Apostila Brigada

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

1.

OBJETIVO

Esta norma estabelece as condições mínimas para a elaboração de um


programa de brigada de incêndio, visando proteger a vida e o patrimônio, bem
como reduzir as conseqüências sociais do sinistro e dos danos ao meio
ambiente.

2. DEFINIÇÕES

Para efeito desta norma aplicam-se as seguintes definições:

2.1. Bombeiro Profissional Civil: Pessoa que presta serviço de atendimento


de emergência para uma empresa.

2.2. Brigada de Incêndio: Grupo organizado de pessoas voluntárias ou não,


treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono e combate à um
princípio de incêndio e prestar os primeiros socorros dentro de uma área
preestabelecida.

2.3. Combate a Incêndio: Conjunto de ações táticas destinadas a extinguir


ou isolar o incêndio com o uso de equipamentos manuais ou automáticos.

2.4. Emergência: Sinistro ou risco iminente que requeira ações imediatas.

2.5. Exercício Simulado: Exercício prático realizado periodicamente para


manter a brigada e os ocupantes das edificações em condições de enfrentar
uma situação real de emergência.

2.6. Exercício Simulado Parcial: Exercício simulado abrangendo apenas


uma parte da planta, respeitando-se os turnos de trabalho.

2.7. Plano de Segurança Contra Incêndio: Conjunto de ações e recursos


internos e externos, no local, que permite controlar a situação de incêndio.

2.8. População Fixa: Aquela que permanece regularmente na edificação,


considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como
os terceiros nesta condição.

2.9. População Flutuante: Aquela que não se enquadra no item de população


fixa. Será sempre considerada pelo pico.

2.10. Prevenção de Incêndio: Uma série de medidas destinadas a evitar o


aparecimento de um princípio de incêndio ou, no caso dele ocorrer, permitir
combatê-lo prontamente para evitar sua propagação.

2.11. Risco: Possibilidade de perda material ou humana.

2.12. Risco Iminente: Risco com ameaça de ocorrer brevemente e que requer
ação imediata.

Página 1 de 10
2.13. Profissional Habilitado: Profissional com formação em Higiene,
Segurança e Medicina do Trabalho, devidamente registrado nos Conselhos
Regionais competentes ou no Ministério do Trabalho, os Militares das
Forças Armadas, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares,
com o 2O grau completo e que possuam especialização em Prevenção e
Combate à Incêndios (carga mínima de 60 hs) ou Técnicas de Emergências
Medica (carga mínima de 40 hs), conforme a sua área de especialização.

2.14. Sinistro: Ocorrência de prejuízo ou dano, causado por incêndio ou


acidente em algum bem.

3. PRINCÍPIOS BÁSICOS

3.1. Composição da brigada

3.1.1. A brigada de incêndio deve ser composta levando-se em conta a


população fixa e o percentual de cálculo que é obtido tomando-se por
base a classe e a subclasse da planta, conforme a NBR 14276:

UNIDADE INTERLAGOS

(10 X 50%) + {(NO da população fixa – 10) X 7%}

Exemplo:

(10 X 50%) +{ (250 – 10) X 7%} = 5 + {240 X 7%} = 5 + 16,8 = 21,8 = 22


Brigadistas

UNIDADE SOCORRO

(10 X 50%) + {(NO da população fixa – 10) X 20%}

Exemplo:

(10 X 50%) +{ (90 – 10) X 20%} = 5 + {80 X 20%} = 5 + 16 = 21


Brigadistas

3.1.2. A composição da brigada de incêndio deve levar em conta a


participação de pessoas de todos os setores.

3.1.3. No caso da segurança patrimonial, estes devem participar como


colaboradores, no programa de brigada de incêndio, porém não podem
ser computados para efeito do cálculo da composição da brigada, devido
às suas funções específicas.

