Relatorio de Projeto - Aerodesign2013
Relatorio de Projeto - Aerodesign2013
Relatorio de Projeto - Aerodesign2013
RELATÓRIO TÉCNICO
Síntese do Projeto
N° 59
Ariel Abeling
Augusto Leichtweiss
Djone Rafael Viana
Enoque Pinto de Oliveira Junior
Felipe Miks
Gustavo Albring Guth
Gustavo Marques Ritter
João Guilherme Weiller
Leonardo da Silva
Leonardo José Lottermann
Lucas Ritter
Odair Storck
Horizontina - RS
AGOSTO – 2013
Sumário
LISTA DE SÍMBOLOS DE ABREVIATURAS ............................................................................. 4
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 5
2. METODOLOGIA.................................................................................................................... 5
3. ANTEPROJETO ..................................................................................................................... 5
4. AERODINÂMICA ................................................................................................................ 10
5. DESEMPENHO .................................................................................................................... 13
7. ANALISE ESTRUTURAL.................................................................................................... 31
2. METODOLOGIA
Foi utilizada para o desenvolvimento do projeto a metodologia de [4], a qual detalha desde os
processos preliminares ao projeto propriamente dito até as bases de cálculo a serem utilizadas nas disciplinas
do desenvolvimento de projeto de uma aeronave rádio controlada, destinada a competição SAE AeroDesign.
Algumas etapas desta metodologia foram adaptadas pela equipe, principalmente na fase de estudos
preliminares e anteprojeto, onde foi desenvolvida, via cálculos, uma base de dados que alimentou a matriz de
decisão da configuração mais adequada ao projeto da aeronave da equipe MasBáh. Em suma, foi utilizado
como base para o projeto o conceito apresentado na Figura 2.1.
3. ANTEPROJETO
Tratando-se da configuração externa da empenagem, foi definida a configuração em “U”, com duas
empenagens verticais, como forma de reduzir a altura da aeronave, e assim encaixando-se nas restrições de
medidas da aeronave. Para a fuselagem, foi adotada a estrutura treliçada, utilizando compósito de carbono,
tendo como base a análise de massa/eficiência observada em aeronaves de outras equipes em competições
anteriores.
Definiu-se o trem de pouso triciclo por apresentar melhor sensibilidade ao controle e estabilidade da
aeronave em solo, além de permitir melhores características de desempenho na decolagem para o conceito
do projeto em questão. Já quanto à posição do grupo motopropulsor, foi adotada a posição dianteira, por
possibilitar uma melhor distribuição de massas na aeronave.
Utilizando o software Microsoft Excel, a equipe desenvolveu duas planilhas com um roteiro de
cálculo com as principais fórmulas de aerodinâmica e desempenho, além de macros como forma de
otimização de tempo na interação de informações e cadastro de dados na base de cálculo e na matriz de
decisão. Foram relacionados para a análise os seguintes parâmetros iniciais:
Tendo posse dos dados acima, através da ferramenta em Excel desenvolvida pela equipe, foram
realizados os cálculos principais da aerodinâmica para cada uma das 216 configurações de asas, e seus
resultados cadastrados em uma matriz de decisão. Assim, com base na experiência e conhecimento dos
membros da equipe, foram analisados os resultados na matriz de decisão e definidas as dez melhores
configurações de asa, com critérios embasados na sustentação, arrasto, momento, eficiência aerodinâmica,
além de adequação ao projeto como um todo e coerência com os requisitos de projeto.
Submeteram-se então, as dez aeronaves pré-selecionadas à segunda planilha, onde foram cruzados
os valores da asa, com os parâmetros de desempenho, os quais foram relacionados em análise prévia, na qual
foi estudado via cálculo e testes práticos o melhor grupo motopropulsor. Na análise do grupo motopropulsor
foram utilizados dois motores (OS 0.55AX e OS 0.61FX) e seis hélices distintas (APC 13X4, APC 13X6,
APC 13X7, APC 12,25X3,75, APC 12X7 e APC 12X8), sendo escolhido o grupo com o motor OS 0.55AX
e hélice APC 13x4. Sendo assim, cruzando os dados vindos de aerodinâmica com os dados do grupo
motopropulsor, nesta segunda planilha, foram efetuados os principais cálculos de desempenho, resultando na
matriz de decisão final, onde destas onze configurações, definiu-se a adotada no projeto.
