Avaliação Do Impacto Ambiental e Licenciamento
Avaliação Do Impacto Ambiental e Licenciamento
Avaliação Do Impacto Ambiental e Licenciamento
impacto
ambiental e
licenciamento
Avaliação do impacto
ambiental e licenciamento
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisora Técnica
Carolina Belei Saldanha
Editoração
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Leticia Bento Pieroni
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-522-0302-5
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1 | Histórico, Conceitos e Definições____________________________ 7
Seção 1 - Definições importantes relacionadas à Avaliação de Impacto
Ambiental e ao Licenciamento Ambiental_____________________________ 10
1.1 | Caracterização da avaliação de impacto ambiental_____________________ 10
1.2 | Meio ambiente_________________________________________________ 11
1.3 | Impacto ambiental______________________________________________ 13
1.4 | Aspecto ambiental______________________________________________ 16
1.5 | Degradação ambiental___________________________________________ 18
1.6 | Recuperação ambiental__________________________________________ 20
1.7 | Poluição______________________________________________________ 22
Bons estudos!
Unidade 1
Histórico, conceitos e
definições
Vinícius Pires Rincão
Objetivos de aprendizagem
Caro aluno, nesta unidade, você será levado a entender os
principais fatos que marcaram o aparecimento da Avaliação de
Impacto Ambiental (AIA) e o Licenciamento Ambiental (LA) através
da história. Deverá, também, conhecer e entender os conceitos que
definem a AIA e o LA, caracterizando termos importantes para o
entendimento do processo.
Poluição sonora.
Geração de ruído e
Perfuração das bancadas. Perturbação das vizinhanças
poeira.
e exposição ocupacional
dos trabalhadores.
Utilização de
Diminuição dos riscos
equipamento de
de acidentes e da
Perfuração das bancadas proteção (máscara,
exposição ocupacional dos
luvas, botas, protetor
trabalhadores.
de ouvido).
Possibilidade de
Explosão, riscos de vida.
acidentes.
Bom conhecimento
geológico / estrutural Redução de impactos
Carregamento dos furos
da jazida e da área de ambientais.
com explosivos.
exploração.
Treinamento e
Redução de riscos de
capacitação dos
acidentes.
técnicos.
Fonte: adaptado de Bacci, Landim e Eston (2006).
autorregulados
vida e regulagem dos
Sistemas
ciclos naturais.
Agricultura, pecuária,
silvicultura e
aquicultura.
1.7 Poluição
Atividades de aprendizagem
1. A legislação de diversos países, inclusive a do Brasil, exige a realização
de uma Avaliação de Impacto Ambiental para atividades potencialmente
degradadoras do meio ambiente; logo, nesse sentido, é de fundamental
importância compreender esse instrumento da Política Nacional do Meio
Ambiente. Com base nesse assunto, caracterize o termo Avaliação de
Impacto Ambiental.
Ano de
Jurisdição Principais instrumentos legais
Introdução
Decisão do conselho de Ministros – estabelecimento de
Canadá 1973
uma avaliação e exame ambiental.
Nova Zelândia 1973 Procedimento de proteção e melhoria ambiental.
Lei de proteção ambiental sobre o impacto de
Austrália 1974
propostas.
Lei 629 de proteção da natureza
França 1976 Lei 663 sobre as instalações registradas para a proteção
do ambiente.
Diretiva 85/337/ EEC, sobre a avaliação dos efeitos
União Europeia 1985
ambientais de certos projetos públicos e privado.
Rússia (na época Instrução do Soviete Supremo para realização de
1985
União Soviética) “peritagem ecológica de Estado”.
Real Decreto Legislativo 1.302, Lei de Avaliação de
Espanha 1986
Impacto Ambiental de Projetos.
Holanda 1987 Decreto sobre AIA.
