A Inclusão Do Autista No Ambiente Escolar PDF

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A INCLUSÃO DO AUTISTA NO AMBIENTE

ESCOLAR

Acadêmicos¹ Cleidiane Ferreira Oliveira

Tutor Externo² Karla Almeida dos Santos

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo caracterizar os principais da inlusão do autista no ambiente
escolar um dos grandes desafios da atualidade é a inclusão do autista nas escolas. A inclusão é um
direito garantido por Políticas Públicas, seja nas esferas municipal, estadual e federal. Apesar das
leis a inclusão não é tão simples assim devido à falta de conhecimento sobre a questão e as
dificuldades que as instituições apresentam para lidar com a diversidade.
As instituições não podem recusar a inserção desses alunos.

Palavras-chave: Inclusão, Ambiente, Autista.

1. INTRODUÇÃO

Escola não garante a inclusão, é preciso também garantir sua aprendizagem e a qualidade
do ensino que deve ser oferecer.O cenário educacional brasileiro atual não é feito para todos.
Muitas escolas não estão preparadas para receber crianças autistas, uma grande reestruturação
deveria ser feita, a escola é quem deveria se adaptar para recebe-los e não os alunos à escola. É
necessário a elaboração de um plano de ensino que atinja e respeite a capacidade de todos os alunos,
propondo atividades diversificadas considerando o conhecimento de todos os alunos da escola, é
preciso explorar a variedade e o novo.

Infelizmente, as leis estabelecidas que garantem o acesso às escolas não são suficientes e
com isso ocorre o fracasso escolar. É possível destacar dificuldades encontradas que acabam tirando
a responsabilidade da escola de ensinar a todos: falta de criação de estratégias de aprendizagem;
professores despreparados para receber alunos autistas ou com alguma deficiência; e o elevado
número de alunos dentro da sala de aula para apenas um professor. importante ressaltar que a
presença do autista na escola já é um amplo progresso, mas não é garantia de aprendizagem mesmo
com acompanhamento de um profissional especializado a disposição.

Para que a inclusão tenha sucesso, as escolas, os profissionais e, principalmente, professores


precisam de uma formação mais adequada, o que inclui competência técnica e acesso a estratégias
pedagógicas assertivas, afim de abranger a todos, superando as salas lotadas, a falta de recurso e
capacitações. As pessoas que possuem alguma característica que afete o desenvolvimento, são
capazes de aprender, mas para isso é importante que o grupo social ao seu redor crie condições para
que isso de fato aconteça. Quando se tem condições de aprendizado no ambiente escolar, o autista
tem um grande potencial de desenvolvimento, além disso tem a oportunidade de viver interações
sociais significativas, desenvolver habilidades e criatividade, expandindo sua formação pessoal.

1 Nome dos acadêmicos Cleidiane Ferreira Oliveira


2 Nome do Professor tutor externo Karla Almeida dos Santos
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Licenciatura em pedagogia. (PED 2157) –- Prática
Interdisciplinar IV
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As escolas devem atender aos princípios constitucionais e proporcionar os meios


necessários para efetivação de uma educação de qualidade e respeito às diferenças para todos os
seus alunos. É notória a necessidade social de aprender a viver na diversidade, por isso, faz-se
necessária uma nova concepção de ensinar e de aprender.
A prática inclusiva dos alunos com deficiência nas classes comuns das escolas regulares é
desafiadora e gera muitas dúvidas para pais, profissionais da educação e à própria sociedade.
Importa ressaltar que a inclusão não pode ser reduzida unicamente à inserção dos alunos com
deficiências no ensino regular e que uma prática inclusiva deve permear todo o processo
educacional, bem como o envolvimento de toda a comunidade escolar. É fundamental o
reconhecimento dos ritmos e diferenças entre os alunos para que todos tenham as suas
especificidades atendidas.