Na tabela 3.1 é possível observar os valores resultantes de carga paga e comprimento de pista
necessário para decolagem, dos aviões citados anteriormente, respeitando 45 metros estipulados pela equipe
para uma maior segurança das baterias de voo. O método de classificação das aeronaves foi através da
relação carga paga/comprimento de pista para decolagem.
Em um primeiro momento, foi escolhida a configuração relacionada na figura 3.2, a qual apresentou
a maior capacidade de carga. Esta configuração foi adotada para os cálculos subsequentes até a realização de
um esboço via CAD, onde se verificou que para esta configuração de asa, correlacionando com critérios
aerodinâmicos e de estabilidade que resultariam na área de empenagem, compimento e altura da aeronave,
impossibilitar-se-ia o fechamento do somatório de dimensões da aeronave dentro dos limites estipulados pela
competição SAE AeroDesign 2013.
MB_M1_3
Perfil MB2013 Força de sustentação do perfil 59,843808
Ângulo Alfa 5 Força de arrasto do perfil 0,897450048
cl 1,445 Momento do perfil -4,7005344
cd 0,02167 Geometria da asa Mista
cm -0,227 Alongamento 7,555555556
Geometria da asa Mista Relação de afilamento 0,8
Envergadura retangular (b) 1 Corda média aerodinâmica 0,451851852
Envergadura Trapezoidal (b) 2,5 Força de Sustentação 142,9014226
Corda raiz (Cr) 0,5 Força de Arrasto 8,97760656
Corda topo (Ct) 0,4 Momento -32,30034066
Área da Asa (S) 1,175 CL máximo da asa 2,5176
CL 1,0617 Fator de Eficiência de Envergadura 0,946073794
CD 0,0667 Ângulo de Estol 46
CM -0,5311 Velocidade de Estol 7,792714938
CL/CD 15,9217 Coeficiente de Arrasto Induzido 0,050195218
CLmáx 2,5176 Coeficente de Arrasto Parasita 0,02475
Ângulo de estol 46 Coeficiente de Proporcionalidade 0,059374156
Coeficiente de arrasto total 0,091676958
Eficiência Máxima 13,04318574
Coeficente de Sustentação Ideal 0,645637694
Coeficiente de Arrasto Ideal 0,0495
Sendo assim, a matriz de decisão final foi reavaliada, eliminando configurações de asa com a
envergadura de 2,5m, definindo-se então, a nova configuração de asa, relacionada na figura 3.3, abaixo.
E_M05_21
Perfil E423 Força de sustentação do perfil 70,40448
Ângulo Alfa 6 Força de arrasto do perfil 0,79929792
cl 1,7 Momento do perfil -4,65912
cd 0,0193 Geometria da asa Mista
cm -0,225 Alongamento 4,888888889
Geometria da asa Mista Relação de afilamento 0,8
Envergadura retangular (b) 0,5 Corda média aerodinâmica 0,451851852
Envergadura Trapezoidal (b) 2,25 Força de Sustentação 103,2833225
Corda raiz (Cr) 0,5 Força de Arrasto 7,944209603
Corda topo (Ct) 0,4 Momento -24,17933618
Área da Asa (S) 1,038 CL máximo da asa 2,4337
CL 1,2013 Fator de Eficiência de Envergadura 0,972762646
CD 0,0924 Ângulo de Estol 42
CM -0,6224 Velocidade de Estol 8,430890787
CL/CD 13,0025 Coeficiente de Arrasto Induzido 0,096590859
CLmáx 2,4337 Coeficente de Arrasto Parasita 0,02475
Ângulo de estol 42 Coeficiente de Proporcionalidade 0,089242517
Coeficiente de arrasto total 0,153537812
Eficiência Máxima 10,63889437
Coeficente de Sustentação Ideal 0,526625271
Coeficiente de Arrasto Ideal 0,0495
Tendo na etapa de anteprojeto definido a configuração de asa mais adequada, através do conjunto
de análises de aerodinâmica e desempenho, nesta etapa de projeto, o estudo de aerodinâmica consiste numa
ampliação da base de cálculos, detalhando a configuração adotada.
O perfil aerodinâmico adotado foi o Eppler 423, que possui as características demostradas na figura
4.1, abaixo.
Já quanto às características principais da asa, esta possui a geometria mista, com envergadura de
0,5m referente à porção retangular e 1,75m referente à porção trapezoidal, com Cr = 0,5m e Ct = 0,4m,
assim resultando em uma área S = 1,038m², um alongamento AR= 4,889 e uma relação de afilamento λ =
0,8. A corda média aerodinâmica da asa ficou com um valor igual a 0,4519m e a localização da cma (ȳ) igual
a 0,5416m.
