Português
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1.1 Fonologia
A Fonética, ou Fonologia, estuda os sons emitidos pelo ser humano, para efetivar a comunicação. Diferentemente da
escrita, que conta com vogais e consoantes, a Fonética se ocupa dos fonemas (= sons); são eles as vogais, as consoantes e
as semivogais.
Consoante = Qualquer letra - ou conjunto de letras representando um som só - que só possa ser soada com o auxílio de
uma vogal (com + soante = soa com). Na fonética são consoantes b, d, f, g (ga, go, gu), j (ge, gi, j) k (c ou qu), l, m (antes de
vogal), n (antes de vogal), p, r, s (s, c, ç, ss, sc, sç, xc), t, v, x (inclusive ch), z (s, z), nh, lh, rr.
Semivogal = São as letras e, i, o e u quando formarem sílaba com uma vogal, antes ou depois dela, e as letras m e n, nos
grupos AM, EM e EN, em final de palavra - somente em final de palavra.
BAÚ BA – Ú
CAÍ CA – Í
JOELHO JO – E – LHO
HIATO HI – A – TO
ENJOO EN – JO – O
ÁLCOOL ÁL – CO – OL
1.2.2 Ditongo
É o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da
semivogal, chamaremos de Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Crescente.
Sé – rie
Pás – coa
Qua-se
Goe-la
A-quá-rio
Fre-quen-te
He-rói
Boi
Céu
Fui
1.2.3 Dígrafos
Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh,
nh, ch, qu, gu. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs têm suas letras separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não.
...................
2 Significação das Palavras (Semântica)
2.1 Sinônimos
São palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado.
triste = melancólico.
resgatar = recuperar
maciço = compacto
ratificar = confirmar
digno = decente, honesto
reminiscências = lembranças
insipiente = ignorante.
2.2 Antônimos
São palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários.
bom x mau
bem x mal
condenar x absolver
simplificar x complicar
2.3 Homônimos
São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos:
retificar e ratificar;
emergir e imergir.
2.5 Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado original,
independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum,
aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o
significado mais literal da palavra.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim
um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas
de medicamentos, textos científicos, entre outros.
2.6 Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes significados, sujeitos a
diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e
ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da expressividade e
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Homônimos - Palavras iguais na forma e diferentes na significação. (cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder)
Parônimos – Palavras de significados diferentes, mas de forma parecida, semelhante. (retificar e ratificar)
Conotativo – Sentido figurado. (Ele ficou uma fera quando soube da notícia)
3 Figura de Linguagem (Sentido Figurado)
Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à
comunicação e torná-la mais bonita.
Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras. Exemplos: metáfora, comparação,
metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos. Exemplos: hipérbole, eufemismo,
litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe.
Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase. Exemplos: elipse, zeugma, hipérbato,
polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.
Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos: aliteração, paronomásia,
assonância e onomatopeia.
Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)
Uso da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num deserto inefável"
3.1.2 Comparação
Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação
(como, assim, tal qual).
3.1.3 Metonímia
A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.
Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, embarcar é o utilizado.
O uso da expressão "bala perdida" é utilizada por não ter outra mais específica.
3.1.5 Sinestesia
A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.
Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.
Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é ouvido a uma distância
de 8 quilômetros.)
3.2.2 Eufemismo
O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.
3.2.3 Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição
da hipérbole.
Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.
No exemplo acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você deveria aperfeiçoar essa técnica"
3.2.4 Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.
Nota-se o uso da ironia, uma vez que o personagem está zangado com a pessoa e utilizou o termo "inteligente" de
maneira irônica
3.2.5 Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos aos seres irracionais.
A personificação é expressa na última parte do quadrinho onde o Zé Lelé afirma que o espelho está olhando ele. Assim,
utilizou-se uma caraterística dos seres vivos (olhar) em um ser inanimado (o espelho)
3.2.6 Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.
Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.
Uso da antítese expressa pelos termos que têm sentidos opostos: positivo, negativo; mal, bem; paz e guerra
3.2.7 Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese).
Uso do paradoxo pelas ideias com sentidos opostos realçada pelos termos que explicam a "certeza": relativa e absoluta
3.2.8 Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax).
Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.
3.2.9 Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.
Notamos a ênfase na segunda parte da tirinha com o uso dos pontos de exclamação e interrogação: "Ai meu Deus!!! Ele
vai me matar" O que faço!? É o fim!"
3.3 Figuras de Sintaxe
3.3.1 Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.
Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele começou) a comer sanduíches entre as
refeições..."
3.3.2 Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)
A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é) um descongestionante nasal para o meu
nariz"; (você é) um antiácido para meu estômago!"
3.3.3 Hipérbato
O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração.
Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)
A ordem direta do nosso hino é "Das margens plácidas do Ipiranga ouviram um brado retumbante de um povo heroico"
3.3.4 Polissíndeto
O polissíndeto é o uso repetido de conectivos.
Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.
3.3.6 Anacoluto
O anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.
Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)
3.3.7 Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.
Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)
No tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair" já significa "para fora"
3.3.8 Silepse
A silepse é a concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Ela é classificada em: silepse de
gênero, de número e de pessoa.
Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioria dos clientes ficou insatisfeita
com o produto.)
Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de eles: Todos terminaram
os exercícios)
Uso da silepse
de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças" e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos"
3.3.9 Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.
Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui sempre para você.
3.4.1 Aliteração
A aliteração é a repetição de sons consonantais.
Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo, cavalheiro = homem
gentil)
Uso da paronomásia por meio dos termos que possuem sons parecidos: "grama" e "grana"
3.4.3 Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.
Exemplo:
Na tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a" em: "massa", "salga", "amassa"
3.4.4 Onomatopeia
Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.
No primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum, Bum" e "Buááá...; Buááá...". O primeiro
expressa o som do tambor, e o segundo, o choro do cebolinha
3.5 Resumo das Figuras de Linguagem
Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada um dos seus tipos.
Figuras de
Figuras de Figuras de Sintaxe ou Figuras de Som ou
Palavras ou
Pensamento construção harmonia
semânticas
Produzem maior
Produzem maior
Produzem maior expressividade à Produzem maior
expressividade à
expressividade à comunicação através expressividade à
comunicação através
comunicação da inversão, repetição comunicação
da combinação de
através das ou omissão dos termos através da
ideias e
palavras. na construção das sonoridade.
pensamentos.
frases.
hipérbole
eufemismo
elipse
metáfora litote
pleonasmo
comparaçã ironia aliteração
zeugma
o personificaçã paronomás
hipérbato
metonímia o ou prosopopeia ia
silepse
catacrese antítese assonância
polissíndeto
sinestesia paradoxo ou onomatope
assíndeto
perífrase oxímoro ia
anacoluto
ou antonomásia gradação ou
anáfora
clímax
apóstrofe
3.6 Hífen
Topônimos iniciados por grã, grão ou formas verbais:
Grã-Bretanha;
Grão-Pará;
Passa-Quatro;
…
bem-te-vi;
erva-doce;
andorinha-do-mar;
capim-açu;
…
mal-estar;
bem-estar;
mal-humorado;
bem-humorado;
…
recém-nascido;
além-fronteiras;
sem-vergonha;
…
Com a nova ortografia, o hífen foi abolido nas palavras compostas por justaposição quando já se perdeu esta noção de
composição.
micro-organismo;
micro-ondas;
contra-ataque;
contra-atacante;
anti-inflamatório;
sobre-exaltar;
sobre-erguer;
extra-amazônico;
extra-alcance;
…
Com hífen - segunda palavra com h:
micro-história;
contra-habitual;
anti-higiênico;
sobre-humano;
extra-humano;
extra-hospitalar;
…
Nos prefixos sob- e sub-, além do h e do b, também se utiliza hífen quando a segunda palavra começa pela letra r:
sub-bibliotecário;
sub-base;
sub-região;
sub-reino;
…
Com os prefixos pró-, pós- e pré- utiliza-se o hífen quando os prefixos forem tônicos e autônomos da segunda palavra:
pós-graduação;
pré-fabricado;
pró-vida;
…
Com os prefixos ex-, vice-, vizo-, soto- e sota- utiliza-se sempre o hífen:
ex-diretor;
vice-presidente;
vizo-rei;
soto-mestre;
...
