Angelologia-: Introdução

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A N G E L O L O G I A - (Doutrina dos Anjos)


INTRODUÇÃO:
A Existência dos Anjos.
A nossa terra representa um pequeno ponto no meio dos inúmeros corpos celestes de todo grau de resplendor. Quando contemplo os teus céus,
obra dos teus dedos e a lua e as estrelas que estabeleceste que é o homem, que deles te lembres ? (Sl 8:3,4) . De fato, nós criaturas humanas, somos
nada no meio deste vastíssimo espaço. Em Gn 24: 7 - O Senhor Deus do Céu, que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal e que me falou, e
jurou, dizendo: À tua descendência darei esta terra, ele enviará o seu anjo que te há de preceder , e tomarás de lá esposa para meu filho. Em Mt 1:20 -
.Enquanto ponderava nestas cousas eis, que lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua
mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo..
Em (2 Rs 19: 35) - Então, naquela mesma noite, saiu o Anjo do Senhor e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil, e, quando se
levantaram os restantes pela manhã, eis que todos estes eram cadáveres..
Por volta da metade da década de 90 irrompeu uma onda doutrinária a respeito dos anjos.
I – Etimologia: Anjo (do latim angelus e do grego ággelos (pronuncia-se: anguelos (ἄγγελος), significa: mensageiro.
ἀρχάγγελος = Archángelos é o grego de ARCANJO. ἀρχι + ἀγγέλος = “anjo chefe”.
No idioma hebraico, ANJO é mal'akh. “mensageiro”. No plural, é mal'akhym (malaquim) = “mensageiros”.

II - Angelologia - é o estudo referente aos anjos. É uma palavra vinda do encontro de outras duas palavras: anguelos e logos, palavras gregas que
significam anjo e estudo, respectivamente. Devemos estudar angelologia unicamente por uma perspectiva bíblica.
Os anjos são mencionados em toda a Bíblia: 108 vezes no AT e 175 vezes no NT , 72 dos quais encontram-se no Apocalipse.

III- A Criação dos Anjos


A palavra anjo deriva da língua latina - Angelus, que é correspondente à palavra grega anguelos. No hebraico a palavra para anjo é Malak. O significado
comum é mensageiro, enviado. Anjos, com o sentido de mensageiros, não diz respeito à natureza espiritual desses seres, mas determina sua missão.
Com esse mesmo sentido de mensageiro ou enviado, pessoas humanas são chamadas anjos. O sacerdote (Ml 2: 7), o rei (2 Sm 14: 17,20), os pastores
líderes das sete igrejas do Apocalipse (Ap - 2: 1,8,12,18 , 3: 1,7,14) .
Contudo, não é difícil perceber quando o termo se refere aos seres celestiais, porque vem associado à pessoa de Deus como, por ex: (Gn 16:7, 28: 12 e
Sl 34: 7). Deus criou tudo o que existe, as coisas visíveis e as invisíveis. Entre elas criou os anjos (Cl 1:16). Examinando a Bíblia, concluímos que foram
criados todos de uma só vez - Deus criou uma companhia de anjos e não uma raça
IV _ A natureza dos Anjos
Originalmente as criaturas angelicais eram Santas. Todas as outras coisas criadas por Deus eram boas (Gn 1:31) e os anjos foram criados neste estado
de justiça, bondade e santidade. Havia uma condição original de igualdade em todos os anjos ( 2 Pe - 2: 4). Os anjos que assim perseveraram,
continuaram a serviço do Senhor e foram chamados .eleitos (Mt - 18: 10, 1 Tm - 5:21).
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Os anjos maus são os que não perseveraram no estado original. Rebelaram-se e tornaram-se inimigo de Deus dos outros anjos e dos homens, e estão
condenados a tormentos e castigo eterno (Jd 6, Mt 8:29, 25:41, 1 Jo 5:19, Jo 16: 11). Os anjos são seres pessoais, Deus atribui a esses seres que criou,
características pessoais. A crendice popular tem os anjos com espíritos impessoais ou influências sobre os homens. São seres inteligentes. Os anjos de
Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos.
Sendo espirituais são também invisíveis.
Os anjos podem influenciar a mente humana do mesmo modo como outro ser humano pode influenciar. A influência dos anjos maus, porém, pode ser
impedida pelo poder de Deus ( Ef - 6:10-12 ; 1Jo 4: 4 - 18).
Exemplos de textos e natureza dos Anjos:
Hb - 1: 13-14// Mt - 26: 53 // Mt - 22 : 30 // Hb - 12 : 22 // 1 Rs - 22: 19 // Dt - 33: 2 // Lc - 1: 26 // Jd - 9 // Ap - 9: 11 // Lc - 20: 36 // 1 Tm - 6; 16
// Lc - 20: 35,36 // Mt - 8: 16 // Ef - 6: 12 // Hb - 1: 14

