Segurança Do Trabalho
Segurança Do Trabalho
Segurança Do Trabalho
HIGIENE DO TRABALHO 1
Higiene do Trabalho
A segurança não deve ser tratada como uma atividade à parte, já que faz parte de
toda atividade.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7o, Capítulo II, dispondo sobre os
direitos sociais, estabelece:
HIGIENE DO TRABALHO 2
1.1.1 Cronologia
No Mundo:
1700 – Itália
HIGIENE DO TRABALHO 3
1802 – Reino Unido
Limita a jornada em 12 horas por dia; exigência de lavagem de paredes das fábricas
periodicamente; exigência da ventilação nos ambientes laborais.
“Factory Act”
É estabelecida a obrigatoriedade de prover máquinas com proteção e comunicar
acidentes do trabalho.
1867 – França
HIGIENE DO TRABALHO 4
No Brasil:
1919
Promulgada a Lei 3.724 – 1a Lei sobre os acidentes de trabalho que estabelece uma
série de procedimentos prevencionistas ligados ao setor ferroviário.
1941
1943
1972
1977
HIGIENE DO TRABALHO 5
1978
São as seguintes as principais atribuições dos órgãos do Poder Público nas questões
da relação capital/trabalho:
HIGIENE DO TRABALHO 6
o advento da Emenda Constitucional 45, de 08/12/2004, a Justiça do Trabalho teve a
sua competência material ampliada para a totalidade dos litígios oriundos da relação
de trabalho e não mais apenas à relação de emprego.
De acordo com o caput do artigo 200 desse diploma legal o Ministério do Trabalho e
do Emprego editou a Portaria 3214, de 08/06/1978, estabelecendo as 28 primeiras
normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho urbano.
Agentes Físicos
HIGIENE DO TRABALHO 7
Agentes Químicos
Agentes Biológicos
HIGIENE DO TRABALHO 8
- Higiene de campo: realiza o estudo da situação higiênica do ambiente de trabalho,
análise dos postos de trabalho, detecção de contaminantes, estudo e recomendações
de medidas de controle.
Cabe nesse ponto esclarecer que as definições de higiene podem conter uma ou outra
variação conceitual, mas todas têm por objetivo a proteção e a promoção da saúde e
do bem-estar dos trabalhadores como também do meio ambiente em geral, mediante
ações preventivas no ambiente de trabalho, utilizando-se das fases de antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle descritas a seguir:
HIGIENE DO TRABALHO 9
Avaliação
HIGIENE DO TRABALHO 10
- Estabelecimento da duração e do número de amostragens que deve representar o
ciclo de trabalho e permita a representatividade da exposição. Cabe ainda salientar
que tais amostragens devem ser realizadas em condições normais de trabalho.
HIGIENE DO TRABALHO 11
- Utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI), um dispositivo ou produto,
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Nesse ponto cabe discutir alguns preceitos sobre as classificações das doenças geradas
no ambiente laboral, a saber:
Obs.: Podem existir fatores predisponentes que nem sempre são detectados nos
exames admissionais e nem sempre são provocados pelo trabalho desenvolvido.
A partir de um olhar sobre a legislação temos (Lei 8.213, artigo 20, de 24/07/1991):
HIGIENE DO TRABALHO 12
1.4 Limites de Tolerância
Assim, cabe aqui esclarecer que a legislação prevê por intermédio da NR 9 – PPRA a
adoção do conceito de nível de ação que indica um valor inferior ao limite de tolerância
(normalmente 50% do limite de tolerância) a partir do qual devem ser iniciadas ações
preventivas de modo a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes
ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o
monitoramento periódico da exposição e o controle médico.
Então vamos apresentar dois conceitos muito importantes para a saúde e a segurança
do trabalho, ou seja, os conceitos de insalubridade e de periculosidade:
HIGIENE DO TRABALHO 13
regional, segundo se classifiquem nos graus mínimo, médio e máximo
respectivamente.
- Cabe esclarecer que o artigo 191 da CLT prevê que o pagamento do adicional de
insalubridade será suprimido com a adoção de medidas que conservem o ambiente de
trabalho dentro dos limites de tolerância ou com a eliminação ou a neutralização
mediante uso do EPI, desde que este seja capaz de diminuir o risco a níveis abaixo
dos limites de tolerância (nem todos os agentes insalubres são neutralizados com EPI);
- O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja
devido.
HIGIENE DO TRABALHO 14
- Segundo o artigo 194 da CLT, a cessação do pagamento do adicional de
periculosidade, dar-se-á com a eliminação do risco à saúde e a integridade física do
trabalhador;
2. Agentes Físicos
2.1 Ruído
2.1.1 Conceituações
O Som
Já o ruído ou barulho é também uma sensação sonora, mas nesse caso desagradável
ou indesejável. O ruído tem características indefinidas de variações de pressão em
função da frequência. Sob o ponto de vista dos agentes físicos, o ruído certamente é
o principal desses agentes presentes nos ambientes laborais.
HIGIENE DO TRABALHO 15
O ruído pode ser classificado em:
HIGIENE DO TRABALHO 16
Nível de Intensidade Sonora (NIS)
Representa a energia acústica produzida por uma fonte sonora por unidade de tempo.
O nível de potência sonora expresso em Watts pode ser determinado pela relação do
logaritmo da potência sonora da fonte (W) e a potência sonora de referência (W0 =
10-12 Watts).
HIGIENE DO TRABALHO 17
Fonte: https://www.somaovivo.org/artigos/o-decibelimetro-um-bom-companheiro/.
Analisadores de Frequência
Os resultados indicam qual banda de oitava (ou terça) que contém a maior parte da
energia do som irradiado.
Calibradores
HIGIENE DO TRABALHO 18
Dose
Dosímetro de Ruído
- Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT) corresponde ao valor máximo, acima do qual
não é permitida exposição em nenhum momento da jornada de trabalho.
- Nível Equivalente (Neq) é o nível médio que toma por base a equivalência de energia,
conhecido como LEQ.
HIGIENE DO TRABALHO 19
- Nível de Exposição (NE) é o nível médio que representa a exposição ocupacional
diária.
- Nível Limiar de Integração (NLI) é o nível a partir do qual os valores devem ser
considerados na integração a fim de determinar o nível médio ou a dose de exposição.
- Nível Médio (NM) é o nível que representa a exposição ocupacional relativo ao período
de medição, que considera os diversos valores de níveis instantâneos ocorridos no
período e os parâmetros de medição predefinidos.
HIGIENE DO TRABALHO 20
fisiológica e mental do indivíduo a ele exposto. Para um melhor entendimento, são
utilizadas para a classificação dos efeitos nocivos do ruído os termos auditivos e não
auditivos.
HIGIENE DO TRABALHO 21
1. Entende-se por ruído continuo ou intermitente, para os fins de aplicação de limites
de tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.
5. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB (A) para indivíduos
que não estejam adequadamente protegidos.
Onde:
Cn – tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído especifico e
Tn – máxima exposição diária permissível nesse nível, segundo o Quadro deste Anexo.
7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído,
continuo ou intermitente, superiores a 115 dB (A), sem proteção adequada oferecerão
risco grave e iminente.
Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
HIGIENE DO TRABALHO 22
Nível de ruído db(A) Exposição diária permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: NR 15.
HIGIENE DO TRABALHO 23
Onde:
NE = nível de exposição
D = dose diária de ruído em porcentagem
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária do trabalho
De acordo com esse critério, o limite de exposição ocupacional diária ao ruído contínuo
ou intermitente corresponde à dose diária igual a 100%. A figura a seguir apresenta o
medidor de nível de pressão sonora (decibelímetro) e dosímetro de ruído.
HIGIENE DO TRABALHO 24
Fonte: PEIXOTO e FERREIRA, 2013.
Onde:
NE = nível médio representativo da exposição ocupacional diária.
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.
HIGIENE DO TRABALHO 25
Importante: Avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou
intermitente por meio da dose diária utilizando medidor integrador portado pelo
avaliador.
Onde:
D – dose diária de ruído
C1 – tempo real de exposição a um nível específico (NPS)
T1 – duração total permitida a esse nível (NPS)
De acordo com esse critério, o limite de tolerância ocupacional diária ao ruído contínuo
ou intermitente corresponde à dose diária igual a 100%.
Caso a dose diária esteja entre 50% e 100%, a exposição deve ser considerada acima
do nível de ação, devendo ser adotadas medidas preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos à audição do
trabalhador.
Quando a exposição for a um único nível de ruído o cálculo da dose diária é feito
utilizando a expressão
D = (C1/T1) . 100%
Onde:
D – dose diária de ruído.
HIGIENE DO TRABALHO 26
C1 – tempo real de exposição a um nível específico (NPS)
T1 – duração total permitida a esse nível (NPS)
01. Para minimizar esse conflito o INSS publicou a Instrução s Normativa IN 45/2010
que apresenta, em seu artigo 239, que na avaliação devemos utilizar:
1. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibel (dB), com medidor de nível
de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As
leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância
para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído
existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.
HIGIENE DO TRABALHO 27
3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção
adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (LINEAR), medidos no
circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB (C), medidos no circuito de
resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente.
A determinação da exposição ao ruído de impacto ou impulsivo deve ser feita por meio
de medidor de nível de pressão sonora operando em (Linear) e circuito de resposta
para medição de nível de pico.
Onde:
Np = nível de pico, em dB (Lin), máximo admissível.
n = número de impactos ou impulsos ocorridos durante a jornada diária de trabalho.
A tabela a seguir, obtida com base na expressão anterior, apresenta a correlação entre
os níveis de pico máximo admissíveis e o número de impactos ocorridos durante a
jornada diária de trabalho, extraída a partir da expressão de determinação do limite
de exposição diária ao ruído de impacto.
Np n Np n Np n
120 10.000 127 1.995 134 398
121 7.943 128 1.584 135 316
HIGIENE DO TRABALHO 28
122 6.309 129 1.258 136 251
123 5.011 130 1.000 137 199
124 3.981 131 794 138 158
125 3.162 132 630 139 125
126 2.511 133 501 140 100
Sempre que as avaliações indiquem que os níveis de pressão sonora estão acima do
nível de ação devem ser aplicadas as medidas de controle a fim de eliminar ou
minimizar o risco associado.
Na fonte:
- Eliminação ou atenuação do ruído na fonte (troca ou manutenção).
- Isolamento a distância ou no local (segregação ou enclausuramento).
- Organização do trabalho (concentração de máquinas ruidosas).
HIGIENE DO TRABALHO 29
No meio de transmissão do som:
- Absorção do som (barreiras, tratamento acústico etc.).
- Refúgios de ruído – console central enclausurado.
