Dissertacao RevisaoCriticaCinema PDF
Dissertacao RevisaoCriticaCinema PDF
Dissertacao RevisaoCriticaCinema PDF
REVISÃO CRÍTICA-ONÍRICA DO
TERRITÓRIO CHAMADO AMAZÔNIA NO
SONHO REAL DE MEIAS-VERDADES
CHAMADO CINEMA
BELÉM - PARÁ
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES – PPGARTES
BELÉM - PARÁ
2018
2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará
Gerada automaticamente pelo módulo Ficat, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
CDD 370
RESUMO
3
ABSTRACT
MOURA, MATEUS N. F. Critical-dream review of the territory called Amazon in the real
dream of half-truths called Cinema. 2018. Dissertation (Master in Arts) - Graduate
Program in Arts, UFPA, Belém.
The "Amazon", born as a creature of the imagination of a people who projected their
obsessions into a territory already inhabited by several other ethnicities, is a ghost that
carries within it deep and conflicting questions. The cinema, in the XX-XXI centuries, re-
updates and reconfigures, in a way either more naive or more critical, several of these
questions. This paper proposes ways of approaching this memory critically. As an artist-
researcher, who directly experiences the audiovisual and who believes in the
epistemological power of cinema, I proposed a significant part of this research to be
rehearsed within this language, having as method the "reassembly", the "remix". Another
part, no less significant, is rehearsed through the word. Presenting the trajectory and the
methodological searches of the author during his own critical review, this work trusts on a
pedagogical process of constant individual revisions integrated with the proposition of
cultural actions that stimulate continuous collective exercises of historical, political and
aesthetic reflection about this territory that we still call "Amazon". As a proposer of a work
within the research line of History, Criticism and Education in Arts, more than as a
researcher or an artist, I present myself as a filmmaker, and present this text as a starting
point for education as a practice of freedom.
4
AGRADECIMENTOS, HONRARIAS E COMPROMISSOS
Me deu a possibilidade de habitar um território, e de ser habitado por ele. Sem essa
relação, nada faria sentido.
Me deu a memória, que em mim também mora, e onde moro.
Me deu uma família, que me ofereceu suporte e inspiração: Lúcia Nogueira, minha
mãe, que soprou desde cedo o respeito aos estudos; Virgílio Moura, meu pai, que
soprou desde cedo o respeito à floresta; Luana Moura, minha irmã gêmea, que soprou
desde cedo o respeito às artes; João Pedro Moura, meu irmão caçula, que soprou
desde cedo o respeito às mudanças.
Me deu Carol Magno, uma amiga-irmã teimosa, generosa, que insistiu na importância
da minha entrada no Programa de Pós-Graduação em Artes na Amazônia. Sem sua
ação, nada teria acontecido.
Me deu um lar, onde está meu irmão-de-mel Ub Nogueira e minha irmã-de-mel Petra
Marron, que me ensinam diariamente de que se constitui a humanidade.
5
Me deu amigos e amigas sempre presentes, em inspiração e cuidado: Rayana Marron,
Rafael Couto, Raoni Moreira, Camila Paz, Evellyn Loyola, Karimme Silva, Gabriel Gaya,
Rogério Folha, Rafael Samora, Rodolfo Mendonça, Lucas Guimarães, Jimmy Góes, Rafael
Pavone, Renato Torres, Sid Quaresma, Carline Ramos, Bruna Suellen, Marina Trindade.
Me deu Danielle Franco, Flori Jácamo, Mayara La Rocque, Luciana do Carmo, Manuela
Dela, amigas que me ensinaram a cuidar de mim, e com quem muito me diverti.
Me deu Ruli Moretti, amiga de papo e canto, de quem tive auxílio fundamental na
diagramação deste trabalho, e Juliana Maués, amiga de papo e caminhada, de quem
tive auxílio fundamental na revisão deste trabalho.
Me deu Rosilene Cordeiro, meu grande encontro com o outro lado, de onde vim; a
indefinível relação.
Me deu muitos autores e autoras, com quem pude dialogar através de obras, e que
são o líquido lubrificante de todo essse exercício teórico.
Me deu a serenidade de honrar este compromisso muito sério de fazer uma pesquisa
em artes num Programa de Pós-Graduação na Amazônia.
A ti, vida, graças a ti.
Espero que esta oferenda possa traduzir a minha gratidão.
6
" - Agora abrir os olhos. Agora começar a sonhar o sonho de ver como
somos vistos."
Vicente Franz Cecim
7
SUMÁRIO
8
INTRODUÇÃO Como eu cheguei até aqui? E daqui, para onde vou?
ANTES DE MIM
As imagens. Tudo começou bem antes de eu nascer.
Parece que desde que o mundo é mundo existem forças ocultas que impelem
os seres a criar imagens. E quanto mais o ser sente que desconhece a vida (e se
encanta pelo mistério dessa impossibilidade de conhecimento), mais ele cria imagens.
Mais ele projeta.
Eu nasci, criei-me, fui atravessado por imagens - cultivei algumas, e agora estou
revisando.
Desde a mais tenra infância, interessei-me por filmes, mas, a partir de 2006, a
minha relação com o cinema mudou. Passei a estudá-lo diariamente, por meio da leitura
de teóricos, da observação de seus mestres e mestras e da experimentação prática da
própria linguagem. Ali onde, até então, eu via apenas entretenimento, comecei a enxergar
uma máquina fantástica, que podia eternizar instantes, registrar eras, inventar mundos,
criar memórias, pensar a realidade, traduzir sentimentos, revelar, velar...
9
Quando comecei a realizar filmes de forma mais constante, a partir de 2010,
passei a observar com outros olhos o território onde vivia há mais de 15 anos.
Naturalmente, fui me interessando mais por realizadores e realizadoras que se
dedicaram a representar audiovisualmente este território. Percebi que conhecia muito
pouco dessa história, e cheguei a acreditar que realmente muito pouco havia se
produzido. Com o tempo, no entanto, foram surgindo alguns contatos. Tive a honra de
produzir com Marcelo Marat, Francisco Weyl, Marcio Barradas e conhecer mais
profundamente as ficções de Líbero Luxardo, o realismo experimental de Jorge
Bodansky e Orlando Senna, os documentários de denúncia de Evandro Medeiros, o
kinemAndara de Vicente Franz Cecim...
O “kinemAndara – Cinema do invisível” foi uma revelação tão grande que resolvi
dedicar o meu Trabalho de Conclusão de Curso, em Letras na Uepa, a uma análise estética
quadro a quadro de 4 dos seus 5 filmes, produzidos em super-8 na década de
19701.
Mas foi em 2013, por meio do convite feito por Giseli Vasconcelos para
participar como cineasta do projeto “Dossiê – por uma cartografia crítica da
Amazônia”, que realmente pesquisei de forma mais intensa a memória audiovisual
desse território chamado Amazônia.
1
MOURA, Mateus. Documentando a ficção da realidade - Uma análise estética do kinemAndara: Cinema
do invisível, de Vicente Franz Cecim. UEPa: 2010. (dá uma olhada se é assim que coloca referência de
monografia).
2
CASTRO, Fábio. Entre o mito e a fronteira: estudo sobre a figuração da Amazônia na produção artística
contemporânea de Belém. UFPa. (mesma coisa, acho que falta informação na referência)
10
revelava seu fundo justamente quando uma perspectiva crítica se dedicava a
interpretar as elipses que gritavam nas entrelinhas, entre as diferentes propostas de
representar esse território que até hoje chamamos “Amazônia”.
11
ADENTRANDO A FLORESTA DE ENIGMAS
Júlio Bressane diz, do próprio cinema, que o mesmo “é uma arte trans”,
contrariando com essa afirmação a máxima de que “o cinema é a arte da síntese”3.
Antes de trazer a literatura, a pintura, a escultura, a dança, a fotografia e o teatro para
uma unidade simplificada onde todas essas artes confluem, o cinema é atravessado
por elas e por várias outras artes menos nobres e pouco referenciadas.
O “novo” não passa daquele antigo efeito que recobra o seu frescor. A busca
pela essência é utópica. A aventura está em ir fundo e longe, sem querer chegar a um
fim: é a própria aventura da memória. Por mais ilusória que seja, é a nossa única forma
de encarar as imagens.
3
Declaração feita no documentário “Filme de Cinema” (2015), dirigido por Walter Carvalho.
12
Não poderia escrever “a memória audiovisual amazônica” porque não me
interessava somente pela construção de uma identidade calcada na ideia de um
cinema produzido apenas por “nativos” ou por “naturalizados”. Analisar criticamente
os grandes projetos de produção que vinham usar a floresta como cenário de fundo
para suas fantasias sobre o território falava muito também sobre a relação do resto do
mundo com o mesmo. Analisar comparativamente diferentes obras das diversas
regiões e etnias que a compõem revelava muito da relação conflituosa entre ideologias
e modos de ver. Migrantes nordestinos “soldados da borracha”, migrantes sulistas
“engenheiros hidroelétricos”, “caboclos ribeirinhos”, “quilombolas ilhados”, “indígenas
desapropriados”, “urbanoides conectados”, “militantes periféricos”, “guerrilheiros
hackativistas”. Cada nicho produzia uma memória audiovisual bem diferente do outro.
E mesmo dentro do próprio nicho, claro, existem sempre as individualidades.
4
Existe muitos exemplos. Para ficar dentro dos princípios metodológicos cartográficos, podemos citar os
extremamente referenciados Gilles Delleuze e Félix Guattari.
13
O primeiro deles foi o de um recorte historiográfico cronológico, em que seriam
elencadas obras canônicas para citar e falar de certas questões fundamentais,
construindo a partir delas um discurso entre argumentações, exemplificações e
intercessores. Pelo que pude perceber das leituras que fiz durante esse primeiro
momento da pesquisa, este é o gênero de discurso mais corrente nos meios
acadêmicos e nas histórias da arte.
Uma vez perguntaram para Jean Cocteau qual seria a primeira coisa que ele
salvaria de sua casa se ocorresse um incêndio.
“O fogo”, ele respondeu.
14
As “panelas” é onde estou cozinhando, durante esses anos, este acervo e um
pensamento sobre ele (minha ciência aplicada, minha “maniçoba espiritual”).
GUIÃO
15
OS TALENTOS E AS POSSIBILIDADES DE UMA PESQUISA EM ARTES
Dizem que o princípio da ciência é o ato de observar.
Aqui e agora, dentro, o vento sopra diversas formas novas de se aproximar das
coisas, questioná-las, reconhecê-las em nós, organizá-las fora. “A tradição só tem
sentido quando subimos em seus ombros para enxergar além do que ela pôde ver”. No
caso do conhecimento científico produzido pelas academias, principalmente no que se
refere ao estudo das artes, certos modelos não se encaixam tão bem ao contexto
atual, já que vieram de lugares que tanto maltrataram, e que ainda insistem em
maltratar esta região. Lógico, o princípio antropofágico (por mais romantizado que
pareça) permanece, mas é preciso plantar mais do que colher, procriar mais do que
guerrear. Pelo princípio do prazer e da criação. E da soberania utópica.
16
Diferencia-se comumente, no meio intelectual, o “amazônico” do “amazônida”. O
primeiro sendo aquele que teve a circunstância de nascer no referido território, o segundo
aquele que tem consciência do problema que é a representação da Amazônia, sua posição
enquanto objeto de olhar e sujeito em relação ao resto do mundo.
Acho que, simplificando, poderíamos, então, articular que a busca segue por aí:
exercitar um olhar mais “amazônida” que “amazônico”.
QUEM SABE?
Terra”5.
Já caminhando mata adentro pelo caminho do meio, recordo-me também de
outra máxima que aprendi através de Jean Cocteau. Pesquisando, uma outra fonte me
diz que o ensinamento pode ser de Mark Twain – ninguém sabe ao certo.
5
SZYMBORSKA. Wislawa. Um amor feliz/ Wislawa Szymborska; seleção, tradução e prefácio de Regina
Przybycien. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
17
“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez” (autor indefinido)
18
SEQUÊNCIA 1 ABRIR OS OLHOS PARA OS SONHOS: Inventar a desinvenção
“Existe sim, um lugar secreto na Amazônia. No âmago de suas terras encontra-se a origem de todos
os homens. Ela é infernal e paradisíaca, é a síntese dos contrários e a inversão da estética do belo,
pois a beleza pode surgir do infernalmente horrível porque exige um olhar primordialmente novo."
