A Concorrência Espanhola Nas Navegações Preocupou o Governo Português

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A concorrência espanhola nas navegações preocupou o governo português.

Ele temia pela rota


oriental que procurava e pelas terras que já havia descoberto. A descoberta de terras ocidentais pelos
espanhóis despertou em Portugal o interesse em assegurar parcela dessa região. A disputa entre os
países ibéricos (Portugal e Espanha) foi encaminhada ao papa Alexandre VI, que, em 1493, expediu a
Bula Inter Coetera. Por ela, a Espanha ficava com a posse de terras situadas a ocidente de uma linha
imaginária, traçada de pólo a pólo, a cem léguas das ilhas de Açores e Cabo Verde.
O rei de Portugal, D. João II, considerando que seu país fora prejudicado, protestou contra a
decisão do papa. Diante da reação de Portugal, os reis da Espanha aceitaram estabelecer diretamente
outro acordo, que resultou, em julho de 1494, no Tratado de Tordesilhas. E ficava estabelecido um
meridiano traçado a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. As terras situadas a oeste desse
meridiano pertenceriam à Espanha e as terras a leste, a Portugal. Com o Tratado de Tordesilhas, Portugal
ficou com o domínio de quase todo o Atlântico Sul. Que era importante como defesa de sua rota para
chegar às Índias. Abriu-se também a possibilidade de tomar posse de terras ocidentais que já supunha
existirem, e que Cabral em 1500, chegaria. Terras que hoje são parte do Brasil.
Os ingleses entraram no movimento das Grandes Navegações no final do século XV e contaram
inclusive com a ajuda de navegantes de outras nacionalidades. Pretendiam chegar ao continente asiático
por uma passagem no noroeste da América.
Após se refazer dos efeitos da Guerra dos Cem Anos e completar o processo de centralização do
poder real, a França entrou no movimento das Grandes Navegações. Os franceses, que também estavam
interessados nas riquezas do Oriente, pretendiam como os ingleses, chegar ao continente asiático por
uma passagem pelo noroeste da América. As principais viagens feitas pelos franceses foram: em 1524,
Sebastião Verrazzano, italiano a serviço da França, atingiu a Terra Nova, no Canadá; em 1534, Jacques
Cartier explorou o rio São Lourenço; e no século XVII, Samuel Champlain iniciou a colonização do
Canadá, fundando a cidade de Quebec.
As navegações provocaram o aumento das relações comerciais entre o Oriente e o Ocidente, o
deslocamento do eixo econômico do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico, a entrada de metais
preciosos na Europa, a ascensão econômica da burguesia (comerciantes), o fortalecimento do poder real
e a formação dos impérios coloniais. A todas essas transformações na economia européia, dá-se o nome
de Revolução Comercial. Nessa época, uma política econômica denominada mercantilismo foi adotada por
alguns países europeus. O mercantilismo caracterizava-se pelo controle estatal da economia, acúmulo de
metais preciosos, maior exportação e menor importação, protecionismo e colonialismo.
Os povos pré-colombianos
Quando, no final do século XV, os europeus chegaram ao continente americano, já o
encontraram povoado, segundo alguns pesquisadores, por mais de 40 milhões de pessoas, os povos pré-
colombianos. Existem diversas teorias sobre a origem do homem americano, dentre as quais duas se
destacam. A mais aceita é a de que o homem primitivo, perseguindo animais para caçar, se deslocou da
Sibéria, na Ásia, para o Alasca, na América, atravessando o estreito de Behring. Essa travessia foi
possível graças a uma glaciação que teria unido os dois continentes. A partir daí, o povoamento atingiu
toda a América do Norte, e em seguida espalhando pelas Américas Central e do Sul. A outra teoria é a de
que o homem chegou a América por mar, vindo da Malásia, ou das ilhas da Oceania, chegando ao
extremo sul da América. No momento da ocupação européia, os povos americanos apresentavam
diferentes modos de vida, cultura e grau de desenvolvimento.
Dos povos pré-colombianos, três desenvolveram importantes civilizações: os maias, os astecas e