No trabalhador:
- Exame otológico admissional.
- Exame audiométrico periódico.
- Rotatividade na função.
- Isolamento dos trabalhadores com problemas ou afastamento dos mesmos em
operações ruidosas.
- EPI.
Obs.: Os protetores auriculares para serem eficazes devem ser usados de forma
correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela capacidade
de atenuação; o uso permanente do protetor garante a eficácia da proteção, e os
protetores devem ser capazes de reduzir a intensidade do ruído abaixo do limite de
tolerância.
São dois os tipos de protetores auditivos mais usuais: o tipo concha e o de inserção.
- São constituídos por duas conchas de material plástico com bordas almofadadas.
Tem como vantagens a simplicidade e rapidez na utilização, tamanho único e são
fáceis de higienizar. Como principal desvantagem temos a utilização em ambientes
quentes.
HIGIENE DO TRABALHO 30
Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/a-necessidade-de-usar-protetores-auditivos.
HIGIENE DO TRABALHO 31
Fonte: http://www.superepi.com.br/protetor-auricular-laranja-dystray-em-silicone-12db-p514/.
Onde:
HIGIENE DO TRABALHO 32
dB (A) = ruído resultante no ouvido protegido
Leq = ruído equivalente resultante na região da audição
NRRsf = atenuação do protetor
HIGIENE DO TRABALHO 33
células termossensíveis e emite comandos que acionam mecanismos de compensação,
como vasoconstrição e vasodilatação cutâneas e sudorese, que interferem nas trocas
térmicas do corpo com o ambiente de forma a manter a temperatura interna.
(FUNDACENTRO, 2001)
2.2.2 Conceituação
Evaporação – quando o líquido que envolve um sólido passa para o estado de vapor.
HIGIENE DO TRABALHO 34
Ciclo de Exposição – conjunto de situações térmicas ao qual o trabalhador é
submetido, conjugado às diversas atividades físicas por ele desenvolvidas, em uma
sequência definida, e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de
trabalho.
Taxa Metabólica Média (M) – média ponderada no tempo das taxas metabólicas,
obtidas em um intervalo de 60 minutos corridos (60 minutos mais desfavoráveis da
jornada).
HIGIENE DO TRABALHO 35
2.2.3 Equilíbrio Homeotérmico
S=+M±C±R–E
Onde:
S – calor acumulado no organismo;
M – calor produzido pelo metabolismo;
C – calor ganho ou perdido por condução/convecção;
R – calor ganho ou perdido pela radiação;
E – calor perdido por evaporação.
HIGIENE DO TRABALHO 36
Obs.:
Temperatura da superfície do corpo tsc × temperatura ambiente ta
O calor cedido é por condução/convecção (tsc > ta) – quando em contato com a pele,
o ar aquece-se, tornando-se menos denso, deslocando-se então, em direção
ascendente.
HIGIENE DO TRABALHO 37
A avaliação da exposição ocupacional ao calor adotado pela NR 15 toma por base o
Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), calculado pelas seguintes
equações:
onde
tbn = temperatura de bulbo úmido natural em º C,
tg = temperatura de globo em º C,
tbs = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em º C.
1. Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo
úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum.
HIGIENE DO TRABALHO 38
HIGIENE DO TRABALHO 39
2. As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à
altura da região do corpo mais atingida.
HIGIENE DO TRABALHO 40
1. Para os fins deste item, considera-se local de descanso ambiente termicamente mais
ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
M = Mt × Tt + Md × Td
60
HIGIENE DO TRABALHO 41
Sendo:
Mt – taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md – taxa de metabolismo no local de descanso.
Td – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para 1 hora determinado pela seguinte
fórmula:
HIGIENE DO TRABALHO 42
representativos da exposição ocupacional ao calor, devem ser obtidos em um intervalo
de 60 minutos corridos, considerado o mais crítico em relação à exposição ao calor.
Onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural em º C.
tg = temperatura de globo em º C.
tbs = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em º C.
SENTADO
Em repouso 90 58
HIGIENE DO TRABALHO 43
Quando o trabalhador está exposto a duas ou mais situações térmicas diferentes, deve
ser determinado o IBUTG média ponderada no tempo (situações térmicas que
compõem o ciclo de exposição). Da mesma maneira, quando o trabalhador desenvolve
duas ou mais atividades físicas, deve ser determinada a taxa metabólica média
ponderada no tempo (atividades físicas exercidas pelo trabalhador durante o ciclo de
exposição).
HIGIENE DO TRABALHO 44
referido plano vertical esteja na direção da fonte anteriormente citada. Caso não haja
uma fonte principal de calor, esse cuidado torna-se desnecessário.
A altura de montagem dos equipamentos deve coincidir com a região mais atingida do
corpo.
HIGIENE DO TRABALHO 45
2.2.6 Efeitos Sobre o Organismo
HIGIENE DO TRABALHO 46
- Choque térmico – ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo atinge
determinado nível.
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de controle a fim
de eliminar ou minimizar o risco associado:
- Meio ambiente – eliminar radiação solar direta, diminuir ganho por radiação
(isolamento) e diminuir ganho por convecção (reduzir temperatura do ar); ventilação
local exaustora (controle de temperatura do ar, umidade ou velocidade).
Com temperatura corporal inferior a 35º C o corpo reage passando a tremer (aumento
da atividade física) e com a temperatura corporal de 29º C o hipotálamo perde a
HIGIENE DO TRABALHO 47
capacidade termorreguladora e o indivíduo pode entrar em sonolência e coma
(hipotermia).
Ainda segundo o artigo 253 da CLT, NR 29 e 36, para os empregados que trabalham
no interior das câmeras frigorificas e para os que movimentam mercadorias do
ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 hora e 40 minutos de
trabalho continuo, será assegurado um período de 20 minutos de repouso, computado
esse intervalo como de trabalho efetivo.
Cabe salientar que se considera artificialmente frio, o que for inferior, na primeira,
segunda e terceira zonas climáticas a 15º C, na quarta zona a 12º C, e nas zonas
quinta, sexta e sétima, a 10º C, conforme mapa oficial do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de controle a fim
de eliminar ou minimizar o risco associado.
HIGIENE DO TRABALHO 48
importantes são: aclimatação, controle medico, capacitação nos procedimentos de
primeiros socorros, hábitos alimentares, utilização de EPI etc.
Cabe aqui destacar que o procedimento técnico de avaliação, como critérios para
amostragem, escolha das situações térmicas desfavoráveis, condições para o uso e
utilização de instrumentos deve ser obedecido o que está estabelecido para NHO 06.
2.4 Umidade
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de controle a fim
de eliminar ou minimizar o risco associado.
HIGIENE DO TRABALHO 49
Medidas de proteção coletiva:
2.5 Vibração
2.5.1 Introdução
Podemos afirmar que um corpo está em vibração quando ele descreve um movimento
oscilatório em torno de um ponto de referência. O número de vezes de um ciclo
completo de um movimento durante um período de um segundo é chamado de
frequência e é medido em Hertz [Hz].
HIGIENE DO TRABALHO 50
Como a vibração é um movimento oscilatório, a sua quantificação é feita pela
aceleração em m/s2 ou em dB por meio de:
dB = 20 log A/A0
Onde:
A = aceleração avaliada em m/s2
A0 = aceleração de referência (10-6 m/s2)
Já para a VMB A origem do sistema ortogonal é posicionada sobre o objeto que vai ser
segurado pelo trabalhador e abaixo do início dos dedos, segundo os esquemas
seguintes:
HIGIENE DO TRABALHO 51
Fonte: NHO 10, FUNDACENTRO.
HIGIENE DO TRABALHO 52
decorrentes da exposição ocupacional às Vibrações em Mãos e Braços (VMB) e às
Vibrações de Corpo Inteiro (VCI), no âmbito do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais.
- Aceleração média (amj): raiz média quadrática dos diversos valores da aceleração
instantânea ocorridos em um período de medição, expressa em m/s2, na direção “j”.
Sendo:
amj = aceleração média;
fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado (f = 1,4 para os eixos “x” e
“y” e
“f ”= 1,0 para o eixo “z”).
- Aceleração resultante de exposição parcial (arepi): corresponde à aceleração média
resultante representativa da exposição ocupacional relativa à componente de
exposição “i”, ocorrida em uma parcela de tempo da jornada diária, considerando os
três eixos ortogonais. Esse parâmetro poderá ser resultado de uma média aritmética
das acelerações obtidas cada vez que a componente de exposição é repetida.
HIGIENE DO TRABALHO 53
- Aceleração resultante de exposição (are): corresponde à aceleração média resultante
representativa da exposição ocupacional diária, considerando os três eixos ortogonais
e as diversas componentes de exposição identificadas, definida pela expressão que
segue:
Sendo:
arepi = aceleração resultante de exposição parcial;
ni = número de repetições da componente de exposição “i” ao longo da jornada de
trabalho;
Ti = tempo2 de duração da componente de exposição “i”;
m = número de componentes de exposição que compõem a exposição diária;
T = tempo de duração da jornada diária de trabalho.
Sendo:
are = aceleração resultante de exposição;
T = tempo de duração da jornada diária de trabalho expresso em
horas ou minutos;
T0 = 8 horas ou 480 minutos.
- Componente de exposição: parte da exposição diária que pode ser representada por
um único valor de aceleração resultante de exposição parcial (arep). A componente de
exposição pode ser decorrente de uma única operação ou consequência de duas ou
mais operações executadas de forma sequencial.
HIGIENE DO TRABALHO 54
- Fator de crista (FC): módulo da razão entre o máximo valor de pico de aj(t) e o valor
de amj, ambas ponderadas em frequência.
- Nível de ação: valor acima do qual devem ser adotadas ações preventivas de forma
a minimizar a probabilidade de que as exposições à vibração causem danos à saúde
do trabalhador e evitar que o limite de exposição seja ultrapassado.
HIGIENE DO TRABALHO 55
- Valor da dose de vibração (VDVji): corresponde ao valor de dose de vibração,
determinado na direção “j”, relativo às “s” amostras da componente de exposição “i”
que foram mensuradas, definido pela expressão que segue:
Sendo:
VDVji = valor da dose de vibração medido no eixo “j”, relativo à componente de
exposição “i”;
Texp = tempo total de exposição à vibração, ao longo de toda a jornada de trabalho,
decorrente da componente de exposição “i” em estudo. Corresponde ao número de
repetições da componente vezes o seu tempo de duração;
Tamos = tempo total utilizado para a medição das “s” amostras representativas da
componente de exposição “i”, em estudo:
Tamos = Σ1s Tk
Sendo:
Tk = tempo de medição relativo à késima amostra selecionada dentre as repetições da
componente de exposição “i”;
s = número de amostras da componente de exposição “i” que foram mensuradas;
fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado
(f = 1,4 para os eixos “x” e “y” e f = 1,0 para o eixo “z”).
