclico social; o 2) ao modelo linear da
comunicação de massa e o 3) ao modelo da Teoria Matemática da Informação que, na verdade, se refere
às perdas nos sistemas de telecomunicação.

4. Quais são as primeiras disciplinas da Ciência da Informação para Le Coadic (1996, 2004)?

São as primeiras disciplinas: a biblioteconomia, a museoconomia, a documentação e o jornalismo.

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5. Conforme modelização abaixo, o mapa conceitual da Ciência da Informação se refere à interdis-


ciplinaridade em relação a outros ramos do conhecimento, enquanto as primeiras disciplinas foram
seminais. Explique.

A Sociedade da Informação necessita de uma ciência que estude as propriedades da informação e os


pro-cessos de sua construção, comunicação e uso. Esta tríplice será impactante no contexto da CI, em
geral. A Ciência da Informação, com a preocupação de esclarecer um problema social concreto, o da
informação, e voltada para o ser social que procura informação, coloca-se no campo das ciências sociais
(das ciências do homem e da sociedade), que são o meio principal de acesso a uma compreensão do
social e do cultural. A pesquisa em CI, pesquisa orientada, respondendo a uma necessidade social,
desenvolveu-se em função dessa necessidade e foi, de certa forma, dirigida, e até mesmo financiada
por ela. Veja o caso do IBICT. Igualmente, sob a demanda premente da tecnologia da informação, de
máquinas de comunicar, a preocup-ção dominante dos pesquisadores foi a utilidade, a eficácia, o
prático e a prática, e muito pouco o teórico.

Figura acima: mapa da Ciência da Informação.

(FONTE: Y.-F. LE COADIC. A ciência da informação. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2004.)

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3.3. - QUESTÕES DE CONCURSO.

QUESTÕES DE CONCURSO.
Texto 01.
As alterações no comportamento do leitor se dão com a aplicação de técnicas, procedimentos, regula-
mentações, normalizações que facilitaram a leitura textual, tornando o leitor mais rápido e independente. O
surgimento do texto eletrônico abre possibilidades de intervenção do leitor, que pode tornar-se um co-autor
do texto. O universo dos textos eletrônicos significará um distanciamento em relação às representações
mentais e às operações intelectuais, especificamente, aquelas ligadas à forma do livro ao longo de sua
história. Segundo Simeão e Miranda (2003) o meio eletrônico redefine a materialidade dos documentos,
quebrando o elo físico entre o suporte e o texto impresso, dando ao leitor poderes e protocolos de edição e
impressão, que não tinha com os impressos. Há uma relação inédita entre o documento e seu usuário, que
pode tornar-se editor, mover o texto, moldá-lo na aparência, controlando o seu formato. Quando oferece
ao leitor tal protocolo, a publicação passa a ter um caráter extensivo (MIRANDA; SIMEÃO30, 2005).

Julgue os itens abaixo sobre o tema.

6. (SUFRAMA / CESPE / 2014) A ciência da informação é considerada uma ciência humana, pois
ultrapassa o limite da ciência e da tecnologia.
GABARITO: CERTO.

7. (STJ / CESPE / 2012) O conhecimento codificado pode ser reproduzido com facilidade e a
baixo custo; o mesmo não ocorre, contudo, com o conhecimento explícito.
GABARITO: ERRADO.

8. (CADE / CESPE / 2014) Para resolver problemas a respeito da transferência do conhecimento


organizado, a ciência da informação se utiliza das ciências da computação, da psicologia e da
linguística.
GABARITO: CERTO.

9. (CADE / CESPE / 2014) A teoria da informação, originariamente, teoria da recuperação da


informação, se desenvolveu após a ciência da informação.
GABARITO: ERRADO.

30
SIMEÃO, E.; MIRANDA, A. (ORG.) Informação e tecnologia. Brasília: UnB, 2005. (Série comunicação e
informação digital).

