Eixos de Circulação (Not)

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UNIPRÉ  25 

GEOGRAFIA 
 
Capítulo 4: Eixos de Circulação  produtivo estava subordinado ao comércio da Europa, 
daí a organização dos meios de transportes em forma 
Hoje  não  basta  produzir.  É  indispensável  pôr  a  de  uma  "bacia  de  drenagem"  visando  escoar  a 
produção  em  movimento,  pois  agora  é  a  circulação  produção  para  o  mercado  externo.  Essa  mesma  rede 
que  preside  à  produção.  O  espaço  geográfico  é  um  de transportes possibilitava o abastecimento das áreas 
espaço  em  movimento.  O  ir  e  vir  de  informações,  produtivas  com  produtos  manufaturados  e 
produtos, serviços, pessoas e capital necessita de uma  industrializados vindos do exterior. 
rede estruturada formada por vias de transportes e de 
comunicação.  Deste  modo,  analisando  essa  característica  da 
economia  nacional  observamos  a  formação  de  “ilhas 
No período colonial a interiorização se deu seguindo o  econômicas”  no  país.  Os  traçados  das  ferrovias  não 
vale  dos  rios  –  em  especial  na  Amazônia.  A  ligação  possibilitaram criar uma interligação inter‐regional do 
entre  as  diversas  áreas  produtivas  e  áreas  país,  o  pouco  que  se  conseguiu  foi  estabelecer  uma 
consumidoras  se  davam  pelo  uso  do  sistema  ligação intrarregional da região sudeste. 
aquaviário. 
As  redes  de  transporte  são  espelhos  dos  modelos  de 
A expansão da cana‐de‐açúcar dependia da navegação 
organização  da  economia.  As  redes  implantadas  no 
(fluvial  e  costeira)  e  do  transporte  terrestre 
Brasil  no  século  XIX/XX,  refletiam  as  necessidades  do 
(carruagem  e  montaria)  para  interligar  as  zonas 
modelo  agroexportador.  O  trem  foi  o  meio  de 
produtivas  aos  portos  e  estes  permitiam  que  a 
transporte típico desta época. 
produção fosse enviada ao exterior.  
Fonte:  MAGNOLI,  Demétrio  e  ARAÚJO,  Regina  –  Projeto  de  Ensino  de 
No Brasil um fenômeno que se observa é a instalação  Geografia. 
da  produção  econômica  em  uma  região  e 
 
posteriormente  se  instalavam  os  sistemas  de 
transportes. Basta observamos o caso do café.  Ainda  podemos  verificar  que  o  avanço  dos  meios  de 
transportes  segue  a  lógica  do  avanço  tecnológico. 
Mapa Ferroviário de São Paulo 
Após a revolução industrial, o emprego do propulsor a 
vapor e da ferrovia (séc. XIX) e, posteriormente, com a 
popularização do automóvel e dos avanços da aviação 
o  mundo  parecerá  menor  devido  o  aumento  da 
eficiência  dos  meios  de  transportes.  O  espaço  vai 
ganhando  novas  velocidades  e  fluidez  com  o  avanço 
técnico empregado no transporte em geral. 
 
Custos dos transportes 

 
O sistema de transporte instalado formava uma bacia 
de  drenagem  para  a  produção  de  café.  Desse  modo, 
priorizava‐se o aspecto de escoar a produção, ligando 
a zona produtora aos portos e centros consumidores. 
Observamos  que  não  havia  o  objetivo  de  criar  uma 
integração  do espaço,  gerando  uma  ocupação  efetiva 
do  território  de  forma  a  garantir  que  os  centros 
urbanos  e  áreas  produtoras  estivessem  interligados  e   
formasse  um  todo  no  processo  de  ocupação  do   
espaço. 
O transporte não pode encarecer o preço do produto 
Após  a  revolução  industrial  na  Europa  começa  a  de  modo  que  o  produto  perca  a  competitividade  no 
expansão das ferrovias pelo mundo e elas chegam ao  mercado.  Em  nosso  país  sempre  falamos  do  CUSTO 
nosso país na 2ª metade do século XIX (1854 – com o  BRASIL que representa a ineficiência da infraestrutura 
Barão  de  Mauá).  Este  sistema  de  transporte  estava  de  transporte  e  armazenagem  de  nosso  país.  Apesar 
baseado na  ligação  do  interior  (área  de produção)  ao  de conseguirmosgrande produtividade, especialmente 
litoral  (porto  de  exportação)  devido  à  relação  no  meio  rural,  ao  transportarmos  a  produção,  a 
econômica  da  colônia  X  metrópole.  O  espaço  péssima  qualidade  das  estradas,  dos  portos  e 
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armazéns com baixa qualidade e sucateados elevam o 
custo  do  produto  diminuindo  a  competitividade  de 
nossos produtos no mercado externo.  
O  desenvolvimento  do  espaço  produtivo  depende  de 
transportes  eficientes,  modernos  e  baratos.  Quando 
se  observa  uma  infraestrutura  de  melhor  qualidade 
vê‐se  que  há  a  atração  de  novos  investimentos. 
Quando  analisamos  o  espaço  brasileiro  verificamos 
que  temos  grandes  diferenças  na  infraestrutura 
instalada desse modo, o capital fará sempre opção por 
localidades  nas  quais  é  mais  bem  servido  de 
infraestrutura.  É  o  caso  da  região  SE  e  Sul  (região 
concentrada) que atrai as indústrias devido apresentar 
a melhor e maior densidade viária. 
 
Quando  analisamos  a  necessidade  para  o  sistema  de 
logística  e  abastecimento  dos  mercados  verificamos   
que  são  utilizados  todos  os  modais  para  garantir  o  Na  Região  Norte  os  sistemas  ferroviários  são 
acesso  aos  mercados  consumidores.  Assim,  o  modelo  especialmente  especializados  e  voltados  para  o 
ideal de transporte deve interligar todos os modos de  escoamento  da  produção  de  minérios.  A  exemplo  da 
transportes, dando prioridade para:  Estrada  de  Ferro  Amapá  ‐  transporte  de  manganês  e 
 pequenas distâncias – transporte rodoviário  Estrada  de  Ferro  Carajás  ‐  transporte  de  minério  de 
ferro.  As  ferrovias  ligam  a  área  produtiva  aos  portos 
 grandes distâncias – hidroviário e ferroviário  de exportação. 
 cargas rápidas – transporte aéreo.  Na região Sudeste e Sul o sistema ferroviário também 
se  estabelece  como  uma  bacia  de  drenagem,  ligando 
 
