Fenômenos de Transporte
Fenômenos de Transporte
Fenômenos de Transporte
ENGENHARIA CIVIL
APOSTILA
Equação da Continuidade: Vazão volumétrica; vazão em massa; vazão em peso; relações entre
vazão volumétrica, vazão em massa e vazão em peso; equação da continuidade para regime permanente;
equação da continuidade para fluido incompressível; equação da continuidade – entradas e saídas não
únicas.
Equação da Energia: Equação da energia para regime permanente; formas de energia: energia
potencial (de posição e de pressão), cinética e mecânica; equação de Bernoulli; aplicação da equação de
Bernoulli: tubo de Venturi e tubo de Pitot; Potência e Rendimento de uma máquina; equação de Bernoulli
na presença de uma Máquina.
Equação da Energia – Fluido Real: Equação da energia para fluido real; escoamento não
uniforme; equação da energia para entradas e saídas não únicas; definição de perda de carga; equação
geral da energia.
OBJETIVOS GERAIS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Carga
Aula Objetivo horária Material
(aula)
Definir conceitos básicos em Física dos Fluidos. Definir de
Cinemática
vazão, velocidade e pressão, que serão essenciais na 6
dos Fluidos
apresentação dos demais conceitos.
Apostila didática
Estudar os conceitos fundamentais e definição das
Equação da propriedades de cinemática dos fluidos. Elucidar a equação
2 Lista de exercícios
Continuidade da continuidade para regime permanente propondo
aplicações práticas.
Ambiente virtual
Explicar as formas de energia envolvidas no movimento
dos fluidos, abarcando a equação da energia, potência e
Equação da Simuladores
rendimento na presença de uma máquina. Esclarecer o 6
Energia
princípio físico da equação de Bernoulli aplicando-a em
Laboratório
sistemas encontrados no dia a dia do engenheiro.
Equação da
Mostrar aplicações reais de movimentos de fluidos na
Energia – 8
engenharia.
Fluido Real
FENÔMENOS DE TRANSPORTE
INTRODUÇÃO
Fenômenos de Transporte é o nome dado á uma das áreas de estudo da Física. O assunto inclui as
disciplinas de Mecânica dos Fluidos (Momento Linear), Termodinâmica (Energia) e Transporte de
Massa.
A Mecânica dos Fluidos representa o ramo da Mecânica aplicada ao comportamento físico dos
fluidos e suas propriedades. É um dos ramos mais complexos da mecânica. A mecânica dos fluidos é o
estudo dos fluidos (líquidos ou gases) em movimento e suas interações. A Mecânica dos Fluidos é à base
da Engenharia Hidráulica, que englobam a Estática dos Fluidos, a Dinâmica dos Fluidos.
Estática dos Fluidos estuda as condições de equilíbrio dos fluidos, ou seja, nesta situação o fluido se
encontra em estado estacionário (repouso) ou em estado de movimento (velocidade constante).
Fundamenta-se na 1° Lei de Newton (Σ = ).
Dinâmica dos Fluidos estuda o comportamento dos fluidos em regime de movimento acelerado no
qual se faz presente a ação de forças externas responsáveis pelo transporte de massa. Fundamenta-se na 2°
Lei de Newton (Σ = m∙ ).
Os Fenômenos de Transporte encontra muita aplicação em diversas áreas da engenharia:
Redes de distribuição de fluidos: água, combustíveis, vapor de água, ventilação em edifícios, ninas e
túneis;
Turbinas: hidráulicas, eólicas, a vapor e gás;
Compressores, ventiladores e bombas hidráulicas;
Caldeiras, trocadores de calor, fornalhas, queimadores, motores de combustão interna;
Aerodinâmica: resistência ao avanço, sustentação de aeronaves, propulsão de aeronaves e de
navios;
Segurança aerodinâmica e conforto – controle de ruído e circulação de ar no interior de veículos;
Aerodinâmica em estruturas: edifícios, chaminés, estádios, portos, aeroportos;
Estudos de qualidade de água e de qualidade de ar.
DEFINIÇÃO DE FLUIDO
A matéria se apresenta em três diferentes estados físicos, de acordo com a agregação de partículas:
o estado sólido, o estado líquido e o estado gasoso.
O estado sólido caracteriza-se por conferir a um corpo forma e volume bem definidos.
Os líquidos e os gases, ao contrário dos sólidos, não possuem forma própria: assumem,
naturalmente, a forma do recipiente que os contém. Os líquidos têm volume definido, enquanto os gases,
por serem expansíveis, ocupam todo o volume do recipiente que o contém. Os líquidos são praticamente
incompressíveis enquanto os gases são compressíveis.
Os líquidos e gases têm em comum, graças à facilidade de deformação, a propriedade de poderem
se fluir, dando o nome de Fluidos.
Fluido é uma substância capaz de escoar (fluir) continuamente não possui forma própria e
que, se em repouso, não resiste à Tensão de Cisalhamento.
O sólido resiste à tensão de cisalhamento aplicada deformando-se, ao passo que o fluido deforma-se
continuamente sob a influência da tensão de cisalhamento (um comportamento conhecido como
Escoamento), não importando quão pequena ela seja. Nos sólidos a tensão é proporcional à taxa de
deformação, enquanto o fluido nunca para de deformar-se e a taxa de
deformação tende para certo valor.
A grandeza que caracteriza a “resistência à deformação” entre as
moléculas de um fluido real é a Viscosidade. A viscosidade é a causada por
forças coesivas entre as moléculas num líquido e por colisões moleculares
nos gases, e varia extremamente com a temperatura. Dizemos que o mel é
mais viscoso que a água, pois flui com maior dificuldade que a água.
CLASSIFICAÇÃO DE ESCOAMENTOS DE FLUIDOS
a) Escoamento Viscoso e não Viscoso
A viscosidade de um fluido é uma medida da resistência que o fluido oferece ao escoamento de
uma parte do fluido sobre a outra ou em um tubo, que provoca perda de energia mecânica, a qual é
transformada em energia térmica.
Não existe fluido com viscosidade nula e, assim, todo o escoamento dos fluidos envolve efeitos
viscosos de algum grau. Os escoamentos em que os efeitos da viscosidade são significativos chamam-se
Escoamentos Viscosos.
