Economia Aplicada À Engenharia - Parte 1 (Notas de Aula) - Prof. Udimara Erica

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Economia Aplicada à Engenharia

Parte 1

Prof. Udimara Erica M. Preilipper


Economia
• Ciência social que estuda como o indivíduo e a
sociedade decidem empregar recursos
produtivos escassos na produção de bens e
serviços.
Questões que englobam a economia
• Aumento de preços;
• Períodos de crise ou de crescimento;
• Desemprego;
• Setores que crescem mais que os outros;
• Diferenças salariais;
• Valorização e desvalorização do câmbio;
• Dívida externa;
• Ociosidade de alguns setores de atividade;
• Diferenças de renda entre regiões;
• Comportamento da taxa de juros;
• Elevação de impostos e tarifas públicas.
Demanda
• É uma função que explica as várias quantidades que
os consumidores estarão dispostos a retirar do
mercado, sendo conhecido o preço a uma certa
unidade de tempo.
Oferta
• É uma função que explica como a empresa estará
disposta a levar ao mercado as várias quantidades de um
produto ou serviço, a determinado preço, num certo
instante de tempo.
(preço; mão-de-obra; tecnologia...)
Problemas econômicos
• O quê e quando produzir? (escassez dos
recursos, quantidade, quais produtos?)

• Como produzir? (nível de tecnologia,


métodos)

• Para quem produzir? (renda, nicho que


mercado, classe social, idade)
Tipos de problemas
• Simples: decisão direta.
Ex.: qual marca de prego utilizar?

• Intermediários: aspecto econômico é a base para


decisão.
Ex.: devo utilizar uma máquina manual ou automática?

• Complexos: estudo envolvendo elementos: econômico,


político, humano, ambiental, técnico, financeiro...
Ex.: O local da obra está dentro do zoneamento permitido
para a finalidade?Quais impactos ambientais causará?
Quais os custos adicionais para sua realização? Quais
impactos sobre os moradores locais?
Decisão
• Ações no presente com as quais desejamos
controlar eventos no futuro.
• São tomadas a partir de alternativas (escolhas);
• Dominador comum (rentabilidade, empregos
criados, custos);
• Projetos mutuamente exclusivos;
• Racional;
Tomada de decisão na engenharia
• Se relaciona com problemas de Projetos, Métodos
ou Materiais.
• Na tomada de decisão sempre ocorre questões do
tipo “e se?”

• Ex. E se os custos (matéria-prima) aumentarem


em 20%? E se as máquinas atrasarem e só
entrarem 1 ano após a data prevista?

• É fundamental ter um modelo bem estruturado


com procedimento de cálculo bem especifico.
Custo de oportunidade
• É o valor da melhor alternativa abandonada em favor da
alternativa escolhida.
• Ex. Se os bancos estiverem pagando 20% de juros ao ano.
Investir onde esse dinheiro renda 50% em um ano.

• O custo de oportunidade depende das oportunidades


existentes e pode ser diferente para cada indivíduo
(empresário, pessoa física);

• Alcançar a maior rentabilidade para cada investimento;


• Nem sempre a melhor alternativa técnica coincide com a
melhor alternativa econômica.
Ponto de equilíbrio (PE)
• Representa o ponto onde as despensas e os lucros
se igualam, ou seja, o lucro será nulo.

• Custos fixos: gastos que acontecem


independentemente dos serviços terem sido
executados.
• Custos variáveis: Gastos que variam com a
produção.
Exemplo de custos:
• O ponto de equilíbrio ignora aspectos
relacionados com a formação de estoques,
pressupondo que toda a produção seja vendida
instantaneamente;
Ex. Construção de edifícios.

• Fórmula:
q= cf___
p – cv
Ex. 1
• Custo fixo: $27.000
• Custo variável: $200
• Preço unitário: $1.200
Observações
• A análise crítica é fundamental no processo de
moldagem: não basta ler os dados, é necessário
convertê-los em informação útil.

• É preciso ter uma “leitura dinâmica” dos gráfico.


Estrutura de Mercado
Compradores

Concorrência
Monopólio Oligopólio
Grande perfeita

Pequeno Quase
Oligopólio Oligopólio
monopólio

1 único Monopólio Quase


bilateral oligopólio Monopsônio

1 único Pequeno Grande Vendedores


Monopólio
• Existência de uma única empresa produtora de bens
e serviços para os quais, no curto prazo, não existem
substitutos próximos;
• Barreiras legais, tecnológicas e econômicas ao
ingresso de concorrentes no mercado.
Oligopólio
• Pequeno número de empresas controla a quase
totalidade do mercado;
• Forte bloqueio à entrada de concorrentes;
• Concorrência pela diferenciação de produtos;
• Tendência à concentração de capitais através de fusões;
• Tendência à formação de cartéis e à rigidez de preços.

