Sintese de Etica A Nicomaco
Sintese de Etica A Nicomaco
Sintese de Etica A Nicomaco
SINTESES CONSTITUTIVAS
Aristóteles pormenoriza que toda atividade humana visa um fim e que esse fim,
tende sempre a um grau de bem.
Em relação à finalidade ética, o fim que, se não é busca, não é em vista de outro,
mas em vista de si mesmo (1097a15 – 1097b1). Aristóteles considera este fim, “na
verdade”. Para ele, simplesmente completo é aquele fim que é sempre escolhido segundo
si próprio, e nunca como meio em vista de qualquer outro. O que nos permite
compreender um fim desse gênero, manifesto a partir da felicidade.
Desta forma, Aristóteles considera que: “nem o boi e nem o cavalo, podem, nesse
sentido, ser felizes”. Nem mesmo as crianças, o estagirita, os mortos, poderiam ser felizes.
Todavia, dá a entender que as pessoas que usam corretamente sua razão são felizes.
Em relação ao louvor (o elogio), ele o descreve como “uma coisa excelente”,
mas não é a felicidade que se busca. Não é a realização daquilo que se considera agir bem.
Pode-se louvar grandes ações, louvar a justiça ou o justo, um ato nobre, um ato altruísta
de práticas coisas boas ou úteis. Mas a felicidade não se prende ao louvor.
A racionalidade então, seria como ação, como virtude, como consciência, a tal
“atividade da alma” e uma outra questão presente na alma seria como que “irracional”.
Mas Aristóteles não é claro nesse aspecto. Sugere que a “alma” seja dupla, uma parte que
conhecemos e outra que poder ser apenas intuída, já que não a podemos acessá-la
empiricamente. Não conhecemos, em si, o que seria alma. Pressupomos a razão como
realização da alma (excelência, virtude).
O fim que se tem em vista não é o conhecimento do bem, mas a ação do mesmo;
o fim certamente será a felicidade. Contudo, o comum, o vulgo não a concebem da mesma
forma que o sábio. Para esses, e função do prazer, a felicidade é conotada por riquezas ou
honras; logo vive de forma superficial. Dessa forma, Aristóteles julga que devemos
procurar o bem e indagar o que ele é. Se existe uma finalidade para tudo o que fazemos,
a finalidade será o bem. Entende-se a partir desta proposição que a melhor função do
homem é a vida ativa que tem um princípio racional: “Como no homem que dorme ou
que permanece inativo; mas a atividade virtuosa, não: essa deve necessariamente agir,
e agir bem.”
EN: 1105b: O conhecimento tem pouco peso para posse da virtude, enquanto a
prática constante dos atos justos e temperantes são condições indispensáveis. As ações
justas são aquelas praticadas pelos homens justos ou que agem como tal. A prática da
virtude torna o homem virtuoso.
EN: 1106a - “Os homens são louvados ou censurados por suas virtudes ou vícios.
As virtudes não são paixões, nem faculdades, mas disposições de caráter, pois as virtudes
envolvem escolha”.
- Uma que se manifesta na distribuição das honras, de dinheiro entre aqueles que
tem parte na constituição;
- A que tem um papel corretivo nas transações entre os indivíduos: transações
voluntárias e involuntárias.
A alma humana possui duas partes: a que tem um princípio racional e a privada
de razão. A parte racional se subdivide em científica (direcional ou prática) e calculativa
(especulativa e teórica). Na razão calculativa, a alma concebe um princípio racional. Ela
versa sobre coisas universais e teóricas, que são objetivas e apenas de caráter próprio. O
objeto da parte calculativa é a verdade, logo, para o conhecimento especulativo: o bem
se identifica com o verdadeiro e o mal com o falso.
A alma possui três elementos: a sensação, a razão e o desejo (E.N. VI, 2; 1139a
20). A ação não é controlada pela sensação, como exemplo, cita os animais, que têm
sensação, mas não produzem ação. A ação é determinada pela razão e desejo. Contudo
agem de modo diferentes, pois a virtude moral é uma disposição para a escolha; mas, ela
envolve o desejo por um fim e a razão descobre os meios próprios para esse fim. Em E.N.
VI, 2; 1139a 30-35, temos:
1
- Este capítulo foi suprimido na apresentação com outros capítulos. Dado a essa questão, eu o
reportarei de forma brevíssima.
O livro VIII e IX – Síntese dos capítulos
1. A Amizade
Em EN, Aristóteles dedica dois livros (VIII e IX) ao tema da amizade. Para
melhor compreensão do mesmo, precisamos compreender o significado da expressão
grega para o substantivo. Para Aristóteles, o termo amizade pode designar qualquer
atração mútua entre duas pessoas. Ele aproxima o conceito de amizade ao conceito de
justiça: “Se se quer o bem do “outro”, se pensará na benfeitora de acordo com o que se
deseja para si”. (anotações no seminário, apresentação do Alex).
Amizade é uma virtude; o amor, uma emoção. Sendo assim, é possível sentir
amor por coisas inanimadas, mas não amizade, já que o amor recíproco pressupõe uma
escolha, que tem origem em uma disposição de caráter (virtude).
Na totalidade da ética, para além dos livros sobre a amizade, muito pouco é dito
no sentido de se sugerir que o homem pode e deve ter um interesse caloroso e pessoal
pelas outras pessoas; o altruísmo está completamente ausente. (LORENZETTI, 2011,
p.15).
Os homens são benevolentes com aqueles que amam, não por sentimento, mas
por virtude e pelo que eles são. O amigo torna-se um bem para o outro
(ARISTÓTELES,1987).
Desde o início dos seminários percebemos que A Ética a Nicômaco, traz o bem-
estar como uma atividade desejável em si mesma, e nunca um estado ou disposição. Ao
longo das explicações e comentários, inclusive da docente, ficou claro que as “coisas
desejadas em si mesmas são a atividade de acordo com a virtude e os divertimentos”.
Não se pense, todavia, que o homem para ser feliz necessite de muitas ou de
grandes coisas. (…) “a auto-suficiência e a ação não implicam excesso, e podemos
praticar atos nobres sem sermos donos da terra e do mar" (E.N. X, 8; 1178 b 35 – 1179
a 05).
4. CONCLUSÃO
Ética à Nicômaco, foi o primeiro tratado sobre o agir humano da história, daí sua
inegável importância para a história da filosofia. Foi possível, compreender neste
trabalho, o problema das relações entre os indivíduos, o que justamente propõe a ética
aristotélica.
Quanto ao ideal da felicidade, a conclusão foi de que feliz é aquele que vive as
virtudes dentro da pólis. Este, é aquele que vive uma vida intelectual, permitindo-o ser
capaz de dirigir bem a vida, deliberar de modo correto o que é bem ou mal para si. Nisto
consiste o exercício da sabedoria – condicionante para se alcançar a felicidade máxima.