Figura 1.11 | Construção da usina hidrelétrica de Itaipu e Parque Nacional das Sete
Quedas
a) Usina hidroelétrica de Itaipu b) Parque Nacional das Sete Quedas
Fique ligado
Nesta unidade, foram abordados os principais fatos históricos que
conduziram ao surgimento do processo de Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA) no Brasil e no mundo. Foi discutido todo processo
de evolução desde sua institucionalização em 1970 até os dias
atuais. Foram relatados, também, os motivos que levaram os países
desenvolvidos e em desenvolvimento a adotarem uma legislação
específica para AIA. Comparamos e estabelecemos a relação entre AIA
e Licenciamento Ambiental e, para finalizar a unidade, apresentamos e
discutimos os principais termos ligados à AIA, demonstrando qual sua
definição e importância.
2.
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental...
Avaliação de impactos
ambientais: aspectos legais e
métodos de avaliação
Rodrigo de Menezes Trigueiro
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, vamos nos aprofundar um pouco mais o
estudo da Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), mas, para isso, é
fundamental conhecermos como se desenvolve esse processo, suas
etapas, seus atores e interessados. Serão também apresentados os
métodos mais empregados para se realizar a avaliação dos impactos
propriamente dita, ou seja, como identificar, valorar e classificar os
impactos ambientais levantados.
1.3.2 Triagem
Uma vez identificado o potencial de geração de impactos
ambientais, o órgão ambiental poderá proceder ao enquadramento do
projeto segundo as categorias descritas a seguir:
a) São necessários estudos aprofundados: nesse caso o proponente
deverá desenvolver algum estudo ambiental que caracterize melhor o
empreendimento e o ambiente a ser afetado, apresente a avaliação de
impactos ambientais propriamente dita e as propostas para o manejo
dos impactos ambientais significativos.
b) Não são necessários estudos aprofundados: sabidamente,
muitos empreendimentos não causam impactos ambientais
significativos e, nesses casos, o órgão ambiental pode identificar essa
situação liberando o proponente da necessidade de se realizar estudos
aprofundados.
c) Há dúvidas sobre o potencial de causar impacto ou sobre
as medidas de controle: essa situação é caracterizada quando o
proponente não apresenta informações básicas suficientes para uma
classificação prévia do órgão ambiental. Nesses casos, é solicitado ao
proponente que apresente um estudo prévio e simplificado sobre o
empreendimento e seus possíveis impactos de forma a subsidiar o
órgão ambiental no processo de triagem.
1.3.7 Decisão
O processo de tomada de decisão normalmente é pelo órgão
ambiental competente, que, para esse trabalho, poderá adotar o
modelo de decisão colegiada, formada por um conselho com a
participação da sociedade civil. A tomada de decisão deverá considerar,
além das informações apresentadas pelo EIA, as demandas resultantes
das audiências públicas. Nesse processo quatro tipos de decisões são
possíveis:
1.3.9 Monitoramento
Durante a instalação e operação de um empreendimento, há que
se realizar o monitoramento das ações previstas no Plano de Gestão
Ambiental para o controle dos impactos ambientais. Esse trabalho é
fundamental, pois permite confirmar ou não as previsões feitas no
EIA. Além disso, por meio do monitoramento, é possível verificar se
o empreendimento atende aos requisitos aplicáveis, alertando para
possíveis falhas e, consequentemente, para as necessidades de ajustes
e correções das medidas propostas.
1.3.10 Acompanhamento
O acompanhamento consiste no conjunto de ações que segue a
decisão de autorizar a implantação de um empreendimento, buscando
garantir o pleno cumprimento dos compromissos assumidos pelo
empreendedor. Esse trabalho será realizado pelos órgãos licenciadores
e por meio de fiscalizações.
O acompanhamento também pode ser realizado por meio de
auditorias ambientais externas, desenvolvidas por organizações
certificadoras, com vistas a garantir os padrões ambientais estabelecidos
para se manter a certificação ambiental requerida.
Outra forma de acompanhamento é realizada pelo próprio
1.3.11 Documentação
Uma etapa importante de todo o processo de Avaliação de Impacto
Ambiental diz respeito à documentação. Por se tratar de um trabalho
complexo, a AIA requer a preparação de grande número de documentos,
cujo montante pode variar em função da regulamentação em vigor em
cada jurisdição. Esses documentos são constantemente produzidos ao
longo da vida útil do empreendimento e deverão ser gerenciados de
forma responsável, pois comprovam a eficiência do Plano de Gestão
adotado, bem com o cumprimento das exigências estabelecidas pelo
órgão ambiental no licenciamento.
