TCC Dionel Nhavene
TCC Dionel Nhavene
TCC Dionel Nhavene
(2009 – 2014)
Florestal
(2009 – 2014)
Florestal
2
DECLARAÇÃO
Eu, Dionel Das Dores António Nhavene, declaro por minha honra que este trabalho nunca foi
apresentado em nenhuma outra instituição académica, para obtenção de qualquer grau
académico. Este relatório, constitui o fruto de trabalho de campo e de pesquisa bibliográfica,
estando as fontes utilizadas registadas no texto e nas referências bibliográficas.
__________________________________________________________
iii
EPÍGRAFE
“A árvore, quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado
é de madeira.” (Provérbio árabe)
iv
DEDICATÓRIA
As minhas irmãs Mirela Da Tuca, Nércia Cristina e a minha avó Noémia Nhavene.
v
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida, protecção e por me presentear com esta
oportunidade.
Ao meu Supervisor, Msc Cássimo Lacerda Romua, por ter aceitado supervisionar este trabalho e
pelo acompanhamento que caracterizaram o período de sua elaboração.
Agradeço aos meus pais António Nhavene e Cristina João, as minhas tias Cacilda Nhavene,
Ermelinda Nhavene, as minhas irmãs Nércia Cristina e Mirela Da Tuca, aos meus primos Albino
Júnior, Ângela Moio, Alice Moio e a toda família em geral pelo apoio moral e material que
sempre me souberam prestar.
Aos meus amigos e colegas, Eng. Dane de Almeida, Eng. Merlindo Manjante, Eng. Sérgio Jane,
Eng. Basílio Zandamela, Luciano Mariano, Benvindo Napuanha, Cassamo Ismail, Cláudio
Chissaque, dr. Marcelino Mondlane, dr. Celestino Loforte e a todos os funcionários e
colaboradores da Faculdade, que de certa forma também foram importantes para a minha
formação.
Peço minhas sinceras desculpas aos que de certa forma não foram por me mencionados nesta
obra, para que sintam-se agradecidos.
vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
Fa Frequências Absolutas
Nº Número
vii
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ............................................................................................................................. v
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................. vi
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
1.1. Problema............................................................................................................................... 2
1.3. Justificativa........................................................................................................................... 4
i
2.1.2. Indústria ......................................................................................................................... 7
3. METODOLOGIA ..................................................................................................................... 16
3.8.1. Amostragem................................................................................................................. 20
ii
3.8.3. Análise de dados .......................................................................................................... 23
4.8.2. Análise sócio-económica das famílias com e sem emprego nas plantações florestais 41
5. CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 44
6. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................... 45
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 46
APÊNDICES................................................................................................................................. 49
iii
ÍNDICE DE TABELAS
iv
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Distribuição das florestas aptas para exploração madeireira em Moçambique. .......... 11
Gráfico 8: Disponibilidade dos recursos florestais antes e depois das plantações florestais. ....... 39
Gráfico 9: Proporções dos indivíduos com e sem emprego nas plantações florestais .................. 42
v
ÍNDICE DE APÊNDICES
vi
RESUMO
vii
ABSTRACT
Niassa province has a potential estimated at 2.4 million hectares for the establishment of forest
plantations of fast growing species, which can reduce poverty in rural areas through
employment. The seasonal work, the lack of a specific framework of local workers in the
company and the weak socio-economic support of forestry companies is a major problem. The
study aims to assess the contribution of forestry companies in the surrounding community’s
welfare to forest plantations in Lichinga district. The study was conducted in Lichinga district,
for the data collection was used semi-structured questionnaire and direct observation. Data
analysis was possible through statistical packages Microsoft Excel and SPSS. The results of 114
respondents and observed showed that the infrastructure system all over the Lussanhando
Administrative Post is low with 10 schools from the primary level, only 5 schools are in the
study area. The Post has total 3 health centres and in the study area there is only 1; in relation to
drinking water there are 16 fountains in whole the post so 7 are in operation and 9 are
malfunctioning, in the study area there are 4 fountains in operation and 1 malfunctioning beyond
the 48 family wells. In relation to housing hut it is more frequent concerning 77%. By way of
education level about 72% has no training. The majority of respondents were in the age group
[26-35] years. In the study area farming is the major activity of the population. The most
important source of family income comes from the sale of agricultural products. About 91% of
respondents have radios and only 11% had mills. Most households cultivate maize crop with
75% and 32% cultivate cassava. Relating to the forest resources using 87% exploits woods and
grass, only 3% collecting berries. However, about 47% said that with the onset of forest project
access and availability of forest resources reduced, in the study area operates 1 forestry company
and only 28% of respondents’ works in the company. Employment is the only socio-economic
contribution that the forestry company offers to local communities. It is recommended that
forestry companies improve the relationship with local communities supporting them in
upgrading the socio-economic infrastructure.
viii
1. INTRODUÇÃO
As formas de contribuição social das empresas de plantações florestais, a nível mundial ou local,
diversificam em função do âmbito económico, ambiental, social e cultural da região, isto é, as
empresas de plantações florestais possuem importante papel em reduzir a pobreza, tanto em
países em desenvolvimento, como em áreas de países desenvolvidos onde haja grupos excluídos
dos benefícios dos processos de desenvolvimento (SBS, 2009).
O mesmo estudo afirma que as áreas de plantações florestais a nível mundial alteraram-se
significativamente nos últimos anos, houve crescimentos substanciais em todas as regiões do
mundo. A cobertura florestal no mundo é estimada em 3.8 bilhões de hectares, sendo que as
plantações florestais somam cerca de 187 milhões de hectares.
Moçambique é um país subtropical que se estende por 78.409.000 hectares no sudeste da África,
onde há grande variação na precipitação média anual. Destacam-se algumas áreas restritas que
recebem menos de 400 mm de chuva, em grande parte do país ocorrem precipitações entre 1.000
e 1.200 mm anuais que possibilitam o desenvolvimento da silvicultura intensiva com espécies de
rápido crescimento (Shimizu, 2006).
Segundo Mutemba et al, (2007) a Província de Niassa apresenta um potencial estimado em 2.4
milhões de hectares para o estabelecimento de plantações florestais de espécies de rápido
crescimento. Deste potencial, baseado em critérios de selecção das áreas aptas para plantações
comerciais, o Planalto de Lichinga é a região com maior potencial para o desenvolvimento de
plantações comerciais, sendo que as áreas de elevado potencial estão localizadas nos distritos de
Ngaúma, Sanga, Muembe e Lichinga.
De acordo com Nube (2013), para que os investidores obtenham o direito de uso e
aproveitamento de terra, há uma obrigatoriedade de consulta pública para saber se a terra em
questão está ou não sendo usada, contudo, na província do Niassa, verificam-se cenários em que
as comunidades cedem as suas terras de cultivo aos investidores para fins silviculturais em troca
de emprego nas empresas florestais. Assim, existe o receio que num futuro próximo as áreas de
cultivo para a sobrevivência das comunidades possam se tornar escassas resultando em conflitos
de uso e aproveitamento de terra.
