TCC-metodologias Ativas e Inteligencias Multiplas Rev11

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO

UNISAL – CAMPUS LORENA/SP

João Romualdo Soares Filho

METODOLOGIAS ATIVAS POR MEIOS DE PROJETOS E A


TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: Estreitando
interações

Lorena
2019
João Romualdo Soares Filho

METODOLOGIAS ATIVAS POR MEIOS DE PROJETOS E A


TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: Estreitando
interações

Trabalho de conclusão do curso de Pós


Graduação Lato Sensu do Centro
Universitário Salesiano de São Paulo,
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de especialização em
Formação em Docência no Ensino
Superior.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alda Maria


Bispo dos Santos Teles

Lorena
2019
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa Maria Alice dos Santos Abreus Soares, que me
incentivou e acreditou em minha capacidade, com muito carinho e compreensão aos meus filhos
João Pedro de Abreu Soares e Lucas de Abreu Soares, que soube esperar o tempo necessário
para ter minha atenção.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS, que me possibilitou realizar este trabalho. A todos os professores


que contribuíram para o meu enriquecimento cultural ao longo desses dois anos de pós
graduação, em especial à minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Alda Maria Bispo dos Santos Teles,
o apoio, as conversas e discussões no processo de elaboração deste trabalho, a paciência e
desprendimento em compartilhar comigo sua sabedoria, deixando uma contribuição extremamente
importante e positiva nesta fase da minha vida acadêmica. Aos colegas de sala e a todos que,
direta ou indiretamente, colaboraram para a conclusão deste trabalho.
RESUMO

Este estudo tem a intenção de analisar as metodologias ativas de ensino na Educação


Superior e a teoria das Inteligências Múltiplas. Nas metodologias ativas, a Aprendizagem
Baseada em Problemas ou Projetos (Problem-Based Learning - PBL), representa uma
estratégia em que os alunos trabalham com o objetivo de resolver um problema ou projeto. É
uma metodologia centrada no aluno, que deixa de ser o receptor passivo do conhecimento e
passa a ser o agente principal responsável por seu aprendizado. A atuação do professor não
segue as linhas do ensino tradicional, onde ele é o detendor do saber, já que sua função é a de
facilitador na construção do conhecimento e não de centralizador do saber . Instigar os alunos
a construírem o próprio conhecimento não é tarefa fácil. O aluno também passa por mudanças
profundas em sua postura como aprendiz, pois se vê diante da ruptura de um paradigma que
vigora desde os seus primeiros anos na escola. Agora ele é o agente ativo da construção do
conhecimento e não mais o receptor. É importante, para os professores, quanto para os alunos,
compreender a teoria das inteligências Múltiplas de Howard Gardner, para os professores
reconhecer os potenciais dos alunos e, para os alunos, este conhecimento serve como subsídio
para a reflexão sobre os seus próprios processos de aprendizagem. Na metodologia ativa,
Aprendizagem Baseada em Problemas ou Projetos (Problem-Based Learning - PBL) e na
teoria das Múltiplas Inteligências, a aprendizagem passa a ter um fator comum chamado de
“projeto” que pode ter várias formas de se construir o conhecimento.

Palavras-chave: Metodologias Ativas. Inteligências Multiplas. Projetos.


ABSTRACT

This study intends to analyze the active methodologies of teaching in Higher Education and
the theory of Multiple Intelligences. In active methodologies, Problem-Based Learning (PBL)
represents a strategy in which students work towards the goal of solving a problem or project.
It is a student-centered methodology that ceases to be the passive receiver of knowledge and
becomes the main agent responsible for its learning. The performance of the teacher does not
follow the lines of traditional teaching, where he is the deenergist of knowledge, since its
function is that of facilitator in the construction of knowledge and not of centralizer of
knowledge. Instigating students to build their own knowledge is no easy task. The student
also undergoes profound changes in his posture as an apprentice, as he is faced with the
rupture of a paradigm that has existed since his early years in school. Now he is the active
agent of building knowledge and no longer the receiver. It is important for teachers, as well as
for students, to understand Howard Gardner's Multiple Intelligences theory, for teachers to
recognize students' potentials, and for students this knowledge serves as a resource for
reflection on their own learning processes. learning. In active methodology, Problem-Based
Learning (PBL) and Multiple Intelligence theory, learning has a common factor called a
"project" that can have several ways of building knowledge.

Palavras-chave: Active Methodologies. Multiple Intelligences. Projects.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Metodologias Ativas...................................................................................................4

Figura 2 - Esquema conceitual de definição de competências..................................................22


LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Metodologias Ativas..................................................................................................5

Tabela 2. Resumo das aptidões Inteligências Múltiplas...........................................................18

Tabela 3. Resumo das atividades de ensino, materiais e estratégias de acordo com as


Inteligências Múltiplas..............................................................................................................21

Tabela 4 – Relação entre as Competências “Perfil dos alunos do século XXI” e as


Inteligências Múltiplas..............................................................................................................23

Tabela 5 – As Inteligências Múltiplas e o Professor ................................................................27

Tabela 6 - Relação entre as Competências PBL e as IM..........................................................28


LISTA DE ABREVIAÇÕES

IES - Instituições de Ensino Superior

ABP – Problem Based Learning

PI – Peer Instruction

TBL -Team Based Learning

IM – Inteligências Múltiplas

PMBOK - Management Body of Knowledge

QI – Quociente de inteligência
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1
2. METODOLOGIAS ATIVAS....................................................................................... 3
2.1 ALGUMAS PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM MAIS COMUNS
NAS METODOLOGIAS ATIVAS..................................................................... 5
2.2 APRENDIZAGEM BASEADAS EM PROJETOS (PBL) ................................. 5
2.3 ALGUMAS DIRETRIZES PARA OS PROJETOS DE APRENDIZAGEM
(PBL)................................................................................................................... 7
2.4 A APRENDIZAGEM ......................................................................................... 8
2.4.1 APRENDIZAGEM COLABORATIVA .............................................................. 8
2.4.2 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ................................................................. 9
2.4.3 APRENDIZAGEM ADAPTATIVA .................................................................. 10
3. TEORIA COGNITIVA .............................................................................................. 11
4. A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MULTIPLAS .................................................. 16
4.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE O TRABALHAR COM
PROJETOS NO AMBIENTE ESCOLAR ................................................................. 19
4.2 A IMPORTANCIA DO CONHECIMENTO DE ATIVIDADES E DE
MÉTODOS BÁSICOS DO ENSINO COM A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS
MÚLTIPLAS.............................................................................................................. 21
4.3 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NO PERFIL DO ALUNO
DO SÉCULO XXI...................................................................................................... 22
4.4 A TEORIA INTELIGÊNCIAS MULTIPLAS E O PERFIL PROFESSOR
XXI ……………… .................................................................................................. 23
5. AS INTER-RELAÇÕES ENTRE A METODOLOGIA ATIVA BASEADA EM
PROJETOS(PBL) E A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS ................ 27
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 28
7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30
1

1 INTRODUÇÃO
A terceira ruptura industrial aconteceu com o uso da tecnologia da informação,
internet e eletrônicos que automatizaram a produção e a quarta revolução, chamada de a
indústria 4.0, que deixa de ser automática e passa ser autônoma, é um avanço dos sistemas
industriais de produção.

O Brasil está diante de um grande desafio: desenvolver rapidamente estas novas


tecnologias com a incorporação dos conceitos da Indústria 4.0, o que vai acelerar o aumento
da competitividade da indústria nacional no médio e longo prazo. O caminho é desafiador
para nosso país, mas cabe salientar que, localmente, as oportunidades de se integrar aos
tempos da produção inteligente são significativamente altas, com apoio da educação como
fonte de mudança e suporte para inovação.

A indústria 4.0, vai exigir deste novo profissional, além da técnica, novas habilidades
e competências, como senso crítico, flexibilidade e formação multidisciplinar.

As IES (Instituições de Ensino Superior), na sua totalidade, física e corpo docente,


estão se preparando para esta realidade da indústria 4.0? Onde somente a técnica não será
suficiente para colocar o egresso neste mercado de trabalho.

Este trabalho pretende levar dentre outras, a seguinte reflexão: A ação docente
tradicional sólidas e conteudistas, esta preparado para as demandas sociais, onde exigirá do
docente novas competências e habilidades, estabelecendo uma nova relação destas
competências e o conhecimento, uma vez que cabe a ele, primordialmente, a condução desse
processo.

Com base no explicitado, há necessidade de os docentes buscarem novos caminhos e


novas metodologias de ensino que foquem no protagonismo dos estudantes, favorecendo a
escuta, as suas opiniões, encorajando a questionar e motivados para promover a autonomia
dos alunos. Estamos aqui para refletir ações baseadas em teorias e métodos que favoreçam a
participação mais ativa dos alunos no processo de aprendizagem.

Ademais, acredita-se que toda e qualquer ação proposta com a intenção de ensinar
deve ser pensada na perspectiva daqueles que dela participam que via de regra deverá apreciá-
la. Desse modo, o planejamento e a organização de situações de aprendizagem deverão ser
focados nas atividades dos estudantes, posto que é a aprendizagem destes, o objetivo principal
da ação educativa.
2

É nessa perspectiva que se situa o método ativo - tido aqui como sinônimo de
metodologias ativas - como uma possibilidade de deslocamento da perspectiva do docente
(ensino) para o estudante (aprendizagem).