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Julgue os itens a seguir:

10. (SUFRAMA / CESPE / 2014) O livre acesso à literatura científica mundial não é suficiente para
que se modifique o planejamento das publicações e suas avaliações.
GABARITO: ERRADO.

11. (SUFRAMA / CESPE / 2014) A ciência da informação tem por objeto de estudo a informação
em seus processos de comunicação e uso, mas não em seu processo de construção.
GABARITO: ERRADO.

12. (SUFRAMA / CESPE / 2014) Na ciência da informação, utilizam-se as tecnologias


principalmente com o intuito de organizar a informação para a utilização do usuário final.
GABARITO: CERTO.

13. (SUFRAMA / CESPE / 2014) Informações recentes e não comprovadas são elementos
informais da comunicação da informação.
GABARITO: CERTO.

14. (SUFRAMA / CESPE / 2014) Os colégios invisíveis são uma estrutura de trabalho científico em
que os cientistas não se comunicam entre si.
GABARITO: ERRADO.

15. (UFG/2018) No Brasil, o primeiro curso de biblioteconomia foi sediado na cidade do Rio de
Janeiro, sob influência francesa. O segundo curso foi criado na cidade de São Paulo, sob influência
da biblioteconomia norte-americana. Os perfis de formação desses cursos foram, respectivamente,
(A) Epistemológico e científico.
(B) Cultural e educacional.
(C) Humanista e tecnicista.
(D) Social e tecnológico.
Resposta: alternativa C.

Texto 01.

A detecção de deficiência no estado de conhecimento e a consequente busca e obtenção da


informação para corrigir essa anomalia resultam em novo estado de conhecimento e são
procedimentos que estão na essência da Ciência da Infor-mação. Os paradigmas do trabalho
coletivo, do fluxo e do usuário afetam o tempo de produção, de comunicação e de uso da
informação. Os sítios da internet, por exemplo, estão incluídos no paradigma do fluxo. Assim,
conhecido por sua interdisciplinaridade, a ciência da informação mantém relações com outras áreas
de pesquisa, tais como comunicação humana, necessidade informacional e contexto social.

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Com base no texto acima, julgue os itens abaixo:

16. (ALSP/FCC/2010) Considere a representação acima. No centro da representação, desenvolvida por


‘ ‘ B I P

(A) inteligência competitiva.


(B) gestão da informação.
(C) planejamento bibliotecário.
(D) gestão do conhecimento.
(E) portal corporativo.

Resposta: alternativa D.

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4 LISTA DE QUESTÕES.

4.1 BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

(SERPRO / CESPE / 2013) Julgue os próximos itens, relativos a documentação e a biblioteconomia.

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(TJDFT / CESPE / 2015) Julgue os itens seguintes, referentes a documentação.

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(CNJ / CESPE / 2013) Julgue os itens subsequentes, relativos a documentação jurídica.

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(ANATEL / CESPE / 2009) Julgue os itens que se seguem, acerca da ciência da informação e do
conceito de informação no contexto dessa ciência.

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(MPU / CESPE / 2011) Com relação a conceitos, leis e modelos da ciência da informação, julgue os
próximos itens.

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(CNJ / CESPE / 2013) Acerca de conceitos básicos de biblioteconomia, ciência da informação e


documentação, julgue os itens subsequentes.

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(FUB / CESPE / 2015) A respeito dos conceitos de documentação e de biblioteconomia, julgue os itens
subsequentes.

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(SUFRAMA / CESPE / 2014) A respeito de documentação, julgue os itens a seguir.

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N à à à à à à à à à à à à à à
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4.2. GABARITO

1. Certo 22. Certo


2. Certo 23. Errado
3. Errado 24. Certo
4. Certo 25. Errado
5. Errado 26. Certo
6. Certo 27. Certo
7. Certo 28. Errado
8. Errado 29. Certo
9. Errado 30. Certo
10. Errado
11. Errado #nomeadoate2020
12. Errado
13. Errado
14. Certo
15. Certo
16. Certo
17. Certo
18. Certo
19. Errado
20. Errado
21. Certo

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