Estatica-Fetal - Otimo PDF

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM-FFOE


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM-DENF/PET
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM OBSTETRÍCIA

ESTÁTICA FETAL
Mstd. Tatiane Coelho

Fortaleza 2017
Introdução
Objetivos:
Ao término da aula os alunos serão capazes de:

Compreender a Estática Fetal, com ênfase no conceito


de objeto, trajeto e motor;
Conhecer a nomenclatura obstétrica;
Conhecer as técnicas de palpação obstétrica;
Identificar os Mecanismos do Parto e Períodos Clínicos
do Parto;
Compreender os fatores que afetam o trabalho de parto
Estática Fetal
 Conceito:
As relações do feto com a
bacia e com o útero
constituem a estática fetal

Seu estudo permite o


conhecimento da
nomenclatura obstétrica (REZENDE, 2012)
Fatores que afetam o trabalho
de parto e parto
Objeto (feto
e placenta)

Resposta Trajeto (canal


psicológica de parto)

Posição da Força/motor
mãe (contrações)
Estática Fetal
O Parto:
Trajeto: por onde o feto
passa; o que importa é a bacia
óssea.
Objeto: o próprio feto; como
ele se relaciona (estática fetal).
Motor: força que empurra o
feto (objeto) pela bacia
(trajeto).
O Parto
Mecanismo: forças que o feto
faz para passar.
Ex.: insinuação
rotação da cabeça
rotação dos ombros.
Fases/Períodos: fases clínicas
do parto é o que acontece com a
mãe.
Ex.: dilatação do colo
delivramento da placenta
cuidado pós-parto
Pelve (trajeto)
Pelve verdadeira – acima da linha terminal
Pelve falsa – abaixo da linha terminal
Linha terminal: abertura superior + pelve
média + abertura inferior.
Trajeto duro
3 ossos:
•articulações de pouca mobilidade
•Quando o feto passa não é a bacia que se abre é o feto
que se encaixa para passar
Mecanismo do parto – movimentos que o feto tem que
fazer para passar pela pelve
•A bacia tem uma curvatura que parece um J.
•A superfície interna é toda irregular
•Disso decorre o fato de o feto ter que se contorcer todo
para passar.
Estreitos da bacia
Estreito superior (tampa da bacia)
Borda superior da sínfise púbica; asas do sacro
e promontório.
Estreito médio
Passa pela borda inferior da sínfise púbica e
espinhas isquiáticas.
É o lugar mais apertado da bacia.
 Estreito inferior
Borda inferior da sínfise púbica até o cóccix.
Marca o fim do trajeto. O feto passou daí, vai
nascer.
É importante conhecer as medidas/distâncias
da bacia.
Conjugatas
Distâncias da bacia que possuem interesse
1-Conjugata anatômica
Borda superior da sínfise até o promontório.
Faz parte de um plano anatômico da bacia: o estreito
superior (andar que marca a entrada da bacia)
2-Conjugata obstétrica
Parede posterior da sínfise até o promontório.
É a menor: é ela quem pode trazer dificuldade
no parto.
Possui importância obstétrica, para o parto.
Conjugatas
3-Conjugata Diagonalis
Limite inferior da sínfise até o promontório.

4-Conjugata exitus
É o diâmetro AP do estreito inferior.
Vai da borda inferior da sínfise
púbica até o cóccix.
Marca a saída da bacia.
Conjugatas
Tipos de bacia
1-Ginecóide
Arredondada, mas com diâmetro transverso e oblíquo maiores
É a bacia mais comum nas mulheres (50%).
É uma bacia favorável ao parto normal.
2-Antropóide
20-25% das mulheres.
Bacia típica dos gorilas.
O maior diâmetro do estreito superior é ântero-posterior.
O feto insinua numa variedade direta (occipito-púbico ou occipito-
sacro).
Não costuma atrapalhar parto normal
Tipos de bacia
3-Andróide (triangular)
Bacia típica dos homens.
Bacia de péssimo prognóstico para parto normal:
o feto não nasce.
Utilizar a via abdominal alta
4-Platipelóide (chata)
5% das mulheres.
Normalmente não traz dificuldades para o parto.
O feto sempre insinua a cabeça na bacia ocupando o maior
diâmetro da bacia, estreito superior numa variedade transversa.
Pelve Descrição Parto vaginal
Antropóide Abertura pélvica Favorável
superior oval e sacro
longo, produzindo uma
pelve profunda.