(Neide Gondim)
"Toda aventura tem uma memória anterior, toda viagem remete a outra viagem." (Ottmar Ette)
“Faz muito tempo você veio viver entre nós e falava como um fantasma.” (Davi Kopenawa Yanomami)
É possível que essa região que se convencionou chamar Amazônia, com sua
bacia hidrográfica sem precedentes, seu solo recheado de minérios de todos os tipos,
sua fauna e flora de espécies incontáveis, além de ser a mais rica em biodiversidade
natural, seja também a mais rica em biodiversidade sobrenatural. Muitos humanos
imaginaram, além da natureza, a tal Amazônia – uma criatura forjada desde o seu
batismo pelas forças paradoxais da fantasia e da violência.
6
Onomástica é a ciência que estuda os nomes próprios de todos os gêneros.
19
apresente. E ao tentar falar sobre “Amazônia”, por correspondência, acabaremos
refletindo os processos de construção de cultura em geral, o fenômeno dramático da
civilização em si, a relação de nossa espécie com o que chamamos natureza, os
conflitos étnicos insurgentes, as miscigenações e os sincretismos, as opressões e as
redescobertas. As mutações, e suas idiossincrasias.
20
compreensão do mínimo acerca do outro, persiste até hoje, mais de 500 anos depois.
Pois, dessas mais de 400 etnias, muitas foram exterminadas, mas muitas ainda
resistem e é a sua visão deste território, provavelmente, a mais profunda, ainda que a
menos divulgada.
"-Agora abrir os olhos. Agora começar a sonhar o sonho de ver como somos
vistos". (CECIM, 2012: p.1)
21
O estudo iconográfico tem sido a metodologia mais eficaz para se interpretar a
história desses antepassados. Conscientes das limitações exegéticas em relação ao
significado das imagens e à intenção das obras, arqueólogos e arqueólogas,
antropólogos e antropólogas têm se debruçado sobre os significantes e reconhecido o
é estrangeiro lá, e vice-versa, e que ambos são livres (ou seja, responsáveis) para falar
o que quiserem.
7
Informações refletidas com a recente série documental “Arqueologia: em busca dos primeiros
brasileiros” (2017), dirigido por Ricardo Azhouri
22
fotograma de The forbidden dance is lambada (1990)
23
cartaz de Ma é dami xina: Já me transformei em imagem (2008)
8
“O Vídeo nas Aldeias promove, desde 1987, o encontro do índio com a sua imagem. O objetivo primeiro é
criar condições para que os realizadores produzam seus filmes de maneira autônoma. Por meio da formação
de cineastas indígenas, o projeto possibilita a apropriação pelos índios de suas imagens e falas,
24
divisor de águas na reflexão sobre a relação das etnias indígenas com o cinema
(tecnologia ocidental), que, até então, colocava o indígena como objeto do olhar,
nunca enquanto possível sujeito das próprias narrativas.
de objetos de observação a sujeitos de seus próprios discursos. Esperamos contribuir para a formação
de uma audiência crítica em relação aos povos nativos do Brasil, possibilitando novos espaços de
diálogo intercultural.” (descrição do canal do projeto no youtube. Para mais informações, o site oficial
videonasaldeias.org.br é a melhor fonte)
25
feitos por cineastas indígenas. O projeto é realizado pelo importante líder indígena
Ailton Krenak e mostra a diversidade e a profundidade de uma produção consistente.
26
Nos anos 1970, com a chegada das câmeras super-8 no contexto doméstico,
surge um grande exemplo de um cinema de vanguarda, que é precário tecnicamente,
mas inovador esteticamente.
9
Uma análise estética quadro a quadro deste filme e do seu cinema foi realizada no meu Trabalho de
Conclusão de Curso: MOURA, Mateus. Documentando a ficção da realidade - Uma análise estética do
kinemAndara: Cinema do invisível, de Vicente Franz Cecim. Uepa: 2010.
27
fotograma de Muragens – crônicas de um muro (2008)
28
fotograma de Leona, a assassina vingativa (2009)
29
cartaz de Tem boto na rede do Tunico (2011)
Esse é o cartaz virtual de Tem boto na rede do Tunico (2011), criação coletiva da
Associação Cultural Dalcídio Jurandir, com patrocínio da vereadora Nazaré Lalor. O filme
narra a história de “Mundica”, que sai de Ponta de Pedras, no Marajó, para morar em
Belém e volta se chamando “Ray”, com um noivo urbanoide a tira-colo. Tunico é o pai, um
caboclo marajoara clássico, que tem que lidar com as investidas do “boto” à sua filha, na
verdade seu antigo caso da região. O grupo, através de pequenos patrocínios e em
processos de direção coletiva, realizou outras produções abordando de forma direta e
cômica a sua realidade e seu imaginário, sempre com muitos espectadores na internet.
30
zonas de fronteira com a intenção de registrar processos históricos que envolvem
conflitos de terra. Raramente produzidos pelos próprios agentes sociais dos conflitos,
por natural falta de recursos, de articulação e pela própria emergência de outros
assuntos, incluindo o de sobreviver, este cinema tem como fontes de financiamento as
mais diversas origens, desde ONGs, TVs estrangeiras, editais, bolsas universitárias,
sindicatos e recursos dos próprios realizadores e comunidades.
31
fotograma de Araguaia: Campo Sagrado (2010)
32
No território amazônico, como podemos ver, é possível reconhecer diversas
“experiências de produção”: “grandes projetos industriais”, “resultados de oficinas
sócio-pedagógicas”, “resultados de bolsas de experimentação artística”, “mutirões
artesanais”, “militâncias de resistência”, etc.
Sem dúvida, é possível interpretar um filme sem ter informações acerca da sua
“experiência de produção”, mas para uma análise mais crítica em relação ao território,
tal análise contextual é fundamental na problematização do “lugar de fala” desse
“discurso cinematográfico”.
33
câmera, da encenação dentro do quadro, do que deixa de fora do mesmo, da duração
dos planos, da sua justaposição na montagem, da forma que utiliza o som, etc.
OS MOTIVOS E OS DISCURSOS
Para uma análise mais profunda da relação que cada discurso articula com
esses fantasmas do imaginário, naturalmente, é necessário um mergulho mais detido
nas próprias obras.
35
Da mesma fonte de fantasia, os forasteiros europeus - filhos da cultura
inquisicional medieval, de um imaginário mitológico fecundo e com uma experiência
traumática de adaptação à floresta tropical - projetaram seu medo diante do
desconhecido e erigiram a imagem de um “Inferno Verde”.
36
Filmes como o silencioso The Lost World (1925), adaptação do romance de
Arthur Conan Doylle dirigida por Harry Hoyt, ou o blockbuster Anaconda (1997),
dirigido por Luis Llosa, estão entre as imagens mais divulgadas e assimiladas
internacionalmente do território chamado Amazônia durante o século XX. Imagens de
um “paraíso perdido”, de um “inferno verde”, habitado por monstros e canibais.
10
Subgênero de filmes apelativos que exploram comercialmente, de modo mórbido e sensacionalista a
temática que tratam: “sexplotation”, “naziexplotation”, etc. No referido caso, temos um
“violenceexplotation”.
11
Subgênero do Horror, herdeiro dos “grand-guinols”, que se interessa pela exibição da violência explítica
através da conjunção contraditória de um “ultra-realismo” aliado a um extremo artificialismo, causando no
espectador a emoção sensorial da repulsa ao mesmo tempo que um distanciamento através (por meio?) da
percepção do aparato.
12
Subgênero do documentário que filma com estilo “câmera na mão” e “cinema direto”, criando a
“impressão de realidade” da “filmagem não-ficcional”, quando na realidade é totalmente construído
cenicamente.
37
fotograma de Canibal Holocaust (1980)
Um dos motivos favoritos dos fabuladores, e que está presente das mais
diversas formas no imaginário coletivo, é o mito de “El Dorado”. Como o próprio nome
sugere, tal visão surge de forma mais presente nos documentos históricos deixados
pelos hispânicos, que começaram a sonhar com um lugar além das montanhas, pleno
de riquezas - não apenas o ouro, mas outros minérios e especiarias. Durante a difícil
38
viagem pelas correntezas e cordilheiras, foi se configurando no imaginário daqueles
viajantes a mítica cidade das amazonas, guerreiras que são descritas pelos cronistas como
mulheres altas de pele branca e de muita força, que têm o seio decepado para melhor
manejar o arco e que se relacionam com homens apenas para procriar fêmeas. Tal busca
já parece ser memória atualizada também de jornadas míticas do imaginário europeu,
como o Santo Graal, o Bezerro de ouro ou a Fonte da eterna juventude. O objetivo mais
direto da “Busca de El Dorado” é adquirir fama e riqueza, valores daquele momento que
são cultivados até hoje. “El Dorado” também teve outros nomes, como “País da Canela”
(Peru), “Paititi” (Peru) ou “Ilha de Manoa” (Guiana).
Em Aguirre, a cólera dos deuses (1972), dirigido por Werner Herzog, temos uma
obra contraditória em vários sentidos e, se analisarmos a relação do que almejam seu
argumento e sua liguagem com a experiência de sua produção, temos uma boa
discussão pela frente.
39
O diretor Werner Herzog parece assimilar de forma muita crítica e contundente
a condição do colonizador perdido na figura do subversivo Lope de Aguirre,
interpretado por Klaus Kinski. Traduzindo no corpo do ator a falência e a decadência
de destruição e caos, o antiherói trágico vocifera contra a coroa espanhola ao mesmo
tempo em que não estabelece relação alguma com o mundo que invade. Apesar de
profundas reflexões sobre o abismo desse tipo de relação do eu com o outro, da
perdição do homem em busca de poder, o diretor, durante a produção do filme,
atualizou diversas opressões e violências contra os povos nativos que agenciou.
40
acima, dá a dimensão da complexidade econômica e ecológica da situação que é
abordada nestes registros da Serra Pelada.
41
Andrea Tonacci, descendente do cinema marginal paulistano da Boca do Lixo,
também criou documentos contundentes acerca dos territórios indígenas e das causas
desses povos.
42
fotograma de Serras da Desordem (2006)
Talvez o mais famigerado deles seja o ativista e seringueiro Chico Mendes. A sua
representação audiovisual é um caso interessante a se analisar se comparamos três
43
diferentes discursos cinematográficos, realizados em experiências de produção
díspares.
44
acompanhavam outros fenômenos de ocupação do território que levaram ao que este
filme aborda: a pavimentação da estrada BR-364, de Porto Velho para Rio Branco, e
suas consequências.
45
Apesar de um viés ideológico progressista, posicionando-se claramente a favor
das causas dos povos da floresta, o filme, como a imensa maioria dos filmes da
memória deste território chamado Amazônia, não desenvolve personagens femininas
com a mesma profundidade e “dignidade dramática” que as masculinas.
46
Além dos militantes que atravessaram o século XX, seres históricos de
resistência do período colonial também foram representados pela imagem
audiovisual.
47
distanciada e solene pelos que a admiram, enquanto é solenemente desprezada por
quem está mais interessado na transformação do território em algo mais próximo do
laico e do científico. Esse “outro mundo” (real ou imaginado, dependendo de quem
vê/conta) revela em suas aparições a relação dos seres humanos entre si e com a
região de forma cifrada, plena de mistérios.
Em Ele, o boto (1987), dirigido por Walter Lima Jr, rodado em Paraty, no Rio de
Janeiro, vemos a história do boto (que, para muitas vozes do território amazônico, não
48
fotograma de Xapiri (2012)
Em Xapiri (2012), dirigido por Gisela Motta, Leandro Lima, Laymert dos Santos e
Bruce Albert, vemos o testemundo audiovisual sobre o encontro de 37 xamãs da etnia
Yanomami na aldeia de Watoriki, em março de 2011, em Roraima. Através de
trucagens e tempos mortos, intentam traduzir o visível e o invisível desse ritural de
êxtase e cura, buscando enxergar (e fazer ver) essa outra dimensão da existência,
“extra-contemporânea”, de espíritos, energias e outros seres sem nome.
49
fotograma de A descoberta da Amazônia pelos turcos encantados (2009)
Uma das figuras mais célebres do território sem dúvida é a Matinta Pereira.
Presente nas histórias de vida das pessoas ou no imaginário dos contadores, a Matinta se
tornou elemento mítico profundamente ligado ao território amazônico. As perspectivas
em relação ao que ela representa ou suas formas de apresentação são inúmeras. No caso
da linguagem cinematográfica, são várias as obras que lidam com sua imagem, seja como
protagonista ou como vulto. Por vezes, mesmo não lidando diretamente com um enredo
que a inclua como personagem de fato, sua presença pode surgir, tamanha é a influência
de sua energia no território. Registro isso como alguém
50
que passou por essa experiência algumas vezes: de realizar trabalhos artísticos sem
pensar em sua figura e me deparar no meio do processo com a sua influência e
atuação enquanto entidade e mistério.
51
Há inúmeros motivos e, pelas obras, de diferentes lugares, inúmeros discursos.
Mas, além disso, o que há?