Em muitos escoamentos de interesse práticos, há regiões onde as forças viscosas são
desprezivelmente pequenas comparadas às forças inerciais e de pressão. Desprezando os termos viscosos
chamam-se de Escoamento não Viscoso, sem perda de precisão. Viscosidade é nula, um fluido que escoa
sem perdas de energia por atrito.
b) Escoamento Externo, Interno e de Canal
O escoamento sem limitação de um fluido sobre uma superfície, uma bola em movimento no ar, é
um Escoamento Externo. Nos escoamentos externos, os efeitos viscosos estão restritos às camadas-
limites próximas das superfícies sólidas e às regiões de esteira a jusante dos corpos.
O escoamento num tubo é um Escoamento Interno se o fluido estiver inteiramente limitado por
superfícies sólidas. Os escoamentos internos são dominados pela influência da viscosidade em todo o
campo do escoamento.
O escoamento num ducto é chamado de Escoamento de Canal se o ducto estiver apenas
parcialmente cheio com líquido e houver uma superfície livre. Exemplos de escoamento de canal: rios,
valas de irrigação, canaletas fluviais.
c) Escoamento Compressível e Incompressível
Se a massa específica permanecer aproximadamente constante em todos os lugares é dito ser
escoamento incompressível ou seu volume não varia ao modificar a pressão. Por exemplo, a massa
específica da água muda de 998 kg/m3 a 1 atm (≅1,0 ∙ 105 Pa) para 1003 kg/m3 a 100 atm, a 20°C, uma
mudança de apenas 0,5%. Uma pequena mudança na densidade da água corresponde a grande
mudança de pressão podem ainda ter consequências consideráveis.
d) Escoamento Laminar, Turbulento e Transitório.
O movimento ordenado dos fluidos caracterizado por camadas suaves do fluido é denominado
Escoamento Laminar (a velocidade do fluido é uniforme). As partículas se deslocam em lâminas
individualizadas (linha de corrente), sem trocas de massa entre elas. O escoamento dos fluidos de alta
viscosidade como os óleos com baixa velocidade é tipicamente laminar.
O movimento desordenado dos fluidos que ocorre em velocidades altas e é caracterizado por
flutuações de velocidade é chamado de Escoamento Turbulento.
Um escoamento que se alterna entre laminar e turbulento é chamado de Escoamento Transitório.
Tubo
Corante Escoamento Laminar
Entrada Liza
arredondada
Escoamento Turbulento
∙ ∙ ∙
∙
s
Linha de corrente
A
∙ (m)
Tubo de corrente ou tubo de fluxo
∙
Exemplo: Uma mangueira é conectada em um tanque com capacidade de 3,0∙104 litros. O tempo gasto
para esvaziar totalmente o tanque é de 500 minutos em um escoamento permanente. Calcule a vazão
volumétrica máxima da mangueira, indique no S.I.
Solução:
V = 3,0∙104 L = 30 m3 ∴ ∆t = 500 min. = 3,0∙104 s
∙
∙
VELOCIDADE
O termo velocidade normalmente refere-se à velocidade de escoamento através de uma seção. Ela
pode ser determinada dividindo-se a vazão (ϕ) pela área da seção (A) considerada. A velocidade da
partícula em cada ponto é sempre tangente à linha de corrente. O símbolo para a velocidade é v e a
unidade SI é m/s.
∙
Exemplo: Vazão 360 L/min. de uma tubulação PVC marrom de 50 mm (diâmetro interno do tubo de 50
mm = 44 mm). Calcule a velocidade, no S.I.
Solução:
∙
∙ ∴ ∙ ∙ ∙ ∙
∙
∙ ∙ ∙ ∙ ∙
O ruído proveniente de tubulação é gerado quando suas paredes sofrem vibração pela ação do
escoamento da água. A norma ABNT 5626 recomenda que as tubulações sejam dimensionadas de
modo que a velocidade da água não atinja valores superiores a 3,0 m/s em nenhum trecho da
tubulação.
Exemplo: Uma tubulação PVC marrom de 50 mm (diâmetro interno do tubo de 50 mm = 44 mm). Possui
uma vazão de 300 L/min. Calcule a velocidade em m/s. A norma ABNT 5626 recomenda que as
tubulações sejam dimensionadas de modo que a velocidade da água não atinja valores superiores a 3,0
m/s em nenhum trecho da tubulação.
Solução:
Φ = 300 L/min Φ = 0,005 m3/s
∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙
PRESSÃO
É muito comum confundir pressão com força. A pressão, no entanto, leva em conta não só a força
como também a área em que ela atua. Pressão é a razão entre a força (N) e a área (m2). O símbolo para
pressão é P e a unidade SI é Pa (pascal).
PRESSÃO EM UM FLUIDO
A força aplicada pelos fluidos em repouso ou em movimento é devido à pressão.
A propriedade de pressão do fluido pode ser ainda expressa na forma de Pressões Absolutas e
Pressões Manométricas. A Pressão Absoluta é medida tendo como referência a pressão de zero absoluto e
é sempre positiva, enquanto a Pressão Manométrica é medida tendo como referência a pressão
atmosférica e, assim, podem ser positivas ou negativas.
Pressão Absoluta
Vácuo é 0 Pa Absoluto.
Pressão Manométrica
Pressão Atmosférica
Pressão Atmosférica é aproximadamente 101300 Pa Absolutos.
Pressão Manométrica Pressão Atmosférica é 0 Pa Manométricos.
Vácuo (0 Pa) Vácuo a Pressão Manométrica – 101300 Pa Manométricos.
PRESSÃO ABSOLUTA
Pressão absoluta (total) é a pressão exercida por um líquido sobre o Pressão atmosférica
fundo de um recipiente mais a pressão atmosférica. A pressão exercida por
um líquido (pressão hidrostática) depende da massa específica e da
profundidade.
Pressãohidrostática
Pressão hidrostática
ρ → massa específica do fluido manométrico.
P → pressão absoluta;
Patm → pressão atmosférica;
g → aceleração da gravidade;
Ph → pressão hidrostática (pressão estática - pressão da água quando ela está parada dentro da tubulação);
h → A altura é também conhecida como altura de carga e pode ser interpretada como a altura de uma
coluna de líquido.
Exemplo: A construção de grandes barragens para as usinas hidrelétricas exigem conhecimentos da
Hidrostática, como o conceito de pressão exercida por um líquido ou pressão hidrostática. A usina de
Itaipu possui uma barragem com aproximadamente 7,0 km de extensão e 196 m de profundidade.