O hífen é usado na ligação de palavras que se juntam em algumas situações, formando encadeamentos vocabulares, com
significados distintos:
a ponte Rio-Niterói;
a rodovia Rio-Santos;
a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;
a ponte aérea São Paulo-Manaus;
…
Sem hífen
microrregião;
microssegundo;
antissocial;
antirrugas;
contrassenso;
contrarreforma;
...
Substantivos compostos sem hífen:
girassol;
madressilva;
paraquedas;
paraquedista;
paraquedismo;
…
Com o prefixo co- apenas se utiliza o hífen quando a segunda palavra começa com h. Em todas as outras situações, não
se usa o hífen:
cooperar;
coordenar;
coadjuvar;
coprodutor;
copiloto;
...
Segundo o atual acordo ortográfico, não deverá ser utilizado hífen nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais,
adverbiais, prepositivas ou conjuncionais:
dia a dia;
fim de semana;
sala de jantar;
cão de guarda;
cor de vinho;
café com leite;
à toa;
à vontade;
…
São exceções a essa regra algumas locuções consagradas pelo uso, com significado próprio:
água-de-colônia;
arco-da-velha;
cor-de-rosa;
mais-que-perfeito;
pé-de-meia;
ao deus-dará;
à queima-roupa.
pois;
visto que;
uma vez que;
por causa de que;
dado que;
…
Substituição do porque
Porque é uma conjunção subordinativa causal ou explicativa, unindo duas orações que dependem uma da outra para
ter sentido completo.
Por que (separado e sem acento) pode ser usado para introduzir uma pergunta ou para estabelecer uma relação
com um termo anterior da oração.
Possuindo um caráter interrogativo, por que é usado para iniciar uma pergunta, podendo ser substituído por:
Estabelecendo uma relação com um termo antecedente, por que é usado como elo de ligação entre duas
orações, podendo ser substituído por:
pelo qual;
pela qual;
pelos quais;
pelas quais;
por qual;
por quais.
Com este uso, por que é formado pela preposição por seguida do pronome relativo que.
Por quê é formado pela preposição por seguida do pronome interrogativo tônico quê.
3.7.4 Porquê
Quando usar porquê?
Porquê (junto e com acento) é usado para indicar o motivo, a causa ou a razão de algo.
Aparece quase sempre junto de um artigo definido (o, os) ou indefinido (um, uns), podendo também aparecer
junto de um pronome ou numeral.
o motivo;
a causa;
a razão.
Substituição do porquê
4.1 Substantivo
Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre outros. Podem ser
flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (diminutivo, normal, aumentativo).
Exercem sempre a função de núcleo das funções sintáticas onde estão inseridos (sujeito, objeto direto, objeto indireto e
agente da passiva).
4.1.1 Substantivos simples
casa;
amor;
roupa;
livro;
felicidade.
4.2 Artigo
Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando a definição ou a indefinição dos mesmos.
Sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), indicam também o gênero e
o número dos substantivos que determinam.
4.3 Adjetivo
Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade, característica, aspecto ou estado.
Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (normal, comparativo,
superlativo).
4.4 Pronome
Pronomes são palavras que substituem o substantivo numa frase (pronomes substantivos) ou que acompanham,
determinam e modificam os substantivos, atribuindo particularidades e características aos mesmos (pronomes adjetivos).
Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do
discurso).
4.5 Numeral
Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como a ordenação de elementos numa série.
Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), outros são
invariáveis.
4.6 Verbo
Verbos são palavras que indicam, principalmente, uma ação. Podem indicar também uma ocorrência, um estado ou um
fenômeno. Podem ser flexionados em número (singular e plural), pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso), modo
(indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (passado, presente e futuro), aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz
(ativa, passiva e reflexiva).
4.7 Advérbio
Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando uma circunstância (tempo, lugar,
modo, intensidade,…). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número. Contudo, alguns advérbios podem ser
flexionados em grau.
4.8 Preposição
Preposições são palavras que estabelecem conexões com vários sentidos entre dois termos da oração. Através de
preposições, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo (termo antecedente). São
invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.