Resultando nos seguintes valores: L = 103,28N; D = 7,94N e M = -24,18N. Alguns outros valores
determinantes no estudo da configuração da asa estão relacionados na figura 4.2.
Denominação Símbolo Valor Unidade
CL máximo da asa CL MÁX 2,4337
Ângulo de ataque induzido αi 0,0782 °
Coeficiente ângular da curva Cl x α a 3,9742 /rad
Fator de arrasto induzido δ 0,0280
Fator de Eficiência de Envergadura e 0,9728
Ângulo de Estol 42 °
Coeficente de Sustentação Ideal CL* 0,5266
Coeficiente de Arrasto Ideal CD* 0,0495
Eficiência Máxima Emax 10,6389
Depois de identificado o efeito solo ø = 0,8042, realizou-se uma correção do arrasto induzido, tendo
como resultado CDi=0,1035, na qual utilizou se a equação 4.6.
Após definido o arrasto induzido, foi calculado o arrasto parasita , através da equação 4.7, onde
para a determinação da área molhada (Swet) da aeronave utilizou-se uma estimativa com base na área da asa e
para o coeficiente de atrito equivalente (CF) foi adotado o valor de 0,0055, conforme sugere Raymer para
aeronaves leve monomotora, apresentado na bibliografia [4].
(Eq.4.7)
(Eq.4.8) (Eq.4.9)
4.3. Polar de arrasto
Tendo calculado o arrasto total apresentado acima, bem como todas as suas componentes, é possível
definir a polar de arrasto, que representa uma curva que mostra a relação entre o coeficiente de arrasto e o
coeficiente de sustentação de uma aeronave completa e mostra toda a informação aerodinâmica necessária
para uma análise de desempenho da aeronave [4]. Portanto, a polar de arrasto nada mais é que a
representação da força resultante aerodinâmica desenhada em coordenadas polares [4].
A polar de arrasto representada graficamente na figura 4.3, pode ser equacionada da seguinte forma:
Tratando-se dos volumes das empenagens vertical e horizontal, respeitou-se a indicação [4] de
0,35< VHT >0,5 e 0,03< VVT >0,06, obtendo as áreas SHT= 0,1690 m² e SVT= 0,0750 m². Como área de
comando utilizou-se aproximadamente 60% da área da empenagem.
5. DESEMPENHO
A seleção do conjunto motopropulsor foi feita através de testes de torque e rotação de cada hélice nos
dois motores testados, e então analisando a melhor hélice para cada motor, verificamos o comprimento de
pista necessário para levantar voo com o máximo de peso possível para a aeronave, além dos demais
de testes, desenvolvida pela equipe, na qual foram montados os motores a serem utilizados na aeronave
acoplados às hélices a serem testadas, conforme demonstra a figura 5.3. Nos testes foram medidos os
seguintes parâmetros de cada hélice: Rotação por minuto (RPM) e a tração disponível. Os valores foram
Com a realização dos testes, comprovou-se que o motor OS 0.61FX apresentava maior torque e
maior rotação, porém a equipe decidiu utilizar o motor OS 0.55AX, pois este mesmo apresentando
resultados menores, não foi o suficiente para não utiliza-lo, porque além de ambos terem uma pequena
diferença de rotação e torque, o motor OS 0.55AX apresenta uma relação potência/massa maior que o OS
Em relação ao rendimento de uma hélice, este é influenciado diretamente pela eficiência, que por sua
vez é medida em função da razão. A razão de avanço considera como variáveis de cálculo a rotação, o
diâmetro e a velocidade de avanço da hélice, conforme equação (5.1), sendo as análises de rendimento
= (Eq. 5.1)
×
Com base nos dados obtidos e nos testes realizados, verificou-se que a hélice APC 13x4 apresentou
um desempenho superior quando comparada aos outros modelos, apresentando maior eficiência nas
condições de trabalho para as quais a aeronave foi projetada, sendo esta a hélice selecionada para o presente
projeto.
os valores usados para obter o resultado final iguais a g=9,81m/s, S=1,038m², CLmax= 2,4337e µ =0,03.