os incas. Os mais ocupavam a península de Iucatã, na região que corresponde ao sul do México,
Guatemala e Belize. Quando os espanhóis chegaram à América, essa civilização já estava em
decadência. Alguns historiadores chegaram a comparara os maias aos gregos, chamando-os de “os
gregos do Novo Mundo”, em virtude do alto grau de desenvolvimento que atingiram.
O povo mexica emigrou do território dos atuais Estados Unidos, de uma região denominada
Aztlán, e, ao chegar a uma região de vales e pântanos, conhecida como vale do México, instalou-se nas
ilhas do lago Texcoco. Os astecas, como passaram a ser conhecidos, fundaram a cidade de Tenochtitlán
(1325), atual cidade do México. Com a dominação dos habitantes locais, formou-se o Império Asteca, que,
no final do século XV, controlava uma vasta área com mais de 500 cidades e aproximadamente 15
milhões de habitantes.
Chamados de Os Filhos do Sol, os incas têm origem obscura, cercada de lendas e mitos. A
mais conhecida das lendas relata que chegaram à região do Peru por volta do ano de 1200.
Estabeleceram-se em Cuzco, e formaram um império dominando as várias civilizações que habitavam a
região dos Andes, na América do Sul. O Império Inca compreendia aos atuais territórios do Peru, do
Equador, e parte da Colômbia, do Chile, da Bolívia e da Argentina.
Os povos pré-colombianos
O território do Brasil atual, em 1500, já era ocupado por aproximadamente 6 milhões de pessoas, com
costumes e crenças bem diferentes dos europeus. Eram os povos indígenas, que chamavam o território
onde moravam de Pindorama. Os tupi-guaranis habitavam o litoral e alguns pontos do interior e foram os
primeiros que entraram em contato com os europeus. Os jês ocupavam parte do interior, principalmente o
Planalto Central. Os aruaques e os caraíbas localizavam-se na região amazônica. Os tupis, habitantes do
litoral, foram os primeiros a entrar em contato com os colonizadores portugueses e, por isso, são os mais
conhecidos.
Apesar de pertencerem a grupos diferentes, os povos que habitavam o Brasil à época do
descobrimento tinham características comuns. Cada aldeia indígena detinha a propriedade da terra que
ocupava, e o trabalho destinado à sobrevivência da aldeia era realizado com a colaboração de todos os
seus membros.
O sustento da aldeia era conseguido por meio da caça, da pesca, da coleta de frutos e de raízes
e de uma agricultura rudimentar. Cultivavam mandioca, batata-doce, pimenta e alguns cereais. Quando
acabavam os recursos de uma região, o grupo se deslocava para outra área, por isso dizemos que os
indígenas eram nômades.
Havia divisão de trabalho entre homens e mulheres: os homens caçavam e guerreavam,
enquanto as mulheres colhiam frutos e raízes, cuidavam da plantação, do artesanato e das crianças.
Os povos indígenas respeitavam a natureza, só matavam animais ou derrubavam árvores para
obter alimentos e fabricar instrumentos. Os portugueses, entretanto, desde que chegaram ao Brasil,
desrespeitaram as terras dos indígenas, invadindo-as e ocupando-as à força. Ao longo do período colonial,
o relacionamento dos indígenas com os homens brancos aconteceu de diversas maneiras: muitos
reagiram contra os ataques, pegando em armas; alguns se aliaram aos portugueses; muitos foram
submetidos à escravidão e outros migraram para áreas interioranas, ainda desconhecidas pelos
portugueses. Mas a grande maioria foi exterminada nas lutas contra a invasão de suas terras ou pelas
doenças trazidas pelos europeus e inexistentes na América.
Hoje há pouco mais de 300 mil indígenas no Brasil, espalhados em pequenos grupos pelo
território. Alguns desses grupos vivem em terras demarcadas, as reservas indígenas, administradas pela
FUNAI (Fundação Nacional do Índio), órgão do governo brasileiro. A herança indígena na cultura do
brasileiro é vasta, influenciaram na linguagem, nos hábitos (por exemplo, o banho diário), na alimentação
(pratos feitos à base de milho e mandioca), no folclore, nas danças, no artesanato, na música, etc.

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