À Mesa Da Palavra Versão I
À Mesa Da Palavra Versão I
À Mesa Da Palavra Versão I
INTRODUÇÃO
1
“...o encontro a sós indica que Jesus quer falar-lhes ao coração (cf. Os 2,14). Também hoje o encontro dos discípulos com Jesus
na intimidade é indispensável para alimentar a vida comunitária e a atividade missionária” (Documento de Aparecida, n. 154).
“Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A Sagrada Escritura, ‘Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito
Santo’, é, com a Tradição, fonte de vida para a Igreja e alma de sua ação evangelizadora. Desconhecer a Escritura é desconhecer
Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. (...) Por isso, é necessário educar o povo na leitura e na meditação da Palavra: que ela se
converta em seu alimento para que, por experiência própria, vejam que as palavras de Jesus são espírito e vida (cf. Jo 6,63). (...) É
preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida na rocha da Palavra de Deus. Faz-se, pois, necessário
propor aos fiéis a Palavra de Deus como dom do Pai para o encontro com Jesus Cristo vivo, caminho de ‘autêntica conversão e de
renovada comunhão e solidariedade’ essa proposta será mediação de encontro com o Senhor se for apresentada a Palavra revelada,
contida na Escritura, como fonte de evangelização. Os discípulos de Jesus desejam alimentar-se com o Pão da Palavra (...) com
coração ‘faminto de ouvir a Palavra do Senhor’ (Am 8,11)” (Documento de Aparecida, n. 247-248).
2
“Quando ia celebrar com seus discípulos a ceia pascal, onde instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue, o Cristo Senhor
mandou preparar uma sala ampla e mobiliada (Lc 22,12). A Igreja sempre julgou dirigida a si esta ordem (...) manifestando sua fé
e amor imutáveis para com o supremo mistério eucarístico, e testemunhando uma contínua e ininterrupta tradição...” (Instrução
Geral sobre o Missal Romano, n. 1).
3
“A Igreja obriga os fiéis ‘a participar da divina liturgia aos domingos e nos dias festivos’ e a receber a Eucaristia pelo menos
uma vez ao ano, se possível no tempo pascal, preparados pelo sacramento da reconciliação. Mas recomenda vivamente aos fiéis
que recebam a santa Eucaristia nos domingos e dias festivos, ou ainda com maior frequência, e até todos os dias” (Catecismo da
Igreja Católica, n. 1389).
4
“No domingo e nos outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa; além disso, devem abster-se
das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da
mente e do corpo” (Código de Direito Canônico, Cân. 1247).
5
Cf. Sacrosanctum Concilium, n. 7.
6
Cf. Sacrosanctum Concilium, n. 7.
2
Já nas primeiras comunidades cristãs, encontram-se relatos das ceias em comum, em que,
além de comungar do Senhor, os cristãos comungavam da vida uns dos outros: suas alegrias, suas tristezas,
suas conquistas, suas colheitas, seus sofrimentos... Tudo isso expresso na partilha da Palavra, do Pão
Eucarístico e dos dons materiais7.
Todavia, o desenvolvimento das grandes metrópoles, o processo do êxodo rural e do inchaço
urbano exercem primaz influência sobre nossas comunidades8: um exacerbado crescimento populacional
não acompanhado pelo incremento vocacional9! O que isto significa? Faltam presbíteros, ministros
ordenados que possam, no mínimo semanalmente, presidir as assembleias litúrgicas nos mais remotos locais
de periferia.
A Igreja, Mater et Magistra, Mãe e Mestra, serva fiel, atenta à necessidade de seus filhos
celebrarem a fonte e o ápice de sua vida cristã, de tomarem parte do banquete do Senhor e, na
impossibilidade de celebrarem o Sacrifício Eucarístico mesmo que semanalmente, oferece uma possibilidade
aos cristãos10: exercendo o múnus sacerdotal11 recebido no Batismo, os fiéis se reúnem em torno da Palavra,
fazendo memória do Senhor, ouvindo-O, celebrando Sua presença, partilhando a mensagem de vida e,
quando possível, comungando da reserva Eucarística.
Percorreremos um caminho pedagógico que nos ajudará a perceber a importância e dignidade
de nossas assembleias litúrgicas reunidas em nome do Senhor na ausência do Ministro Ordenado. Ademais,
perceberemos elementos essenciais, a sequência teológico-litúrgica lógica de uma Celebração deste caráter,
bem como elementos teológicos que subsidiam tal assembleia dos fiéis.
1 O DOMINGO: DIA DO SENHOR, DIA DO CRISTO, DIA DA IGREJA, DIA DO HOMEM, DIA
DOS DIAS
Uma séria preocupação atinge o coração dos pastores da Igreja, dos líderes de pastoral e,
notadamente, dos fiéis ativos de nossas comunidades: a perda do sentido do sagrado e, em especial, da
dignidade e reverência necessárias para a celebração sacramental da Fé. Referimo-nos especificamente à
dessacralização do domingo, dia do descanso semanal dos crentes, dia santificado e dedicado inteiramente
àquele que, pela sua Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão nos resgatou das amarras do pecado.
Os relatos da Criação, que lemos nas primeiras páginas das Sagradas Escrituras, indicam-nos
que, terminada a sua obra, Deus descansou. O sétimo dia consagrado pelo Criador ao repouso é sinal do
merecido e necessário descanso daquele que trabalhou e deve restaurar as energias perdidas na labuta
cotidiana. É, também, elemento que demonstra a cooperação do homem, criatura divina, para com o seu
Criador: o homem é continuador da obra perfeita, mas em por vir deixada pelo Senhor. Mas, além de tudo
isso, é um convite dado pelo Criador ao homem para que, com Ele, contemple a obra criada: portanto, não
indica uma ociosidade do Senhor, mas uma pausa restauradora.
O repouso divino do sétimo dia não alude a um Deus inativo, mas sublinha a plenitude do que fora
realizado, como que a exprimir que Deus descansou diante da obra “muito boa” (Gn 1,31) saída das
suas mãos, para lançar sobre ela um olhar repleto de jubilosa complacência: um olhar
7
“De fato, a reunião dominical constitui para os cristãos, desde os tempos apostólicos, um momento de partilha fraterna com os
mais pobres” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 70).
8
“No Brasil, a falta de padres, a dispersão populacional e a situação geográfica do país impedem que inúmeras comunidades
tenham a celebração eucarística aos domingos. De acordo com os dados da CNBB, 70% das comunidades brasileiras se reúnem ao
redor da Palavra de Deus” (Guia Litúrgico-Pastoral, CNBB, p. 58).
9
“Permanece o problema das paróquias que não podem usufruir do ministério de um sacerdote que celebre a Eucaristia dominical.
Isto sucede frequentemente nas jovens Igrejas, onde um único sacerdote tem a responsabilidade pastoral de fiéis dispersos por um
vasto território. Podem-se verificar situações de emergência também nos países de secular tradição cristã, quando a escassez do
clero já não permite assegurar a presença do sacerdote em cada uma das comunidades paroquiais” (JOÃO PAULO II, Dies
Domini, n. 53).
10
“Promovam-se celebrações da Palavra de Deus nas vigílias das grandes festas, em certos dias da Quaresma e do Advento, nos
domingos e dias santos, principalmente nos lugares em que não há sacerdotes. Nesse caso a celebração pode ser presidida por um
diácono ou por outro delegado do bispo.” (Sacrosanctum Concilium, n. 35).
11
“...podem ser designados outros leigos, homens e mulheres, que pela força do batismo e da confirmação podem exercer este
múnus.” (Diretório para as Celebrações Dominicais na ausência do Presbítero, n. 30)
3
“contemplativo”, que não visa a novas realizações, mas sobretudo a apreciar a beleza de quanto foi
feito... (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 11).
Porém, o sábado, sétimo dia consagrado na Antiga Aliança ao descanso semanal, não pode se
tornar linguagem fria de uma lei desumana que escraviza o homem. É justamente esta a correção aplicada
pelo Senhor aos fariseus, obsequiosos em seguir os preceitos à risca da letra, esquecidos do primeiro e
primaz mandamento: o amor. O homem é senhor do sábado! Esta é a conclusão apresentada por Jesus aos
seus discípulos: assim, o dia consagrado ao descanso não é dia dedicado ao ócio, mas sim ao bem do homem
individual (descanso, repouso) e da comunidade (caridade fraterna) e, mais do que isso, ao seu Senhor. “O
dia do repouso é tal primeiramente porque é o dia ‘abençoado’ por Deus e por Ele ‘santificado’, isto é,
separado dos demais dias para ser, de entre todos, o ‘dia do Senhor’” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n.
14). Eis a primeira certeza fundamental que chegamos quanto a este dia: Dies Domini, dia do Senhor, dia
dedicado inteiramente a Deus12 e ao seu serviço na comunidade de fé. “O fiel é convidado a repousar não só
como Deus repousou, mas a repousar no Senhor, devolvendo-lhe toda a criação, no louvor, na ação de
graças, na intimidade filial e na amizade esponsal” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 16).