áreas produtivas aos portos cumprindo, desse modo, a 
TRANSPORTE FERROVIÁRIO  função de escoamento da produção e a lógica inserção 
do  espaço  na  lógica  da  divisão  internacional  do 
No  ano  de  1854  foi  estabelecida  a  1ª  ferrovia,  pelo 
trabalho  ‐  DIT.  A  Estrada  de  Ferro  Vitória  ‐  Minas  e 
Barão  de  Mauá.  Tinha  15  KM  e  ligava  a  Praia  da 
Estrada  de  Ferro  Central  do  Brasil,  especializadas  no 
Estrela,  na  Baía  da  Guanabara,  à  raiz  da  serra  de 
transporte  de  ferro,  fazem  ligação  com  o  porto  de 
Petrópolis  –  RJ.  Foi  um  marco  histórico  para  o  nosso 
Sepetiba,  que  foi  criado  para  atender  o  complexo 
país. 
industrial de Santa Cruz (RJ). 
A  expansão  das  ferrovias  coincide  com  o  avanço  da 
O  modelo  de  desenvolvimento  do  Brasil  baseou‐se,  a 
produção cafeeira que iniciou no RJ e vai na direção de 
partir  de  1930,  no  modelo  rodoviário.  Desse  modo, 
SP  via  Vale  do  Paraíba  e  posteriormente  se  expande 
houve  pouco  investimento  em  novas  ferrovias.  O 
para o oeste paulista. 
abandono  e  a  falta  de  manutenção  tornaram  alguns 
O  período  de  maior  expansão  ferroviária  situou‐se  trechos  inoperantes  ou  com  custo  operacional 
entre  1870  e  1920,  coincidindo  com  a  fase  áurea  da  elevado.  A  desativação  de  ramais  antieconômicos  fez 
cafeicultura.  com que a rede ferroviária sofresse um recuo no país.  
Após 1930, com a crise do café, o ritmo de expansão  Dificuldades  encontradas  para  realizar  a  expansão  da 
das  ferrovias  diminuiu.  De  1920  a  1960  construíram  rede ferroviária no país: 
menos de 10000 km e ainda, desde a época do café, as 
ferrovias  concentravam‐se  nos  estados  da  região   condições do relevo, solo; 
Sudeste.  Na  região  Nordeste  do  país  os  desenhos  da   custo de instalação; 
distribuição  das  ferrovias  eram  mais  ou  menos 
retilíneos ligando interior ‐ litoral. Algumas ferrovias se   menor flexibilidade; 
complementam com trechos que unem as cidades de   requer terminal de cargas. 
função  política,  econômica  e  portuárias  mais 
importantes.  Assim verificamos que como a construção se deu para 
atender  às  necessidades  do  modelo  agrário 
exportador,  as  ferrovias  estavam  direcionadas  no 
sentido  interior  –  litoral  para  escoar  a  produção 
agrícola e que as ferrovias não serviram para integrar 
as diversas regiões do país. 

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Destacamos também outros fatores que contribuíram  Carvão: 
para a decadência das ferrovias 
 Estrada de Ferro D Tereza Cristina 
a) diferenças das bitolas dificultam a integração das 
ferrovias; 
b) desde  a  década  de  1930,  quando  a  economia 
começava  a  se  transformar  de  agroexportadora 
em predominantemente industrial, alterando com 
isso  os  tipos  de  cargas,  as  ferrovias  não  foram 
estruturadas para atender com a mesma rapidez e 
eficiência a essa nova realidade do país; 
c) os  elevados  custos  da  implantação 
desestimulando o investimento privado; 
d) elevados  déficits  operacionais,  material  rodante 
obsoleto, administração ineficiente e morosidade 
no transporte. 
O  Estado  esteve  sempre  atuante  no  sistema  de 
transportes do país, com maior ênfase após a década 
de  1930,  devido  a  intervenção  do  governo  na   
economia  com  forte  atuação  como  empresário  no   
setor  produtivo  e  ainda  hoje  como  indutor  da 
Ferrovias como instrumento de Geopolítica 
economia. Assim verificamos que o sistema ferroviário 
foi  dominado  pelo  setor  público,  com  a  criação  da  As  ferrovias,  além  de  seu  papel  de  transporte  e  de 
RFFSA  –  Rede  Ferroviária  Federal  SA  (1957)  e  da  integração  regional,  cumprem  importante  função 
FEPASA  –  Ferrovias  Paulista  SA  (1971).  Após  longo  geopolítica,  aumentado  o  fluxo  de  mercadorias  e 
período  de  intervenção  e  controle  do  Estado  a  lógica  ampliando as relações com países vizinhos.  
da  economia  globalizada  exigiu  uma  nova  postura  do 
Há  um  caso  interessante  a  se  comentar:  a  malha 
Estado  que  iniciou,  na  década  de  1990,  uma  fase  de 
ferroviária  soviética  tinha  bitola  diferente  da  malha 
privatização.  Desde  1996,  grande  parte  da  malha 
ferroviária  europeia  com  medida  de  segurança  para 
ferroviária  foi  repassada  por  concessão  à  iniciativa 
ambas  partes.  A  diferença  na  bitola  impedia  que  um 
privada,  principalmente  aquelas  relacionadas  com  o 
dos lados tivesse a possibilidade de invadir o território 
transporte de cargas. 
com facilidade. 
A  falta  de  planejamento  que  levasse  ao 
desenvolvimento  de  um  modelo  multimodal  de   
transportes permitiu a especialização das ferrovias no  TRANSPORTE RODOVIÁRIO 
Brasil. Veja algumas ferrovias e suas especializações. 
Por  meio  do  transporte  rodoviário  trafega  cerca  de 
Minério:  70%  da  carga  transportada  no  Brasil.  Há  um 
 Estrada de Ferro Carajás  predomínio  excessivo  do  transporte  individual,  pois  a 
maior  parcela  dos  veículos  que  formam  a  frota 
 Estrada de Ferro Vitória‐Minas  nacional  (70%)  é  automóvel  de  passeio.  As  rodovias 
 Estrada de Ferro Amapá  acabam  se  transformando,  assim,  numa  necessidade 
para  a  viabilização  da  produção  industrial  ligada  à 
 Estrada de Ferro Trombetas  indústria automobilística e a outros setores industriais. 
 Ferrovia do Aço.  A  malha  rodoviária  cobre  praticamente  todo  o  Brasil, 
  porém  é  mais  densa  nas  regiões  Sudeste  e  Sul,  pela 
maior  intensidade  do  fluxo  de  produtos  e  pessoas. 
  Pouco mais de 10% das rodovias são pavimentadas e, 
mesmo assim, em condições precárias de uso (em 72% 
  dos  Estados  são  consideradas,  oficialmente,  péssimas 
  ou deficitárias). 