“A educação de alunos com necessidades educativas especiais incorpora os


princípios já comprovados de uma pedagogia saudável da qual todas as crianças podem
beneficiar, assumindo que as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem
deve ser adaptada às necessidades da criança, em vez de esta a ter de se adaptar a
concepções predeterminadas, relativamente ao ritmo e à natureza do processo
educativo”. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, P.7)

No que se refere às crianças com transtorno do espectro autista, insta salientar que existe
uma variedade de manifestações do transtorno, por isso é importante que os profissionais da
educação tenham acesso ao diagnóstico médico para que saibam exatamente quais são as
capacidades, comprometimentos e disfunções características de cada aluno. Deve-se fazer uma
avaliação caso a caso, pois nenhum autista é igual ao outro.

“O desempenho escolar das crianças com autismo depende muito do nível de acometimento do transtorno. As
crianças com nível mais grave de autismo podem apresentar atraso mental e permanecer dependentes de ajuda. As
crianças com autismo leve ou somente com traços autísticos, na maioria das vezes, acompanham muito bem as aulas
e os conteúdos didático-pedagógicos”. (SILVA, 2012, p. 109)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Outras questões a serem consideradas são as alterações de comportamento que


prejudicam o aprendizado da criança com autismo e seu relacionamento social. As pessoas com
autismo podem apresentar agressividade, seja ela leve, moderada ou acentuada. É importante que a
questão seja trabalhada pedagogicamente na escola, mas também em sintonia com o tratamento
médico a ser informado pela família.

Ressalta-se que o diálogo e parceria constante com a família do aluno autista são
imprescindíveis na consolidação de uma aprendizagem efetiva. A escola precisa estabelecer laços e
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contar, além da família, com as possibilidades da rede de atendimento do município caso esse aluno
necessite de encaminhamento.

FONTE: https://www.grupoconduzir.com.br/2017/06/escola-ideal-para-crianca-com-autismo/

FONTE: https://elpais.com/diario/2003/03/31/educacion/1049061601_740215.html
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Seguem outras sugestões na prática pedagógica com aluno com transtorno autista:

-Estabelecer com o aluno uma relação de segurança e confiança;

-Organizar uma rotina, pois o ambiente planejado e organizado trará mais tranquilidade e
confiança;

-Comunicação clara do professor, pois a pessoa com autismo possui compreensão literal do
que é dito;

-A fixação do autista por determinados temas pode virar motivação para atividades
escolares;

-Incentivar a comunicação do aluno. (No caso da comunicação através de figuras, sugestão:


Sistema de Comunicação por Figuras-PECS - Picture Exchange Communication System - (ver
figura em anexo);

-Respeitar as dificuldades do aluno com autismo, mas trabalhar a questão do respeito às


regras e limites que são para todos os alunos.

Por fim, vale lembrar a importância das salas de recursos multifuncionais como o direito
do aluno com deficiência ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) previsto nos artigos 3º
e 5º da Resolução CNE/CEB n°004/2009. De natureza complementar, o AEE tem por objetivo o
desenvolvimento de competências e habilidades do aluno e deve ser oferecido no turno inverso da
escolarização.

A inclusão é um passo extremamente importante para a formação do autista, trazendo


contribuições na autonomia e no seu desenvolvimento, preparando para os obstáculos que irão
aparecer no futuro, pois após a idade escolar eles se deparam com o mercado de trabalho.

Os embates referentes à inclusão, no entanto, não impedem os especialistas de reconhecer


uma melhora no cenário. “É a partir da presença dessas crianças na escola que esses sistemas
educacionais vão se mobilizar para entender em que sentido precisam se aperfeiçoar”, reconhece
Maria Teresa Mantoan. Os gargalos educacionais podem ser ponto de partida de debates que
induzam políticas públicas.

Em 2010, por exemplo, a questão da inclusão de estudantes com deficiência na escola


regular estava na agenda da Conferência Nacional de Educação (Conae-2010). Seu documento
final trazia a escola como espaço fundamental na valorização da diversidade e garantia de
cidadania. O objetivo era fazer com que o documento final da conferência servisse de base para a
redação do Plano Nacional de Educação (PNE), mas, de acordo com a professora Maria Thereza,
não foi bem isso que ocorreu.