A desordem ocasionada pelo pecado é plenamente libada no Mistério Pascal de Jesus Cristo,
Deus feito homem, em tudo igual à natureza humana, exceto o pecado. É o Domingo o palco da Nova
Aliança13! A Ressurreição é dia da nova Criação14, é o Oitavo Dia, dia sem ocaso, plenitude da misericórdia
divina que se manifesta no sangue derramado na Cruz e na natureza humana renovada na Ressurreição
material do Cristo. As primeiras comunidades cristãs, fieis ao mandato do Senhor (“Fazei isto em minha
memória”), conscientes da nova criação operada pelo Cristo no primeiro dia da semana e da centralidade do
Mistério Pascal na vida cristã, passaram a reunir-se dominicalmente em torno da Palavra e da Fração do Pão,
santificando, desta forma, o Dies Christi, isto é, o Dia do Cristo, o Dia do Ressuscitado. Com justeza, o
sábado foi substituído pelo domingo15, não como uma mera alternância de dias, mas como a plenificação da
criação realizada por Cristo. Desta forma, o Dies Domini é, precipuamente, Dies Christi. A íntima ligação
do domingo com o Mistério Pascal e do batismo como passagem do cristão por tão grande Mistério
manifesta, além do mais, a “dimensão batismal do domingo” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 25) é,
pois, memória batismal para todo cristão. Por isso, o domingo é a Páscoa Semanal e, também, o Pentecostes
Semanal, já que recorda o acontecimento da descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, como “um
mistério que anima perenemente a Igreja” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 28).
A Igreja é o Corpo Místico de Cristo16! O mistério da Encarnação é prolongado no mundo por
meio da Igreja, esta é a perpetuação da presença do Senhor na história: “é a celebração da presença viva do
Ressuscitado no meio de nós” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 31). Por seu turno, a Parusia17 não é
como que o momento seguinte a um percurso que nos conduz à instauração do Reino de Deus na história e a
elevação deste último momento a uma realidade superior. É, ao contrário, a elevação de toda a história da
Salvação desenvolvida ao longo dos séculos, prefigurada pela Antiga Aliança, plenamente realizada na
encarnação, oblação (Paixão e Morte do Senhor), Ressurreição e Glorificação (Ascensão) de Nosso Senhor
Jesus Cristo, e perpetuada pelo Sacrifício Eucarístico, coração de toda a Igreja. A Santa Missa é, pois, a
atualização do Sacríficio expiatório do Divino Cordeiro e a antecipação do dia feliz e glorioso do retorno do
Senhor18. Toda Celebração Eucarística é a renovação do Sacrifício Pascal, é Cristo todo19 (na diversidade de
12
“Na verdade, a vida inteira do homem e todo o seu tempo, devem ser vividos como louvor e agradecimento ao seu Criador. Mas
a relação do homem com Deus necessita também de momentos explicitamente de oração, nos quais a relação se torna diálogo
intenso, envolvendo toda a dimensão da pessoa. O ‘dia do Senhor’ é, por excelência, o dia desta relação, no qual o homem eleva a
Deus o seu canto, tornando-se eco da inteira criação” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 15).
13
“À luz deste mistério, o sentido do preceito vetero testamentário do dia do Senhor é recuperado, integrado e plenamente
revelado na glória que brilha na face de Cristo Ressuscitado” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 18).
14
Cf. JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 24.
15
“Compreende-se, assim, porque era justo que os cristãos, anunciadores da libertação realizada pelo sangue de Cristo, se
sentissem autorizados a transpor o significado do sábado para o dia da ressurreição” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 63).
16
Cf. PAULO VI, Eclesiam Suam, n. 12.
17
Parusia: retorno glorioso de Nosso Senhor Jesus Cristo no final dos tempos e, por conseguinte, a elevação de toda a história e a
plena instauração do Reino de Deus.
18
“Na liturgia da terra, participamos, e, de certa maneira, antecipamos a liturgia do céu, que se celebra na cidade santa, a
Jerusalém para a qual caminhamos, em que Cristo, sentado à direita do Pai, é como que o ministro das coisas santas e do
verdadeiro tabernáculo. Juntamente com todos os anjos do céu, cantamos um hino de glória ao Senhor. Celebrando a memória dos
santos, esperamos participar um dia de seu convívio. Vivemos na expectativa do salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até o dia em
que se tornar manifesta a nossa vida e tomarmos parte, com ele, em sua glória” (Sacrosanctum Concilium, n. 8).
4
ministérios e funções) que celebra a Liturgia e, ao mesmo tempo, é o canto da Igreja “Maranathá”20, isto é,
“Vem, Senhor Jesus”, é a prece fiel que se eleva aos céus: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e
proclamamos a vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”. Todo este grande mistério é celebrado e tornado
presente por toda a Igreja diariamente pelo Santo Sacrifício da Sagrada Eucaristia e, de modo todo especial,
no domingo, dia em que celebramos a nova criação e a prefiguração do dia sem ocaso da eternidade.
Portanto, o domingo é, também, Dies Eclesiae, ou seja, Dia da Igreja, dia em que a Igreja manifesta
notadamente o seu mistério de ser “sacramento universal da salvação”21 realizada no Mistério Pascal e
celebrada, tornada presente e antecipada pela Celebração dos Santos Mistérios na Eucaristia. É o dia da
epifania da Igreja! A assembleia litúrgica reunida exprime “a própria identidade da Igreja, a ekklesía,
assembleia convocada pelo Senhor ressuscitado...” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 31). Ademais, “a
Eucaristia nutre e plasma a Igreja” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 32).
Todo homem traz no seu coração o desejo por contemplar a Deus: “...nos criastes para Vós e
o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousar em Vós” (SANTO AGOSTINHO, Confissões I, 1,1).
Deus tendo terminado a obra criada repousou no sétimo dia e contemplou tudo aquilo que havia feito, eis aí
um dos aspectos fundamentais do dia de descanso do Criador que é convite ao homem. Também o ser
humano é chamado neste dia de repouso a contemplar a obra criada e, com o auxílio desta, conduzir sua
existência a Deus. Além do mais, o domingo é a antecipação do dia glorioso em que todo labor será
desnecessário e a realização do coração do homem será plenificada na contemplação, na presença do
Senhor, aquele que preenche todo desejo de quietude inscrito na natureza humana. Por conseguinte, o
domingo é Dies Hominis, dia do homem22, dia em que goza, por antecipação, a plenitude de sua existência
do dia sem ocaso.
Por fim, impõe-se afirmar o domingo, também, como Dies Dierum, dia dos dias. Não é uma
convenção o domingo como primeiro na ordem cronológica dos dias, mas é da sua natureza íntima deste
feliz dia a celebração do início da criação, da nova criação realizada pela Páscoa de Jesus Cristo e a
significação do oitavo dia, isto é, o dia que não conhece ocaso. Portanto, é o domingo que dá significado a
toda a semana23, que não é uma sucessão de dias que se repetem em um ritmo semanal, mensal, semestral,
anual como o é para aqueles que não creem, todavia é o domingo que dá ao cristão a esperança de que o
caminho até então percorrido não é em vão e que o dia da Feliz Ressurreição se aproxima: nossa existência
não é repetição cansativa e aniquilante presa a estruturas cronológicas, mas caminho ascendente rumo à
felicidade perpétua do retorno do Senhor Jesus, quando surgirá “novos céus e nova terra”.
Dia de oração, de comunhão, de alegria, ele repercute-se sobre a sociedade, irradiando sobre ela
energias de vida e motivos de esperança. O domingo é o anúncio de que o tempo, habitado por Aquele
que é o Ressuscitado e o Senhor da história, não é o túmulo das nossas ilusões, mas o berço de um
futuro sempre novo, a oportunidade que nos é dada de transformar os momentos fugazes desta vida
em sementes de eternidade. O domingo é convite a olhar para frente, é o dia em que a comunidade
cristã eleva para Cristo o seu grito: “Maranathá: Vinde, Senhor!” (1Cor 16,22). Com este grito de
esperança e expectativa, ela faz-se companheira e sustentáculo da esperança dos homens. E domingo
a domingo, iluminada por Cristo, caminha para o domingo sem fim da Jerusalém celeste, quando
estiver completa em todas as suas feições a mística Cidade de Deus, que “não necessita de Sol nem de
Lua para a iluminar, porque é iluminada pela glória de Deus, e a sua luz é o Cordeiro” (Ap 21,23)
(JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 84).
Por isso, o domingo é o dia da celebração da criação, plenamente realizada em Cristo,
perpetuada e celebrada na Igreja, que responde ao íntimo desejo de quietude em Deus inscrito no coração do
homem e que confere significado a toda a sua existência rumo ao Reino de Deus.
19
“É toda a comunidade, o corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1140).
20
“É dessa liturgia eterna que o Espírito e a Igreja nos fazem participar quando celebramos o mistério da salvação nos
sacramentos” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1139).
21
Cf. Lumen Gentium, n. 48.
22
“...honrando o ‘repouso’ de Deus, o homem encontra-se plenamente a si próprio, e assim o dia do Senhor fica profundamente
marcado pela bênção divina...” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 61).
23
“Sendo o domingo a Páscoa semanal que evoca e torna presente o dia em que Cristo ressuscitou dos mortos, ele é também o dia
que revela o sentido do tempo” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 75).
5
Muitos tratados teológicos poderiam (e já foram) ser escritos com a temática do Sacerdócio
de Nosso Senhor Jesus Cristo, todavia aqui nosso objetivo restringe-se a alguns acenos que possam
contribuir na reflexão da distinção essencial24, e não apenas em grau, existente entre o Sacerdócio
Ministerial e o Sacerdócio Comum dos Fiéis, enquanto maneiras de participação no Sacerdócio de Cristo,
Sumo e Eterno Sacerdote, já que se ordenam mutuamente25.
O homem após a mancha do pecado original ficou desprovido da Salvação, os sacrifícios
oferecidos pelos homens não conquistavam para si o perdão do pecado original, destinavam-se apenas a
aplacar suavemente a “ira” divina. Portanto, a Salvação não é conquista humana, mas é dom de Deus, não é
o homem por suas forças que se eleva, mas é a graça que o faz.
