Blastos em Leucemia Agudas

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SUMÁRIO

1
Leucemias Agudas

2
Coloração

3
Subtipos de Leucemias
Agudas

4
Diferenças Básicas
Morfológicas

5
Blastos Mielóides

6
Blastos Linfóides
Sobre o Autor

Paulo Roberto Merisio é Farmacêutico e


Bioquímico com Especialização e
Mestrado na área de Hematologia. Um
dos profissionais mais influentes em
hematologia do Brasil.
É professor de vários cursos de pós
graduação e consultor na área de
Hematologia Laboratorial. Teve toda
sua vivência acadêmica e profissional
com foco no diagnóstico hematológico.
Atualmente é diretor da HemoClass –
Hematologia e Medicina Diagnóstica,
coordenador de vários treinamentos e
cursos de extensão, e consultor de
vários laboratórios de Análises Clínicas
no Brasil e no exterior.
Capítulo 1

Leucemias agudas
Leucemias Agudas
Fisiologia
As leucemias agudas são situações decorrentes da mutação de um dos
precursores hematológicos na medula óssea. Esta mutação leva a proliferação
celular anormal desta e também a perca da capacidade de maturação.

Deste modo se observa uma grande população de células com características


morfológicas semelhantes (blastos), pois todos tem origem na célula que sofreu a
mutação (clone leucêmico).

Não abordaremos os aspectos genéticos aqui, pois o intúito deste e-book é


auxiliar no reconhecimento de algumas células e situações que se fazem
presentes nas leucemias agudas.

É importante que se saiba a consequência limitante da proliferação desordenada


do clone leucêmico na medula óssea sobre os clones normais.
A tríade leucêmica é algo observado na grande maioria das
leucemias agudas, devido às consequências da hiperproliferação do
clone leucêmico na medula óssea. Quando presente o analista
clínico deve atentar para a possibilidade de uma leucemia aguda.

“ A leucocitose presente em uma


leucemia acontece pelo aumento
de blastos no sangue periférico, e


não pelo aumento de leucócitos
normais, os quais estão diminuídos.
Leucemias Agudas

Outra característica importante das leucemias agudas é a presença de hiato


celular, que se compõe da presença de blastos e presença das células maduras,
sem o aparecimento significativo de células intermediárias. Sendo assim, em um
hemograma de uma leucemia aguda, se conta um número expressivo de blastos e
também células maduras como segmentados, linfócitos, etc…

A foto acima retrata a diferença do escalonamento celular (leucemias crônicas) e


do hiato celular (leucemias agudas).
Capítulo 2

Coloração
Coloração
Uma ferramenta muito importante
Imagine se você fosse fazer uma viagem, e nesta viagem nós tirássemos todas as
cores das placas, sinalizações e também dos veículos e da paisagem. Claro, mesmo
assim, você como motorista conseguiria distinguir muita coisa, pelo tamanho, mas
os detalhes ficariam de lado. É como uma pessoa que usa óculos estar sem este
acessório quando ele se faz necessário.

A coloração é isso!!!

Coloração rápida não combina com análise de lâmina de paciente leucêmico. Os


detalhes ficam subentendidos, ausentes, e deste modo, a análise fica prejudicada
e o laudo acaba não tendo credibilidade.

São vários corantes que podem ser utilizados como referência para uma boa
hematologia, sendo que, os que recomendamos são:

- May Grünwald / Giemsa


- Leishman
- Wright

Uma boa coloração é o primeiro grande passo para se conquistar uma


hematologia de excelência!!!
O comparativo acima mostra o mesmo caso sendo corado por
corante rápido e depois por um corante de referência. No primeiro
caso, as células ficam confusas, sem definição morfológica
nenhuma. Já na segunda situação, podemos definir que se trata de
um blasto e ainda sugerir uma sub-classificação do mesmo.


Uma boa coloração é a ferramenta
necessária para que se possa
colocar em prática o conhecimento


adquirido!
Capítulo 3

Subtipos de
Leucemias agudas
Uma leucemia mielóide é caracterizada pela mutação e tranformação de uma
célula precursora da linhagem mielóide (eritrócitos, granulócitos, monócitos e
megacariócitos), e uma leucemia linfóide é caracterizada pela mutação em
precursores linfóides.

Sendo assim, os aspectos morfológicos destas células são diferentes. Hoje em dia,
a imunofenotipagem é quem confirma a linhagem celular acometida. Como o
objetivo deste e-book é auxiliar o analista clínico na bancada do laboratório de
rotina, não abordaremos os exames complementares, mas enaltecemos a
importância dos mesmos para um diagnóstico certeiro de um quadro leucêmico.

Falando das leucemias agudas pode-se classificá-las como mielóides, linfóides e


bi-fenotípicas, de acordo com o precursor hematológico envolvido.