Adotando Patm = 1,0 ∙ 105 Pa, g = 9,8 m/s2 e a densidade da água igual a 1,0 g/cm3, determine, em
unidades do S.I.:
Solução:
a) a pressão hidrostática no fundo da represa.
∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
b) A pressão total no fundo da represa.
∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙
Pressão Atmosfera A força hidrostática
atuará no centróide
Pressão hidrostática
Força hidrostática
h
Solução:
a) ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
b) ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
c) ρ∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙
VISCOSIDADE
Quando dois corpos sólidos em contato se movimentam um em relação ao outro, desenvolve-se
uma força de atrito na superfície de contato. A força de atrito é sempre paralela às superfícies em
interação e contrária ao movimento relativo entre eles. A intensidade da força de atrito depende do
coeficiente de atrito entre os corpos e a força normal.
𝑪𝑴
𝒐𝒍𝒐
A situação é semelhante quando um fluido se move em relação a um sólido ou quando dois fluidos
se movem um em relação ao outro.
A “resistência à deformação” entre as moléculas de um
fluido real é a Viscosidade. Por exemplo, o mel apresenta
uma resistência maior à deformação que a água, dizemos,
então, que ele é mais viscoso que água. A viscosidade de um
fluido é uma medida da resistência que o fluido oferece ao
escoamento de uma parte do fluido sobre a outra ou em um
tubo, que provoca perda de energia mecânica, a qual é
transformada em energia térmica. Esta resistência provocará KC-390 EMBRAER
uma perda de carga que deverá ser considerada na medição de vazão.
A força que um fluido em movimento exerce sobre um corpo no sentido oposto do escoamento é
chamada de Força de Arrasto, e sua intensidade depende, em parte, da viscosidade.
A viscosidade não é uma propriedade observável num
fluido em repouso. Com o movimento do fluido, porém, ela faz Placa móvel
V
sentir seu efeito, criando as condições para equilibrar a força
tangencial externa.
Para obter uma relação entre a força de arrasto e a
L
viscosidade, considere uma camada fluida entre duas placas
paralelas muito grandes separadas por uma distância L. Aplica-
se então uma força F constante (força tangencial) na placa
superior, paralela a ela enquanto a placa inferior é mantida fixa.
Observa-se que a placa superior se move continuamente
sob a influência da força tangencial, após um determinado Placa em repouso
intervalo de tempo a placa superior passará a desenvolver um
movimento uniforme com velocidade v. Isso demonstra, que a força externa F aplicada na placa é
equilibrada por forças internas ao fluido (força de arrasto), visto, não existindo aceleração, pela primeira
lei de Newton, a resultante das forças deverá ser nula (equilíbrio dinâmico).
O fluido em contado com a parte superior da placa adere-se à superfície da placa e move-se com ela
a mesma velocidade (Princípio da Aderência: os pontos de um fluido, em contato com uma superfície
sólida, aderem aos pontos dela, com os quais estão em contato).
O fluido em contato com a placa inferior assume a velocidade daquela placa, que é nula. Observe
que cada ínfima camada fluida deforma-se continuamente sob a influência da Tensão de Cisalhamento.
A força F dará origem a Tensão de Cisalhamento, que age sobre esta camada fluida é:
Onde F é força de arrasto e A é a área (área de cisalhamento) de contato entre a placa e o fluido. O
símbolo para a tensão de cisalhamento é a letra grega (tau) e a unidade SI é N/m2 ou Pa.
Na figura mostra a determinação da tensão de
Placa móvel
cisalhamento devido à variação da velocidade que cria um
escorregamento entre duas camadas indicadas. Isaac Newton
descobriu que em muitos fluidos a tensão de cisalhamento é
proporcional ao gradiente de velocidade (dV/dy) e dy é a
distância vertical. Disto pode-se traduzir a Lei Newton da L
Viscosidade: ou 𝒐 . dV
dy
Os fluidos para os quais o gradiente de velocidade é
diretamente proporcional à tensão de cisalhamento são
chamados de fluidos newtonianos, em homenagem sir Isaac Placa em repouso
Newton, que os definiu primeiramente em 1687.
Observa-se que para um deslocamento dy haverá uma correspondente variação dv na velocidade.
A viscosidade dinâmica (μ) é a propriedade dos fluidos que permite equilibrar forças tangenciais
externas quando os fluidos estão em movimento. A viscosidade é a propriedade que indica a maior ou a
menor dificuldade de o fluido escoar.
A viscosidade dinâmica possui um valor diferente para cada fluido e varia, para um mesmo fluido,
principalmente em relação à temperatura.
Os gases e os líquidos comportam-se de maneira diferente quanto a esse aspecto. Nos líquidos, a
viscosidade dinâmica diminui com o aumento da temperatura. Isso ocorre porque nos líquidos as
moléculas possuem mais energia a temperaturas mais altas e nesse caso podem opor-se mais intensamente
às forças intermoleculares coesivas. O resultado é que as moléculas energizadas do líquido movem-se
mais livremente.
Enquanto nos gases a viscosidade aumenta com o aumento da temperatura. As forças
intermoleculares são desprezíveis e as moléculas em temperatura altas movem-se aleatoriamente
(Movimento Browniano – descrito por Einstein) a velocidades mais altas. Isso resulta em mais colisões
moleculares por unidade de volume e por unidade de tempo e, portanto, em maior resistência ao
escoamento.
A viscosidade de um fluido está diretamente relacionada à potência de bombeamento necessária
para transportar o fluido num tubo ou mover um corpo através de um fluido (tal como um avião no ar ou
um submarino no mar).
A Força de Arrasto que atua sobre uma camada de fluido newtoniano é:
Note que sob condições idênticas, a força F será bem diferente para fluidos diferentes.
A viscosidade cinemática (v) e a unidade SI é m2/s, é determinada pela razão entre a viscosidade
dinâmica e a massa específica do fluido.
O nome viscosidade cinemática se deve ao fato da grandeza em questão não envolver nenhuma
força, somente comprimento e tempo.
Exemplo: A seguir representa duas placas planas paralelas separadas por uma distância de 0,20 cm, cuja
área da placa superior é de 1,5 m2. Uma das placas é móvel (placa superior) e entre elas tem-se óleo com
viscosidade dinâmica de μ = 9,8∙10-3 Pa∙s e massa específica ρ = 0,80 kg/m3. A plana superior move-se
com velocidade constante de 4,0 m/s.
Determine a tensão de cisalhamento e a força que impulsiona a placa, em unidades do S.I.