- Valor da dose de vibração da exposição (VDVexpj): corresponde ao valor de dose de
vibração representativo da exposição ocupacional diária em cada eixo de medição, que
pode ser obtido por meio da expressão que segue:
HIGIENE DO TRABALHO 56
Sendo:
VDVexpji = valor da dose de vibração da exposição representativo da exposição
ocupacional diária no eixo “j”, relativo à componente de exposição “i”;
m = número de componentes de exposição que compõem a exposição diária.
Sendo:
VDVexpj = valor da dose de vibração da exposição, representativo da exposição
ocupacional diária no eixo “j”, sendo “j” igual a “x”, “y” ou “z”.
HIGIENE DO TRABALHO 57
ocupacional diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de
exposição normalizada (aren) de 5 m/s2.
Cabe ressaltar que a caracterização da exposição deve ser objeto de laudo técnico que
contemple, no mínimo, os seguintes itens:
HIGIENE DO TRABALHO 58
- Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realizada de acordo com
o item 3, do Anexo 1 da NR-9 do MTE;
- Conclusão.
Segundo a norma ISO 2531 a exposição diária as VCI pode acarretar além de danos
permanentes a região espinhal problemas não menos importantes nos sistemas
urinário, circulatório e nervoso central.
HIGIENE DO TRABALHO 59
Fonte: http://www.industria-transformadora.info/vibracoes-na-industria-evite-a-sindrome-do-dedo-branco/.
HIGIENE DO TRABALHO 60
- A incerteza quanto à aceitabilidade das situações de exposição analisadas.
HIGIENE DO TRABALHO 61
- Nível de ação e limite de exposição adotados, conforme item 5;
HIGIENE DO TRABALHO 62
resultante de exposição normalizada (aren), parâmetro representativo da exposição
diária do trabalhador.
Fonte: http://01db.acoemgroup.com.br/catalogo/VIB-Dosmetro-de-vibraco-1-0-246-produit.
HIGIENE DO TRABALHO 64
legislação adota esse parâmetro como mais um critério de julgamento da exposição,
devendo ser determinado em todos os casos.
Quando a exposição diária for composta por duas ou mais componentes de exposição,
distintas entre si, a avaliação da exposição ocupacional diária poderá ser feita pela
composição dos dados obtidos para cada uma das componentes.
Adicionalmente para VCI deve ainda ser obtido o valor da dose de vibração da
exposição parcial (VDVexpji),
HIGIENE DO TRABALHO 65
valor da dose de vibração (VDVji). O VDVji dever ser determinado pela somatória dos
valores de dose VDVjik, obtidos cada vez que a componente é repetida.
Outra situação ocorre quando a integração do sinal for mantida de forma continuada,
procedimento recomendável para operações intermitentes que alternem rápidas
exposições com rápidas interrupções. Nesse caso, a medição prossegue cobrindo
várias repetições da componente de exposição até que o avaliador, baseado no seu
julgamento e experiência profissional, tenha convicção de que a amostragem é
representativa da exposição, sendo que o resultado amri obtido já corresponde ao
valor do arepi a ser atribuído à componente de exposição em análise.
HIGIENE DO TRABALHO 66
- As situações de exposição ocupacional superior ao nível de ação, independentemente
do uso de equipamentos de proteção individual, implicam obrigatória adoção de
medidas de caráter preventivo.
HIGIENE DO TRABALHO 67
sempre que observar níveis anormais de vibração durante o uso de veículos ou durante
a execução de atividades em plataformas de trabalho.
Cabe destacar que o controle médico dos trabalhadores expostos a vibrações de corpo
inteiro deve envolver exames físicos e a manutenção de um histórico com registros de
exposições anteriores.
HIGIENE DO TRABALHO 68
Cabe ressaltar que as medidas de caráter corretivo mencionadas não excluem outras
medidas que possam ser consideradas necessárias ou recomendáveis em função das
particularidades de cada condição de trabalho.
2.6.1 Conceituação
HIGIENE DO TRABALHO 69
São as seguintes as leis dos gases que regem as respostas do nosso organismo:
- Lei de Dalton – a pressão total exercida por uma mistura de gases é igual a soma
das pressões que cada um dos seus gases componentes da mistura exerceria se
ocupasse sozinho o volume total da mistura;
ppx = P . X %
Sendo:
ppx = Pressão parcial do gás "X"
P = pressão total do gás (absoluta)
X% = porcentagem do gás "X" por volume na mistura
Observações:
- Por exemplo, as pressões parciais do nitrogênio e do oxigênio no ar comprimido a 0
m e a 40 m de profundidade são, respectivamente:
0 m (pressão de 1 ATM) – 0,8 ATM de N2 e 0,2 ATM de O2
HIGIENE DO TRABALHO 70
tem que ser preparada de tal sorte que a pressão parcial de oxigênio não ultrapasse
a 0,5 ou 0,6 bar, exceto sob condições controladas, e temporariamente, como nos
casos de tratamento. Tal mistura contém uma porcentagem baixíssima de oxigênio,
sendo irrespirável na superfície.
Onde:
Pi = pressão do gás inerte
Pio = pressão do gás inerte no tempo zero
k = constante
t = tempo
Observação:
Desse modo, em função da resposta de alguns tecidos, surge a necessidade de se
aumentar ou diminuir a pressão vagarosamente e em estágios que são função da
pressão e do período de exposição a que o trabalhador foi submetido.
HIGIENE DO TRABALHO 71
em variação. Cabe esclarecer que além dos espaços aéreos naturais outros podem ser
criados por equipamentos, como, por exemplo, um capacete ou uma máscara de
mergulho.
HIGIENE DO TRABALHO 72
condições hiperbáricas, sendo tais procedimentos absolutamente necessários no seu
retorno à pressão atmosférica para a preservação da sua integridade física;
- Eclusa de pessoal – câmara pela qual o trabalhador passa do ar livre para a câmara
de trabalho do túnel e vice-versa;
HIGIENE DO TRABALHO 73
- Operador de eclusa ou de campânula – indivíduo previamente treinado nas manobras
de compressão e descompressão das eclusas ou campânulas, responsável pelo
controle da pressão no seu interior;
- Sino aberto – campânula com a parte inferior aberta e provida de estrado, de modo
a abrigar e permitir o transporte de, no mínimo, dois mergulhadores, da superfície ao
local de trabalho, devendo possuir sistema próprio de comunicação, suprimento de
gases de emergência e vigias que permitam a observação de seu exterior;
HIGIENE DO TRABALHO 74
- Técnicas de saturação – procedimentos pelos quais um mergulhador evita repetidas
descompressões para a pressão atmosférica, permanecendo submetido à pressão
ambiente maior que aquela, de tal modo que seu organismo se mantenha saturado
com os gases inertes das misturas respiratórias;
- Túnel pressurizado – escavação, abaixo da superfície do solo, cujo maior eixo faz um
ângulo não superior a 45º com a horizontal, fechado nas duas extremidades, em cujo
interior haja pressão superior a uma atmosfera;
HIGIENE DO TRABALHO 75
Efeitos da pressão positiva (mergulho, tubulão pneumático e recompressão
terapêutica):
HIGIENE DO TRABALHO 76
2.6.4 Trabalhos Sob Ar Comprimido Em Tubulões Pneumáticos e Túneis
Pressurizados
- Todo trabalho sob ar comprimido será executado de acordo com as prescrições dadas
a seguir e quaisquer modificações deverão ser previamente aprovadas pelo órgão
nacional competente em segurança e medicina do trabalho.
- Durante o transcorrer dos trabalhos sob ar comprimido, nenhuma pessoa poderá ser
exposta à pressão superior a 3,4 kgf/cm2, exceto em caso de emergência ou durante
tratamento em câmara de recompressão, sob supervisão direta do médico
responsável.
HIGIENE DO TRABALHO 77
peculiaridades próprias do trabalho, e ser portador de placa de identificação, fornecida
no ato da admissão, após a realização do exame médico.
HIGIENE DO TRABALHO 78
Fonte: http://www.ebanataw.com.br/roberto/fundacoes/fund4.htm.
Deverá estar presente no local, pelo menos, uma pessoa treinada nesse tipo de
trabalho e com autoridade para exigir o cumprimento, por parte dos empregados, de
todas as medidas de segurança preconizadas neste item.
HIGIENE DO TRABALHO 79
- Atingido o valor 0,3 kgf/cm2, a pressão somente poderá ser aumentada após
decorrido intervalo de tempo que permita ao encarregado da turma observar se todas
as pessoas na campânula estão em boas condições;
- A equipe básica para mergulho com “ar comprimido” até a profundidade de 50 metros
e na ausência das condições perigosas deverá ter a constituição especificada a seguir,
desde que esteja prevista apenas descompressão na água: um supervisor; um
mergulhador para a execução do trabalho; um mergulhador de reserva, pronto para
intervir em caso de emergência; e um auxiliar de superfície.
HIGIENE DO TRABALHO 80
- Em águas abrigadas, nas condições anteriores, considerada a natureza do trabalho
e, desde que a profundidade não exceda 12 metros, a equipe básica poderá ser
reduzida de seu auxiliar de superfície.
HIGIENE DO TRABALHO 81
- Por ocasião da admissão;
HIGIENE DO TRABALHO 82
Nas operações de mergulho discriminadas neste subitem deve ser observado o
seguinte:
- Mergulho de intervenção com MRA e apoiado por sino aberto: profundidade máxima
igual a 90 metros;
Nas profundidades de 120 a 130 metros somente poderão ser realizados mergulhos
utilizando-se equipamentos e equipes que permitam a técnica de saturação.
HIGIENE DO TRABALHO 83
Os equipamentos de mergulho utilizados nas operações de mergulho deverão possuir
certificado de aprovação fornecido ou homologado pela Diretoria de Portos e Costas
(DPC).
3. Agentes Biológicos
Conceituação
HIGIENE DO TRABALHO 84
– Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade
elevada de disseminação para a coletividade.
- Direta – como, por exemplo, a que ocorre por bioaerossóis, por gotículas e contato
com a mucosa dos olhos, entre outros.
- Indireta – a que ocorre por intermédio de veículos ou vetores, como, por exemplo, a
aquela que acontece na transmissão por meio de mãos, perfurocortantes, água,
alimentos, superfícies, luvas etc.
HIGIENE DO TRABALHO 85
Fonte: PEIXOTO e FERREIRA, 2012.
Dentre as principais formas de contaminação por via cutânea estão os casos de pele
danificada, mucosas (boca, olhos), lesões por materiais perfurocortantes
contaminados, arranhões e mordidas.
