Eletricidade 2

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Como ela é produzida – Corrente elétrica – Força eletromotriz

Podemos afirmar que se uma determinada energia é aplicada a um elétron, este


se desloca de sua órbita e assim, produz-se a eletricidade.

Mas de que forma, ou seja, que tipo de energia deve ser aplicado a um elétron
para que isso ocorra?

Basicamente existem seis processos:

1- atrito; 2- calor; 3- luz; 4- magnetismo; 5- pressão e 6- reação química.

1 – ATRITO: É um método descoberto pelos antigos gregos, onde uma carga elétrica
pode ser produzida pelo atrito entre dois materiais.

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É o que denominamos eletricidade estática, pois, a transferência de elétrons é
feita de um material para outro.

É o caso que ocorre quando penteamos o cabelo. Devido ao atrito entre o pente
e o cabelo, ocorre o desiquilíbrio eletrostático ficando então, o pente eletrizado.

Mas, durante o atrito entre dois materiais, quem perde ou quem ganha elétrons?

Para entender como funciona, observe a figura a seguir, que mostra a série
triboelétrica ou árvore triboelétrica.

Essa série ordena os materiais que se eletrizam por atrito quanto à tendência
que possuem de perder elétrons, ou seja, quanto à facilidade de ficarem carregados
positivamente.

Assim, se eletrizarmos um material mostrado na parte de cima da série com um


material mostrado na parte de baixo, o material de cima ficará eletrizado
positivamente e o material de baixo ficará eletrizado negativamente.

A figura a seguir mostra o resultado do atrito entre um pedaço de pele de gato e


um bastão de borracha dura.

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Pela árvore triboelétrica, verifica-se que o pelo perde elétrons para o bastão.

Como consequência a pele ficará positiva e o bastão negativo. Isto significa dizer
que ambos ficarão eletrizados.

Como isso ocorre?

Segundo a teoria é que existem na superfície de um material muitos, átomos


que não podem se combinar com os outros, da mesma forma que isso ocorre no
interior do mesmo material.

Os átomos da superfície, portanto, possuem alguns elétrons livres e por esse


motivo, muitos materiais isolantes como o vidro e a borracha, podem produzir as
cargas de eletricidade estática.

Dessa forma durante o atrito, uma energia térmica é aplicada aos átomos da
superfície, para libertar os elétrons.

Esse efeito é conhecido como triboelétrico.

2 – CALOR: Existem alguns materiais que tem facilidade de perder elétrons, o que
em última análise, podemos dizer que esses materiais tem a facilidade de doar
elétrons.

Da mesma forma, existem outros materiais que tem a facilidade de receber


elétrons.

Quando juntamos dois materiais diferentes, como por exemplo, o cobre e o


zinco, a energia térmica do ambiente é suficiente para libertar alguns elétrons.

A figura a seguir mostra a junção de um bastão de cobre com um bastão de


zinco.

A energia térmica aplicada a esse conjunto, faz com que o cobre liberte elétrons
para o zinco.

Devido a estrutura atômica do cobre, este tem a facilidade de perder elétrons,


em outras palavras, o cobre possui muitos elétrons livres.

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Como as cargas produzidas pela temperatura ambiente são muito pequenas,
quando se aplica calor diretamente a junção dos dois materiais a quantidade de
elétrons libertados é bem maior.

Essa forma de gerar eletricidade é conhecida por termoeletricidade.

Podemos deduzir então que a quantidade de cargas produzidas é diretamente


proporcional a quantidade de calor. Obviamente, quando a fonte de calor é eliminada,
as cargas desaparecem.

O tipo de junção mostrado na figura acima se denomina par termoelétrico. Um


conjunto de pares termoelétricos formam uma termopilha.

3 – LUZ: Segundo alguns cientistas, a luz é definida como uma energia constituída de
pequenas partículas denominadas fótons.

Alguns materiais tem a propriedade de liberar energia e consequentemente


liberar elétrons livres quando são atingidos por um feixe de luz (fótons).

Materiais como o potássio, lítio, selênio, germânio, cádmio e sulfeto de chumbo


reagem desse modo quando são atingidos por um feixe de luz.

Ocorre então o efeito fotoelétrico, que pode ser classificado de três maneiras:

FOTOEMISSÃO: A energia dos fótons em um feixe de luz provoca a liberação de


elétrons em uma superfície no interior de um tubo a vácuo. Esses elétrons são então
coletados por uma placa.

FOTOVOLTAICO: A energia luminosa ao incidir sobre duas placas justapostas faz com
que os elétrons sejam liberados de uma placa para outra, criando entre as mesmas
cargas opostas.