Exemplos: indústria automobilística, de vidros, cimento,


aço, pneumáticos, química, petroquímica, etc.
Concorrência Perfeita
• Grande número de consumidores e ofertantes,
tornando o mercado pulverizado de tal forma que
nenhum comprador ou vendedor tenha condições
de influenciar os preços ou o comportamento dos
demais agentes;
• Perfeito conhecimento do mercado, a começar pelo
preço, por parte dos que o integram;
• Perfeita mobilidade de recursos;
• Ausência de entraves ao ingresso de novas empresas;
• Homogeneidade de produtos.

Exemplos: feira livre, comércio varejista em geral.


Concorrência Monopólistica
• Grande número de empresas;
• Fracas barreiras quanto ao ingresso e saída do
mercado;
• Pouca diferenciação dos produtos.
• Cada concorrente estabelece um produto único e
ligeiramente diferenciado pela marca, embalagem,
publicidade. A diferença é subjetiva.

• Exemplos: calças jeans, pizzarias, franquias, etc.


Monopsônio
• Mercado com apenas um comprador e inúmeros
vendedores;
• Poder influenciar os preços de determinado bem,
variando apenas a quantidade comprada;
• Empresas maximizadoras de lucros;
Renda e Capital
• Capital: Estoque de riqueza em algum ponto do
tempo, o qual incorpora futuros serviços que
podem ser desfrutados pelo seu possuidor.

• Renda: fluxo de serviços gerados pelo capital


durante determinado período, e que pode ser
desfrutado (ou reinvestido) sem alterar o
estoque de riqueza que existia no início do
período.
Comportamento típico do investidor
perante o risco:
• A meta principal de um Administrador financeiro
é maximizar a riqueza dos acionistas. Para
isto deve-se aplicar o princípio do balanceamento
entre risco e retorno.

• Risco: é a probabilidade do resultado dar diferente


do esperado.
• O investidor pode ser:

▫ Avesso ao risco;
▫ Neutro ao risco;
▫ Propenso ao risco;

• O investidor típico é avesso ao risco. Portanto o


investidor cobra retornos adicionais, por assumir
riscos adicionais - isto é, espera maior retorno.
Exemplo:

• Para investir na poupança, os investidores


demandam uma taxa de retorno de
aproximadamente 6% ao ano no Brasil. Para investir
em ações, os investidores demandam um retorno
superior.

• Bancos financiam imóveis com taxas de juros mais


baixas do que as taxas de juros com as quais
financiam automóveis. Por que? Porque o risco de
financiar um automóvel é maior do que o risco de
financiar um imóvel.
Tipos de Investidores
• Investidores investem capital em ativos com o intuito de
receberem algum retorno futuro.

• Só existe dois tipos de investidores:


• Sócios - Capital Próprio; ou
• Credores - Capital de Terceiros

• Capital de terceiros: Capital de bancos, fornecedores e


governo tem garantias, a dívida pode ser executada e os credores
recebem primeiro.
• Capital próprio: Capital dos sócios via compra de ações ou via
retenção de lucros não tem garantia e recebem os resultados
sempre por último.
Políticas conflitantes
Menor Risco e menor taxa de retorno
• Capital próprio

Maior Risco e maior taxa de retorno


• Em geral os administradores são avesso ao risco e tendem a
usar políticas de investimento que minimizem o risco.
Ninguém garante que a decisão tomada será a melhor.

• Os riscos mais elevados estão associados aos ganhos mais


altos possíveis. Mas o investimento em projetos incertos e de
alto risco podem enfraquecer a posição competitiva da
empresa e reduzir o valor das ações. O objetivo deve ser a
maximização da riqueza da empresa (valor das ações) e
não apenas do lucro.
Engenharia econômica
• Definição:

▫ Engenharia Econômica são os métodos e técnicas de


decisão, empregados na escolha entre alternativas
de investimento tecnicamente viáveis, nas quais as
diferenças futuras são expressas em termos de
dinheiro.
• Objetivo :
▫ Analisar alternativas de investimentos.