1
As plantações florestais contribuem em grande medida para a redução da pobreza no meio rural
através da criação de postos de trabalho. Por outro lado, esta actividade pode reduzir à
desertificação provocada pelo intenso uso da floresta nativa, pela substituição por floresta
plantada, fonte da biomassa para energia doméstica (Chitará, 2003). Os custos de
estabelecimento de plantações florestais no Niassa são internacionalmente competitivos, dado
que os custos de mão-de-obra e de acesso à terra são baixos (Mutemba, et al., 2007).
Para Shimizu, (2006) existem vários aspectos que poderiam colocar Moçambique em vantagem
no cenário florestal mundial, se o potencial de desenvolvimento florestal fosse devidamente
aproveitado. A área utilizável para silvicultura intensiva é maior do que em muitos países do
Hemisfério Sul, inclusive a África do Sul. Além disso, o país está localizado em um ponto
estratégico a partir do qual se pode chegar facilmente ao mercado consumidor asiático.
O presente estudo está dividido em cinco capítulos, o primeiro aborda questões ligadas a
introdução, o segundo aborda a revisão bibliográfica, o terceiro descreve a metodologia usada,
no quarto são apresentados os resultados e as respectivas discussões e no ultimo o trabalho vai
centrar-se nas conclusões e recomendações relativas ao estudo.
1.1. Problema
2
Entretanto Pereira, et al, (2004) afirmam que para o sucesso das empresas de plantações
florestais nas zonas rurais devem ser considerados sobretudo variáveis como renda, qualidade de
vida, educação, género, características familiares, aspectos regionais, culturais e dentre outras.
Na província e distrito de Lichinga o facto mais evidente está relacionado com o fraco ou
inexistência de apoio a educação das comunidades; os empregos oferecidos às comunidades têm
sido sazonais o que tem implicações na remuneração porque não chega a atingir o salário
mínimo estabelecido pelo governo de Moçambique (3000 Mts); não existe um enquadramento
específico e definitivo dos membros das comunidades por falta de um nível escolar adequado e
as empresas geralmente não têm formado membros da comunidade para exercerem funções
dentro da empresa.
Nube, (2013) sustenta que em Niassa ainda existe fraco aproveitamento das famílias
circunvizinhas às plantações florestais em relação às oportunidades que as empresas ofertam
devido ao baixo grau de escolaridade prevalecente na província.
1.2. Objectivos:
1.2.1. Geral
1.2.2. Específicos
3
Caracterizar a situação sócio-económica das famílias com e sem emprego nas empresas
florestais.
1.3. Justificativa
A maioria da população de Moçambique ainda vive nas zonas rurais, porém, uma boa parte dessa
população dedica-se a agricultura de subsistência é também nestas zonas onde se encontram
pessoas vivendo em situação de pobreza.
4
1.4. Questões de estudo
Como é que se caracterizam as famílias que trabalham nas plantações comparativamente aquelas
que não trabalham nas plantações em relação a posse de bens duráveis;
Como é que as comunidades avaliam a disponibilidade e acesso aos produtos florestais oriundos
da floresta nativa antes e depois da presença das plantações florestais?
5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A Província do Niassa, é a mais extensa de Moçambique com cerca de 129 mil km2, localiza-se
na região Noroeste de Moçambique, entre as latitudes 11° 25’ Norte e 15° 26’ Sul e as longitudes
35° 58’ Este e 34° 30’ Oeste. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, a população
de Niassa era de 1.055.482 habitantes (INE, 2007; Mutemba et al., 2007).
Dados do último inventário florestal apontam que Niassa possui a maior área florestal do país,
com cerca de 9.4 milhões de hectares, representando uma área florestada acima da média
nacional de cerca de 77%, a província dispõe de um potencial estimado em 2.4 milhões de
hectares para o estabelecimento de plantações florestais de espécies de rápido crescimento
(Mutemba et al., 2007; Marzoli, 2007).
Segundo Seufert (2012) por causa das condições edafo- climáticas adequadas, bem como a baixa
densidade populacional, Niassa é uma das províncias onde o governo moçambicano tem
facultado promoção de investimentos em larga escala de plantações florestais.
A província do Niassa pelo seu desenvolvimento sócio-económico mostra que mais que a metade
da população pratica a agricultura familiar e constitui a principal actividade económica
6
contribuindo em média com 36% do PIB provincial. Outras importantes fontes de rendimento e
subsistência são o comércio informal e a pesca. Nesta perspectiva de desenvolvimento incluem-
se os grandes investimentos na área de plantações florestais (UNAC, 2011)
Estão em curso na província actividades de prospecção de carvão e gás que podem mudar
fundamentalmente a economia da província. Niassa tem a maior população de animais selvagens
em Moçambique, principalmente na Reserva Nacional do Niassa. O turismo foi identificado
como uma área de elevado potencial e há planos para o estabelecimento de mais destinos
turísticos e ligações a uma indústria turística regional mais alargada (ORGUT, 2011).
Segundo Nube, (2013) existe fraco aproveitamento das famílias no entorno das empresas
florestais em relação às oportunidades que as empresas ofertam devido ao baixo grau de
escolaridade prevalecente na província do Niassa.
2.1.2. Indústria
2.1.3. Infra-estrutura
7
a Tanzânia. A construção de estradas tem sido uma das principais áreas prioritárias do governo
provincial do Niassa (ORGUT, 2011).
2.1.4. Educação
A nível mundial estima-se que cerca de 18% da população é analfabeta, desta aproximadamente
64% são mulheres. Na África Subsaariana, a população de analfabetos ronda aos 38%, dos quais
61% são do sexo feminino. Entre os jovens (15-24 anos), as taxas de analfabetismo são de 12%
da população mundial, a nível da região Subsaariana 23% não sabem ler nem escrever, dos quais
59% são do sexo feminino (UNESCO, 2004).
Segundo dados estatísticos publicados pelo INE, (2004) a taxa média de analfabetismo entre a
população adulta do país situava-se à volta de 53,6%, sendo mais elevada nas zonas rurais
(65,7%) do que urbanas (30,3%) e mais evidente nas mulheres (68%) do que nos homens
(36,7%). Moçambique apresenta taxas superiores à média da região Subsaariana (Mouzinho &
Nandja, 2005).
Na província do Niassa até a realização do censo de 2007, cerca de 61% da população de 15 anos
não sabia ler nem escrever, o que constituiu uma redução de cerca de 8 pontos percentuais na de
taxa de analfabetismo, pois em 1997 era de 69% (ORGUT, 2011).
Ainda o mesmo actor afirma que na província do Niassa e em particular no distrito de Lichinga o
analfabetismo é menor nas idades mais jovens uma vez que, as oportunidades de acesso à escola
são maiores actualmente que no passado. E na província do Niassa em geral comparando a taxa
de analfabetismo por sexo, verifica-se que os níveis de analfabetismo são maiores no sexo
feminino, em comparação com o masculino. Comparando pelas áreas de residência, a taxa de
analfabetismo é superior nas zonas rurais (69,7%) contra (34,1%) nas zonas urbanas.