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FOTOCONDUÇÃO: A energia luminosa aplicada sobre alguns materiais, normalmente
maus condutores, provoca o surgimento de elétrons livres, fazendo com que esses
materiais se tornem melhores condutores.

4 – MAGNETISMO: Quem nunca brincou com ímãs? Provavelmente você já brincou


com eles e deve ter observado que os mesmos tem entre eles a capacidade de
repulsão ou de atração, dependendo de como estiverem com seus polos orientados.

Isto significa que os ímãs produzem campos de força que se interagem, podendo
ocorrer atração ou repulsão.

Pois bem, a força de um campo magnético pode ser utilizada para movimentar
elétrons através de um material, principalmente em se tratando do cobre. Esse é o
efeito conhecido como eletromagnetismo ou magneto eletricidade.

Como o cobre é um bom condutor a força do campo magnético consegue liberar


uma quantidade significativa de elétrons livres, cuja direção depende da maneira como
o condutor se movimenta dentro do campo magnético.

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A figura ilustra o movimento de um condutor de cobre através do campo
magnético do ímã, no entanto, o mesmo efeito será obtido se o condutor permanecer
fixo e o ímã se movimentar.

O que importa na realidade é o movimento interativo entre eles, ou seja, tanto


faz se o condutor se movimentar ou se o ímã se movimentar.

5 – PRESSÃO: Alguns materiais ao sofrerem uma pressão liberam elétrons livres dos
seus átomos, proporcionando nos extremos do material um acúmulo de cargas
positivas ou negativas. Ao cessar a pressão o material entra em equilíbrio em relação
as suas cargas.

Os materiais com essas propriedades são denominados cristais piezelétricos1, e o


desequilíbrio entre as cargas devido a pressão é conhecido como efeito piezelétrico 2,
daí então a origem da palavra piezeletricidade.

O efeito piezelétrico é entendido como a interação eletromecânica linear entre a


força mecânica e o estado elétrico (forças de Coulomb) em materiais cristalinos
(cerâmicos, polímeros).

Observa-se na figura acima que o cristal ao ser submetido a uma pressão gera
uma tensão nas extremidades de duas placas metálicas, efeito esse muito utilizado na
fabricação de balanças digitais.

A figura acima mostra outra aplicação bastante comum do efeito piezelétrico:


microfone de carvão e cápsula fonocaptora.
1
A palavra piezo vem do grego e significa pressão.
2
Alguns autores usam o termo piezoelétrico, que vem a ser a mesma coisa.
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No microfone de carvão quando os grânulos de carvão são submetidos a uma
pressão (onda sonora da voz), os mesmos sofrem uma vibração, gerando pequenas
tensões que posteriormente são amplificadas.

Na cápsula fonocaptora, quando uma agulha percorre os sulcos irregulares de


um disco de vinil, esse percurso provoca vibrações que são convertidas em pequenas
tensões e posteriormente amplificadas.

6 – ELETROQUÍMICA: A eletroquímica é a produção da eletricidade através da


reação química.

Alguns metais, como o cobre e zinco, por exemplo, quando imersos em uma
solução química, sofrem uma reação que libera cargas elétricas com polaridades
opostas.

O exemplo mais elementar é a pilha úmida, composta por uma solução de ácido
sulfúrico e água, que recebe o nome de eletrólito.

O eletrólito se divide em hidrogênio (H) e sulfato SO4. Devido a natureza da


reação química, os átomos de hidrogênio são íons positivos (H+) e os átomos do sulfato
são íons negativos (SO4-2). Como o número de cargas positivas é igual ao número de
cargas negativas, a solução é neutra.

Ao introduzir as barras de cobre (Cu) e zinco (Zn) na solução ocorre uma


reação:

1. O zinco se combina com os átomos de sulfato; como esses átomos são negativos, os
íons positivos Zn+ são desprendidos da barra de zinco;

2. Em virtude disso a barra de zinco fica com excesso de elétrons provocado pela saída
dos íons Zn+, tornando assim, a barra negativa;

3. Os íons de zinco se combinam com os íons do sulfato neutralizando-os, fazendo com


que a solução fique com excesso de cargas positivas;

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4. Os íons positivos do hidrogênio (H+) atraem os elétrons livres da barra de cobre,
neutralizando novamente a solução.

5. Isto provoca então falta de elétrons na barra de cobre, tornando-a positiva.

Uma pilha comum do tipo seca, para uso geral, utiliza uma pasta eletrolítica ao invés
de uma solução líquida.

Tanto a pilha úmida como a seca abordadas neste assunto, são pilhas primárias.

Existem dois tipos de pilhas: as pilhas primárias e as pilhas secundárias.