4.9 Conjunção
Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações ou entre termos de uma mesma
oração, estabelecendo relações de coordenação ou de subordinação. São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e
número.
4.10 Interjeição
Interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, estados de espírito. São invariáveis e seu significado fica
dependente da forma como as mesmas são pronunciadas pelos interlocutores.
4.10.1 Interjeições de alegria
Oh!;
Ah!;
Oba!;
Viva!;
Opa!.
Na derivação sufixal ocorre a junção de um sufixo a um radical ou palavra simples já existente, que atua como palavra
primitiva. O sufixo é colocado depois da palavra primitiva, alterando o seu sentido e formando uma palavra derivada, com
um significado próprio.
No português existem, principalmente, sufixos que formam substantivos, sufixos que formam adjetivos, sufixos que
formam advérbios e sufixos que formam verbos. Existem também sufixos que atribuem um grau aumentativo ou
diminutivo às palavras.
-dor
-ada
-eiro
-ear
-oso
-ecer
-ável
-izar -mente
-al
-ar
-ão
-aço
-inho
…
gritaria;
aprendizagem;
investidor;
esquecimento;
incansável;
…
vergonhoso;
narigudo;
incansável;
animado;
brilhante;
…
garotão;
homenzarrão;
corpaço;
cabeçorra;
mulherona;
…
casinha;
animalzinho;
maleta;
namorico;
filhote;
…
memorizar;
folhear;
caprichar;
tapar;
amolecer;
…
lentamente;
felizmente;
rapidamente;
docemente;
ferozmente;
…
Na derivação prefixal ocorre a junção de um prefixo a um radical ou palavra simples já existente, que atua como
palavra primitiva. O prefixo é colocado antes da palavra primitiva, alterando o seu sentido e formando uma palavra
derivada, com um significado próprio.
No português existem prefixos de origem grega e prefixos de origem latina. Diferentes prefixos transmitem
diferentes significados: negação, superioridade, inferioridade, repetição, simultaneidade, …
Uma frase é um enunciado que apresenta um sentido e uma estrutura completa. A estruturação de palavras em frase visa
a um propósito de comunicação, de transmissão de um conteúdo. Existem frases simples e complexas, nominais e verbais,
com diferentes intenções comunicativas.
Uma oração é uma unidade sintática que indica uma ação verbal. As frases mais complexas apresentam um ou mais
verbos ou locuções verbais. Cada um desses verbos ou locuções verbais é uma oração.
Um período é uma frase onde há a junção de uma ou mais orações de sentido completo. são simples ou compostos,
conforme o número de orações que apresentam.
6.1 Frase
Frase é um conceito muito abrangente, compreendendo desde estruturas muito simples a estruturas muito complexas:
Bom dia!
Não.
Para!
Embora tenha sido pedida a colaboração de todos, poucos funcionários dedicaram parte do seu tempo à elaboração de
uma lista de melhorias do processo de produção da fábrica.
Uma frase é classificada de frase verbal quando apresenta um verbo na sua constituição e de frase nominal quando não
apresenta um verbo na sua constituição.
Conforme a intencionalidade comunicativa que apresentam, as frases podem ser classificadas em diferentes tipos de
frase.
6.2 Oração
As orações são facilmente identificáveis através da contagem dos verbos ou locuções verbais:
Eu fui ao cinema e me diverti muito, apesar do filme ser horrível. (três orações)
As orações coordenadas estão unidas pelo sentido, mas são independentes, possuindo sentidos completos. São
classificadas em assindéticas e sindéticas, sendo estas últimas ainda classificadas conforme o sentido que apresentam.
As orações subordinadas não são independentes, uma vez que uma oração completa o sentido da outra. São classificadas
principalmente em substantivas, adjetivas e adverbiais, mas cada uma dessas classificações apresenta outras
subclassificações.
6.3 Período
De acordo com o número de orações que apresentam, os períodos podem ser classificados em simples (apenas uma
oração) ou compostos (duas ou mais orações).
6.4 Pontuação
Os sinais de pontuação e os sinais gráficos auxiliares da escrita são usados na linguagem escrita e servem para:
Representar pausas, destaques, entonações e transmissão de sentimentos e intenções existentes na linguagem oral,
marcando o ritmo de um texto.