Andróide Formato de coração. Dificultado. O feto


desce lentamente pela
pelve e comumente
não consegue girar.

Ginecóide Verdadeira pelve Favorável.


feminina. Diâmetros
iguais nas três
dimensões.

Platipelóide ou Menos comum. Desfavorável (exceto


plana Pequena cavidade se a cabeça do feto
pélvica, alargada na conseguir atravessar a
abertura inferior da abertura superior).
pelve, tornando difícil a
descida do feto.

A maioria das mulheres possuem associações destes tipos de pelve.


Feto (Objeto)
•Cilindro Fetal:
cabeça fetal fletida sobre o
tronco e com as pequenas
partes a ele aconchegadas
•Ovóide Fetal:
•Polo cefálico
•Refere-se a cabeça do feto.
•Ovóide córmico: é o conjunto
do tronco com os membros.
Objeto
O POLO CEFÁLICO É O MAIS
IMPORTANTE E MERECE ESTUDO.
Cabeça: crânio e face.
Crânio: 2 ossos frontais, 2 parietais,
2 temporais, 1 occipital, 1 esfenóide
e 1 etmóide.

Os ossos são separados por


SUTURAS e FONTANELAS.
Suturas
◦ Sutura sagital: entre os parietais.
◦ Sutura metópica: interfrontal ou frontal média.
◦ Sutura coronária: entre os frontais e parietais.
◦ Sutura lambdóide: entre os parietais e occipitais.
◦ Sutura temporal: entre os parietais e lambdóide.
FONTANELAS
São zonas membranosas, nos
pontos de convergência de 3 ou
4 ossos e delas partem as
suturas.
◦ Fontanela bregmática:
formato losangular (anterior ou
grande fontanela).
◦ Fontanela lambdóide:
formato triangular (posterior ou
pequena fontanela).
Tamanho da cabeça fetal
Crânio fetal: maior estrutura fetal (cerca de 25% da
área de superfície corporal) e menos compressível.
Os ossos da face e da base do crânio são fixos.

Ossos móveis:
◦ 2 Parietais
◦ 2 Temporais
◦ Frontal
◦ Occipital
Diminuem as medidas cefálicas
◦ Moldagem: sobreposição dos ossos cranianos
◦ Bossa serosa: acúmulo de líquido no couro
cabeludo
◦ Cefalematoma: acúmulo de sangue abaixo do
couro cabeludo
Estudo da estática Fetal
Permite o conhecimento da nomeclatura obstétrica

Conceitos:
Atitude ou Hábito fetal
Situação fetal
Apresentação Fetal
Posição Fetal

Para saber se é possível haver parto vaginal


Avalia-se a estática através do toque e da palpação
Atitude fetal
Relação das partes fetais entre si.
O feto deve se encolher todo para poder passar.
A atitude fetal normal é de flexão generalizada
Situação fetal
Relação do maior eixo do feto (coluna) com o maior eixo da
mãe.
Pode ser longitudinal, transversa ou oblíqua (esta é
transitória e vira transversa ou longitudinal).
O mais comum é a situação longitudinal (99% das vezes).
Manobras de Leopold
Manobras de Leopold
Posição fetal
Relação do dorso fetal com a mãe

Pode ser direita ou esquerda

Serve para saber onde procurar


o BCF

O mais comum é a posição esquerda.


Apresentação fetal
Parte fetal que se apresenta ao canal do parto. Pode ser a
cabeça, nádegas ou o ombro.
Se for a mão; o pé; ou o cordão chamamos de procidência
(uma parte fetal se coloca no canal do parto).
Apresentação cefálica
96% apresentação cefálica fletida
Existem 3 graus de deflexão:
1-Apresentação cefálica fletida:
pelo toque sentimos o lambda
tocamos a sutura sagital
2-Apresentação cefálica defletida de primeiro grau (de
bregma):
pelo toque sentimos o bregma
tocamos uma parte da sutura sagital e a sutura metópica
Apresentação cefálica
3-Apresentação cefálica defletida de segundo grau
(de fronte):
 pelo toque sentimos a
 linha de orientação é a sutura metópica

4-Apresentação cefálica defletida de terceiro grau


(de face):
pelo toque sentimos o mento
a linha de orientação é a facial
Apresentação cefálica
De vértice (A) – fletida – lâmbda- sutura sagital
De bregma (B) – defletida de I grau –bregma- sutura ságito-metópica
De fronte (C) – defletida de II grau – glabela- linha metópica
De face (D) – defletida de III grau –mento- linha facial
Apresentação fetal
Cefálica Pélvica Córmica