8
2.1.5. Habitação
Nas zonas rurais do distrito de Lichinga e província do Niassa a palhota é o tipo de habitação
mais característico com uma percentagem de 88,7%, nas zonas urbanas existe um cenário pouco
diferente, as casas ainda são construídas com material de origem vegetal (capim, palha, palmeira,
colmo, bambu, caniço, paus maticados, madeira) e a percentagem de habitações de carácter mais
formal é reduzida. Na província de Niassa, os agregados familiares das áreas urbanas têm maior
posse de bens duráveis em comparação com os da área rural (INE, 2007).
A habitação é uma das necessidades básicas que toda a população procura satisfazer e é
considerada como uma necessidade social elementar na maioria das sociedades. As
características físicas das habitações, especialmente o material usado na sua construção e o
acesso a serviços básicos de água, saneamento e energia, são indicadores importantes do nível de
vida dos agregados familiares e dos seus membros. As características do parque habitacional
duma sociedade constituem um indicador bastante relevante do nível de desenvolvimento sócio-
económico (INE, 2012).
Moçambique possui uma cobertura florestal estimada em 54.8 milhões de hectares, o que
corresponde a 70% da sua superfície. Desta área, 26.9 milhões de hectares são florestas
produtivas, 13.2 milhões de hectares são florestas em reservas florestais e os restantes 14.7
milhões são ocupados por floresta de utilização múltipla (Bild, 2014).
O planalto de Lichinga é o mais elegível entre vários do país para a actividade agro-florestal,
existiam outrora cerca de sete empresas florestais de plantações comerciais de rápido
crescimento a operar neste planalto.
O planalto de Lichinga e província em geral apresentam a maior área florestal do país, apesar de
ser a menos produtiva em termos comerciais.
9
A floresta nativa em Moçambique ocupa cerca de 70% do território destes, 54.8 milhões de
hectares, é presentemente coberta de florestas e outras formações lenhosas, a área florestal cobre
cerca de 40.1 milhões de hectares, 51% do país, enquanto outras formações lenhosas tais como
vegetação arbustiva, matagais e florestas com agricultura itinerante, cobrem cerca de 14.7
milhões de hectares ou seja 19% do país. As florestas produtivas, adequadas para a produção
madeireira, cobrem cerca de 26.9 milhões de hectares, 67% de toda a área florestal. Treze
milhões de hectares de floresta encontram-se dentro de áreas de conservação e de protecção
(Marzoli, 2007).
O tipo de formação florestal mais comum e mais extenso em Moçambique é o Miombo, ocupa
mais de dois terços do território nacional, ocorre sob diversas formas em quase todo o norte do
país (Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia), no norte da província de Tete, no Oeste da
província de Manica e na faixa costeira (sublitoral) desde o norte do Save descendo para o sul até
o Rio Limpopo. O Mopane constitui a segunda formação florestal mais extensa e comum de
Moçambique, ocorre largamente no vale do Limpopo, em toda a região Noroeste da província de
Gaza desde o distrito de Chókwe até ligeiramente ao norte do rio Save. Outra região é o centro
da província de Tete - no vale do Zambeze (Sitoe, 2003). Outros tipos de vegetação importantes
incluem, as florestas costeiras e as savanas de acácia no Sul do país, além da vegetação halófita
do vale do Rio Changane (MICOA, 2005).
O mesmo estudo do MICOA afirma que em termos florísticos, Moçambique possui cerca de
5.500 espécies de plantas, das quais se estima que 250 sejam endémicas, como algumas espécies
do género Aloe, Erica e Protea que são endémicas do monte Chimanimani em Manica e Incuria
dunensis, uma espécie recentemente descoberta, em 1999, na floresta costeira perene de
Moebase, província da Zambézia.
10
Em Moçambique cerca de 67% (26.9 milhões de hectares) do total das florestas foram
classificadas como florestas produtivas. O gráfico abaixo apresenta a percentagem de florestas
com capacidade madeireira por província, a província do Niassa é a mais extensa do país e
possui a maior área apta para exploração madeireira com cerca de 23%, seguido da província de
Zambézia 15%, Cabo Delgado, Gaza, Nampula e Tete com 12 % respectivamente, Manica 7%,
Inhambane 5% e Maputo com 3% (Marzoli, 2007).
Gaza 9%
Cabo Delgado 12%
Nampula 9%
Maputo 3%
Manica 7%
Inhambane 5%
Tete 12%
Sofala 5%
Zambézia 15%
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16%
As tendências de perca de áreas cobertas de floresta mantêm-se aos níveis aproximados de 0.3%
ao ano. A floresta produtiva sujeita a exploração madeireira e outras formas de uso da terra
apresenta uma perca de cerca de 50.000 ha/ano. A floresta não produtiva apresenta um índice de
perca de cobertura vegetal de 100.000 ha/ano. O cultivo itinerante, a abertura de novas áreas
agrícolas, a implantação de novos povoamentos; a extracção de lenha e carvão, o cultivo do
tabaco, as queimadas descontroladas, a urbanização e as mudanças climáticas contribuem ou
11
causam mais do que o dobro, da perca de cobertura vegetal em Moçambique (Sal & Caldeira,
2007).
Ainda o mesmo relatório afirma que existem registos de que havia falta de mão-de-obra
especializada, recursos financeiros e disponibilidade de equipamento, peritos em gestão e sem
planos de produção. Nesta perspectiva todos estes factores contribuíram para a situação actual na
qual o país importa todas suas necessidades em madeira (dados estatísticos não disponíveis) e
com fraco desenvolvimento do sector de plantações florestais apesar da vasta disponibilidade de
terra para o efeito.
12
governo e as comunidades locais, na resolução das numerosas diferenças sociais que existem em
Moçambique, e em particular no distrito de Lichinga.
Segundo os estudos para determinar as áreas com aptidão para o estabelecimento de plantações
florestais com espécies florestais de rápido crescimento, foram identificados 7 milhões de
hectares com potencial para o reflorestamento, nas províncias de Sofala, Manica, Zambézia,
Nampula e Niassa (MINAG, 2006).
Nampula 1,504,777
Zambézia 2,127,231
Manica 861,241
Sofala 120,133
Niassa 2,472,054
13
2.3. Papel das plantações florestais
No caso particular do distrito de Lichinga as plantações florestais têm tido uma contribuição
sócio-económica bastante relevante no seio da população que em alguns casos nunca teve
experiencia em trabalho remunerável numa empresa ou instituição.
A produção de madeira tem sido a principal função das florestas plantadas. O facto das áreas de
plantio aumentarem indica não apenas preferência por suas vantagens económicas e
operacionais. Indica também, em certa medida, a dificuldade e o insucesso do maneio das
florestas nativas em suprir a demanda com espécies correctas, nas quantidades requeridas pela
população no tempo desejado (SBS, 2009).
As florestas plantadas assumem, cada vez mais, funções não apenas de produção, mas também
de conservação. Fornecem matéria-prima para diferentes usos industriais e não industriais,
presentes no dia-a-dia, contribuem para o fornecimento de diversos serviços ambientais e sociais.