   

   
 
 
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O projeto de integração territorial passa também pela 
construção de Brasília que possibilitou a interiorização 
com  base  nas  rodovias.  Nos  anos  40,  sob  o  comando 
de  Getúlio,  havia  um  plano  de  interligar  o  país  com 
base  no  transporte  ferroviário.  Contudo,  a  fase 
seguinte  da  industrialização  do  país,  com  forte 
dependência  da  indústria  automobilística,  que  ainda 
representa  um  importante  setor  da  economia 
nacional,  os  planos  de  integração  pela  ferrovia  foi 
substituído pela integração rodoviária. 
 
(1) Incluindo os de passeio e comercial, ônibus, caminhão.  Entre os grandes projetos rodoviários objetivam: 
Excluindo veículos de duas rodas: moto e triciclo. 
 ocupar  os  vazios  demográficos  (áreas  de  baixa 
(2) Índice calculado com base na estimativa 
populacional IBGE 1998. 
densidade demográfica); 
   transferir  excedentes  populacionais  (ligas 
camponesas NE, flagelados das secas); 
O  histórico  das  rodovias  remonta  à  necessidade  de 
unir  áreas  de  agricultura  e  pecuária  aos  centros  de   facilitar a ocupação e a pesquisa mineral; 
consumo  do  país.  Assim,  em  1926,  com  a  construção 
 integração  do  Centro‐Sul  à  Amazônia  – 
da 1ª via moderna de transporte rodoviário (Governo 
(Perimetral Norte, Transamazônica); 
de Washington Luís) entre RJ – SP (via Dutra) iniciava‐
se  o  processo  de  rodoviação  do  Brasil.  Esta  via  era  a   Integrar  o  transporte  fluvial  da  Bacia  Amazônica 
única  pavimentada  até  1940.  Com  o  lema  que  com o modal rodoviário. 
“Governar  é  construir  estradas”,  o  governo 
Mesmo  com  os  grandes  projetos  desenvolvidos  na 
reconhecia  a  importância  das  rodovias  para  criar  um 
Amazônia  como:  de  extração  mineral,  projetos 
mercado nacional. 
agropecuários  e  construção  de  eixos  rodoviários,  as 
Em  1937,  com  a  criação  do  DNER,  a  organização  e  a  rodovias ainda continuaram concentradas no Sudeste. 
expansão  do  setor  rodoviário  tornou‐se  política  de 
As crises do petróleo (1973 e 1979) contribuíram para 
Estado. Assim, na década de 1950 – impulsionado pela 
mostrar  a  ineficiência  dos  grandes  projetos 
indústria  ‐  o  transporte  rodoviário  transformou‐se  no 
rodoviários, devido à dependência do país a uma fonte 
principal  meio  de  locomoção  do  país.  Atendia  o 
de  energia  que  não  éramos  autossuficientes  ‐  o 
interesse  da  indústria  automobilística  e  das  grandes 
petróleo.  
companhias  de  petróleo  mundial,  o  Brasil  passava  a 
produzir  e  consumir  carros,  porém  não  produzia   
petróleo. O modelo de transporte adotado colocava o 
Nomenclatura das rodovias federais 
país  em  situação  de  dependência  em  relação  ao 
petróleo e derivados importados.  A nomenclatura das rodovias é definida pela sigla BR, 
que significa que a rodovia é federal, seguida por três 
Nos dias atuais as rodovias cumprem a função de unir 
algarismos. 
áreas  de  agricultura  e  pecuária  modernas  às 
agroindústrias,  aos  centros  de  consumo nacional  e  às   Rodovias  radiais–  partem  de  Brasília  e  têm 
vias  de  exportação,  logística  que  no  Sudeste  é  bem  numeração de 001 a 100 (Ex Exemplo: BR‐040.); 
mais  avançada.  No  Norte  e  NE  o  governo  federal  é  o 
principal  agente  na  construção  e  administração  das 
rodovias.  
 
A integração regional 
A  rodovia  conseguiu  realizar  a  integração  regional  do 
país.  
O  Nordeste  e  o  Sul  foram  conectados  através  da  BR 
116  e,  depois  da  BR  101.  Os  eixos  principais  da 
conquista  da  Amazônia  foram  a  BR  153  (Belém‐
Brasília) e a BR 364 que parte do Mato Grosso e abre 
caminho rumo a Rondônia e ao Acre. 
 

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   Rodovias de ligação ‐ Estas rodovias apresentam‐
se  em  qualquer  direção,  geralmente  ligando 
 Rodovias  longitudinais–  seguem  sentido  norte‐
rodovias  federais,  ou  pelo  menos  uma  rodovia 
sul,  a  numeração  aumenta  de  leste  para  oeste  e 
federal a cidades ou pontos importantes ou ainda 
varia de 101 a 200 (Ex BR‐101, BR‐153, BR‐174.); 
a nossas fronteiras internacionais. (Ex BR‐401 (Boa 
Vista/RR  –  Fronteira  BRA/GUI), BR‐407  (Piripiri/PI 
–  BR‐116/PI  e  Anagé/PI),  BR‐470  (Navegantes/SC 
– Camaquã/RS)). 
 
Algumas rodovias que merecem destaque: 
 BR  364  –  integra  o  projeto  para  a  saída  para  o 
pacífico  possibilitando  integrar  a  região  Norte  e 
Centro‐Oeste com o mercado do Pacífico. Integra 
a  área  de  produção  de  soja  do  MT  o  Porto  de 
Porto  Velho  e  deste  com  a  hidrovia  do  Madeira 
(Porto Velho – RO a Itacoatiara – AM) 
   BR 174 – Manaus – Boa Vista – integra Manaus – 
 Rodovias transversais– seguem no sentido Leste‐ Caracas.  Saída  para  os  produtos  da  Zona  Franca 
Oeste  e  a  numeração  de  201  a  300  (Ex  BR‐230,  de Manaus. 
BR‐262, BR‐290.);   BR 230 – Transamazônica ‐ Liga o NE à Amazônia 
–  sem  funcionamento  em  grande  partehuva 
(Projeto de Integração Nacional – PIN). 
 BR 163 – Trecho Cuiabá – Santarém – trechos sem 
funcionamento  em  período  de  chuva  (Projeto  de 
Integração Nacional – PIN). 
 BR 101 e BR 116 – atravessam as principais áreas 
econômicas do país. 
 BR  277  –  saída  ao  Atlântico  por  rodovia  para  o 
Paraguai, até o porto de Paranaguá. 
 BR  262  –  saída  ao  Atlântico  por  rodovia  para  a 
Bolívia (via porto de Vitória). Já tem uma saída por 
ferrovia  (noroeste  do  Brasil)  que  liga  La  Paz  ao 
  porto de Santos. 
 Rodovias  diagonais–Cortam  as  anteriores  em   
diagonal  e  variam  de  301  a  400  (Ex  BR‐304,  BR‐ TRANSPORTE URBANO 
324, BR‐364.), aumentando para sul. 
Em  todas  as  cidades  brasileiras,  em  especial  nas 
grandes  cidades,  verifica‐se  um  péssimo  serviço  de 
transporte  público  de  passageiros.  Há  um 
descompasso entre a demanda e a oferta o que eleva 
a oferta de transporte informal ou clandestino.  
A  principal  escolha  que  o  usuário  faz  é  realizar  os 
trajetos  utilizando‐se  de  transporte  particular,  tendo 
como efeito a falta de estacionamentos e ocasionando 
grandes engarrafamentos. 
Atualmente  61,8%  do  transporte  de  cargas  e  90%do 
de passageiros, no Brasil, é feito em rodovias,contudo, 
a opção pelo transporte rodoviário fez comque o custo 
do transporte de cargas no Brasil sejamuito caro, pelo 
alto  preço  do  petróleo  que  o  Brasiltem  de  importar, 
  elevando  o  custo  das  mercadoriasque  chegam  ao 
consumidor.  Além  disso,  as  estradasencontram‐se 
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atualmente  em  um  estado  de  grandeprecariedade,  conseguidas.  É  um  dos  principais  “gargalos”  das 
pelo  alto  custo  de  sua  manutenção  epela  falta  de  exportações brasileiras. 
capacidade de investimentos por partedo Estado. Um 
 