HIGIENE DO TRABALHO 86
– Evitar o contato com o agente: construção de barreiras de confinamento (cabines
de segurança biológica), utilização de barreiras que evitem o contato com a pele e
mucosas, utilização de barreiras que evitem a penetração pelas vias respiratórias.
– Uso de EPI adequado à atividade, tais como: luvas, botas, máscaras faciais etc.
– Higiene pessoal.
3.4 Insalubridade
HIGIENE DO TRABALHO 87
em contato permanente com pacientes, animais ou com material infectocontagiante,
em hospitais, serviços de emergência, enfermaria etc.
4. Agentes Químicos
Em uma primeira analise os agentes químicos são classificados de acordo com o estado
físico, resultando em duas famílias a família dos aerodispersoides, e a família dos gases
e vapores.
HIGIENE DO TRABALHO 88
Cabe salientar que os aerodispersoides podem ainda ser classificados pelo tamanho
em:
a) Sedimentável – entre 10 e 150 μm
b) Visível – menor que 50 μm
c) Inalável – menor que 10 μm
d) Respirável – menor que 5 μm
Com relação ao agrupamento dos gases e vapores cabe aqui ressaltar que são
conceitos diferentes e que devem ser conhecidos a fim de facilitar o reconhecimento
e a avaliação de suas concentrações em um espaço laboral:
Cabe aqui ressaltar que a via respiratória é a via mais importante na medida em que
a grande maioria das intoxicações originadas nas atividades laborais resulta da
aspiração de substâncias dispersas no ar. Tais substâncias podem ser retidas no
sistema respiratório superior, nos pulmões, ou ainda passar para a corrente sanguínea,
atingindo outras áreas do organismo.
HIGIENE DO TRABALHO 89
Adicionalmente, como ações para garantir um ar para a respiração isento de
substâncias agressivas, as normas brasileiras recomendam um teor mínimo de 18%
de oxigênio em volume
A seguir estão listadas as classificações dos agentes químicos a partir dos efeitos sobre
a saúde dos trabalhadores:
a) Aerodispersoides
- Carcinogênicos – causam câncer (amianto).
- Fibrogênicos – produzem nódulos e causar fibroses dos tecidos pulmonares (Sílica e
amianto).
- Irritantes – causam ulcerações e inflamações no trato respiratório (névoas de ácidos
e bases).
- Mutagênicos – causam modificações celulares e alterações genéticas (chumbo,
mercúrio)
- Sistêmicos – afetam o funcionamento de órgãos e sistemas (manganês e cádmio).
b) Gases e vapores
- Anestésicos – agem sobre o sistema nervoso central (éteres e cetonas).
- Asfixiantes simples – atuam substituindo o oxigênio do ar (sem ação bioquímica
HIGIENE DO TRABALHO 90
- Asfixiantes químicos – têm ação bioquímica na célula dificultando a agregação do
oxigênio com a hemoglobina (nitrogênio e monóxido de carbono).
- Carcinogênicos – causam câncer (benzeno).
- Irritantes – causam irritação e ulcerações no trato respiratório (gás sulfídrico).
- Tóxicos – afetam órgãos e sistemas (hidrocarbonetos).
Obs.
A concentração nesse caso é obtida pela seguinte fórmula:
C = m/Va
Onde:
C – concentração;
m – massa da amostra em mg;
Cabe reassaltar que 5 ppm significa que em 1 milhão de litros de ar amostrado, existem
5 litros do agente que se quer avaliar.
HIGIENE DO TRABALHO 92
Endereço;
Telefone/fax/e-mail.
3 – IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS
Perigos e os efeitos adversos para a saúde e meio ambiente.
HIGIENE DO TRABALHO 93
Métodos de recuperação, limpeza e disposição.
7 – MANUSEIO E ARMAZENAMENTO
Medidas técnicas para a prevenção da exposição humana e do meio ambiente;
Embalagem apropriada e imprópria;
Prevenção de incêndio e explosão;
Necessidade de ventilação;
Materiais incompatíveis.
9 – PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
Aspecto, estado físico, forma, cor e odor;
Ponto de fulgor;
Pressão de vapor;
Densidade em água;
Limiar do odor;
Ponto de ignição;
Peso molecular;
Densidade no ar;
Limites de exposição: TLV TWA, STEL;
Ponto de ebulição;
Limites de inflamabilidade: LIE, LSE;
Solubilidade em água;
Incompatibilidades.
HIGIENE DO TRABALHO 94
10 – ESTABILIDADE E REATIVIDADE
Condições específicas que tornam o produto instável ou que possa reagir
perigosamente;
Materiais ou produtos incompatíveis;
Necessidade de inibidores ou de aditivos para evitar reação perigosa;
Produtos que podem ser formado se houver decomposição.
11 – INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS
Efeitos agudos, crônicos, local, sensibilização;
Característica cancerígena, mutagênica, teratogênica;
Produtos que causam efeito aditivo ou sinérgico.
12 – INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS
Mobilidade;
Persistência/degradabilidade;
Bioacumulação;
Impacto ambiental esperado.
15 – REGULAMENTAÇÕES
Riscos e medidas de segurança conforme descrição no rótulo.
HIGIENE DO TRABALHO 95
16 – OUTRAS INFORMAÇÕES
Outras características importantes não citadas nos itens anteriores;
Treinamentos especiais e restrições ao uso do produto;
Bibliografia.
Para uma avaliação adequada, são necessárias, além das informações sobre o
processo de trabalho e caracterização da exposição, as informações sobre os agentes
presentes no ambiente e suas possíveis interações, as medidas de controle existentes,
as condições de manuseio e operação, e as condições ambientais, dentre outras
variáveis. A seguir estão apresentadas as principais ações de planejamento de forma
a garantir bom desempenho na avaliação.
HIGIENE DO TRABALHO 96
4.5.3 Definição do Tipo de Amostragem
Vale salientar que a amostragem contínua pode ainda ser classificada em: amostra
única de período completo; amostras consecutivas de período completo, e Amostras
de período parcial.
Na amostragem completa da jornada com uma única amostra, esta deve ser coletada
de forma continua por pelo mens 70% da jornada.
HIGIENE DO TRABALHO 97
retenção, para reter o agente. Os amostradores passivos se utilizam apenas da difusão
molecular, ou seja, dispensam o emprego de dispositivos de sucção.
Fonte: http://www.fasteronline.com.br/products/bomba-de-amostragem-de-ar-pcxr4-kit-basico-alta-vazao.
HIGIENE DO TRABALHO 99
a) Substituição do produto tóxico (quando possível);
e) Umidificação;
g) Ventilação local exaustora (captação dos poluentes de uma fonte antes que estes
se dispersem no ar do ambiente de trabalho);
h) Ordem e limpeza;
d) Controle médico.
5. Avaliação de Aerodispersoides
5.1 Conceituação
As poeiras inorgânicas que contém sílica cristalina são as de maior interesse para a
Higiene do trabalho. Resultam de materiais existentes em grande quantidade na crosta
terrestre, tais como rochas, minérios e areias.
A sílica apresenta-se geralmente como dióxido de silício (SiO2), nas formas cristalina e
amorfa: sílica amorfa – terra diatomácea, sílica gel, sílica precipitada – e sílica cristalina
– cristobalita, quartzo, tridimita.
A forma cristalina apresenta o maior risco, podendo causar uma grave pneumoconiose
chamada de silicose, que é a enfermidade pulmonar mais conhecida, relacionada com
Avaliações da exposição são realizadas por coleta e mensuração das poeiras presentes
na zona de respiração do trabalhador durante a jornada de trabalho.
5.2.1 ASBESTO
5.2.2 SÍLICA
a) Poeira total
b) Poeira respirável
LT = 8/%SiO2 + 2 (mg/m3)
Observação: A norma define que o quartzo deverá sempre ser entendido como sílica
livre cristalizada.
Obs.: os demais metais na forma de fumos não possuem limites fixados na NR-15,
outros são citados para avaliação qualitativa, no anexo XIII.
C1 + C2 + .... + Cn =1
Onde:
Temos como meio de coleta para fumos metálicos o filtro de éster de celulose de 0,8
μm de porosidade e 37 mm de diâmetro. Os fumos são coletados em particulado total,
isto é, sem o separador de partículas. Em laboratório as amostras são tratadas com
ácido nítrico, a fim de dissolver os metais presentes na amostra, para posterior análise
por espectrofotometria de absorção atômica (uma fonte de energia de radiação para
cada metal).
a) Antes de iniciar a coleta das amostras, deve-se consultar o laboratório que realizará
a análise sobre: os métodos analíticos utilizados, o fornecimento de dispositivos e
filtros para a coleta, prazo de validade dos filtros, acondicionamento e transporte das
amostras, entre outros;
g) Anotar data, horário do início da coleta, código do filtro, número da bomba e demais
dados em um formulário de registro;
l) Guardar o porta-filtro com a face amostrada voltada para cima, em caixa apropriada
para transporte, de maneira a evitar o desprendimento do material coletado;
V= Qm × t
1.000
Sendo:
V = volume de ar amostrado em m3
Qm = vazão média em l/min
t = tempo total de coleta em minutos
C= m
V
Sendo:
C = concentração da amostra em mg/m3
m = massa da amostra em mg
V = volume de ar amostrado em m3
Sendo:
CMPT = concentração média ponderada pelo tempo
Cn = concentração do particulado obtida na amostra n
Tn = tempo de coleta da amostra n
Ttotal = tempo total de coleta = t1 +t2 +...tn
5.7 Aplicações
5.7.1 Exemplo 1:
V= q×t
1.000
- Poeira total:
- tempo de amostragem – 300 min
- vazão da bomba – 2 l/min
- massa da amostra – 4 mg
- percentual de sílica livre cristalizada na amostra – 3%
- Poeira respirável:
- Tempo de amostragem – 300 min
- Vazão da bomba – 1,7 l/min
- Massa da amostra – 1,5 mg
- Percentual de sílica livre cristalizada na amostra – 0,5%
- Cálculos para a poeira total:
V= q×t
1.000
V = 0,6 m³
- Concentração da poeira:
C =P
V
C = 6,6 mg/m³
- Limite de tolerância:
LT = 24 = 24 = 4 (mg/m³)
% quartzo + 3 3+3
V= q×t
1.000
- Concentração da poeira:
C= P
V
C = 1,5 mg
0,51 m3
C = 2,9 mg/m³
- Limite de tolerância:
LT = 3,2 (mg/m³)
- Conclusão – A concentração obtida para a poeira total (6,6 mg/m³) superou o limite
de tolerância calculado (4 mg/m³). A concentração obtida para a poeira respirável (2,9
mg/m³) é inferior ao limite de tolerância calculado (3,2 mg/m³). Esta situação
caracteriza uma exposição insalubre.