O método ativo é um processo que estimula a autoaprendizagem do estudante para


pesquisar, refletir e analisar possíveis situações para tomada de decisão, sendo o professor
apenas o facilitador desse processo.

Para tentar realizar essa mudança apontada, muitas pesquisas vêm acontecendo no
intuito de encontrar caminhos para tornar a educação formal capaz de preparar indivíduos
para esse novo mercado de trabalho. A metodologia ativa pode dar ao aluno o protagonismo
de um cenário de aprendizagem centrado na sua realidade e no contexto de seu interesse
profissional.

Esta metodologia é uma forma inovadora de educar que visa estimular a participação e
aprendizagem do aluno em sala de aula, fazendo com que ele utilize todas as suas dimensões
sensório/motor, afetivo/emocional e mental/cognitiva e, sobretudo tendo liberdade de escolha
nas atividades propostas, mantendo postura ativa diante do seu aprendizado, sendo desafiado
através de problemas que o permite pesquisar para descobrir soluções, de uma forma que
esteja de acordo com a realidade.

Na esteira desse pensamento acredita-se na importância primordial, tanto para


professores, quanto para alunos, o conhecimento das abordagens da teoria das Inteligências
Múltiplas de Howard Gardner. Para professores é um aspecto imprescindível para o
reconhecimento dos potenciais dos alunos e, para os alunos, este conhecimento serve como
subsídio para a reflexão sobre os seus próprios processos de aprendizagem. Acredita-se,
também que, com o conhecimento da Teoria das Inteligências Múltiplas, teremos mais
subsídios para compreender melhor os motivos pelos quais os alunos têm um desempenho
satisfatório ou não frente a determinadas atividades de ensino. Dentre as oito inteligências
enumeradas pelo autor; inteligência linguística, inteligência interpessoal, inteligência
intrapessoal; inteligência lógico-matemática, inteligência musical, inteligência espacial e
inteligência corporal-cinestésica, naturalista, serão vistas de uma forma não aprofundada em
todos os sentidos, mas entender como poderemos retirar o máximo proveito da teoria e
potencializar o aprendizado do aluno.
3

Entre as metodologias ativas e a teoria das Inteligências Múltiplas, acreditamos existir


muitos pontos em comum e um deles é o “projeto”, que a aprendizagem pode ser realizada
respeitando a aprendizagem coletiva e individual.

2 METODOLOGIAS ATIVAS
Para introduzir o conceito que queremos delinear, é oportuno lembrar o provérbio
chinês que diz: “O que eu ouço, eu esqueço; o que eu vejo, eu lembro; o que eu faço, eu
compreendo.” Isso foi dito pelo filosofo Confúcio o que nos instiga estabelecer uma relação
direta com a aprendizagem ativa. Silberman (1996) observou este provérbio é, para facilitar o
entendimento sobre os métodos ativos de aprendizagem, apresentou com a seguinte redação:

O que eu ouço, eu esqueço;

O que eu ouço e vejo, eu me lembro;

O que eu ouço, velo e pergunto ou discuto, começa a compreender;

O que eu ouço, vejo, discute e faz, eu aprendo desenvolvendo conhecimento e


habilidade;

O que eu ensino a alguém, eu domino com maestria.

(SILBERMAN ,1996, p. 83)

Essa citação, com a observação de Silberman(1996) pode, no resumir alguns


princípios das metodologias ativas de aprendizagem. Se nossa prática de ensino favorecer no
aluno as atividades de ouvir, ver, perguntar, discutir, fazer e ensinar, estamos no caminho da
aprendizagem ativa.

Em Abreu (2009), encontramos a ideia que o Método Ativo tem sido amplamente
divulgado em diferentes níveis de escolaridade e vem construindo diferenciais nas IES
(Instituições do Ensino Superior) que inseriram este referencial em grande parte na sua
organização metodológica, sobretudo em cursos de Ensino Superior.

Já em DEBALD, 2003, p.1) temos que:

O maior desafio do docente no Ensino Superior é fazer com que o acadêmico tenha
uma participação efetiva nas discussões de sala de aula. A prática pedagógica no
Ensino Superior deve ser encarada com muita seriedade. Requer posturas e
comprometimentos com um processo que eduque para a autonomia do acadêmico,
mediado pelo professor. Somente uma educação que tenha como princípio a
liberdade, poderá auxiliar na construção de uma sociedade mais humanizada.
(DEBALD, 2003, p.1)
4

Há uma grande necessidade de que os docentes do ensino superior desenvolvam


competências profissionais para preparar os estudantes uma formação crítico social. É preciso,
portanto, substituir as formas tradicionais de ensino por metodologias ativas de aprendizagem,
que podem ser utilizadas como recurso didático na prática docente cotidiana.

“As Metodologias Ativas baseiam-se em formas de desenvolver o processo de


aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com
sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prática social, em diferentes contextos
(BERBEL, 2011).”

Entendemos com (BERBEL, 2011), estas experiências reais, na forma de


problematização, quando utilizados nas metodologias ativas como recurso didático, pode
favorecer de forma significativa e eficaz o processo de ensino-aprendizagem, objetivando
alcançar e motivar o estudante, pois quando colocado diante um problema, ele se examina,
reflete, contextualiza e atribuiu um novo significado às suas descobertas.

A centralidade do aprendizado é o aluno que ativamente faz o aprendizado acontecer.


E, portanto, o aluno deixa de ser um mero ouvinte. É um método focado nas habilidades,
conhecimentos e atitudes. O professor é um instigador do conhecimento, provocando a
vontade do aluno em buscar respostas.No intuito de esclarecer o que se entende por uma
abordagem pautada em metodologias ativas de aprendizagem, apresenta-se a figura a seguir
(Figura1), que sintetiza seus principais princípios.

Fonte: BERBEL (2011) Figura 1 - Metodologia Ativas


5

2.1 ALGUMAS PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM MAIS COMUNS NAS


METODOLOGIAS ATIVAS.
Além das maneiras tradicionais de ensino-aprendizagem, pode-se destacar algumas
práticas, que já são desenvolvidas, nas metodologias ativas em muitas instituições de ensino.
Confira algumas:
Tabela 1 – Tipos de Metodologias Ativas
Aprendizagens
Metodologia Professor Aluno
Ativas
Sala de Aula Gerar duvida; Desenvolver a curiosidade; Adaptativa
Invertida Aprofundar conceitos; Pesquisar; Debater e Colaborativa.
Flipped classroom Problematizar; Orientar; Argumentar; Trocar
Feedback; informações; Construir e
compartilhar informações.
Aprendizagem Facilitador; Tutor; Ação de perguntar;
Baseadas em Dominar o conteúdo; Comprometer-se com o Significativa
Projetos (ABP) ou Contribuir; Identificar conhecimento; Questionar; Colaborativa
Problem-based valores éticos; Investigar; Comunicar;
learning (PBL) Potencializar as Pesquisar; Elaborar hipótese;
competências; Feedback; buscar recursos; Aplicar a
informação; Autonomia;
Curiosidade; Resolução de
problemas; Comunicação
interpessoal;

Instrução entre Mediador; Envolvedor ; Construtor de seu Ativa


pares motivador; Respeitar e aprendizado; Colaborativa
Peer Instruction estimular; Feedback; Potencializar seu
(PI): Valorizar e apoiar; desenvolvimento;
Promover a competência Autoanálise;
de socialização do
conhecimento;
Aprendizagem Facilitador; Feedback; Se preparar, participar; Significativa
baseada em time Trabalhar em equipe; Colaborativa
Team-based Responsabilidade pessoal;
Learning (TBL) Pensar, Crítico;
Integrar-se com diversas
disciplinas;
Comunicação efetiva e
respeitosa;

Não iremos focar em todas as metodologias de ensino-aprendizagem das metodologias


ativas, iremos estudar as definições e aplicações somente da Metodologia da Aprendizagem
Baseadas em Projetos (PBL).

2.2 APRENDIZAGEM BASEADAS EM PROJETOS (PBL)


A Aprendizagem Baseada em Projetos é um método de ensino pelo qual os alunos
adquirem conhecimentos e habilidades trabalhando por um longo período para investigar e
responder a uma questão, um problema ou um desafio autêntico, envolvente e complexo.
6

Elementos essenciais para projetos incluem:

a) Habilidades essenciais de conhecimento, compreensão e sucesso: o projeto é


focado em objetivos de aprendizagem do aluno, incluindo conteúdos e habilidades padrões,
como pensamento crítico, solução de problemas, colaboração e autogestão;

b) Problema ou pergunta desafiadora: o projeto é enquadrado por um problema


significativo a ser resolvido ou uma pergunta a ser respondida, no nível apropriado de desafio;

c) Investigação sustentável: os alunos se envolvem em um processo rigoroso e longo


de fazer perguntas, buscar recursos e aplicar informações;

d) Autenticidade: o projeto apresenta contexto, tarefas e ferramentas, padrões de


qualidade ou impacto reais — ou atende às preocupações, aos interesses e a questões pessoais
dos alunos em suas vidas;

e) Voz e escolha dos alunos: os alunos tomam algumas decisões sobre os projetos,
incluindo como funcionam e o que eles criam;

f) Reflexão: os alunos e os professores refletem sobre a aprendizagem, a eficácia de


suas atividades de investigação e seus projetos, a qualidade do trabalho dos alunos, obstáculos
e como superá-los;

g) Crítica e revisão: os alunos dão, recebem e usam feedback para melhorar seus
processos e produtos;

h) Produto público: os alunos tornam público os resultados de seus projetos,


explicando, exibindo e/ou apresentando-os a pessoas de fora da sala de aula;

i) Comunicação interpessoal: os alunos interagem entre si e com seus orientadores,


ensinando ou aprendendo, discutindo com o grupo a melhor maneira de desenvolver o
projeto;

A PBL enfatiza, portanto, as atividades realizadas por meio de projetos, cujo enfoque
é a construção coletiva do conhecimento interdisciplinar na qual os alunos tornam-se
protagonistas, ou seja, aprendem fazendo em cooperação com os colegas. Nesse sentido, os
estudantes precisam planejar cooperativamente as ações de sua equipe à medida que avançam
na solução do problema, desenvolvendo um plano de ação e começando a elaborar descrições
ou diretrizes para o desenvolvimento de seus produtos finais.