Colaboram igualmente para evitar a pressão sobre os recursos naturais por suprirem com suas
madeiras o que estaria sendo extraído de florestas nativas. Entretanto, compreender e optimizar
as funções dessas florestas em todas as suas dimensões é fundamental para que se atendam as
demandas futuras da sociedade de modo sustentável (SBS, 2009).
14
em fase activa de crescimento corresponde aproximadamente a 45% do peso total da biomassa
do tronco (Poggiane et al., 1998).
Cabe ressaltar que as florestas plantadas constituem-se em uma forma apropriada do uso do solo,
são menos impactantes do que qualquer outra cultura intensiva, entretanto, precisam estar em
harmonia com as prioridades ecológicas e sociais da região (Poggiane e tal., 1998).
15
3. METODOLOGIA
O distrito de Lichinga fica localizado na região norte da Província do Niassa, entre latitude de
13o 23’ 48” S e longitude de 35o 13’ 43” E, e tem uma superfície total de 5.342 km2, incluindo as
águas dos rios e Lago Niassa em Meponda, faz limite a Norte com os Distritos de Lago, Sanga e
Muembe através da fronteira terrestre; Sul - com o Distrito de Ngaúma através do rio Chinenge;
Oeste - com a República do Malawi a partir do marco 17 e através do Lago Niassa e Este - com o
Distrito de Majune através do Rio Icuvi (PEDDL, 2009)
16
3.2. Clima
O clima do distrito de Lichinga é do tipo tropical húmido, influenciado pela altitude no qual é
possível distinguir-se duas estações, húmida de Dezembro à Março, sendo Abril o mês de
transição e a estação seca parte de Maio a Novembro. Devido ao relevo montanhoso as
temperaturas variam de 15 a 20 oC nos meses de Abril a Setembro e, no resto período do ano
oscilam entre 20 a 35 oC. A temperatura média anual é de 26 oC. A elevada temperatura é
acompanhada pela pluviosidade nos meses de Dezembro a Março (PEDDL, 2009).
3.3. Solos
Os solos hidromórficos (dambos) situam-se nas zonas baixas dos vales. Estes são geralmente
ricos em argila e podem ser cultivados no tempo seco porque conservam muita humidade
residual (PEDDL, 2009).
3.4. Vegetação
17
3.5. População e Actividades Económicas
Segundo o censo populacional ocorrido em 2007 o distrito de Lichinga contava com uma
população total de 94 082 habitantes e uma densidade populacional de 15.9 habitantes por km2
(INE, 2010). A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1, isto é,
por cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em idade activa (MAE, 2005).
18
3.6. Infra-estruturas
O distrito de Lichinga conta com uma linha férrea em reabilitação e uma rede de estradas que
comporta cinco estradas. Estas estradas facilitam o movimento das pessoas e bens, comunicações
entre os Postos Administrativos, sede distrital, posto de saúde e escolas, a implementação de
programas de ajuda de emergência, acesso a água potável e o comércio em Lichinga. Em termos
de comunicações, existem no distrito telefones e rádios (MAE, 2005). Actualmente estão a
operar no distrito três agências de telefonia móvel, uma empresa de telefonia fixa e três estações
de rádio difusão sendo que duas são a nível local e uma em antena nacional.
O tipo de habitação frequente no distrito é a palhota, com pavimento de terra batida, tecto de
capim ou colmo e paredes de caniço ou paus e tijolo não queimado cimentado com matope. Em
relação a outras utilidades, o padrão dominante é o de famílias que vivem em palhotas com
latrina e água colhida directamente em poços e furos ou nos rios e lagos. Geralmente as casas e
outros tipos de abrigos são construídos com material oriundo da vegetação local (Nube, 2013;
MAE, 2005).
19
Para a selecção das comunidades usou-se a amostragem intencional ou propositada, usada pelo
Gil (2002), que serve para relacionar informação de casos com uma certa profundidade, em que
o tamanho da amostra depende do caso em estudo.
3.8.1. Amostragem
Os dados foram obtidos a partir de uma amostragem probabilística do tipo aleatória simples e
não probabilística snowball ou bola de neve. Onde na primeira amostragem toda a população
teve a mesma probabilidade de ser seleccionada, assumindo que a população é homogénea pelo
facto de desempenhar mesma actividade para a obtenção da renda (produção agrícola). A técnica
de bola de neve foi usada porque haviam casos em que os entrevistados não tinham o domínio de
conhecimento de um determinado assunto e indicavam a alguém capaz de dar informação
necessária à pesquisa e estes por sua vez indicavam a outros e assim o tamanho amostral foi
aumentando até atingir o número de indivíduos pretendidos.
O tamanho da amostra foi calculado com base na fórmula proposta por Levin, (1987) que é
apenas aplicada quando a população por pesquisar não excede 100.000 habitantes e considera o
tamanho da amostra, o erro, o tamanho da população, a percentagem do fenómeno, a
percentagem complementar e grau de confiança de 95 %.
Onde:
n- É o tamanho da amostra;
Zα/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado (95%, 1.96).
20
q- Percentagem complementar;
N -Tamanho da população;
Foi escolhido o nível de confiança de 95%, um erro amostral de 5%, com base na fórmula
proposta foi possível calcular-se a amostra (n=377) considerando o número total da população
(N=20.080). O objectivo da estratégia de amostragem era obter amostras representativas,
funcionais e equivalentes em todos os quatro povoados, pretendiam-se amostras aleatórias
cobrindo todos os chefes de famílias.
Devido a falta de dados sobre o número total de habitantes de cada povoado, foi usada uma
abordagem similar de Brito, (2012). Esta abordagem foi utilizada para o “Inquérito Municipal de
Base – 2006” em que na falta de um censo da população adulta actualizado e de uma lista
completa das famílias no município, foi usada a lista das assembleias de voto para as eleições de
2004 como proxy, onde o número total de indivíduos incluídos na amostra foi dividido pelo
número de assembleias eleitorais do município, obtendo-se assim o número de entrevistas a
serem realizadas em cada área de voto.
Entretanto, para este estudo dividiu-se a amostra pelo número total de povoados do Posto
Administrativo de Lussanhando (15) e obteve-se (25) que foi a média de indivíduos inqueridos
em cada povoado dos quatro seleccionados e com base neste pressuposto inqueriu-se (100)
chefes de famílias que equivaleu aos quatro povoados.
21
3.8.2. Técnica de colecta de dados
As técnicas usadas para a recolha de dados foram seleccionadas de acordo com os objectivos
específicos traçados como ilustra a tabela.
comunidades;
Entrevistas semi-estruturadas
Entrevistas semi-estruturadas
Observação directa
22
3.8.3. Análise de dados
Para a análise de dados foram usados os seguintes métodos de análise referenciados por Oliveira,
(2011) a análise de conteúdo e estatística multivariada.
O teste do qui-quadrado pode ser calculado usando-se a fórmula proposta por Lima et al (2012):
Onde:
L – número de linhas
23
C- número de colunas
Houve dificuldade na obtenção de informação oficial que retratasse o local em estudo no que
concerne a informações do número total de famílias de cada povoado e outras informações que
pudessem ajudar a caracterizar melhor estes locais.
