SINGEURB, I - Índice de Eficiência Espacial Urbana
SINGEURB, I - Índice de Eficiência Espacial Urbana
SINGEURB, I - Índice de Eficiência Espacial Urbana
ANAIS
Outubro 2017
Ficha Técnica
Parceiros e Patrocínio
Fundação de Apoio
Coordenação de Institucional ao
Aperfeiçoamento de Departamento de Engenharia
Desenvolvimento Científico
Pessoal de Nível Superior Civil
e Tecnológico
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO
Coordenação: Marcilene Dantas Ferreira
Aline de Lima Zuim
Camila Danubia G. de Carvalho
Camila Mota Massaro
Giulia Guillen Mazzuco
Jaqueline Tomie Fujimoto
Thamiris C. Costa Basilio
Vagner de Souza Serikawa
Yanayne Benetti Barbosa
COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA
Coordenação: Denise B. Menezes
Ana Carolina Oliveira Prado
Camila Fávero Loss
Claudinei Moreira Diniz
Gustavo D'Almeida Scarpinella
Léa Cristina Lucas de Souza
Leonardo Kenji Maeda
Thais de Cássia Martinelli Guerreiro
COMISSÃO DE PROGRAMAÇÃO
Coordenação: Sandra Regina Mota
Ana Paula Oliveira Favretto
Caio Augusto Rabello Gobbo
Camila Umbelino Carvalho
Carlos Andrés Martínez Rodríguez
Edwin Alejandro Ramírez Aguilar
Luiz Paulo Vieira de Araújo Júnior
Maria Eugênia Fernandes
Ricardo Siloto da Silva
Vinicius Gustavo de Oliveira
COMISSÃO DE SUSTENTABILIDADE
Coordenação: Rochele Amorim Ribeiro
Carolina Sulzbach Lima Peroni
Poliana Arruda Fajardo
Thais Helena Prado Corrêa
Theo Brunette
COMISSÃO DE TRABALHOS TÉCNICOS
Coordenação: Érico Masiero
Bernardo Arantes Nascimento Teixeira
Cláudio Robert Pierini
Gustavo D'Almeida Scarpinella
Lucas Dellosso Penteado
COMISSÃO CIENTÍFICA
Alex Kenya Abiko
Ângela Maria Gabriella Rossi
Léa Cristina Lucas De Souza
Paulo Fernando Soares
Rosa Maria Locatelli Kalil
COMITÊ EDITORIAL
Érico Masiero
Bernardo Arantes Nascimento Teixeira
Cláudio Robert Pierini
SECRETARIA EXECUTIVA
Tânia Regina Freire de Carvalho Rodrigues Rocha
Maria Luiza Zanchim
APOIO TÉCNICO
Aline de Lima Zuim
Ana Carolina Oliveira Prado
Ana Paula Favretto
Ary Rodrigues Alves Netto
Bene Camargo
Caio Augusto Rabello Gobbo
Camila Danúbia Gonçalves de Carvalho
Camila Mota Massaro
Camila Umbelino Carvalho
Carlos Andres Martinez Rodriguez
Carolina Sulzbach Lima Peroni
Claudinei Moreira Diniz
Edwin Alejandro Ramirez Aguilar
Eliane Aparecida Justino
Fábio Noel Stanganini
Flávia Gaspar
Francis Brasil Gardino Iglesias
Giulia Guillen Mazzuco
João Romanelli
Liliane Torres Olivera
Leilane Renovato Albuquerque
Lucas Dellosso Penteado
Luciana Bernal
Luiz Paulo Vieira de Araújo Junior
Maria Camila Pèrdomo Gaitan
Maria Eugênia Fernandes
Maria Fernanda Santos
Monique de Paula Neves
Natália da Costa Souza
Otávio Henrique da Silva
Pollyana Ferreira da Silva
Sidnei Pereira da Silva
Suzana Honório
Taiany Richard Pitilin
Vagner de Souza Serikawa
Vinicius Gustavo de Oliveira
Vinícius Renan Fujino Castro
Sumário
1. Geotecnia e Geoprocessamento
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
1
MUNIZ DA SILVA, L. O.
1
Programa de Engenharia Urbana, Universidade Federal do Rio de Janeiro;
[email protected]
RESUMO
ABSTRACT
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community a spatial index that was created to evalue the urban efficiency of the
communitarian facilities, considering the basic services units location and the proximity
between the service offer locations and the place of residence of the urban dwellers. For
this purpose, the following methodological steps was realized: 1) data acquisition and
georeferencing, relating to the basic education institutions in a Rio de Janeiro planning
area; 2) integration with sociodemographical databases; 3) application of Voronoi
algorithm, to identify, measure and classify spatially the demand for customer service; 4)
application of basic education institutions atuation radius based on the capacity estimated
by the regional and local educational policies; 5) comparative analysis between the maps
created to representing the demand for customer service and the basic education
institutions service offers. The results of this operation demonstrate a spatial deficit of the
basic education institutions relating to the customer service area. In this way, some
simulations can be realized to planning: new locations to receive new service units;
resources redistribution by potentional interation between the operational units; others
decisions relating to the urban system optimization. It can be concluded that the spatial
index estimulate the comparation between actual and futural (planned) scenario to make
decisions promoting new projects and programs for the social inclusion.