, ×
= [ )]} ,
× × × á ×{ ×(
(Eq. 5.2)
A velocidade de decolagem da aeronave de acordo com a norma FAR-Part 3 não deve ser inferior a
20% da velocidade de estol por questões de segurança, é obtida através de: Vlo = 1,2.Vestol. A velocidade
de estol é obtida através da equação 5.3,e seu valor é variável, uma vez que depende de outras variáveis que
se alteram conforme as condições da pista, da aeronave e do ambiente. Logo, os valores da Vlo também
×
= (Eq. 5.3)
× × á
Os valores das forças de sustentação e arrasto foram calculados através das equações 5.4 e 5.5.
Como as equações levam em consideração valores como Velocidade (V) e Coeficiente de Sustentação (Cl),
que são variáveis, os valores de FL e D encontrados sofreram alterações a medida que os valores de entrada
também variavam.
eficiente, pois consegue decolar em uma distancia de 45m, 5m a menos que o comprimento máximo de
pista, valor estipulado pela equipe para maior segurança quanto ao comprimento necessário para decolagem,
com o peso máximo de decolagem proposto pela equipe, que é de 14,64kg, levando em consideração o peso
máximo de carga, peso estipulado do avião vazio e densidade do ar calculada com a altitude do aeroporto de
São José dos Campos. A variação do comprimento de pista em função do peso máximo de decolagem pode
requerida e de potência disponível e requerida da aeronave, tanto em condição de voo em Horizontina - RS,
com h=324, como para as condições de altitude do local da competição, com h=642 m. Através do uso das
equações 5.6 e 5.7 foi possível determinar os valores teóricos para as trações, como demonstrado na figura
5.7.
×
= = (Eq. 5.6) = (Eq. 5.7)
Para a realização dos cálculos de tração foi considerada uma faixa de velocidade de 5 a 30m/s,
que por consequência geram alterações nos valores do Cl da aeronave. O cálculo de Cl, por sua vez, depende
de algumas variáveis como: peso, velocidade, densidade e área, que podem ser observados na equação 5.8. A
definição do Cl nos permite calcular o Cd, para cada valor de velocidade pretendido.
×
= × ×
(Eq.5.8)
Assim que os resultados da tração disponível e requerida foram determinados, a equipe pôde calcular
a potência disponível e requerida que dependem da velocidade e dos valores de Tr e Td, como pode ser
Além dos valores dos cálculos acima, a equipe decidiu por realizar um teste prático de bancada para a
verificação do valor de tração disponível como já foi citado anteriormente. O valor obtido no teste usando
uma hélice APC 13x4 foi de 33,1 N, o que se mostrou um pouco abaixo dos resultados teóricos, mas
aceitável, levando em consideração que o valor foi obtido com um motor recentemente adquirido pela
A definição desses valores é importante, pois permite determinar o teto de voo da aeronave,
compreendido entre o valor de Vmin = 10,26 m/s e de Vmax= 22,95 m/s, pontos onde as curvas da tração
disponível e requerida se cruzam. Além disso, pode-se observar na figura 5.8 que quanto maior for a altitude,
maior será o declínio da curva da tração disponível e maior será o valor da tração requerida.
vertical da mesma, e é obtida, segundo Anderson, através da equação 5.11 que relaciona a potencia
= (Eq. 5.11)
A definição da razão de subida da aeronave forneceu a equipe, as informações necessárias para plotar
Através da análise dos valores gerados pela equação 5.11, o valor da razão máxima de subida da
aeronave é de 0,817 m/s. Este valor possibilitou que a equipe pudesse identificar o ângulo de subida da
á
á = (Eq. 5.12)
uma rampa de descida aceitável, seguindo o roteiro de cálculos sugerido por Miranda, utilizando as equações
×
= (Eq.5.13) = × ×
(Eq. 5.14) (Eq. 5.15)
Através destes cálculos, identificaram-se os valores de Emim= 7,06, Vpl máx = 34,51 m/s, Vh
máx=34,17 m/s, Ângulo Máximo de Descida= 8,05° e Razão Máxima de Descida (RD)= -4,83. Já para as
condições de Máximo Alcance e Máxima Autonomia, os valores de Cl são descritos por equações
particulares, conforme 5.18 e 5.19, e estes, aplicados nas fórmulas anteriormente apresentadas forneceram,
foram usadas algumas informações e considerações importantes contidas na norma Far-part 23. Esta sugere
que a velocidade para pouso não deve ser inferior a 30% da velocidade de estol da aeronave, por questões de
segurança. Desta forma, ao aplicar a Equação 5.20, proposta por Anderson para o cálculo do comprimento
de pista necessário para o pouso, adotou-se os valores de 1,3. Vestol para a velocidade.