Sabemos que a real fronteira daquilo que o território chamado Amazônia pode
representar está muito além das ideologias do grupo social de um momento histórico,
da identidade cultural de uma etnia específica ou de linhas imaginárias instituídas por
um Estado. Por isso, utopicamente buscando sua essência além das fronteiras,
poderíamos iniciar, pelas palavras, um jogo de desinvenção. Poderíamos começar
desinventando os nomes “Brasil”, “Colômbia”, “Peru”, “Equador”, “Venezuela”,
“Bolívia”, “Guiana”, “Guiana Francesa”, “Suriname”, “Amazônia Legal”, “Amazônia
Internacional”, “Hileia Amazônica”, “Pan-Amazônia”. Poderíamos desinventar os
últimos 500 anos também. Poderíamos desinventar os valores ufanistas republicanos.
Poderíamos desinventar as línguas latinas, inclusive, e com ela todas as localidades
com nomes de santos e mitos europeus.
Tentando descrever, da forma mais bárbara, isso que aludimos sob o nome
próprio Amazônia, provavelmente desinventaríamos suas sílabas também, e
passaríamos ao exercício de tentar descrever, em alguma língua inédita, a floresta e os
rios, suas espécies vegetais, minerais e animais. Imploraríamos, com a intuição, sua
matéria-prima!
Quem se criou por aqui, no entanto, sabe que a floresta e os rios se expressam
muito além daquilo que os olhos podem enxergar, a mente conhecer e a imaginação
inventar.
A BUSCA DA IDENTIDADE
52
Analisando com mais cuidado a memória, reconhecemos falácias de todos os
tipos.
Mas como fazer isso? Como argumentar se a própria língua em que se entoam
estas inquietações é a mesma que nomeou com violência e ilusão essa região? Como
pensar sobre as tantas imagens estereotipadas construídas sobre o território se a
formação estética básica de um universitário é eurocêntrica e, para se fazer entender,
o mesmo se utiliza de uma lógica ocidental de silogismos?
Não creio que o melhor caminho seja excluir tudo o que não se adequa a uma
suposta identidade, tão-pouco esquecer como o território foi representado e
reapresentado até hoje.
Não acredito que a figura do “espectador crítico” seja a de alguém que censura
ou exclui, mas a de alguém que reflete e dialoga. Antes problematiza que polemiza; da
mesma forma que, politicamente, reconhece valores ao invés de fanaticamente
defender princípios.
53
Acredito que o cinema de um certo território se torna mais crítico quanto mais
crítico se torna o espectador que olha para ele.
DESINVENTAR A AMAZÔNIA
54
seja reconhecendo as atualizações ingênuas de certos estereótipos e opressões que
ainda cometemos, seja da confissão mesmo de não poder enxergar tantos e tantas
outras.
Se enxergar - mesmo que o espelho seja um “presente de grego”.
AMAZON
Há rumores, por exemplo, de que esta palavra tão pronunciada provém muito
antes da Antiguidade greco-latina. Segundo alguns pesquisadores, o vocábulo amazon,
provavelmente de origem iraniana, responderia semânticamente à retirada do seio
para o melhor manejo do arco.13
Se o rumor é verdadeiro ou não, fica em aberto, mas, honestamente, gosto da
ideia de que esse território chamado Amazônia tenha esta figura como imagem-força.
O seio, símbolo da doação e da nutrição da mulher ao outro, arbitrariamente decepado
e substituído pelo arco-e-flecha, símbolo da ação para a nutrição de si, porventura do
outro. Uma mulher que mantém um seio receptivo, provedor, mas que retira o outro
para se defender, para atacar. A um só tempo generosa e perigosa, cruel e protetora,
força da natureza e solidão da humanidade.
13
PIZARRO, Ana. Amazônia: as vozes do rio: imaginário e modernização. Trad. Rômulo Monte Alto. Belo
Horizonte: Editora da UFMG, 2012.
55
fotograma de A Ilha (2011)
56
Falando sobre presentes, sabemos que o cinema filma quase diretamente a
realidade. “Quase” porque, apesar da câmera objetiva registrar o mundo material de
forma instantânea, o olho subjetivo que a opera, institui, irremediavelmente, o seu
ponto-de-vista. Esse encontro entre objetividade, subjetividade e vida se dá no campo
da eternidade. O cinema é o sonho real de meias-verdades, e é em corpo de luz,
memória.
Esse jogo, onde a mente humana e a força criativa não enxergam mais
fronteiras entre dentro e fora, onde visão e introvisão não se separam, onde as
revelações (em infinitas desvelações) acontecem, é reconhecido pelas comunidades
ayahuasqueiras do território como o fenômeno das “mirações”.
57
relatório à deriva - sequência 1
58
As reflexões sobre “alteridade”, “condição pós-
colonial”, “lugar de fala” e “giro descolonizador”,
amadureci a partir das leituras de mundo que Emmanuel
Levinas, Susan Sontag, Gayatri Spivak e Enrique Dussel me
proporcionaram através de seus textos.
59
Uma questão que acho interessante destacar é que o
fato desse contato ter acontecido tão tardiamente no meu
percurso epistemológico é bem significativo enquanto índice
geo-político também. Se a própria Luciana Ballestrin
problematiza a ausência, no imaginário decolonial do Grupo
Modernidade/Colonialidade14, da discussão sobre e com o
Brasil - influenciado por um suposto “Complexo de
Colombo”15-, imagina com a Amazônia.
14
Grupo de estudos decoloniais mais ativo das discussões e ações desta perspectiva.
15
Que privilegia a análise da América hispânica em detrimento da portuguesa e que chama pouca atenção
aos processos de colonialidade e subimperialismo dentro do continente latinoamericano.
60
Em mim mora
olhos me observavam.
Me senti observado.
61
SEQUÊNCIA 2 ABRIR O BAÚ E RECONHECER SEUS VAZIOS: A Amazônia e
suas elipses
Os que tiveram sua formação educacional formal nas escolas do estado do Pará,
provavelmente se recordam que, em todo dia 15 de agosto, comemora-se, com direito a
feriado, o “Dia da Adesão do Pará à Independência”. Em minha adolescência em Tucuruí,
no interior do referido estado, cheguei a ouvir de um professor que aquela estrela solitária
na bandeira republicana, acima do “ordem e progresso”, foi a regalia que o Pará
barganhou para fazer parte do Brasil [sic]. Hoje, por outras fontes históricas, acredito que
mais compromissadas com o estudo dos fatos16, ouvi dizer que ali, próximo do dia 15 de
agosto de 1823, o mercenário inglês John Grenfell, enviado pelo piratão Lorde Cochrane,
contratado oficialmente pelo Império Brasileiro para subjugar os “mal-criados do Norte”,
atracou na baía do Guajará e enviou um mensageiro ao Forte do Castelo, coercitivamente
solicitando que a então Capitania do Grão-Pará aderisse à Independência do Império
Brasileiro, como todas as outras províncias do território já haviam feito. Disse também que
esperava a resposta junto com uma frota, que tinha os canhões já direcionados para a
cidade de Belém. Depois da resposta afirmativa dos “paraenses”, agora oficialmente
também “brasileiros”, revelou-se então a farsa do pirata inglês, que estava só com um
brigue na verdade. Mas aí já era tarde demais.
16
Domingos Antônio Rayol, Magda Ricci, Lúcio Flávio Pinto.
62
Tal farsa se atualiza, mais ou menos um século depois, pós-República, durante a
ditadura militar, no slogan “integrar para não entregar”. O exército brasileiro, já
organizado, e comandando politicamente, via golpe, o país, reinicia mais um processo
frustrante de ocupação do território.
“Terras sem homem para homens sem terra”, dizia outro slogan, já naquele
século XX, mesmo depois do Padre Antônio Vieira cunhar dois séculos antes, no Tempo
da Correria”17, a famosa blague de que “se atirarmos uma flecha para o alto [na
Província do Maranhão e Grão-Pará], ela não cai no chão, mas na cabeça de um índio”,
tantos eram os povos que habitavam a região.
17
“Tempo da Correria” é um dos períodos da História do Brasil na visão dos Huni Kuin, povo indígena que vive
no Acre. O “Tempo da Correria” se configuraria entre a chegada dos europeus e a chegada dos seringueiros,
no tempo das primeiras expedições dos colonizadores e, mais tarde, das missões jesuíticas.
São 4 os períodos: “Tempo da Maloca”, “Tempo da Correria”, “Tempo do Cativeiro” e “Tempo dos
Direitos”.
63
Brasil, e é neste tom, ou em tons mais trágicos, que se estabelece até hoje essa relação
política entre o Centro-Sul e o Extremo Norte, sendo o último grande episódio a
tragicômica novela do Projeto Belo Monte. Reproduzindo internamente o modelo
imperialista que tanto oprimiu, sob diversas atualizações, o território como um todo, é
plausível afirmar que o Brasil ajudou mais a Amazônia quando a ostracizou. Todos os
seus projetos de “integração”, de “adesão”, foram mal planejados e predatórios,
econômica e ecologicamente desastrosos, quando não simples e tacitamente
exploradores e genocidas.
64
e do homem brasileiro, à procura de sua revolução”18. A representatividade do negro e do
A principal questão para esse desinteresse pode ser estética? Iracema – uma
transa amazônica (Jorge Bodansky e Orlando Senna, 1981), Bye bye Brasil (Carlos
18
RIDENTI, M. Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV. 2.ed. São Paulo:
Editora Unesp, 2014.
65
Diegues, 1980) ou Serras da Desordem (Andrea Tonacci, 2006), filmes muito
comentados pelos principais críticos do Brasil, justamente por seu valor estético,
seriam exemplos de exceções de destaque dentro de uma produção inexpressiva na
memória audiovisual desse território?
Das perspectivas amazônidas sobre o tema, do que tive acesso durante a pesquisa,
destaco a dissertação de Giovane Silva Belo19, que reflete sobre os estigmas que o
território amazônico carrega nas representatividades audiovisuais. A cartografia e a
reflexão sobre a preservação da memória do cinema paraense, realizada por Ramiro
Quaresma20. Os artigos de Ana Lobato e Fernando Tacas, que se dedicaram à análise da obra
19
BELO, GIOVANE SILVA. “O olhar estrangeiro estigmatizado(r) do cinema: invenção, sustentação e
reinvenção do imaginário sobre a Amazônia”. PPGARTES, UFPA. Belém: 2013.
20
“QUARESMA, RAMIRO. O site cinematecaparaense.org e a preservação virtual do patrimônio
audiovisual: Uma cartografia de vivências cinematográficas”. PPGARTES, UFPA. Belém: 2015.
66
do Major Thomas Reiz. E as pesquisas de Eduardo Moretin, Savio Stocco, Selda Maria da Costa,
que, entre outros estudos, dedicaram-se à análise da obra de Silvino Santos.
É preciso registrar, ademais, que Paulo Emílio Salles Gomes, mesmo não se
ocupando diretamente da “questão amazônica”, defendeu a urgência de construção
de uma cinemateca viva, que priorizasse o olhar voltado ao território que chamou
Brasil; que Jean-Claude Bernardet, mesmo não se ocupando diretamente da “questão
amazônica”, problematizou o carácter seletivo e arbitrário das historiografias nacionais
canônicas; que Glauber Rocha, mesmo não se ocupando diretamente da “questão
amazônica”, introduziu de forma radical a postura de um cineasta-crítico, que antes de
propor uma revolução cultural, revisa a história de sua cultura; que Jairo Ferreira,
mesmo não se ocupando diretamente da “questão amazônica”, valorizou o afeto e a
experimentação literária na relação crítica com as obras. Todas essas lições foram
valiosas para o surgimento de diversas pesquisas, que seguiram caminhos novos a
partir do que estas fizeram ver.
Aposto, então, que o passo mais importante não é choramingar, mas ser ator
consciente nessa memória, enquanto construtor (que não tem o luxo de se isentar,
67
inclusive). Com princípios de uma responsabilidade ética pela democratização da
informação e sem perder o viço crítico da opinião refletida, penso que devemos começar a
cavoucar essa memória pelos próprios filmes. Propor-se a revisar criticamente a memória
audiovisual desse território chamado Amazônia começa e termina pelas próprias obras
audiovisuais. Elas, sem dúvida, são a matéria-prima dessa discussão, e ir ao seu encontro,
munido de ferramentas conscientes, é o caminho mais urgente.
Reconhecendo, pelo conteúdo de sua teoria, que este trabalho tem finalidades
políticas, considero, finalmente, que esta revisão crítica é apenas o primeiro passo na
construção de uma Cinemateca Crítica Das Amazônias - instituição popular de pesquisa
compartilhada, preservadora de acervos, fomentadora de debates e integradora de
pespectivas em busca de uma educação como prática da liberdade - que, através de ações
culturais contínuas, transforme antigas mentalidades em consciência histórica, para que
novas obras e sociedades possam forjar-se mais críticas.