1 INTRODUÇÃO
A Engenharia Urbana foi descrita por Martinand (1986) como a arte de conceber,
implementar, gerenciar e coordenar os aspectos técnicos dos sistemas urbanos. Estes
aspectos técnicos referem-se à infraestrutura física, pela qual os serviços urbanos são
suportados, e à rede de serviços propriamente dita, ligada à dimensão social de
prestação de atendimento à população das cidades. Desta forma, o espaço urbano, como
substrato material da cidade, é compreendido a partir de uma visão utilitarista, como
sendo um recurso para a garantia de realizações cuja sociedade é atuante e o substrato
espacial é palco, é atuado (SANTOS, 2000).
Baseado nesta concepção, o presente artigo busca criar um índice espacial capaz de
avaliar a eficiência urbana de equipamentos públicos comunitários no que tange à
localização de suas unidades de serviços, a proximidade entre os locais de oferta e os
locais de demanda (as residências dos habitantes das cidades), os dados demográficos e
o aspecto funcional fundamental para a dinâmia urbana: a malha viária (verificada quanto
à estrutura para caminhada a pé ou por bicicletas). Cumpre notar que a eficiência urbana
surge como um conceito natural para índices espacias relativos que tem por proposta a
arte da Engenharia Urbana, pois, segundo Netto e Krafta (2009: 167), sua aferição pode:
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Dirigir-se a subsistemas específicos de agentes (como serviço-
consumidor ou firma-firma) verificando o grau de eficiência destas
ligações físicas (ou proximidade dessa distribuição com a rede de
conexão ideal) [...]; mostrar ganhos de eficiência com a qualificação de
componentens urbanos; por exemplo, com o eventual aumento de
acessibilidade em razão de melhorias na rede de acessos ou de
modificações no panorama de localizações de agentes complementares
[...]; a análise da eficiência das ligações existentes entre agentes, e o
quanto elas se beneficiam do espaço (ou eventualmente ignoram
vantagens locacionais ou agentes complementares melhor localizados
para possíveis interações).
2 OBJETIVOS
3 MÉTODO
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3.1 Algoritmo de Voronoi (ou Polígonos de Thiessen)
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Como os dados necessários para estimar as massas e os atritos são, parcialmente, de
acesso restrito ou de acesso despendioso e o intuito do artigo é propor uma metodologia
de avaliação de eficiência urbana com ênfase no papel ativo do espaço, o uso do
algoritmo de Voronoi em modo simples se faz satisfatório. Além disto, parte-se do
pressuposto que a principal variável para a matrícula de alunos de uma determinada
unidade educacional seja a proximidade com o local de residência (as unidades
municipais de ensino no Rio de Janeiro tem por área de cobertura planejada – oferta
ótima – raios de 1 km de distância de cada unidade. Estes serão os raios aplicados para
a geração do mapa de ofertas).
3.2 Execução
Os dados relevantes para a atividade foram adquiridos junto aos órgãos oficiais
responsáveis. No caso das unidades escolares municipais, estaduais e federais, utilizou-
se os conjuntos disponibilizados no Sistema de Informações Urbanas (PCRJ, 2016). As
listas de dados foram filtradas para se trabalhar apenas as unidades de ensino básico.
Os dados populacionais foram obtidos do Censo Demográfico (IBGE, 2010) e, então,
filtrou-se o quantitativo populacional por idade escolar recomendável, baseada em
SOFFNER (2015). Assim, construiu-se o MDA necessário para a aplicação dos
algoritmos, MDA este representado na Figura 3.
A partir das localizações das unidades, aplicou-se o algoritmo de Voronoi para que se
identificasse todos os pontos do território que estão mais próximos de uma unidade que
de outra. A partir das delimitações geradas (Figura 4), selecionou-se os setores
censitários polarizados por cada escola e contabilizou-se, assim, a demanda gerada para
cada equipamento da área de estudo. Na Figura 5, observa-se o mapa de cobertura
planejada (ou oferta) gerado a partir dos buffers de 1 km, estado ótimo de funcionamento.
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Fig. 4 – Distribuição Populacional em Idade Escolar e Polígonos de Thiessen
Fonte: Produzido pelo autor.