Conferir à linguagem escrita uma maior clareza, coesão e coerência textual, de forma a esclarecer sentidos ambíguos e
promover a fácil leitura e compreensão do texto escrito.
Parabéns!
Já chega!
As imposições feitas pelos trabalhadores foram: direito a pelo menos uma folga semanal fixa; direito a duas horas para
almoço; direito à formação anual.
Sempre te defendi e te apoiei; não esperava, portanto, que tu me enganasses dessa forma.
Você precisa comprar: tecidos de várias cores, linha prateada, tesoura para tecido e agulhas resistentes.
6.4.7 Travessão [—]
O travessão é usado, principalmente, para introduzir uma fala no discurso direto. Pode ser usado também para separar
uma oração intercalada da oração principal.
— Ok, eu espero!
Vou fazer diversas melhorias nesta casa: lixar e pintar paredes, trocar a canalização, mudar o pavimento, reforçar
estruturas, envernizar o corrimão das escadas,…
6.4.9 Parênteses [( )]
Os parênteses são usados para introduzir uma informação acessória
Ele insistiu (mas ninguém acreditou) que foi considerado o melhor aluno da escola.
terça-feira;
matéria-prima;
bem-humorado;
micro-ondas;
Amo-te!
07/07/2014
6.4.12 Aspas [“ ”]
As aspas são usadas para destacar uma parte do texto, como citações, transcrições, nomes de obras literárias, palavras
estrangeiras,…
6.4.13 Colchetes [ [ ] ]
Os colchetes são usados, principalmente, para indicar uma citação incompleta. São usados também nas transcrições
fonéticas.
“[…] hei de espalhar meu canto / E rir meu riso e derramar meu pranto […]”
1500¬–1550;
D–L.
Num texto, os parágrafos identificam-se com um espaçamento na sua primeira linha, não sendo usado o sinal gráfico de
parágrafo. Este sinal tem pouco uso, sendo usado maioritariamente na designação de artigos de leis.
Exemplos de frases:
Nas frases faladas, a intencionalidade discursiva é transmitida através da entonação, do contexto, das expressões faciais,
das pausas,…
Nas frases escritas, os sinais de pontuação ajudam a definir o sentido das frases, representando por escrito esses diversos
recursos existentes na linguagem oral.
Deus te acompanhe!
Bons ventos te levem!
Tomara que tudo dê certo!
Frase nominal é uma frase que não apresenta verbos na sua formação:
Atenção!
Coisa estranha...
Que lindo!
A concordância verbal ocorre quando o verbo de flexiona para concordar com o sujeito gramatical. Essa flexão verbal é
feita em número (singular ou plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa).
A concordância nominal ocorre quando há flexão de um termo (artigo, adjetivo, pronome,…) para concordar com um
substantivo. Essa flexão é feita em gênero (masculino ou feminino) e em número (plural ou singular).
7.1.1 Exemplos de concordância verbal
Eu aprendi;
Ele aprendeu;
Nós aprendemos;
Eles aprenderam.
O amigo verdadeiro;
A amiga verdadeira;
Os amigos verdadeiros;
As amigas verdadeiras.
Apesar dessas regras básicas, existem casos específicos de concordância verbal e de concordância nominal.
Os verbos impessoais, como não apresentem sujeito, são conjugados sempre na 3.ª pessoa do singular:
Com a partícula apassivadora se, o objeto direto assume a função de sujeito paciente. Assim, o verbo estabelece
concordância em número com o objeto direto:
Vende-se casa.
Vendem-se casas.
Quando a partícula se atua como indeterminadora do sujeito, o verbo fica sempre conjugado na 3.ª pessoa do singular:
Precisa-se de empregado.
Precisa-se de empregados.
7.2.4 Concordância verbal com a maioria, a maior parte, a metade,...
Com essas expressões, o verbo fica conjugado, preferencialmente, na 3.ª pessoa do singular. Contudo, já se considera
aceitável o uso da 3.ª pessoa do plural:
O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo quem ou fica conjugado na 3.ª pessoa do singular:
O infinitivo é flexionado, principalmente, quando se pretende definir o sujeito e quando o sujeito da segunda oração é
diferente do da primeira:
Com a expressão um dos que, o verbo fica sempre na 3.ª pessoa do plural:
Ele é falador.