Vale também ressaltar o que Nobre 2006 apresentamos, ao citar Bereiter e


Scardamalia, os recursos tecnológicos podem propiciar ensino-aprendizagem quando
7

combinados as metodologias participativas de ensino do tipo Aprendizagem Baseadas em


Problemas ou Projeto (Project or Problem-based learning -PBL), o que vem melhorando a
qualidade dos processos de aquisão de conhecimento.

A aprendizagem baseada em projetos também foi comparada com outras


práticas pedagógicas, como aprendizagem significativa ou colaborativa. Como argumentam
Helle, Tynjälä e Olkinuora (2006), o trabalho com projetos é uma forma colaborativa de
aprender, pois todos os participantes precisam contribuir para o resultado compartilhado,
envolvendo elementos de aprendizagem vivenciada com reflexão ativa e engajamento
consciente, em vez de experiências passivas. Assim, dentre as principais características da
PBL, estariam projetos focados em problemas e questões autênticos do mundo real,
colaborativos (atividades colaborativas deveriam ser privilegiadas), com uma questão
orientadora, tarefas desafiadoras e complexas, que envolvam a produção de vários artefatos e
com rubricas para avaliação (BENDER, 2014).

2.3 ALGUMAS DIRETRIZES PARA OS PROJETOS DE APRENDIZAGEM (PBL)


Os projetos desenvolvidos pelos alunos no contexto escolar podem apresentar
variações. Moura (1993) apresenta uma classificação de projetos de trabalho, também
denominados Projetos de Aprendizagem, que tem sido utilizada em diversas situações na
Educação Profissional, com resultados positivos conforme analisados por Wanderley (1999) e
Higino (2002). Os projetos desenvolvidos sob a metodologia de aprendizagem em projeto
podem ser classificados em três categorias:

1) Projeto construtivo: tem em vista construir algo novo, introduzindo alguma


inovação, propor uma solução nova para um problema ou situação. Possui a dimensão da
inventividade, seja na função, na forma ou no processo.

1) Projeto investigativo: destina-se ao desenvolvimento de pesquisa sobre uma


questão ou situação, mediante o emprego do método científico.

2) Projeto didático (ou explicativo): procura responder questões do tipo: “Como


funciona? Para que serve? Como foi construído?” Busca explicar, ilustrar, revelar os
princípios científicos de funcionamento de objetos, mecanismos, sistemas etc. Podemos
resumir do seguinte modo algumas diretrizes que consideramos fundamentais para o
desenvolvimento de Projetos de Trabalho (MOURA; BARBOSA, 2011):

a) Realização de projetos por grupos de alunos com o número de participantes


definido criteriosamente para cada experiência (Ex.: 4 alunos por grupo).
8

b) Definição de um período de tempo para a realização do projeto, como fator


importante no seu desenvolvimento e concretização (Ex.: 2 a 4 meses).

c) A escolha do tema mediante negociação entre alunos e professores,


considerando múltiplos interesses e objetivos didático-pedagógicos.

d) Os projetos devem contemplar uma finalidade útil de modo que os alunos


tenham uma percepção de um sentido real dos projetos propostos.

e) Uso de múltiplos recursos no desenvolvimento dos projetos incluindo aqueles


que os próprios alunos podem providenciar junto a fontes diversas, dentro ou fora do
ambiente escolar.

f) Socialização dos resultados dos projetos em diversos níveis de comunicação,


como a própria sala de aula, a escola e a comunidade.

2.4 A APRENDIZAGEM
A aprendizagem é tema recorrente em discussões, principalmente de educação e
psicologia. A titulo de exemplo:

Aprendizagem cognitiva: é aquela que resulta no armazenamento organizado de


informações na mente do ser que aprende. E esse complexo organizado é conhecido como
estrutura cognitiva;

Aprendizagem afetiva: é aquela que resulta de sinais internos ao indivíduo e pode ser
identificada como experiências tais como prazer e dor, satisfação ou descontentamento,
alegria ou ansiedade. Algumas experiências afetivas acompanham sempre as experiências
cognitivas, portanto a aprendizagem afetiva é concomitante com a cognitiva.

Aprendizagem psicomotora: é aquela que envolve respostas musculares adquiridas


mediante treino e prática, mas alguma aprendizagem é geralmente importante na aquisição de
habilidades psicomotoras tais como aprender a tocar piano jogar golfe ou dançar balé.

Temos assim, no que diz respeito ao tema aprendizagem, diferentes formas de


entendê-las. A tabela-1, pag. 16 , nos mostra em alguns detalhamentos sobre os tipos de
aprendizagem.

2.4.1 Aprendizagem Colaborativa

Refere-se a um método de instrução onde os alunos em vários níveis de desempenho


trabalham juntos em pequenos grupos para um objetivo comum. Os alunos se tornam
responsáveis pelo aprendizado do colega e pelo seu próprio aprendizado. Assim, se um aluno
9

é bem sucedido todos os outros alcançarão o sucesso. Uma das vantagens desse método é a
disseminação do conhecimento entre eles, além de todos desenvolverem as habilidades de
respeito e trabalho em equipe. O professor é um mediador do conhecimento, sempre
orientando os alunos.

Em uma visão mais ampla do que significa aprender colaborativamente, pode-se dizer
que, de maneira geral, espera-se que ocorra a aprendizagem como efeito colateral de uma
interação entre pares que trabalham em sistema de interdependência na resolução de
problemas ou na realização de uma tarefa proposta pelo professor. Segundo alguns estudiosos
desse tipo de aprendizagem, a interação em grupos realça a aprendizagem, mais do que em
um esforço individual. Uma aprendizagem mais eficiente, assim como um trabalho mais
eficiente, é colaborativa e social em vez de competitiva e isolada. A troca de experiências e
conhecimento com outras pessoas melhora o pensamento e desenvolve o entendimento.

A aprendizagem colaborativa seria duas ou mais pessoas trabalhando em grupos com


objetivos compartilhados, auxiliando-se mutuamente na construção de conhecimento. Ao
professor não basta apenas colocar, de forma desordenada, os alunos em grupo, deve sim criar
situações de aprendizagem em que possam ocorrer trocas significativas entre os alunos e entre
estes e o professor.

Dessa maneira, há a responsabilização de todos no sucesso ou no fracasso do grupo.


Portanto, todos os alunos envolvidos em um empreendimento colaborativo são
automaticamente responsáveis por seu progresso e pelo progresso do seu grupo, num
relacionamento solidário e sem hierarquias.

Assim, pode-se dizer que a aprendizagem colaborativa é muito mais que uma
metodologia ou técnica de sala de aula, é uma maneira de respeitar as pessoas que que se
destacam com suas as habilidades e contribuições individuais como sendo um membro do
grupo. Todos compartilham responsabilidades e autoridade, assim o aluno possui um papel
mais ativo na condução do processo.

2.4.2 Aprendizagem Significativa


Para haver aprendizagem são necessárias duas condições. Em primeiro lugar, o aluno
precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o conteúdo
arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica. Em segundo, o conteúdo
escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser
10

lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do


conteúdo, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo.

A partir do nível de desenvolvimento do aluno, isto é, a ação educativa está


condicionada pelo nível de desenvolvimento dos alunos, os quais nem sempre vêm marcados
pelos estudos evolutivos existentes e que, por tal motivo, devem complementar-se com a
exploração dos conhecimentos prévios dos estudantes (alunos), o que já sabem ou têm
construído em seus esquemas cognitivos. A soma de sua competência cognitiva e de seus
conhecimentos prévios marcará o nível de desenvolvimento dos alunos.

A construção das aprendizagens significativas implica a conexão ou vinculação do que


o aluno sabe com os conhecimentos novos, quer dizer, o antigo com o novo. A clássica
repetição para aprender deve ser deixada de fora na medida do possível; uma vez que se
deseja que seja funcional, deve-se assegurar a auto estruturação significativa.

Nesse sentido, sugere-se que os alunos realizem aprendizagens significativas por si


próprias, o que é o mesmo que aprendam o aprender. Assim, garantem-se a compreensão e a
facilitação de novas aprendizagens ao ter-se um suporte básico na estrutura cognitiva prévia
construída pelo sujeito.