Cabe ainda salientar que a ACGIH recomenda a avaliação da poeira respirável quando
na poeira total a sílica livre cristalizada superar 1%. Nessa condição possibilidade de
silicose é significativa. Para a ACGIH as partículas insolúveis ou pouco solúveis na água
possam causar efeitos adversos, mesmo que não causem pneumoconioses, que
tenham menos que 1% de sílica cristalina e não possuam asbesto. Recomenda que as
concentrações sejam inferiores a: 3 mg/m3 para as partículas respiráveis, e 10 mg/m3
para as partículas inaláveis.
6. Gases e Vapores
O processo de amostragem pode ser realizado por coleta de ar total, ou por separação
dos contaminantes gasosos, mediante retenção (adsorção ou absorção) ou por
condensação.
Os instrumentos para amostragem dos agentes químicos podem ser divididos em dois
grupos. No grupo dos amostradores ativos estão todos os dispositivos que succionam
um determinado volume de ar, fazendo-o passar através de um suporte de retenção,
para reter o agente. Os amostradores passivos se utilizam apenas da difusão
molecular, ou seja, dispensam o emprego de dispositivos de sucção.
Fonte: http://www.sklep.ibhp.pl/produkt/gazowy-reczny-zestaw-pomiarowy-accuro-rurki-wskaznikowe-drager.
Fonte: http://www.fasteronline.com.br/products/detector-de-4-gases-lel-o2-co-h2s-com-sensor-lel-infravermelho-
gas-clip
Fonte:http://www.criffer.com.br/produtos/p.asp?id=36&produto=tubo-de-carvao-ativado-50-
100mg#prettyPhoto/0/.
Fonte: http://www.fasteronline.com.br/products/amostrador-passivo-para-vapores-organicos-carvao-ativado-350-
mg-5-un.
Segundo a NR 15, anexo XI, nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores
ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando
forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro 1, a seguir
reproduzido parcialmente. Todos os valores fixados são válidos para absorção apenas
por via respiratória.
Todos os valores fixados como "Asfixiantes Simples" determinam que nos ambientes
de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima de oxigênio
deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume.
Entre cada uma das amostragens deverá haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte)
minutos.
Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deverá
ultrapassar os valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada
situação de risco grave e iminente.
Onde:
L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro 1.
F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro 2.
Fonte: http://www.grupomednet.com.br/medicina-trabalho/ppra-pcmso-ltcat-aso-ppp/norma-regulamentadora-
15-11.html
Para os agentes químicos que tenham "VALOR TETO" assinalado no Quadro 1 (Tabela
de Limites de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de tolerância, quando
qualquer uma das concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores
fixados no mesmo quadro.
ACGIH substituiu o “fator de desvio” pelo Threshold Limit Values – Short Term
Exposure Limit (TLV-STEL) que significa “Limite de Exposição de Curta Duração". O
TLV-STEL é a concentração a que os trabalhadores podem ficar expostos
continuamente por curto período de tempo sem sofrer alterações orgânicas
significativas (irritação, lesão crônica ou irreversível e narcose).
Para os agentes que não possuem “Valor teto” e quando o TLV STEL não está
estabelecido, a ACGIH, a partir de 1999, recomenda como valor máximo de exposição:
6.3 Aplicações
Exemplo 1:
Vm = LT . FD
Vm = 20 . 1,5 = 30
QUADRO 1 QUADRO 2
medição concentração (ppm) medição concentração (ppm)
1 820 1 720
2 860 2 780
3 800 3 700
4 740 4 850
5 700 5 1.000
6 750 6 980
7 800 7 880
8 450 8 800
9 800 9 500
10 300 10 750
(820+860+800+740+ 700+750+800+450+800+300)/10 =
Vm = LT . FD
Fonte: https://www.bergo.com.br/produtos/detalhes/mascara-facial-inteira-sperian-opti-fit-silicone-ca-19376.
Fonte: http://www.americanaepi.com.br/mascaras-e-respiradores.php.
Fonte: http://www.americanaepi.com.br/mascaras-e-respiradores.php
Fonte: http://www.epihaus.com.br/#!blank-5/tuuqo.
- Respirador de ar natural;
Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/protecao-respiratoria/equipamentos-linha-de-ar/mascara-linha-de-ar-
duo-twin
Fonte: http://www.epihaus.com.br/#!blank-5/tuuqo.
a) P1: Indicados contra poeiras vegetais e minerais, e névoas inorgânicas, tais como
névoas de soda cáustica (poeiras de sílica com diâmetro superior a 2 μm);
b) P2: Aerodispersoides descritos na classe P1 e também para fumos metálicos. Podem
ser usados contra pesticidas que não contenham vapores associados;
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/categoria-produto/filtros/filtros-mecanicos/
c) P3: Além das classes P1 e P2 são de uso contra partículas de metais radionuclídeos,
poeira de sílica com diâmetro menor que 2 μm e fibra de asbestos com concentração
superior a 10 fibras/cm3.
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/produto/gma-3/
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/wp-content/uploads/2014/10/GMC-2.jpg
c) Amônia;
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/produto/gmd-3/
7.1 Introdução
B. Radiações Não Ionizantes: as que não possuem energia suficiente para ionizar
os átomos e as moléculas com as quais interagem, sendo as mais conhecidas:
Ao nos referirmos que o núcleo do átomo possui carga elétrica positiva e que
representa a quase totalidade da massa do átomo, enquanto os elétrons são
eletricamente negativos, chegamos a conclusão que se o número de elétrons
periféricos de um átomo for igual ao número de prótons do respectivo núcleo, o
átomo tem carga elétrica total nula e que trata-se de um átomo em estado neutro.
➱ Que os níveis de exposição sejam sempre tão baixos quanto possível em cada
instante e sempre inferiores aos valores-limite fixados por lei.
A título exemplificativo, poderemos dizer que a dose equivalente ao limite anual para
os trabalhadores expostos é de 50 mSv (5 rem), com exceção do globo ocular (150
mSv); Para as pessoas não dosimetradas em geral é recomendado que elas não se
excedam a dose anual de 1 mSv.
1 Sv = 100 rem.
Deverão ainda ser informados mensalmente acerca dos níveis de radiação a que se
encontram sujeitos, bem como do resultado dos exames médicos de vigilância a
saúde a que são submetidos.
Raios-X
Raio-X é a denominação dada à radiação eletromagnética de alta energia que tem
origem na eletrosfera ou no freamento de partículas carregadas no campo
eletromagnético do núcleo atômico ou dos elétrons.
7.2.2 Radioatividade
Assim, em 1896, verificou que sais de urânio emitiam radiações capazes de velar
chapas fotográficas, mesmo quando envoltas em papel preto. Observou ainda, que a
quantidade de radiação emitida era proporcional à concentração de urânio e era
independente das condições de pressão, temperatura ou estado químico da amostra,
além de permanecer inalterada mesmo sob a ação de campos elétricos ou magnéticos.
Ernest Rutherford, em 1899, por meio de uma experiência simples, contribuiu para
elucidar a natureza da radioatividade. Uma amostra do material radioativo foi colocada
dentro de um recipiente de chumbo contendo um orifício. A radiação produzia um
ponto brilhante em uma placa de sulfeto de zinco, colocada diante do orifício.
As partículas alfa são núcleos de hélio, constituídos por dois prótons e dois nêutrons,
tendo duas cargas positivas.
As partículas alfa são emitidas como energias discretas e características do núcleo pai.
A desintegração alfa é característica de núcleos pesados (Z > 82), salvo exceções,
sendo que a maioria dos nuclídeos emissores alfa são naturais.
Desintegração Beta
A desintegração beta tanto pode ser negativa (emissão de elétrons), quando o núcleo
está com excesso de nêutrons, como positiva (emissão de pósitrons), ou seja,
partículas com massa igual à do elétron, mas com carga positiva, quando o núcleo
está com excesso de prótons.
A emissão de partícula β- é diferente das emissões α uma vez que as partículas β- são
emitidas em um espectro contínuo de energia, variando de zero até um valor máximo,
característico do núcleo pai.
Esta energia máxima está na faixa de 0,05 – 3,5 MeV, para os nuclídeos mais comuns.
Como o núcleo possui níveis de energias discretos, a emissão de uma partícula com
espectro contínuo de energia é explicada pela emissão de uma segunda partícula,
nesse caso o antineutrino.
O pósitron possui a mesma massa do elétron e sua carga tem valor absoluto igual à
do elétron, porém com sinal positivo. De maneira análoga às partículas beta negativas,
as partículas beta positivas são emitidas em um espectro contínuo de energia. Nesse
caso, a energia máxima está na faixa de 0,3-1,4 MeV, para os nuclídeos mais comuns.
Após a captura do elétron, este deixará uma vaga no seu nível orbital, que será
preenchida por outro elétron de camadas mais externas, dando origem à emissão de
raios-X (chamados de característicos).
A captura de elétrons orbitais pelo núcleo atômico pode vir acompanhada, algumas
vezes, pela emissão de elétrons atômicos denominados elétrons Auger.
Isso ocorre quando um dos raios-X emitidos colide com um dos elétrons que
permaneceram nos orbitais atômicos e cede energia a esse elétron, deslocando-o de
seu orbital.
Os raios γ são emitidos dos núcleos radioativos com energias bem definidas,
correspondentes à diferença entre os níveis de energia de transição do núcleo que se
desexcita.
A transição pode ocorrer entre dois níveis excitados ou entre um nível excitado e o
nível fundamental. Desse modo, pode haver a emissão de um ou mais raios γ em cada
desintegração.
Por exemplo, o Cobalto-60, após desintegração beta, tem como resultado o segundo
nível de excitação do Níquel-60 que, como consequência, emite dois gamas, um de
1,17 MeV e outro de 1,33 MeV.
A energia dos raios gamas emitidos pelos diferentes nuclídeos está, aproximadamente,
na faixa de 0,03 – 3 MeV.
As partículas mais pesadas são pouco desviadas de sua direção original quando
interagem, perdendo energia.
As partículas beta, por serem menos pesadas, são desviadas com ângulos muito
maiores ao interagirem com o meio.
As perdas de energia resultante de colisões com núcleos resultam ser várias ordens
de grandeza menores que na interação com elétrons.
A = dN/dt
dN/dt = -λN
Assim,
dN/N = -λ . dt
Sendo esta a expressão da Lei da Desintegração Radioativa, que mostra que o número
de átomos de um radionuclídeo diminui exponencialmente com o tempo.