estudo  feito  pelo  ministério  dos  transportesconcluiu 
que  aproximadamente  46,4%  dasestradas  federais  Portos mais movimentados do Brasil. 
estão em mau estado de uso, 35,4%em estado regular 
Comércio 
e apenas 18,2% em bom estado.  Núm. de estados 
Posição  Porto  Internacional (em 
servidos 
Dentro  deste  contexto  há  a  privatização  de  partedo  US$ milhões) 
sistema  de  estradas  de  rodagem.  As  empresasque 
1  Santos / SP  26  65.380,03 
compram  a  concessão  para  administrar  as 
estradasdevem  fazer  as  melhorias  necessárias,  2  Vitória / ES  22  17.087,30 
comoampliação  e  manutenção,  podendo  cobrar 
3  Paranaguá / PR  23  16.553,17 
pedágiospelo serviço. 
O gráfico abaixo mostra os percentuais de cada modal  4  Rio Grande / RS  21  13.265,23 

no país:  5  Rio de Janeiro / RJ  22  12.183,12 

6  Itajaí / SC  22  7.884,11 

7  São Sebastião / SP  7  7.059,61 

8  São Luís / MA  10  6.799,67 

9  Aratu / BA  8  5.586,75 

São Francisco do 
10  23  5.534,28 
Sul / SC 

* Dados de 2007. Fonte: IPEA 

A  viabilidade  econômica  das  hidrovias,  como  os 


demais  meios  de  transporte,  depende  da 
intermodalidade, isto é, da integração completa entre 
as  áreas  de  produção  e  as  vendas  e  as  áreas  de 
consumo ou compras, os corredores de exportação. 
O  desinteresse  do  país  para  manter  o  sistema 
hidroviário  em  funcionamento  foi  demonstrada  pelo 
processo  que  passou  a  Loyd  Brasileira  –  empresa  de 
navegação brasileira – que foi a falência na década de 
1980 por falta de investimentos. 
 
  Mesmos  que  não  haja  grande  interesse  do  setor 
público  em  desenvolver  esse  modal,  na  região 
TRANSPORTE HIDROVIÁRIO  amazônica  o  transporte  hidroviário  é  a  base  para  a 
É o mais econômico de todos os meios de transporte,  interligação  com  o  país.  A  maior  parte  de  sua 
sendo  dividido  em  transporte  marítimo,  fluvial  e  população  e  dos  produtos  que  entram  e  saem  da 
lacustre.  região  são  transportados  por  via  fluvial.  Apesar  de 
apresentar  uma  boa  densidade  de  linhas  aéreas 
No Brasil, o transporte de longo curso, voltado para as  regionais  os  vínculos  aéreos  permanecem  restritos  a 
exportações/importações,  é  o  mais  importante.  O  de  uma pequena camada da sociedade. 
cabotagem, o transporte marítimo ao longo do litoral, 
isto  é,  entre  os  portos  brasileiros,  é  pequeno  e  está   
sendo  reativado.  Ex.:  cargas  do  Rio  Grande  do  Sul  São hidrovias importantes para o país na atualidade: 
destinadas  ao  Rio  Grande  do  Norte  ou  a  Belém  são 
transportadas, ainda, por caminhões.   Hidrovia do Rio Madeira 

Com  a  ampliação  do  comércio  externo,  o  reflexo  no  A  hidrovia  do  Rio  Madeira  é  localizada  no  corredor 
transporte  marítimo  é  imediato,  exigindo  a  solução  norte especializado no transporte de soja. Atualmente 
dos  problemas  do  sucateamento  dos  portos  transporta  cerca  de  2  toneladas/ano.  O  rio  tem  este 
brasileiros, na maioria privatizados e com altos custos  nome porque, no período de chuvas, seu nível sobe e 
operacionais,  mesmo  com  a  diminuição  das  taxas  já  inunda  as  margens  levando  troncos  e  restos  de 
madeira das árvores.  
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GEOGRAFIA 
 