Se na Conae a discussão tinha como foco a universalização da educação regular a todos os


estudantes com deficiência, quando o PNE chegou na Câmara, a redação abriu espaço para que a
educação dessas crianças seja oferecida em organizações especializadas. “Eles querem voltar para
trás, querem neutralizar o desafio da inclusão fazendo voltar a escola especial, quando todo mundo
sabe que a diferenciação pela deficiência é crime [de discriminação]. O salto qualitativo necessário
para a inclusão é um ensino desafiador da capacidade de cada aluno e que reconhece a diferença de
cada um”.
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Mesmo considerando a importância das organizações especializadas, o presidente da


Associação Brasileira para Ação por Direitos da Pessoa com Autismo (Abraça), Alexandre
Mapurunga, acredita que elas não podem substituir a escola regular. “Não tem como substituir a
diversidade e cultura escolar. Se ela tem dificuldade de socializar e desde cedo tiramos essa
oportunidade de estar em um meio social, vamos condenar essa pessoa a ter uma vida adulta mais
dependente ainda”, conclui.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Início de ano é época de pensar na educação dos filhos. Fazer matrícula, comprar material
escolar, providenciar uniforme são só algumas das responsabilidades que os pais enfrentam em
janeiro. Quando se tem um filho autista, essas responsabilidades se juntam a uma outra muito
importante: escolher uma escola adequada às necessidades dele.

É claro que muitos pais se preocupam em encontrar o melhor colégio para os filhos, mas, no
caso das crianças com autismo, as exigências vão além da estrutura física ou da grade curricular. A
disponibilidade em incluir, acolher e ensinar uma criança com demandas diferente das outras é um
aspecto muito importante. Por mais que a Lei 12.764/2012 garanta a inclusão dos autistas,
estabelecendo inclusive o atendimento especializado para crianças e adolescentes matriculados no
ensino público, na prática a situação é um pouco mais complicada. Ainda que em alguns casos não
haja boa vontade por parte das instituições de ensino, na maioria das vezes falta mesmo é
capacitação para lidar com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Para te ajudar na busca pela melhor escola, separamos algumas dicas que você pode usar como
critérios para escolher uma instituição de ensino. A melhor maneira de encontrar uma boa escola é
conversar com pais e profissionais. Esta atitude é fundamental para obter referências de bons
colégios. Pais de crianças autistas poderão lhe falar sobre suas experiências com as instituições de
ensino, processo de inclusão, dia a dia da criança na escola etc. Já os profissionais que atendem o seu
filho poderão lhe dizer ao certo quais características são fundamentais para o desenvolvimento dele,
e até mesmo dar dicas de instituições recomendadas por parentes de outros autistas.

A chegada da criança com autismo na escola regular gera grande preocupação tanto por parte
da família quanto da escola. Nesse momento a família e os profissionais da educação se questionam
sobre a inclusão dessas crianças, pois a escola necessita de adequações. Para as autoras, Brande e
Zanfelice (2012, p. 44), receber alunos com deficiência, mais especificamente com transtornos
invasivos do desenvolvimento, é um desafio que as escolas enfrentam diariamente, pois pressupõe
utilizar de adequações ambientais, curriculares e metodológicas.

Entretanto, isso não é tarefa fácil, pois segundo Scardua (2008, p. 2), para que haja inclusão
escolar, é necessário comprometimento por parte de todos os envolvidos, ou seja, alunos,
professores, pais, comunidade, diretor, enfim, todos que participem da vida escolar direta ou
indiretamente. De acordo com Suplino (2009, p. 2), “para que o acesso esteja garantido, torna-se
necessário assegurar a permanência com qualidade”.

Dessa forma, é essencial focar nos potenciais de cada aluno, é necessário que o educador
transmita confiança e segurança para este, para que ele aprenda de forma significativa. Além disso,
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“para que haja esse ensino de qualidade é necessário currículo apropriado de modo que promova
modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos, dentre outros” (MENDES,
2002 apud BRANDE; ZANFELICE, 2012, p. 44). Segundo Libâneo (2012, p. 489), o currículo é a
concretização, a viabilização das intenções expressas no projeto pedagógico, e há muitas definições
de currículo: conjunto de disciplinas, resultados de aprendizagem pretendida, experiências que
devem ser proporcionadas aos estudantes, princípios orientadores da prática, seleção e organização
da cultura.