Em terceiro, faz-se necessário modificar os esquemas do sujeito, como resultado do


aprender significativamente. Uma maneira adequada de ampliar e/ou modificar as estruturas
do aluno consiste em provocar discordâncias ou conflitos cognitivos que representam
desequilíbrios a partir dos quais, mediante atividades, o aluno consiga reequilibrar-se,
superando a discordância reconstruindo o conhecimento (PIAGET, 1997). Para isso, é
necessário que as aprendizagens não sejam excessivamente simples, o que provocaria
frustração ou rejeição.

2.4.3 Aprendizagem Adaptativa


É uma metodologia de ensino que busca entender as necessidades de cada aluno e se
molda para atender a cada um. Pensando no ritmo e dificuldades individualmente, esse
método propõe a adaptação do ensino.

Parece inviável pensar que o professor vai conseguir atender a tantas demandas
diferentes sozinhos, não é? O segredo é que na verdade o professor não está sozinho. A
tecnologia é o trunfo desse método.
11

A tecnologia age através de plataformas que interpretam as respostas do aluno e


traduzem para o professor o ritmo de aprendizagem de acordo com a disciplina, tema dentro
dela, atividade específica, entre outras variáveis. Dessa forma, o docente consegue entender
melhor o estudante e o que ele precisa.

Da mesma forma, um método de aprendizagem tradicional, que estamos habituados,


acaba não satisfazendo a todos os seus alunos.

Podemos perceber então que, por serem tão diferentes, as pessoas precisam que o
ensino seja passado de uma forma mais específica. Esse é o objetivo da aprendizagem
adaptativa. A aprendizagem adaptativa tem uma série de vantagens tanto para os aluno quanto
para os professores.

Para o professor:

1) Correção automática de atividades

2) Dados completos

3) Facilita a organização

4) Roteiro de aula específico

Para o aluno:

a) Ritmo respeitado

b) Ser protagonista

c) Mobilidade

Diante do exposto ate aqui, passa a ser importantes observações sobre algumas teorias.

3 TEORIA COGNITIVA

A Teoria cognitiva surgiu nos Estados Unidos entre as décadas de 1950 e 1960 como
uma forma de crítica ao Comportamentalismo, que postulava, em linhas gerais,
a aprendizagem como resultado do condicionamento de indivíduos quando expostos a uma
situação de estímulo e resposta.
12

O termo cognição pode ser definido como o conjunto de habilidades mentais


necessárias para a construção de conhecimento sobre o mundo. Os processos cognitivos
envolvem, portanto, habilidades relacionadas ao desenvolvimento do pensamento, raciocínio,
linguagem, memória, abstração etc.; têm início ainda na infância e estão diretamente
relacionados à aprendizagem.

De acordo com os principais teóricos cognitivistas, dentre os quais se destacam Piaget,


Wallon e Vigotsky, é preciso compreender a ação do sujeito no processo de construção do
conhecimento. Apesar de diferenças entre suas teorias, procuraram compreender como a
aprendizagem ocorre no que se refere às estruturas mentais do sujeito e sobre o que é preciso
fazer para aprender.

Jean Piaget (1896-1980) centraliza sua explicação para o desenvolvimento cognitivo


nas fases de desenvolvimento da criança. Para ele, o desenvolvimento cognitivo ocorre em
uma série de estágios sequenciais e qualitativamente diferentes, através do quais vai sendo
construída a estrutura cognitiva seguinte, mais complexa e abrangente que a anterior. Nesse
sentido a teoria piagetiana considera a inteligência como resultado de uma adaptação
biológica, aonde o organismo procura o equilíbrio entre assimilação e acomodação para
organizar o pensamento. O que determina o que o sujeito é capaz de fazer em cada fase do seu
desenvolvimento é o equilíbrio correspondente a cada nível mental atingido.

Henry Wallon (1879-1962) compreende o desenvolvimento cognitivo como um


processo social e interacionista, no qual a linguagem e o entorno social assumem um papel
fundamental. Assim como Piaget, Wallon também categoriza o desenvolvimento em etapas,
mas procura o entendimento do sujeito em sua integralidade: biológica, afetiva, social e
intelectual. Desta forma, a existência do indivíduo se dá entre as exigências do organismo e da
sociedade e seu desenvolvimento ocorre por meio de uma construção progressiva em que
predominam ora aspectos afetivos, ora cognitivos estabelecidos, através das relações entre um
ser e um meio que se modificam reciprocamente.

Lev Vygotsky (1896-1934) postula que o desenvolvimento do indivíduo e a aquisição


de conhecimentos é resultado da interação do sujeito com o meio, através de um processo
sócio-histórico construído coletivamente e mediado pela cultura. De acordo com sua teoria, a
aprendizagem promove o despertar de processos internos de desenvolvimento que não
ocorreriam senão por meio das interações estabelecidas com o meio externo ao longo da vida.
13

Como fruto dessas trocas e interações, o cérebro tem a capacidade de criar novos
conhecimentos, isto porque o contato com outras experiências ativa as potencialidades do
aprendiz em elaborar seus conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado pelo
outro.

Podemos apontar que a principal contribuição das teorias cognitivas é permitir um


maior nível de compreensão sobre como as pessoas aprendem, partindo do princípio de que
essa aprendizagem é resultado da construção de um esquema de representações mentais que
se dá a partir da participação ativa do sujeito e que resulta, em linhas gerais, no
processamento de informações que serão internalizadas e transformadas em conhecimento.

Howard Gardner (1943), psicólogo da Universidade de Harvard, baseou-se nestas


pesquisas para questionar a tradicional visão da inteligência qual enfatiza as habilidades
linguística e lógico-matemática, decorrentes das avaliações dos testes de Binet. Segundo
Gardner, todos os indivíduos normais são capazes de uma atuação em diversas áreas
intelectuais, até certo ponto independentes.

Ele sugere que não existe uma capacidade intelectual geral, e estabelece a dúvida
sobre a possibilidade de medição da inteligência através de testes de papel e lápis. Para
Gardner é de grande importância as diferentes atuações, valorizadas diferentemente em
culturas e contextos diversas. E daqui decorre a sua definição de inteligência. Gardner afirma,
portanto que o conceito de inteligência, como tradicionalmente definido em psicometria (os
testes de QI), não é suficiente para descrever a grande variedade de habilidades cognitivas
humanas. Por um lado afirma que um aluno que aprende a multiplicar números facilmente não
é necessariamente mais inteligente do que outra que apresenta claramente maiores habilidades
na interpretação de textos, e vice versa.

Mas do mesmo modo afirma que um aluno que, por exemplo, tem dificuldade em
aprender o algoritmo da multiplicação quando ensinado de uma dada forma, poderá ter muito
mais facilidade em dominar a multiplicação quando ensinada de uma forma diferente. Poderá
mesmo ter um desempenho superior as restantes, noutra área do conhecimento, como a
interpretação de um texto ou conceituação de uma ideia. Mais do que tudo isto, poderá ainda
estar a olhar o processo de multiplicação de uma forma mais profunda e mais conceitual,
apresentando uma inteligência matemática potencialmente maior, que aquela que apesar de
aprender rapidamente apenas mecaniza o processo sem uma real e detalhada compreensão e
14

conceituação do algoritmo. E de qualquer modo, em todos estes casos, o que se manifestam


poderão ser diferentes aspectos de inteligência. Inportante, diante deste contexto apresentar o
conceito de inteligencia.

Inteligência é um conjunto que forma todas as características intelectuais de um


indivíduo, ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar. A
inteligência é uma das principais distinções entre o ser humano e os outros animais.

Etimologicamente, a palavra "inteligência" se originou a partir do latim intelligentia,


oriundo de intelligere, em que o prefixo inter significa "entre", e legere quer dizer "escolha".
Assim sendo, o significado original deste termo faz referência a capacidade de escolha de um
indivíduo entre as várias possibilidades ou opções que lhe são apresentadas. Para a escolha da
melhor e mais adequada oportunidade, entre as várias opções, uma pessoa precisa avaliar ao
máximo todas as vantagens e desvantagens das hipóteses, necessitando para isso da
capacidade de raciocinar, pensar e compreender, ou seja, a base do que forma a
inteligência. Entre as faculdades que constituem a inteligência, também está o funcionamento
e uso da memória, do juízo, da abstração, da imaginação e da concepção.

Os conceitos e definições da inteligência variam de acordo com o grupo a que se


referem. Por exemplo, na psicologia, a chamada "inteligência psicológica" é a capacidade de
aprender e relacionar, ou seja, a cognição de um indivíduo; enquanto que no ramo da biologia,
a "inteligência biológica" seria a capacidade de se adaptar a novos habitats ou situações.