O Mistério da Encarnação é a prova do grande amor que Deus nos tem e o Sacrifício Pascal
de Cristo é a elevação do homem realizada por aquele que se abaixou à nossa condição. Cristo é o único
sacerdote que oferece o único sacrifício propiciatório ao Pai na força do Espírito Santo. Esta é a melhor
definição de Liturgia, isto é, o homem que toma parte na obra da Salvação realizada no Sacrifício de Cristo
ao Pai, no Espírito26.
A Celebração plena deste Mistério da nossa Salvação é realizada na Sagrada Liturgia e, de
forma toda especial, na Solene Celebração da Santa Missa. O Sacerdote age in persona Christi, portanto é o
próprio Cristo quem celebra, Ele vem em socorro à nossa humanidade para elevar um Sacrifício de Salvação
agradável a Deus. Por conseguinte, congregados pelo Espírito Santo, em união a Cristo, elevamos, pelo
Sacerdote, um sacrifício ao Pai.
A liturgia é também participação da oração de Cristo, dirigida ao Pai no espírito Santo. Nela, toda
oração cristã encontra sua fonte e seu termo. Pela liturgia, o homem interior é enraizado e fundado no
“grande amor com o qual o Pai nos amou” (Ef 2,4) em seu Filho bem-amado. É a mesma “maravilha
de Deus” que é vivida e interiorizada por toda oração, “em todo tempo, no Espírito” (Ef 6,18)
(Catecismo da Igreja Católica, n. 1073).
É o Cristo todo que celebra, é Ele o liturgo por excelência 27. Somos um corpo que celebra,
todavia na diversidade de ministérios e funções. Os ministros ordenados (presbítero e bispo) são, por
excelência, ordenados (isto é, instituídos sacramentalmente) como ministros da Nova e Eterna Aliança e a
eles cabe a presidência da Assembleia Litúrgica. São eles que elevam, tornam presente, atualizam, agindo
por Jesus Cristo, o Sacrifício Pascal. Nisto consiste o Sacerdócio Ministerial instituído por Nosso Senhor
Jesus Cristo. Este é o cumprimento do mandato “Fazei isto em minha memória!”. Apenas os ministros
ordenados podem presidir a Santa Missa, pois este grande dom a eles foi confiado pelo próprio Senhor e
atestado pela transmissão ininterrupta do Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo na história da Igreja28.
Porém, como já afirmado, é o Cristo todo que celebra, isto é, é todo o Corpo Místico de
Cristo que, congregado pelo Espírito, eleva por Cristo ao Pai sua oração. Portanto, todas as orações elevadas
ao céu estão em íntima união ao Sacrifício de Cristo e são continuação deste. É sempre todo o Corpo Místico
de Cristo que ora, mesmo quando em oração pessoal os cristãos elevam, unidos pelo Espírito Santo, como
um único corpo sua oração aos céus. Não existe, portanto, oração individual, mas apenas oração pessoal, já
que não se reza sozinho, mas sempre como Corpo Místico, como Igreja, seja congregado materialmente (no
templo) e espiritualmente (pelo Espírito Santo), seja apenas espiritualmente29.
Um membro da Igreja é Cristo em oração, e uma célula deste corpo misterioso de Cristo. Um membro
da Igreja ora sempre enquanto membro da Igreja, isto é, enquanto Igreja total, representada por ele,
porque ele é o templo do Espírito Santo, porque é um membro vivo do corpo, porque é filho de Deus.
Por isso, um ermitão não ora no isoladamente, mas na comunhão da Igreja total (Antonine Bloom
apud CASTELLANO, Liturgia e Vida Espiritual, p. 349).
24
Cf. Lumen Gentium, n. 10.
25
Cf. Lumen Gentium, n. 10.
26
Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1069.
27
Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1136; 1144.
28
Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 815.
29
“Portanto, toda oração cristã é feita sempre pelo membro da Igreja, por Cristo, no espírito” (CASTELLANO, Liturgia e Vida
Espiritual, p. 349).
6
Desta forma, todos os cristãos participam de alguma forma do único Sacerdócio de Cristo. O
Sacramento da Ordem confere a participação pelo Sacerdócio Ministerial. Por sua vez, o Batismo confere
uma participação neste único Sacerdócio pelo Sacerdócio Comum dos fiéis30. É pelo Batismo31, isto é,
passagem pelo Mistério Pascal de Cristo, e pela Confirmação, que nos configura mais plenamente a Cristo,
que nos tornamos cristãos, participantes do sacerdócio profético e régio do Senhor. O Batismo é a Páscoa do
cristão, é a sua morte para o pecado e ressurgimento para uma vida nova, é a adoção filial por Deus e a
inserção na Igreja. Assim, o Batismo torna-nos filhos de Deus, membros da comunidade eclesial, povo
eleito, nação santa, sacerdócio régio32. É pelo Batismo que os cristãos tornam-se participantes do Sacrifício
de Cristo. Por conseguinte, aptos a, por meio de seus sacrifícios espirituais e sua vida, depositar sobre o
Altar os dons de sua existência que, pela oração dos ministros ordenados, tornam-se Vítima Pascal da Nova
e Eterna Aliança e celebração deste magno Mistério.
Conhecendo tão grande dom concedido a cada cristão pelos sacramentos de Iniciação Cristã
é que a Igreja ratifica as assembleias reunidas na ausência dos Ministros Ordenados. Já que, nestas, os fieis
reúnem-se congregados pela força do Espírito Santo e exercem, assim, seu sacerdócio comum.
Todavia, o Sacerdócio Comum dos fiéis difere, como visto anteriormente, não apenas em
grau, ou seja, em uma maior ou menor participação no Sacerdócio de Cristo, mas fundamentalmente em
uma distinção essencial. A essência do Sacerdócio Ministerial e do Sacerdócio Comum é diversa.
O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos
os fiéis, embora “ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo”, diferem,
entretanto, essencialmente, mesmo sendo “ordenados um ao outro”. Em que sentido? Enquanto o
sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança
e de caridade, vida segundo o Espírito, o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum,
refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais
Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento
próprio, o sacramento da Ordem (Catecismo da Igreja Católica, n. 1547).
O Sacerdócio Ministerial foi instituído pelo Senhor para que a redenção oferecida outrora no
Sacrifício Pascal se tornasse sempre presente; para que este Sacrifício fosse constantemente oferecido pelas
mãos de seus Ministros Sagrados; para que todos pudessem gozar da Salvação e para que a sua presença
fosse perpetuada pela Eucaristia no coração da Igreja. O Sacerdócio Comum, por sua vez, é o desejo fiel de
que todos os cristãos, ao passarem pelo Mistério Pascal de Cristo pelos Sacramentos de Iniciação, elevassem
juntamente com Cristo seus sacrifícios espirituais cotidianos, sua prece e, além do mais, fossem testemunhas
coerentes da Salvação (operada em Cristo) para o mundo.
O Sacerdócio Ministerial está intimamente ligado ao culto, à Eucaristia. O Sacerdócio
Comum dos fiéis, por seu turno, está ligado à santificação de si e de todo o mundo pela oração, pelos
sacrifícios espirituais e pelo testemunho. Portanto, só existe o Santo Sacrifício da Missa quando a
assembleia litúrgica está congregada em torno de um Ministro Sagrado 33, as demais formas celebrativas são
extensão desta celebração e, portanto, o forte desejo de congregarem-se novamente para celebrarem tão
grande Mistério de Amor.
30
“O Batismo faz participar do sacerdócio comum dos fiéis” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1268).
31
“O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito (...) e a porta que abre o acesso aos demais
sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo,
somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1213).
32
Cf. I Pd 2,9.
33
“O sacerdócio ministerial não pode ser de maneira alguma substituído. De fato, se faltar um sacerdote numa comunidade, ela
não possui o exercício da função sacramental de Cristo, Chefe e Pastor, que pertence à própria essência da vida da comunidade.
De fato, ‘somente o sacerdote validamente ordenado é o ministro que, fazendo as vezes de Cristo, é capaz de realizar o sacramento
da Eucaristia’” (Redemptionis Sacramentum, n. 146).
7
Todo cristão tem o direito e o dever de, ao menos dominicalmente, participar do Sacrifício
Redentor da Santa Missa presidido por um Ministro Ordenado 35. Tal celebração36 constitui a fonte e o ápice
de toda a vida cristã37. É da Celebração Eucarística que nasce a vida comunitária e nela tem sua maior
expressão38. Não somos um grupo que se reúne por sua própria vontade, com interesses diversos e ideias que
confluem, mas somos o Povo Santo39 da Nova e Eterna Aliança convocados pelo Senhor Ressuscitado para,
em torno de sua Palavra e, em especial, do Sacramento do Altar, celebrarmos a nossa Salvação.
Nesta comunicação sacramental do mistério de Cristo, o Espírito age da mesma forma que nos outros
tempos da economia da salvação: prepara a Igreja para encontrar seu Senhor, recorda e manifesta
Cristo à fé da assembleia, torna presente e atualiza o mistério de Cristo por seu poder transformador e,
finalmente, como Espírito de comunhão, une a Igreja à vida e à missão de Cristo (Catecismo da Igreja
Católica, n. 1092).
É a ação do Espírito Santo que desperta em nossos corações o desejo da união comunitária e
da celebração da fé. Ele nos congrega, prepara o nosso coração para celebrarmos o Mistério Pascal, atualiza
e torna presente tal Mistério e nos une mais intimamente a Cristo, Ele é a “seiva” que nos une (nós que
somos os “ramos”) à “Videira verdadeira”40.
A assembleia litúrgica é congregada, portanto, para celebrar o Mistério Pascal de Cristo que
só acontece plenamente na Celebração Eucarística41. Este é o desejo da Igreja: que todos os fieis católicos
possam reunir-se em torno do Banquete Eucarístico42!