Página 2 de 10
3.2. Critérios Básicos para Seleção de Candidatos a Brigadistas

Os candidatos a brigadistas devem atender os seguintes critérios básicos:

a- permanecer na unidade

b- possuir experiência anterior como brigadista

c- possuir robustez física e boa saúde

d- ter responsabilidade legal

e- ser alfabetizado

3.3. Organização

3.3.1. Brigada de Incêndio

a- Coordenador de Emergências
Responsável geral por todas as equipes de brigadistas e pelas edificações
que componham a planta da unidade.

b- Chefe de Brigada
Responsável por uma edificação com mais de um
pavimento/compartimento. É escolhido entre os brigadistas

c- Líder
Responsável pela coordenação, execução das ações de emergência em sua
área de atuação, pavimento/compartimentação. É escolhido entre os
brigadistas.

d- Brigadista
Membro da brigada que executa as atribuições

3.3.2. Organograma da Brigada de Incêndio

C o o rd e n a d o r d e E m e r g ê n c i a

C he f e de B riga d a C h e f e d e B r ig a d a

L í d e r d e B ri g a d a L í d e r d e B r ig a d a L íd e r d e B r i g a d a L í d e r d e B r ig a d a

B r i g a d is t a s B ri g a d i s t a s B r ig a d is ta s B r ig a d is ta s B r ig a d is ta s B r ig a d is ta s

Página 3 de 10
3.4. Programa do Curso de Formação de Brigada de Incêndio

3.4.1. O curso de formação da brigada de incêndio deverá possuir carga


horária mínima de 16 hs. O curso deverá enfocar principalmente os
riscos inerentes à classe de ocupação da unidade.

3.4.2. A periodicidade do treinamento deve ser de no máximo 12 meses, ou


quando houver alteração de 50% dos membros.

3.4.3. Aos componentes da brigada que já tiverem freqüentado curso


anterior, num período inferior a um ano, será facultada a parte teórica,
desde que o brigadista seja aprovado em pré avaliação com 70% (setenta
por cento) de aproveitamento.

3.4.4. Aqueles que concluírem o curso com aproveitamento mínimo de 70%


(setenta por cento) na avaliação teórica e prática, receberão o
Certificado de Brigadista, expedido por profissional habilitado, com
validade de um ano.

Nos certificados dos brigadistas devem constar os seguintes dados:

a- Nome completo do treinando com Registro Geral (RG);


b- Carga horária;
c- Período de treinamento;
d- Nome, habilitação e registro do instrutor;
e- Citar que o certificado esta em conformidade com a NBR 14276

3.5. Atribuições da Brigada de Incêndio

3.5.1. Ações de Prevenção


a- Avaliação dos riscos existentes
b- Inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndios
c- Inspeção geral das rotas de fuga
d- Elaboração de relatórios de irregularidades encontradas
e- Encaminhamento do relatório aos setores competentes
f- Orientação à população fixa e flutuante.
g- Exercícios simulados

3.5.2. Ações de Emergência


a- Identificação da situação
b- Alarme/abandono de área
c- Corte de energia
d- Acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa

Página 4 de 10
e- Primeiros socorros
f- Combate a princípios de incêndio
g- Recepção e orientação do Corpo de Bombeiros.

3.6. Procedimentos Básicos de Emergência

3.6.1. Alerta
Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar
através dos meios de comunicações existentes na unidade, os
brigadistas, a segurança do trabalho e a segurança patrimonial.

3.6.2. Análise da Situação


Após o alerta a brigada deve analisar a situação desde o início até o
final do sinistro e desencadear os procedimentos necessários que
podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com o
número de brigadistas e os recursos disponíveis no local.

3.6.3. Primeiros Socorros


Prestar os primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou
restabelecendo suas funções vitais com SBV (Suporte Básico da Vida)
ou RCP (Ressuscitação Cardio Pulmonar), até que se obtenha socorro
especializado.

3.6.4. Corte de Energia


Cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica dos
equipamentos da área em geral.

3.6.5. Abandono de Área


Proceder ao abandono da área, parcial ou total, quando necessário,
conforme comunicação pré estabelecida, removendo para local seguro,
à uma distância de no mínimo 100 (cem) metros do local do sinistro,
permanecendo até a definição geral.

3.6.6. Confinamento do Sinistro


Evitar a propagação do sinistro e suas conseqüências.

3.6.7. Isolamento da Área


Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de
emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.

3.6.8. Extinção
Eliminar o sinistro restabelecendo a normalidade.

3.6.9. Investigação
Levantar as possíveis causas do sinistro e suas conseqüências e emitir
relatório para discussão em reunião extraordinária, com o objetivo de
propor medidas corretivas para se evitar a repetição da ocorrência.