Seguindo uma visão tradicionalista, Travassos (2001) afirma que a inteligência já foi
conceituada como uma capacidade inata do indivíduo, um atributo do qual o ser humano
dispõe para responder a testes de inteligência, como o Q.I. (“Quociente Intelectual”), criado
por Alfred Binet, por volta de 1900, na França, com a finalidade de responder a indagações
sobre a possibilidade de evidenciar o sucesso ou fracasso da época que frequentavam as séries
iniciais, funcionando como um mensurador, por exemplo. Esta, por sua vez, não sofre grande
alteração independente de idade, treinamentos ou experiências, de forma geral, mantendo a
mesma estrutura já que nascemos com esse potencial. Flavell (1975) afirma que na visão de
Piaget, não herdamos a inteligência propriamente dita, isto é, em sua concepção, não é inata
ao ser humano e seu desenvolvimento está atrelado ao processo de funcionamento da herança
biológica, onde o indivíduo herda as estruturas biológicas podendo ser sensoriais ou
neurológicas, as quais predeterminam a origem de estruturas mentais, ou seja, nós herdamos
um organismo que irá amadurecer de acordo com a interação ao ambiente em que vivemos e
15

essa interação trará como resultado estruturas cognitivas que ao longo da vida funcionarão de
forma parecida. Construindo uma ligação coerente com as teorias já citadas e explicando
como consequência desse processo o “início” da inteligência, Vygotsky afirma que um
indivíduo nasce, apresentando um único potencial cognitivo, o potencial que serviria para
aquisição de potencialidades, de forma resumida, a habilidade de aprender a aprender
(MELLO 2004). Vieira (2009) conceitua e relaciona inteligência a partir do termo cognição
numa visão alternativa, traz um grupo de processos mentais superiores que se desenvolvem ao
longo do tempo e esses processos são o que chamamos de pensamento, memória e
aprendizado, progredindo de forma simultânea a todos os aspectos que direcionam a vida do
homem, onde os fatores determinantes para o desenvolvimento e estrutura da inteligência ou o
aspecto cognitivo de um indivíduo serão as experiências vivenciadas por ele e as necessidades
de adaptação inerentes a sua forma de viver, naquilo que o meio lhe proporcionar. Em
colaboração, Sternberg (2000) entende por inteligência a capacidade de se adequar ao
ambiente em que se está ou estará envolvido e o aprendizado através das experiências
proporcionadas ao indivíduo. Segundo Gardner (1995, p.21) a inteligência: (...) implica na
capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado
ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa
abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar a solução adequada
para esse objetivo.

Para Gardner, a inteligência é algo mais complexo e nessa perspectiva deixou testes e
padronizações de lado. Como estava interessado em coletar informações de processos mais
naturais, observou capacidades importantes que as pessoas desenvolviam para se adaptarem
ao meio em que viviam. Visando defender e ampliar o conceito de uma inteligência que não
pode ser “mensurada” e se manifesta de forma prática, afirma que podemos classificar como
inteligência o potencial para processar informações que pode ser ativado ou não a partir da
“configuração cultural” do meio em que se vive, ou seja, toda habilidade ou conjunto de
habilidades (capacidade) das quais dispõe um indivíduo que poderá desenvolvê-las,
permitindo-lhe a resolução de problemas e a elaboração de produtos valiosos numa cultura
(GARDNER, 1998).
16

4 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MULTIPLAS


Inteligências Múltiplas, Gardner (1995), define num primeiro momento sete tipos de
inteligência, logo após isso, percebeu a necessidade da adição de dois novos, sendo eles o
naturalista e o existencialista, totalizando nove formas de manifestação da inteligência:

a) Lógica-matemática: O raciocínio lógico-matemático permite que um indivíduo


resolva um problema rapidamente, onde uma possível solução é encontrada antes mesmo de
sua verbalização. Graças a essa inteligência o homem pode raciocinar, compreender e
formular esquemas sobre os modelos que lhe proporcionam socialmente, e após vivenciar
esses modelos impostos, será capaz de mantê-los ou modificá-los.Quando uma criança
desenvolve este raciocínio, apresenta facilidade em cálculos mentais e pode formular
exemplos práticos de seu raciocínio. No cérebro, esta inteligência está localizada no Centro de
Broca.

b) Linguística: Quando o homem interage com o ambiente em que vive com suas
práticas físicas modificando aquilo que é natural dá origem ao que chamamos de relação
homem/natureza, dessa forma ele desenvolve e se expressa com linguagem própria, criando
sua própria perspectiva de natureza. É como a característica que poetas apresentam. Quando
uma criança desenvolve esse raciocínio, se torna capaz de contar experiências vividas,
histórias, etc.Também se localiza no Centro de Broca, e se caso o indivíduo sofrer algum tipo
de lesão nesta área, poderá apresentar dificuldades ao elaborar frases mais complexas, por
exemplo.

c) Naturalista: O homem desenvolve essa habilidade através de sua interação e


vivência com a natureza, a partir disso torna-se capaz de classificar seus elementos, como
vegetais, minerais, animais, etc., dessa forma pode se reconhecer como participante de um
ecossistema.

d) Interpessoal: É a capacidade que o homem desenvolve de compreender os


outros indivíduos com quem se relaciona, estabelecendo uma relação de empatia, aplicando
valores como respeito, solidariedade, e outros, interpretando as expressões e linguagem
corporais alheias, se antecipando em relação ao que o outro está sentindo ou ao que está
intencionado a fazer e distinguindo temperamentos até mesmo quando estão implícitos no
indivíduo.
17

e) Intrapessoal: É a inteligência mais pessoal até o momento, que permite ao


indivíduo se reconhecer integrante de um mundo, como um ser com características únicas,
fazendo planos, sonhos, sendo consciente de sua interferência pessoal nesses elementos,
podendo ou não modificá-los através de sua conduta no cotidiano.

f) Espacial: É a inteligência que nos permite abstrair um espaço e a partir desse


modelo elaborado em mente, realizar modificações no espaço concreto, na realidade, permite
que nos situemos no espaço em que estamos. Está localizada no hemisfério direito do cérebro
e seu processamento é realizado pelo mesmo, se caso o indivíduo sofrer alguma lesão nesta
área, poderá ter dificuldades pra encontrar um determinado local, lembrar de imagens, etc.

g) Corporal-cinestésico: É a inteligência que nos permite realizar os diversos


movimentos corporais, como por exemplo, quando um indivíduo nada, movimenta seus
braços e pernas alternadamente, ou quando toca bateria, designa funções aos seus membros e
estes por sua vez realizam os movimentos correspondentes ao comando. Quando uma criança
desenvolve essa habilidade e determina seu lado dominante poderá ter vantagens em situações
em que utilizamos a coordenação motora e movimentos para solucionar problemas ou
elaborar produtos.

h) Musical: É a capacidade que o ser humano desenvolve e que o permite se


expressar através dos sons e relacioná-los com o meio, relacionando-os a sentimentos, a
elementos visuais e sensações. Está localizada no hemisfério direito do cérebro, o qual é
ativado para produzir e perceber a música, por exemplo. Quando uma criança desenvolve essa
inteligência, apresenta facilidade para reconhecimento e distinção de sons.

i) Existencialista: É a inteligência que permite ao homem refletir de forma


profunda sobre sua existência, se perguntando coisas como: Quem somos? De onde viemos?
Para onde vamos? E, por que morremos? Com a noção de que faz parte do mundo, e que
morrerá, terá um fim, que está em constante transição, como um ser integral.

A partir dessas categorizações a Teoria das Múltiplas Inteligências (M.I.) de Howard


Gardner (1995) traz um significado mais complexo e com diversas ramificações para a
inteligência, sendo um dos únicos autores que trouxe valores culturais inerentes a um conceito
de inteligência que não se limita a testes lógicos e estruturados por folhas e lápis, com
perguntas e respostas fechadas, mas sim que deve ser observada em cada área específica onde
se desenvolve.
18

Tabela 2 - Resumo das aptidões Inteligências Múltiplas

Inteligência Sensibilidade para: Inclinação para: Aptidão para:

Detectar padrões, fazer cálculos,


Lógica- Padrões, números e dados numéricos, Trabalhar com números( Contabilidade, estatística, economista) e
formular e testar hipóteses, aplicar o
Matemática causa e efeitos, raciocínio objetivo e desenvolver raciocínio eficaz (engenharia, cientista,
método científico, raciocínio dedutivo
quantitativo programador informática, astronomia)
e indutivo
Sons, significados, estruturas e Áreas de humanas: Professor, líder religioso, político, poeta,
Linguística Falar, escrever, ouvir e ler
estilística. jornalista, advogado, editor, escritor
Analisar situações e dados da ordem ecológica e natural (
Objetos naturais plantas,
Naturalista Identificar e classificar seres vivos e ecologistas, guardas-florestais), apresnder com os seres vivos
animais,padrões que ocorrem
objetos naturais (Zoologo, botânico, veterinário e trabalhar em ambientes naturais
naturalmente, questões ecológicas
Aperceber-se dos sentimentos e dos Trabalhar com pessoas(administradores, gestores, consultores,
Linguagem corporal, humores, voz,
Interpessoal temperamentos dos outros e reagira professores) e ajudar pessoas a identificar e a resolver problemas
sentimentos
eles (terapeutas, psicólogos)
Estabelecer objetivos, avaliar as
Forças e fraquezas pessoais, objetivos capacidades e as inoperâncias pessoais, Mediar, refletir, denotar autodisciplina manter a compostura e
Intrapessoal
e desejos monitorar os próprios pensamentos obter o máximo de si mesmo.