24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo são representados os resultados dos 114 inquiridos relacionados com a
caracterização sócio-económica e sócio-demográfica das comunidades; principais actividades
geradoras de renda; acesso a bens e serviços, infra-estruturas (escolas, hospitais e fonte de água),
utilização dos recursos florestais e impactos sócio-económicos das plantações florestais nas
comunidades.
Faixa etária
20 – 25 26 – 35 36 – 45 46 – 55 55 + Total (%)
Género M Fa 24 31 17 3 4 79
Total (%) 24 31 17 3 4 79
F Fa 4 5 4 6 2 21
Total (%) 4 5 4 6 2 21
Total Fa 28 36 21 9 6 100
Dos agregados familiares entrevistados 79% são chefiados por homens e 21% por mulheres e
apresentaram idades compreendidas entre 20 aos 76 anos com destaque para a faixa etária de
[26-35] anos representando a maioria (36%). Dos entrevistados 75% são da religião muçulmana,
8% são cristãos e 17% não possuem nenhuma crença religiosa. Em relação ao estado civil 60%
encontra-se num estado de casado ou união marital, 17% estão divorciados, 20% são solteiros e
4% são viúvos. O número médio de agregado por família é 5,8.
25
4.2. Caracterização sócio-demográfica e sócio-económica das comunidades
Género
Nível de escolaridade
M F Total (%)
Fa (%) Fa (%)
Nenhum
60 60 12 12 72
Primeiro grau 16 16 5 5 21
Segundo grau 3 3 4 4 7
Total 79 79 21 21 100
Do número total (100) dos chefes de famílias inquiridos observou-se que 72% não possui
nenhum nível de escolaridade. Cerca de 21% frequentou o nível primário do primeiro grau sendo
que em geral tenham frequentado 3ª e 4ª classe e por último 7% dos inquiridos tem nível
primário do segundo grau, o facto mais admirável é que quase a maioria dos que tem nível de
formação apresentaram dificuldades na leitura.
De acordo com os resultados verificou-se que a taxa de alfabetização em relação ao género foi
baixa para as mulheres (10%) do que para os homens (19%). Estes resultados estão relacionados
com o emponderamento da mulher nas zonas rurais que é muito baixo, verifica-se um elevado
índice de casamentos prematuros e gravidez precoce, a mulher é ainda tratada como um ser sem
direito de estudar porque deve cuidar da casa e servir a sua família.
Com base no teste do qui-quadrado partindo da hipótese nula de que não existe dependência
entre o nível de escolaridade e o género dos chefes de agregados familiares (5% de
significância), rejeitou-se a hipótese nula dado que (X2 = 0.040 <P = 0,05) estatisticamente pode-
26
se afirmar que existe dependência entre o nível de escolar e o género, isto é o nível de
escolaridade depende do género sendo que a maioria dos que tem nível escolar são homens.
Segundo FIDH (2007), a baixa aderência à escola por parte das raparigas deve-se ao facto de as
raparigas serem obrigadas numa idade muito tenra a cuidarem das Muitas famílias em questões
domésticas tais como a cozinha, e fazerem limpezas, acarretar água, cuidar dos mais
novos.algumas áreas nem sequer planeiam inscrever as raparigas nas escolas mas planeiam
enviar um filho. Contudo o casamento numa idade tenra habitualmente obriga as raparigas a
deixarem de estudar.
4.2.1. Habitação
Em relação ao tipo de habitação 77% estão vivendo em casas do tipo palhota, são construídas a
partir do material vegetal oriundo da floresta, geralmente constituído por paus, bambú, capim,
estacas, caniço e tijolo não queimado. E 23% dos entrevistados vive em casas de tijolos, são
27
construídas com tijolo queimado em fornos artesanais, cobertas geralmente com chapas de zinco,
o soalho é feito com cimento e nalgumas vezes é feito com argila.
Os resultados deste estudo estão em concordância com os resultados de Nube, (2013); INE,
(2012) e MAE, (2005) onde referem que as construções do parque habitacional duma sociedade
indicam o nível de desenvolvimento sócio-económico, entretanto, nas zonas rurais do distrito de
Lichinga a palhota é o tipo de habitação mais predominante.
Questionadas sobre o tempo que começaram a residir nos povoados 65% das famílias afirmou
que as terras foram habitadas pelos seus antepassados e que tem a posse das mesmas por
herança, 26% reside a mais de 5 anos e 9% ocupou as terras num período não superior a 4 anos.
28
Face as entrevistas efectuadas verificou-se que a maioria dos inqueridos são agricultores
representando cerca de 58% do número total, exercem a actividade agrícola em suas machambas
e produzem em sistema de consociação de culturas. Nesta perspectiva, pode-se inferir que a
actividade agrícola é desde antiguidade a mais praticada pelas famílias entrevistadas.
De acordo com as análises feitas por Schneider, (2006) reflectem que as unidades familiares
funcionam predominantemente com base na utilização da força de trabalho dos membros da
família que por sua vez, podem contratar em carácter temporário trabalhadores.
Para além da actividade agrícola verificou-se que 28% dos inquiridos trabalham nas plantações
florestais sendo que 20 trabalhadores são eventuais e 8 tem um contracto permanente. Para os
trabalhadores eventuais os rendimentos tem sido diários e os de contracto permanente tem
recebido mensalmente.
Em concordância com Seufert (2012) no seu estudo sobre impacto das plantações florestais na
província do Niassa constatou que muitos dos contratos são de curto prazo e as pessoas estão
empregadas como trabalhadores sazonais.
Cerca de 11% trabalham a conta própria (possuem moagens, barracas comerciais e oficinas de
reparação de motorizadas e bicicletas) e 3% dos inquiridos exercem outro tipo de actividade
diferente (artesanato, produção de bebidas alcoólicas, plantação de árvores fruteiras).
29
O gráfico 5 apresenta as fontes alternativas de renda familiar das comunidades, para perceber o
peso que estas actividades têm nas famílias, questionou-se igualmente quais as actividades
dentro das comunidades das que são praticadas, que permitem um maior fluxo de rendimento às
diversas famílias circunvizinhas às plantações florestais.
Segundo os resultados obtidos, a venda de produtos agrícolas com cerca de 42% dos
entrevistados afirmou que constitui a principal actividade que gera mais rendimento para as
famílias. Seguida da venda de lenha e carvão com 31%, os carvoeiros e colectores de lenha
comercializam os seus produtos ao longo das estradas e alguns que possuem meio de transporte
próprio preferem percorrer mais de 15km para vender nas urbes do município de Lichinga.
30
Entretanto 11% possui outro tipo de fonte de renda que se caracteriza na posse de pequenas
bancas comerciais para venda de produtos de primeira necessidade (óleo alimentar, sabão, sal,
arroz e outros). Relativamente aos 7% dos inquiridos a fonte de renda deriva da venda de
animais domésticos (cabritos, galinhas, porcos, ovelhas, e outros) e os restantes 3% a fonte de
renda resulta da confecção e costura de roupa.