V - A Prova da Existência dos Anjos:


1. Anjos no Antigo Testamento:
1º ) Nos livros da Lei
Gn 3: 24 - E, expulso o homem colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia para guardar o caminho da
árvore da vida..
Gn 16:7 - Tendo-a achado o Anjo do Senhor junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no Caminho de Sur (Gn 22:11). Mas do céu lhe bradou o
Anjo do Senhor: Abraão! Ele respondeu: Eis me aqui! Gn 19:1. Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló
assentado; este, quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra. Exemplos de capítulos e versículos que
comprovam a existência de Anjos:
a) Gn - 28: 12; Gn 32: 24; b) Êx 23: 20 ; Êx 32:34; c) Nm 20:16; Nm 22:31-35
2º ) Nos livros históricos:
a) Jz 2:1; Jz 5:23; Jz 6:11; Jz 13:3; b) 1 Rs 19:7; 2 Rs 1:3; 2 Rs 19:35.

3º) Nos livros poéticos:


a) Jó 4: 18; Jó 33: 23,24; Jó 1: 6 ; Jó 2: 1; Jó 38: 7; b) Sl 29:1; Sl 91:11,12; Sl 103: 20.

4º ) Nos profetas:
a)Is 6:2; b) Dn 6:22; c) Dn 3:25

5°)O novo Testamento, reafirma a doutrina dos anjos exposta no Antigo testamento: a) Nos Evangelhos: Mt 1: 20,24; Mt 2:13,19; Lc 1:26; Lc 1:11,13;
Mc 1:13; Mt 28:2 // Mt 13:
6º ) Nos apóstolos: At 1:10,11; At 8:26; At 10:3; At 11:3; At 27:23.
7º ) Nas Cartas Paulinas: Rm 8: 38; Gl 3: 19; Cl 1:16; Fp 2: 10; 1 Tm 3: 16; 1 Ts 4: 16
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8º) Na carta aos Hebreus: Hb 1:4, 5, 13, 14; Hb 2:2,5,7,9; Hb 12:22; 2 Pe 2:4,10; 1 Pe 3:22
9º ) No apocalipse: Ap 5: 11; Ap 8: 2 Ap 14:15; Ap 15:1.
VI - A Crença Universal sobre Anjos
1) As sutilezas Escolásticas
No período da Idade Média, muitos assuntos eram tratados com profundidade, mas às vezes eles desciam a considerações banais. Foi assim que o
Escolasticismo tratou a doutrina dos anjos levantando questões sem nenhuma relevância para a sua compreensão, como por exemplo:
a) Quantos anjos poderiam permanecer na ponta de uma agulha?
b) Um anjo poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo?
c) Os anjos da guarda vigiam as crianças desde o nascimento?

VII - O Cristocentrismo
Embora ser Cristocêntrico seja uma exigência para o Cristão e para o Cristianismo. A mensagem da Cruz (1 Co 1:18, 21, 22, 23, 25), Certamente,
a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Visto como, na sabedoria de Deus o mundo não o
conheceu por sua própria sabedoria aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem sinais, como os
gregos buscam sabedoria. Mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios. Porque a Loucura de Deus é mais
sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Estudando uma mensagem Cristocêntrica, corremos o risco de, procedendo assim pôr de lado outras doutrinas, como por exemplo a doutrina dos
anjos. A doutrina dos Anjos é uma questão de revelação de Deus, desde o Gênesis ao Apocalipse.