Representar ideias visualmente, criar


Cores,formas, quebra-cabeças Criar visualmente (artista, fotografo, engenheiro, decorador) e
Espacial imagens mentais, reparar em detalhes
visuais,simetrias, linhas, imagens visualizar de forma precisa (guia turístico, guarda florestal)
visuais, desenhar
Atividades que requerem força, Usar as mãos para consertar ou criar (mecânico, cirurgião,
Corporal
Tato, movimento, corpo, atletismo velocidade, flexibilidade, coordenação carpinteiro, escultor, pedreiro) e usar o corpo de forma expressiva
sinestésicas
visual-motora e equilíbrio. (bailarino, atletas, atores)
Compor música ( compositor, escritor de letras, maestro) e
Musical Tom ritmo, melodia, timbre som. Ouvir, cantar, tocar um instrumento.
analisar musica (critico musical)
A capacidade e propensão de
representar, perguntar sobre a vida e Amantes da paz e da não violência e de
morte, os fundamentos da percepção fomentar o respeito entre todos os
Existencialista Religiosos
da realidade e o funcionamento da seres, da irmandade humana, da
existência em si, assim como o seu solidariedade e da compreensão.
sentido.
19

A teoria das IM, portanto, fundamentam estudos e caracteriza habilidade de indivíduos.


Assim nos faz pensar que a metodologia ativa pode estabelecer estreitas relações com estas
teorias. Como já visto até aqui, a metodologia ativa nos oferece oportunidades de construir
projetos utilizando como fundamento a Teoria das Inteligências Múltiplas e neste sentido
achamos interessante salientar a importância dos projetos no ambiente escolar.

4.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE O TRABALHAR COM


PROJETOS NO AMBIENTE ESCOLAR
Segundo Project Management Body of Knowledge (PMBOK), o conceito de projeto é
um conjunto de atividades temporárias, realizadas em grupo, destinadas a produzir um
produto, serviço ou resultado únicos. São atividades ou empreendimento que tem inicio e fim
programado devendo resultar em um serviço ou produto final. O conceito de projeto é
resultado de planejamento, em função do desejo de superar um problema, atingir um resultado
ou aproveitar uma oportunidade. Cada projeto requer um tratamento diferenciado. Projetos
diferentes resultam em procedimentos diferentes.

Os projetos podem ser de inúmeros tipos e tamanhos diferentes e podem envolver


áreas de atuação diferente. Um projeto pode envolver uma única pessoa ou muitas de
pessoas, uma organização ou múltiplas organizações. No curso de suas carreiras nas escolas, a
maioria dos estudantes realiza centenas, se não milhares de testes. Eles desenvolvem uma
habilidade muito grande num exercício que, essencialmente, passará a ser inútil
imediatamente após seu último dia na escola. Em contraste, quando examinamos a vida fora
da escola, os projetos surgem como algo universal. Alguns projetos se referem ao indivíduo,
alguns são executados estritamente por sua iniciativa, mas a maioria dos projetos representa
uma fusão de necessidades e objetivos pessoais e comunitários.

Embora as escolas venham patrocinando projetos há muitos anos, e a época


progressista tenha apresentado uma abordagem educacional chamada “método de projeto”
este envolvimento com projetos tem estado virtualmente invisível nos registros do progresso
do aluno. Acreditamos que os projetos provavelmente serão levados mais a séria pelos alunos,
professores e comunidade mais ampla se eles forem avaliados No presente momento,
utilizamos ideias que consideram os projetos e os portfólios (conjunto de projetos) em termos
de cinco dimensões distintas, a saber:
20

a) Perfil individual: Aqui de maneira razoável e conveniente. Consequentemente


tentamos elaborar maneiras diretas de avaliar o desenvolvimento, assim como as
características individualizadas dos projetos dos estudantes.

b) Domínio de fatos, habilidades e conceitos: Os projetos podem ser maravilhosos de


se olhar, mas diante daquilo que esta sendo ensinado na escola ou inclusive em desacordo
com o assunto. Quando invocamos esta dimensão, somos capazes de perceber a capacidade do
aluno de mostrar seu conhecimento dos fatos, domínio de conceitos e habilidades ao
desenvolver o currículo padronizado. Habitualmente, é feita uma barganha entre o aluno e o
professor: o professor pede aos alunos que explorem um conhecimento e entendimento
escolar ao criar um projeto; o aluno tem oportunidade de escolher, em seu trabalho escolar,
aqueles fatos, habilidades e conceitos que deseja incluir no seu projeto.

c) Qualidade do trabalho: Cada projeto é um exemplo de um determinado gênero –


uma peça cômica, um mural, um experimento cientifico, uma narrativa histórica. Esses
gêneros incluem certos critérios específicos de qualidade que podem ser invocados em sua
avaliação. Entre os aspectos de qualidade normalmente examinados estão a inovação e a
imaginação; julgamento e técnica estética; o desenvolvimento de um projeto de modo a
colocar em primeiro plano um determinado conceito; a execução de um desempenho. Na
medida em que um aluno continua a criar um determinado gênero, ele fica mais familiarizado
com os critérios daquele gênero e aprende a pensar cada vez mais naquele domínio.

d) Comunicação: Os projetos oferecem uma oportunidade para os alunos se


comunicarem com uma audiência mais ampla; com os colegas em esforços colaborativos com
os professores e outros e com eles mesmos. Às vezes a comunicação é bastante clara, com um
desempenho teatral ou musical; mas mesmo num projeto de ciências ou história realizado em
computador, o aluno precisa comunicar seus achados com habilidade, e esse processo é
diferente do trabalho de realizar o experimento ou a pesquisa bibliográfica.

e) Reflexão: Um dos aspectos mais importantes do crescimento intelectual,


infelizmente bastante negligenciado, é a capacidade de distanciar-se do próprio trabalho, de
monitorar os próprios objetivos, de avaliar o progresso que esta sendo feito, de avaliar como o
curso pode ser corrigido, de que maneira fazer uso do conhecimento obtido em sala de aula e
como os outros, e assim por diante. Os projetos proporcionam uma ocasião excelente para a
atividade reflexiva. Os professores e alunos podem revisar juntos o trabalho, ponderar de que
maneira ele se relaciona ao trabalho passado, conhecê-lo em termos de objetivos mais
21

distantes, estilos de trabalho, e assim por diante. Igualmente importante, o aluno pode vir a
internalizar essas práticas reflexivas para ser capaz de avaliar seu trabalho na ausência de
agentes externos.Vale ressaltar que a teoria das Inteligências Múltiplas pode oferecer a alunos
e professores condições facilitadoras para o desenvolvimento desses projetos tendo vista a
tabela 3 pag. 34.

4.2 A IMPORTANCIA DO CONHECIMENTO DE ATIVIDADES E DE MÉTODOS


BÁSICOS DO ENSINO COM A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
A melhor maneira de abordar o desenvolvimento da aprendizagem usando a Teoria
das Inteligências Múltiplas é pensar como podemos traduzir de uma inteligência para outra, o
assunto a ser ensinado. Por outras palavras, como podemos tomar uma atividade, uma
matéria, e traduzi-lo para as linguagens de outras inteligências, como as imagens, a expressão
física ou musical, símbolos ou conceitos lógicos, interações sociais e conexões intrapessoais.
No quadro seguinte, apresenta-se um rápido resumo dos métodos de ensino de IM.

Tabela 3 - Resumo das atividades de ensino, materiais e estratégias de Acordo com as IM


Inteligência Atividade de Ensino Materiais Estrategias
Palestras, discussões, jogos de
Livros, gravadores,
Linguística palavras, narração de histórias, Ler, escrever,
computadores, material de
leitura em coral, redação de diário falar, escutar.
escrita.
ou jornal.
Materiais manipulativos,
Quantificar, pensar
Lógico- Enigmas, solução de problemas, equipamento de
criticamente,
-matemática cálculos mentais, jogos ciências, jogos
estrutura lógica,
numéricos. matemáticos.
experimentá-la.
Gráficos, mapas, vídeo,
Apresentações visuais, atividades
conjunto de LEGO, materiais Ver, desenhar,
artísticas, jogos de imaginação,
Espacial de arte, ilusões óticas, visualizar, colorir,
mapeamento mental, metáfora,
biblioteca de quadros. mapear mentalmente.
visualização.
Instrumentos de
Aprendizagem prática, teatro, construção, quipamentos
Corporal- dança, desportos que ensinam, desportivos, recursos de Construir, atuar,
-cinestésica atividades táteis, exercícios de aprendizagem tátil. tocar, sentir, dançar.
relaxamento.
Gravador,
Aprendizagem rítmica, rapping, Cantar, fazer rap,
Musical instrumentos musicais.
músicas que ensinam. ouvir música.
Aprendizagem cooperativa, tutor
Ensinar, interagir
Interpessoal de colegas, , reuniões sociais, Jogos de tabuleiro.
com a situação.
simulações.
Materiais de autoavaliação,
Conectar algo à
Intrapessoal Instrução individualizada, estudo diários, materiais para
sua vida pessoal,
independente. projetos.
fazer escolhas.
Estudo da natureza, consciência Plantas, animais, Relacionar-se com
Naturalista ecológica, cuidado de animais. instrumentos de jardinagem. elementos vivos e a
fenómenos naturais.
FONTE: (adaptado de Armstrong, 2001, p. 62)
22

Todas estas atividades permitem promover o respeito pelos alunos da turma,


valorizando as suas diferenças e os auxiliando a compreender o seu estilo de aprendizagem, os
levando a refletir sobre a metacognição1 .