 Hidrovia Paraguai‐Paraná  passageiros  da  planície  amazônica  é  feito  por  essa 
hidrovia. 
A  Hidrovia  Paraguai‐Paraná  é  uma  hidrovia  que 
envolve os cinco países do Rio da Prata: Bolívia, Brasil,   Hidrovia Tietê‐Paraná 
Paraguai, Uruguai e Argentina. 
A  Hidrovia  Tietê  ‐  Paraná  é  uma  via  de  navegação 
A hidrovia começa no município de Cáceres, no Mato  situada entre as regiões sul, sudeste e centro‐oeste do 
Grosso,  e  atravessa  1.300  km  até  Nueva  Palmira,  no  Brasil, que permite a navegação e consequentemente 
Uruguai,  e  passa  pelas  cidades  de  Corumbá  e  o transporte de cargas e de passageiros ao longo dos 
Assunção.  Sua  intenção  era  permitir  o  tráfego  de  rios  Paraná  e Tietê.  Um  sistema  de  eclusas  viabiliza  a 
barcaças  24  horas  por  dia,  7  dias  por  semana  e  365  passagem  pelos  desníveis  das  muitas  represas 
dias  do  ano.  Pela  região  passam  enormes  comboios  existentes nos dois rios. 
que  percorrem  suas  águas,  transportando  soja,  trigo, 
É  uma  via  muito  importante  para  o  escoamento  da 
minérios,  combustíveis  e  madeira.  Mas  as  curvas  são 
produção agrícola dos Estados do Mato Grosso, Mato 
muitas e bem acentuadas. No tempo da seca, bancos 
Grosso do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins e 
de areia surgem do nada, como icebergs, dificultando 
Minas  Gerais.  A  hidrovia  movimentou  2  milhões  de 
a navegação. 
toneladas  de  carga  no  ano  de  2001.  Possui  12 
 Hidrovia Tocantins ‐ Araguaia  terminais portuários, distribuídos em uma área de 76 
milhões  de  hectares.  A  entrada  em  operação  desta 
A Hidrovia do Tocantins‐Araguaia é a principal hidrovia 
hidrovia  impulsionou  a  implantação  de  23  polos 
e  um  dos  principais  troncos  viários  do  corredor 
industriais,  17  polos  turísticos  e  12  polos  de 
Centro‐Norte  brasileiro.  Ela  se  sustenta 
distribuição. Gerou aproximadamente 4 mil empregos 
principalmente  pela  navegação  nos  rios  Tocantins  e 
diretos. 
Araguaia,  não  sendo,  porém  navegável  em  todos  os 
seus afluentes devido à limitação da calha dos rios e a  Somente a hidrovia do Paraná movimentou em 2010, 
corredeiras  em  todo  o  seu  percurso.  É  uma  hidrovia  mais de 3,7 milhões de toneladas de cargas. 
que  transporta  cargas  por  uma  região  de  planalto  no 
A  partir  de  1993  o  governo  decretou  o  fim  do 
sentido norte‐sul. 
monopólio  estatal  sobre  o  setor  hidroviário  e  iniciou 
 Hidrovia do São Francisco  uma nova fase com a privatização de alguns portos no 
país. Já em 1995 a navegação de cabotagem deixa de 
Equivalente  à  distância  entre  Brasília  e  Salvador,  a 
ser monopólio estatal, abrindo espaço para a iniciativa 
Hidrovia  do  São  Francisco  é,  sem  dúvida,  a  mais 
privada. 
econômica  forma  de  ligação  entre  o  Centro‐Sul  e  o 
Nordeste. Há muito tempo o Rio São Francisco ocupa  Devido  às  características  climáticas  e  geográficas  de 
lugar  de  destaque  no  transporte  aquático  nacional,  nosso  país  temos  diversos  rios  que  apresentam 
recebendo  até  mesmo  a  denominação  de  Rio  da  potencial  de  navegação.  Os  rios  tiveram  um  papel 
Integração Nacional durante o Regime Militar.  importante  na  ocupação  do  território  brasileiro. 
Através do Tietê, Amazonas e São Francisco, efetuou‐
O  rio  São  Francisco  é  navegável  em  1.371  km,  entre 
se  a  ocupação  de  vastas  porções  do  território. 
Pirapora e Juazeiro / Petrolina, para a profundidade de 
Atualmente  é  o  sistema  de  menor  participação  no 
projeto  de  1,5  m,  quando  da  ocorrência  do  período 
transporte  de  mercadorias.  A  navegação  fluvial  vê‐se 
crítico  de  estiagem  (agosto  a  novembro).  Sem  saída 
prejudicada pelo fato de a maior parte dos rios serem 
para  o  Atlântico,  em  função  principalmente  das 
de planalto e os rios de planície situarem‐se afastados 
barragens das hidrelétricas de Paulo Afonso e Xingó, o 
das  áreas  mais  desenvolvidas.  O  aproveitamento 
rio  São  Francisco  tem  seu  aproveitamento  integrado 
desses rios para a navegação depende da construção 
ao sistema rodoferroviário da região. 
de  canais,  eclusas  entre  outras  obras  de  engenharia, 
 Hidrovia Solimões‐Amazonas  assim  o  governo  não  consegue  estabelecer  um  plano 
de  ação  viável  financeiramente  que  possa  atrair 
A  Hidrovia  do  Solimões‐Amazonas  é  a  principal 
investidores  para  o  setor.  Tecnicamente  já  foi 
hidrovia  e  de  fato  o  principal  tronco  viário  da  região 
demonstrado  que  com  investimentos  em  obras 
norte‐brasileira.  Ela  se  sustenta  principalmente  pela 
específicas é possível melhor aproveitar o potencial de 
navegação  no  rio  Solimões/Amazonas,  mas  é 
navegação  dos  rios  brasileiros,  em  especial  os  de 
navegável  em  praticamente  todos  os  seus  afluentes 
planalto,  como  é  caso  já  estabelecido  na  hidrovia  do 
devido  à  relativa  profundidade  da  calha  dos  rios  e  a 
Tietê  que  tem  a  eclusa  da  Barra  Bonita  no  Tietê,  de 
inexistência de corredeiras na planície amazônica. 
Jupiá no Paraná, além de outras projetadas. 
Nesta  hidrovia  é  transportado  além  de  passageiros, 
 
praticamente  todo  o  transporte  cargas  que  são 
direcionados  aos  grandes  centros  regionais  ‐  Belém  e   
Manaus.  Em  quase  sua  totalidade  o  transporte  de 
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GEOGRAFIA 
 