Contudo, o rápido crescimento populacional e o inchaço urbano, acrescido da expansão da
missão da Igreja em terras longínquas e da escassez vocacional e a necessidade de que todos os cristãos
cumpram o preceito dominical, que só é satisfeito plenamente pela participação na Santa Missa, apresenta
um grave problema: a falta de Ministros Ordenados suficientes que possam atender a todas estas
comunidades cristãs no domingo.
Algumas soluções são apresentadas:
34
“Para que a Palavra de Deus realmente produza nos corações aquilo que se escuta com os ouvidos, requer-se a ação do Espírito
Santo, por cuja inspiração e ajuda a Palavra de Deus se converte no fundamento da ação litúrgica e em norma e ajuda de toda a
vida” (Elenco das Leituras da Missa, n. 9).
35
Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1269.
36
“A Eucaristia é ‘fonte e ápice de toda a vida cristã’” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1324).
37
“...a liturgia é o cume para o qual tende toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de que promana sua força”
(Sacrosanctum Concilium, n. 10).
38
“Nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da santíssima Eucaristia, a partir da qual,
portanto, deve começar toda a formação do espírito comunitário” (Presbyterorum Ordinis, n. 6).
39
“Em qualquer tempo e nação, é aceito por Deus todo aquele que o teme e pratica a justiça (cf. At 10,35). Aprouve, no entanto, a
Deus santificar e salvar os homens, não individualmente, excluindo toda a relação entre os mesmos, mas formando com eles um
povo, que o conhecesse na verdade e o servisse em santidade. E assim escolheu Israel para seu povo, estabeleceu com ele uma
aliança, e o foi instruindo gradualmente, manifestando, na própria história do povo, a si mesmo e os desígnios da sua vontade e
santificando-o para si. Tudo isto aconteceu como preparação e figura daquela aliança nova e perfeita, que haveria de ser selada em
Cristo, e da revelação mais plena que havia de ser comunicada pelo próprio Verbo de Deus, feito carne. (...) Cristo estabeleceu
este novo pacto, isto é, a nova aliança do seu sangue (cf. 1Cor 11,25), formando, dos judeus e dos gentios, um povo que realizasse
a sua própria unidade, não segundo a carne mas no Espírito, e constituísse o novo povo de Deus. Os que crêem em Cristo,
renascidos de uma semente não corruptível mas incorruptível pela palavra do Deus vivo (cf. 1Pd 1,23), não da carne, mas da água
e do Espírito Santo (cf. Jo 3,5-6), constituem ‘uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de sua particular
propriedade... que outrora não o era, mas agora é o povo de Deus’ (1Pd 2,9-10).” (Lumen Gentium, n. 9).
40
“...transforma em missão para a plena realização da obra da salvação na liturgia e fora da liturgia, mediante a obra dos fiéis que
vivem a graça dos sacramentos. Ele é a seiva que une os ramos à videira, atua na Igreja e nela permanece cada vez mais
profundamente, a faz transformar, por sua vida e sua ação, em ‘sacramento universal de salvação’. Une todos na comunhão
trinitária e reúne todos na mais íntima comunhão fraterna. O Espírito coloca todos e cada um em comunhão com o Senhor Jesus
para formar seu Corpo (CIC 1108)” (CASTELLANO, Liturgia e Vida Espiritual, p. 200).
41
“Satisfaz ao preceito de participar da missa quem assiste à missa em qualquer lugar onde é celebrada em rito católico, no
próprio dia de festa ou na tarde do dia anterior” (Código de Direito Canônico, Cân. 1248 § 1).
42
“Cuide o Pároco que a santíssima Eucaristia seja o centro da comunidade paroquial dos fiéis; empenhe-se para que os fiéis se
alimentem com a devota celebração dos sacramentos e, de modo especial, que se aproximem frequentemente do sacramento da
santíssima Eucaristia e da penitência. Esforce-se também para que sejam levados a fazer oração em família, e participem
consciente e ativamente da sagrada liturgia. Sob a autoridade do Bispo diocesano, o pároco deve dirigir a liturgia na sua paróquia
e é obrigado a cuidar que nela não se introduzam abusos” (Código de Direito Canônico, Cân. 528 § 2).
8
43
“Do ponto de vista litúrgico, o dia festivo tem efetivamente início com as referidas Vésperas. Consequentemente, a liturgia da
Missa, designada às vezes ‘pré-festiva’ mas que realmente é ‘festiva’, para todos os efeitos, é a do domingo, tendo o celebrante a
obrigação de fazer a homilia e de rezar com os fiéis a oração universal” (JOÃO PAULO II, Dies Domini, n. 49).
44
Seria desejável, portanto, que a liturgia do domingo fosse reservada às celebrações que ocorram no sábado após as 18h e no
domingo mesmo.
45
Cf. Código de Direito Canônico, Cân. 1248 § 1.
46
“Portanto, se no domingo numa paróquia ou em outra comunidade de fiéis for difícil celebrar a missa, o bispo diocesano avalie
juntamente com o presbitério soluções oportunas. Entre tais soluções, as principais serão: chamar outros sacerdotes para essa
finalidade ou solicitar aos fiéis que se dirijam a uma igreja em algum local próximo para participar do mistério eucarístico”
(Redemptionis Sacramentum, n. 162).
47
“Por falta de ministro sagrado ou por outra grave causa, se a participação na celebração eucarística se tornar impossível,
recomenda-se vivamente que os fiéis participem da liturgia da Palavra, se houver, na igreja paroquial ou em outro lugar sagrado,
celebrada de acordo com as prescrições do Bispo diocesano...” (Código de Direito Canônino, Cân . 1248 § 2).
48
“...ou então se dediquem à oração por tempo conveniente, pessoalmente ou em família, ou em grupos de família de acordo com
a oportunidade” (Código de Direito Canônico, Cân. 1248 § 2).
49
Cf. Jo 1,1.
50
“Nas diferentes celebrações e nas diversas assembleias das quais os fiéis participam de maneira admirável, exprimem-se os
múltiplos tesouros da única Palavra de Deus, seja no transcorrer do ano litúrgico, em que se recorda o mistério de Cristo em seu
desenvolvimento, seja na celebração dos sacramentos e sacramentais da Igreja, seja nas respostas de cada fiel à ação interna do
Espírito Santo. Deste modo, a mesma celebração litúrgica, que se sustenta e se apóia principalmente na Palavra de Deus, converte-
se num acontecimento novo e enriquece a palavra com uma nova interpretação e eficácia” (Elenco das leituras da Missa, n. 3).
51
“...a economia da salvação, que a Palavra de Deus não cessa de recordar e prolongar, alcança seu mais pleno significado na ação
litúrgica, de modo que a celebração litúrgica se converta numa contínua, plena e eficaz apresentação desta Palavra de Deus.
Assim, a Palavra de Deus, proposta continuamente na Liturgia, é sempre viva e eficaz pelo poder do Espírito Santo, e manifesta o
amor ativo do Pai, que nunca deixa de ser eficaz entre os homens” (Elenco das leituras da Missa, n. 4).
9
nela proclamada, por aderir intimamente à Palavra de Deus em pessoa, Cristo encarnado. Assim,
procurem que o que celebram na liturgia seja uma realidade em sua vida e costumes e, inversamente,
o que fizerem em sua vida se reflita na liturgia (Elenco das leituras da Missa, n. 6).
A Palavra tem poder criador! O mundo foi criado pela Palavra de Deus. Pelo “faça-se” do
Criador tudo veio à existência52.
A Palavra transforma! Pelo colóquio com o Deus de Israel, os profetas guiaram o povo rumo
à Terra Prometida. Tocados pelo amor de Deus, anunciaram a mensagem a qual o povo devia ser fiel e
denunciaram as estruturas que contradiziam a Palavra do Deus que jamais os abandonou.
A Palavra encarnou-se53: “a Palavra eterna fez-Se pequena; tão pequena que cabe numa
manjedoura. Fez-Se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós” (BENTO XVI, Verbum
Domini, n. 12)! Pelo fiat54da Virgem Maria, Deus se fez homem e habitou entre nós. A Salvação entrou no
mundo para operar uma nova criação e renovar o gênero humano. A Palavra de Deus, o Verbo se fez carne.
Cristo é a plena manifestação de Deus à humanidade, é a imagem do Deus invisível, é a Palavra de Deus
encarnada.
A Palavra salva! Diante do inconfundível Mistério da Cruz, Cristo chora e sua sangue. Pelo
seu “seja feita a tua vontade, ó Pai”, isto é, pelo seu “sim” ao Sacrifício da Cruz, o pecado da humanidade é
libado e a humanidade renovada. O “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” é o grito, é a palavra que
oferece ao mundo a Salvação. O silêncio55 que se segue após este intenso diálogo de Cristo com o Pai é
continuação do diálogo salvífico, é o amor, manifesto na dor, de um Filho que, por amor ao Pai e à
humanidade, doa sua vida por seus irmãos e é, também, comoção de um Pai passível que vê seu Filho
morrer em uma Cruz.
A Palavra congrega! Desde o dia de Pentecostes, que é a manifestação da Igreja ao mundo, a
comunidade cristã jamais deixou de se reunir em torno da Palavra e da Eucaristia. A Palavra de Deus, desde
o Cristianismo primitivo, congregou o Povo da Nova Aliança, como recordação dos Mistérios de Cristo.
A Palavra celebra56! É pela Palavra de Deus que o Senhor fala ao seu povo hoje reunido e é a
Palavra que torna presente o Mistério Celebrado: é pela repetição das palavras consecratórias e invocação do
Espírito Santo que as ofertas do Pão e do Vinho se convertem em Corpo, Sangue, Alma e Divindade do
Senhor Jesus.