, ×
= )] ,
× × × á ×[ ×(
(Eq.5.20)
Considerando os valores obtidos nos cálculos anteriores e fixando-se o valor de 14,64 Kg como peso
máximo de decolagem, a equação apresentou como resultado a ineficiência da aeronave para a efetivação do
pouso dentro da faixa de 100m, motivando a equipe a realizar um segundo cálculo, que leva em
consideração as técnicas de pilotagem durante o pouso, e por isso, utiliza o próprio valor da Vestol como
velocidade de voo, conforme demonstra a equação 5.21, gerando valores menores de comprimento de pista
necessário ao pouso.
= )] ,
× × × á ×[ ×(
(Eq.5.21)
Ao analisar os valores gerados pelo segundo método, percebeu-se que a aeronave terá condições de
pousar na faixa limite de 100m, especificamente em 89,58m, mas por segurança, de não perder o voo caso o
avião ultrapasse os 100m, a equipe resolveu pela adição de um freio mecânico ao projeto da aeronave. Esse
sistema será mais bem enfocado adiante. A figura 5.10 demonstra as condições de pouso apresentadas pelos
inclinação das asas durante a realização de uma curva foi realizada através da aplicação das equações 5.22 e
5.23, sugeridas por Miranda em sua bibliografia. Para a aplicação destas, fez-se necessário a analise da
velocidade para o raio mínimo e do fator de carga, expressas pelas equações 5.24 e 5.25 .
4 K C D0 4 K (W / S ) 1
n Rmín 2 v Rmín arccos
(T / W ) 2 (Eq. 5.22) (T / W ) (Eq. 5.23) nRmín (Eq.5.24)
4 K (W / S )
R mín
g (T / W ) 1 4 K C D 0 /(W / S ) 2 (Eq. 5.25)
Os valores identificados foram: Rmin= 20,57m, Vrmin= 13,66m/s, Nrmin = 1,35 e de 42,48°.
que diz respeito à quantidade de carga útil com que esta pode decolar nos setores de pista segmentada. Os
valores gerados podem ser observados no gráfico de carga útil em função da altitude-densidade, conforme o
anexo 08.
Analisando as informações apresentadas no anexo, pode-se definir que a aeronave projetada pela
dos tempos de decolagem, subida, cruzeiro, descida e de desaceleração da descida ate o momento de parada,
= + + + + (Eq.5.26)
Primeiro estima-se o tempo necessário para a decolagem da aeronave, considerando que a mesma
parte do repouso e acelera até a velocidade de decolagem em um intervalo de tempo tlo percorrendo um
comprimento de pista de 45m, usa-se a equação 5.27, que gerou o resultado de 7,48 segundos.
= (Eq. 5.27)
Com relação ao tempo de subida da aeronave, usa-se a equação 5.28, onde se leva em consideração a
altura estimada, que é de 30m, e a razão máxima de subida, o tempo encontrado foi de 36,68 segundos.
= /
(Eq. 5.28)
Para a condição de voo de cruzeiro, utilizou-se a equação 5.29, considerado um voo com velocidade
constante de 20,65 m/s, e distancia de 350m. O resultado obtido foi um tempo de 16,94 segundos.
= (Eq.5.29)
Durante a condição de planeio, o tempo é calculado de forma similar à condição de subida, de acordo
com a equação 5.30. O resultado do tempo de descida da aeronave até o chão é de 6,20 segundos.
= (Eq.5.30)
Por fim, o tempo necessário para o processo de desaceleração durante o pouso até que ocorra a
parada total da aeronave, considerando 89 metros de pista, calculado com a equação 5.21, e sem o
acionamento do freio mecânico. O tempo encontrado através da equação 5.31 foi de 18,02 segundos.
= (Eq. 5.31)
em uma condição de voo reto e nivelado em uma determinada velocidade e altura, neste caso v= 18,25 m/s e
h=3200m.
É importante observar que conforme a altitude aumenta ocorre uma redução da densidade do ar e
assim a sobra de tração ou potência torna-se cada vez menor e, portanto, a diferença entre as velocidades
mínima e máxima da aeronave também será cada vez menor, até que em uma determinada altitude acorra
uma situação onde vmin = vmáx e assim existe apenas uma única velocidade na qual é possível manter o voo
reto e nivelado da aeronave. A figura 5.11 representa essa variação de velocidade e altitude.