NOTA: Com a chegada do órgão oficial competente a brigada de


incêndio deve ficar à sua disposição.

Página 5 de 10
3.7. Controle do Programa de Brigada de Incêndio

3.7.1. Reuniões Ordinárias


Devem ser reuniões bimestrais, com registro em ata, onde serão
discutidos os seguintes assuntos:

a) funções de cada membro da brigada dentro do plano;


b) condições de uso dos equipamentos de combate a incêndio
c) apresentação de problemas relacionados a prevenção de incêndios
encontrados nas inspeções para que sejam feitas propostas
corretivas;
d) atualização das técnicas e táticas de combate a incêndios;
e) alteração ou mudança do efetivo da abrigada;
f) outros assuntos de interesse.

3.7.2. Reuniões Extraordinárias


Após a ocorrência de um sinistro ou quando identificada uma situação
de risco iminente, deverá ser realizada uma reunião extraordinária
para discussão e adoção de providências à serem tomadas.
As decisões tomadas serão registradas em ata e enviadas às áreas
competentes para as devidas providências.

3.7.3. Exercícios Simulados


Devem ser realizados exercícios simulados, parciais e completos, na
planta geral ou local de trabalho com a participação de toda a
população, no período máximo de três meses para exercícios parciais e
seis meses para simulados completos.
Imediatamente após o simulado, deverá ser realizada uma reunião
extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas.
Deve ser elaborada ata na qual conste:
a) Horário do evento;
b) Tempo gasto no abandono;
c) Tempo gasto no retorno;
d) Tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
e) Atuação da brigada;
f) Comportamento da população;
g) Falhas de equipamentos;
h) Falhas operacionais;

4. PROCEDIMENTOS COMPLEMENTARES

4.1. Identificação da Brigada

4.1.1. Deve ser afixado em local visível e de grande circulação, quadro de aviso ou similar,
assinalando a existência da brigada de incêndio e indicando seus integrantes, com suas
respectivas localizações

Página 6 de 10
4.1.2. O brigadista deve utilizar constantemente em lugar visível um botton
ou crachá, que o identifique como membro da brigada.

4.1.3. No caso de uma situação real ou simulado de emergência, o brigadista


deverá usar, além do botton ou crachá, um colete ou capacete para
facilitar a sua identificação e auxiliar na sua atuação.

4.2. Comunicação Interna e Externa

4.2.1. Nas plantas em que houver mais de um pavimento, setor, bloco ou


edificação, deve ser estabelecido previamente um sistema de
comunicação entre os brigadistas, a fim de facilitar as operações durante
a ocorrência de uma situação real ou simulado de emergência.

4.2.2. Esta comunicação poderá ser feita através de telefone, quadros


sinópticos, interfones, sistema de alarme, rádios, alto falantes, sistema
de som interno, etc..

4.2.3. Caso seja necessário a comunicação com meios externos (Corpo de


Bombeiros ou Plano de Auxílio Mútuo), a telefonista ou operador de
rádio é a(o) responsável por ela. Para tanto faz-se necessário que essa
pessoa seja devidamente treinada e que esteja instalada em local seguro
e estratégico para o abandono.

4.3. Ordem de abandono

O responsável máximo da brigada de incêndio (Coordenador de


Emergência, Chefe da Brigada ou Líder), conforme o caso, determina o
início do abandono, devendo priorizar o(s) local(is) sinistrado(s), o(s)
pavimento(s) superior(es) a este(s), o(s) setor(es) próximo(s) e o(s)
local(is) de maior risco.

4.4. Ponto de Encontro


Deve ser previsto um ou mais pontos de encontro dos brigadistas, para
distribuição das tarefas.

4.5. Grupo de Apoio


O grupo de apoio será formado com o pessoal da segurança
patrimonial, de eletricistas, de encanadores, telefonista e técnicos
especializados na natureza da ocupação.

5. CURRÍCULO BÁSICO DE FORMAÇÃO DOS BRIGADISTAS

5.1. Objetivo

Página 7 de 10
Proporcionar aos alunos conhecimentos básicos sobre prevenção,
isolamento e extinção de princípios de incêndio, abandono de local com
sinistro, além de técnicas de primeiros socorros.