“ A diferenciação pela morfologia


das leucemias mielóides e linfóides
nem sempre é possível, sendo


necessário muita experiência e
prática do analista clínico.
A subdivisão de acordo com o grupo FAB ainda é a mais utilizada no
Brasil, mas existe uma proposta da OMS, a qual está sendo
gradativamente implantada. Esta nova classificação é abordada no
curso HemoClass Leucemias.
Capítulo 4

Diferenças básicas
morfológicas
Diferenças Básicas
Morfológicas
Apesar da imunofenotipagem ser indispensável para a caracterização das células
blásticas, algumas características podem nos levar à pensar em uma linhagem ou
outra. Os aspectos granulares dos blastos direcionam o diagnóstico para
leucemias mielóides. Entretanto a ausência de granulação não pode ser indicativo
de leucemia linfóide, pois existem leucemias mielóides indiferenciadas, com
pouca evidência de maturação que exibem aspectos agranulares e muitas vezes
são confundidas com leucemias linfóides.

Já blastos que contenham bastonetes de auer (estrutura citoplasmática composta


de granulos azzurófilos), são definidos como mieloblastos, pois o bastonete de
auer é patognomônico de leucemia mielóide aguda, ou seja, se tem bastonete de
auer, trata-se de uma LMA.

Entretanto a ausência do bastonete de auer não pode ser entendida como uma
leucemia linfóide, pois existem vários casos de LMAs que não apresentam esta
estrutura.
“ Quando um analista clínico
consegue distinguir um
mieloblasto de um linfoblasto, a
investigação diagnóstica da


leucemia dá um grande e
importante avanço!!!
Capítulo 5

Blastos mielóides
Blastos Mielóides
Características

O grupo FAB propôs uma classificação e nominação dos blastos mielóides.


Entretanto essa classificação não é muito usual, pela grande variabilidade
morfológica dos blastos. De qualquer forma falaremos dela:

Blasto tipo I: Cromatina frouxa, alta relação núcleo/citoplasma, nucléolos


proeminentes e ausência de grânulos.

Blasto tipo II: Cromatina frouxa, menor relação núcleo/citoplasma, nucléolos e


poucos grânulos.

Os ”blastos”com núcleo excêntrico e condensado mas com nucléolo e zona de


golgi visível, com numerosos grânulos, são classificados como pró-mielócitos.

Segundo à mesma classificação, os linfoblastos são semelhantes aos mieloblastos


tipo I, porém, com tamanho menor.

Como já discutido, em algumas situações não se consegue enquadrar o blasto em


algum desses subtipos, devido à sua grande variabilidade morfológica.
Blastos em Leucemia Mielóide Aguda
Blastos em Leucemia Mielóide Aguda com Bastonetes de Auer
Blastos em Leucemia Mielóide Aguda com Corpos de PHI. São inclusões que
tem basicamente a mesma composição e o mesmo significado dos Bastonetes
de Auer.
Blastos com numerosos bastonetes de Auer em uma LMA m3 (promielocítica).
Blastos mielóides de linhagem megacariocítica com brotamento citoplasmático.
Blastos Mielóides com granulação citoplasmática
Capítulo 6

Blastos LINFÓIDES
Blastos Linfóides
Características

Inicialmente as leucemias linfóides eram diagnosticadas por exclusão. Hoje muito


já se conhece sobre a fisiopatologia da LLA e também sobre as características dos
blastos.

Assim como os blastos mielóides, os blastos linfóides também foram descritos, em


três subtipos. Nas leucemias linfóides, diferentemente das mielóides, os subtipos
dos blastos são amplamente utilizados, e seguem as seguintes denominações com
respectivas descrições:

LLA L1: A morfologia L1 é caracterizada por blastos de tamanho pequeno,


citoplasma escasso e com basofilia variando de discreta a moderada. O núcleo
apresenta formato arredondado e regular com cromatina homogênea, disposta
em grumos e o nucléolo não é visível. Representa 85% dos casos na infância. Pode
ser de célula B ou T.

LLA L2: Os blastos na morfologia L2 são grandes e de tamanho variável, o


citoplasma varia de moderado a abundante com basofilia entre discreta a
moderada. A forma do núcleo é irregular, muitas vezes pode ser clivado, com
nucléolo proeminente. Representa 15% dos casos na infância. Pode ser de célula B
ou T.

LLA L3: A morfologia L3 é caracterizada por células grandes e homogêneas,


citoplasma de moderado a abundante com basofilia intensa e vacuolização. O
núcleo é oval ou arredondado e com nucléolo proeminente. Corresponde 1% dos
casos na infância. Geralmente de célula B.
Blastos em Leucemia Linfóide Aguda com morfologia L1
Blastos em Leucemia Linfóide Aguda com morfologia L2
Blastos em Leucemia Linfóide Aguda com morfologia L3
Este e-book é apenas uma pequena contribuição para os
profissionais da bancada do laboratório. As leucemias
devem ser entendidas como um processo fisiológico, que
interfere no metabolismo e expressa sinais, sintomas e
características particulares de acordo com cada subtipo.

Conheça o curso HemoClass – Leucemias, que traz uma


abordagem completa sobre todo o processo leucêmico e
seus subtipos.

Este treinamento contribuirá para a construção de sua


autoridade e reconhecimento profissional, afinal, para
sermos diferentes é preciso fazer diferente!!!

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