Assim é possível compreender a sacramentalidade da Palavra através da analogia com a presença real
de Cristo sob as espécies do pão e do vinho consagrados. Aproximando-nos do altar e participando no
banquete eucarístico, comungamos realmente o corpo e o sangue de Cristo. A proclamação da Palavra
de Deus na celebração comporta reconhecer que é o próprio Cristo que Se faz presente e Se dirige a
nós para ser acolhido. Referindo-se à atitude que se deve adotar tanto em relação à Eucaristia como à
Palavra de Deus, São Jerônimo afirma: “Lemos as Sagradas Escrituras. Eu penso que o Evangelho é o
Corpo de Cristo; penso que as santas Escrituras são o seu ensinamento. E quando Ele fala em ‘comer
a minha carne e beber o meu sangue’ (Jo 6,53), embora estas palavras se possam entender do Mistério
[eucarístico], todavia também a palavra da Escritura, o ensinamento de Deus, é verdadeiramente o
corpo de Cristo e o seu sangue. Quando vamos receber o Mistério [eucarístico], se cair uma migalha
sentimo-nos perdidos. E, quando estamos a escutar a Palavra de Deus e nos é derramada nos ouvidos
a Palavra de Deus que é carne de Cristo e seu sangue, se nos distrairmos com outra coisa, não
incorremos em grande perigo?”. Realmente presente nas espécies do pão e do vinho, Cristo está
presente, de modo análogo, também na Palavra proclamada na liturgia (BENTO XVI, Verbum
Domini, n. 56).
A Palavra transforma! A Palavra de Deus tem poder de moldar a vida daqueles que se abrem
a ela. Santo Antão, ao ouvir o trecho do Evangelho que diz que a felicidade está em deixar todos os seus
bens e seguir a Jesus, deixou a Igreja na qual estava e foi viver no deserto, fundando comunidades
52
Cf. Gn 1, 3ss.
53
Cf. Jo 1,1s.
54
“Faça-se”.
55
“Redescobrir a centralidade da Palavra de Deus na vida da Igreja significa também redescobrir o sentido do recolhimento e da
tranquilidade interior” (BENTO XVI, Verbum Domini, n. 66).
56
“...se compreende que, na origem da sacramentalidade da Palavra de Deus, esteja precisamente o mistério da encarnação: ‘o
Verbo fez-Se carne’ (Jo 1,14), a realidade do mistério revelado oferece-se a nós na ‘carne’ do Filho. A Palavra de Deus torna-se
perceptível à fé através do ‘sinal de palavras e gestos humanos. A fé reconhece o Verbo de Deus, acolhendo os gestos e as
palavras com que Ele mesmo se nos apresenta. Portanto, o horizonte sacramental da revelação indica a modalidade histórico-
salvífica com que o Verbo de Deus entra no tempo e no espaço, tornando-Se interlocutor do homem, chamado a acolher na fé o
seu dom” (BENTO XVI, Verbum Domini, n. 56).
10
monásticas a fim de viver aquela Palavra que ouviu. Santo Agostinho, ouvindo uma voz que dizia: “toma e
lê”, tomou em suas mãos a Palavra de Deus e lendo um trecho de São Paulo deixou sua vida perversa e
promíscua e abandonou-se nas mãos daquele que o chamava.
As grandes personagens bíblicas,
se abriram à experiência da misericórdia do Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e vida. Não
abriram o coração para algo do Messias, mas ao próprio Messias, caminho de crescimento na
“maturidade conforme a sua plenitude” (Ef 4,13), processo de discipulado, de comunhão com os
irmãos e de compromisso com a sociedade (Documento de Aparecida, n. 249).
Portanto, pela Palavra, Deus continua convocando e agindo na vida de seu povo. É Palavra
atual, viva e eficaz: “ela própria é acontecimento”57!
57
SCHNITZLER, Missa, mensagem de vida: entenda a missa para participar melhor, p. 135.
58
“Considerando a Igreja como ‘casa da Palavra’, deve-se antes de tudo dar atenção à Liturgia sagrada. Esta constitui,
efetivamente, o âmbito privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida: fala hoje ao seu povo, que escuta e
responde. Cada ação litúrgica está, por sua natureza, impregnada da Sagrada Escritura (...) ‘Por isso, constantemente anunciada na
liturgia, a Palavra de Deus permanece viva e eficaz pela força do Espírito Santo, e manifesta aquele amor operante do Pai que não
cessa jamais de agir em favor de todos os homens’ (...) a Palavra de Deus é acompanhada pela ação íntima do Espírito Santo que a
torna operante no coração dos fiéis” (BENTO XVI, Verbum Domini, n. 52).
59
Cf. Sacrosanctum Concilium, n. 35.
60
Cf. Diretório para as Celebrações Dominicais na ausência do Presbítero, n. 38.
61
O Ordinário Local é o Bispo Diocesano.
62
Cf. Diretório para as Celebrações Dominicais na ausência do Presbítero, n. 40.
63
Cf. Diretório para as Celebrações Dominicais na ausência do Presbítero, n. 39-40.
11
A Celebração da Palavra de Deus possui uma estrutura teológica dividida em duas partes66: a
Palavra de Deus e a distribuição do Pão Eucarístico consagrado previamente em uma Celebração presidida
por um Ministro Ordenado, isto é, em uma Celebração Eucarística. Estes dois núcleos celebrativos são
enriquecidos pelos ritos iniciais (Saudação Litúrgica, acolhida, Ato Penitencial, Kyrie e Hino de Louvor,
quando houver e que pode ser substituído pela Ação de Graças), pela Ação de Graças antes da comunhão ou
em outro momento adequado e pelos ritos finais (“O Senhor nos abençoe, nos livre de todo mal e nos
conduza à vida eterna. Amém”).
RITOS INICIAIS
Congregados em nome do Senhor, realiza-se uma breve procissão de entrada, ao contrário da
Missa, esta deve ser sem solenidade, do lugar mais próximo do presbitério, portanto, da sacristia para o
presbitério se possível. Chegando a frente do altar, se houver o Tabernáculo no espaço celebrativo, faz-se a
genuflexão, caso contrário a inclinação profunda em direção ao altar. Todos colocam-se em seus lugares.
Seria desejável que os fiéis leigos que dirigem a oração da assembleia dividam-se entre si as partes da
celebração67. O ministro inicia a celebração com a saudação litúrgica: “Em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo”. Acolhe a comunidade reunida com estas palavras ou semelhantes: “Bendito seja o Deus, Pai
de toda a consolação, que manifestou a sua misericórdia para conosco. Todos: Bendito seja Deus para
sempre ou Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”. Apresenta também os motivos que nos
64
Cf. CNBB, Celebração da Palavra de Deus, n. 75-78.
65
O gesto do ministro leigo lavar as mãos antes de distribuir a Eucaristia difere totalmente do gesto de purificação realizado pelo
Ministro Ordenado na Santa Missa. O Ministro Ordenado realiza um gesto simbólico que manifesta o seu desejo de purificação a
fim de que possa presidir dignamente o Sacrifício Eucarístico. O fiel leigo lava suas mãos apenas por questões higiênicas, mas
nada impede que traga em seu coração o sentimento de impureza e necessidade de purificação para que possa exercer tão grande
dom que é o da distribuição do Corpo do Senhor.
66
Cf. Diretório para as Celebrações Dominicais na ausência do Presbítero, n. 35.
67
Cf. Redemptionis Sacramentum, n. 165.
12
levam a celebrar, uma breve recordação da vida, bem como estabelece a união desta assembleia litúrgica
com alguma Celebração Eucarística que estiver sendo presidida pelo Pároco.
Em seguida, introduz a comunidade no sentimento penitencial que é próprio de toda a
assembleia litúrgica quando se reúne em nome do Senhor. Após alguns instantes de silêncio e exame de
consciência, entoa-se um canto penitencial ou uma oração penitencial (Confesso a Deus todo-poderoso... ou
Tende compaixão de nós, Senhor...). Segue-se a absolvição: “Deus todo-poderoso tenha compaixão de
nós...”. Se não houver sido cantado ou rezado no Ato Penitencial, segue-se o Kyrie, isto é, “Senhor, Cristo e
Senhor, tende piedade de nós”. Nos domingos e solenidades pode-se entoar o hino de louvor (Glória a Deus
nas alturas e paz na Terra...) que poderá, também, ser entoado no momento de louvor antes da distribuição
do Pão Eucarístico. Os ritos iniciais serão concluídos pela oração da coleta que é retirada do Missal
Romano, da liturgia do dia que se celebra. Após o convite “oremos”, aguarda-se alguns instantes de silêncio,
a fim de que a comunidade possa apresentar em silêncio suas preces.
LITURGIA DA PALAVRA
Terminados os ritos iniciais, a comunidade senta-se para ouvir a Palavra de Deus. É um dos
momentos centrais da celebração. A proclamação acontece como de costume, sem jamais omitir qualquer
parte desta. Entre as duas leituras, canta-se o Salmo Responsorial, e, após a segunda leitura, a aclamação ao
Evangelho. A proclamação do Evangelho constitui o ápice da Liturgia da Palavra, será proclamado por um
dos ministros leigos que dirige a oração da Assembleia, sem a saudação litúrgica “O Senhor esteja
convosco”, mas apenas uma introdução “Ouvi, irmãos e irmãs, as palavras do Santo Evangelho escrito
por...”68, omitindo também a resposta “Glória a vós, Senhor!”. Observe-se breves, mas significativos,
momentos de silêncio.