A altitude na qual vmin = vmáx representa o teto absoluto da aeronave, ou seja, nesta altitude não
existe mais sobra de tração ou potência e, portanto, a aeronave não possui mais condições de ganhar altura.
Calcula-se também a velocidade de manobra, pois esta também varia com a altitude e define o limite
∗= .√ Eq. 5.32
O gráfico da figura 5.12 representa o teto de voo da aeronave, representando que o avião com peso
Por tratar-se de um sistema simples, o dimensionamento deteve-se a calcular a força necessária para a
desaceleração, também calculada, e compara-la com a força fornecida pelo servo. Assim, através da
utilização das equações 5.33, 5.34 e 5.35, chegou-se aos valores de Força de parada = 155 N, que se
comparada com a Força do servo= 40 N, e se considerados os valores de atrito entre as rodas e a pista e entre
o freio e a roda (Ca), resulta em uma Força Resultante = 33 N, mostrando a eficiência do sistema de freio
selecionado. Os valores de Coeficiente de atrito (Ca) levam em consideração a pista asfáltica e a superfície
de contato do freio de uma lixa convencional.
= ∗ (Eq. 5.35)
6. ESTABILIDADE E CONTROLE
A análise de equilíbrio no projeto de uma aeronave é de fundamental importância para o sucesso do
mesmo, pois esta define a capacidade que ela tem de voar, em condição segura e eficiente. Segundo [Rosa],
existem várias forças relacionadas e influentes no equilíbrio da aeronave, em voo horizontal com velocidade
constante, representadas na Figura 6.1. Considerando estas forças e momentos atuantes, o autor expõe que os
somatórios resultantes dos mesmos devem se igualar a zero, conforme representado nas equações 6.1 e 6.2,
obtendo-se assim uma configuração das superfícies de sustentação e controle que garanta o equilíbrio da
Figura 6.1 – Forças e momentos atuantes na aeronave em voo. Fonte: Rosa, 2003.
extremidade frontal da aeronave, tendo como objetivo obter as distâncias dos diversos componentes da
aeronave e desta forma, juntamente com a verificação das massas dos componentes, determinar os
Componente Massa (kg) Peso (N) g (m/s²) Posição (m) Momento (Nm)
Asa 0,78 kg 7,6518 N 9,81 0,596 m 4,5604728 Nm
Empenagem 0,345 kg 3,38445 N 9,81 1,3325 m 4,509779625 Nm
Fuselagem 0,861 kg 8,44641 N 9,81 0,522 m 4,40902602 Nm
Componentes elétricos 0,065 kg 0,63765 N 9,81 0,294 m 0,1874691 Nm
Trem de pouso 0,17 kg 1,6677 N 9,81 0,55 m 0,917235 Nm
Trem do nariz 0,09 kg 0,8829 N 9,81 0,218 m 0,1924722 Nm
Motor / Hélice 0,608 kg 5,96448 N 9,81 0,15 m 0,894672 Nm
Somatório 2,919 kg 28,63539 N m 15,67112675 Nm
A razão entre o somatório dos momentos pelo peso apresentou para a posição do hCG o valor de
0,5472 o que corresponde a aproximadamente 34,25% da corda média aerodinâmica da asa, ficando dentro
<0
e CM0
> 0. Sendo assim, para determinação da curva CMCG x α da aeronave utilizou-se a equação 6.3, pela qual
foram obtidos os coeficientes de momento ao redor do CG tanto da aeronave como um todo, como da asa e
empenagem horizontal, conforme demonstra a Figura 6.3. Para tal cálculo foram utilizados os valores de hCG
Analisando-se a figura podemos observar que a aeronave possui estabilidade longitudinal estática e o
Adotou-se para a identificação do ponto neutro da aeronave a equação 6.4, obtendo um hn= 0,201,
ℎ = ℎ0 + .( − ∝ ). .