5.2. Instrutores e Avaliadores


Profissionais habilitados

5.3. Turmas
Composta de no máximo 20 alunos.

A – PARTE TEÓRICA
Módulo Assuntos Objetivos
01 – Introdução Objetivos do curso e o Conhecer os objetivos gerais do
brigadista curso, responsabilidades e
comportamento do brigadista.

02- Teoria do fogo Combustão, seus elementos e a Conhecer a combustão, seus


reação em cadeia elementos, funções, pontos de
fulgor, ignição e combustão e a
reação em cadeia.

03- Propagação do fogo Convecção, irradiação e Conhecer os processos de


condução propagação do fogo.

04 – Classes de incêndio Classificação e características Conhecer as classes de incêndio

05- Prevenção de incêndio Técnicas de prevenção Conhecer as técnicas de


prevenção para avaliação dos
riscos em potenciais.

06- Métodos de extinção Isolamento, abafamento, Conhecer os métodos e suas


resfriamento e químico aplicações.
07- Agentes extintores Água (jato/neblina) PQS, CO2, Conhecer os agentes, suas
espumas e outros. características e aplicações.

08-Equipamentos de combate a Extintores, hidrantes, Conhecer os equipamentos,


incêndios mangueiras, acessórios, EPI, suas aplicações e manuseio.
corte, arrombamento, remoções
e iluminação.
09- Equipamentos de detecção, Tipos e funcionamento Conhecer os m meios mais
alarme e comunicações. comuns de sistemas e manuseio.
10- Abandono de área Procedimentos Conhecer as técnicas de
abandono de área, saída
autorizada, pontos de encontro,
e chamada e controle de pânico.
11- Análise de vítimas Avaliações primárias e Conhecer as técnicas de exame
secundárias primário(sinais vitais) e
secundários (sintomais), exame
da cabeça aos pés.
12 – Vias aéreas Causas de obstrução e liberação Conhecer os sintomas de
obstruções em adultos, crianças
e bebes, conscientes e
inconscientes.

Página 8 de 10
13- RCP (ressuscitação cardio Ventilação artificial e Conhecer as técnicas de RCP
pulmonar) compressão cardíaca externa) com um e dois socorristas para
adultos, crianças e bebês.
14- Estado de choque Classificação, prevenção e Reconhecimento dos sinais e
tratamento sintomas, técnicas de prevenção
e tratamento.

A – PARTE TEÓRICA
Módulo Assunto Objetivo
15- Hemorragias Classificação e Tratamento Reconhecimento e técnicas de
hemostasia em hemorragias
externas.
16- Fraturas Classificação e tratamento Reconhecimento de fraturas
abertas e fechadas e técnicas de
imobilização
17- Ferimentos Classificação e tratamento Reconhecimento e técnicas de
tratamento específicos em
ferimentos localizados.
18- Queimaduras Classificação e tratamento Reconhecimento, avaliação e
técnicas de tratamento para
queimaduras térmicas, químicas
e elétricas.
19- Emergências clinicas Reconhecimento e tratamento Reconhecimento e tratamento
de síncope, convulsões, AVC
(acidente vascular cerebral),
dispnéias, crises hipertensivas e
hipotensivas, IAM (infarto
agudo do miocárdio), diabetes e
hipoglicemia.
20- Transporte de vítimas Avaliação e técnicas Reconhecimento e técnicas de
transporte de vítimas clínicas e
traumáticas com suspeita de
lesão na coluna vertebral.

B – PARTE PRÁTICA
Módulo Assunto Objetivos
01- Prática Combate a incêndios Praticar as técnicas de combate
a incêndios, em local adequado.
02- Prática Abandono de área Praticas as técnicas de
abandono de área na própria
edificação
03- Prática Primeiros socorros Praticar os módulos 11 à 20 da
parte A

C – AVALIAÇÃO
Módulo Assunto Objetivos
01- Avaliação Geral Avaliar individualmente os
alunos conforme descrito
em 3.4.4

Página 9 de 10
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- NBR 14276 – Programa de Brigada de Incêndio


- Portaria 3214/78 – em sua NR 23
- CB 24 – Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio

ELABORAÇÃO VERIVICAÇÃO DIR. INDUSTRIAL REC. HUMANOS


Seg.
Trabalho

Página 10 de 10

Você também pode gostar