68
das minhas inspirações de primeira grandeza Giseli Vasconcelos e Francisco Weyl, da
21
“Pico de jaca” faz referência a uma serpente muito famosa do território amazônico, chamada surucucu pico
de jaca. “Surucucu” vem do tupi suruku’ku, ç’uru cu cu ou çuú u’ u, signfica “que morde muito”. Seu
sobrenome é “pico de jaca” referindo-se às protuberâncias cônicas de suas escamas, que lembram uma casca
de jaca. É a serpente mais venenosa do território e, por isso, a mais respeitada e a mais perseguida.
69
Ecoando a consideração da escritora e ensaísta Susan Sontag, de que “talvez se
atribua valor demais à memória e valor insuficiente ao pensamento”, a socióloga
argentina Beatriz Sarlo ratifica que, de fato, é mais importante entender do que
lembrar, “embora para entender seja preciso lembrar”, o que nem sempre é uma
tarefa fácil; assim pondera em seu livro “Tempo Passado: cultura da memória e
guinada subjetiva”, onde reflete a delicada memória da ditadura em seu país.
70
no distante Paraguai, porque assim desejam as Nações – nações em que nenhum
destes povos acredita.
Na Belém do século XXI, não tenho notícias de uma Rua Inglês de Sousa, e o
Memorial da Cabanagem – para citar outro exemplo - é, nas palavras de Lúcio Flávio
Pinto, um “memorial de concreto”, que não faz lembrar nada além de seu abandono.
Almirante Barroso, no entanto, é a principal avenida da cidade, cortada pelas ruas
Chaco, Curuzu e outros territórios destroçados pelo Império Brasileiro no genocídio
contra o Paraguai, realizado pela Tríplice-Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai e
patrocinado pela Inglaterra.
71
AMAZÔNIDA DESINVENTOR DA AMAZÔNIA, INVOLUNTÁRIO VOLUNTÁRIO DA PÁTRIA
A realidade dos seres de encantaria, por exemplo, nos ensina muito sobre estar
numa realidade além do tempo cronológico, num tempo extra-contemporâneo, que
enxerga além das aparências, que opera além dos pragmatismos. Não só no território
chamado Amazônia.
72
Como ser um “involuntário voluntário”? Como, por vezes através de uma
aparente submissão, subverter as estruturas?
Ser um amazônida, como já foi dito acima, é ter consciência do que representa a
Amazônia, sua posição em relação ao resto do mundo. Comungando interculturalmente
com a cultura gaúcha argentina, podemos – como chegamos na ideia de um “amazônida
desinventor da Amazônia” – chegar na ideia de um “involuntário voluntário da Pátria”, já
que a postura ética quer servir, a um só tempo, à subversão de padrões ufanistas e a
exercícios de consciência para transformação social.
73
COLETOR/CAÇADOR
74
relatório à deriva – sequência 2
75
Como todas as outras sequências, pretendo, com o
passar dos anos, atualizar este texto a partir de novas
revisões e do acúmulo de novas experiências. Se cometi
alguma omissão ao não referenciar algum pesquisador ou
pesquisadora que tenha desenvolvido pensamento importante
acerca do tema, peço ao leitor que, reconhecendo esse
vazio, componha a lacuna. A consciência histórica, enquanto
exercício individual e coletivo, agradecerá. Assim
acredito.
76
Aqui é todo lugar
- Não sou português, mesmo que pareça. Não sou meu pai.
77
SEQUÊNCIA 3 RMXTXTURA’S: experimentos dialéticos de um
arquivo que se relê e se recria
“A antiguidade é coisa nova, nós somos uma contemporaneidade dos milênios” (Saint-Beuve)
Sob essa nova lente, a realidade se descortinava num outro mundo, onde a
matéria de um presente ressurgia análoga à memória daquele instante e o tempo se
tornava matéria maleável.
78
alma e o corpo se separam; microcâmeras entraram em formigueiros; macrocâmeras
visitaram outros planetas; o fundo abissal dos oceanos se descortinou; o interior do
próprio corpo se revelou; mundos que só existiam nos cálculos e na imaginação
humana foram sendo desvendados.
Uma delas foi uma nova relação com a Memória. E se quisermos abordar a
memória num sentido mais político: a História.
79
A MONTAGEM, ANTES E DEPOIS DO CINEMA
80
desenvolvia-se a intuição, a comunhão com os mistérios do acaso, do instinto e da
razão pura; na terceira, desenvolvia-se a interpretação, a convocação da palavra ao
tempo presente, a fé no dito.
temível, mais perigoso”23. Citando Gilles Deleuze – que desmente a afirmação de “que
vivemos numa civilização da imagem” para afirmar “que, na verdade, vivemos numa
22
O termo “remix” é comumente descrito como uma técnica específica de reciclagem de produtos
culturais pré-existentes.
23 http://www.ihu.unisinos.br/568830-as-imagens-nao-sao-apenas-coisas-para-representar-entrevista-
com-georges-didi-huberman
81
civilização dos clichês” – Huberman afirma que é trabalho dos pensadores “olhar as
imagens ou criar imagens que desconstruam os clichês (...) e que coloquem em relação
as imagens entre si através de um recurso constante à ideia de montagem”.
“A montagem seria para as formas o que a política é aos atos: é preciso que
estejam juntas as duas significações da desmontagem que são o excesso das energias e
a estratégia dos lugares, a loucura da transgressão e a sabedoria da posição”.
(HUBERMAN, 2016, p.2)
Em busca de uma outra cartografia, que não seja apenas uma catalogação
neutra e eficiente ou uma celebração histórica ingênua ou uma análise científica
distanciada e em busca de univocidades, os RMXTXTURA’S se propõem ao jogo de
reembaralhar as imagens audiovisuais que nasceram a partir da busca dessa miragem-
Amazônia, não para dar respostas, mas, como em um jogo divinatório, aproximar-se
mais das causas essenciais, sair do tempo cronológico para um outro tempo.
isso significa que não há redenção futura sem exegese dos textos mais antigos, não há
messianismo possível sem pensamento, sem repensamento das fundações.
Psicologicamente falando, isso significa que não há desejo sem trabalho da memória, não
há futuro sem reconfiguração do passado. Politicamente falando, isso significa que não há
força revolucionária sem remontagem dos lugares genealógicos, sem rupturas e
82
reurdidura dos laços de filiação, sem reexposições de toda a história anterior”
(HUBERMAN, 2016, p.4).
Porque o material oriundo da montagem nos parece a tal ponto sutil, volátil?
Porque ele foi destacado de seu espaço normal, porque não para de correr, de migrar
de uma temporalidade para outra. É por isso que a montagem decorre
fundamentalmente desse saber das sobrevivências e dos sintomas dos quais Aby
Warburg afirmava que ele se parece com algo como uma “história de fantasmas para
gente grande”. Uma história melancólica e sutil, de luto, como um vento de cinzas.
Uma história alegre e ordenada, divertida como um relógio que desmontamos”
(HUBERMAN, 2016, p.6-7).
83
A experiência surgiu em 2013, quando fui convidado por Giseli Vasconcelos
para pesquisar/pensar/experimentar, junto com o qUALQUER qUOLETIVO24, uma
cartografia crítica da Amazônia.
Um grupo de pesquisadores e pesquisadoras, artistas e ativistas, reuniu-se para
trocar informações e pensar o território a partir do processo de construção dessa
cartografia.
Lucas Gouvea entrou no corte final, fazendo a direção do design dos vídeos e
Giseli Vasconcelos produziu e coordenou todo o processo.
Por isso, para acompanhar essa sequência por completo é preciso ler nestes
dois âmbitos epistemológicos: o verbal e o cinematográfico. Ambos, além da busca de
clarezas, também bordeiam o delírio e o jogo. São exercícios dialéticos de um arquivo
que se relê e se recria.
Aqui nesta sequência 3, então, veremos dois exercícios:
24
Coletivo de artistas e ativistas da cidade de Belém, na época formado por mim, Ícaro Gaya, Romario
Alves e Lucas Gouvea.
84
A experiência audiovisual que tive em 2014 com os RMXTXTURA’S já era
dissertativa por excelência e um dos princípios dessa pesquisa era destacar e refletir
essa questão.
O convite foi feito diretamente à Giseli Vasconcelos, que havia lhe apresentado
o trabalho. Giseli me convidou para pensarmos juntos como poderia ser essa forma de
apresentação, e eu – em plena pesquisa – falei dessa minha vontade em remontá-los,
como um exercício da própria dissertação.
A obra foi apresentada pela primeira vez na exposição coletiva WELT KOMPAKT?
com texto feito por Giseli Vasconcelos, que dizia assim:
85
VISLU MBR ES DA AMAZÔN IA
Por uma cartografia crítica da Amazônia
REMIXTEXTURAS
video remix para pequenas telas
Grão Pará, Brazil - 2017
86
Nesse processo de remontagem e legendagem, eu assumi a edição mais
propriamente dita dos vídeos, enquanto a Giseli se dedicou a escrever sinopses, a
catalogar as referências do que usamos e a pensar a exposição, que foi feita na forma
de instalação em pequenas telas. Por skype, nos comunicávamos. Ela em Viena e eu
em Ananindeua, seguimos refletindo as escolhas e os detalhes que o trabalho nos
exigia. Pensávamos nessa exposição, mas Giseli também já pensava na construção de
um site, e eu na construção desta dissertação.
O site, todo construído por Giseli, ficou pronto no final de 2017. Nele, além do
texto de apresentação referenciado acima, estão os 3 vídeos, acompanhados de suas
sinopses; a playlist com suas referências; um gif conflituoso e um texto entre relato e
colagem.
http://dossie.comumlab.org/remixtexturas
87
no teu norte está teu rosto no teu
centro, teu umbigo no teu sul ,
tod o meu g osto
Bye Bye Brasil, de Carlos Diegues
Esta é uma pequena parte do processo de trabalho que resultou num mapeamento
interessado em reconhecer uma realidade local e espacial, compartilhando visões
e perspectivas globais, a partir das tecnologias móveis, digitais e principalmente as
tecnologias possíveis.
88
1º EXERCÍCIO DIALÉTICO DO ARQUIVO QUE SE RELÊ E SE RECRIA
Como já foi dito anteriormente, é importante que se leia essa pesquisa nos
âmbitos cinematográficos e verbais. Antes de passar ao 2º exercício, então, faz-se
necessária esta primeira viagem.
89
2º EXERCÍCIO DIALÉTICO DO ARQUIVO QUE SE RELÊ E SE RECRIA
90
91
E, finalmente:
As logos, como de praxe também, são tatuadas no corpo das imagens. Aqui no
caso, imagens de umas pernas brancas, de sapato esportivo e bermudinha de
explorador da savana africana, que vem adentrando a mata.
A única marca que se diferencia aqui é a Ford, sobreposta num plano em preto
e branco de uma caixa d’água da cidade planejada e abandonada de Fordlândia. Este
fragmento foi retirado de um documentário institucional da própria empresa para
mostrar ao mundo seu projeto. É a ruína audiovisual de um fracasso.
92
- Oi, gente, eu sou o Jeff Corwin, bem-vindos às minhas aventuras. Voltamos ao
Brasil, onde vamos viver uma grande aventura! Mas, agora, temos uma missão
importante: encontrar um filhote perdido, que está aqui em algum lugar, perdido
neste pedaço de selva.
Esta imagem foi de fato realizada dentro do território amazônico? Ou, se foi
capturada dentro do referido território, foi em alguma mata de alguma ilha que margeia
algum furo sem nome ou em um parque ambiental no meio da cidade grande?
93
Quando transcrevo essa fala (dublada) de Jeff Corwin acima, não traduzo a
manipulação (fantasiada de falha) que operei justamente no momento em que ele vai
situar o lugar onde está.
Será que este fragmento usado para abrir esse vídeo que discute a Amazônia
enquanto um território imaginário e real disputado por forças reais e imaginárias é
realmente realizado na Amazônia ou é só mais uma imagem que se assemelha a este
território chamado Amazônia?
O “logos”, berço da filosofia ocidental, pode ser bem representado por mais um
homem mestiço de barba e pele clara como eu, que, perdido num labirinto, busca
outro labirinto, ao invés de procurar uma saída.
94
95
É aqui que começa, então? Enfim, um começo? A grande boca dourada de
Armando Queiroz que jorra vermes, representando a Serra Pelada dentro do próprio
ser humano, sua ânsia de poder e exploração, o corpo como o território ambulante da
contradição e do caos?
Dizem que o mito com o qual dialoga é daquele território chamado Grécia.
Tudo que Midas tocava virava ouro - sua benção maldita. O drama do grande poder
que destrói aquele que o possui.