VIII -AS MISTIFICAÇÕES:


Estas mistificações causam repulsa e levam a considerar o assunto dos anjos uma questão de crendice popular ou de superstição que não merece uma
reflexão séria. Esta é , provavelmente, mais uma razão porque a doutrina dos anjos é esquecida. Entretanto, ao invés de esquecê-la, apenas deveríamos
nos livrar do misticismo em torno dos Anjos. Foi isto que Paulo condenou quando escreveu aos crentes de Colossos, que, influenciados por práticas
pagãs, corriam também o risco de prestarem adoração a anjos, e não a Deus. Em Cl 2:18 - Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando
humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum na sua mente carnal.
IX - A DOUTRINA DOS ANJOS E A TEOLOGIA SISTEMÁTICA - A Bíblia fala de Assembléia de anjos ( note em Sl 89:5-8 - consta a palavra
Santos, mas o contexto dá a entender que são anjos), de sua organização para a batalha ( Ap - 12: 7) e de um anjo que é rei sobre os terríveis seres
apocalípticos que haverão de assolar a terra (Ap 9 : 11).
- Os anjos também possuem uma classificação governamental que indica organização e hierarquia Ef 3:10 (dos anjos Bons) e Ef 6:12 (dos anjos
Maus). Sem dúvida, Deus determinou a organização dos anjos bons e Satanás a dos anjos maus - Do mesmo modo que nos governos terrenos há
graduações e posições, também as há nas regiões celestiais. Os anjos estão em hierarquia ordenadamente. Aparecem em uma escala de graduação ou
de autoridade. Esta graduação está de acordo com a atividade que exercem.
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1º) ARCANJO - é uma palavra grega - ARCHANGELOS. Na Bíblia aparece a menção de apenas um Arcanjo Miguel (só pode haver mesmo um arcanjo,
pois a palavra significa o principal entre os anjos. Seu nome significa. quem é como Deus, ou, semelhante a Deus. O prefixo arc, de Arcanjo, leva a supor
ser este anjo um chefe principal e poderoso. E o significado do seu nome. Miguel pode representar uma resposta a Lúcifer, cujo coração se elevou,
dizendo: Serei semelhante ao Altíssimo ( Is 14:14).

2º) ANJOS GOVERNADORES - nos escritos Paulinos aparecem várias expressões que indicam ordens de anjos que exercem governo ou domínio sobre
outros.
a)Principados - Os Principados, do latim principatus, são os anjos encarregados de receber as ordens das Dominações e Potestades e
transmití-las aos reinos inferiores, e sua posição é representada simbolicamente pela coroa e cetro que usam. Guardam as cidades e os
países.esta palavra é usada por Paulo sete vezes, indicando uma ordem de anjos bons ou maus, envolvido no Governo do universo (Rm 8:38; Ef 1: 21,
3:10, 6:12, Cl 1:16, 2:10,15) . Podem ser considerados como generais de exércitos angelicais. São anjos que têm poderes de príncipes.
b)Potestades - As Potestades ou Potências são também chamadas de "condutores da ordem sagrada". Executam as grandes ações que
tocam no governo universal. Devem ser anjos que exercem uma supremacia; possuem autoridade para governar. Sua principal atividade deve ser ,
remover os obstáculos que podem impedir o cumprimento da vontade de Deus, e para isso são investidos de especial autoridade (Rm 8: 38, Ef 1: 21 , 3:
10 , 6: 12, Cl 1: 16, 2:10) . Ef 3: 10 - pode dar a entender que potestades são anjos que aprendem algo da vontade de Deus ao contemplarem o que ele
está realizando no seio da Igreja.
c)Poderes - As Virtudes são os responsáveis pela manutenção do curso dos astros para que a ordem do universo seja preservada. Seu
nome está associado ao grego dunamis, significando "poder" ou "força", e traduzido como "virtudes" em Efésios 1:21, e seus atributos são
a pureza e a fortaleza. Esta palavra ressalta o fato de que anjos e demônios tem maior poder que os homens. Pode referir-se de modo especial, aos
anjos, que exercem poder sobre os fenômenos da natureza (2 Pe 2:11, Ef 1:21, 1 Pe 3:22).
d)Domínio - As Dominações ou Domínios (do latim dominationes) têm a função de regular as atividades dos anjos inferiores, distribuem
aos outros anjos as funções e seus mistérios, e presidem os destinos das nações. Sua liderança também é afirmada na tradução do
termo grego kyriotes [küriotés], que significa "senhor", aplicado a esta classe de seres. Deve ser uma classe de anjos que executam as ordens
de Deus com relação as coisas criadas. (Cl - 1: 16, Ef - 1:21)
e)Tronos - derivado do grego thronos, que significa "anciãos". Esta designação enfatiza a dignidade e autoridade com a qual Deus investiu os anjos
que Ele usa para governar. (Ef 1:21, Cl 1:16, 2 Pe 2:10,11).
Observe-se que em Cl 1:16 principados e potestades e tronos parecem referir-se a anjos bons. Ef 1:21, entretanto parece ser uma referência a anjos bons
e maus. Já em Rm 8:38, Ef 6:12 e Cl 2:15 parece que a referência é apenas a anjos maus. . Embora haja uma aparente semelhança entre estas
denominações, temos de presumir que estes títulos representam uma dignidade incompreensível e os diversos graus de categoria. As esferas celestiais
de governo excedem os impérios humanos como o universo excede a terra.