As Primárias (não recarregáveis) são aquelas em que o produto químico não
pode voltar à sua forma original uma vez esgotado, por ter convertido a energia
química em elétrica.
As Secundárias (recarregáveis) são aquelas em que a transformação da energia
química em elétrica é reversível, podendo ser recarregadas e utilizadas várias vezes.
Estas pilhas também se denominam como acumuladores.

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CORRENTE ELÉTRICA
Até agora abordamos a eletricidade como sendo cargas elétricas produzidas
pela ação de vários fatores externos. Em suma, tratamos das cargas elétricas em
repouso o que chamamos de eletricidade estática, ou em outras palavras, cargas
elétricas em repouso.

Cargas elétricas estáticas não produzem nenhum tipo de trabalho, logo não
tem nenhuma função útil. Para que a energia elétrica produza algum tipo de trabalho
é preciso que essas cargas se movimentem.

O movimento dessas cargas gera então a corrente elétrica, que nada mais é do
que o movimento de uma grande quantidade de elétrons livres em um fio (por
exemplo: cobre) num mesmo sentido.

Os elétrons possuem energia que pode produzir vários efeitos, no entanto eles
se movimentam em várias direções, podendo ter seus efeitos anulados.

Porém se considerarmos os elétrons se movendo em uma mesma direção os


efeitos se somam, formando um fluxo de corrente e a energia liberada poderá
produzir um trabalho.

Portanto, a capacidade de realização de um trabalho é diretamente


proporcional ao fluxo da corrente de elétrons, em outras palavras, corrente elétrica.

O que são elétrons livres?

Consideremos o cobre (Cu) que na tabela periódica tem suas 4 órbitas assim
distribuídas:
2 – 8 – 18 – 1
Isto significa que a última órbita possui apenas 1 elétron, que é considerado
elétron livre.

Os elétrons livres de um fio de cobre mudam de órbita ao acaso. Todos os


átomos compartilham seus elétrons externos e se mantém ligados, formando uma
ligação metálica.

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O elétron da última órbita de um átomo é chamado de elétron de valência. No
caso do cobre, sua valência é 1, portanto, com fraca ligação com seu núcleo tendo
então, a tendência de não se manter em sua órbita.

A figura acima mostra que os átomos são mantidos juntos e suas órbitas se
entrelaçam, ou seja, constantemente os elétrons de valência dos átomos penetram
um na órbita do outro e tudo isto ocorre de maneira aleatória.

Assim, os elétrons livres vagueiam aleatoriamente em um condutor. Embora


isso provoque uma quantidade muito grande de elétrons livres, não há formação de
carga elétrica.

A fim de produzir uma corrente elétrica, os elétrons livres do fio de cobre


devem ser forçados a se moverem na mesma direção.

Para isso torna-se necessário aplicar cargas com polaridades contrárias nas
extremidades do fio de cobre.

Como os elétrons são negativos, são repelidos pela carga negativa e atraídos
pela carga positiva.

Assim, saltam de órbita em órbita em direção à carga positiva, originando uma


corrente elétrica no sentido do seu movimento.

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Quando ocorre o fluxo de corrente, podemos observar que as órbitas de
valência dos elétrons do cobre se entrelaçam, permitindo assim que os elétrons
encontrem muita facilidade para se moverem de um átomo para outro.

Observa-se também que o movimento não é retilíneo em direção da carga


negativa para a positiva, porém, quando as cargas nos extremos do fio se tornam
mais intensas, ocorrerá uma trajetória mais retilínea e uma movimentação desses
elétrons com mais rapidez através do fio.

Fluxo de corrente:

A corrente elétrica é, na realidade, o impulso da energia elétrica que um


elétron transmite ao outro quando muda de órbita. Quando se aplica energia a um
elétron e este abandona sua órbita, o mesmo deve se alojar na órbita de outro
átomo.

À medida que cada elétron abandona sua órbita e penetra numa outra, ele
repele o elétron aí existente e a ação se repete de átomo para átomo ao longo do
condutor.

O impulso que é transmitido de um elétron para o elétron seguinte, constitui a


corrente elétrica.

No entanto para que isso ocorra, é necessário aplicar nos extremos do fio
cargas elétricas com polaridades opostas.

Uma analogia muito interessante para entender a corrente elétrica, é uma fila
de bolas de aço.

Quando uma das bolas atinge uma das extremidades da fila, a força do choque
é transmitida de uma bola para outra até que a bola da outra extremidade seja
alcançada e dessa forma, a última bola é liberada quase que no mesmo instante em
que a primeira é atingida.