Atividades de aprendizagem
1. Como vimos, as primeiras iniciativas para o desenvolvimento da
avaliação de impacto ambiental no Brasil ocorreram pela exigência de
órgãos interacionais de financiamento. A partir daí, iniciou-se no país o
disciplinamento dessa matéria, por meio da criação de uma legislação
específica. Assim, a primeira lei que aborda em seu texto a avaliação de
impacto ambiental foi a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; essa lei:
a) Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas
Duração do impacto
• Temporária: a alteração passível de ocorrer tem caráter
transitório em relação à duração da etapa do projeto considerada.
• Permanente: a alteração passível de ocorrer permanece
durante a etapa do projeto considerada.
Incidência do impacto
• Direta: é a primeira alteração que decorre de um aspecto
ambiental gerado por um processo.
• Indireta: alteração que decorre de um impacto direto (também
chamados secundários, terciários etc.).
Importância
• Muito pequena: a alteração não é percebida ou verificável (não
pode ser medida).
• Pequena: a alteração pode ser medida, porém não caracteriza
ganhos ou perdas significativas na qualidade ambiental da área.
• Média: a alteração caracteriza ganhos ou perdas na qualidade
ambiental.
• Grande: a alteração caracteriza ganhos ou perdas expressivas na
qualidade ambiental da área.
• Muito grande: a alteração caracteriza ganhos ou perdas muito
expressivas na qualidade ambiental da área.
Abrangência do impacto
• Pontual: a alteração se manifesta exclusivamente na área/sítio em
que se dará a intervenção ou no seu entorno imediato (ADA).
Ocorrência do Impacto
• Real: é toda alteração efetiva, que não depende de condições
excepcionais para ocorrer e está associado intrinsecamente aos
aspectos ambientais reais.
• Potencial: é a alteração passível de ocorrer, depende de atributos
específicos do meio onde o empreendimento estará sendo inserido
para que efetivamente ocorra.
Atividades de aprendizagem
1. No estudo da análise de impactos, vimos que vários atributos podem ser
utilizados para caracterizar e valorar os impactos ambientais. Sobre o tema
analise as definições A e B a seguir:
A – “Expressa a propriedade de um impacto tornar-se mais intenso pela
continuidade da ação do seu agente gerador”.
B – “Caracteriza a capacidade de um determinado impacto induzir a
ocorrência de outro impacto ou processo indutor”.
As definições apresentadas em A e B caracterizam respectivamente os
atributos:
a) Reversibilidade e sinergia.
b) Cumulatividade e abrangência do impacto.
c) Ocorrência do impacto e prazo para manifestação.
d) Cumulatividade e sinergia.
e) Importância e incidência do impacto.
2. Por meio dos estudos desta seção, pudemos verificar que diversos
métodos foram desenvolvidos para se realizar a avaliação de impactos
Fique ligado
• A legislação ambiental é muito dinâmica por isso esteja atento
aos sites do Ministério do Meio Ambiente (<http://www.mma.gov.
br/>) e do Palácio do Planalto (<http://www2.planalto.gov.br/acervo/
legislacao>) para consultar as leis antes de cada novo trabalho.
• A avaliação de impacto ambiental é um processo caro
e complexo, por essa razão, deve ser realizado com critério e
responsabilidade por profissionais experientes e éticos.
a) Método Ad hoc.
b) Sobreposição de mapas.
c) Matrizes de impactos.
d) Redes de interação.
e) Modelos de simulação.
Estudos ambientais
Vinícius Pires Rincão
Objetivos de aprendizagem
Caro aluno, nesta unidade, você será levado a entender as
características e a importância dos estudos ambientais. Conhecerá
os principais tipos desses estudos, principalmente aqueles voltados
para o licenciamento ambiental; além de compreender as
características do Estudo de Impacto Ambiental e seu Relatório de
Impacto Ambiental.