96
No som, uma locomotiva começa a soar, e junto com ela um ruído de
sintetizadores. A civilização ocidental se anunciando, com todas as suas contradições.
Justaposta à imagem instigadora e metafórica de Armando Queiroz, a fotografia nua e
crua de um dos sem-terra assassinados no Massacre de El Dorado dos Carajás,
perpetrado pela Polícia Militar do Estado do Pará no dia 17 de abril de 1996.
O que significa este montador citar um ser como um anônimo: “um dos sem-
terras assassinados no Massacre de El Dorado dos Carajás”? Por que pode citar tantos
teóricos distantes mas não sabe o nome deste revolucionário? E que ética julga essa
escolha de usar um corpo como símbolo? Não é mais uma apropriação indevida do
sofrimento alheio, uma invasão à identidade do outro para chegar a um mesmo –
retórico, egocêntrico? A utilização do outro como objeto na construção de um discurso
que no fim nunca poderá transformar a realidade de seus pares?
97
O boi, mesmo que derrubado, ainda exibe o brilho nos olhos, brilho
questionador, que encara o espectador. Há violências que certas espécies conhecem
há muito mais tempo e com muito mais intensidade do que a espécie humana.
98
Uma ciranda mórbida, um caleidoscópio de horrores, um trem fantasma, um
pesadelo de fatos? De onde vem essas imagens? Quais os critérios para sua eleição
como artefatos de um território?
Várias imagens aparecem em baixa definição. É que muitas delas foram gravadas
dessa forma e outras tantas só estão acessíveis assim. Nunca interessou ao projeto um
processo de gentrificação, de gourmetização, de filtro apenas das imagens e sons com
definição aceitável para o gosto de um público acostumado a uma “dieta high-tech”.
Para alguns pode parecer um desrespeito às obras e aos direitos de autor, para
outros, a forma mais honesta de se relacionar com os mesmos.
99
A seiva que escorre, a árvore que sangra. O tronco da seringueira mais parece
um mapa aéreo do território e em si carrega uma carga metafórica poderosíssima
sobre a região. O seu leite alimentou sonhos megalomaníacos, em seu pé foram
derramadas muitas lágrimas de aflição, religiões nasceram em sua sombra,
movimentos de guerrilha a tomaram como estandarte.
100
101
Terra, ar, fogo e água encontram a mão humana.
102
Caminhões, caminhões, caminhões. Toras, toras, toras. A floresta abaixo. Chico
Mendes e um sorriso amarelo. O trem da banda sonora enfim se revela. É o mesmo
trem que chegou à Estação Ciotat na primeira exibição dos irmãos Lumière. A história
desse invento chamado Cinema e desse território chamado Amazônia é parte de um
projeto moderno, de projeção e captura, de caos e possibilidade.
103
104
Vontade de Potência X Vontade de Poder|00:06:29 – 00:09:30|
105
O que está em jogo nesses RMXTXTURA’S sempre é a justaposição de discursos.
E aqui, neste “Vontade de Potência X Vontade de Poder”, essa premissa é levada às
últimas consequências. São discursos antagônicos conflitando todo o tempo, em sua
ideologia e em seu estilo de enunciação.
106
“Que rumor de tragédia soa na maresia?”
Na maresia, já de dia, vemos uma garrafa. É o registro de uma das ações do Grupo
Urucum, que realizou diversas performances pelo Brasil. O grupo foi criado e tinha sede
em Macapá. Essa ação aconteceu lá e se chamava “Mensagens vazias”. Saíram pela cidade
pedindo para as pessoas escreverem seus desejos em papéis e guardá-los nas garrafas que
os proponentes traziam. Garrafas que depois atiraram ao rio.
107
É comum nesses RMXTXTURA’S esse jogo de ir sempre pra frente. O que vem
depois não desmente ou desconsidera o que vem antes, mas de certa forma traz uma
resposta. Essa resposta, no entanto, vem grávida de outras perguntas que o que vem
depois vai responder, grávido de outras perguntas. E assim por diante.
Quem pilota o barco é o caboclo agora. E é a canoa, no seu tempo, que conduz,
ou é conduzida pela maré. A palavra de ordem, em hashtag, dá o recado:
O qUALQUER qUOLETIVO, desde o seu próprio nome, já era uma crise das
nomenclaturas. Mas, em suas diversas ações, as que eram mais frequentes se afinavam
108
com os princípios da manifestação popular enquanto intervenção urbana, a
desobediência civil e o escândalo surrealista.
109
detenção, que aqui se torna um símbolo que reafirma os abusos de poder da polícia
contra a liberdade de expressão.
Misturar arquivos pessoais com uma memória impessoal fez parte desse
processo de desconstruir a ideia de contar a “verdadeira história de um território” a
partir de um cânone oficializado institucionalmente. Tudo que era matéria audiovisual,
ou apenas visual ou apenas sonora ou apenas verbal, e que expressasse esse território,
e que dialogasse com outro fragmento de forma interessante, era aproveitado, era
reciclado. Inclusive o que estávamos vivendo, registrando, no calor do momento. Não
há melindre ético em se incluir nessa memória simplesmente porque ela não tenta se
afirmar como “A Memória”. É só uma narrativa, como qualquer outra.
110
“-Eu vou indo, e estou preparado pra guerra. Enquanto vida tiver, há esperança.”. E
se a vida se transformou em imagem, essa esperança, mesmo quando não houver mais a
vida deste que enuncia, pode ser lembrada, revivida neste outro mundo.
111
Um epílogo amazônida pede oferendas. Se pedir é saber orar, despedir-se é
saber agradecer. No campo do documentário, temos a imagem da “oferenda
ecológica”, feita em alguidar de papel machê. Na ficção, temos a imagem da “oferenda
simbólica”, feita em canto e gesto. Rosilene Cordeiro é quem diz: “O terreiro é o
mundo em estado de terreiro”.
“Assume a paz
Assume a paz
a paz que é paz pra todos nós
Estrela da noite
da praia ofereço-te este lar”
112
Uma porta na parede. Surge o menino. Ao invés de entrar por ela, do seu
paneiro tira uma borracha e apaga a porta. Senta-se. No paneiro, faz a fogueira. Envia
a mensagem de fumaça que faz chover.
“A velha floresta
estava antes de virmos
estará depois que partirmos.
Suas folhas murmuram profecias.
Suas pedras testemunharam grandes acontecimentos.”
Uma vez Davi Kopenawa Yanomami disse: “Os brancos desenham suas palavras
porque o seu pensamento é cheio de esquecimento. O dos indígenas não. Guardamos
e passamos as palavras dos nossos antepassados para as crianças, pois assim elas
renovam e ampliam os pensamentos”. Os yanomamis chamam as páginas escritas e,
de modo mais geral, os documentos impressos contendo ilustrações (revistas, livros,
jornais) de utupa siki (“peles de imagens”).
113
Raoni conta a missão que lhe foi profetizada, de unir os povos indígenas contra
um povo que viria de longe para exterminá-los.
114
Rituais sacrificiais. A intervenção da espécie humana, a transformação dos entes
em deuses. O potencial criativo/destrutivo do gesto que transcende a humanidade. Daniel
Munduruku disse uma vez que “ritualizar é dar sentido àquilo que se é”.
“Serei combatido não serei vencido/ Serei combatido não serei vencido /
com os poderes de Deus / e da Virgem Maria”
Profere a boca cabocla, que descende de escravos, que já foram reis.
115
“Verequete é da coluna / é rei do mar / Eu também sou da coluna / sou rei do mar”
Quem vem na berlinda é São Jorge, o mártir cristão, reinventado como protetor
dos povos martirizados pelo mesmo Cristianismo. Invenção, desinvenção, reinvenção.
A humanidade segue seu processo complexo de mutação. A cultura se manifesta em
sua diversidade, cheia de enigmas indecifráveis e detalhes como abismos. O presente
revisa o passado, o futuro se anuncia com formas sempre novas, reflexos das
conclusões do presente, frutos de revisões.
116
São Jorge é sincretizado com o orixá Ogun – o pai da civilização na cultura yoruba.
“O carimbó não morreu / está de volta outra vez / O carimbó não morreu / está de
volta outra vez / O carimbó nunca morre / quem canta o carimbó sou eu / O carimbó
nunca morre / quem canta o carimbó sou eu”
117
relatório à deriva – sequência 3
118
O eterno despertar
chamas eu navegava.
Cantavam.
119
SEQUÊNCIA 4 FONTES: Sirva-se
Aqui, organizado, segue o mapa das fontes em que mergulhei durante essa
pesquisa. Sirvam-se.
FILMOGRAFIA
O acesso que tive às obras e aos arquivos digitais foi através do acervo que
construo há 6 anos e de consultas ao acervo pessoal de Luciney Vieira. Os catálogos
institucionais do NPD-PARÁ (idealizado por Afonso Galindo), da Cinemateca
Paraense (coordenada por Ramiro Quaresma) e das antologias sugeridas pelo MAM-
Rio de Janeiro, pelo Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo
Cruz e por Camilo Rocha e Guilherme Falcão em matéria escrita para o Jornal Nexo
me levaram à construção de uma lista de referências, que organizei
cronologicamente, com os detalhes da ficha técnica das obras que pude acessar.
Para quem se interessa em ir atrás das obras, acredito que essa lista é um bom
começo.
120
LINKS DE CATÁLOGOS E ACERVOS NA INTERNET
http://www.navi.ufam.edu.br/acervo
121
LISTA DE OBRAS DA MEMÓRIA AUDIOVISUAL DESSE TERRITÓRIO CHAMADO
AMAZÔNIA (em ordem cronológica)
1912
RONDÔNIA (ROQUETE-PINTO)
1916-38
1922
1923
1924
1930
1932
1938
1956
1960
VIAGEM à amazônia: o rio Purus. Produção, Direção, Fotografia e Roteiro: Líbero Luxardo.
Produtora: Líbero Luxardo Produções Cinematográficas. Som e Mixagem: Galileu Cânfora.
Narração: Cid Moreira. Laboratórios: Líder SP. Belém. Década de 1960. 10 min. Cor. Son.
Filmado em 16 mm.
1962
122
BRINQUEDO perdido. Direção: Pedro Veriano. Elenco: Assis Miranda, Esther Barros, Douglas
Álvares. Belém. 1962. 7 min. Mudo. p&b. Filmado em 16 mm. Fonte de consulta: DVD
do autor.
1963
1964-75
VILA da Barca. Direção: Renato Tapajós. Produção: Abílio Couceiro. Montagem: Maurice
Capovilla, João Batista de Andrade, Renato Tapajós. Assistente de Direção: Lais Furtado.
Imagem: Fernando Melo / Cinematográfica Bandeirantes. Som: Odil Fonobrasil. Montagem
do Negativo e Som: Sylvio Renoldi. Narração: Cláudio Mamberti. Colaboração: Cláudio
Barradas, Isidoro Alves, Acyr Castro, Poty Fernandes, José da Silva Marreco. Belém. 1964 10
min. Belém/São Paulo. p&b. Son. Filmado em 16mm.
1965
BELÉM do Pará. Direção e Roteiro: Líbero Luxardo. Direção: Líbero Luxardo. Imagem: Milton
Mendonça. Produtora: Líbero Luxardo Produções Cinematográficas. Cor: p&b, Formato: 16
mm; Música: Nivaldo Santiago. 1965. Belém. 10 min. p&b. Son. Filmado em 16 mm. Fonte de
consulta: DVD Projeto Restauro do Acervo Líbero Luxardo / MIS-PA.
DIA qualquer, Um. Direção e Argumento: Líbero Luxardo. Produção: Líbero Luxardo e Teixeira
de Melo. Fotografia: Ruy Santos. Câmera: Meldy Melinger. Som: João S. Nunes. Cenografia:
Hélio Alencar. Montagem: João Silva. Música: Waldemar Henrique. Canções: Pixinguinha.
Produtora : Líbero Luxardo Produções Cinematográficas. Distribuição: U.C.B. – União
Cinematográfica Brasileira. Elenco: Lenira Guimarães, Hélio Castro, Gelmirez Melo e Silva,
Conceição Rodrigues, Raimundo Silva, Eduardo Abdenor, Cláudio Barradas, Maria Gracinda,
Luiz Mazzei, Zélia Porpino. Belém. 1965. p&b. 100 min. Filmado em 35mm. Fonte de
consulta: DVD Projeto Restauro do Acervo Líbero Luxardo / MIS-PA.
1966
1967
123
Lenira Guimarães, Eduardo Abdeonor, Maria Gracinda, Zélia Porpino, Conceição Rodrigues,
Raimundo Silva, Cláudio Barradas, Hélio Castro, Gelmirez Melo. Belém. 1967. 82 min. p&b.