A = A0 exp (-λ . t)
Meia-Vida
A meia-vida de um isótopo radioativo, t1/2, é o tempo necessário para que metade dos
átomos contidos em uma amostra desse isótopo sofra desintegração, ou seja, é o
tempo necessário para que N seja igual a N0/2.
8.1 Introdução
Excitação e/ou produção de íons, ativação nuclear ou, ainda, no caso específico de
nêutrons, à produção de núcleos radioativos.
Sólidos orgânicos, por exemplo, quando sujeitos à excitação eletrônica causada pela
radiação, podem mudar de cor ou emitir luz (cintilação) à medida que a excitação
decai. No entanto, no caso de sólidos como metais ou cerâmicas, o efeito maior da
radiação é a transferência de quantidade de movimento para átomos na estrutura
cristalina, resultando no deslocamento desses átomos que, ao ocupar posições
intersticiais, deixam espaços vazios.
Esses processos podem causar mudanças nas propriedades físicas do sólido, como
alteração de forma ou inchaço graças aos espaços vazios criados.
A indução de cor em gemas, pela exposição destas à radiação ionizante, é uma prova
visível da interação da radiação com a matéria.
Tendo em vista que justamente esses elétrons estão envolvidos nas ligações químicas
de átomos em moléculas, não é de surpreender que o comportamento químico dos
átomos ou das moléculas, ambos alterados pela radiação, seja diferente de seu
comportamento original.
Assim, para que um estudo sobre os efeitos da radiação a baixas doses seja
estatisticamente válido, é preciso observar uma população de milhões de pessoas
expostas a esses níveis baixos de radiação, durante várias gerações, já que os
organismos dispõem de mecanismos de reparo e, mesmo que haja morte celular, as
células podem vir a ser prontamente substituídas por meio de processos metabólicos
normais, “neutralizando”, assim, o efeito em estudo.
Os efeitos das radiações ionizantes sobre os organismos vivos dependem não somente
da dose por eles absorvida, mas, também, da taxa de absorção (aguda ou crônica) e
do tecido atingido.
Assim, por exemplo, os efeitos relacionados com uma determinada dose são muito
menores quando essa dose é fracionada e recebida em pequenas quantidades ao longo
do tempo, uma vez que os mecanismos de reparo das células podem entrar em ação
entre uma dose e outra. Sabe-se, também, que o dano causado a células quando elas
estão em processo de divisão é maior, tornando os respectivos tecidos e órgãos mais
radiossensíveis que outros constituídos por células que pouco ou nunca se dividem, ou
seja, a radiossensibilidade é inversamente proporcional à especificidade da célula.
Não se deve esquecer que o câncer é a principal doença na velhice e que diversas
substâncias a que se pode estar exposto no dia a dia têm sido identificadas como
cancerígenas (arsênio, fuligem de chaminés, alcatrão, asbestos, parafina, alguns
componentes da fumaça de cigarro, toxinas em alimentos etc.), além da radiação
eletromagnética como a ultravioleta e mesmo do calor.
Assim, sob o ponto de vista de proteção radiológica, considera-se, por prudência, que
qualquer dose de radiação está associada a uma probabilidade de ocorrência de efeitos
nocivos à saúde, não importando quão baixa seja essa dose.
A incidência de radiação ionizante densa dará lugar a uma ionização do meio mais
intensa do que a de radiação ionizante esparsa.
Assim, por exemplo, para um valor típico de TLE para um elétron posto em movimento
pela radiação do Co-60, qual seja, 0,25 keV/µm, serão liberados 250 e V de energia
ao longo de uma trajetória de 1 µm de comprimento.
Radiações eletromagnéticas como raios-X e gama, ou, ainda, partículas β, têm uma
probabilidade baixa de interagir com os átomos do meio irradiado e, portanto, liberam
sua energia ao longo de uma trajetória relativamente longa. Por outro lado, partículas
alfa, prótons, ou mesmo nêutrons (ou seja, partículas pesadas) liberam sua energia
ao longo de uma trajetória mais curta, em decorrência da maior probabilidade de
colisão com o meio.
São aquelas radiações que não tem energia suficiente para arrancar elétrons de um
átomo.
Todas as radiações eletromagnéticas têm uma origem comum e são campos elétricos
e magnéticos perpendiculares entre si que se deslocam no espaço com a velocidade
da luz.
➱ Duração da exposição;
➱ Nível de energia.
➱ Proteção dos olhos com óculos ou viseira equipados com filtro adequado em função.
A exposição à radiação infravermelha poderá sempre ocorrer desde que uma superfície
tenha temperatura mais elevada que o receptor, podendo ser utilizada em qualquer
situação em que se queira promover o aquecimento localizado de uma superfície.
8.6.1 LASER
O conceito começou a ter aplicação prática nos anos 70 em várias áreas, desde a
medicina, indústria, passando pelas áreas militar e de comunicações.
➱ Meio emissor ou meio laser: gasoso (p. ex., CO2), sólido (p. ex., cristal de rubi) ou
líquido (p. ex., corantes orgânicos);
A utilização dos lasers pode ter efeitos negativos no organismo humano, notadamente
no globo ocular e na pele, de acordo também com o comprimento de onda da radiação
emitida (de infravermelhos a ultravioletas):
➱ Queimadura da córnea;
➱ Lesão grave da retina (não se pode esquecer que o poderoso feixe de luz do laser
pode ser concentrado por focagem na retina);
➱ Evitar a exposição direta dos olhos em relação ao feixe laser e aos espelhos;
Será ainda necessário outro tipo de precauções uma vez que, aliadas ao processo,
existem outras situações perigosas, a saber:
➱ Riscos elétricos: dado que são sempre necessárias altas voltagens para excitar o
meio emissor, as operações de manutenção deverão ser feitas por pessoal
especializado e sempre com a corrente desligada;
9.1.1 Introdução
O elétron já era conhecido desde o século dezenove como a unidade de carga elétrica,
tendo sua carga negativa o mesmo valor numérico que a do próton, ou seja, 1,6021 .
10-19 C.
O nêutron não possui carga elétrica e tem uma massa aproximadamente igual à do
próton. Assim, o núcleo possui uma carga elétrica positiva cujo tamanho depende do
número de prótons nele contidos.
Como a massa dos elétrons que orbitam em torno do núcleo é muito pequena, é
correto considerar o núcleo como um ponto minúsculo no centro do átomo onde está
concentrada a maior parte de sua massa.
O átomo de um elemento possui uma massa bem definida, cujo valor exato é
determinado em relação à massa de um elemento tomado como padrão.
Em 1961, por um acordo internacional entre físicos e químicos, foi estabelecida uma
escala unificada, tendo sido atribuído o valor exato de 12,000000 para a massa
atômica do carbono-12, Assim, nessa escala, uma unidade de massa atômica é igual
a 1/12 da massa do átomo de carbono-12, ou seja:
O próton possui uma massa de 1,00759 u.m.a., valor muito semelhante à massa do
átomo de hidrogênio, e uma carga positiva igual a 1,6021 . 10-19 C.
O nêutron possui uma massa de 1,00898 u.m.a., valor muito próximo ao da massa do
próton, sendo eletricamente neutro.
9.1.4 Nuclídeo
Chama-se nuclídeo qualquer espécie nuclear (núcleo de um dado átomo) definida por
seu número atômico (Z), número de massa (A) e estado energético. O símbolo
utilizado neste texto para representar os nuclídeo consiste no símbolo químico do
Generalizando:
Normalmente, omite-se o número atômico como subíndice, uma vez que o símbolo
químico é suficiente para identificar o elemento, por exemplo: 57Fe, 4He, 198Au.
9.1.5 Isótopos
Isótopos são nuclídeos que possuem o mesmo número atômico Z, porém massas
atômicas (A) diferentes, isto é, os isótopos têm o mesmo número de prótons, porém
diferente número de nêutrons (N) e, como consequência, diferente número de massa
A. O fato dos isótopos possuírem o mesmo número atômico faz com que se comportem
quimicamente de forma idêntica.
9.1.6 Isóbaros
9.1.7 Isótonos
Exemplo: 30Si
14 e 31P
15
Elemento (X) é uma substância que não pode ser decomposta, por ação química
normal, em substâncias mais simples. A definição de elemento engloba sua mistura
natural de isótopos, uma vez que a maioria dos elementos é formada por vários
isótopos. Por exemplo, o estanho natural é formado pela mistura de dez isótopos.
Em 1909, como parte de sua teoria da relatividade especial, Albert Einstein enunciou
que o conteúdo total de energia E de um sistema de massa m é dado pela relação:
E = mc2
E = 931 ∆m
As partículas que constituem um núcleo estável são mantidas juntas por forças de
atração fortes e, portanto, para separá-las, é necessário realizar trabalho até que elas
se mantenham afastadas por uma grande distância. Ou seja, energia deve ser
fornecida ao núcleo para separá-lo em seus constituintes individuais, de tal forma que
a energia total dos constituintes, quando suficientemente separados é maior do que
aquela que têm quando formam o núcleo.
Verifica-se que a massa real de um núcleo é sempre menor que a soma das massas
dos núcleons que os constituem. Esta diferença de massa, conhecida por defeito de
massa, quando convertida em energia, corresponde à energia de ligação do núcleo
Tomando, por exemplo, o átomo de 4 He, tem-se:
Pode ser observado que a diferença entre o valor da soma das massas dos
constituintes do núcleo e a massa do núcleo é de 0,03040 u.m.a. Como 1 u.m.a. é
equivalente a 931 MeV, temos que a diferença das massas equivale a 28,3 MeV, que
representa a energia de ligação do núcleo do átomo de Hélio.
Os nuclídeos podem ser estáveis ou instáveis. Estáveis são aqueles que preservam sua
identidade de elemento químico indefinidamente. Instáveis são aqueles que podem
sofrer um processo espontâneo de transformação (desintegração) e se converter em
outro nuclídeo. Nesse processo, pode haver a emissão de radiação.
Assim, o nível energético K pode comportar até dois elétrons; o L, oito; o M, 18; o N
e o O comportam o número máximo de 32 elétrons cada. A camada K é a mais próxima
do núcleo e corresponde ao nível energético mais baixo do átomo. Os elétrons em
níveis energéticos mais altos têm probabilidade maior de situarem-se em regiões mais
afastadas do núcleo do átomo. Os elétrons localizados em órbitas próximas do núcleo,
como a órbita K, têm uma certa probabilidade de penetrar a região do núcleo. Isso
possibilita a esses elétrons participar de certos processos nucleares.
Se uma quantidade de energia for fornecida ao átomo de modo que seus elétrons mais
internos sejam removidos para órbitas mais externas ou mesmo arrancados do átomo,
um dos elétrons das camadas mais externas irá ocupar a vaga deixada e, nessa
transição, o átomo emitirá fótons de energia, conhecidos por radiação característica.