U3 - Estudos Ambientais 93
ser levado a compreender as características gerais do principal instrumento de
Avaliação de Impacto Ambiental e, portanto, do licenciamento ambiental, o EIA.
Para tanto, vamos determinar quais os passos para montagem de um EIA, quais
etapas devem ser observadas no processo; a estrutura e a finalidade de um RIMA
e, por fim, entender qual sua relação com o EIA.
94 U3 - Estudos Ambientais
Introdução à unidade
Caro aluno, nesta unidade, vamos conhecer os diferentes tipos de
estudos ambientais e suas finalidades, além de entender como surgiram
e suas relações com o atual processo de licenciamento ambiental. Para
tanto, definiremos o que são estudos ambientais, como são aplicados
para avaliarem as consequências das atividades humanas e quais suas
origens, entendendo, principalmente, porque há tantas modalidades
de estudos.
Nas seções anteriores deste livro, discutimos a origem da Avaliação
de Impacto Ambiental no Brasil e no mundo e a caracterizamos quanto
aos seus procedimentos e às suas funções. Neste momento, espero
que você, aluno, já tenha percebido que, apesar de não serem os
principais responsáveis pela crise ambiental que se encontra o planeta,
os empreendimentos das diversas áreas da produção causam grandes
impactos ao meio ambiente. Ao compararmos os impactos de uma
fábrica isolada à degradação causada, por exemplo, pelo tráfego das
cidades, certamente seria bem menor. Porém, quando analisamos
a degradação gerada pela própria instalação do empreendimento e
durante sua vida útil ao ambiente em seu entorno, teríamos uma perda
ambiental significativa.
Será que todos os empreendimentos devem ser vistos dessa
maneira? Certamente não. Nem todas as atividades geram impactos
ambientais significativos e, portanto, não causam grande degradação
ambiental; logo, como determinar quais causam e quais não?
É exatamente nesse ponto que entram os estudos ambientais. A
legislação brasileira possui diversas listas com empreendimentos que
podem causar danos ao ambiente, logo, para que esses possam
conseguir uma licença de funcionamento, devem apresentar estudos
ambientais. No entanto, cada empreendimento é único, e mesmo que
conste nessas listas, dependendo do porte e local de instalação, pode
não causar danos significativos – o que pode ser demonstrado por
meio dos estudos ambientais.
Diante disso, de maneira geral, a maioria desses estudos tem como
característica avaliar a viabilidade ambiental de um empreendimento.
Nesse contexto, os dados gerados podem proporcionar ao proponente
do projeto informações importantes, permitindo adequações que
U3 - Estudos Ambientais 95
levam a eliminar ou diminuir os impactos ambientais; logo, mesmo
que, a princípio, o projeto não seja ambientalmente adequado, passa
a ser.
Portanto, o entendimento e a aplicação correta dos estudos
ambientais devem ser compreendidos não somente como
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente de avaliação
de projetos com potencial para degradar o ambiente, mas, também,
como ferramentas que nos proporcionam informações à concepção
de projetos ambientalmente corretos.
96 U3 - Estudos Ambientais
Seção 1
A importância dos estudos ambientais
Introdução à seção
U3 - Estudos Ambientais 97
1.1 A importância dos estudos ambientais
Desde a aprovação da Lei nº 6.938 de 1981, que criou a Política
Nacional do Meio Ambiente, diversos estudos ambientais surgiram na
legislação brasileira. Todos determinados, ou pelo Conselho Nacional
de Meio Ambiente (CONAMA), ou por alguns órgãos ambientais
estaduais (Quadro 3.1)
A finalidade de cada um desses estudos está diretamente ligada
ao tipo de atividade e à possibilidade de causar danos ambientais
significativos. Nesse ponto, Sánchez (2013, p. 94) aponta que “a
definição dos estudos técnicos necessários ao licenciamento cabe
ao órgão licenciador”, pois a responsabilidade de licenciar novos
empreendimentos que possam causar degradação ambiental é do
órgão ambiental estadual (salvo poucas exceções), que deve, após a
solicitação do licenciamento, determinar se haverá ou não estudos
ambientais específicos e como deverão ser realizados, gerando um
documento que, na maioria das legislações, recebe o nome de “Termos
de Referência”. Porém, Sánchez (2013, p. 94) ressalva que “[...] nos casos
de empreendimentos que tenham o potencial de causar degradação
significativa, sempre deverá ser exigido o estudo de impacto ambiental
nos termos do dispositivo constitucional”.