As bacias de maior importância para a navegação  A  precariedade  do  setor  constitui‐se  num  dos  pontos 
são:  de estrangulamento da nossa economia. Vários são os 
problemas que dificultam o desenvolvimento do setor 
a) Bacia  Amazônica  ‐  possui  percurso  navegável  de 
de transporte marítimo, entre os quais: 
22.446 km, entre o rio Amazonas e seus afluentes. 
A  navegação  do  rio  Amazonas  é   embarcações velhas;  
internacionalizada  até  o  Porto  de  Manaus,  desde 
 deficiência das instalações portuárias; 
1867,  controlada  pela  Enasa  ‐  Empresa  de 
Navegação da Amazônia S.A. Os principais portos   problemas tarifários; 
são Belém e Manaus. 
 desorganização administrativa; 
b) Bacia do Prata ‐ compreende a navegação feita no 
rio  Paraguai,  rio  Paraná  e  em  alguns  afluentes,   portos  mal  estruturados  para  receber  grandes 
controlada pelo serviço de navegação da Bacia do  embarcações. 
Prata  (oficial). Cumpre  destacar  que  o transporte  O  setor  de  transporte  marítimo  conta  com  dois 
fluvial do rio Paraguai é um dos mais importantes  importantes órgãos: 
do  Brasil,  pelo  valor  da  carga  que  por  ele  é 
transportada:  minérios  (ferro  e  manganês   a  Sunamam  ‐  Superintendência  Nacional  da 
provenientes  do  Maciço  do  Urucum),  gado,  Marinha  Mercante,  que  tem  como  objetivo 
madeira,  arroz,  cimento,  trigo  e  derivados  de  reorganizar o setor; 
petróleo  para  importação.  Seus  principais  portos   o  Geicon  ‐  Grupo  Executivo  da  Indústria  da 
no  Brasil  são:  Corumbá  e  Ladário.  O  rio  Paraná  Construção Naval, que cuida do Planejamento, da 
tem  seu  trecho  navegável  no  Brasil  no  seu  alto  execução e renovação das embarcações. 
curso,  na  divisa  de  São  Paulo  e  Mato  Grosso  do 
Sul,  1.500  km.  Transporta  trigo,  soja,  gado  e  Em  parte,  os  problemas  estão  sendo  resolvidos  pelo 
madeira  e  seus  portos  principais  são:  Presidente  Fundo  Portuário  Nacional.  A  ampliação  de  estaleiros, 
Epitácio, Panorama e Guaíra.  por  meio  da  política  da  Sunamam  deverá  solucionar 
grande  parte  dos  problemas  referentes  às 
c) Bacia do São Francisco ‐ constituída por este rio,  embarcações,  esperando‐se,  num  futuro  próximo,  a 
desde  Juazeiro  (Bahia)  até  Pirapora  (Minas  renovação quase total da frota. 
Gerais),  e  alguns  afluentes.  A  navegação  é 
controlada  pela  Codevasf.  A  articulação  do  São   
Francisco  ao  litoral  é  feita  pela  Estrada  de  Ferro   Canal do Panamá 
Central do Brasil, de Pirapora ao Rio de Janeiro e 
pela  Viação  Férrea  Leste  Brasileiro,  de  Juazeiro  a  O  Canal  do  Panamá  é  um  imenso  canal  construído 
Salvador. A navegação é facilitada pela Barragem  pelos  americanos  com  o  intuito  de  ligar  o  Oceano 
de Três Marias e Eclusa de Sobradinho.  Atlântico ao Oceano Pacífico. 

  Com  o  sucesso  da  construção  do  Canal  de  Suez, 


ligando  o  Mar  Mediterrâneo  ao  Golfo  de  Suez,  era  a 
Outras bacias exploradas para a navegação:  vez de facilitar a vida dos ianques que tinham de viajar 
 De importância restrita, destacam‐se os rios Jacuí  até  as  gélidas  águas  do  Estreito  de  Magalhães  no 
(RS) e o Rio Doce (MG).  extremo  sul  da  América  para  viajar  da  costa  leste  à 
costa  oeste  numa  travessia  arriscada,  cara  e  longa: 
 O  rio  Tietê  tem  seu  trecho  navegável  a  partir  de  eram mais de 15 mil quilômetros a percorrer. 
Barra Bonita. 
Convicto  de  que  a  construção  do  canal  seria  algo 
  importante  para  os  americanos,  Theodore  Rosevelt, 
presidente  dos  EUA  de  1901  a  1909,  ofereceu  40 
Navegação marítima 
milhões de dólares ao engenheiro que trabalhara com 
Pela  posição  que  o  Brasil  ocupa no  Oceano  Atlântico,  Lesseps  e  que  havia  fundado  a  Compagnie  Nouvelle 
com um perímetro costeiro de 7.400 km e possuindo a  Du Canal de Panama encarregada de vender o espólio 
economia voltada para o litoral, era de se esperar que  da  falida  empresa  de  Ferdinand,  pelo  direito  de 
a  nossa  Marinha  Mercante  fosse  muito  desenvolvida.  continuar a construção. 
Porém,  isso  não  acontece.  Possuímos  376 
embarcações,  com  mais  de  100  toneladas,  que  Assim, o canal foi construído a partir de 1904 e, mais 
deslocam  144.000  toneladas.  A  partir  dos  anos  2000  dez anos depois foi inaugurado. O saldo da construção 
iniciou uma nova fase de investimentos no setor com  de uma das maiores obras de engenharia americana, o 
a retomada da indústria naval.   canal possui 80 km de extensão, foram mais de 5 mil 
mortos por malária e febre amarela a um custo de 360 
milhões de dólares. 

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GEOGRAFIA 
 
Atualmente,  o  Canal  do  Panamá  é  a  principal  via  de  possuem  uma  rede  otimizada  de  transportes,  com 
navegação  entre  os  dois  oceanos  por  onde  passam  destaque  para  os  modais  ferroviário  e  hidroviário, 
cerca  de  12  mil  navios  por  ano  de  todos  os  tipos.  O  assegurando  grande  fluidez  na  movimentação  de 
canal funciona através de um sistema de eclusaspara  cargas  e  pessoas.  A  bacia  do  Reno‐Ruhr  é  a  principal 
compensar a diferença de altitude entre o Atlântico e  via de escoamento de produtos industriais e matérias‐
o  Pacífico  e entre  estes  e  o  Lago  Gatun que  fica bem  primas  da  Alemanha  em  direção,  principalmente,  ao 
no meio do canal e é o ponto de maior altitude.  Porto de Roterdã, na Holanda. 
 Canal de Suez  O  porto  de  Roterdã  é  simplesmente  o  maior  porto 
marítimo  da  Europa.  Naturalmente,  fica  na  cidade  de 
O Canal de Suez se estende desde a cidade de Suez, no 
Roterdã  (Holanda),  nos  Países  Baixos.  Entre  1962  e 
Egito, às margens do Mar vermelho, até Porto Said, às 
2002,  este  porto  foi  o  porto  mais  ativo  do  mundo. 
margens  do  Mar  Mediterrâneo,  possui  163  km  de 
Atualmente,  está  ultrapassado  pelos  portos  de 
extensão – o maior canal do mundo (sendo que desta 
Singapura e de Xangai.  
extensão, 50 km foram escavados em pleno deserto). 
Para  ser  construído,  precisou‐se  da  força  de  mais  de  O porto de Roterdã funciona como importante ponto 
1,5  milhões  de  egípcios  e  120.000  deles  morreram  de trânsito para o transporte de granéis e também de 
durante este período em razão da cólera.  outras  mercadorias,  entre  o  continente  europeu  e 
outras  partes  do  mundo.  A  partir  de  Roterdã,  as 
A  construção  durou  10  anos  (1859  a  1869)  e  foi 
mercadorias  são  transportadas  por  navio,  barcaça 
financiada pela França e pelo Egito. Mais tarde o Egito 
fluvial,  ferroviária  ou  rodoviária.  Desde  2000,  existe 
vendeu  sua  parte  do  canal  ao  Reino  Unido  devido  à 
um  rápido  ferroviário  de  carga  para  ligação  entre 
dívida externa que contraíra e a Inglaterra tornou‐se a 
Roterdã  e  a  Alemanha  está  em  construção.  A  parte 
principal acionista, o que lhe garantia sua rota para as 
ferroviária  holandesa  foi  inaugurada  ainda  em  2007. 
Índias. 
As  grandes  refinarias  de  petróleo  estão  localizadas  a 
Sendo  uma  das  vias  marítimas  mais  importantes  do  oeste da cidade. 
mundo, pois liga o Ocidente ao Oriente, tem um fluxo 
 