Solução:
∙ ∙ 𝑵
∙
𝑵
NÚMERO DE REYNOLDS
Um cientista britânico chamado Osborne Reynolds (1842-1912) estudou o regime do escoamento
em tubos, superfícies e dutos utilizando um experimento muito simples, nos anos 1880. Em um tubo
transparente, Reynolds adaptou uma sonda de corante de forma a introduzir um contraste no escoamento
para verificar suas condições. Com esse experimento o cientista verificou que o contraste de corante
apresentava comportamentos diferentes, de acordo com as
diferentes características do tubo, do fluido e do escoamento.
No primeiro caso, diz-se que o regime de escoamento é
Laminar, caracterizado por linhas de corrente suaves e
movimento altamente ordenado, e é Turbulento no terceiro
caso, caracterizado pelas flutuações de velocidade e pelo
movimento altamente desordenado. O escoamento de
Transição do escoamento laminar para turbulento.
O escoamento laminar é encontrado quando o fluido
altamente viscoso, a baixa velocidade e em pequenos tubos. Para identificar o tipo de escoamento,
Reynolds propôs um parâmetro adimensional conhecido como número de Reynolds – que relaciona as
seguintes propriedades do fluido: massa específica, viscosidade, geometria do tubo e velocidade média
do escoamento.
O número de Reynolds (Re) para tubos é dado pela seguinte relação:
∙ ∙
Solução:
∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
𝒐 𝒐
∙
EQUAÇÃO DE CONTINUIDADE
Você já observou que é possível aumentar a velocidade da água que sai de uma mangueira de
jardim diminuindo o bico da mangueira. Esta é um exemplo de que a velocidade da água depende da área
da seção transversal da mangueira da qual a água escoa.
A Equação da Continuidade resulta da Lei da Conservação da Massa aplicada ao movimento do
fluido. Para escoamento permanente, a massa de fluido que passa em todas as seções de uma corrente de
fluido por unidade de tempo é a mesma. A Equação de Continuidade relaciona a vazão e massa na entrada
e na saída de um sistema e também relaciona a área (A) e a velocidade ( ) de um fluido.
m1 = m2
A equação apresentada mostra que as velocidades são inversamente proporcionais as áreas.
Portanto, a velocidade é maior nas seções de menor área.
Exemplo: Para a tubulação mostrada na figura, determine, em unidades do S.I, a velocidade na seção (2)
sabendo-se que A1 = 10,0 cm2 e A2 = 5,0 cm2. Dados: ρ = 1,0 ∙ 103 kg/m3 e v1 = 1,0 m/s.
Solução:
∙ ∙
Exemplo: Uma mangueira de jardim conectada a um bocal é usada para encher um balde de 10,0 litros. O
diâmetro interno da mangueira é de 2,0 cm, e ele se reduz a 0,80 cm da saída do bocal. São necessários 50
segundos para encher o balde com água, determine, em unidades do S.I, a vazão e a velocidade da água
na entrada (v1) e saída (v2) do bocal.
Solução:
V = 10,0 L = 1,0 ∙ 10-2 m3
∙
∙
∙
∙ v1 ∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙
b) ∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙
EQUAÇÃO DE BERNOULLI
Equação de Daniel Bernoulli (1700 - 1782) descreve o comportamento de um fluido movendo-se
em regime permanente incompressível ao longo de uma linha de corrente nas regiões sem viscosidade.
Permite transformar as relações de energia em relações entre a variação da pressão, à variação da
velocidade e a variação da altura em pontos de uma linha de corrente. Ela é obtida como uma
consequência da conservação da energia. Lei da conservação da energia aplicada ao movimento do fluido
ideal. A energia mecânica de um fluido em qualquer momento consta de três conceitos:
∙
Energia Cinética ( ): é a energia devida à velocidade que possua o fluido.
Energia Potencial Gravitacional (Ep = m∙g∙h): é a energia devida à altura que um fluido possua.
Energia de fluxo ( ∙ ): é a energia que um fluido contém devido à pressão que possui.
A soma das energias cinética, potencial e de fluxo de uma partícula de fluido é constante ao longo
de uma linha de corrente durante um escoamento em regime permanente incompressível e do “atrito” são
desprezíveis.
À luz da segunda lei de Newton do movimento, a equação de Bernoulli também pode ser vista
como: O trabalho realizado pelas forças de pressão e gravidade sobre a partícula de fluido é igual ao
aumento da energia cinética da partícula.
A equação de Bernoulli escrita entre dois pontos quaisquer na mesma linha de corrente como:
∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ → Eq. de Bernoulli associada à Energia.
∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ → (a massa do fluido é mesma) e multiplica por
ρ
∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙ → Eq. De Bernoulli associada à Pressão.
A soma das pressões estática, hidrostática e dinâmica é chamado de pressão total. Portanto, a
equação de Bernoulli afirma que a pressão total ao longo de uma linha de corrente é constante ao longo de
uma linha de corrente durante um escoamento em regime permanente incompressível e do “atrito” são
desprezíveis.
Com frequência na engenharia é conveniente representar o nível de energia mecânica usando altura
(carga) para facilitar a visualização dos diversos termos da equação de Bernoulli. Isso é feito dividindo
cada termo da equação de Bernoulli por g:
∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙
∙ ∙
5,0 m
v2
Referencial
∙ ∙
∙
∙ ∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙
ρ ρ
ρ ρ
∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙
b) ∙ ∙
Solução:
a) ∙ ∙ ∙ ∙
∙ ∙ ∙ ∙
b)
∙
∙
∙ ∙ ∙ ∙
∙
c) ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
EFEITO DE VENTURI
O efeito Venturi (Tubo de Venturi) é usado para medir a velocidade de fluidos. O efeito
Venturi ocorre, quando num sistema fechado, o fluido em movimento dentro de uma tubulação (cuja área
da seção reta é A1) com velocidade uniforme v1 (a qual queremos determinar) comprime-se
momentaneamente ao encontrar uma zona de estreitamento (cuja área da seção reta é A2) diminuindo
sua pressão P2 e consequentemente aumentando sua velocidade v2, nestes pontos e introduzir uma terceira
tubulação, encontrará uma sucção do fluido. Este efeito, demonstrado em 1797, recebe seu nome do físico
italiano Giovanni Battista Venturi (1746 – 1822).