Pode-se inferir que as famílias permanecem ainda bastante dependentes do sector agrícola,
principalmente se também incluir-se a venda de produtos oriundos da floresta nativa como
principais actividades geradoras de rendimento para as famílias.
Outros 68%
Rádio 91%
Moto 24%
Moagem 11%
Celular 64%
Bicicleta 62%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Os resultados demonstram que 91% dos entrevistados possui rádios, este bem é o mais usado
pelas comunidades e pode-se dizer que é por excelência o principal meio de acesso a informação
das famílias, uma vez que é o que existe em maioria.
31
A posse de celular corresponde a 64% dos entrevistados, este bem é o principal meio de
comunicação entre os membros da comunidade e seus familiares que residem principalmente na
cidade Lichinga e em outros pontos do distrito.
A bicicleta corresponde a 62%, é o meio mais usado pelas comunidades para se deslocarem a
outros povoados simultaneamente para transportar sacos de carvão de modo a comercializar na
estrada.
Questionados sobre a posse de outros tipos de bens duráveis para além dos listados no
questionário 68% dos entrevistados afirmou possuir formas para produzir blocos, camas,
cadeiras, mesas, máquina de costura, candeeiros, utensílios domésticos, etc.
Cerca de 24% possui motorizadas e 11% possui moagens, relativamente a posse deste último
bem ainda é muito inferior para responder a capacidade de produção agrícola das comunidades,
isto deve-se ao facto de que as moagens são muito onerosas por isso a baixa percentagem.
Relativamente aos bens que as famílias possuem 82% afirmou ter comprado, entretanto, segundo
as famílias a posse destes bens é resultado das diferentes actividades geradoras de renda
exercidas pelos membros das comunidades no dia-a-dia destacando-se a actividade agrícola e o
emprego nas plantações florestais. E 18% dos entrevistados não comprou, adquiriu os bens como
oferta de seus parentes e outros adquiriram através do programa de fundo do INAS.
Para verificar se a posse dos bens é divergente de acordo com as actividades de renda exercidas
no dia-a-dia das famílias foi através de um teste não paramétrico qui-quadrado a 5% de
significância, baseando-se na hipótese nula de que não existe diferença significativa entre a
condição de posse de bens das famílias com e sem emprego nas plantações florestais. Entretanto,
as análises foram feitas separadamente para cada bem.
32
Os resultados comprovaram que para a maioria das famílias que não trabalham nas plantações
florestais têm na agricultura a sua principal actividade de subsistência e renda.
Segundo o estudo feito por Seufert, (2012) sobre o impacto das plantações florestais na província
do Niassa concluiu que o salário dos trabalhadores não é suficiente para compensar o que eles
produzem por conta própria. O trabalho nas plantações é muito intenso e trabalhadores só
recebem o salário mínimo para o sector agrícola, que actualmente não passa dos 3.000 Meticais.
Os trabalhadores não recebem quaisquer outros tipos de benefícios.
Entretanto, a não rejeição da hipótese nula pode ser devido ao facto de que tanto as famílias que
não tem emprego nas plantações e aquelas que trabalham nas plantações têm a mesma
probabilidade de adquirir um determinado bem.
Para os trabalhadores das plantações florestais estes resultados estão relacionados com o tipo de
trabalho nas plantações florestais que geralmente é eventual; as actividades não são contínuas
para todo o ano; nas plantações as actividades são mais extensas no período de abertura de
campos e no período de plantios e a medida que as empresas intensificam a mecanização na
abertura de áreas e no cultivo os postos de empregos gerados tendem a diminuir
4.5. Infra-estrutura
A rede de infra-estrutura nos povoados em estudo é fraca e precária, com deficit quanto ao
atendimento aos serviços de educação, saúde e saneamento básico. Isto de certa forma inviabiliza
o desenvolvimento das comunidades e compromete a qualidade de vida das famílias.
Segundo Santos et al, (2010) no seu estudo referiu que a carência de infra-estruturas é sinónimo
de isolamento, cultural, político e económico, este último talvez, o mais preocupante e
comprometedor.
Todas as famílias entrevistadas não possuem energia eléctrica em suas residências, o acesso a
água potável é muito limitado, outra dificuldade relatada pelos chefes de famílias diz respeito à
falta de postos de saúde entretanto numa emergência as famílias precisam contar com a
33
solidariedade de vizinhos que dispõem de transporte que normalmente leva algum tempo
comprometendo assim os primeiros socorros.
Nas áreas de estudo as vias de acesso estão num estado avançado de degradação. Relativamente
ao acesso à comunicação o posto administrativo conta com 3 redes de telefonia móvel. As
tabelas 4 e 5 mostram a distribuição das outras infra-estruturas por comunidade.
Fonte de água
Infra-estruturas Escolas Hospitais Fontenário Poços
Operacionais Inoperacionais
Nr 10 3 7 9 48
Poço Fontenário
Operacional Inoperacional
34
Relativamente a educação o posto administrativo possui 10 estabelecimentos de ensino, dos
quais 5 são EPCs e 5 são EP1s. Foram observadas 2 escolas em Malica, 1 escola em
Lussanhando, 1 escola em Ntiwile e 1 em Micoco. No total o posto administrativo possui um
universo de 3.328 alunos da 1ª a 7ª classe, dos quais 1.811 são do sexo masculino e 1.517 são do
sexo feminino respectivamente, assistidos por 85 docentes destes 38 são do sexo feminino e 47
do sexo masculino.
Foram identificados no posto administrativo 16 fontes de água potável (fontenários) para cobrir
todas as comunidades, um número ainda insuficiente e o mais caricato é que destas, 9 estão
inoperacionais, na área de estudo existem apenas 5 fontanários sendo que 4 estão operacionais e
1 está avariado. Do total das fontes de água em estado operacional em termos percentuais foi de
50% para Malica, 25% em Lussanhando, 25% para Micoco e o povoado de Ntiwile não possui
nenhum fontenário. Foram identificadas cerca de 48 poços na área de estudo, em termos
percentuais foi de 35,4% para Malica, 18,8% para Lussanhando, 20,8% para Ntiwile e 25% para
Micoco. Com estes resultados verifica-se que as famílias enfrentam muitas dificuldades para ter
acesso a água.
Apesar de, neste aspecto haver ainda muitas fragilidades com a existência de comunidades que
não têm qualquer tipo de acesso á água, o facto de a maioria já ter algum tipo de acesso parece
ser um aspecto positivo e revelador de alguma mudança deste tipo de infra-estrutura.
35
4.6. Produção agrícola
Feijão 36 Milho 18
Mandioca 32 Feijão 10
Batata-doce 45 Mandioca 6
Milho 75 Batata-doce 17
Hortícolas 69 Hortícolas 8
A actividade agrícola nas comunidades em estudo é na sua maioria predominada pelo sector
familiar. Na tabela 5 são apresentadas as principais culturas produzidas e comercializadas pelas
comunidades verificou-se que o milho constitui a cultura mais produzida com uma percentagem
de 75%. As hortícolas compreendem uma percentagem de 69%, seguido da batata reno com
50%, a batata-doce corresponde 45%, o feijão tem 36% e por fim a mandioca representando os
32%.