de  14%  dos  produtos  que  movem  a  economia  do 
mundo (anualmente mais de 15 mil navios passam por  CORREDOR DE EXPORTAÇÃO 
ele,  com  carga  total  de  300  a  400  milhões  de 
Corredor  de  exportação  é  o  conjunto  de  rotas  que 
toneladas!).  De  incalculável  valor  estratégico,  o  Egito 
compõem  a  saída  do  produto  desde  o  centro  de 
retirou dele em 2007 uma receita (pedágio) superior a 
distribuição/armazenagem/estoque até o seu destino, 
quatro mil milhões de dólares! 
ligando  áreas  ou  localidades,  entre  os  quais  ocorre 
Para  o  mundo,  um  dos  fatores  de  importância  deste  demanda  por  transporte  para  viabilizar  fluxo  de 
canal  é  a  logística:  por  ele  há  a  possibilidade  de  se  mercadoria  de  densidade  em  termos  nacionais. 
chegar  até  a  Ásia,  saindo  da  Europa,  sem  precisar  Envolve uma estrutura multimodal com investimentos 
contornar a África, pelo Cabo da Boa Esperança (o que  em estradas, ferrovias, hidrovias, portos e armazéns.  
era  feito  antes  de  sua  construção).  Para  se  ter  uma 
Foram  estabelecidos  os  seguintes  corredores  de 
noção, o trajeto de Londres (Inglaterra) até Mumbaim 
exportação: 
(Índia)  é  encurtado  em  45%.  Além  disso,  por  estar 
perto do Golfo Pérsico, é através dele que se transfere   Corredor  de  exportação  do  Rio  Grande  ‐  esse 
combustível  daquele  local  para  a  Europa,  corredor destina‐se a estimular as exportações de 
correspondendo a 26% das importações de petróleo.  sua  área  de  influência,  compostos 
predominantemente de produtos manufaturados, 
Atualmente existe um túnel rodoviário que passa por 
como calçados e artigos de couro. 
baixo  do  Canal  de  Suez.  Ao  entrar  neste  túnel,  os 
veículos  descem  até  70  metros  abaixo  do  nível  do   Corredor  de  exportação  de  Paranaguá‐  podem, 
canal.  se  relacionar  como  principais  produtos  de 
 
exportação  nesse  corredor,  o  café,  o  algodão,  a 
 Porto de Roterdã  soja, o milho, e, potencialmente, o sorgo, a carne, 
a  madeira.  As  rodovias  componentes  desse 
A eliminação dos entraves ao comércio e à circulação  corredor formam um feixe convergente na cidade 
entre  diferentes  países  que  compõem  a  União  de Curitiba, de onde parte a estrada de acesso ao 
Europeia  tem  incrementado  o  volume  do  transporte  porto de Paranaguá. 
de  baixo,  médio  e  longo  cursos  de  mercadorias  e 
passageiros.  Tal  fato  está  em  plena  ascensão  com  a   Corredor  de  exportação  de  Santos‐  a  área  de 
entrada  de  vários  países  do  leste  europeu  na  União  influência do Porto de Santos compreende todo o 
Europeia,  aumentando  o  mercado  consumidor  intra‐ Estado de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e 
bloco.  Países  como  a  Alemanha,  França  e  Holanda  Minas  Gerais.  Entre  os  produtos  primários  de 

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exportação,  pelo  volume,  destacam‐se:  café,  São Sebastião (SP)  Petróleo 
milho, algodão e carne. Também muito variada é  São Francisco do Sul (SC)  Madeira 
a  pauta  de  exportação  de  produtos 
manufaturados.  Imbituba ou Henrique Lages 
Carvão mineral 
(SC) 
 Corredor  de  exportação  de  Vitória‐Tubarão‐  a  Itajaí (SC)  Pescado 
área de influência desse corredor é formada pelos 
Estados  do  Espírito  Santo,  de  Minas  Gerais  e  do   
Rio  de  Janeiro.  Esse  corredor  contempla  o  TRANSPORTE AÉREO 
Quadrilátero  Ferrífero,  bem  como  as  áreas  com 
potenciais  para  a  exportação  de  madeira,  carne,  O  transporte  aéreo  tem  crescido  nos  últimos  anos, 
cereais, além de outros produtos manufaturados.  aumentando o número de passageiros transportados e 
multiplicando  os  destinos  nacionais.  A  aviação  teve 
início  em  1927  com  a  criação  da  Viação  Aérea  Rio‐
Grandense  (Varig)  com  a  linha  Porto  Alegre  a  Rio 
Grande. 
 
Evolução do Transporte Aéreo de Passageiros 
Ano  1945  1975  1986  1995  2010 

Quant de  245.6 6.512.6 15.508.8 18.039.7 65.900.0


passageir 72  49  50  79  00 
os 

 
O  transporte  aéreo  é  o  segundo  maior  responsável 
  pelo transporte de passageiros. 
Corredores de Na Amazônia, em  virtude do  menor desenvolvimento 
Corredores de Exportação  Principais produtos escoados 
de  estradas  e  ferrovias,  das  grandes  distâncias  e  da 
Rio Grande (RS) 
Soja, arroz (mercado interno),  natureza  de  seu  isolamento,  é  o  avião  que  permite 
carnes, calçados, óleos vegetais  boa  parte  dos  intercâmbios,  e  ali  a  aviação  regional 
Café, soja, milho  (mercado  ganha  relevo.  Mas  essa  importância,  numa  região  de 
Paranaguá (PR) 
interno), algodão, madeira  baixas  densidades  demográficas,  é  dada  muito  mais 
Café, minérios, carnes, 
pelo  número  de  pontos  interligados  do  que  pela 
Santos (SP)  espessura  dos  fluxos.  Por  isso,  se  a  quantidade  de 
manufaturados 
passageiros  embarcados  em  voos  regionais  está  em 
Rio de Janeiro (RJ)  Manufaturados, café 
torno de  10% do  SE,  o número  de cidades vinculadas 
Vitória‐Tubarão (ES)  Minérios, café, madeira  (sem  considerar  as  capitais  nem  Tocantins)  é  de  42 
Recife (PE)  Açúcar  contra 52 da região SE, no ano de 1995. 
 