• Critérios de avaliação de um projeto:


 Critérios financeiros: disponibilidade de recursos;
 Critérios econômicos: rentabilidade do
investimento;
 Critérios imponderáveis: fatores não convertidos
em dinheiro.
Ter $$ hoje é melhor que ter no futuro?
• Adiar um
recebimento gera $ hoje ≠ $ futuro
um sacrifício que
deverá ser pago com
uma recompensa:

Juros
* Taxa de Juros
Taxa de Juros
• Uma taxa de juros eficiente deve remunerar :

 Risco da operação;
 A perda do poder de compra (inflação);
 O ganho real do dono do capital, que privou-se de
usá-lo pelo tempo do empréstimo ou aplicação
Como expressar a taxa de juros?
• Coeficiente (%): que parte do capital, será paga
pelo seu uso, a cada unidade (período) de tempo.

• Unidade de tempo: dia, mês, trimestre, ano.

A cada ano deverá


Ex. : 15% ano ano. ser pago 15% do
capital emprestado ,
a título de juros.
Definições
• P ou PV = valor presente (valor inicial da operação);

• i = taxa de juros (10%=10/100 = 0,10);

• n = número de períodos envolvidos na operação;

• PMT ou A = valor das prestações ou prestação periódica;

• F ou FV = valor futuro ou montante. É composto por


amortização mais juros;

• J = juros;

• Am = amortização.
Taxa de Equivalências
• É a taxa anual descapitalizada para produtos mensais.

ix = (1 + i)n - 1 *100

n = nd/nc
nd = taxa desejada
nc = taxa conhecida
Regime de capitalização
• Juros Simples: são os acréscimos somados ao
capital inicial no final de uma aplicação.
Ex.: Considere um capital inicial de R$1.000,00,
colocando em uma aplicação que rende 10% ao ano, a
juros simples. Qual o rendimento após 6 anos.
Período (ano) Valor Inicial Juros Valor Final
0 0 0 1.000,00
1 - 1000 x 0,10 1.100,00
2 1.100,00 1000 x 0,10 1.200,00
3 1.200,00 1000 x 0,10 1.300,00
4 1.300,00 1000 x 0,10 1.400,00
5 1.400,00 1000 x 0,10 1.500,00
6 1.500,00 1000 x 0,10 1.600,00

FV = PV . (1 + i . n)
FV = 1000 . (1+0,10.6)
FV = 1600,00
Regime de capitalização
• Juros Compostos: são os acréscimos
somados ao capital no final de cada período de
aplicação, que somado com esta soma um novo
capital.
Ex. : Considere um capital inicial de R$1.000,00,
colocando em uma aplicação que rende 10% ao ano, a
juros compostos. Qual o rendimento após 6 anos.
Período (ano) Valor Inicial Juros Valor Final
0 0 0 1.000,00
1 1.000,00 1000 x 0,1 = 100 1.100,00
2 1.100,00 1100 x 0,1 = 110 1.210,00
3 1.210,00 1210 x 0,1 = 121 1.330,00
4 1.330,00 1330 x 0,1 = 133 1.463,00
5 1.463,00 1463 x 0,1 = 146,30 1.609,30
6 1.609,30 1609,30 x 0,1 = 160,93 1.770,23

FV = PV . (1+i)n
FV = 1000 . (1+0,10)6
FV = 1.771,56
• Diagrama de fluxo de caixa das variáveis
relacionadas.
Taxa de Juros: nominal e efetiva
• Efetiva:
▫ O período de expressão coincide com o de
capitalização.
Ex.: 1 mês e taxa de juros de 1% a.m.
▫ São taxas utilizadas nos cálculos;

• Nominal:
▫ O período de expressão não coincide com o de
capitalização;
Ex.: 4 trimestres e 12,00% a.a.
▫ Devem ser divididas ou multiplicadas pelo número de
períodos de capitalização para obter a taxa efetiva
equivalente.
• Ex.: Assim quando dizemos que a poupança
rende 0,5% a.m. estamos informando a taxa
efetiva, pois a aplicação dos juros de poupança
(período de capitalização) também é mensal.

• Ao dizermos que a poupança rende 6%a.a.


estamos informando uma taxa nominal porque
foi expressa em um período de tempo diferente
daquele da capitalização.
Fluxos básicos – Série Uniforme de
pagamentos
• A ou PMT : Prestação periódica;
• P: Valor presente;
• F: Valor futuro ;

P = A. ((1+i)n – 1)
i(1+i)n
Representação do Fluxo e Caixa
Próxima aula
• Sistema de amortização de empréstimos;
▫ SAC – Sistema de Amortizações Constantes;
▫ PRICE – Sistema Francês;
▫ Exercícios.
• Método de avaliação de Projetos
▫ VPL – Valor Presente Líquido;
▫ TIR – Taxa Interna de Retorno;
▫ IL – Índice de Lucratividade;
▫ Estudo de caso.

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