Quadro 3.1 | Estudos ambientais e o respectivo dispositivo legal
Ano de Aprovação da
Denominação Referência Legal
Legislação
Estudo prévio de impacto Constituição Federal, Art.
1988
ambiental 255, 1º
Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) e Relatório 1986 Res. nº 1 do Conama
de Impacto Ambiental (RIMA)
Projeto Básico Ambiental
1987 Res. nº 6 do Conama
(PBA)
Plano de Recuperação de
1989 Decreto Federal nº 97.632
Áreas Degradadas
1990 Res. nº 9 do Conama
Plano de Controle Ambiental 1994 Res. nº 23 do Conama
(PCA) 2001 Res. nº 286 do Conama
Estudo de Viabilidade
1994 Res. nº 23 do Conama
Ambiental (EVA)
Relatório de Avaliação
1994 Res. nº 23 do Conama
Ambiental (RAA)
98 U3 - Estudos Ambientais
Estudo de Viabilidade de
2000 Res. nº 264 do Conama
Queima (EVQ)
Plano de Encerramento 2000 Res. nº 273 do Conama
Relatório Ambiental
2001 Res. nº 279 do Conama
Simplificado (RAS)
Plano de Emergência
2001 Res. nº 293 do Conama
Individual
Plano de Contingência,
Plano de Emergência, Plano 2002 Res. nº 316 do Conama
de Desativação
Relatório Ambiental
1994 Res. nº 42 da SMA-SP
Preliminar (RAP)
Estudo Ambiental
2004 Res. nº 54 da SMA-SP
Simplificado (EAS)
Estudo de Análise de
Risco (EAR); Programa de
Gerenciamento de Riscos 2003 Norma Técnica Cetesb
(PGR); Plano de Ação de
Emergência (PAE)
Plano de Desativação 2002 Dec. Estadual SP – nº 47.400
U3 - Estudos Ambientais 99
e, no caso de empreendimentos sob responsabilidade federal, do
IBAMA. Os TR devem conter diretrizes elaboradas de acordo com a
Ficha de Caracterização do Empreendimento, com base em bancos
de dados sobre o tipo do empreendimento, o local de implantação,
além de particularidades do projeto que o órgão ambiental julgue
necessário. Entretanto, essas diretrizes devem complementar, e não
modificar, aquelas constantes na Resolução nº 001/1986 do CONAMA.
Ainda em relação aos TR, no que concerne ao Estudo de Impacto
Ambiental (EIA), é uma etapa obrigatória e considerada de suma
importância, pois tem como objetivo “[...] estabelecer as diretrizes,
conteúdo mínimo e abrangência do estudo ambiental exigido e é o
instrumento orientador para seu desenvolvimento, expedido para a
modalidade de Licença Prévia [...] constituem passo fundamental para
que o EIA alcance o fim desejado e a qualidade esperada” (BRASIL,
2002, p. 29).
Embora muitos estudos ambientais sejam destinados a atividades
específicas, como mineração e geração de energia, a grande maioria
segue um padrão básico para elaboração. Esse padrão consiste no
entendimento das características do futuro empreendimento e do
ambiente como está, identificando as ações que, de alguma maneira,
podem alterar as condições ambientais atuais - os chamados impactos
ambientais. Baseando-se nisso, o empreendedor deverá determinar as
medidas para impedir a ocorrência dos impactos, quando negativos,
ou potencializá-los, quando positivos (Figura 3.1)
Figura 3.1 | Esquema sequencial para elaboração de estudos ambientais
Primeira fase -
Licença prévia
Empreendedor Empreendedor e
IBAMA - Analisa BAMA - emite IBAMA - defere
- envia estudo IBAMA - no caso do EIA,
o estudo parecer ou indefere a
ambiental ao realização de audiência
ambiental técnico licença prévia
IBAMA pública
Por fim, toda ação emergencial deve ser bem descrita e divulgada
para os colaboradores. Além disso, é comum a apresentação de um
fluxograma determinando a sequência das medidas emergenciais,
como apresentado pela empresa Paraiso Bioenergia (Figura 3.6).