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Para que os elétrons livres fluam em um fio de cobre, torna-se necessária a
aplicação de uma energia nas extremidades do fio, como por exemplo, uma pilha ou
bateria.

Para cada elétron que entre no polo positivo da pilha, um elétron abandona o
polo negativo da pilha.

Estabelece-se então um fluxo constante de elétrons que chamamos de


CIRCUITO FECHADO.

A pilha neste caso é uma fonte de energia, que faz com que os elétrons se
movimentem através do circuito.

Então, para que haja corrente elétrica é necessário que o circuito seja fechado
ou completo.

Se em qualquer ponto o fio de cobre estiver interrompido, os elétrons se


acumularão nas extremidades do fio que estiver ligado ao polo negativo da pilha.

Como consequência não haverá mais o movimento de elétrons e isto


caracteriza um CIRCUITO ABERTO.

Portanto, em um circuito aberto não ocorrerá fluxo de corrente elétrica e não


haverá a realização de qualquer tipo de trabalho.

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Se o filamento de uma lâmpada incandescente for interrompido, não circulará
corrente e a lâmpada não acenderá.

A figura abaixo mostra a aplicação de fontes de energia (ou então, fonte de


corrente elétrica) provocando um fluxo de corrente através de um fio, em circuito
fechado.

O curto circuito:

Veja a figura a seguir:

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Observe que um fio condutor está interligando os terminais de uma fonte de
energia, que pode ser uma pilha, bateria ou um gerador distante.

Com isso, toda a corrente circulará pelo fio provocando uma corrente muito
maior do que a fonte de energia pode fornecer. Logo, qualquer equipamento
interligado a essa fonte de energia não mais funcionará.

O fio condutor responsável pelo curto circuito se aquecerá, podendo chegar ao


ponto de fusão.

Isto pode provocar estragos irreversíveis à fonte de energia e para a proteção


da mesma, utiliza-se fusível de proteção, que são construídos para se fundirem
quando a corrente ultrapassa os limites nele especificados.

UNIDADES DE MEDIDAS ELÉTRICAS:


Para obtermos corrente elétrica são necessários:

1. Cargas elétricas para movimentar os elétrons livres

2. Um circuito fechado ou completo para permitir a passagem da corrente

A quantidade de carga elétrica aplicada em um circuito influi diretamente na


quantidade de corrente produzida, ou seja, na capacidade de movimentar maior ou
menor quantidade de elétrons livres.

A carga elétrica acumulada por um corpo é determinada pelo número de


elétrons que ele ganha ou perde. Como a quantidade de elétrons que se movimenta é
enorme, utilizamos uma unidade de carga chamada coulomb.

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1 coulomb = 6,28 x 1018 elétrons

1. Quando duas cargas possuem valores diferentes, fica estabelecida entre elas uma
diferença de potencial (ddp), a força resultante entre elas é chamada de força
eletromotriz, abreviadamente fem.

2. A unidade para indicar a intensidade da fem é o volt.

3. Quando uma diferença de potencial faz com que 1 coulomb de corrente produza 1
joule de trabalho a força eletromotriz (fem) é de 1 volt.

Uma pilha possui uma diferença de potencial (ddp) entre os seus terminais de
1,5V (valor típico); baterias de automóvel 12V; tensões residenciais 110V ou 220V, e
assim por diante.

Mas o que isso significa?

Uma pilha de 1,5V, por exemplo, possui uma fem capaz de movimentar certa
quantidade de elétrons em um circuito completo.

UNIDADE DE TENSÃO:

Carga de 1 coulomb = 6,28 x 1018 elétrons

fem de 1 volt (V) = 1 coulomb produzindo 1 joule de trabalho

A intensidade de corrente através de um fio é determinada pelo número de


elétrons que passa por um determinado ponto em um segundo.

Então se 1 coulomb passar por um determinado ponto de um condutor em 1


segundo, o fluxo de corrente será 1 ampère.

A unidade de medida da corrente elétrica é uma homenagem ao físico


francês André-Marie Ampère (1775-1836).

UNIDADE DE CORRENTE:

1 ampère (A) = 1 coulomb/segundo

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OS EFEITOS DA ELETRICIDADE:
Excetuando o atrito, a eletricidade pode ser usada para produzir os mesmos
efeitos que foram descritos logo no início deste capítulo.

Produzindo reação química pela eletricidade:

Considerando que a carga elétrica é a força básica que produz a ligação química
dos compostos, um potencial elétrico ou uma corrente podem ser utilizados para a
modificação de processos químicos.

Em eletroquímica esse fenômeno é denominado eletrólise.