3º) QUERUBINS - Querubins. Do hebreu ‫ כרוב‬- keruv, ou do plural ‫ – כרובים‬keruvim cujo significado é .guardar e cobrir. Com esta função, os
querubins aparecem mencionados em vários textos. Eles agiram como guardiões da Santidade de Deus, tendo guardado o caminho para a árvore da vida
no jardim do Éden (Gn - 3: 24). Querubins são portanto, anjos que defendem o caráter Santo de Deus. Assim os encontramos em ação.
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Exemplos de textos:
a)Êx 26:1; b) Êx 36: 8; c) 1 Rs 6: 23- 9; d) Êx 25:10-22.
4º) SERAFINS - O nome Serafim. No Grego Σεραφὶμ - tem origem na raiz hebraica, saraf (‫ )שרף‬ou Saraph, que significam: abrasar, queimar,
consumir,ardente. Estes seres angelicais são mencionados apenas em Is 6:1-3. Eles aparecem ao redor do trono de Deus, a postos para cumprirem
suas ordens. Os Serafins são considerados os mais nobres entre os anjos. Enquanto os querubins se ocupam em demonstrar a santidade de Deus, os
serafins trabalham para promover a reconciliação, preparando os homens para uma adequada aproximação dEle.

5º) OUTROS ANJOS - um deles, mencionado pelo nome, é Gabriel (Dn 8:15-27, 9:20-27, Lc 1:19,26). Foi incumbido de missões extraordinárias, para
revelar os mistérios que se encontravam acima da compreensão humana. Gabriel significa. Deus é forte. Aparece como mensageiro da misericórdia e
promessas divinas. Além do anjo Gabriel, aparecem outros anjos nas Escrituras, designados por Deus para tarefas específicas:
a) Mensageiros do juízo (Gn - 19: 13 , 2 Rs - 19: 35 ); b)Com poder sobre o fogo (Ap - 14: 18); c) Com poder sobre as águas (Ap 16:5);
d)Os sete anjos anunciadores de juízos ( Ap - 8: 2); e) Anunciadores de nascimento das Crianças (Gn - 18: 1,10, Jz - 13: 3).

X - O PAPEL DOS ANJOS NOS DESÍGNIOS DIVINOS


1. Os anjos nos fazem lembrar que o mundo invisível é real.
Assim como os saduceus no tempo de Jesus diziam “não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito” (At 23.8), também muitos nossos
contemporâneos negam a realidade de qualquer coisa que não se possa ver. Mas o ensino bíblico sobre a existência dos anjos é para nós constante
lembrança de que existe um mundo invisível bastante real. Só quando o Senhor abriu os olhos do servo de Eliseu à realidade desse mundo invisível é
que o servo viu que “o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (2Rs 6.17; um grande exército de anjos enviado a Dotã
para proteger Eliseu dos siros). O salmista também demonstra consciência do mundo invisível ao encorajar os anjos: “Louvai-o, todos os seus anjos;
louvai-o, todas as suas legiões celestes” (Sl 148.2).
2. Os anjos são exemplos para nós.
Tanto na sua obediência quanto na sua adoração, os anjos nos dão belos exemplos a imitar. Jesus nos ensina a orar, dizendo: “Faça-se a tua
vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). No céu a vontade de Deus é feita pelos anjos — imediata e alegremente, sem questionamentos.
Devemos orar diariamente para que nossa obediência e a obediência dos outros seja como a dos anjos no céu. Seu prazer é viver como humildes
servos de Deus, cada qual desempenhando fiel e alegremente as suas tarefas, grandes ou pequenas. Devemos desejar e orar para que nós e os
outros façamos o mesmo na terra.
3. Os anjos executam alguns dos desígnios de Deus.
As Escrituras retratam os anjos como servos de Deus que executam alguns dos seus desígnios na terra. Eles levam as mensagens de Deus às
pessoas (Lc 1.11-19; At 8.26; 10.3-8, 22; 27.23-24). Executam alguns dos juízos de Deus: semeiam uma peste em Israel (2Sm 24.16-17), castigam os
líderes do exército assírio (2Co 32.21), ferem de morte o rei Herodes por não ter ele rendido glórias a Deus (At 12.23) e derramam as taças da ira de
Deus sobre a terra (Ap 16.1). Quando Cristo voltar, os anjos o ladearão como um grande exército acompanhando seu Rei e Senhor (Mt 16.27; Lc
9.26; 2Ts 1.7).
4. Os anjos glorificam diretamente a Deus.
Os anjos também cumprem outra função: servem diretamente a Deus, glorificando-o. Assim, além dos seres humanos, há no universo outras criaturas
inteligentes e morais que glorificam a Deus.
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XI. NOSSA RELAÇÃO COM OS ANJOS