Atividades de aprendizagem
1. O termo estudos ambientais engloba uma gama de diferentes
procedimentos, utilizados em geral, para avaliar atividades distintas.
Conhecer a finalidade de cada um deles é importante para sua correta
execução e aplicação à finalidade certa. Com base nesse assunto, explique
o que é um Relatório de Controle Ambiental e quando deve ser solicitado.
Rebaixamento
Empréstimo e
Desvio do Rio
pista de táxi e
de máquinas
Manutenção
Implantação
temporários
Canteiro de
de veículos
baquirivu-
Aspectos ambientais
Empregos
bota-fora
do lençol
do TPS 3,
freático
pista 3
guaçu
obra
Solos
Recursos hídricos
Meio físico
Qualidade do ar
Níveis de ruído
Cobertura vegetal
Meio biótico
Fauna
Finanças municipais
Meio antrópico População
Tráfego
Fonte: <http://www.jornaldaserra.com.br/8arquivo/cumbicajs/rimaonline/V%20PROGN%C3%93STICO%20
AMBIENTAL/VPrognosticoAmb.htm.> Acesso em: 16 set. 2017.
Prob
Grav
RL
PI
Pré-mistura
Geração de efluente Alteração da qualidade
líquido do solo e da água Es D A 3 5 1 N N SIGNIFICATIVO
Atividades de aprendizagem
1. O estudo de impacto ambiental é um procedimento longo e com muitas
fases; uma delas é a determinação do diagnóstico ambiental. Com base
nesse assunto, explique no que consiste o diagnóstico ambiental de um EIA.
2. Uma das etapas de um EIA é a análise dos impactos ambientais que pode
ser dividida ainda em três etapas. Cite e explique cada uma delas.
Fique ligado
Nesta unidade, definimos o conceito de estudos ambientais,
apresentando as principais leis e resoluções que determinam sua
aplicação. Identificamos e caracterizamos os principais tipos de estudos
ambientais e estudos complementares, caracterizando seu conteúdo,
atividades destinadas e resoluções do CONAMA que definem suas
diretrizes. Por fim, abordamos o Estudo de Impacto Ambiental por
representar o principal instrumento da Avaliação de Impacto Ambiental
e, portanto, do Licenciamento Ambiental, citando e caracterizando
suas principais etapas e sua forma de apresentação: o Relatório de
Impacto ao Meio Ambiente.
Após a análise, é possível dizer que está correto apenas o que se afirma em:
(A) I.
(B) I e III.
(C) II.
(D) II e III.
(E) I e II.
5. Para que um EIA seja realizado da forma correta, é fundamental que haja
um planejamento correto para que os esforços da equipe multidisciplinar
sejam direcionados e não se perca tempo e recursos. Uma parte importante
do planejamento do EIA é a determinação do “escopo”. Com base nesse
assunto, assinale a alternativa que explique no que consiste o escopo de um
EIA e a qual documento ele serve como base.
(A) A determinação do escopo de um EIA corresponde à atividade de
selecionar as questões relevantes para o estudo. O resultado do escopo
serve de base para a formulação dos “termos de referência”.
(B) A determinação do escopo de um EIA corresponde à atividade de avaliar
as características do meio ambiente como se encontra no momento atual.
O resultado do escopo serve de base para a formulação do diagnóstico
ambiental.
(C) A determinação do escopo de um EIA corresponde à atividade de
determinação das características espaciais e temporais de um EIA. O
resultado do escopo serve de base para a formulação do prognóstico
ambiental.