Uma vez que o elétron é uma partícula carregada e em movimento, ela cria um campo
magnético e se constitui em pequeno ímã, razão pela qual se orienta em qualquer
campo magnético externo. As diferentes orientações que um elétron pode tomar vêm
definidas pelo terceiro número quântico, o número quântico magnético, cujo valor
também é inteiro, positivo, negativo ou nulo.
Embora fótons não possuam massa, eles possuem campos elétricos e magnéticos que
se movem continuamente sob a forma de ondas senoidais.
v = f .λ
I1/I2 = (d2/d1)2
9.3 Radioatividade
Após o descobrimento dos raios-X por William Röentgen em 1895, o físico francês
Henri Becquerel, associando a existência desses raios até então desconhecidos aos
materiais fosforescentes e fluorescentes, testou uma série de substâncias com essas
características. Assim, em 1896, verificou que sais de urânio emitiam radiações
capazes de velar chapas fotográficas, mesmo quando envoltas em papel preto.
Observou ainda, que a quantidade de radiação emitida era proporcional à
concentração de urânio e era independente das condições de pressão, temperatura ou
estado químico da amostra, além de permanecer inalterada mesmo sob a ação de
campos elétricos ou magnéticos.
Ernest Rutherford, em 1899, por meio de uma experiência simples, contribuiu para
elucidar a natureza da radioatividade. Uma amostra do material radioativo foi colocada
Material Radioativo
Foi observado, também, que a radiação gama (γ) não era desviada de sua trajetória
sob a ação do campo magnético e apresentava as mesmas características dos raios-
X, ou seja, uma onda eletromagnética de alta energia.
As partículas alfa são núcleos de hélio, constituídos por dois prótons e dois nêutrons,
tendo duas cargas positivas.
As partículas alfa são emitidas como energias discretas e características do núcleo pai.
A desintegração alfa é característica de núcleos pesados (Z > 82), salvo exceções,
sendo que a maioria dos nuclídeos emissores alfa são naturais.
A desintegração beta tanto pode ser negativa (emissão de elétrons), quando o núcleo
está com excesso de nêutrons, como positiva (emissão de pósitrons), ou seja,
partículas com massa igual à do elétron, mas com carga positiva, quando o núcleo
está com excesso de prótons, conforme descrito a seguir.
Como o núcleo possui níveis de energias discretos, a emissão de uma partícula com
espectro contínuo de energia é explicada pela emissão de uma segunda partícula,
nesse caso o antineutrino, o qual transporta a diferença de energia existente entre a
energia da partícula beta negativa e a energia disponível, dada pela diferença de massa
entre o núcleo pai e os produtos da desintegração (Q).
A XZ A Y Z-1 + β+ + ν + Q
O pósitron possui a mesma massa do elétron e sua carga tem valor absoluto igual à
do elétron, porém com sinal positivo. De maneira análoga às partículas beta negativas,
as partículas beta positivas são emitidas em um espectro contínuo de energia. Nesse
caso, a energia máxima está na faixa de 0,3-1,4 MeV, para os nuclídeos mais comuns.
Após a captura do elétron, este deixará uma vaga no seu nível orbital, que será
preenchida por outro elétron de camadas mais externas, dando origem à emissão de
raios-X (chamados de característicos).
A captura de elétrons orbitais pelo núcleo atômico pode vir acompanhada, algumas
vezes, pela emissão de elétrons atômicos denominados elétrons Auger. Isso ocorre
quando um dos raios-X emitidos colide com um dos 12 elétrons que permaneceram
nos orbitais atômicos e cede energia a esse elétron, deslocando-o de seu orbital.
Os raios γ são emitidos dos núcleos radioativos com energias bem definidas,
correspondentes à diferença entre os níveis de energia detransição do núcleo que se
desexcita. A transição pode ocorrer entre dois níveis excitados ou entre um nível
excitado e o nível fundamental. Desse modo, pode haver a emissão de um ou mais
raios γ em cada desintegração.
Por exemplo, o Cobalto-60, após desintegração beta, tem como resultado o segundo
nível de excitação do Níquel-60 que, como consequência, emite dois gamas, um de
1,17 MeV e outro de 1,33 MeV.
A energia dos raios gamas emitidos pelos diferentes nuclídeos está, aproximadamente,
na faixa de 0,03-3 MeV.
O conhecimento das propriedades das radiações e de seus efeitos sobre a matéria são
de grande importância, destacando-se:
Isso se justifica pelo fato de o raio do núcleo ser da ordem de 10.000 vezes menor
que o raio do átomo. Assim, é de se esperar que o número de interações com elétrons
seja muito maior que com núcleos, uma vez que o número de interações é proporcional
à área projetada, ou seja, ao raio elevado ao quadrado.
Uma partícula carregada, ao passar através de uma substância (alvo) pode interagir
com elétrons carregados negativamente e núcleos de átomos ou moléculas carregados
positivamente. Graças à força Coulombiana, a partícula, em função de sua carga, tenta
atrair ou repelir os elétrons ou núcleos próximos de sua trajetória, perdendo parte de
sua energia, esta tomada pelos átomos-alvo próximos à sua trajetória.
Massa: Partículas mais leves tem alcance maior que partículas mais pesadas de
mesma energia e carga. A dependência do alcance em relação à massa é, algumas
vezes, expressa como função de velocidade da partícula.
Carga: Uma partícula com menos carga possui alcance maior que uma partícula com
mais carga.
As partículas α, por exemplo, pelo fato de serem pesadas e possuírem carga +2,
interagem muito intensamente com a matéria. Seu poder de ionização é muito alto,
perdendo toda a energia em poucos micrômetros de material sólido ou em alguns
centímetros de ar. Isso significa que o poder de penetração das partículas alfa é muito
pequeno, sendo a espessura de uma folha de papel suficiente para blindar todas as
partículas emitidas por uma fonte alfa.
Já as partículas β, pelo fato de possuírem massa muito menor do que a das partículas
α e, ainda, uma carga menor, também apresentam poder de ionização mais baixo.
Isso significa que seu poder de penetração é maior do que o das partículas α e,
portanto, é necessária uma espessura maior de material para que ocorra a perda de
toda sua energia.
Esse elétron liberado, denominado elétron secundário, pode possuir quase tanta
energia quanto um fóton inicial e, por sua vez, produzir novas ionizações até consumir
toda sua energia. Em outras palavras, pode-se considerar que a ionização da matéria,
quando atravessada por fótons, é consequência de elétrons secundários, já que cada
fóton, em princípio, produz muito pouca ou, às vezes, somente uma ionização.
T = hν – Be
Efeito Comptom, onde o fóton interage com um elétron periférico do átomo, mas cede
apenas parte de sua energia, resultando na emissão de um fóton com energia menor
e que continua sua trajetória dentro do material e em outra direção.
Quando a energia de ligação dos elétrons orbitais se torna desprezível face à energia
do fóton incidente, a probabilidade de ocorrência de espalhamento Compton aumenta
consideravelmente. O efeito Compton é predominante para energias intermediárias
(100keV – 1MeV).
γ e- + e+ + E
Existe, também, no núcleo, uma interação entre prótons, dando origem a forças
elétricas mais 18 fracas, porém com alcance maior. Assim, quando prótons e nêutrons
estão no núcleo, existe competição entre essas duas forças: as forças nucleares de
curto alcance tendem a manter os núcleons bem próximos e a força elétrica tende a
separar os prótons.
A = dN/dt
1 Bq = 1 desintegração/segundo
dN/dt = -λN
Assim,
dN/N = -λ . dt
N = N0 exp (-λ . t)
sendo esta a expressão da Lei da Desintegração Radioativa, que mostra que o número
de átomos de um radionuclídeo diminui exponencialmente com o tempo.
A = A0 exp (-λ . t), uma vez que A = λN e A0 = λN0, ou seja A/A0 = N/N0.
A relação matemática existente entre λ e t1/2 pode ser obtida substituindo se, na
equação anterior, N por N0/2 e t por t1/2.
27 Al 13 + 4 He 2 → 1 n 0 + 30 P 15
A X Z + 1 n 0 → A+1 X Z + radiação γ
A X Z + 1 p 1 → A X Z+1 + 1 n 0
A X Z + 1 p 1 → A – 1 Y Z+1 + 2 . 1 n 0
A X Z + 4 He 2 → A + 3 X Z+2 + 1 n 0
Na condição acima (t 1/2 do pai > t 1/2 do filho) um equilíbrio transiente é estabelecido
entre 99Mo e 99mTc, em um tempo t, quando a razão entre as quantidades desses dois
10.1 Introdução
Sólidos orgânicos, por exemplo, quando sujeitos à excitação eletrônica causada pela
radiação, podem mudar de cor ou emitir luz (cintilação) à medida que a excitação
decai. No entanto, no caso de sólidos como metais ou cerâmicas, o efeito maior da
radiação é a transferência de quantidade de movimento para átomos na estrutura
cristalina, resultando no deslocamento desses átomos que, ao ocupar posições
intersticiais, deixam espaços vazios. Esses processos podem causar mudanças nas
propriedades físicas do sólido, como alteração de forma ou inchaço graças aos espaços
vazios criados. A indução de cor em gemas, pela sua exposição à radiação ionizante,
é uma prova visível da interação da radiação com a matéria.
Assim, para que um estudo sobre os efeitos da radiação a baixas doses seja
estatisticamente válido, é preciso observar uma população de milhões de pessoas
expostas a esses níveis baixos de radiação, durante várias gerações, já que os
organismos dispõem de mecanismos de reparo e, mesmo que haja morte celular, as
células podem vir a ser prontamente substituídas por meio de processos metabólicos
normais, “neutralizando”, assim, o efeito em estudo.
Os efeitos das radiações ionizantes sobre os organismos vivos dependem não somente
da dose por eles absorvida, mas, também, da taxa de absorção (aguda ou crônica) e
do tecido acometido. Assim, por exemplo, os efeitos relacionados com uma
determinada dose são muito menores quando essa dose é fracionada e recebida em
Assim, sob o ponto de vista de proteção radiológica, considera-se, por prudência, que
qualquer dose de radiação está associada a uma probabilidade de ocorrência defeitos
nocivos à saúde, não importando quão baixa seja essa dose.
Quando células em uma cultura são expostas à radiação ionizante, pode ser mostrado,
para a maioria dos efeitos observados, que a quantidade de energia absorvida pela
célula é, claramente, uma variável muito importante.