Segundo as famílias o milho e o feijão constituem a base de alimentação. A batata Reno constitui
a cultura mais comercializada pelas famílias 41%, seguido do milho e batata-doce com 18% e
17% respectivamente. Entretanto dentro das diferentes actividades a produção de alimentos para
o consumo constitui a base principal da estrutura produtiva do sector familiar das comunidades
em estudo.
36
toneladas de milho e 10 toneladas de batata Reno de igual período ilustrando assim 43% e 67%
de crescimento.
Os resultados do estudo em relação a produção agrícola mostram que as famílias não utilizam
nenhum tipo de input (pesticidas químicos, adubos químicos e semente melhorada) na produção.
De uma forma geral as famílias praticam agricultura tradicional de subsistência onde a enxada é
o principal instrumento de produção. As culturas de rendimento como batata-doce e batata reno
são comercializadas no mercado local de Malica, alguns agricultores comercializam ao longo da
estrada principal e outros viajam até a cidade Lichinga.
Os agricultores afirmaram que não recebem nenhum tipo de apoio ou assistência por parte do
governo na actividade agrícola. Conforme informações do chefe do posto administrativo alguns
agricultores têm sido beneficiados por instituições do sector privado como o CIP que fomenta a
produção de batata-doce de polpa alaranjada tendo como grupo alvo as associações dos
camponeses e produtores, a UCA é uma outra instituição que tem apoiado os camponeses nas
actividades agropecuárias. Entretanto foram identificadas 10 associações todas sediadas no posto
administrativo de Lussanhando todas abraçam os mesmos objectivos produção de hortícolas e
produção animal, sendo que 3 delas estão legitimadas, ocupam áreas que variam de 2 a 8
hectares e têm como parceiros a Pro-Savana e UCA.
37
4.7. Utilização de recursos florestais
Outros 20%
Colecta de frutos 3%
Colecta de mel 3%
Colecta de lenha 82%
Produção de carvão 32%
Exploração de capim/estacas 87%
Nas comunidades em estudo o capim e as estacas são os produtos florestais mais explorados
pelas famílias inquiridas 87% e são mais usados para construção de casas e vedação de quintais.
A lenha é o segundo produto florestal mais explorado representando 82% das famílias, é
importante destacar que a lenha constitui a principal fonte de energia para as famílias rurais,
seguida da produção de carvão com 32%. O baixo uso do carvão pelas comunidades na cozinha
associa-se ao comércio, isto é, em comparação com a lenha o carvão é o produto mais vendido
pelas famílias.
A colecta de frutos e do mel representa respectivamente 3% das famílias inquiridas. Para além
destes produtos enumerados 20% das famílias dedica-se a outras actividades como caça de aves
de pequeno porte, exploração de plantas medicinais, e outras.
38
Gráfico 8: Disponibilidade dos recursos florestais antes e depois das plantações florestais.
Cerca de 44% das famílias afirmou que no período anterior às plantações florestais a
disponibilidade dos recursos florestais era alta, porém 56% afirmou que a disponibilidade era
normal.
Entretanto 47% das famílias assegurou que no período posterior às plantações florestais a
disponibilidade dos recursos florestais reduziu, segundo as famílias esta redução está
directamente ligada a expansão de plantações florestais, ao aumento da população, a prática de
agricultura itinerante, a exploração de lenha e carvão e queimadas descontroladas. 46% Das
famílias afirmou que do período anterior ao posterior às plantações florestais não houve
nenhuma mudança em relação a disponibilidade dos recursos florestais, porém os 7% não sabem
se houve ou não redução.
Dados dos serviços distritais de actividades económicas de Lichinga (SDAE) indicam que
actualmente no distrito encontra-se a operar uma empresa florestal a Green Resources (Recursos
Verdes), empregando boa parte da comunidade local para desenvolver actividades do viveiro e
nas plantações como operários florestais. A Green Resources iniciou as suas actividades em 2006
e em 2011 recebeu uma certificação de Forest Stewartship Council (FSC), que garante que a sua
operação adere as boas práticas internacionais para uma plantação sustentável em termos
económicos, ecológicos e sociais. De salientar que a empresa florestal Green Resources
39
associou-se a empresa Chikweti Forests of Niassa (esta iniciou suas actividades em 2006) através
da compra de acções tornando-se em accionista maioritário.
Segundo dados da empresa até 2013 tinham plantado mais de 1.825 hectares na província, neste
momento tem um DUAT de 40.360 hectares juntando com os da empresa Chikweti Forests of
Niassa de 28.970 hectares. Antes de se associar a Green Resources, a Chikweti Forests of Niassa
contava com uma força laboral de mais de 1000 trabalhadores, em 2014 a empresa viu-se a
despedir muitos trabalhadores por causa de falta de acesso a terra.
1
Iazido Mohamede Kamwendo (Chefe do Posto Administrativo de Lussanhando)
40
para comprar produtos de primeira necessidade que são comercializados por alguns membros da
comunidade2.
A comunidade assume o facto de que a empresa tem oferecido emprego para alguns membros da
comunidade, mas em termos de benefícios sociais ainda estão longe de se alcançarem porque não
existe apoio por parte da empresa na actividade agro-pecuária, apoio na reabilitação de infra-
estruturas como escolas fontes de água e hospitais.
Das comunidades destacadas para esta pesquisa verificou-se que só existe um posto de saúde no
povoado de Malica, entretanto no povoado de Lussanhando, Ntiwile e Micoco não existe posto
de saúde e as comunidades percorrem longas distâncias até ao povoado de Luiça onde fica o
posto mais próximo e chegam a percorrer mais de sete quilómetros.
Quanto ao emprego em regime sazonal a Green Resources afirmou que a produtividade nas
plantações é muito reduzida porque os trabalhadores não possuem experiência prévia, por isso a
empresa optou em um sistema de trabalho fixando metas nas plantações, devido a este regime
vários trabalhadores ganham menos do que o salário mínimo mensal, porque caso o trabalhador
não consiga cumprir com a sua meta diária ou mensal não aufere o salário completo. Porém o
facto mais invulgar está em relação ao elevado estado de absentismo entre os trabalhadores nas
plantações, entretanto a cultura de trabalho ainda é muito fraca nos povoados.
4.8.2. Análise sócio-económica das famílias com e sem emprego nas plantações florestais
2
Idem
41
locais no geral, que tem como benefício às infra-estruturas sociais melhoradas, como o caso de
hospitais, estradas, escolas, furos de água, a condição de mudança do estilo de vida é bem menor
(Nube, 2013).
A maior parte das famílias entrevistadas (trabalhadores das plantações) nunca teve experiência
com o trabalho assalariado, o trabalho nas plantações florestais introduz um estilo de vida que
para a grande maioria dos chefes de famílias é uma experiência nova e traz mudanças. O gráfico
9 mostra as proporções dos chefes de famílias com e sem emprego nas plantações florestais,
entretanto observou-se que o número de chefes de famílias entrevistados com emprego nas
plantações florestais foi inferior em relação ao total das famílias inquiridas sem emprego.