Após a proclamação do Evangelho, aquele que dirige a oração realizará, com breves palavras,
uma reflexão do que foi anunciado, seja por meio da leitura de uma homilia previamente preparada pelo
Bispo Diocesano ou pelo Pároco, seja de forma espontânea e livre trazendo os sentimentos e acenos que
mais tocaram na mensagem que foi ouvida, conduzindo, se possível, para uma partilha. Seria importante
valorizar o silêncio interiorizante antes e após a reflexão da Palavra. Outra opção seria omitir a reflexão por
alguns instantes de silêncio.
Terminado o silêncio após a reflexão da Palavra, em pé, a comunidade reunida professa a sua
fé, recordando que a fé vem pelo ouvir, é despertada pela Palavra de Deus e que a assembleia não está
reunida em nome próprio, mas pela fé que professa.
Em seguida, apresenta-se a Oração Universal69 ou Oração dos fiéis, seguindo sempre a
sequência que lhe é proposta: 1. Pela Igreja, pelo Papa, Bispo, Padres e Ministros; 2. Pelos governantes e
poderes constituídos; 3. Pelas necessidades da Comunidade Reunida; 4. Pela Salvação do Mundo Inteiro e
pela vivência do Evangelho.
68
Cf. Ritual do Matrimônio. Celebração do Matrimônio diante de um assistente leigo, n. 125.
69
Cf. Diretório para as Celebrações Dominicais na ausência do Presbítero, n. 44.
70
Cf. Diretório para as Celebrações Dominicais na ausência do Presbítero, n. 45.
13
Deus é admirável, eterno é seu amor..., por exemplo). Em pé, reza-se ou canta-se a oração
do Senhor (Pai Nosso), realiza-se o gesto da paz71 e a comunhão, que se encerra com a oração
pós-comunhão.
É importante, neste momento, recordar a íntima união desta Celebração da Palavra com a
Celebração Eucarística, como continuação desta e como desejo íntimo de, no menor tempo possível, reunir-
se novamente em torno do Banquete Sacrificial do Cordeiro.
RITOS FINAIS
Após a oração pós-comunhão, seguem-se, caso houver, avisos breves e notícias a respeito da
vida comunitária, paroquial e diocesana. A Celebração da Palavra encerra-se com a invocação da bênção,
substituindo a fórmula “O Senhor esteja convosco!” por “O Senhor nos abençoe, nos livre de todo mal e nos
conduza à vida eterna. Amém”72 ou “Deus nos cumule de alegria, e de esperança na fé. A paz de Cristo
esteja em nossos corações, e o Espírito Santo nos enriqueça de seus dons. Amém”73 enquanto diz alguma
destas fórmulas, o ministro e a comunidade traçam sobre si o sinal da Cruz. Em seguida, a fórmula
“Bendigamos ao Senhor!”, com a resposta “Graças a Deus”. A comunidade e os ministros retiram-se para
prosseguir a missão que receberam na escuta da Palavra e para perpetuarem no mundo a presença de Cristo
que receberam na Palavra e, substancialmente, no Pão Consagrado.
7 PALAVRAS FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOSTINHO. Confissões. Tradução: J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina. Petrópolis: Vozes, 2011.
71
Obs.: Sem o embolismo (livrai-nos de todos os males...) e sem a Oração da Paz (Senhor Jesus Cristo, dissestes...), apenas o
convite: “Irmãos e irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus”. Terminado o gesto de paz, o ministro convida: “Felizes os convidados para
a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Em silêncio, diz: “O Corpo de Cristo me guarde para a
vida eterna” (Orientações conforme o Ritual do Matrimônio: Celebração do Matrimônio diante de um assistente leigo, n. 144s).
72
Cf. Liturgia das Horas.
73
Cf. Ritual do Matrimônio. Celebração do Matrimônio diante de um assistente leigo, n. 150.
14
CASTELLANO, Jesús. Liturgia e Vida Espiritual: Teologia, Celebração, Experiência. São Paulo:
Paulinas, 2008.
CNBB. Celebração da Palavra de Deus: Subsídio para as comunidades. 2 ed. São Paulo: Paulus, 1995.
CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium. Versão Digital.
Elenco das Leituras da Missa. São Paulo: Loyola, 1995, p. 17-67 in Lecionário Dominical: Palavra de
Deus. São Paulo: Loyola, 1995.
JOÃO PAULO II. Dies Domini. 6 ed. São Paulo: Paulinas, 2007.
Ritual do Matrimônio. Celebração do Matrimônio diante de um assistente leigo. São Paulo: Paulus, 2007.
SCHNITZLER, Theodor. Missa, mensagem de vida: entenda a missa para participar melhor. São Paulo:
Paulinas, 1978.
VÁRIAS CONGREGAÇÕES. Instrução acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis
leigos no Sagrado Ministério dos Sacerdotes. 2 ed. São Paulo: Paulinas, 1998.
15
ANEXO I
ROTEIRO BÁSICO PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
Este roteiro é baseado no documento “Sagrada Comunhão e Culto do Mistério Eucarístico fora da Missa” da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
OBS.: As fórmulas dentro dos retângulos abaixo são outras opções para as fórmulas comuns.
OU:
Min.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Min.: Irmãos, bendizei o Senhor, que em sua bondade nos convida para a mesa do Corpo de Cristo.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
4. Recordação da vida (fatos marcantes da semana que se passou) e introdução à Liturgia celebrada
O Ministro introduz a comunidade na Palavra que será ouvida, acolhendo as motivações próprias da
comunidade para esta celebração: novena ou festa do Padroeiro, colheita, enfermos da comunidade,
aniversariantes, falecidos, 7º ou 30º dia de falecimento de um membro da comunidade, enfim motivações
que nos conduzem a louvar e bendizer o Senhor neste Santo Domingo!
OU
Min.: Irmãos e irmãs, para participarmos dignamente nesta celebração, reconheçamos que somos pecadores.
(Silêncio)
Min.: Tende compaixão de nós, Senhor. Ass.: Porque somos pecadores.
Min.: Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia. Ass.: E dai-nos a vossa Salvação.
Min.: Deus, rico em amor e misericórdia, tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza
à vida eterna. Amém.
OU
Min.: Irmãos e irmãs, para participarmos dignamente nesta celebração, reconheçamos que somos pecadores.
(Silêncio)
Min. ou outro fiel: Senhor, que pelo vosso Mistério Pascal nos alcançastes a Salvação, tende piedade de
nós. Ass.: Senhor, tende piedade de nós.
Min. ou outro fiel: Cristo, que renovais continuamente no meio de nós as maravilhas da vossa Paixão, tende
piedade de nós. Ass.: Cristo, tende piedade de nós.
16
Min. ou outro fiel: Senhor, que nos tornais participantes do Sacrifício Pascal pela comunhão do vosso
Corpo, tende piedade de nós. Ass.: Senhor, tende piedade de nós.
Min.: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
Amém.
KYRIE, ELEISON
Caso não houver sido rezado ou cantado no Ato Penitencial, como no caso do Confesso e do Tende
compaixão de nós, reza-se ou canta-se depois da Absolvição (Deus todo-poderoso...):
Min.: Senhor, tende piedade de nós. Todos: Senhor, tende piedade de nós.
Min.: Cristo, tende piedade de nós. Todos: Cristo, tende piedade de nós.
Min.: Senhor, tende piedade de nós. Todos: Senhor, tende piedade de nós.
7. Oração: Após o convite “Oremos” e breve silêncio, segue-se a oração do dia retirada do Missal Romano
INTRODUÇÃO DO EVANGELHO: Ouvi, irmãos e irmãs, as palavras do Santo Evangelho escrito por...
No final: Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
(O Ministro pode beijar o Lecionário)
10. Profissão de fé
MODELO 1
Min. (espontaneamente ou:) Irmãos e irmãs caríssimos, reunidos em nome do Senhor, que está presente no
meio de nós, oremos com toda a confiança ao Pai celeste, pelas necessidades de todos os homens, dizendo:
Ass.: OUVI-NOS, SENHOR.
- Pela Santa Igreja de Deus, para que seja congregada na unidade da mesma fé, em torno da Santíssima
Eucaristia, oremos ao Senhor.
- Pelos povos do mundo inteiro, para que Deus os assista na realização do seu desenvolvimento, e faça
nascer no coração dos governantes um grande desejo de paz, oremos ao Senhor.
- Pelos que não têm o pão de cada dia, para que Deus dê alimento a todos os homens e mostre o seu rosto de
bondade a quantos O invocam em suas necessidades, oremos ao Senhor.
- Pelos fiéis cristãos, particularmente pelos mais jovens e pelos esposos, para que busquem e encontrem no
Santíssimo Sacramento o manancial inesgotável da sua vida interior, oremos ao Senhor.
17
- Pelos doentes e por todos os que sofrem, para que a Comunhão do Corpo de Cristo os ajude a recuperar a
saúde e a paz do coração, oremos ao Senhor.
- Pelos agonizantes, para que o santo Viático os console e fortaleça na esperança da vida eterna, e os faça
caminhar em paz para o reino dos Céus, oremos ao Senhor.
- Por esta assembleia cristã, para que espere a vinda gloriosa de Jesus Cristo e celebra na Eucaristia o penhor
da vida que não terá fim, oremos ao Senhor.
Min.: Senhor nosso Deus, que fortaleceis continuamente a vossa Igreja com o Corpo e o Sangue de Cristo,
fazei-nos encontrar uma santa alegria na abundância dos dons com que nos saciais. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.
MODELO 2
Min.: Irmãos e irmãs caríssimos, todos nós que temos por alimento espiritual o mesmo pão descido do Céu,
imploremos, numa só voz, o Senhor Jesus Cristo, dizendo:
Ass.: Senhor, escutai a nossa prece!
