Desenho Técnico
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1. DESENHO TÉCNICO
1.1. Introdução
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As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal,
conforme mostra a Figura 2.1.
Tabela 1
3.1 Definições
a) Plano – Um plano é determinado por:
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Figura 2.2
c) Diedros – São formados pelo espaço contido a partir da interseção dos planos
horizontal e vertical (Figura 2.3).
2º DIEDRO 1º DIEDRO
3º DIEDRO 4º DIEDRO
Figura 2.3
Interseção de Planos
As interseções de um plano com o PH (Plano Horizontal) e com o PV (Plano Vertical)
denominam-se, respectivamente, traço horizontal e traço vertical do plano. Observe a
figura 2.4.
Observe:
Seja o plano (PV) perpendicular ao plano
(PH) e o plano (A) cortando os planos (PH)
e (PV) conforme a figura ao lado.
Figura 2.4
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a) Retas concorrentes:
Observe:
A interseção entre o (PV) e o (A
Figura 2.5
b) Retas Paralelas:
Observe:
A interseção entre o (PV) e o (A) gera a
reta APV e a interseção entre o (PH) e o (A)
gera a reta APH.
Figura 2.6
c) Retas Coincidentes:
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Figura 2.7
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Figura 3.1
O uso de um ou do outro sistema dependerá das normas adotadas por cada país. Por
exemplo, nos Estados Unidos da América (USA) é mais difundido o uso do 3º diedro;
nos países europeus é mais difundido o uso do 1º diedro. No Brasil é mais utilizado o
1º diedro. Entretanto como é comum a utilização de equipamentos fabricados no
exterior é importante à familiarização com os dois sistemas de representação. A
interpretação errônea de um desenho técnico poderá causar grandes prejuízos.
Figura 3.2
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Figura 3.3
Figura 3.4
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Figura 3.5
Forma de
Indicar que um
desenho está
no 3º Diedro
(Figura 3.6):
Figura 3.6
A vista mais importante de uma peça deve ser utilizada como vista frontal ou principal.
Geralmente esta vista representa a peça na sua posição de utilização. Esta vista
também é chamada comumente de Elevação.
Quando outras vistas forem necessárias, inclusive cortes e/ou seções, elas devem ser
selecionadas conforme os seguintes critérios:
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Figura 3.7
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Figura 3.8
Existem objetos que pela simplicidade de suas formas são plenamente caracterizados
por somente duas vistas, conforme está exemplificado na Figura 3.9 (a). Fazendo a
cotagem com a utilização dos símbolos que facilitam a identificação das formas
cotadas, a representação pode ser com uma única vista, conforme mostra a Figura 3.9
(b).
Figura 3.9
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Figura 3.10
Figura
3.11
3.5 –
Resumo
sobre a
representação no 1º e 3º Diedros
Tanto no 1° como no 3° diedro, deve-se escolher como principal (frontal) o lado que
melhor representa a forma da peça, respeitando sua posição de trabalho ou de
equilíbrio.
1º Diedro 3º Diedro
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Figura 3.12
Qualquer que seja a forma da peça a ser desenhada, para se elaborar um esboço em
perspectiva é necessário desenhar, primeiramente, o paralelepípedo de referência.
Das perspectivas paralelas, o tipo mais adequado para se esboçar, com a finalidade
de ajudar na interpretação das projeções ortogonais, é a Perspectiva Isométrica.
Assim sendo, o desenho do paralelepípedo de referência deve começar pelos três
eixos isométricos. No Passo 1 da Figura 3.13 vê-se que um dos eixos isométricos é
traçado verticalmente e os outros dois fazem um ângulo de 30° com uma linha
horizontal.Traçados os eixos isométricos, deve-se marcar sobre eles tamanhos
proporcionais às medidas de comprimento, largura e altura da peça representada nas
projeções ortogonais. Seguindo as medidas marcadas, traçam-se linhas paralelas aos
eixos isométricos até obter o paralelepípedo de referência, conforme aparece no
Passo 2.
Figura 3.13
Definição
Quando a peça a ser desenhada possuir muitos detalhes internos, detalhes invisíveis,
projeções ortogonais terão muitas linhas tracejadas e poderão dificultar a interpretação
do desenho. A Figura 3.14 apresenta um exemplo de uma peça com vários detalhes
internos nas vistas de frente e lateral esquerda, que estão representados por linhas
tracejadas.
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Figura 3.14
Para facilitar a
interpretação dos
detalhes internos,
representados por
linhas tracejadas, foi
normalizada a
utilização de vistas
em corte. Uma vista
em corte é uma
projeção ortogonal
feita a partir de um
determinado ponto da própria peça. A Figura 3.15 mostra a aplicação de corte, onde
pode ser observado que a projeção da vista de frente corresponde àquilo que é visto,
na direção indicada, a partir do plano secante “AB”.
Figura 3.15
Ou seja, a vista de frente corresponde ao desenho da peça cortada pelo plano secante
no ponto indicado pela linha de corte que vai de “A” até “B”, considerando o sentido de
observação, indicado pelas flechas colocadas na linha de corte. A linha utilizada para
indicar o local onde a peça será cortada, linha de corte é uma linha grossa constituída
de traços e pontos. A linha de corte é identificada por letras colocadas em suas
extremidades e o sentido de observação é identificado por setas perpendiculares à
linha de corte. As mesmas letras que identificam a linha de corte são utilizadas para
identificar a vista resultante do corte. Onde houver intersecção do plano secante com a
peça serão colocadas hachuras.
3.8 Hachuras
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Figura 3.16
Existem normas específicas que permitem a utilização das hachuras para indicar o tipo
do material da peça. A Figura 3.17 mostra algumas hachuras convencionadas para
representar o tipo de material utilizado na construção da peça.