(D) A determinação do escopo de um EIA corresponde à atividade de
determinação das medidas de controle ambiental do empreendimento. O
resultado do escopo serve de base para a formulação do plano de gestão
ambiental.
(E) A determinação do escopo de um EIA corresponde à atividade de
determinação dos indicadores ambientais para acompanhamento dos
impactos. O resultado do escopo serve de base para a formulação do plano
de monitoramento.
Licenciamento ambiental
Rodrigo de Menezes Trigueiro
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, buscaremos destacar o processo de licenciamento
ambiental como peça central de nossos estudos e compreender sua
função como instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente.
Para isso, é necessária a familiarização com a base legal desenvolvida
para o disciplinamento do licenciamento ambiental, bem como
entender sua dinâmica enquanto processo inserido na Avaliação de
Impacto Ambiental estudada na Unidade 2. Não poderíamos deixar
de destacar a importância do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA) no disciplinamento da matéria, bem como a distribuição
de competências para o licenciamento ambiental entre o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), enquanto órgão ambiental federal, e os órgãos ambientais
estaduais e municipais.
Resolução Assunto
Atividades de aprendizagem
1. Considerando que o estabelecimento de uma determinada atividade
pode gerar diferentes tipos de impactos, desde sua fase de projetos até o
seu pleno funcionamento, a legislação brasileira que disciplina a matéria
criou licenças específicas para cada um desses momentos. Sobre o tema,
analise os tipos de licença apresentados:
I. Licença Prévia.
II. Licença Única.
III. Licença de Instalação.
IV. Licença Principal.
V. Licença de Operação.
Assinale a alternativa que apresenta o conjunto de licenças ambientais
que deverão ser obtidas em cada momento distinto da instalação de um
determinado empreendimento.
a) I, II e III. d) III, IV e V.
b) I, III e V. e) II, IV e V.
c) II, III e IV.
Etapa 1
O primeiro passo para o licenciamento ambiental consiste na
identificação do órgão ambiental competente, pois, dependendo do
tipo de empreendimento e abrangência dos impactos, o licenciamento
poderá ser desenvolvido por uma instância federal, estadual e até
municipal, quando houver.
Uma vez definido qual o órgão ambiental responsável, há que se
realizar a apresentação da proposta em suas linhas gerais. Baseado nessa
informação, o órgão ambiental, com a participação do empreendedor,
definirá os documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes ao
tipo de licença requerida.
Etapa 2
Uma vez que se tenha reunido toda a documentação exigida
na etapa anterior, o requerente poderá solicitar a licença ambiental
junto ao órgão competente. Nessa etapa, é importante que seja dada
publicidade à sua intenção, para que todos os envolvidos tomem
ciência e possam se manifestar no momento oportuno.
Etapa 4
Considerando os resultados da análise desenvolvida na Etapa 3,
o órgão ambiental poderá solicitar ao requerente esclarecimentos e
complementações referentes aos documentos, projetos e estudos
por ele disponibilizados, e deverá ocorrer apenas uma única vez.
Porém, quando for o caso, o órgão ambiental poderá reiterar o
pedido de esclarecimentos e complementações caso as informações
apresentadas para atender à primeira solicitação não tenham sido
satisfatórias.
Etapa 5
Conforme previsto pela legislação, e já estudado na Unidade 2, há
situações em que se faz necessária a realização de audiência pública
para a divulgação dos resultados dos estudos ambientais. Essa iniciativa
deverá propiciar ambiente adequado para o debate entre a comunidade,
empreendedores e órgão ambiental a respeito das medidas a serem
implementadas para o controle ambiental, atendimento aos padrões
ambientais legais e, ainda, o atendimento às demandas da comunidade
a ser afetada. A organização, divulgação e execução das audiências
públicas é uma responsabilidade do empreendedor prevista em lei.
Etapa 6
Considerando a realização de uma audiência pública, novos
questionamentos, novas sugestões e exigências poderão surgir,
sendo assim, cabe aqui outra solicitação de esclarecimentos e
complementações pelo órgão ambiental competente, podendo haver
reiteração do pedido quando as informações prestadas não forem
satisfatórias.