- Pelos fiéis e pelos ministros sagrados que os servem, para que, ao oferecerem a vítima imaculada no
sacrifício da Eucaristia, aprendam a oferecer-se a si mesmos, oremos ao Senhor.
- Pela justiça e paz em todo o mundo, para que os cristãos, fortalecidos pela unidade que lhes vem do
Sacramento do altar, trabalhem pela verdadeira concórdia entre os homens de boa vontade, oremos ao
Senhor.
- Pelas necessidades de todos os homens, para que Jesus Cristo lhes dê remédio com a sua misericórdia, e os
mais infelizes encontrem quem os acolha com amizade, oremos ao Senhor.
- Pelos pobres e aflitos, pelos doentes e moribundos e por todos os que sofrem, para que encontrem junto de
nós alívio, consolação e partilha de bens, oremos ao Senhor.
- Pelo descanso eterno dos nossos defuntos, para que a celebração da Eucaristia, memorial da morte e
ressurreição do Filho de Deus, os purifique das suas faltas e os leve ao reino glorioso de Cristo, oremos ao
Senhor.
Min.: Senhor nosso Deus, que alimentais continuamente a vossa Igreja com o mistério do vosso Corpo e
Sangue, concedei-nos a graça de encontrar a verdadeira alegria na riqueza infinita dos vossos dons. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.
MODELO 3
Min.: Cristo convida-nos a todos para a Ceia, em que entrega o seu Corpo e o seu Sangue pela vida do
mundo. Invoquemo-lo, dizendo:
Ass.: Cristo, pão do Céu, dai-nos a vida eterna.
- Cristo, Filho de Deus vivo, que nos mandastes celebrar a Ceia Eucarística em vossa memória, enriquecei
sempre a Igreja com a celebração fiel dos santos mistérios.
- Cristo, sacerdote único do Altíssimo, que confiastes aos sacerdotes a oblação da Eucaristia, fazei que eles
vivam o que sacramentalmente celebram.
- Cristo, maná descido do Céu, que tornais um só corpo todos os que participam do mesmo pão, confirmai
na paz e concórdia os que acreditam em Vós.
- Cristo, médico celeste, que por meio do pão da vida nos dais um remédio de imortalidade e um penhor de
ressurreição, restituí a saúde aos doentes e a esperança aos pecadores.
- Cristo, Rei da eterna glória, que nos mandastes celebrar os sagrados mistérios para anunciar a vossa morte
até à vossa vinda no fim dos tempos, tornai participantes da vossa ressurreição os nossos irmãos, e todos os
defuntos cuja fé só Vós conhecestes.
Min.: Senhor Jesus Cristo, que neste admirável sacramentos nos deixastes o memorial da vossa paixão,
concedei-nos a graça de venerar de tal modo os mistérios do vosso Corpo e Sangue, que sintamos
continuamente os frutos da vossa redenção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
Ass.: Amém.
MODELO 4
Min.: Oremos, irmãos, a Jesus Cristo, Pão da Vida, dizendo com alegria:
Ass.: Bem-aventurado quem comer o pão no vosso reino, Senhor.
18
- Cristo, sacerdote da nova e eterna aliança, que no altar da cruz oferecestes ao Pai um sacrifício perfeito,
ensinai-nos a oferecer convosco este santo sacrifício.
- Cristo, rei de paz e de justiça, que consagrastes o pão e o vinho como sinal da vossa oblação, associai-nos
ao vosso sacrifício, como oferenda agradável a Deus Pai.
- Cristo, verdadeiro adorador do Pai, que desde o nascente ao poente sois oferecido pela Igreja como oblação
pura, juntai na unidade do vosso Corpo os que saciais com o mesmo pão.
- Cristo, maná descido do Céu, que alimentais a Igreja com o vosso Corpo e Sangue, fazei que caminhemos
sempre fortalecidos por este pão.
- Cristo, hóspede invisível do nosso banquete, que estais à porta e nos chamais, entrai em nossa casa, para
cear conosco e permanecer no meio de nós para sempre.
Min.: Senhor Jesus Cristo, que neste admirável sacramentos nos deixastes o memorial da vossa paixão,
concedei-nos a graça de venerar de tal modo os mistérios do vosso Corpo e Sangue, que sintamos
continuamente os frutos da vossa redenção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
Ass.: Amém.
12. Neste momento, pode-se seguir dois esquemas possíveis, como elencados anteriormente:
1. Após a Oração Universal, depõe-se sobre o altar o Santíssimo Sacramento, o ministro
genuflete e a comunidade inclina-se, reza-se a oração do Pai Nosso e o gesto da paz, realiza-
se a comunhão, guarda no Tabernáculo a reserva Eucarística, em seguida canta-se um hino de
ação de Graças, encerra-se com a oração pós-comunhão.
2. Após a Oração Universal, depõe-se o Pão Eucarístico sobre o altar e o ministro, em frente
ao altar com o povo, de joelhos, canta um hino de ação de graças que exalte a glória de Deus,
pode ser um salmo, um hino (Te Deum, Magnificat, Benedictus, Glória a Deus nas alturas, se
já não foi cantado) ou uma prece litânica (Em coro a Deus louvemos, eterno é seu amor, pois
Deus é admirável, eterno é seu amor..., por exemplo). Em pé, reza-se ou canta-se a oração
do Senhor (Pai Nosso), realiza-se o gesto da paz74 e a comunhão, que se encerra com a oração
pós-comunhão.
MODELO 1
Terminada as preces dos fiéis, o ministro dirige-se ao lugar onde se guarda a Eucaristia, toma o cibório ou
píxide com o Corpo do Senhor, depõe-no sobre o altar e genuflete. A seguir:
Min.: Fiéis aos ensinamentos do Salvador, ousamos dizer: Pai nosso...
Min.: Saudai-vos na paz de Cristo.
Em seguida, o ministro genuflete, toma a hóstia, levanta-a um pouco sobre o cibório e, voltado para os que
vão comungar, diz:
Min.: Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Ass.: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.
Em seguida, toma o cibório, aproxima-se dos comungantes e, elevando um pouco a hóstia, mostra-a a cada
um dizendo, sem apresentar alterações nesta fórmula:
Min.: O Corpo de Cristo.
Comungante: Amém.
74
Obs.: Sem o embolismo (livrai-nos de todos os males...) e sem a Oração da Paz (Senhor Jesus Cristo, dissestes...), apenas o
convite: “Irmãos e irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus”. Terminado o gesto de paz, o ministro convida: “Felizes os convidados para
a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Em silêncio, diz: “O Corpo de Cristo me guarde para a
vida eterna” (Orientações conforme o Ritual do Matrimônio: Celebração do Matrimônio diante de um assistente leigo, n. 144s).
19
Oremos: Senhor Jesus Cristo, que neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa paixão,
concedei-nos a graça de venerar de tal modo os mistérios do vosso Corpo e Sangue, que sintamos
continuamente os frutos da vossa redenção. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
Ass.: Amém.
OU
Oremos: Deus de infinita bondade, que pelo mistério pascal do vosso Filho consumastes a obra da salvação
humana, fazei que, anunciando neste divino sacramento a morte e a ressurreição de Cristo, sintamos crescer
em nós a obra da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo. Ass.: Amém.
OU
Oremos: Infundi em nós, Senhor, o vosso espírito de caridade, para que vivam unidos num só coração e
numa só alma aqueles que saciastes com o mesmo pão do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ass.: Amém.
OU
Oremos: Santificai-nos, Senhor, por esta participação na mesa celeste, de modo que a comunhão do Corpo e
Sangue de Cristo fortaleça em nós o vínculo da caridade fraterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ass.: Amém.
OU
Oremos: Saciados com o alimento espiritual, humildemente Vos pedimos, Senhor, que, pela participação
neste sacramento, nos ensineis a apreciar com sabedoria os bens da terra e a amar os bens do Céu. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ass.: Amém.
OU
Oremos: Alimentados nestes gloriosos mistérios, nós Vos damos graças, Senhor, porque, vivendo ainda na
terra, nos fazeis participantes dos bens do Céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo. Ass.: Amém.
MODELO 2
Terminada as Preces dos Fiéis, o ministro coloca sobre o altar o Santíssimo Sacramento e, de joelhos, faz
um momento de louvor, através de um cântico, uma oração, um hino. Veja as opções em anexo na Página
22 e seguintes.
Terminado o louvor, em pé, segue como no modelo acima: Pai nosso, Saudação da Paz, Comunhão e
Oração Pós-comunhão.
20
No Anexo II, teremos algumas sugestões de refrões orantes para enriquecer a Celebração, bem como de
hinos de Ação de Graças.
Min.: Ó Deus, fonte de toda comunhão, ninguém pode dar coisa alguma a seus irmãos se, antes, não se
comunica convosco; dai-nos vosso Espírito, laço de unidade perfeita, para que nos transforme numa
humanidade nova, livre e unida em vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e
vive e reina convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém.
MODELO 1
- Min. (traça sobre si o Sinal-da-Cruz): Deus nos cumule de alegria, e de esperança na fé. A paz de Cristo
esteja em nossos corações, e o Espírito Santo nos enriqueça de seus dons. Amém
MODELO 2
Min. (traça sobre si o Sinal-da-Cruz): O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida
eterna. Amém.
MODELO 3
Min.: O Senhor nos abençoe e nos guarde! O Senhor faça brilhar sobre nós a sua face e nos seja favorável!
O Senhor dirija para nós o seu rosto e nos dê a paz! Abençoe-nos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e
Espírito Santo. Amém.
MODELO 4
Min.: Que o Deus de toda a graça nos console e nos fortaleça no meio dos nossos sofrimentos. A ele, a
glória e o poder para sempre. Abençoe-nos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
MODELO 5
Min.: Abençoe-nos e guarde-nos o Senhor onipotente e misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
16. Despedida
MODELO 1
Min.: Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Ass.: Para sempre seja louvado!