Ela é faladora.
Eles são faladores.
Elas são faladoras.
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo ou assume a forma no masculino plural:
O substantivo fica no singular quando há vários adjetivos no singular que se encontram determinados por artigos. Sem a
presença de artigos, o substantivo fica no plural:
As palavras bastante, muito, pouco, meio, caro, barato e longe, enquanto adjetivos, concordam em gênero e número com
o substantivo:
muitas joias;
bastantes joias;
poucas joias;
joias caras;
joias baratas.
Nota: Essas palavras permanecem invariáveis apenas quando assumem a função de advérbios, modificando um verbo.
Com estas expressões, o adjetivo varia em gênero e número quando houver a presença de um artigo determinando o
substantivo. Quando não houver artigo, o adjetivo permanece invariável no masculino singular:
Nota: Essa mesma regra de concordância é também aplicada às expressões: é necessário, é preciso, é bom.
As palavras mesmo e próprio estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando atuam como
adjetivo:
na mesma função;
no mesmo trabalho;
nas mesmas funções;
nos mesmos trabalhos;
na própria casa;
no próprio escritório;
nas próprias casas;
nos próprios escritórios.
Nota: Esta regra de concordância estende-se também às palavras obrigado, quite, anexo e incluso.
Chama-se regência à relação estabelecida, na oração, entre um termo regente e um termo regido. O
termo regente depende do termo regido, uma vez que o seu sentido permanece incompleto sem a
presença do termo regido.
De acordo com a natureza do termo regente, a regência pode ser classificada de regência verbal ou
regência nominal. Conforme o nome indica, na regência verbal o termo regente é um verbo e na
regência nominal o termo regente é um nome.
Regência verbal:
Termo regente: verbo
Termos regidos: objeto direto e objeto indireto
Regência nominal:
Termo regente: nome
Termo regido: complemento nominal
Leu o livro.
Comeu a sobremesa.
Bebeu o refrigerante.
Ouviu a notícia.
Estudou a lição.
Fez o recheio.
agradar a;
obedecer a;
assistir a;
visar a;
lembrar-se de;
simpatizar com;
comparecer em;
convocar para;
trocar por;
alertar sobre;
...
acessível a todos;
diferente de mim;
amoroso com ambos;
perito em criminologia;
mau para a saúde;
ansioso por férias.
A regência nominal é estabelecida através de uma preposição, sendo a, de, com, em, para, por as
preposições mais utilizadas:
inerente a;
idêntico a;
livre de;
seguro de;
descontente com;
interesse em;
pronto para;
respeito por;
...
9 Crase (Emprego do acento indicativo crase)
A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo representada com acento grave.
Antes de verbos:
Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:
Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo definido as, ocorre crase,
dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.
Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que pedem a preposição a e
com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo se refere, como: agradecer a, pedir
a, dedicar a,…
Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas: à noite, à direita, à toa, às
vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista, à moda de, à maneira de, à exceção de, à frente de, à custa de,
à semelhança de, à medida que, à proporção que,…
Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra feminina que se
encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira de.
Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.
Em diversas expressões de modo ou circunstância, atuando como fator de transmissão de clareza na leitura:
Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres porque nestes casos,
segundo a norma culta, não se usa artigo definido.
Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que admitam a
anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma forma fácil de verificar se há anteposição do
artigo a é substituir a preposição a pelas preposições de ou em.
Havendo contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração com a preposição
a, ficando à:
Vim da Bahia.
Estou na Bahia.
Vou à Bahia no próximo mês.
Não havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não haverá contração
com a preposição a, permanecendo a:
Vim de Brasília.
Estou em Brasília.
Vou a Brasília no próximo mês.
Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de localidade, se esta estiver
determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não ocorre crase.
Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a com os pronomes
demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:
a + aquele = àquele;
a + aquela = àquela;
a + aquilo = àquilo.