Apostila Sondagem e Fases Da Escrita
Apostila Sondagem e Fases Da Escrita
Apostila Sondagem e Fases Da Escrita
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SOARES, Magda. (2004) Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de educação.
Jan/fev/mar/abr Nº 25. p.14.Acessada em 15/08/08. Neste texto a autora nos trás a utilização do termo Literacy,
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em inglês, para designar a prática do letramento a partir da criação do conceito, na década de 1980, tendo como
consequência, a utilização dos termos reading instruction ou beginning literacy para designar a alfabetização.
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É importante pedir para que o aluno leia apontando as letras ou sílabas e sinais
correspondentes à fala logo após o ditado das palavras e da frase. Essa marcação é essencial
para perceber em qual hipótese alfabética o aluno se encontra.
DICAS PARA REALIZAR A APLICAÇÃO
É ideal que seja realizada individualmente.
O aluno deve escrever com letra bastão.
Iniciar a escrita da lista de palavras sempre com a palavra polissílaba.
Após ditar as 4 palavras, ditar uma frase com uma das palavras da lista.
Evitar palavras com letras contíguas ( ex: CASA – AA)
Não soletrar, não silabar
O aluno escreve do jeito que sabe, sem interferência do professor.
HIPÓTESES DE ESCRITA
• Escrita silábica com valor sonoro (ou stricto) - Neste caso, as letras utilizadas
pertencem realmente, em todas ocasiões, à sílaba que se tenta representar.
• Escrita silábica alfabética - Período de transição, no qual a criança trabalha
simultaneamente com duas hipóteses diferentes. A escrita apresenta sílabas
completas e sílabas representadas por uma só letra.
• Escrita alfabética - As escritas são construídas com base em uma correspondência
entre fonemas (sons) e grafemas (letras). – Ortográficas e disortográficas
• Escrita de sílabas canônicas e
• Escrita de sílabas não canônicas
EMDHGASIEJANDMELISJENFGEUYSN (armário)
PENBAHDUELSNROCMAROENKSIRISI (cadeira)
MENBAUEBVFAXZREQPOWMNRUUWU (mesa)
EICMSHEURTQAPCMENVISUBNVERHU (pá)
SILÁBICA COM VALOR SONORO: Para registrar as sílabas orais da palavra, a criança
usa uma letra correspondente a um de seus fonemas.
A criança já usa uma letra para cada sílaba oral, mas ainda não percebe os sons que formam
a sílaba (fonemas). Essa consciência (fonêmica) será desenvolvida ao longo da
aprendizagem da escrita.
Em seguida, passa a utilizar vogal, consoante ou combina as duas que são pertinentes a cada
sílaba da palavra e ao escrever frases, pode escrever uma letra para cada palavra,
demonstrando conhecimento qualitativo sobre a escrita.
Por exemplo:
AAIO ou RMR ou AMRO (armário)
AEIA ou CDR ou CDIR (cadeira)
EA ou MS ou ES (mesa)
A ou P -- (pá)
Para escrever, usa uma letra que tem correspondência com cada sílaba da palavra, geralmente
a vogal. No entanto, em palavras pequenas, formada por três letras ou menos, muitas
crianças duvidam de sua hipótese silábica e usam mais letras para “corrigir” essa “falta”.
Conhecimento da maioria das letras do alfabeto e de sua forma gráfica. Tenta fonetizar a
escrita e dar valor sonoro às letras; ainda acontece de escrever uma palavra e acrescentar
mais letras. Também é possível que que escrevam uma frase utilizando uma letra para cada
palavra. No entanto, observam-se características qualitativas e quantitativas nas produções
escritas quando se constata que os conflitos entre uma hipótese e outra, trazem uma reflexão
sobre o que se está escrevendo ao mesmo tempo em que oportuniza a apropriação do sistema
convencional de escrita.
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Outras vezes, em palavras como babá, coco, tevê, acreditam que bastam as vogais para
registrar as sílabas, poderão escrever AA, OO, EE, o que poderá levá-las a duvidar dessa
hipótese.
A educadora Telma Weiss ressalta que é importante trabalhar a sílaba dentro da palavra (não
desconexa dela) e entre palavras, contrastando sílabas iniciais, mediais e finais –
ex. gato/rato; barata/batata; mapa/mata.
Por exemplo:
ARMIO (armário)
CADRA (cadeira)
MEA (mesa)
No entanto, a partir do instante em que a criança não consegue ler o que escreveu ou que
outra pessoa também não consegue, passa a se preocupar com os aspectos qualitativo de suas
produções, buscando cada vez mais aprimorar sua hipótese alfabética, embora ainda possam
acontecer episódios como o chamado "comer as letras", mas o que ocorre é o ajuste de sua
escrita.
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RAMARIO (armário)
SECOLA (escola)
Por meio da intervenção e análise reflexiva de sua escrita, passa a fazer análise sonora dos
fonemas das palavras que vai escrever ao mesmo tempo em que passa a enfrentar problemas
ortográficos, pois, a identidade dos sons não garante a identidade das letras e a escrita supõe
a necessidade da análise fonética das palavras. No entanto, as falhas na ortografia,
apresentadas pela criança em suas primeiras produções, não são “erros”, mas uma prova de
que sua escrita é resultado de explorações e não mera cópia.