(Eq. 6.4)
Para a margem estática de estabilidade foi utilizada a equação 6.5 resultando em um valor
aproximado de 0,072m, ou 18,05% da corda média aerodinâmica, sendo assim, os valores encontrados nos
aeronave a voltar ao seu estado de equilíbrio inicial, após perturbações direcionais sofridas, relacionando-se
diretamente com a instabilidade em torno do eixo vertical. Segundo [5], para haver estabilidade direcional,
deve-se garantir que o coeficiente angular da curva Cn x β seja positivo, ou seja, = )/ > 0, para
tal, utilizam-se as equações 6.6, 6.7 e 6.8, onde os coeficientes angulares da equação F representam
C n C n wf C n V (Eq. 6.6)
S F lF d
C nwf K n K RL Cnv VVt V aVt 1
S w b (Eq. 6.7) d (Eq.6.8)
S Vt S w
V 1
d
0,724 3,06 0,4 Z w 0,009 AR w
d 1 cos dF
(c / 4) (Eq.6.9)
0,03
0,02
direcional
0,01
0
-4 -2 -0,01 0 2 4
-0,02
-0,03
-0,04
Ângulo de desvio direcional (graus)
ângulo β para uma perturbação variando entre –4° e +4°, e pela análise do gráfico, é possível observar que
após qualquer perturbação sofrida a aeronave possui a tendência de retornar a sua posição de equilíbrio.
que suas asas saiam de uma condição nivelada. Para os critérios de estabilidade lateral, são empregados
longitudinal da aeronave em função do ângulo β de inclinação das asas provocado pela perturbação sofrida.
Para que uma aeronave seja considerada lateralmente estável é necessário que a condição imposta
pela equação 6.10 seja atendida, ou seja, o coeficiente angular da curva de momento lateral em função do
= <0
b 2
cy d y
0
C L 2 a (6.11)
S b
A equação 6.10 dá subsídios a realização da equação 6.11, a qual fornece os valores para traçar-se o
gráfico apresentado na Figura 6.5, que ao ser analisada nos assegura a tendência da aeronave de retornar a
sua posição de equilíbrio se tornando assim estável durante qualquer perturbação que possa surgir durante o
voo.
Nível 1 Qualidade de voo plenamente apropriada para o percurso a ser traçado pela aeronave.
Nível 2 Qualidade de voo satisfatória para percorrer o percurso a ser traçado pela aeronave,
porém dificultando o controle da aeronave em voo.
Nível 3 A qualidade de voo não é satistafória, possibilizando assim a falha no percurso a ser
traçado pela aeronave.
Figura 6.6 – Níveis de qualidade de voo.
Por definição, temos três categorias de voo, que determinam quais os requisitos a serem cumpridos pelo
avião para que o mesmo cumpra com as necessidades do projeto.
De acordo com a metodologia proposta por ROSKAM, o comportamento dinâmico da aeronave pode ser
estimado de acordo com o a figura 6.9 utilizando a taxa de amortecimento para ondas de período curto, bem
Onde ζ e ω podem ser aproximados de acordo com a equação 6.13 e equação 6.15, para oscilações de
período curto. Para as oscilações de longo período, utilizam-se as equações 6.12 e 6.14. Onde Mq, Mα̇, Mα,
retornar ao equilíbrio após sofrer uma perturbação no vôo em aproximações de período curto é aceitável. E
Zu g Z Mq
np nsp M
u0 Eq. 6.12 u0 Eq.6.13
p
Xu Mq M Z
2 np Eq.6.14 sp
u0
2 nsp
Eq.6.15
7. ANALISE ESTRUTURAL
A figura 7.1 exibe os principais materiais utilizados no dimensionamento da aeronave e suas
respectivas propriedades mecânicas. Para laminação das fibras tanto de vidro quanto de carbono utilizou-se
matriz a resina Epóxi e o catalizador a base de Poliamida Cicloalifativa, apesar de esse catalizador apresentar
um custo mais elevado em relação a outros existentes no mercado, apresenta maior resistência a tração, e
menor tempo de fabricação.
Resistencia a Módulo de Coef.
Resistencia a
Material ρ (Kg/m³) compressão Elasticidade De
tração (Mpa)
(Mpa) (Gpa) Poisson
O traçado das linhas de rajada possui como finalidade principal assegurar que a estrutura da aeronave
resistirá a rajadas de vento inesperadas durante o voo. Segundo Miranda (2009), rajadas variando entre 2m/s
e 6m/s, sanam as necessidades em projetos do tipo AeroDesign. Chegou-se ao fator de carga para rajadas a
partir da equação 7.6.
Figura 7.2 – Diagrama v-n de manobra e Rajada
Para que a estrutura da aeronave suporte as cargas provocadas por uma rajada, todos os pontos
obtidos devem estar dentro do envelope de voo do diagrama de manobra, assegurando assim a integridade da
estrutura.