4.3 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NO PERFIL DO ALUNO DO


SÉCULO XXI
A Teoria das Inteligências Múltiplas representa um modelo de instrução que não tem
regras distintas além das demandas impostas pelos componentes cognitivos das próprias
inteligências. Os diferentes contextos de aprendizagem devem proporcionar condições para
que cada aluno possa formar-se e desenvolver-se de forma equilibrada. Para que tal suceda, é
necessário respeitar as suas características individuais, favorecendo aprendizagens
significativas e diferenciadas. Estabelece-se, assim, a interligação entre o desenvolvimento de
competências e aprendizagem defendida no documento “Perfil dos alunos do século XXI”
(2/2017) referindo como fim último da educação a formação de “pessoas autónomas e
responsáveis e cidadãos ativos” (2017, p. 6). Compreende-se, deste modo, a importância de
respeitar e valorizar as características individuais do aluno, uma vez que elas constituem a
base de novas aprendizagens. De fato, neste documento baseado no escrito oriundo da Unesco
“European Union´s Recommendation on Key Competences for Lifelong Learning” (2017),
coloca-se ênfase “no desenvolvimento de competências – mobilizadoras de conhecimentos, de
capacidades e de atitudes – adequadas aos exigentes desafios destes tempos, que requerem
cidadãos educados e socialmente integrados.” (2017, p. 12).

Figura 2 - Esquema conceitual de definição de competências (adaptado de: Progress


reporto n the Draft OECD EDUCATION 2030 Conceptual Framework – 3rd Informal Working
(IWG) on the Future of Education and Skills:OECD Education 2030) (ibidem, p. 12)
http://www.oecd.org/education/2030/

As competências acabam por estar relacionadas com as inteligências múltiplas porque


não pretende apenas que os alunos adquiram conhecimentos em várias áreas, mas também

1
Metagognição: Etimologicamente, significa para além da cognição,isto é, a faculdade de conhecer o próprio
ato de conhecer, ou, por outras palavras, consciencializar, analisar e avaliar como se conhece" pensar sobre o
próprio pensamento?. Através da reflexão sobre a maneira como se aprende, pode-se repensar sobre os processos
de pensamento individual.
23

capacidades e atitudes que serão fundamentais para a sua inserção na sociedade, sendo que
estas competências remetem para as IM, como se refere no quadro seguinte.

Tabela 4 - Relação entre as Competências “Perfil dos alunos do século XXI” e as IM

Competências Inteligências Múltiplas


Linguagem de textos
Linguística
Informação e comunicação
Raciocínio e resolução de problemas
Pensamento crítico e pensamento criativo Lógico-matemática
Saber técnico e tecnologias
Relacionamento interpessoal Inteligência Interpessoal
Autonomia e desenvolvimento pessoal
Inteligência Intrapessoal
Bem-estar e saúde
Sensibilidade estética e artística
Corporal-cinestésica
Consciência e domínio do corpo

4.4 A TEORIA INTELIGÊNCIAS MULTIPLAS E O PERFIL PROFESSOR XXI


Com a exigência da indústria 4.0, o docente precisa ter uma postura e uma nova
relação entre este e o conhecimento, uma vez que cabe a ele, primordialmente, a condução
desse processo de ensinar.

“Todos nós possuímos todo o espectro de inteligências, e as qualidades intelectuais


mudam com a experiência, com a prática ou de outras formas” (Gardner, 2010: 21). Em
primeiro lugar, o papel do educador/professor deverá ser o de levar a sério as diferenças que
existem entre os alunos e devem moldar a educação de forma a atingir cada aluno de maneira
ideal. Em segundo lugar, "qualquer ideia, disciplina ou conceito importante deve ser ensinado
de várias formas, as quais devem, através de argumentos, ativar diferentes inteligências ou
combinações de inteligências" (Gardner, 2010: 21). Isto permite uma pluralidade de
abordagens que garante que o professor atinja mais alunos e, também, de sinalizar uma maior
compreensão sobre um tópico, para Gardner:

"Estimular a compreensão profunda por parte dos alunos em várias disciplinas e


estimular seu uso daquele conhecimento para resolver problemas e realizar tarefas
com que possam se defrontar na comunidade mais ampla" (Gardner, 1993, citado
por Canon-Abaquin, M. in Gardner 2010: 113).

As inteligências múltiplas poderão ser testadas através de várias maneiras. Uma delas
é certamente o uso do papel e caneta. No entanto, há inteligências que requerem outros
métodos de avaliação, como a inteligência espacial, musical e corporal-cinestésica. O mais
24

importante é o momento em que o aluno é capaz de utilizar a sua mente corretamente, só


assim poderá ser uma pessoa melhor e poderá colaborar com a sociedade.

Após o reconhecimento do talento em questão, ou seja, da inteligência (s) que se


pretende ser(em) desenvolvida(s), há que encorajar os alunos para as potenciar. O rendimento
escolar está ligado com o encorajamento que é dado ao aluno, já que só depois desta estar
familiarizada com o seu talento e com o contributo deste é que pode querer alcançar a
excelência. O esforço e a dedicação que estão implícitos no desenvolvimento das inteligências
múltiplas dependem do próprio sujeito e de quem o apoia. Os investigadores recomendam que
os professores que são responsáveis por estes treinos assumam uma abordagem longitudinal,
conhecendo e permanecendo na vida do aluno durante vários anos e enfatizando objetivos e
progressos em longo prazo, Gardner é a favor de criar portfólios (conjuntos de projetos) ao
longo dos anos. Os objetivos e progressos devem estar direcionados para o processo do aluno
para a sua eficiência. Não nos interessa obter resultados em curto prazo, ou seja, a eficácia
com que o aluno termina um teste ou um exame. Ensinar vai além dos objetivos finais, trata-
se de querer que o aluno realmente compreenda algo de forma, a saber, utilizar posteriormente
as suas aprendizagens. Ensinar significa "instruir", ou seja, "transmitir conhecimentos ou
habilidades". O único homem instruído é aquele que aprendeu como aprender, o que aprendeu
a adaptar se e a mudar, o que se deu conta de que nenhum conhecimento é garantido, mas que
apenas o processo de procurar o conhecimento fornece base para a segurança. "Para se
compreender particularmente os processos de aprendizagem no âmago das instituições de
ensino, deveria se destacar, de forma simultânea, o caráter normativo do sistema pedagógico e
o caráter normalizador de suas práticas" (Baquero, 1998: 151).

Quer isto dizer que, o processo de aprendizagem do aluno é um resultado da


interligação entre as normas e legislações propostas pelo governo e pela forma como o
professor ensina. É prudente formular a seguinte questão: Apesar de existirem normas e
legislações que necessitam de ser cumpridas, é dada liberdade aos professores para inovarem
nas suas práticas? O programa e as metas curriculares dos ensinos escolares devem servir
apenas como apoio ao professor e, mediante os objetivos que precisam ser cumpridos, os
professores poderão e deverão inovar as suas práticas, visando o sucesso e o rendimento dos
seus alunos, sem esquecer que ensinar é um processo a médio longo prazo.

O desenvolvimento cognitivo está constantemente ligado aos instrumentos que são


utilizados na sala de aula. Os professores, apropriando-se corretamente das atividades e dos
25

instrumentos, serão capazes de promover o desenvolvimento das inteligências múltiplas.


Colocam-se então as seguintes questões: Será que os instrumentos utilizados em sala de aula
são suficientes para promover as inteligências múltiplas dos alunos? Estes mesmos
instrumentos serão capazes de motivar os alunos para novas aprendizagens, permitindo-lhe
que se conheça e que descubra as suas vocações?

O aluno é o resultado do ensino que o professor realiza na sala de aula, é ele o centro e
é visto como um resultado. O seu desenvolvimento é a consequência do ensino em que está
inserido e dos materiais que lhe são facultados para a promoção deste. Posto isto, questiona-
se: Com vista ao sucesso escolar e ao conhecimento pessoal, será que os professores se
tornam num meio eficaz para os alunos desenvolverem as suas inteligências múltiplas,
compreendendo estas e pondo-as em prática? Em que medida os alunos estão prontos para
enfrentar os problemas da sociedade sem que lhes seja dado suporte? O planejamento
educacional é essencial para o desenvolvimento das inteligências. Primeiramente deve adotar-
se uma decisão estratégica: jogar a partir dos pontos fortes dos alunos, amortecer os pontos
fracos ou trabalhar ambas ao mesmo tempo? Estas questões devem ser trabalhadas de acordo
com as metas curriculares da escola, bem como os recursos que estão disponíveis. No caso do
indivíduo talentoso, poderá ser-lhe proposto que trabalhe com um mestre reconhecido, como
aprendiz. Também lhe deveriam ser fornecidos recursos que lhe permitissem explorar por
conta própria. No caso do indivíduo com capacidades escassas, poderia ser necessário criar
materiais especiais, como meios em que as capacidades lhes possam ser apresentadas de
forma a explorarem as suas capacidades intelectuais. Para progredir através do domínio
intelectual, existem psicólogos educacionais que Gardner (2002) considera como uma boa
sugestão. Um deles é Lev Vygotsky. Dos três aos sete anos, a criança apresenta um conjunto
de interesses, "como o desempenho de papéis e outros tipos de atividade simbólica vem ao
front" (Gardner, 2002: 296). Dos sete 13 aos onze anos, "a atividade em destaque é o estudo
formal na escola" (Gardner, 2002: 296). O professor tem como desafio a planificação de
etapas, ou seja, deverá especificar que barreira do aluno deverá superar para que possa
progredir até à fase seguinte.