Castanha, madeira,  borracha, 
Belém (PA)  minérios, pimenta‐do‐reino, 
DUTOS 
carnes 
 Bom  meio  de  transporte  de  gás  natural  e 
Itaqui (MA)  Minérios  petróleo.  O  Gasoduto  Bolívia‐Brasil  opera 
desde 1999 (liga Santa Cruz de la Sierra até a 
 
Região Sul do Brasil). 
Outros  portos  menores  são  chamados  de 
 Vantagens:  ajuda  na  diversificação  de  uma 
especializados,  em  função  de  se  dedicarem 
matriz  energética,  diminuindo  o  consumo  de 
basicamenteao  escoamento  de  um  determinado 
petróleo, carvão e eletricidade. Como energia 
produto. 
é  um  fator  essencial  para  a  economia,  são 
Portos Especializados  Produtos  construídos para cobrir quaisquer distâncias. 
Areia Branca (RN)  Sal   Os  dutoviários  são  utilizados  quando  há  a 
Maceió (AL)  Açúcar  garantia  ou  a  previsão  de  um  fluxo  contínuo 
de  gás  ou  petróleo.  Exigem  grande 
Malhado (Ilhéus‐BA)  Cacau 
planejamento e investimento. Só se pagam a 
Sepetiba (RJ)  Minérios (ferro e carvão)  longo prazo. 

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[email protected]  Preparatório para Concursos Militares 
  ESFCEX‐ESPCEx‐EsSA‐CHQAO‐AFA‐EPCAr‐EEAER‐EFOMM‐CN‐EM‐Outros 
(21) 4101‐1013 
UNIPRÉ  35 
GEOGRAFIA 
 
 Na  16ª  posição  no  ranking  mundial,  o  Brasil  TRANSPORTE FERROVIÁRIO 
tem  apenas  22  mil  km  de  dutovias  em  ‐ menor custo de seguro;  
‐ grande capacidade de carga;  
operação.  Fica  atrás  da  União  Europeia  (800  Vantagens: 
‐ baixo consumo energético;  
mil)  e  de  outros  países  com  menor  extensão  ‐ baixo custo de frete. 
territorial  como  México  (40  mil),  Argentina  Desvantagens: 
‐ menor flexibilidade de trajeto;  
(38  mil)  e  Austrália  (32  mil).  A  maioria  dos  ‐ menor agilidade na manipulação de cargas  
‐Produtos Siderúrgicos;  
mais  de  400  dutos  existentes  no  Brasil  são  ‐Grãos;  
utilizados  para  transporte  de  petróleo  e  ‐Minério de Ferro;  
derivados. O primeiro sistema foi instalado na  Cargas típicas: 
‐Cimento e Cal;  
Bahia,  no  início  da  década  de  40,  e  ligava  a  ‐Adubos e Fertilizantes;  
 
‐Derivados de Petróleo;  
Refinaria  Experimental  de  Aratu  até  o  Porto  ‐Calcário;  
de  Santa  Luzia.  Diferente  de  todos  os  outros  ‐Carvão Mineral; 
modais,  são  os  produtos  que  se  deslocam,  ‐Contêineres.  
por  pressão  nos  tubos  ou  por  arraste,  e  o  TRANSPORTE RODOVIÁRIO 
meio de transporte continua fixo.  ‐ possibilidade de entrega porta‐a‐porta; 
‐ agilidade e flexibilidade na manipulação das 
  cargas (ideal para indústrias que trabalham 
com o just‐in‐time); 
Vantagens: 
RESUMO  ‐ maior frequência e disponibilidade das vias 
de acesso;  
  ‐ facilidade na substituição de veículos (no caso 
Os  meios  de  transporte  são  vitais  para  o  de quebra); 
‐ maior custo operacional; 
funcionamento  do  mundo  moderno.  Para  determinar 
‐ menor capacidade de cargas; 
a  sua  eficiência,  devem  ser  considerados  vários  ‐ desgaste permanente da infraestrutura.  
Desvantagens: 
aspectos:  tecnologia  e  capitais  disponíveis,  tipo  de  Ou seja, esse sistema não é competitivo para 
carga,  condições  naturais,  custo  de  implantação  e  longas distâncias e sim para médias e ideal pra 
curtas. 
manutenção,  consumo  energético,  capacidade  e 
TRANSPORTE HIDROVIÁRIO 
volume  de  transporte,  relação  custo‐benefício,  ‐ elevada capacidade de transporte, através de 
impacto ambiental e segurança.  rebocadores e empurradores;  
‐ fretes mais baratos do que nos outros 
No  Brasil,  a  extensa  área,  a  disponibilidade  hídrica,  a  Vantagens: 
modais;  
longa  faixa  litorânea  e  os  relevos  pouco  acidentados  ‐ custos variáveis bem mais baixos;  
não  impediram  a  adoção  de  uma  política  de  ‐ disponibilidade ilimitada. 
transportes apoiada nas rodovias.  ‐ baixa velocidade;  
‐ capacidade de transporte variável em função 
Embora o sistema rodoviário, seja oneroso (três vezes  do nível das águas;  
mais do que o ferroviário e nove vezes mais do que o  Desvantagens:  ‐ rotas fixas;  
‐ necessidade de altos investimentos na 
fluvial,  além  de  consumir  90%  do  diesel  utilizado  em  regularização de leitos de alguns trechos de 
transportes  no  país),  responde  por  cerca  de  60%  da  rios. 
carga  que  circula  no  território.  Como  objetivou  a  TRANSPORTE AÉREO 
integração  inter‐regional,  seu  desenvolvimento  ‐ velocidade;  
‐ eficiência;  
prejudicou  a  melhoria  e  a  expansão  dos  transportes 
‐ confiabilidade;  
ferroviário e hidroviário.  Vantagens:  ‐ a frequência dos voos permite altos giros de 
estoque;  
As  ferrovias  transportam  20%  da  carga  (minério  de  ‐ manuseios altamente mecanizados;  
ferro  e  granéis)  e  já  apresentam  expansão  em  sua  ‐ atingem regiões inacessíveis a outros modais.  
malha. Para que haja uma rede de hidrovias eficiente  ‐ menor capacidade em peso e em volume de 
(dada  a  rica  e  extensa  hidrografia),  são  necessárias  cargas;  
Desvantagens:  ‐ não atende aos granéis;  
barragens e eclusas, além de a cabotagem precisar ser  ‐ custo de capital e frete muito elevados;  
reformulada dos navios aos portos.  ‐ fortes restrições às cargas perigosas.  
Na  realidade,  o  transporte  multimodal  é  a  melhor   
opção  para  o  Brasil,  pois  a  associação  de  vários   
sistemas  de  transporte  e  a  criação  de  terminais 
rodoviários,  ferroviários  e  hidroviários  reduziriam  os   
fretes, aumentariam a competitividade dos produtos e   
permitiriam uma maior integração territorial. 
 
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u6595.shtml 

 
 
   
 

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