P2
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/54/Venturifixed2.PNG
Como A1 > A2, temos v1 < v2 e P1 > P2. P1 – P2 = ∙ ∙ (Teorema de Stevin). Pela Equação de
Bernoulli temos:
∙ ∙ ∙ ∙
∙
∙ ∙ . Substituindo em ∙
∙ ∙ ∙
∙ ∙
∙ Usando a igualdade = ∙g∙h (Teorema de Stevin) ∙
∙ ∙
∙
Exemplo: Um tubo Venturi é inserido numa canalização provocando um desnível de 0,60 m. Um líquido
de massa específica igual a 1,2 x 10³ kg/m³ atravessa a canalização cuja seção de entrada tem área de 10,0
cm² e a seção do estrangulamento tem área de 5,0 cm². Adotando g = 9,8 m/s².
Calcule:
a) Velocidade de entrada;
b) Velocidade na seção do estrangulamento;
c) A vazão do líquido através da canalização.
Solução:
∙ ∙ ∙ ∙
a) ∙ ∙ ∙ ∙
b) ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
c) ∙ ∙ ∙ ∙
TUBO DE PITOT
O Tubo de Pitot é outro instrumento usado
para medir a velocidade de fluidos. Foi
demonstrado em 1732. Deve o seu nome ao físico
e engenheiro francês do século XVIII Henri Pitot
(1695 – 1771). A região na cor escura representa
um líquido de massa específica ’ > ,
denominado líquido manométrico.
μ
v1 2
1
μ’
http://fenomenosdaengenharia.blogspot.com.br/2013/06/o-tubo-de-pitot-e-
http://www.ugr.es/~jtorres/t7.pdf aviacao_6.html
U n c cín n T b n b : ρ’ – ρ ∙ ∙
∙
Comparando as equações: ρ’ – ρ ∙ ∙
∙ ∙
∙ ∙
Exemplo: Um tubo de Pitot é inserido num escoamento conforme ilustrado. O fluido é água, e o líquido
do manômetro é mercúrio. Determinar a velocidade do escoamento. Dados: g = 9,8 m/s2; h = 0,050 m;
3 3 3 3
água= 1,0∙10 kg/m e mercúrio= 13,3∙10 kg/m .
Solução:
∙ ∙ ∙ – ∙ ∙ ∙
∙
B T
Eentrada Esaída Eentrada Esaída
Eentrada < Esaída Eentrada > Esaída
A água sempre fluirá naturalmente de uma condição de energia maior para outra de energia menor.
Como é possível fazer a água fluir para uma condição de energia maior?
Obviamente fornecendo energia à água. É isso que uma bomba faz: converte a energia mecânica
que recebe do motor e fornecer à água. O propósito da bomba em um sistema de elevação de fluido é
proporcionar-lhe energia para aumentar a sua energia potencial, ou seja, movimentá-lo de um nível de
energia potencial baixo para um nível de energia potencial alto.
Uma pessoa comum pode pensar que a energia fornecida para uma bomba aumenta a velocidade do
fluido passando através da bomba, e que uma turbina extrai energia do fluido deixando-o mais lendo.
Nem sempre é assim. Consideremos condições de regime permanente. Com isso queremos dizer quem
nem a vazão nem a velocidade de rotação das pás da bomba se modificam com o tempo. Pela conservação
de massa, se o escoamento é incompressível, as vazões na entrada e na saída devem ser iguais. Além
disso, se o diâmetro da saída for igual àquele da entrada, a conservação de massa exige que a velocidade
através da saída deve ser idêntica à velocidade através da entrada. A velocidade de saída pode até ser
menor do que a velocidade de entrada se o diâmetro da saída for maior do que aquele da entrada.
∴ ∴ ∴
∴ ∴ ∴ >
𝒐𝒍
∙ ∙ ∙ ∙ ∙
HB carga da elevação;
Φ vazão;
γ cíf c ;
Note que uma altura multiplicada por um peso específico é uma realização de trabalho, que dividido
pelo tempo resulta na potência empregada.
A pressão mínima (pmín) que a bomba deve fornecer para realizar bombeamento í ∙ .
∙ í
P é definido como potência total da turbina, ou a potência disponível no eixo da turbina. P < P T.
Define-se rendimento da turbina (ηT) como sendo a razão entre a potência total (potência fornecida pelo
eixo da turbina) e a potência total (potência cedida pelo fluido ao passar pela turbina):
∙ ∙ ∙
C B b >
C T bn
A carga líquida é proporcional à potência útil (potência do fluido) realmente fornecida ao fluido.
HB e HT representam alturas de carga adicionadas ou subtraídas do volume de controle por uma
bomba, uma turbina e HL perdas de carga oriundas de atrito viscoso.
Um fluido, ao escoar, transforma parte de sua energia em calor. Essa energia não é mais recuperada
na forma de energia cinética e/ou potencial e, por isso, denomina-se perda de carga.
– Carga da Pressão, ela representa a altura de uma coluna de fluido que produz a pressão estática P;
h – Carga da Elevação, em relação a um referencial, representa a energia potencial do fluido;
– Carga da Velocidade, ela representa a elevação necessária para que um fluido atinja a velocidade V
durante a queda livre sem atrito;
HB – Carga da Bomba, energia adicionada (carga adicionada) pela bomba ao fluido;
HT – Carga da Turbina, energia extraída (carga extraída) pela turbina ao fluido;
HL – Carga da Pendida, energia perdida (carga perdida) devido ao atrito;
Exemplo: O propósito da bomba em um sistema de elevação de fluido é
V2 = 0
proporcionar-lhe energia para aumentar a sua energia potencial, ou seja,
movimentá-lo de um nível de energia potencial baixo para um nível de
energia potencial alto. De acordo com o esquema da Figura, a água deve ser
bombeada de um reservatório para outro com um nível de elevação de 9,0 m
entre as suas superfícies livres. As perdas por atrito viscoso na tubulação 9,0 m
impõem uma perda de carga nesse processo equivalente a uma altura de = 0,085 m3/s
3
4,26 m. A vazão da bomba é de ϕ = 0,085 m /s. Por simplificação,
considera-se que o escoamento é permanente, incompressível. A pressão
sobre as superfícies livres dos reservatórios é a pressão atmosférica, e a V1 = 0
velocidade do fluido nas superfícies dos reservatórios é nula. Determine:
a) a altura à qual o fluido precisa ser elevado por uma bomba;
b) a pressão mínima que a bomba deve fornecer para realizar este bombeamento (pressão da saída da
bomba), considerando Υágua = 9800 N/m3;
c) potência da bomba se o rendimento é 75%;
Solução:
a) –
Exemplo: O reservatório de grandes dimensões da figura descarrega água para a atmosfera através de
uma tubulação cuja área da seção transversal A = 10,0 cm2 e com uma vazão de ϕ = 10,0 L/s. As perdas
por atrito viscoso na tubulação impõem uma perda de carga nesse processo equivalente a uma altura de
2,10 m Dados: g = 9,8 m/s2 e ρ = 1000 kg/m3.