Etapa 8
Com base no resultado da etapa anterior, o órgão ambiental
competente irá deferir ou indeferir o pedido de licença ambiental.
Em qualquer um dos casos os resultados dessa análise deverão ser
publicados.
Primeira fase -
Licença Prévia
Empreendedor - elabora os
relatórios sobre a implantação Empreendedor IBAMA - analisa IBAMA - defere ou
IBAMA - emite
dos Programas Ambientais - envia os e verifica os indifere a Licença de
parecer técnico
determinados na /licença de relatórios ao resultados Operação
Instalação IBAMA
Atividades de aprendizagem
1. Conforme o conteúdo estudado, a competência para o licenciamento
ambiental é compartilhada entre o IBAMA, os órgãos ambientais estaduais
e os órgãos ambientais municipais. Nas alternativas, identifique aquela que
apresenta o principal fator que define o limite de atuação de cada ente.
Fique ligado
Na sua atuação profissional, você deverá estar atento às questões
voltadas ao licenciamento. Quando consultado sobre a necessidade
de licença ambiental, o profissional deverá estar informado quanto às
competências de cada órgão para o licenciamento, bem como das
atividades sujeitas ao processo. Na dúvida, consulte a legislação e os
órgãos ambientais competentes.
É importante lembrar que a maioria dos municípios brasileiros
não está apta a conceder licenças ambientais, pois não possuem
estrutura nem equipe capacitada para esse fim, consequentemente,
o licenciamento dos empreendimentos e das atividades que efetiva
ou potencialmente possam gerar impactos ambientais de abrangência
local, deverão ser submetidos à análise do órgão ambiental estadual.
Para maiores informações consulte na internet o sítio do órgão
ambiental de seu estado!
Assinale a alternativa:
a) V – V – V .
b) V – F – V.
c) V – V – F.
d) F – F – V.
e) F – F – F.
ANEXO
Indústria metalúrgica
- fabricação de aço e de produtos siderúrgicos;
- produção de fundidos de ferro e aço / forjados / arames
/ relaminados com ou sem tratamento de superfície, inclusive
galvanoplastia.
- metalurgia dos metais não ferrosos, em formas primárias e
secundárias, inclusive ouro.
- produção de laminados / ligas / artefatos de metais não ferrosos
com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia.
- relaminação de metais não ferrosos, inclusive ligas.
- produção de soldas e anodos.
- metalurgia de metais preciosos.
- metalurgia do pó, inclusive peças moldadas.
- fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de
superfície, inclusive galvanoplastia.
- fabricação de artefatos de ferro / aço e de metais não ferrosos
com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia.
- têmpera e cementação de aço, recozimento de arames,
tratamento de superfície.
Indústria mecânica
- fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios
com e sem tratamento térmico e/ou de superfície.
Indústria de madeira
- serraria e desdobramento de madeira.
- preservação de madeira.
- fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e
compensada.
- fabricação de estruturas de madeira e de móveis.
Indústria de borracha
- beneficiamento de borracha natural.
- fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de
pneumáticos.
- fabricação de laminados e fios de borracha.
- fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de
borracha, inclusive látex.
Indústria química
- produção de substâncias e fabricação de produtos químicos.
Indústria de fumo
- fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de
beneficiamento do fumo.
Indústrias diversas
- usinas de produção de concreto.
- usinas de asfalto.
- serviços de galvanoplastia.
Obras civis
- rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos.
Serviços de utilidade
- produção de energia termoelétrica.
- transmissão de energia elétrica.
- estações de tratamento de água.
- interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de
esgoto sanitário.
- tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos).
- tratamento/disposição de resíduos especiais, tais como: de
agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre
outros.
- tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive
aqueles provenientes de fossas.
- dragagem e derrocamentos em corpos d’água.
- recuperação de áreas contaminadas ou degradadas.
Turismo
- complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e
autódromos.
Atividades agropecuárias
- projeto agrícola.
- criação de animais.
- projetos de assentamentos e de colonização.