1. Devemos ter consciência dos anjos no dia-a-dia.
As Escrituras deixam claro que Deus quer que nos mantenhamos conscientes da existência dos anjos e da natureza da sua atividade. Não devemos,
portanto, supor que a doutrina bíblica sobre os anjos não tem absolutamente nada que ver conosco hoje. Antes, a vida dos cristãos se enriquece em
vários aspectos pela consciência da existência e do ministério dos anjos no mundo de hoje.
2. Precauções a tomar na nossa relação com os anjos
a. Recuse-se a receber falsas doutrinas de anjos. A Bíblia nos alerta para o perigo de receber falsas doutrinas de supostos anjos: “Mas, ainda que
nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8). Paulo faz esse alerta
porque sabe que existe a possibilidade da fraude. Diz: “O próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2Co 11.14). Do mesmo modo, o profeta
mentiroso que enganou o homem de Deus em 1Reis 13 disse: “Um anjo me falou por ordem do SENHOR, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa,
para que coma pão e beba água” (1Rs 13.18). Contudo, o texto bíblico acrescenta imediatamente, no mesmo versículo: “Porém mentiu-lhe”.
b. Não adore os anjos, nem lhes dirija oração, nem os procure. O “culto de anjos” (Cl 2.18) era uma das falsas doutrinas ensinadas em Colossos.
Além disso, o anjo que falou a João no livro do Apocalipse exorta o apóstolo a não adorá-lo: “Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos
que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus” (Ap 19.10).
c. Será que os anjos ainda hoje aparecem às pessoas? No período inicial da história da igreja, os anjos se achavam ativos. Um anjo disse a Filipe
que viajasse para o sul, tomando a estrada que ia de Jerusalém a Gaza (At 8.26), orientou Cornélio a enviar um mensageiro até Jope para mandar
chamar Pedro (At 10.3-6), exortou Pedro a que se erguesse para sair da prisão (At 12.6-11) e prometeu a Paulo que ninguém do navio pereceria e
que ele, assim, compareceria perante César (At 27.23-24). Além disso, o autor de Hebreus encoraja seus leitores, nenhum deles apóstolos nem
mesmo crentes da primeira geração ligada aos apóstolos (ver Hb 2.3), a que eles continuem a demonstrar hospitalidade a estranhos, aparentemente
com a expectativa de que também possam um dia receber anjos sem o perceber (Hb 13.2).

CONCLUSÃO: Esta doutrina, apesar de difícil, é da mais alta importância para o crente em sua vida cotidiana, pois os anjos são exemplos
de louvor e ajudadores enviados por Deus. É reconfortante saber que há anjos do Senhor trabalhando para nos proteger dos perigos
espirituais que rondam nossas vidas, e os termos como exemplo de quão maravilhosa será nossa vida louvando ao Senhor por toda a
eternidade.

REFERÊNCIAS:
BÍBLIA ANOTADA
THIESSEN, Henry Clarence, B. D. , PH D., D. D. palestras em Teologia /sistemática. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1994.
CARSON, Donald A. Teologia Bíblica ou Teologia sistemática, São Paulo: Vida Nova, 2001.
ERICKSON, Millard, J. Introdução à Teologia Sistemática, São Paulo: Vida Nova, 1997.
GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática, São Paulo: vida Nova, 1999.
SILVA, Severino Pedro da, A doutrina dos Anjos. Rio de Janeiro, CPAD, 2004.

Pr. VALTEMIR R. GUIMARÃES

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