Son. Filmado em 35mm. Fonte de consulta: DVD Projeto Restauro do Acervo Líbero Luxardo
/ MIS-PA.
1968
DIAMANTE e cinco balas, Um. Produção, direção, argumento, roteiro e montagem: Líbero
Luxardo. Gerente de produção: Mário Luxardo. Fotografia: Fernando Melo. Som: Celso Muniz.
Cenários: Hélio Alencar. Música: Waldemar Henrique. Regência: Milton Calazans. Instrumental:
Sebastião Tapajós (Violão). Produtora: Líbero Luxardo Produções Cinematográficas e
Mundial Filmes. Distribuição: U.C.B. – União Cinematográfica Brasileira. Elenco: Luiz Linhares,
Maria Gladys, Angelito Melo, Helena Velasco, Fernando Neves, Cláudio Barradas, Hélio
Castro, Zélia Porpino, Roberto Soares, João Silva, Nilza Maria, Paulo de Tarso. Belém. 100
min. 1968. p&b. Son. P&b, Filmado em 35mm. Fonte de consulta: MIS-PA.
1970
PERSEGUIÇÃO, A. Direção e Roteiro: Ronaldo Moraes Rêgo. Belém. Década de 1970. Elenco:
Ronaldo Moraes Rêgo, Luiz Braga. Filmado em Super 8.
BATUQUE – STILL
CINE-NOTÍCIAS. Direção e Roteiro: Milton Mendonça. Produtora: Juçara Filmes. Belém. 1960
e 1970. 10 min. em média. Filmado em Super 16 mm. Acervo Museu da Imagem e do Som do
Pará.
ELEGIA por uma cidade. Direção: João de Jesus Paes Loureiro. Belém. 1970 (?). 8 min. Filmado
em Super 8 mm.
1972
1973
HISTÓRIA…pudicícia, Uma. Direção: Chico Carneiro. Fotografia: Chico Carneiro, Eduardo Sales.
Elenco: Fernando Neves, Nilva Buiatti. Belém. 1973.Preto e Branco. 8 min.
124
O CÍRIO (ADEMIR E MIRACY SILVA, EUCLIDES E HAMILTON BANDEIRA)
CÍRIO, O. Direção: Euclides Bandeira, Ademir Silva, Hamilton Bandeira, Miracy Silva. Produção:
INC – Instituto Nacional de Cinema. Acervo CTAv. Belém. 1974.
1974
CÍRIO, O. Direção: Euclides Bandeira, Ademir Silva, Hamilton Bandeira, Miracy Silva. Produção:
INC – Instituto Nacional de Cinema. Acervo CTAv. Belém. 1974.
JACARÉ já era, O. Direção de Giovanni Gallo. Cachoeira do Arari. 1974. Filmado em 8 mm.
Fonte de consulta: MIS/PA.
1975
KINEMANDARA: Matadouro. Direção, Roteiro, Câmera e Edição: Vicente Cecim. Belém. 1975.
9 min. Cor. Son. Filmado em 8 mm sem som e reeditado em HD e adicionado trilha sonora
pelo autor. Fonte de Consulta: Vimeo do autor.
1976
KINEMANDARA: Permanência. Direção, Roteiro, Câmera e Edição: Vicente Cecim. Belém. 1976.
20 min. Filmado em 8 mm sem som e reeditado em HD e adicionado trilha sonora pelo autor.
Fonte de Consulta: Vimeo do autor.
1977
125
KINEMANDARA: Sombras. Direção, Roteiro, Câmera e Edição: Vicente Cecim. Belém. 1977.
20 min. Filmado em 8 mm sem som e reeditado em HD e adicionado trilha sonora pelo autor.
Fonte de Consulta: Vimeo do autor.
1978
1979
KINEMANDARA: Rumores. Direção, Roteiro, Câmera e Edição: Vicente Cecim. Belém. 1979.
27 min. Filmado em 8 mm sem som e reeditado em HD e adicionado trilha sonora pelo autor.
Fonte de Consulta: Vimeo do autor.
1980
1981
1982
CAIEIRA. Direção: Peter Roland, Sônia Freitas. Belém. 1982. Realizado durante o curso de
aperfeiçoamento em cinema da Embrafilme e Casa de Estudos Germânicos.
126
MALA brasileira. Direção: Paulo Chaves Fernandes. Belém. 1982. Realizado durante o curso
de aperfeiçoamento em cinema da Embrafilme e Casa de Estudos Germânicos.
1983
1984
VER-O-PESO. Direção: Januário Guedes, Sônia Freitas E Peter Roland. Produção: Crava, Semec,
Embrafilme. Produção Executiva: Moisés Magalhães. Produção: Moises Magalhães, Ana
Catarina, Aníbal Pacha. Poemas: João De Jesus Paes Loureiro, Illaise Mello. Argumento e
Roteiro: Coletivo. Música: Albery Albuquerque. Continuidade: Ana Catarina. Elenco: Alberto
Bastos, Peter Roland, Elaine Borges, Ana Maria Barbosa, Anselmo Feliz, Alex E Aristeu
(figuração) Produtora: CRAVA/EMBRAFILME. Belém. 1984. Cor. Son. Filmado em 16 mm.
1985
1986
1987
1988
CENESTHESIA. Roteiro, Direção e Edição: Jorane Castro, Toni Soares e Dênio Maués.
Iluminação e Câmera: Diógenes Leal. Música Original: Toni Soares. Produção: Phungo –
127
Imagens e Trilhas. Apoio Técnico: Diógenes Leal e Januário Guedes. Edição de VT : Tim Penner.
Caracteres: Allan Pinheiro e Jaime Filho. Belém. 1988. 7 min. Filmado em Super VHS.
1989
WALDEMAR Henrique da Costa Pereira. Direção: Marlicy Bemerguy. Belém. 1989. 54 min.
Realizado pela TV Cultura do Pará.
VARIAÇÕES de rede. Direção: Diógenes Leal, James Bogan. Belém. 1989. 15 min. Cor.
Filmado em 16mm.
1990
SAIAS, laços e ligas. Direção: Risoleta Miranda. Belém. 1990. 33 min. Realizado pela TV Cultura
do Pará.
ANJOS sobre Berlim. Direção, Roteiro, Figurino, Cenografia e Contra-regra: Nando Lima.
Fotografia, Câmera e Edição: Anibal Pacha. Produção: Oriana Bitar. Sonoplastia: Leo Bitar.
Maquiagem: Uirande Mendonça. Contra-regra: Ronaldo Fayal. Operação de edição: João
Freitas, Benedito Barbosa. Caracteres: Mario Cativo. Belém. Elenco: Alberto Silva, Betto
Paiva, Claudio Melo, Josiane Dias, Oriana Bitar. 41 min. 1990. Filmado em VHS.
1991
CARRO dos milagres. Direção: Moisés Magalhães. Roteiro: André Klotzel, Januário Guedes,
Moisés Magalhães, baseado no conto de Benedito Monteiro. Direção de produção: Januário
Guedes. Direção de fotografia: Chico Botelho. Produção executiva: Moisés Magalhães.
Montagem: Maria Dora Mourão. Som direto: Sonia Freitas, Abdias Pinheiro. Elenco: Ruy
Guilherme, Natal Silva, Roseana Nogueira, Alberto Bastos. Belém. 1991. 20 min. Cor.
Son. Filmado em 16mm. Realizado com recursos da Secretaria de Cultura do Pará. Fonte
de consulta: Cinemateca Brasileira.
128
“VISIONS FROM THE AMAZON” VISÕES DA AMAZÔNIA (NANCY KATO)
1992
NAYARA, a mulher gorila. Direção e Roteiro: Marta Nassar. Assistentes de direção: Amilcar
Monteiro, Tânia Savieto, Mario Masetti. Música: Arrigo Barnabé. Montagem e edição de som:
Walter Rogério. Direção de produção: Wagner Carvalho. Fotografia e Câmera: Lito Mendes da
Rocha. Cenografia e figurino: Eurico Rocha. Elenco: Júlio Calasso, Letícia Leite, Fábio Almeida,
Adriano Carvalho. São Paulo – SP, Belém-PA. 1992. 10 min. 35 mm. Realizado com recursos
do Prêmio Estímulo ao Curta-metragem da Prefeitura de São Paulo.
1993
1994
129
CHUVAS E TROVOADAS (FLÁVIA ALFINITO)
CHUVAS e trovoadas. Direção e Direção de Arte:. Roteiro: Flávia Alfinito, baseado no conto de
Maria Lúcia Medeiros. Produtora: Osga Produções, Centro Artístico Cultural Belém Amazônia
(Projeto Fellini). Produção: Flávia Alfinito, Alvarina Souza Silva. Fotografia: Guy Gonçalves.
Edição: Sarah Yakhni, Carlos Cox. Assistente de direção: Shala Fellipe. Assitente de produção:
Dênio Maués. Som Direto: Carlos Cox. Cenário: Marco Antonio Rocha. Figurino: Beth Filipeck.
Maquiagem: Emílio Reck. Direção musical: Marco André. Música: Marco André, Paulino
Chaves, Meneleu Campos. Elenco: Patrícia França, Suzana Faini, José Mayer (Narração),
Andréa Rezende, Francy Moura, Andréa Paiva, Daniela Lima, Luana Soares, Alexandre
Sequeira, Monica Soares, . Belém/Rio de Janeiro. 1994. 14 min. Cor. Son. Filmado em 35
mm. Realizado com recursos da FUMBEL/Prefeitura de Belém/CTAV/TABA/Secult-PA.
ESCRITURA veloz. Direção e Roteiro: Mariano Klautau Filho. Elenco: Maria Lucia
Medeiros, Valéria Andrade, Mariane Rodrigues, Alberto Silva e Fábio Pina. 1994.
1995
1996
ANTONIO Carlos Gomes. Direção, Roteiro e Direção de Arte: Flávia Alfinito. Produtora: Osga
Produções.Produção: Bianca de Felippes. Produção Local: Márcia Macêdo. Fotografia: Jorge
Monclair. Assistente de direção: Hermínia Bragança. Edição e Som Direto: Carlos Cox.
Trucagem: Marcelo Marssilac. Cenário: Nando Lima. Figurino: Anibal Pacha. Animação:
Fernanda Alfinito. Casting: Walda Marques. Still: Octávio Cardoso. Elenco: Carla Camurati, José
Carlos Gondim, Tonico Pereira (narração), Belém. 13 min. 1996. Cor. Son. Filmado em 35mm.
130
1997
1998
LENDAS amazônicas. Episódios: O boto; Belém, mitos e mistérios; Matinta; Cobra grande.
Direção: Moisés Magalhães e Ronaldo Passarinho Filho. Produtora: Amazoom Filmes.
Produção Executiva: Moisés Magalhães. Co-produção: GNT. Roteiro: Ronaldo Passarinho,
Lázaro Araújo. Música: Sebastião Tapajós. Direção de Fotografia: Jorge Monclair, Diógenes
Leal. Som: Juarez Dagoberto. Montagem: Vera Freire. Coordenação de Produção: Márcia
Macêdo. Cenografia: Jorge Trindade. Assistente de Direção: Rubens Shinkai. Assistente de
Câmera: Adalberto Júnior. Trilha Sonora: Sebastião Tapajós. Elenco: Cacá Carvalho, Dira Paes,
Nilza Maria, Walter Bandeira, Adriano Barroso. Depoimentos: Benedito Nunes, João de Jesus
Paes Loureiro, Walcyr Monteiro, Maestro Isoca, Paulo Chaves Fernandes. Cor. Filmado em 16
mm.
1999
SHOT da bota. Direção: Flávia Alfinito. Assistente de direção: Afonso Gallindo. Baseado no
conto de Edyr Augusto Proença. Produção executiva Marcelo Maia. Elenco: Ewe Pamplona.
Belém. 12 min. 1999. 16mm.
CORDA – procissão dos excluídos. Direção: Ronaldo Passarinho e Moisés Magalhães. 1999.
Belém-PA.
2000
QUERO ser anjo. Direção: Marta Nassar. Roteiro: Clemente Shwartz. Produção: Sara Silveira.
Fotografia: Alziro Barbosa. Edição: Cristina Amaral. Som Direto: Luis Adelmo. Direção de Arte:
Eurico Rocha. Trilha original: Mini Paulo. Elenco: Olinda Charone, Cacá Carvalho, Igor Fonseca.
131
Belém. 2000. 14 min. Cor. Son. Filmado em 35 mm. Realizado com recursos do I Prêmio
Estímulo para Produção de Filmes de Curta Metragem da Prefeitura Municipal de Belém –
FUMBEL. Fonte de consulta: DVD Curtas Paraenses.
2001
PROMESSEIROS, Os. Direção, Roteiro e Fotografia: Chico Carneiro. Belém. 2001. Filmado em
Mini-DV. 69 min.