a) Determine a velocidade V2;
b) Verificar se a máquina instalada é bomba ou turbina;
c) Determinar sua potência se o rendimento é 75%.
atm
2 atm
20 m
5,0 m
M
Solução:
a) ∙ ∙ ∙ ∙
b)
c) PT = ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ ∙
EXERCÍCIOS
PROPRIEDADE DOS FLUIDOS
1) O concreto pesado é obtido através da utilização de agregados com maior massa específica aparente
em sua composição, como por exemplo, a hematita, a magnetita e a barita. Sua dosagem deve
proporcionar que a massa específica varia entre 2800 a 4500 kg/m³, oferecendo à mistura boas
características mecânicas, de durabilidade e capacidade de proteção contra radiações. Este concreto tem
sua aplicação mais frequente na construção de câmaras de raios-X, reatores nucleares, contrapesos,
bases e lastros. Considerando a massa específica máxima do concreto pesado. Determine a massa do
bloco de concreto que ocupa um volume de 2,5 m³, em unidades no SI.
2) Uma mangueira é conectada em um tanque com capacidade de 30.000 litros. O tempo gasto para
esvaziar totalmente o tanque é de 100 minutos. Calcule a vazão da mangueira.
3) Calcular o volume de um reservatório, em metros cúbicos, sabendo-se que a vazão de escoamento de
um líquido é igual a 5 L/s. Para encher o reservatório totalmente são necessárias 2 horas.
4) Calcule a vazão de um fluido que escoa por uma tubulação com uma velocidade média de 3,0 m/s,
sabendo-se que o diâmetro interno da seção da tubulação é igual a 5,0 cm. E determine também o
intervalo de tempo necessário para encher uma piscina de 25,0 m de comprimento, 10,0 m de largura e
2,0 m de profundidade.
5) Calcular a vazão de um fluido que escoa por uma tubulação com uma velocidade média de 1,4 m/s,
sabendo-se que o diâmetro interno da seção da tubulação é igual a 6,0 cm.
6) Calcular o tempo que levará para encher um tambor de 214 litros, sabendo-se que a velocidade de
escoamento do líquido é de 0,30 m/s e o diâmetro do tubo conectado ao tambor é igual a 30,0 mm.
7) Calcular o diâmetro, em milímetros, de uma tubulação, sabendo-se que pela mesma, escoa água a
uma velocidade de 2,0 m/s. A tubulação está conectada a um tanque com volume de 10800 litros e leva
uma hora para enchê-lo totalmente.
8) Uma tubulação PVC marrom de 50 mm (diâmetro interno do tubo de 50 mm = 44 mm). Possui uma
vazão de 600 L/min. Calcule a velocidade em m/s. A ABNT 5626 recomenda que as tubulações sejam
dimensionadas de modo que a velocidade da água não atinja valores superiores a 3,0 m/s em nenhum
trecho da tubulação.
9) Por um cano cujo raio interno r = 1,00 cm, flui um líquido, de modo que por uma seção reta passam
720 litros por hora. Qual a velocidade do líquido, no S.I.
10) Um conduto de 0,10 m de diâmetro tem uma descarga de 6,00 L/s. Qual a velocidade média de
escoamento?
11) Uma força de intensidade 2,0 N é aplicada perpendicularmente a uma superfície através de um pino
cilíndrico de 1,0 cm2 de área da base, que está em contato com a superfície. Determine a pressão em
unidades do S.I., exercida pelo pino sobre a superfície.
12) Um cubo homogêneo e maciço, feito de material de massa específica 4,0 g/cm3, tem sua aresta
medindo 20,0 cm. Considerando g = 9,8 m/s2, determine a pressão que o cubo exerce sobre o plano em
que se apoia.
13) Considerando Patm = 1,0 ∙105 Pa, g = 9,8 m/s2 e densidade da água igual a 1,0 g/cm³, determine a
pressão total, em pascal, no fundo de um lago de 15,0 m de profundidade
14) Um tambor cilíndrico, cheio de gasolina, cuja densidade é 0,70 g/cm3, possui área da base de 0,75 m2
e altura de 200 cm. Sendo g = 9,8 m/s2, determine:
a) a massa de gasolina contida no tambor:
b) a pressão exercida, pela gasolina, no fundo do tambor:
15) A construção de grandes barragens para as usinas hidrelétricas exigem conhecimentos da
Hidrostática, como o conceito de pressão hidrostática. A usina de Itaipu possui uma barragem com
aproximadamente 7,0 km de extensão e 196 m de profundidade. Adotando Patm = 1,0 ∙105 Pa, g = 9,8 m/s2
e a densidade da água igual a 1,0 g/cm3, determine, em unidades do S.I.: a pressão total no fundo da
represa.
16) Um grande aquário de 5,00 m de altura está cheio de água doce até altura de 2,00 m. Uma das
paredes do aquário é feita de plástico e tem 8,00 m de largura. Adotando Patm = 1,0 ∙105 Pa, g = 9,8 m/s2 e
a densidade da água igual a 1,0 g/cm3. De quanto aumenta a força exercida sobre o fundo do aquário é
aumentada para 4,00 m?
17) Lajes são elementos planos, em geral horizontais. A principal função das lajes é receber os
carregamentos atuantes no andar, provenientes do uso da construção (pessoas, móveis, equipamentos e
veículos), e transferi-los para os apoios. As lajes maciças de concreto são projetadas para construções de
grande porte, como escolas, indústrias, hospitais, pontes de grandes vãos, etc. Considere o croqui abaixo,
cuja espessura das lajes é de 10,0 cm e que representa apenas uma unidade. Para a obra serão utilizados:
Caminhão betoneira balão com capacidade de transportar 15,0 m3 de concreto; Bomba de concreto com
vazão de 1,00∙105 L/h, que bombeia até 60,0 m de altura a uma distância de 150,0 m na horizontal.