Min.: A alegria do Senhor seja nossa a nossa força, vamos em paz e o Senhor nossa acompanhe.
Ass.: Graças a Deus.
21
MODELO 2
Min.: Glorifiquemos ao Senhor com nossa vida, vamos em paz e o Senhor nos acompanhe! Ass.: Graças a
Deus.
MODELO 3
Min.: Levemos a todos a alegria de sermos católicos! Levemos a todos a alegria do Senhor Ressuscitado!
Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe! Ass.: Graças a Deus.
MODELO 4
Min.: Bendigamos ao Senhor!
Ass.: Graças a Deus.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
- Quando houver Celebração da Palavra de Deus apenas para dois ou três fiéis e as circunstância não
permitirem a Celebração Longa como acima, pode-se realizar a Celebração Breve da Palavra de Deus:
Segue o mesmo roteiro acima, apenas substitui-se a Liturgia da Palavra pela Leitura breve da Palavra de
Deus, realizada pelo Ministro ou por algum dos fiéis:
OPÇÃO 1: (Jo 6, 54-55) Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o
ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
OPÇÃO 2: (Jo 14,6) Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim.
OPÇÃO 3: (Jo 14,23) Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e
faremos dele a nossa morada.
OPÇÃO 4: (Jo 15,4) Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por
si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
OPÇÃO 5: (Jo 6, 54-58) Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o
ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim, e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me
enviou, e Eu vivo pelo Pai, também aquele que come de Mim viverá por Mim. Este é o pão que desceu do
Céu; não é como aquele que os vossos pais comeram, e morreram; quem comer deste pão viverá
eternamente.
OPÇÃO 6: (I Cor 11,26) Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a
morte do Senhor, até que Ele venha.
Segue o rito: coloca sobre o altar o Santíssimo Sacramento, genuflete, Oração do Senhor, convite à
comunhão (Eis o Cordeiro de Deus...), Comunhão, Silêncio, Ação de Graças, Oração Pós-comunhão como
na página 19 e conclusão da Celebração.
Esta Celebração Breve da Palavra de Deus pode ser realizada na distribuição da comunhão aos
doentes, acrescenta-se apenas a fórmula após o Sinal da Cruz: Min.: Paz a esta casa e a todos os que nela
vivem. Ass.: Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.
22
ANEXO II
ORAÇÕES, HINOS, CÂNTICOS BÍBLICOS E REFRÕES ORANTES
2. ALMA DE CRISTO
Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó Bom Jesus, ouvi-me.
Dentro das vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que me separe de vós.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da morte, chamai-me, e mandai-me ir para vós,
Para que com os vossos Santos vos louve,
Por todos os séculos. Amém.
3. LOUVORES
Meu Deus, como és Santo, admirável e bom!
És o Senhor de todo o universo.
Os teus pensamentos estão acima
dos pensamentos dos homens.
O teu poder é maior do que todos os poderes da terra.
O teu amor é mais forte e mais profundo do que
o que pode compreender o meu coração.
Admiro-te, submeto-me a ti.
Adoro-te com profunda reverência.
Dou-te graças por tudo.
Quero amar-te mais e mais, a ti,
Meu soberano Deus e Senhor.
Deus santo, Deus forte, Deus imortal.
Livra-nos, Senhor, de todo o mal.
4. SALMO 8
Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo! Desdobrastes nos céus vossa glória
com grandeza, esplendor, majestade. O perfeito louvor vos é dado pelos lábios dos mais pequeninos, de
23
crianças que a mãe amamenta. Eis a força que opondes aos maus, reduzindo o inimigo ao silêncio.
Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes,
perguntamos: “Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”
Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas
obras aos pés lhe pusestes: as ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e
peixes dos mares, todo ser que se move nas águas. Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por
todo o universo! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Outros salmos que podem ser utilizados para Ação de Graças: 21, 23, 27, 85
6. CREMOS
Cremos em Vós, ó Deus, cremos em Vós!
Ó Pai que estais nos Céus olhai por nós.
Chegue até, Vós, ó Deus, a nossa humilde voz.
Cremos em Vós, ó Deus, Cremos em Vós.
Sois nosso Deus, Senhor, sois nosso Deus, a nossa força e luz,
Todo o nosso bem. Sede pela vida além
O nosso defensor,
Nosso Supremo Bem, ó Deus de amor.
7. VERBUM SUPERNUM
Desce o Verbo de Deus à nossa terra,
Sem deixar a direita de Deus Pai,
E lançada a semente do Evangelho,
Chega o Senhor ao ocaso da vida.
8. FICA CONOSCO
Fica conosco, Senhor, porque é tarde!
Como te encontraremos, ao declinar do dia, se o teu caminho não cruzar o nosso caminho? Fica conosco, dá-
nos a tua luz: e a alegria vencerá a escuridão da noite. Venham às nossas mãos, para ti estendidas, as chamas
acessar do Espírito, fonte da Vida: e purifica no mais fundo do coração do homem a tua imagem que a culpa
escureceu. Vimos romper o dia sobre o teu belo rosto, e o sol abrir caminho em tua fronte: Não deixes o
vento da noite apagar o foto novo que, ao passar, na manhã, tu nos deixaste. Amém.
12. SE ME ENVOLVE
Se me envolve a noite escuta e caminho sobre abismos de amargura, nada temo porque a Luz está comigo.
Se me colhe a tempestade e Jesus vai a dormir na minha barca, nada temo porque a Paz está comigo. Se me
perco no deserto e de sede me consumo e desfaleço, nada temo porque a Fonte está comigo. Se os descrentes
me insultarem e se os ímpios mortalmente me odiarem, nada temo porque a Vida está comigo. Se os amigos
me deixarem em caminhos de miséria e orfandade, nada temo porque o Pai está comigo. Se me envolve a
noite escura e caminho sobre abismos de amargura, nada temo porque a Luz está comigo.
me eficazmente contra as ciladas dos inimigos, tanto visíveis como invisíveis. Pacifique inteiramente todas
as minhas paixões, unindo-me firmemente a vós, Deus uno e verdadeiro, feliz consumação de meu destino.
E peço que vos digneis conduzir-me, a mim, pecador, àquele inefável convívio em que vós com vosso Filho
e o Espírito Santo, sois para os vossos Santos a luz verdadeira, a plena saciedade e a eterna alegria, a ventura
completa e a felicidade perfeita. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
G DG
– Bendito seja + o Senhor Deus de Israel, *
G CG
porque a seu povo visitou e libertou;
– e fez surgir um poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu servidor,
– como falara pela boca de seus santos, *
os profetas desde os tempos mais antigos,
– para salvar-nos do poder dos inimigos *
e da mão de todos quantos nos odeiam.
– Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa Aliança
– e o juramento a Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos que, libertos do inimigo,
= a ele nós sirvamos sem temor †
em santidade e em justiça diante dele, *
enquanto perdurarem nossos dias.
= Serás profeta do Altíssimo, ó menino, †
pois irás andando à frente do Senhor *
para aplainar e preparar os seus caminhos,
– anunciando ao seu povo a salvação, *
que está na remissão de seus pecados;
– pela bondade e compaixão de nosso Deus, *
que sobre nós fará brilhar Sol nascente
– para iluminar a quantos jazem entre as trevas *
e na sombra da morte estão sentados
– e para dirigir os nossos passos, *
guiando-nos no caminho da paz.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
A C#m
– A minh’alma + engrandece ao Senhor *
D E7
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador;
– pois, ele viu a pequenez de sua serva, *
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
– O Poderoso fez em mim maravilhas *
e Santo é o seu nome!
26
D G A D
– Obras do Senhor, bendizei o Senhor, *
Bm Em A7 D
louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
Bm Em A7 D
– Céus do Senhor, bendizei o Senhor! *
Bm Em A7 D
Anjos do Senhor, bendizei o Senhor!
F#m C#m
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos.
D A
A vós, eterno Pai, adora toda a terra.
A vós cantam os anjos, os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo!
REFRÕES ORANTES
Estes refrões orantes poderão ser inseridos em diversos momentos da Celebração Litúrgica (tanto da
Celebração Eucarística, quanto da Celebração da Palavra de Deus), com a finalidade de criar clima de
comunhão e espiritualidade, enfim, auxiliar na vivência dos ritos litúrgicos.
ACENDER VELA
D F#m G D Bm Em G D
02. Ó luz do Senhor que vens sobre a terra! Inunda meu ser, permanece em nós!
ESPIRITUALIDADE
G C G Bm Em Am D G Am G D Em D7 G
03. Deus é amor! Arrisquemos viver por amor! Deus é amor! Ele afasta o medo!
G Bm C G Am D7 G A7 D7 G Bm C G C G Em
04. Deus é bom! Deus é Pai! Deus é Santo, Deus é amor! Deus é bom! Deus é Pai! Deus é Santo,
Am D7 G
Deus é amor!
E B7 C#m A E B7 E B7 C#m A B7 E
05. Onde reina amor, * fraterno amor. * Onde reina amor, * Deus aí está!
D A D DAD D G D G D Em A
06. Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei,
A7 D D G D G D Em A A7 D
Disse o Senhor. Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei, disse o Senhor.
Dm F Am Dm F Gm Dm
08. Shemá, Israel! Adonai, elohenu! Adonai eha! (Bis) Escuta, Israel, o Senhor é nosso Deus, um é
F C Gm Dm Am Dm
o Senhor! Escuta, Israel, o Senhor é nosso Deus, um é o Senhor.
Em Bm
11. Solista: Rezemos ao Senhor!
Em Am E
Todos: Senhor, escutai a nossa prece!