2002
AÇAÍ com jabá: um filme que bate na fraqueza. Diretor: Alan Rodrigues, Marcos Daibes e
Walério Duarte. Produtora: Osga Produções e Bizarros. Roteiro: Alan Rodrigues, Marcos Daibes
e Walério Duarte. Produção: Flávia Alfinito. Assistente de direção: Lucas Marguti e Camila
Lima. Música: Ermínio Dias. Fotografia: Roberto Santos Filho. Direção de Arte: Armando
Queiroz e Charles Serruya. Figurino: Maurity. Montagem: Frederico Cardoso. Elenco:
Ernesto Piccolo, Paulo Marta, Nilza Maria. Belém. 2002. 13 min. Son. Cor. Realizado com
recursos do Concurso de premiação de projetos de obras audiovisuais de curta-metragem
de produção independente do Ministério da Cultura. Filmado em 35 mm. Fonte de consulta:
DVD Curtas Paraenses.
132
CHAMA Verequete. Diretor: Luiz Arnaldo Campos e Rogério Parreira. Produtora: Central de
Cinema e Vìdeo da Amazônia. Roteiro: Luiz Arnaldo Campos e Rogério Parreira. Produção:
André Wanzeler, João Inácio e Vanessa Gabriel. Produtora Executiva: Márcia Macêdo.
Assistente de direção: Rubens Shinkai, Daniel Ferraz, Ivan Souza. Música: Mestre Verequete.
Som: Nicolas Hallet. Fotografia: Marcelo Brasil. Direção de Arte: Armando Queiroz. Figurino:
Reinaldo Fayal. Montagem: Paulo Elenco: Augusto Gomes Rodrigues, Guaraci Macêdo, entre
outros. Belém. 2002. 18 min. Son. Cor. Realizado com recursos do I Prêmio Estímulo para
Produção de Filmes de Curta Metragem da Prefeitura Municipal de Belém – FUMBEL. Filmado
em 35 mm. Fonte de consulta: DVD Curtas Paraenses.
MARÍLIA. Direção: Ronaldo Salame. Roteiro: Afonso Gallindo, Ronaldo Salame. Direção de
Produção: Moema Mendes. Fotografia: Jacob Serruya, Juraci Rabelo. Edição: Alex Esteves.
Trilha original: Nelson Teixeira. Elenco: Wlater Bandeira, Tatiana Brau, Maíra Monteiro, José
Carlos Gondim. Belém. 2002. 14 min. Cor. Son. Filmado em Betacam.
2003
ENQUANTO chove. Direção: Alberto Bitar e Paulo Almeida. Roteiro: Alberto Bitar e Paulo
Almeida. Produção Executiva: Alberto Bitar. Produção: Alberto Bitar. Fotografia: Alberto Bitar e
Paulo Almeida. Câmera: Alberto Bitar e Paulo Almeida. Arte: Alberto Bitar e Paulo Almeida.
Som: Leo Bitar. Edição: Alberto Bitar e Paulo Almeida. Edição de Som: Leo Bitar. Elenco: Paulo
Pretz, Pékora cereja, Roberto Menezes, Lorenna Mesquita, Paula Sampaio, Adriano Barroso,
Ailson Braga, Alessandro Gonçalves, Paulo José Campos de Melo, Flavya Mutran, Eduard
Rettelbusch Filho, Fabrícia Negreiros, Wellington Souza, Rosa Maria Bitar, Jéferson Cecim,
Abdias Pinheiro e Silvana Saldanha. Belém.18min .2003. Cor.Son. Fotografado em celular e
câmera digital. Realizado com recursos da Bolsa de Experimentação Artística do IAP.
CASA do Gilson, nossa casa. Direção, Roteiro e Fotografia: Chico Carneiro. Belém. 2003.
Filmado em Mini-DV. 69 min.
MENTE dividida. Direção: Érisson Guimarães. Produtora: Imagem Produções. Roteiro: Igor
Francês. Fotografia: Jacob Serruya. Edição: Aristobolo Roberto. Direção de produção: Nadia Sá.
133
Assistente de direção: Ronaldo Rosa. Desenho de som: Guaraci Jr. Coordenação de produção:
Rogério Figurino: Jacque Carvalho. Maquiagem: Plínio Palha. Elenco: Eduardo Almeida, Kauê
Pinheiro, Alberto Silva (locução). Belém. 2003. 9 min. Cor. Son. Filmado em Betacam.
2004
MATINTAPERÊRA. Direção, Roteiro e Produção: Jorge Vidal. Diretor de arte: Charles Rael.
Diretor de Fotografia: Ronaldo Rosa. Operador de câmera: Wesley Braun. Trilha sonora: Iva
Rothe. Edição/ montagem: Guilherme Urner. Elenco: Adriano Barroso, Paulo Amrat, Francy
Moura, Max Costa, Daiâne Câmara, Henrique da Paz. Belém.2004. 19 min. Cor. Son.
Filmado em HDV.
PRETERITO imperfeito. Direção, Roteiro e Argumento: Flavya Mutran. Edição: Flavya Mutran,
Alberto Bitar, Paulo Almeida. Fotografia: Alberto Bitar, Paulo Almeida. Som: Leo Bitar.
Belém. 2004. 8 min. Filmado em HDV. Realizado com recursos da bolsa de criação, pesquisa
e experimentação do IAP.
REVOLTA das Mangueiras, A. Direção e Direção de Arte: Roberto Eliasquevici. Roteiro: Maianne
Kogut, Roberto Eliasquevici. Produtora: Mister Chip. Montagem: Roberto Eliasquevici, Arthur
Árias, Roger Elarrat, Thainá Conceição. Trilha sonora: Luiz Pardal. Belém. 2004. 6 min.
Realizado com recursos da Bolsa de criação, pesquisa e experimentação do IAP.
ERETZ Amazônia. Direção: Alan Rodrigues. Roteiro: Alan Rodrigues, Walter Bentes Lima. Co-
direção: Davis Emescany. Produção executiva: David Salgado Filho. Fotografia: Jacob Serruya.
Edição: Cristina Mota. Trilha Sonora: Fabrício Cavalcante. Belém. 2004. 55 min. Cor. Son.
Filmado em HDV. Realizado com recursos do edital DOC TV I.
INVISÍVEIS prazeres cotidianos. Direção e Roteiro: Jorane Castro. Produção: Zienhe Castro .
Fotografia: Pablo Ramirez Duron. Som Direto: Márcio Câmara. Produtora: Cabocla Produções.
Edição de som: Damião Lopes . Produção Executiva: Cabocla Produçães . Montagem: Jorane
Castro, Veônica Saenz . Música: Felipe Proença, Henry T, Vinicius Cohen . Belém. 2004. 26 min.
134
Cor. Son. Filmado em DV. Realizado com recursos do Rumos Itaú Cultural Cinema e
Vídeo 2003-2004. Fonte de consulta: Itaú Cultural.
DA Paz: o teatro da Amazônia. Direção: Ronaldo Passarinho Filho. Belém-PA. 2004. 52 min.
2005
Série de tv
ORIGEM dos nomes. Direção Marta Nassar. Produção: Marta Nassar.,Indaiá Freire. Roteiro:
Marta Nassar, Francisco Carlos. Coordenador de produção: André Wanzeler. Assistente de
direção: Afonso Gallindo. Consultoria: Bel Vidal, Lux Vidal. Fotografia: Alziro Barbosa. Direção
de arte e figurino: Clíssia Moraes.Som direto: Márcio Câmara. Trilha sonora: Albery
Albuquerque. Desenho de som: Thiago Albuquerque. Edição e montagem: Fábio Almeida.
Maquiagem: Sônia Penna. Cenograafia: Jorge Margalho. Elenco: Cleiton Rosário, Jaqueline
Barra, David Teixeira, Wenderson Garcia, Antero Miranda, Célia Maracajá. Belém. 2005.
18 min. Cor. Son. Filmado em 35 mm.
ONDA, festa na pororoca. Direção, Direção de Arte e Produção: Cássio Tavernard. Texto
original: Adriano Barroso. Roteiro adaptado: Adriano Barroso e Cássio Tavernard. Produção
Executiva: Márcia Macêdo. Trilha Sonora original: Fábio Cavalcante. Animadores 2D:
Alexsandro Costa, Andrei Miralha e Cássio Tavernard. Animadores 3D: Nelson Teixeira e
Nonato Moreira. Edição: Imagem Produções. Produção: Jackie Araújo. Elenco (vozes): Adriano
Barroso, André Mardock, Aílson Braga, Ester Sá, David Mattos e Mateus Maia. Belém. 2005. 10
min. Animação em 2D e 3D. Realizado com recursos da bolsa de criação, pesquisa e
experimentação do IAP.
ADMIRIMIRITI. Direção: Andrei Miralha. Roteiro: Adriano Barroso. Trilha sonora: André Moura.
Direção técnica: Nonato Moreira. Direção de arte: Otoniel Oliveira, Andrei Miralha. Edição e
135
composição: Roberto Aristobolo. Animação em 3D. Belém. 2005. 12 min. Realizado
com recursos da Bolsa de criação, pesquisa e experimentação do IAP.
2006
VISAGEM!. Direção e Produção: Roger Elarrat. Roteiro: Adriano Barroso. Fotografia e câmera:
Adalberto Junior. Trilha original: Leonardo Venturieri. Belém. 2006. 11 min. Cor.
Son. Animação em Stop Motion. Realizado com recursos da Bolsa de criação,
pesquisa e experimentação do IAP.
MENINO urubu. Diretor: Fernando Alves, Roberto Ribeiro. Produção: Roberto Ribeiro, Thaís
Rocha. Co-produção: Design, Karandash Estúdio de Animação Produções. Roteiro: Fernando
Alves, Isaac Braz, Roberto Ribeiro. Fotografia: Karandash Estúdio de Animação Produções.
Elenco (vozes) Jocel Mendonsa, Vania de Castro, Paulo Vasconselos, Cláudio Melo, Felipe Chile
e Adriano França. Belém. 2006 . 15 min. Animação em 3D.
FEITO poeira ao vento. Direção: Dirceu Maués. Belém. 2006. 3 min. Filmado em
câmeras artesanais pinhole e editado em digital.
ITINERÁRIO interno. Direção, Roteiro e Fotografia: Eduardo Souza. Produção Executiva: Júlia
Garcia. Produção: Diogo Vianna. Direção de Arte: Pedro Vianna. Edição: Candido Araújo Neto.
Elenco: Pedro Vianna. Belém. 2006. 7 min. Filmado em DV.
SEVERA Romana. Diretor: Bio Souza, Rael Hélyan, Sue Pavão. Roteiro: Bio Souza, Sue Pavão,
Rael Hélyan, baseado na obra de Nazareno Tourinho. Direção de Arte: Marcel Andrade, Rael
Hélyan. Montagem: Luelane Loiola. Música: Tynnoko Costa. Elenco: Cláudio Marinho,
Leydiane Rodrigues, Lúcio Martins, Luiza Abreu, Natal Silva. Belém. 2006. 15 min. Cor. Son.
Filmado em 35 mm.Realizado com recursos do I Prêmio Estímulo para Produção de Filmes de
Curta Metragem da Prefeitura Municipal de Belém – FUMBEL. Fonte de consulta: You Tube
dos realizadores.
2007
KUXI Imauara: Sítios Arqueológicos na Foz do Rio Amazonas. Direção: Ramiro Quaresma.
Roteiro: Paulo do Canto, Ramiro Quaresma. Câmera e Fotografia: Leonardo Soares. Edição:
136
Leonardo Soares, Ramiro Quaresma. Belém. 2007. 25 min. Realizado com recursos do
Museu Paraense Emílio Goeldi/ VALE.
DESCOBERTA da Amazônia pelos turcos encantados. Roteiro e Direção: Luiz Arnaldo Campos.
Assistente de Direção: Ivan de Souza Cruz. Produção executiva: José Adão Costa. Direção de
Produção: Célia Maracajá. Assessor de Produção: Luciano Andrade, Nazaré Oliveira, Lina
Navarro, Luciata Malcher, Jaqueline Puira, Afonso Gerson. Direção de Fotografia: Hélio
Furtado. Câmera: Leonardo Belo, James Araujo, Marcelo Bulhões. Assistente de
Câmera/Eletricist: Mauro Caverna, Júnior. Maquinária: Ivan, Paulo Supershok. Direção de Arte:
Célia Maracajá. Assistente de Direção de Arte: Agatha Christie Farias. Assistente de Figurino:
André Lopes, Emanoell dos Santos. Cenografia, Adereços e Figurinos: Jorge Margalho,
Francisco Fê. Cenotécnico: Manoel de Jesus. Maquiagem: Germana Chalu. Cabeleireiro:
Cláudio Pereira. Diretor de Set: Ricardo Gomes. Edição: Klebson Carneiro. Belém. 2007.