Hoje, educadores de diversos países têm aplicado os conceitos de inteligências


múltiplas a uma ampla variedade de ambientes - de escolas de educação infantil a
universidades e outros centros de estudos. Nas palavras de Gardner (ARMSTRONG, 2001, p.
VI):
26

(...) em estudos de capacidades cognitivas como memória, percepção ou atenção,


podemos ver evidências de que os alunos possuem capacidades seletivas. Certos
alunos, por exemplo, podem ter uma memória superior para palavras, mas não para
rostos; outros podem ter uma aguda percepção de sons musicais, mas não de sons
verbais. Cada uma dessas faculdades cognitivas, então, é específica de uma
inteligência; isto é, as pessoas podem demonstrar diferentes níveis de proficiência
nas oito inteligências em cada área cognitiva (ARMSTRONG, p. 21).

Acredita-se que as atividades baseadas em uma ou em outra inteligência


tenham seu próprio percurso de desenvolvimento, ou seja, cada inteligência tem seu
momento de surgir na infância inicial, seu momento de pico durante a vida e seu
próprio padrão de declínio rápido ou gradual conforme a pessoa envelhece
(ARMSTRONG, 2001, p. 19).

Nesse sentido, o professor é a figura fundamental, que desde os primeiros anos de


instrução formal da criança deve oferecer-lhe oportunidades significativas para que ela
comece a desenvolver suas múltiplas inteligências, de modo que, com o passar dos anos,
possa até chegar a atingir a plenitude em muitas delas. Assim sendo, vinculadas à prática
pedagógica devem sempre estar presentes reflexões sobre o ambiente escolar, as metodologias
de ensino, as ferramentas tecnológicas e os conteúdos. Tudo isso remete a problemática do
processo de ensino/aprendizagem à própria postura profissional do professor.

Além disso, é importante, a partir da formação inicial, criar ambientes de análise da


prática, ambientes de partilha das contribuições e da reflexão sobre a forma como se pensa,
decide, comunica e reage em uma sala de aula. “Também é preciso criar ambientes (...) para o
profissional trabalhar sobre si mesmo, trabalhar seus medos e suas emoções, onde seja
incentivado o desenvolvimento da pessoa, de sua identidade”. (PERRENOUD, 2002, p. 18).

Desta forma, podemos dizer que, investigar estratégias cognitivas, metacognitivas e


sócias afetivas que concorrem para o processo de ensino-aprendizagem permite ao professor
analisar e ampliar suas perspectivas sobre a própria prática docente, (re)elaborando,
continuamente, suas representações, de modo a desenvolver uma consciência mais crítica e
reflexiva.

Os métodos de ensino tradicionais, é frequentemente trabalhado por professores, como


a maior responsável pela falta de sucesso na aprendizagem. O professor precisa aceitar que,
em outras palavras, representa o grau de envolvimento do professor com o ensino (não
mecânico), e estabelecer o relacionamento com a classe. Vale muito mais a pena, para o
27

professor, dedicar-se na busca por essas atividades ideais ao engajamento do processo de


ensino e aprendizagem do que a noção de um método que seja objetivamente ‘o melhor’.

Tabela 5 - As inteligencias Multiplas e o professor

Inteligência Professor Aprendizagem Atividade de Ensino


Palestras, discussões, jogos de
Linguística palavras, narração de histórias,
leitura em coral, redação de
diário ou jornal.

Lógico- Enigmas, solução de


-matemática problemas, cálculos mentais,
jogos numéricos.

Planejar ; Apresentações visuais,


atividades artísticas, jogos de
Espacial
Verificar a diferença entre os imaginação, mapeamento
alunos; mental, metáfora,
visualização.
Ensinar de várias formas;
Aprendizagem prática, teatro,
Corporal- Estimular a compreensão; dança, desportos que ensinam,
-cinestésica atividades táteis, exercícios de
Encorajar os alunos ; Significativa relaxamento.

Reconhecer talentos; Aprendizagem rítmica,


Musical
rapping, músicas que
Inovar as suas práticas; ensinam.
Aprendizagem cooperativa,
Interpessoal Analisar a sua prática de tutoramento de colegas,
docente; envolvimento na
comunidade, reuniões
sociais, simulações.

Intrapessoal Instrução individualizada,


estudo independente.

Estudo da natureza,
Naturalista consciência ecológica,
cuidado de animais.

5 AS INTER-RELAÇÕES ENTRE A METODOLOGIA ATIVA BASEADA EM


PROJETOS(PBL) E A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Aprendizagem Baseadas em projetos (PBL) é um processo que estimula a


autoaprendizagem do estudante para pesquisar, refletir e analisar possíveis situações para
tomada de decisão e a Teoria das Inteligências Múltiplas potencializa o conhecimento que
serve como subsídio para a reflexão sobre os seus próprios processos de aprendizagem.
28

Tabela 6 – A Inter-relação entre as Competências PBL e as IM

Aprendizagem
Metodologia Baseadas em Teoria das Inteligências Multiplas Profissional
projetos
Detectar padrões, fazer Áreas da
cálculos, formular e Exata:Contabilidade,
Lógica-
testar hipóteses, aplicar o estatística, economista,
Matemática
método científico, engenharia, cientista,
raciocínio dedutivo e programador informática
indutivo astronomia
Áreas de humanas:
Falar, escrever, ouvir e Professor, líder religioso,
Linguística
ler político, poeta, jornalista,
advogado, editor, escritor
ecologistas, guardas-
Ação de florestais, Zoologo,
perguntar; Identificar e classificar
Naturalista botânico, veterinário e
Comprometer-se seres vivos e objetos
trabalhar em ambientes
com o naturais
naturais
conhecimento;
Questionar; Aperceber-se dos Trabalhar com pessoas ,
Investigar; sentimentos e dos administradores, gestores,
Interpessoal
Comunicar; temperamentos dos consultores, professores
Pesquisar; outros e reagira eles terapeutas, psicólogos
Habilidade e
Elaborar hipótese; Estabelecer objetivos,
competências Mediar, refletir, denotar
Buscar recursos; avaliar as capacidades e
do Aluno autodisciplina manter a
Aplicar a as inoperâncias pessoais, Intrapessoal
informação; compostura e obter o
monitorar os próprios
Autonomia; máximo de si mesmo
pensamentos
Curiosidade;
Resolução de Representar ideias
artista, fotografo,
problemas; visualmente, criar
engenheiro, decorador e
Comunicação imagens mentais, reparar Espacial
guia turístico, guarda
interpessoal; em detalhes visuais,
florestal
desenhar e faze esboço.
Atividades que
requerem força, mecânico, cirurgião,
Corporal
velocidade, flexibilidade, carpinteiro, escultor,
sinestésicas
coordenação visual- bailarino, atletas, atores
motora e equilíbrio.

compositor, escritor de
Ouvir, cantar, tocar um
Musical letras, maestro e analisar
instrumento.
musica, critico musical.

Os Métodos Ativos, Aprendizagem Baseadas em Projetos e a Teoria das Inteligências


Múltiplas, apresenta ao professor muitas maneiras ou atividades que possam fazer com que o
aluno descubra uma nova maneira de aprendizagem. Cabe ao professor proporcionar da
melhor maneira possível através de um planejamento adequado e estimular a aprendizagem.
29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho mostrou que o processo de desenvolvimento de aprendizagem por meio


das metodologias ativas, PBL, e da teoria das Inteligências Múltiplas, através de projetos,
ocorre por meio da interação e articulação entre conhecimentos das diversas áreas através de
conexões que se estabelecem a partir dos conhecimentos cotidianos dos alunos, cujas
expectativas, desejos e interesses são motivados para desenvolver suas habilidades e
competências. Trabalhar com projetos significa lidar com ambiguidades, soluções provisórias,
variáveis e conteúdos não identificáveis inicialmente e emergentes no processo. O
planejamento é a espinha dorsal das ações a serem desenvolvidas e vai se aperfeiçoando
durante a execução que se traduz numa atividade que rompe com as barreiras disciplinares e
caminha em direção a uma postura interdisciplinar capaz de promover a compreensão crítica e
a transformação da realidade. O desenvolvimento da aprendizagem por projetos na educação
superior requer do professor a tarefa de saber explorar, tanto pelo método ativo de
aprendizagem ou pela teoria das inteligências múltiplas a máxima potencialidade que os
projetos propiciam, aproveitando a oportunidade para recriar sua prática, articulando
diferentes interesses e necessidades dos alunos, o contexto, a realidade e a sua
intencionalidade pedagógica. Juntos com os professores, os alunos precisam compreender que
a aprendizagem ocorre no decorrer da vida e que essas experiências vivenciadas no projeto
têm a finalidade de provocar um processo que leve a refletir, discutir e atingir a produção do
conhecimento. As considerações aqui situadas sobre aprendizagem por projetos na educação
superior são inacabadas e requerem ser aprofundadas, em outros trabalhos de pesquisa. Trata-
se de um tema fecundo para novas investigações, não só para recriar o processo de docência
da educação superior como também para possibilitar a formação de profissionais mais
autônomos, participativos e críticos, capacitados a refletir e produzir novos conhecimentos.
30

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