Radiações eletromagnéticas como raios-X e gama, ou, ainda, partículas β, têm uma
probabilidade baixa de interagir com os átomos do meio irradiado e, portanto, liberam
sua energia ao longo de uma trajetória relativamente longa. Por outro lado, partículas
alfa, prótons, ou mesmo nêutrons (ou seja, partículas pesadas) liberam sua energia
ao longo de uma trajetória mais curta, em decorrência da maior probabilidade de
colisão com o meio.
Assim, para caracterizar essa diferença, o conceito de eficiência biológica relativa, EBR,
foi introduzido, tendo esta eficiência sido definida como sendo a razão entre a dose de
uma radiação de referência, que produz um determinado efeito biológico e a dose da
radiação em estudo, necessária para produzir o mesmo efeito. Normalmente, a
radiação usada como referência em muitas experiências é a radiação X, filtrada
(camada semirredutora de 1,5 mm de Cu), de tensão de 200 kV (pico).
Quando o valor da EBR de uma radiação (p. ex., alfa) é comparado com o de outra
radiação (p. ex., gama) o resultado representa a razão inversa das doses absorvidas
que produzem a mesma extensão de um definido efeito biológico.
Uma vez que a água é o principal componente das células, sendo responsável por
cerca de 70% da composição celular, a maior parte da radiação incidente é por ela
absorvida, dando lugar às seguintes espécies reativas:
A molécula d’água, afetada pela passagem da radiação, é ionizada. O elétron que deixa
a molécula é ‘aprisionado’ por demais moléculas d’água que, graças à sua natureza
polar, posicionam-se de tal modo que os átomos de hidrogênio, carregados
positivamente, ficam mais próximos ao elétron e os átomos de oxigênio mais distantes.
Esse arranjo é denominado elétron hidratado, ε-(aq).
H2O+ → •OH + H+
H2O hν → H2O* → H • + • OH
É possível, ainda, por radiólise da molécula d’água, a formação dos radicais livres
hidrogênio e hidroxila que, sendo altamente reativos – em decorrência da presença,
nas respectivas últimas camadas eletrônicas, de um elétron isolado ou não
emparelhado – interagem quimicamente entre si ou com as moléculas do meio,
modificando-as.
As reações acima irão sempre competir com as reações que levam ao dano das
moléculas biológicas presentes no sistema, conforme abordado a seguir.
Especificidade: os efeitos biológicos das radiações podem ser provocados por outros
agentes físicos, químicos ou biológicos.
Limiar: Certos efeitos exigem, para se manifestar, que a dose de radiação seja
superior a uma dose mínima.
O efeito eritema, por exemplo, é observado para uma dose limiar da ordem de 3,5 Sv
(350 rem).
Assim, para qualquer indivíduo irradiado há uma chance de que certos efeitos
atribuíveis à radiação se manifestem, mas somente depois de um período de tempo
longo (dezenas de anos) a partir do momento que ocorreu evento de irradiação.
A radiação ionizante é um dos muitos agentes que podem induzir mutações genéticas,
sendo que um material genético alterado transmitido pelo pai ou pela mãe é, em
teoria, suficiente para que a anomalia surja no descendente (mutação dominante).
11.1 Introdução
Impulsionado pela Segunda Guerra Mundial, o crescente interesse por energia nuclear
acarretou, na década de 1950, avanços importantes na área de proteção radiológica,
tendo sido adotada a ótica cautelosa segundo a qual toda radiação, por menor que
seja, causa danos.
Em 1956, foi recomendada nova redução para a dose ocupacional, passando esta a 5
rem/ano. Já em 1958, estabeleceu-se que o limite de dose acumulada até a idade N
não poderia exceder o valor 5(N-18), tendo também sido adotado o limite trimestral
de 3 rem.
Atualmente, a tendência mundial tem sido a de adotar limites de dose ainda mais
restritivos, limites esses recomendados pela ICRP em 1990 e que, no Brasil, já foram
adotados pelo Ministério as Saúde para radiodiagnóstico médico e odontológico, por
meio da Portaria 453, de 1o/6/98.
Algumas mudanças conceituais, que vêm ocorrendo ao longo das últimas décadas,
associadas a grandezas empregadas em proteção radiológica serão abordadas aqui.
A = dN/dt
1 Bq = 1 desintegração/segundo
3.2.2 – Fluência, φ
φ = dN/da
Mais tarde, essa definição foi alterada, de maneira a ser relacionada com a massa de
ar, em vez de ao volume (1 cm3 de ar = 0,001293 g), englobando, também, a radiação
gama. Como a unidade posteriormente empregada no Sistema Internacional para
Exposição é o Coulomb/quilograma (C/kg), tem-se que:
X = ∆Q/∆m
Onde ∆Q é a soma das cargas elétricas de todos os íons de mesmo sinal (positivos ou
negativos) produzidos no ar quando todos os elétrons gerados pelos fótons incidentes
em um volume elementar de ar, cuja massa é ∆m, são completamente parados no ar.
X = Γ A/d2 (R/h)
Onde:
Ou seja, 1 R corresponde a
Então,
Para fins de radioproteção, o rad demonstrou ser uma unidade satisfatória para medir
raios-X, raios gama e elétrons, porque o dano biológico causado por esses tipos de
radiação é aproximadamente proporcional à energia depositada.
H=D.Q
O fator de qualidade Q, para fins práticos, apresenta precisão suficiente para converter
o valor medido da energia depositada, D, em dose equivalente, H.
Assim, na prática,
1 rem = 1 rad × Q
13.1 INTRODUÇÃO
N2, 78,03%
O2, 20; 99%
CO2, 0,03%
H2O, 0,47%
Outros gases, 0,49%
Onde:
A energia produzida pelo organismo humano na unidade de tempo pode ser avaliada
em função do consumo de oxigênio respirável absorvido pelo organismo.
Metabolismo Humano
Tomando esses princípios como base, podemos ter uma melhor avaliação dos estudos
e resultados apresentado pela NR 15 Anexo 3, Quadro 3, que apresenta as taxas de
metabolismo humano, segundo a ABNT.
Temperatura
Definido:
Onde:
Tipos de ventilação
a) Ventilação natural.
b) Ventilação geral.
Nesse processo requer utilização de recursos mecânicos para promover maior arraste
do ar do ambiente. Esse tipo de ventilação pode ser geral diluidora o local exaustora
ou simplesmente exaustora e diluidora.
Quando houver restrições de saídas em função da elevada pressão, fato que poderá
inclusive dificultar aberturas de portas e acesso, é fundamental que, especificamente
neste caso, seja utilizado o sistema misto de exaustão simultânea.
Métodos de distribuição do ar
Nesse processo o ar é introduzido pela parte superior do recinto e retirado pela parte
inferior; tem a vantagem de não permitir poeira no recinto, antecipar a mistura
contaminante com o ar ambiente, funciona como fluxo pistão, empurrando o ar para
saídas mais próximas, o que evita curto-circuito, ou turbulência.
- Entrada superior formando jato (fluxo) circulatório em todo recinto com saída (grades
de insuflamento) próxima da entrada.
O processo em que o ar é empurrado para cima pelas laterais do recinto e retirado por
pontos no teto, adotado em ambiente com carga térmica significativa, que com o
aumento de temperatura a ar de menor densidade tende a subir, ótimo para arraste
de calor de insolação de cobertura. As sobre pressão devem ser avaliadas para evitar
dificuldade de aberturas de portas e janelas adotar entorno de 10 N/m² (1 kg/m²).
Distribuição Cruzada
Os pontos de entrada e saída (de insuflamento) ficam em lados opostos situados pela
parte superior do recinto, formando um fluxo dentro do recinto, processo utilizado em
pequenos recintos por sua eficiência.
Distribuição Mista
a) Processos de fabricação de certos produtos que devem ser feitos em recintos com
umidade, temperatura e pureza controladas; por exemplo, fabricação de produtos
farmacêuticos, alimentícios, impressão de cores, industriais têxteis, de solventes etc.
a) Processos de fabricação de certos produtos que devem ser feitos em recintos com
umidade, temperatura e pureza controladas; por exemplo, fabricação de produtos
farmacêuticos, alimentícios, impressão de cores, industriais têxteis, de solventes etc.;
Q – vazão em m³/h
A – área em m²
V – velocidade em m/s
Ω= Q m³/h . (m²)
V 3600 m/s
Temos:
Para tetos
A ventilação local exaustora tem como objetivo principal captar os poluentes de uma
fonte (gases, vapores ou poeiras toxicas) antes que os mesmos se dispersem no ar do
ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador.
A fim de que os poluentes emitidos por uma fonte possam ser tratados em um
equipamento de controle de poluentes (filtros, lavadoras etc.), eles têm de ser
captados e conduzidos a esses equipamentos, e isso, em grande número de casos, é
realizado por esse sistema de ventilação. Veja a ilustração a seguir.
Captores
Tipos de Captores
- Capelas;
- Coifas;
- Fendas;
- Captores de politrizes esmeril;
- Campânulas;
HIGIENE DO TRABALHO 222
- Simples bocas.
Coifas – captores para arraste de gases ou vapores; fogões, forjas, fornos etc.;
Fendas – captores para gases ou vapores emitidos por tanques de banhos, instalados
sobre o tanque com saída de arraste fora de centro pela lateral, a fenda cobre toda
superfície do tanque;
Ventiladores
Já vimos que a vazão varia com a rotação, que a pressão desenvolvida varia com o
quadrado da rotação e que a potência varia com o cubo da rotação. Essas relações,
Capacidade ou vazão?
Pressão estática ou total?
Potência absorvida?
O ventilador será centrífugo ou axial?
Pode ser silencioso, de médio ou alto ruído?
Vai aspirar ar limpo, sujo, com pós, fiapos ou corrosivos?
Sendo corrosivo, quais são os agentes?
Qual a temperatura do ar aspirado?
Qual o diâmetro da peça onde vai ser ligado o ventilador, se for o caso?
Trata-se de instalação de ventilação para fins de conforto ou para fins de
aspiração de poeiras, ou troca de calor, ou de ar condicionado, civil ou
industrial, ou torres de arrefecimento de água, ou de cabine de pintura?
Não sabendo a capacidade, indicar o volume do ambiente, o número de pessoas
presentes, a potência instalada, os quilogramas por hora de óleo queimado etc.
No caso de o ventilador ser centrífugo, indicar a posição da boca de saída,
olhando do lado do motor ou da polia.
Quais são o diâmetro e o comprimento dos dutos onde vai ser ligado o
ventilador?
Quantas curvas tem esse duto?
Esse duto termina na atmosfera ou dentro de uma máquina? Como se chama
essa máquina?
BRASIL. NHO 04. Método de ensaio: Método de coleta e análise de fibras nos locais
de trabalho. Ministério do Trabalho e Emprego: Fundacentro, 2001.