2 2
4L 2 y 4L 2 y
L( y ) E 1 ( Eq.7.7) L( y ) E 1 ( Eq.7.8)
b b b b
Figura 7.3 – Distribuição da sustentação ao longo da envergadura da asa
Para manufatura dos perfis foi utilizada madeira balsa de 3mm de espessura. A longarina, principal
elemento estrutural da asa, foi definida como treliçada, pois assim conseguiríamos uma otimização de peso,
sem perder em resistência.
Para confecção da longarina, foram utilizadas varetas de 2mm de espessura nas quatro extremidades
do retângulo. Nos 1,1m centrais, área de maior sustentação, utilizou-se de varetas de fibra de carbono de
1mm para os travamentos. No restante (1,15m), onde a força de sustentação decresce de acordo com o
afastamento em relação à corda raiz, foram utilizadas varetas de 1mm de fibra de vidro para os travamentos,
por terem um custo inferior e cumprirem com a função. Em virtude da primeira utilização pela equipe de
tubos de fibra de carbono para confecção de estruturas, foram feitos testes prévios para verificação da
eficiência/resistência das amarrações, onde, conforme figura abaixo, as mesmas se mostraram eficientes a
uma condição de compressão de 35kg e tração de 19,64kg.
De forma a garantir a estrutura da empenagem horizontal, foi realizado teste quantitativo, onde fixou-
se as duas extremidades e distribuiu-se linearmente garrafas pet cheias de agua, totalizando uma força de
137,34N, conforme figura 7.8.
Situação de
pouso Esquerda Direita Trêm do Nariz
Vertical Horizonontal Vertical Horizontal Vertical Horizontal
Três Rodas 152,59N 61,03N 152,59N 61,03N 53,8N 21,5N
Duas Rodas 179,52N 71,8N 179,5N 71,8N - -
Uma Roda 359,04N 143,61N - - - -
Para análise qualitativa, os valores descritos na tabela figura 7.9 foram utilizados para efetuação de
simulação no SolidWorks 2012 de elementos finitos, onde pode-se verificar que tanto o trem de pouso do
nariz quanto o trem de pouso principal estão adequadamente dimensionados.
7.5. Fuselagem
O dimensionamento da fuselagem se deu através da equação de mínimo volante do compartimento de
carga. Dessa forma, o compartimento teve o comprimento e largura maior a fim de, diminuir altura total da
aeronave. Calculou-se as dimensões para que se tenha capacidade limite da carga útil. Assim, encontram-se
as dimensões do compartimento de carga largura 390 mm, altura 110 mm comprimento 400 mm.
A fim de suportar tais esforços, a equipe utilizou-se de tubos de 8mm de diâmetro e 1mm de parede,
treliçadas de forma a distribuir em toda sua extensão as forças aplicadas. A analise realizada utilizou-se das
forças calculadas utilizadas para zerar os momentos da aeronave.
Com posse de tais valores, foi utilizado o software SolidWorks Simulation 2012, que simula uma
análise de elementos finitos, demonstrando que, qualitativamente, a fuselagem, não evidencia nenhuma
quebra ou deformação preocupante, o que garante a sua eficiência estrutural. A figura 7.12 exibe o resultado
da simulação.
Figura 7.12 – Análise da fuselagem
A bateria utilizada fornece um total de 4,63 w/h, e o máximo consumo do sistema é de 7,92 w/h, de
modo que possibilita uma duração de aproximadamente 35 minutos. O voo do tipo AeroDesign não
apresenta a condição máxima de torque nos oito servos simultaneamente, além do circuito de voo não ser tão
extenso. Portanto, a bateria utilizada está dimensionada corretamente para que o avião cumpra com sua
função em voo.
[2]ANDERSON, JOHN. D., Aircraft Performance and Design, McGraw-Hill, Inc. New York 1999. Disponível em:
<http://www.engbrasil.eng.br/index_arquivos/Page986.htm>.
[5]NELSON, Robert C. Flight Stability and Automatic Control. McGraw-Hill Book Company, 1989.
[9]ROSA, E. (2006). Projeto Aeronáutico: Uma Contribuição à Competição AeroDesign. 1ª ed. Brasil. Editora
[10]SCHRENK, O. A Simple Approximation Method for Obtaining the Spanwise Lift Distribution. NACA
Report No 948.
[11]USAF. Stability and Control Datcom, Flight Control Division, Air Force Dynamics Laboratory, Wright Patterson