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Como há um total de 114 unidades na área de planejamento da Barra da Tijuca, serão
aqui exibidos os dados referentes a um número reduzido de escolas. Foram selecionadas
aquelas que representam o maior e o menor índice espacial da área e seus três vizinhos
mais próximos.
Unidade escolar Oferta (nº hab.) Demanda (nº hab.) Índice (%)
CIEP João Batista dos Santos 17206 2202 781,38
CIEP Margaret Mee 5279 4559 115,79
EM Avertano Rocha 16098 916 1757,42
EM Frederico Eyer 16802 1893 887,59
EM Frei Gaspar 1382 2460 56,18
EM Juliano Moreira 14050 2694 521,53
EM Prof. Carlos Delgado de Carvalho 5765 8962 64,33
EM Prof. Jurandir Paes Leme 391 1459 26,80
Fonte: Produzido pelo autor.
4 ANÁLISE DE RESULTADOS
A unidade EM Frei Gaspar possui os mesmos problemas que a unidade de menor índice.
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Fig. 6 – Escola Municipal Avertano Rocha e seu entorno
Fonte: Produzido pelo autor.
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Os somatórios da oferta e da demanda de toda Região da Barra da Tijuca, quando
incluídos no cálculo de geração do índice de eficiência espacial urbana, apontou um
percentual de 275,4, o que, para uma análise em escala mais abrangente (nível de
cidade, por exemplo), permite afirmar que a Região é autosustentada em termos de
educação e com possibilidades de colaboração com outras regiões da cidade, caso
necessário. Duas afirmações, assim, podem ser feitas: 1) O índice opera sob uma
perspectiva multiescalar: identifica problemas, e também soluções, locais e possíveis
redes de colaboração regionais; 2) ele deve ser sempre analisado considerando as
distâncias entre equipamento-equipamento, pois há vantagens e desvantagens
locacionais que facilitam o direcionamento de soluções ou, em outras palavras, pois
subsidiam a elaboração dos planos de ação necessários para a otimização do
atendimento de uma determinada rede de serviços.
5 CONCLUSÃO
A análise dos resultados obtidos permite afirmar que, além da proximidade escola-
população, a proximidade escola-escola é indicadora de uma dimensão social positiva na
Engenharia Urbana, relativa ao atendimento dos subsistemas técnicos urbanos à
população como um todo. Isto corrobora com a noção de que uma morfologia compacta
favorece o funcionamento das cidades, como tem sido amplamente aceito pela
comunidade científica.
Em suma, estes fatores dão maior fluidez à experiência dos diferentes espaços das
cidades, que passariam a estar integrados, além de consequências ambientais positivas
para áreas diversas: haveriam consequências para clima, poluição e saúde, por exemplo,
provocadas pelo desincentivo aos grandes deslocamentos, usualmente realizados
através de veículos pesados e motorizados.
Outra forma de análise possibilitada a partir deste índice-indicador diz respeito à sua
capacidade comparativa. O algoritmo de Voronoi pode ser realizado com novas
localizações de unidades hipotéticas, propostas por novos programas e projetos, e, desta
forma, recriando os índices e confrontando com os gerados para classificação do cenário
presente. A partir disto, mensura-se o benefício, para justificativa, ou não, das propostas,
indicando se os novos projetos devem ser executados ou revistos, parcial ou totalmente.
Com esta forma de análise, há ganhos inclusive econômicos, referentes aos custos de
planejamento e execução de obras para novas unidades.
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Fig. 8 – Classificação das áreas de demanda por Índice de Eficiência Espacial
Urbana
Fonte: Produzido pelo autor.
O Índice de Eficiência Espacial Urbana, assim, além de cumprir com seus objetivos
estabelecidos, é validado a partir de preceitos já consolidados para as cidades e
capacitando os agentes responsáveis de uma ferramenta que, além de identificar e
verificar todos estes aspectos do funcionamento das cidades, contribuem com o
planejamento continuado para estas funções. Espera-se, com isto, reverter o que
diagnosticou Das e Emuze (2015), destacando-se o papel fundamental do espaço para a
Engenharia Urbana, operada a partir de uma seleção de técnicas apropriadas para o
subsídio de diversas formas de análise e para a elaboração de políticas públicas urbanas
com consequências positivas dos sistemas técnicos à dimensão social do urbano.
6 REFERÊNCIAS
71
CORRÊA, Roberto. Posição Geográfica de Cidade. Revista CIDADES, v. 1., n. 2, 2004,
p. 317-323.
DAS, Dillip; EMUZE, Fidelis. Contextualising Urban Engineering Education for Future
Cities. Journal of Construction Project Management and Innovation, v. 5, n. 2, 2015,
p. 1139-1151.
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