Devido a fluidez do concreto, o transporte é feito através de uma
tubulação de 12,70 cm de diâmetro. 3,0 m Laje 1
3 Laje 3 5,0 m
Concreto de massa específica de 2500,0 kg/m (ABNT 6120).
Laje 2
Baseado nestes dados determine:
3 5,0 m 7,0 m
a) a vazão da bomba de concreto em m /s.
b) o volume total de concreto utilizado na execução da obra mostrada no croqui, em m3.
c) a velocidade do fluido (concreto), em m/s.
d) o peso específico da laje maciça considere g = 9,8 m/s2.
18) A seguir representa duas placas planas paralelas separadas por uma distância de 0,10 cm, cuja área da
placa superior é de 3,00 m2. Uma das placas é móvel (placa superior) e entre elas tem-se óleo com
viscosidade dinâmica de 9,80∙10-3 N∙s/m2. A plana superior move-se com velocidade constante de 2,00
m/s. Determine a tensão de cisalhamento e a força que impulsiona a placa, em unidades do S.I.
19) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar, transição ou turbulento
sabendo-se que em uma tubulação com diâmetro de 5,0 cm escoa água com uma velocidade uniforme de
0,060 m/s. A viscosidade da água μ = 1,0030∙10-3 N∙s/m2 e a massa específica da água ρ = 1,0 ∙ 103 kg/m3.
20) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar, transição ou turbulento. O
fluido apresenta viscosidade μ = 0, 0 N∙s/m2, densidade igual 850 kg/m3 escoando em um tubo de 44 mm
de diâmetro interno. A velocidade média é 3,0 m/s.
21) Sabendo que o escoamento de um fluido (água) é turbulento (Re = 5000). A viscosidade da água μ =
1,0030∙10-3 N∙s/m2 e a massa específica da água ρ = 1,00∙103 kg/m3, escoando em um tubo de 2,50 cm de
diâmetro interno. Calcule a velocidade média.
22) Sabendo que o escoamento de um fluido (água) é turbulento (Re = 5785). A viscosidade da água μ =
1,0030∙10-3 N∙s/m2 e a massa específica da água ρ = 1,00∙103 kg/m3, escoando em um tubo de 5,00 cm de
diâmetro interno. Calcule a velocidade média.
23) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar, transição ou turbulento,
sabendo-se que uma tubulação com 2,0 cm de diâmetro escoa água a uma velocidade de 0,22 m/s, a
massa específica da água ρ = 1,00∙103 kg/m3 e a viscosidade da água μ = 1,0030∙10-3 N∙s/m2.
EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE
24) A figura representa duas seções transversais, S1 e S2, de uma tubulação
através da qual escoa um fluido ideal. As áreas de S1 e S2 são, S 1 S 2
2 2
respectivamente, iguais a 40,0 cm e 30,0 cm . Sabendo que em S1 a
velocidade do fluido é 6,0 m/s, Calcule a velocidade em S2.
25) Uma mangueira de diâmetro interno de 2,00 cm e usada para encher um balde de 18,00 litros.
a) Se leva 1,00 minuto para encher o balde. Qual é a velocidade com que a água passa pela mangueira?
b) Foi colocado na extremidade de saída um redutor com um diâmetro de 5,00 mm. Qual é a velocidade
com que a água sai da mangueira?
26) Água escoa na tubulação mostrada com velocidade de 2,0 m/s na
seção (1). Sabendo-se que a área da seção (2) é o dobro da área da seção
(1), determine a velocidade do escoamento na seção (2).
27) Determine a velocidade do fluido nas seções (2) e (3) da tubulação
mostrada na figura. Dados: v1 = 3,0 m/s, d1 = 0,50 m, d2 = 0,30 m e d3 = 0,20 m
28) Considere um fluido ideal escoando pelas tubulações, conforme a figura a seguir. Determine a vazão
e a velocidade em cada tubo se: o tubo 1 tem um diâmetro de 50 mm e velocidade de 2,0 m/s; o tubo 2
tem diâmetro de 40 mm e escoa 30% do total da vazão e o tubo 3 tem um diâmetro de 60 mm.
29) Uma piscina possui 4,0 m de largura, 10,0 m de comprimento e 1,8 m de profundidade. Para enchê-la
completamente, utilizando um condutor de área de seção transversal 25 cm2,
são necessárias 8 horas.
a) Qual é a vazão de água através do condutor?
b) Qual é a velocidade com que a água sai do condutor?
c) Com que velocidade sobe o nível de água da piscina?
30) Dados: v1 = 1,0 m/s, v2 = 2,0 m/s, d1 = 0,20 m, d2 = 0,10 m, d3 =
0,25 m e d4 = 0,15 m.
a) A vazão e a velocidade no ponto (3).
b) A velocidade no ponto (4).
31) Um dos métodos utilizados pelos jardineiros, durante a irrigação
de plantas, é diminuir a secção transversal da mangueira por onde sai a água para que o jato de água tenha
um maior alcance. Geralmente isso é feito através de esguichos. A figura a seguir mostra a extremidade
de uma mangueira de secção transversal uniforme e na horizontal, conectada a um esguicho de forma
cônica. A mangueira está sendo alimentada por um reservatório de água com nível constante e aberta. O
jato de água sai na extremidade do esguicho com
velocidade horizontal. Considere que as superfícies internas
da mangueira e do esguicho não ofereçam resistência ao
escoamento e que a água seja um fluido ideal. Com relação
ao escoamento da água nessa extremidade da mangueira e
no esguicho, é correto afirmar:
a) Se, de alguma maneira, for impedida a saída de água pelo esguicho (tampar a saída), a pressão
aumentará em todos os pontos.
b) O alcance do jato de água é maior quando se usa o esguicho, porque a menor secção transversal
na saída do esguicho faz aumentar a vazão do jato de água.
c) A pressão, no ponto P2 (onde a secção transversal é menor), é maior que a pressão no ponto
P1 (onde a secção transversal é maior).
d) A pressão, na saída do esguicho, é igual à pressão no nível superior do reservatório.
e) A trajetória das partículas de água que saem do esguicho é parabólica quando se despreza a
resistência do ar.
32) A figura representa uma tubulação horizontal em que escoa um
fluido ideal. A velocidade de escoamento do fluido no ponto 1, em
relação à velocidade verificada no ponto 2, e a pressão no ponto 1, em
relação à pressão no ponto 2, são:
a) maior, maior. b) maior, menor. c) menor, maior. d) menor, maior. e) menor, menor.