Gráfico 9: Proporções dos indivíduos com e sem emprego nas plantações florestais
Durante a análise dos dados constatou-se a existência de um cenário com todas as possibilidades
de desenvolvimento económico, que propicia maior rentabilidade para as famílias envolvidas
sobretudo na actividade agrícola e em projectos de plantações florestais. Observou-se que do
42
total (100) dos chefes de famílias entrevistados 72% constituem a maioria que não trabalham nas
plantações florestais e são representados por agricultores e os que trabalham a conta própria, e
28% são trabalhadores das plantações florestais.
No geral, 72% das famílias sem emprego nas plantações florestais e 28% com emprego possuem
renda per capita abaixo do salário mínimo em vigor em Moçambique, não existindo diferença
significativa entre as rendas per capita das duas categorias estudadas.
43
5. CONCLUSÕES
As plantações florestais foram importantes para geração de emprego e renda, sobretudo para as
famílias que trabalham nas plantações florestais, portanto, as famílias com e sem emprego nas
plantações florestais têm a mesma probabilidade de possuir um determinado tipo de bem durável.
Relativamente a posse de bens, a posse de rádios é que existe na maioria (91%) e pode-se dizer
que é por excelência o principal meio de acesso a informação das famílias e apenas 11% possui
moageiras.
Em relação a disponibilidade dos recursos florestais antes e depois das plantações florestais as
comunidades afirmaram que no período posterior às plantações florestais a disponibilidade e o
acesso aos recursos florestais reduziu.
44
6. RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se que as empresas florestais possam aprimorar a relação com as comunidades locais
através de apoios em termos de melhoramento de infra-estruturas sócio-económicas.
45
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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46
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STCP. (2006, Novembro 23). Novas Fronteiras Para Indústrias de Base Florestal New frontiers
For the Forest Based Industry.
48
APÊNDICES
49
Apêndices 1: Tabelas do teste qui-quadrado
Chi-Square Tests
Asymp. Sig.
Value df (2-sided)
Linear-by-Linear
4.277 1 .039
Association
H0: Não existe diferença significativa na condição de posse de bens das famílias com e sem
emprego nas plantações florestais.
Ha: Existe diferença significativa na condição de posse de bens das famílias com e sem emprego
nas plantações florestais.
sided)
50
Celular 7.434a 3 .059
51
05 (Junho) 1 (F) Directora do Serviço Distrital de Actividades Económicas de
Lichinga;
Legenda:
(1) – Malica; (2) – Lussanhando; (3) – Ntiwile; (4) – Micoco; (5) – Cidade de Lichinga; F –
feminino; M – masculino.
Data: _______
1. Quantas e quais são as empresas florestais que operam no distrito de Lichinga? ________
52
3. Qual é a sua apreciação em relação às empresas de plantações
florestai__________________________
7. Como tem sido feita a comunicação entre a empresa, governo e comunidades? __________
13. Quais são as culturas agrícolas mais importantes na área actuação das empresas florestais?
2. Infra-estruturas
3. Nível de cobertura do sistema de abastecimento de água nas áreas de actuação das empresas
florestais (infra-estruturas existentes) _______________________________________________
53
II. Representantes da empresa de plantações florestais
Data ___/_____/_____
54
5. Na sua visão, os investimentos na área florestal têm funcionado como factor?
6. A comunidade tira alguma vantagem por a empresa estar a plantar na área próximo das suas
áreas de cultivo? _____________________________________
7. Qual deveria ser o papel desempenhado pelas comunidades rurais para o sucesso das
actividades florestais? ________________________________________________
Povoados
1. Caracterização da família
55
[1] Casado/a ou União marital [2] Divorciado/a ou separado/a [3] Solteiro/a [4]
Viúvo/a
[0] Nenhum [1] Alfabetização [2] Primeiro grau [3] Segundo grau [4] Básico
[5] Médio [6] Superior
2. Emprego
[1] Agricultor [2] Pescador [3] Criador de gado [4] Trabalha a conta própria [5]
Trabalhador florestal
56
[1] Venda de produtos agrícolas [2] Venda de lenha e carvão [3] Venda de animais
domésticos [4] Confecção e costura de roupa [5] Outro. Especifique
4. Agregado familiar
5. Habitação
[1] Menos de 1 ano [2] 2 – 5 Anos [3] 5 – 10 Anos [4] Mais de 10 anos
[1] Chapas de zinco [2] Capim [3] Palmeira [4] Outro. Especifique
[_] Bicicleta [_] Rádio [_] Celular [_] Moagem [_] Máquina de costura
57
6.2. Como obteve os bens?
6.3. Qual é a fonte de energia que sua família utiliza para cozinhar?
6.5. Que meio de transporte usou no mês passado para deslocar-se a outras zonas?
[1] Bicicleta [2] Moto [3] Chapa [4] Camião [5] Outro. Especifique
6.6. Que meios de comunicação utiliza para falar/ contactar com familiares ou pessoas de outra
localidade?
6.8. Utilização do Posto de saúde? (apenas para as famílias que utilizam o posto)
6.8.2. Qual a distância que leva da sua casa para o Posto? [_] Km
58
6.9. Possui filhos a estudar nesta zona?
7. Agricultura
[_] Milho [_] Mexoeira [_] Feijão [_] Mapira [_] Amendoim [_] Mandioca
[1] Milho [2] Mexoeira [3] Feijão [4] Mapira [5] Amendoim [6] Mandioca
7.8. Em que mercado vendeu os seus produtos (local, vila, cidade, outro?) ____________
59
7.9.1 Se sim que tipo de input utiliza?
[1] Mais para venda [2] Mais para consumo na família [3] Ambas [4] Não sabe/Não
respondeu
8. Pecuária
[_] Galinhas [_] Cabritos [_] Boi [_] Suínos [_] Patos [_] Pombos [_] Ovelhas
[4] Exploração de capim/ estacas [5] Colecta de mel [6] Outras (especifique)
9.2. Como é que avalia a disponibilidade dos produtos oriundos da floresta antes e depois da
implantação das plantações florestais?
9.2.1. Antes
9.2.2. Depois
60
[0] Não diminuiu [1] Diminuiu [2] Não sabe/Não respondeu
10.1. O que pensa da presença das empresas? Acha que estas são bem ou mal vindas para as
comunidades e sua família.
10.2. Acha que houve alguma mudança na comunidade com a presença da plantação?
10.3. Que tipo de benefícios/ apoios que a comunidade já obteve como resultado da presença das
plantações?
[1] Emprego/ aumento da renda [2] Infra-estruturas (escolas, poços, moageiras,mercado etc)
10.4. Acha que no futuro pode tirar outros benefícios da presença das plantações?
10.5. Após a introdução das plantações florestais, teve algum tipo de conflito com as pessoas
envolvidas nas empresas?
61
10.5.2. Como é que os conflitos foram resolvidos?
62