Figura 3.17
Corte Total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão, onde o plano de corte
atravessa completamente a peça. O corte total é chamado de Corte Reto, quando o
plano secante é constituído de uma única superfície, como foi mostrado na Figura 5.2.
O plano secante pode ser constituído de mais de uma superfície. A Figura 3.18 mostra
a aplicação de um corte total onde o plano secante muda de direção, sendo composto
por várias superfícies, para melhorar a representação das partes internas da peça.
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Figura 3.18
Em peças simétricas é conveniente fazer com que o plano de corte vá somente até a
metade da peça. Deste modo, a vista em corte representará simultaneamente a forma
externa e interna da peça. A Figura 3.19 mostra a linha de corte indo até o meio da
peça, e desviando-se perpendicularmente para fora da peça. O eixo de simetria
separa o lado cortado do não cortado. A vista em corte mostra, em relação ao eixo de
simetria e à linha de corte, na parte inferior, a forma interna da peça e na parte
superior a forma externa.
Figura 3.19
Nos Cortes Parciais ou Rupturas como também é chamada, apenas uma parte da
peça é cortado visando mostrar algum detalhe interno. Quando os detalhes estão
concentrados numa determinada parte da peça não haverá necessidade de utilizar um
corte completo e, assim sendo, para facilitar a execução do desenho deve-se utilizar o
corte parcial. Nos cortes parciais o plano secante atinge a peça somente até aonde se
deseja detalhar e o limite do corte é definido por uma linha de ruptura. A linha de
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ruptura é uma linha irregular, contínua e de espessura fina. Nos cortes parciais são
representadas todas as arestas invisíveis, ou seja, se colocam todas as linhas
tracejadas. Ver figura 3.15.
Figura 3.15
3.12 Seções
Figura 3.16
Observe que na vista em corte é representado tudo que se está vendo a partir do
plano de corte AA, enquanto, na seção é representada somente a parte atingida pelo
plano de corte AA (parte hachurada). As seções são chamadas de Seções
Transversais porque o plano secante é perpendicular ao eixo da parte a ser
seccionada e o corte resultante é rebatido sobre o plano do papel. As seções podem
ser desenhadas dentro do contorno da vista ou fora do contorno da vista e são
utilizadas para representar a forma de nervuras, braços de volantes, rasgos etc.
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4- ESCALAS E COTAS
Ainda que o principal objetivo deste módulo seja preparar para a leitura e interpretação
de desenho técnico, é necessário abordar os princípios básicos de dimensionamento,
porque o exercício da inspeção de equipamentos poderá requerer a execução de
esboços cotados.
Não se pode esquecer que, na área da engenharia, o meio utilizado para expor o
resultado de um projeto resultante de estudos e cálculos é o desenho técnico e, assim
sendo, os engenheiros, técnicos e inspetores de qualquer modalidade, no mínimo
precisam estar preparados para elaborar esboços cotados.
4.1 Escalas
A norma NBR 8196 da ABNT recomenda, para o Desenho Técnico, a utilização das
escalas apresentadas na tabela 2.
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Tabela 2
Figura 4.1
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A Figura 4.2 (a) mostra que tanto as linhas auxiliares (linhas de chamada), como as
linhas de cota, são linhas contínuas e finas. As linhas de chamadas devem ultrapassar
levemente as linhas de cota e também deve haver um pequeno espaço entre a linha
do elemento dimensionado e a linha de chamada. As linhas de chamada devem ser
preferencialmente, perpendiculares ao ponto cotado. Em alguns casos, para melhorar
a clareza da cotagem, as linhas de chamada podem ser oblíquas em relação ao
elemento dimensionado, porém mantendo o paralelismo entre si, conforme mostra a
Figura 4.2 (c). As linhas de centro ou as linhas de contorno podem ser usadas como
linhas de chamada, conforme mostra a Figura 4.2 (b). No entanto, é preciso destacar
que as linhas de centro ou as linhas de contorno não devem ser usadas como linhas
de cota.
Figura 4.2
Havendo espaço disponível, as setas que limitam a linha de cota ficam por dentro da
linha de chamada com direções divergentes, conforme são apresentadas nas cotas de
15, 20 e 58 da Figura 4.3. Quando não houver espaço suficiente, as setas serão
colocadas por fora da linha de cota com direções convergentes, exemplificadas pelas
cotas de 7, 8 e 12 também na Figura 4.3. Observe que a cota de 12 utiliza como seu
limite uma das setas da cota de 15.
Figura 4.3
Na contagem de raios, o
limite da cota é definido
por somente uma seta
que pode estar situada
por dentro ou por fora da
linha de contorno da
curva, conforme está
exemplificado na Figura
4.3.
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Figura 4.4
Figura 4.5
Outro cuidado que se deve ter para melhorar a interpretação do desenho é evitar o
cruzamento de linha da cota com qualquer outra linha. As cotas de menor valor devem
ficar por dentro das cotas de maior valor, para evitar o cruzamento de linhas de cotas
com as linhas de chamada, conforme mostra a Figura 4.6.
Figura 4.6
Sempre que possível, as cotas devem ser colocadas alinhadas, conforme mostra a
Figura 4.7.
Figura 4.7
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Os números que indicam os valores das cotas devem ter um tamanho que garanta a
legibilidade e não podem ser cortados ou separados por qualquer linha. Norma NBR
10126 da ABNT fixa dois métodos para posicionamento dos valores numéricos das
cotas. O primeiro método, que é o mais utilizado, determina que:
Nas linhas de cota horizontais o número deverá estar acima da linha de cota e nas
linhas de cota verticais o número deverá estar à esquerda da linha de cota,
conforme mostra a figura 4.9.
Figura 4.9
Figura 4.10
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