Ocorrência 96% 3% 1%

Osso Occipital Sacro Escápula


Pélvica
nádegas para baixo. 3%.
Apresentação completa ou pelvipodálica:
os pés e as nádegas na bacia.
O feto está todo dentro do canal do parto
A bacia está completamente preenchida.
Apresentação incompleta ou modo de
nádegas:
só as nádegas na bacia
A bacia não está completamente
preenchida.
Parto Pélvico
Córmica
ombro para baixo.
O feto não nasce.
Feto só nasce em apresentação pélvica ou cefálica.
VAMOS FAZER UM RESUMO
Altura da apresentação
O que interessa saber durante o trabalho de parto é se o feto já passou
pelo estreito médio ou não
Assim chamamos o estreito médio (plano das espinhas) de marca zero
Avaliamos fazendo o toque e procurando a ponta da apresentação

ALTA E MÓVEL
AJUSTADA
FIXA
INSINUADA
Plano de HODGE
Polo cefálico ao nível da borda superior do
pube.

Plano de HODGE - Borda inferior do pube


plano paralelo ao (I)

Plano de HODGE - Ao nível das espinhas


ciática.

Plano de HODGE - Ao nível da ponta do cóccix


e confundindo-se com o assoalho pélvico.
Plano de De Lee
Referência zero as espinhas ciáticas.
O ponto mais baixo da apresentação
estiver a 1 cm acima do plano zero, a
altura será - 1 ; 2 cm acima, como - 2
Polo cefálico abaixo do plano zero,
usaremos a mesma progressão
trocando o sinal para positivo + 1; + 2
O plano zero DE LEE corresponde,
aproximadamente, ao plano III de
HODGE.
Variedades de posição fetal
Variedades de posição fetal
Variedades de posição fetal
Variedades de posição fetal
MECANISMOS DO PARTO
 O que o feto precisa fazer (movimentos) para passar pelo canal
do parto.
 Didaticamente dividimos em 4 tempos principais e 4 tempos
acessórios.

Insinuação
Descida
Desprendimento
MECANISMOS DO PARTO
Tempos principais – Tempos acessórios:
 Insinuação com flexão.
 Descida com rotação interna.
 Desprendimento com deflexão.
 Restituição com desprendimento dos ombros.
Assinclitismo
Assinclitismo: São os movimentos de lateralização da
cabeça fetal para tentar passar pela bacia.
Pode ser:
 Anterior (de Nagele)
a sutura sagital está mais longe da sínfise púbica e perto do
promotório
Posterior (Litzmann)
a sutura sagital está mais perto da sínfise púbica e mais longe
do promontório).
Quem determina o assinclitismo é o parietal.
Assinclitismo
Nem todo assinclitismo é patológico e por isso
não significa cesariana sempre.
Quem determina o assinclitismo é o parietal:
ASSINCLITISMO POSTERIOR
se o parietal livre for o anterior assinclitismo
anterior (a cabeça está encostada no sacro –
Nagelle);
se o parietal livre for o posterior assinclitismo
posterior (a cabeça está encostada na sínfise
púbica – Litzmann).

ASSINCLITISMO ANTERIOR
ASSINCLITISMO POSTERIOR ASSINCLITISMO ANTERIOR
Períodos Clínicos do parto
Contratilidade Uterina
• Conceito: é o fenômeno mais importante do trabalho de parto,
indispensável para fazer dilatar o colo e expulsar o concepto.

• PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS TOCOMÉTRICOS


• Avaliar as pressões intra-uterinas: amniótica,
intramiometrial, placentária e puerperal.
• Dinâmica uterina (DU)

•Distócia motora
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco: manual
técnico. Brasília, DF, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Incorporação de tecnologia
no SUS-CONITEC. Diretriz nacional de assistência ao parto. Brasília, 2016.
CUNNINGAM, F. G. Obstetrícia de Williams. 24ª Ed. Editora McGraw-Hill.
LOWDERMILK, D. L.; PERRY, S. E.; BOBAK, I. M. O cuidado em enfermagem
materna. 5ª edição. Editora Artmed, 2002.
REZENDE FILHO, J.; MONTENEGRO, C. A. B. Obstetrícia Fundamental. 12ª edição,
Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2013.
RICCI, S. S. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
ZUGAIB, M.; FRANCISCO, R. P. V. Zugaib Obstetrícia. 3ª ed. Editora Manole, 2016.
Obrigada!!!

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