EQUAÇÃO DE BERNOULLI
33) Determine a velocidade do jato de líquido na saída do reservatório de grandes dimensões mostrado na
figura.
Dados: água = 1.000 kg/m³ e g = 9,8 m/s². Aberto, nível constante.
5,0 m
v2
Referencial
34) Na figura, a água doce atrás de uma represa tem uma profundidade 15,0 m. Um cano horizontal de
4,0 cm de diâmetro atravessa a represa a uma profundidade 6,0 m. Qual o volume de água que sai do cano
em 3,0 horas?
Dados: água = 1.000 kg/m³ e g = 9,8 m/s².
6,0 m
15,0 m
35) As superfícies S1 e S2 do tubo indicado na figura possuem áreas 3,0 cm2 e 2,0 cm2, respectivamente.
Um líquido de massa especifica ρ = 0,80∙103 kg/m3 escoa pelo tubo e apresenta, no ponto 1, velocidade v1
= 2,0 m/s e pressão p1 = 4,0∙104 Pa. Os pontos 1 e 2 acham-se à mesma altura. Determine a velocidade e a
pressão do líquido no ponto 2.
1 2
1 2
38) No esquema, há escoamento de água em regime permanente. Determinar a pressão na seção (2),
supondo não haver perdas de carga. Dados: P1 = 2,0 MPa ; D1 = D2 ; h1 = 10,0 m ; h2 = 60,0 m; água =
1.000 kg/m³ e g = 9,8 m/s².
39) No esquema abaixo, há escoamento de água em regime permanente, com propriedades uniformes e
isotermicamente. Determinar a pressão na seção (2), supondo não haver perdas de
carga. Dados: P1 = 6,0 MPa; v1 = 2,0 m/s; A1 = 30,0 cm2; A2 = 10,0 cm2 ; h1 = 1,0 m;
h2 = 30 m; água = 1000 kg/m³ e g = 9,8 m/s².
40) Um conduto e constituído por dois trechos, com diâmetros de D1 =
0,25 m e D2 = 0,20 m, como mostra a figura abaixo. Sabendo-se que a 1
pressão no ponto 1 é de P1 = 147,10 kPa e que a velocidade no trecho 1 é
de V1 = 0,60 m/s, supondo não haver perdas de carga. Dados: água = h1= 10,00 m
1000 kg/m³ e g = 9,8 m/s².Calcule: 2
a) a velocidade no segundo trecho (V2), em m/s;
b) a pressão no segundo trecho (P2), em kPa;
c) a vazão no conduto. e a pressão no ponto 2.
TUBO DE VENTURI
42) Um tubo Venturi é inserido numa canalização provocando um desnível de 0,50 m. Um líquido de
massa específica igual a 1,0∙10³ kg/m³ atravessa a canalização cuja de entrada tem diâmetro de 25,0 mm
(diâmetro interno 21,6 mm) e o estrangulamento tem diâmetro de 20,0 mm (diâmetro interno 17,0 mm).
Adotando g = 9,8 m/s². Calcule:
a) Velocidade de entrada;
b) Velocidade na seção do estrangulamento;
c) A vazão do líquido através da canalização.
43) Água escoa em regime permanente através do tubo de Venturi mostrado. Considere no trecho
mostrado que as perdas são desprezíveis. A área da seção (1) é 20 cm² e a da seção (2) é 10 cm². Um
manômetro de mercúrio é instalado entre as seções (1) e (2) e indica o desnível mostrado. Determine a
vazão de água que escoa pelo tubo. Adotando g = 9,8 m/s².
TUBO DE PITOT
44) Um tubo de Pitot é inserido num escoamento conforme
ilustrado. O fluido é água, e o líquido do manômetro é mercúrio.
Determinar a velocidade do escoamento. Dados: g = 9,8 m/s2; h =
0,10 m; ρágua= 1,0∙103 kg/m3 e ρmercúrio = 13,3∙103 kg/m3.
47) O propósito da bomba em um sistema de elevação de fluido é proporcionar-lhe energia para aumentar
a sua energia potencial, ou seja, movimentá-lo de um nível de energia potencial baixo para um nível de
energia potencial alto. De acordo com o esquema da Figura, a
água deve ser bombeada de um reservatório para outro com um
nível de elevação de 10,0 m entre as suas superfícies livres. A
vazão da bomba é de ϕ = 0,10 m3/s. Por simplificação,
10 m
considera-se que o escoamento é permanente, incompressível e
sem perda de carga. A pressão sobre as superfícies livres dos
reservatórios é a pressão atmosférica, e a velocidade do fluido
nas superfícies dos reservatórios é nula. B
Determine:
a) a altura à qual o fluido precisa ser elevado por uma bomba;
b) a pressão mínima que a bomba deve fornecer para realizar este bombeamento (pressão da saída
da bomba), considerando Υágua = 9800 N/m3;
c) potência da bomba se o rendimento é 85%.
Aberto, nível constante.
48) O reservatório de grandes dimensões da figura descarrega água
para a atmosfera com uma velocidade de 5,0 m/s através de uma
tubulação cuja área da seção transversal A = 10,0 cm2. A potência da
bomba é de 5,0 kW e rendimento de 80%. Determine a perda de carga 5,0 m
49) O reservatório de grandes dimensões da figura descarrega água para a atmosfera através de uma
tubulação cuja área da seção transversal A = 20,0 cm2 e com uma vazão de ϕ = 15,0 L/s. As perdas por
atrito viscoso na tubulação impõem uma perda de carga nesse processo equivalente a uma altura de 7,4 m.
Dados: g = 9,8 m/s2 e ρ = 1000 kg/m3.
atm
2 atm
20 m
5,0 m
M
a) Determine a velocidade V2;
b) Verificar se a máquina instalada é bomba ou turbina;
c) Determinar sua potência se o rendimento é 80 %.
50) Uma empresa de energia utiliza um sistema de
“armazenamento” de energia conforme mostra a figura. A
noite, quando sobra energia, é feito um bombeamento de
água de um lago para um reservatório elevando e, durante o
dia esta água é utilizada para gerar energia em uma turbina.
Considerando que a vazão de água é sempre 500 L/s e que os
rendimentos da bomba e da turbina são 70 %. Calcule:
a) a potência necessária na bomba, em kW.
b) a potência necessária na turbina, em kW.