5. CONCLUSÃO

As perspectivas em relação ao nosso tema “inlusão do autista no ambiente escolar” foram


superadas. A partir dos estudos realizados, percebemos que para haver o acesso a uma educação
para “todos”, é necessário um comprometimento por parte dos alunos, professores, pais,
comunidade, ou seja, todos que participem da vida escolar da criança com autismo. Além do
envolvimento da escola e comunidade é necessário que a escola possua as condições necessárias e
adequadas a sua disposição para atender as necessidades e garantir o acesso e permanência desses
alunos.

É preciso que o professor tenha um olhar atento às necessidades de cada aluno, foque em
suas potencialidades e não em suas dificuldades, para que de fato esse aluno se sinta incluído e
assim se efetive o ensino-aprendizagem. Outro fator importante para a educação do autista é o
currículo. Este deve levar a autonomia do sujeito, tornando-o capaz de desenvolver atividades do
cotidiano, que atue no desenvolvimento da autonomia da criança autista. Pois, quando a escola
aplica na prática o que há na teoria, novos conhecimentos e comportamentos passam a ser
desenvolvidos no aluno, e assim seus déficits sociais passam a ser ultrapassados e a escola se
tornará verdadeiramente inclusiva.

É preciso que o professor olhe para a criança seja ela com autismo ou outra deficiência e a
veja como um sujeito capaz de aprender. Todos aprendem, basta que se tenha um olhar reflexivo e
consciência daquilo que se quer ensinar. Mas para isso o professor precisa de uma formação voltada
para a forma como cada indivíduo com autismo aprende além de se fazer as seguintes perguntas:
como o autista se relaciona com a outra pessoa? Será que ela está se sentindo bem na interação com
seus colegas e professores? Como estamos nos relacionando com a criança autista? Paramos para
ouvir o que elas têm a dizer? Percebemos, que mesmo os cursos de formação ofereçam disciplinas
de Educação Especial, isso não impede que muitos professores se sintam desconfortáveis ao
receberem aluno especial na escola, isso porque a formação inicial é o primeiro passo.

O professor precisa conhecer e ter a mínima noção a respeito das diferenças, e assumir seu
papel de mediador do conhecimento de todos os educandos, com vistas a contribuir com uma escola
inclusiva e com uma sociedade mais inclusiva. Existem inúmeras formas de se trabalhar com as
crianças autistas e com isso alguns métodos são utilizados para uma melhor inclusão desses alunos,
mas não existe uma receita pronta, é preciso investir no acolhimento e na mediação da
aprendizagem.
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REFERÊNCIAS

ANJOS, Isa Regina Santos dos. O Atendimento Educacional Especializado em Salas de


Recursos. Revista Fórum Identidades, ano 5, v. 9, p. 3-11, jan./jun. 2011. Disponível em: . Acesso
em: 26 set. 2014.

BOSA, Cleonice Alves. Autismo: atuais interpretações para antigas observações. In:
BAPTISTA, Claudio; BOSA, Cleonice (org.). Autismo e educação: atuais desafios. Porto Alegre:
Artmed, 2002. p. 22-39.

Autismo: intervenções psicoeducacionais. Rev Bras Psiquiatr., v. 28, supl. I, p. 47- 53, 2006.
Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2014.

BRANDE, Carla Andréa; ZANFELICE, Camila Cilene. A inclusão escolar de um aluno com
autismo: diferentes tempos de escuta, intervenção e aprendizagens. Revista Educação Especial,
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Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Caderno de educação


especial: a alfabetização de crianças com deficiência: uma proposta inclusiva. Brasília:
MEC/SEB, 2012.

Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras
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.Disponível em: . Acesso em: 29 set. 2014. ______. Ministério da Educação. Planejando a
próxima década: conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educação. Brasília:
Ministério da Educação, 2014b. Disponível em: . Acesso em: 13 nov. 2014.

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Banco de teses.


Disponível em: . Acesso em: 26 abr. 2015.

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