Se fizermos passar uma corrente, através de uma solução composta por ácido
sulfúrico e água, as moléculas de água (H2O) se separarão em átomos de oxigênio e
hidrogênio. Os átomos de hidrogênio tornam-se íons positivos (H+) e os átomos de
oxigênio, íons negativos (O-2).

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Esses íons serão atraídos pelos eletrodos de polaridades opostas.

Na eletrodeposição, se dissolvermos sulfato de cobre (CuSO4) em água, o sulfato


se dividirá em íons positivos de cobre (Cu+2) e íons negativos de sulfato (SO4-2).

Os íons de cobre irão para o eletrodo negativo e receberão elétrons, porém, se o


eletrodo negativo for um metal, depois de algum tempo o mesmo estará recoberto por
uma camada de dobre (deposição do cobre).

O processo da eletrodeposição é usado para recobrir metais com ouro e prata,


por exemplo.

Produzindo pressão pela eletricidade:

As figuras a seguir mostram duas aplicações:

1) O buzzer ou sensor piezelétrico que ao receber uma tensão, produz o


movimento de um diafragma.

O movimento de diafragma provocará o deslocamento do ar, que é traduzido


como onda sonora. Os fones de ouvido a cristal funcionam da mesma maneira.

O cristal mais utilizado para essa finalidade é o Sal de Rochelle. Uma tensão
elétrica aplicada ao mesmo exercerá uma pressão piezelétrica sobre a estrutura do
cristal e modificará o seu formato.

Esse processo também é usado para gravar discos fonográficos.

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2) A figura acima mostra um gravador de discos fonográficos. A cabeça do cristal
sofrerá uma flexão ou torção quando nela for aplicada uma tensão.

O movimento resultante é transmitido a um estilete cortante que produzirá o


sulco sobre o disco, onde normalmente utiliza-se o vinil como matéria prima.

Produção de calor pela eletricidade:

Sabemos que a corrente elétrica flui com mais facilidade em um fio com
condutor como, por exemplo, o cobre.

Mesmo no fio do cobre, quando a sua capacidade de movimentar corrente é


excedida, ocorre algum tipo de calor, podendo às vezes chegar ao ponto de fusão.

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Como o cobre é um bom condutor de eletricidade, a dissipação de calor pelo
mesmo é bem menor, em condições normais, comparando-se a outro tipo de material
metálico como o níquel-cromo.

O níquel-cromo produz uma grande quantidade de calor, quando por ele circula
uma corrente, em virtude de que ele é cerca de 60 vezes menos condutor do que o
cobre.

Então o efeito térmico produzido pelo níquel-cromo pode ser utilizado em muitos
aparelhos eletrodomésticos, como ferro de passar, torradeira, secadores, aquecedores,
secadoras de roupa, etc.

Produção de luz pela eletricidade:

O exemplo mais comum é a lâmpada incandescente, cujo filamento geralmente


de tungstênio, aquece tanto que produz energia luminosa.

A lâmpada incandescente tem a desvantagem de produzir muita energia térmica,


a qual não é aproveitada para iluminação. Uma lâmpada de 100W produz uma
quantidade de energia térmica muito grande ao ponto de provocar queimaduras graves
se sua superfície for tocada após alguns minutos de funcionamento.

No entanto, existem outras formas de produzir luz (ou energia luminosa) através
da eletricidade, sem gerar muito calor.

1) Eletroluminescência: é produzida por alguns materiais sólidos (eletrodos)


quando envoltos em gás, dentro de um invólucro submetido ao vácuo.

É o caso de gases do tipo neon, argônio, vapor de mercúrio, etc. Letreiros


luminosos utilizam muito o gás neon.

2) Fosforescência: ocorre quando um feixe de elétrons se choca com uma


superfície em que está recoberta com fósforo ou outro tipo de material similar. É o
caso do tubo de raios catódicos usados em osciloscópios.

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O cinescópio de um televisor funciona também dessa maneira.

3) Fluorescência: na realidade é uma combinação da eletroluminescência e da


fosforescência.

Um exemplo comum é a lâmpada de mercúrio. Dentro dela, no vácuo, o gás


vapor de mercúrio conduz corrente quando ionizado, emitindo radiação ultravioleta.

Essa radiação atinge uma superfície de vidro coberta com camada fosforescente
e emite a luz branca. A lâmpada fluorescente tem o mesmo princípio de
funcionamento.

Produção de magnetismo pela eletricidade:

Da mesma forma que o magnetismo pode gerar eletricidade, a eletricidade pode


produzir magnetismo.

Todo condutor pelo qual circula uma corrente elétrica, se comporta como um
ímã, fenômeno esse conhecido como eletromagnetismo.

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