Belém. 2005. 55 min. Cor. Son. Realizado com recursos do edital DOC TV V. Filmado em HD.
Fonte de consulta: DVD DOC TV.
FILHAS da Chiquita. Direção e Roteiro: Priscilla Brasil. Produtora Executiva: Graça Brasil.
Produtora: Greenvision Filmes. Produtores Paloma Brasil, Graça Brasil, Mauro Farias. Edição:
André Mello, Priscilla Brasil. Som: Chico Bororo. Co-direção: Gustavo Godinho, Ronaldo
Rosa, Vladimir Cunha. Belém. 2007. Cor. Son. Filmado em HD.
CHUPA-chupa: a história que veio do céu. Direção e Roteiro: Adriano Barroso e Roger Elarrat.
Produtora: Floresta. Produção executiva: José Adão Costa. Direção de produção: Zienhe
Castro. Fotografia: Peter Roland. Cenografia: Aldo Paz. Montagem: Robson Fonseca. Trilha
Sonora: Leonardo Venturieri. Figurino: Maurity Ferrão. Elenco: Marton Maués, Henrique da
Paz, Valéria Andrade, Ailson Braga, André Mardock, Adriana Cruz. Belém. 2007. 55 min. Cor.
Son. Realizado com recursos do edital DOC TV III. Filmado em HD. Fonte de consulta: DVD
DOC TV.
CÍRIO. Histórias de fé. Direção: Flávia Morete, Gustavo Godinho e Vlad Cunha. Produtora:
Imageria Filmes. Produção executiva: Camila Kzan, Thais Vieira. Montagem: Marcos Kubota,
Gustavo Godinho. Coordenação de produção: Theo Mesquita. Produção: Vanja Fonseca.
Câmeras: Renato Chalú, Atini Pinheiro, Célio da Costa. Juracy Rabelo. Belém. 2007. 21 min.
ETERNAMENTE frio. Direção: Roger Elarrat. Roteiro: Roger Elarrat, Leo Venturieri. Fotografia:
Adalberto Junior. Trilha Sonora: Leo Venturieri. Edição: Roger Elarrat. Elenco: Rafaela Sidrim,
Ulisses Parente. Belém. 2007. 16 min.
137
NOTAS sobre Waldemar. Direção e Roteiro: Priscila Brasil. Produtora: Greenvision Films.
Belém. 2007. 55 min.
SERRA Pelada: esperança não é sonho. Roteiro, Direção e Edição: Priscilla Brasil. Direção de
fotografia: Matheus Rocha. Som direto: Aloysio Compasso. Direção de Produção: Fabricio de
Paula. Produção Executiva: Jorane Castro. Assistente de Câmera: Gustavo Godinho. Co-
producao: Priscilla Brasil/ Tv Cultura do Pará/ Cabocla Produções/ Fundação Padre
Anchieta. Distribuição: Cultura Marcas. Belém. 2007. 55 Min .Color. Son. Filmado em HDV.
Realizado com recursos do edital DOC TV V.
SEU Didico: Paraense Velho Macho! Direção, Roteiro e Edição: Chico Carneiro. Música:
Cincinato jr. Allan Carvalho, Luiz Pardal. Belém. 2007. 65 min. Cor. Son. Filmado em
PAL/DV. Fonte de consulta: DVD do autor.
2008
LUGARES de afeto: a fotografia de Luiz Braga. Roteiro e Direção: Jorane Castro. Produtora:
Cabocla Filmes. Imagem: Jacob Serruya. Montagem: Atini Pinheiro, Jorane Castro. Videografia:
Atini Pinheiro. Trilha Sonora: Pio Lobato, Vinicius Cohen. Produção Executiva: Danielle Santos
Entrevistados: Rosely Nakagawa, Tadeu Chiarelli, Paulo Herkenhoff, João de Jesus Paes
Loureiro, Cássio Vasconcellos, Osmar Pinheiro, Rubens Fernandes Junior. Belém. 2008. 72
min. Cor. Son. Filmado em HD.
MULHERES de Mamirauá. Direção: Jorane Castro. Roteiro: Edila Moura, Jorane Castro.
Produtora: Cabocla Filmes. Fotografia e Edição: Atini Pinheiro. Belém-PA, Tefé-AM. 2008. 40
min. Cor. Son. Realizado pela Sociedade Civil Mamirauá com recursos do Ministério da
Saúde.
JOVENS, Tefé, AM. Direção e Roteiro: Fernando Segtowick. Belém-PA. Tefé-AM. 2008.
2009
138
Supervisão de animação: Radamés Araújo. Story-board: Otoniel Carneiro. Direção musical e
sonoplastia: Fábio Cavalcante. Elenco (vozes): Adriano Barroso, Aílson Braga, André
Mardock, Ester Sá, José Leal, Belém. 2009. 5 min. Animação em 3D. Realizado com recursos
da Lei Semear/Governo do Pará.
QUANDO a chuva chegar. Direção e roteiro: Jorane Castro. Produtora: Cabocla Filmes.
Fotografia: Pedro Vargas Ionescu. Som Direto: Marcio Câmara. Trilha sonora: Pio Lobato.
Diretor de Arte: Boris Knez. Figurino: Marbo Mendonça. Make Up: Germana Chalu. Montagem:
Atini Pinheiro. Direção de produção: Ana Lucia Lobato. Produção executiva: Moema Mendes.
Preparação de Ator: Adriano Barroso. Elenco: Nani Tavares, Sílvio Restiffe, Abigail Silva, Dione
Colares, Nilza Maria, Adriana Cruz, Tacimar Cantuária, Armando Pinho. Belém. 2009. Cor.
Son. Filmado em 35 mm. Realizado através da Lei Rouanet/Ministéiro da Cultura e Lei
Semear/Governo do Pará. Fonte de consulta: site da produtora.
MÃOS de outubro. Direção e roteiro: Vitor Souza Lima. Fotografia: Octavio Cardoso, Alberto
Bitar e Armando Queiroz. Som direto: Leo Bitar. Montagem: Alberto Bitar e Vitor Souza Lima.
Desenho de som: Aurélio Dias e Leo Bitar. Edição de som e mixagem: Aurélio Dias. Produção
executiva: Jorane Castro. Coordenação de produção: Danielle Santos: Assistentes de direção:
Daniele Queiroz e Danielle Valente. Assistentes de fotografia: Guto Nunes, Marcelo Rodrigues
e André Mardock. Assistente de som direto: Tiago Pinto. Assistentes de produção: Shirley de
Almeida Reis, Silvia Gomes, Vanja Fonseca (São Paulo) e Flávia Portela (Rio de Janeiro).
Maquinaria: Anderson Conte (Miguel): Coordenação de pós-produção: Danielle Santos.
Pesquisa: Sâmia Maffra e Silvia Gomes. Still: Ana Flor. Assessoria de imprensa: Dedé Mesquita:
Criação gráfica: Melissa Barbery e Vitor Souza Lima. Belém. 2009. 21 min. Cor. Son. Filmado
em HD Digital com transfer para 35 mm. Realizado com recursos do Prêmio MIS de estímulo ao
curta-metragem paraense / Secult -PA.
SAUDADES de minha terra. Direção: Nélio Palheta, Aladim Raiol. Argumento: Nélio Palheta.
Roteiro: Maria Bernadete Matias de Melo. Produção: Francinéia Pimenta. Edição: Sávio
Palheta. Fotografia Wesley Braun. Norte Independente. Coprodução: Maria Bernadeth,
Mathias Mello, TV Norte Independente, TV Cultura do Pará, Associação Brasileira de Emissoras
Públicas, Educativas e Culturais (Abepec). Belém. 2009. 55 min. Cor. Son. Filamdo em HD.
Realizado com recursos do edital DOC TV.
BALSA Boieira. Direção, Roteiro e Edição: Chico Carneiro. Música: Cincinato Jr. e Allan
Carvalho.Belém. 2009. 67 min. Cor. Son. Filmado em PAL/DV. Fonte de consulta: DVD do autor.
BELÉM aos 80. Direção: Alan Kardek e Januário Guedes (Entrevistas). Roteiro: Alan Kardek
Guimarães. Argumento: Januário Guedes e Celso Eluan. Fotografia e Câmera: Diógenes de
139
Carvalho Leal. Produção: Alan Kardek Guimarães, Guaciara Freitas, Patrícia Araújo. Belém.
Edição: Jorge Oliveira. 2009. 114 min. Cor. Son. Filmado em Betacam Digital.
BREGA s/a. Direção, roteiro e edição: Vladimir Cunha e Gustavo Godinho. Produtora:
Greenvision. Direção de fotografia: Gustavo Godinho. Produção executiva: Priscilla Brasil.
Produção: Teo Mesquita e Lívia Condurú. Assistente de direção: Rafael Guedes. Auxiliar de
produção: Carlos Lobo e Bruno Régis. Assistente de edição: Andre Morbach. Som direto: Fábio
Carvalho. Belém. 2009. Cor. Son. Filmado em HD. Fonte de consulta: VIMEO dos realizadores.
KINEMANDARA: a lua é o sol. Direção, Roteiro e Edição: de Vicente Cecim. Belém. 2009. 32
min. Filmado em Câmera Digital. Fonte de Consulta: Vimeo do autor.
KINEMANDARA: fonte dos que dormem. Direção, Roteiro e Edição: de Vicente Cecim.Belém.
2009. 30 min. Filmado em Câmera Digital. Fonte de Consulta: Vimeo do autor.
2010
TAPI’I’RAPÉ: o caminho da anta. Direção e Roteiro: Ivânia Neves, Maurício Neves. Edição:
Maurício Neves, Pedro Leal. Produtora: LabCom/UNAMA. Produção: Alda Costa, Ivânia
Neves, Maurício Neves, Gilvandro Xavier, Lariza Gouvêa. Fotografia: Maurício Neves. Belém.
2010. 8 min.
D. Juan. Direção, Roteiro, Trilha sonora, Montagem, Fotografia: Mateus Moura. Assistência:
Felipe Cruz. Produção: Sr. Cheff Produções. Elenco: Ramón Rivera, Giovana Miglio, Haroldo
França, Felipe Cruz, Mateus Moura. Música original: Ramón Rivera. Mateus Moura. Figurino:
Cassiane Dantas. Belém. 2010. 33 min. Filmado em HDV.
CAMISA de onze varas. Direção, Roteiro e Produção: Walério Duarte. Produtora: Caiana Filmes.
Assistente de direção: Alan K. Gumarães. Edição e Montagem: Lozansky Benur. Produção
executiva: João Inácio, Alan K. Gumarães. Direção de Fotografia: Diógenes Leal. Câmera:
Diógenes Leal, Alan K. Gumarães. Som Direto: Mário Ribeiro. Co-argumento e Direção de Arte:
Cláudio Assunção. Elenco: Adriano de Lima, Edmilson Moura, Expedito Negrão, Juarez
Ferreira, Rômulo da Conceição, Rosivaldo Negrão. Belém. 2010.52 min. Cor. Son. Filmado em
Betacam Digital. Realizado com recursos do edital DOC TV IV.
CAMINHOS do Rei Salomão, Nos. Direção, Roteiro e Edição: Chico Carneiro. Músicas: Allan
Carvalho e Cincinato Jr. Belém. 2010. 64 min. Cor. Son. 64 min. Filmado em PAL/DV. Fonte
de consulta: DVD do autor.
140
NO MEIO DO RIO, ENTRE AS ÁRVORES (JORGE BODANSKY)
GATILHEIRO, a história de Quintino Silva Lira, O. Roteiro e Direção: André Miranda e Cláudia
Kahwage. Produção executiva: Cláudia Kahwage. Co-produção: Núcleo de Produção Cultural e
CEPEPO. Fotografia: Amilton Trindade. Edição e edição de som: Fernando Souza. Trilha sonora:
Zueira de Fumanchu, DJ LK. Assistentes de produção: Vanessa Silva, Jalva Braga. Belém. 2010.
16 min. Cor. Son. Filmado em HD. Realizado com recursos do Prêmio MIS de estímulo ao curta-
metragem paraense / Secult –PA.
2011
EU RECEBERIA AS PIORES NOTÍCIAS DOS SEUS LINDOS LÁBIOS (BETO BRANT & RENATO
CIASCA)
Pássaros Andarilhos, Bois Voadores. Direção: Luiz Arnaldo Campos. Direção de Arte: Célia
Maracajá.. Direção de Fotografia: Hélio Furtado. Música: Marco Campos. Elenco: Juliana Silva,
Aninha Moraes, Rubens Santa Brígida, Jamil Rabelo e Wagner Oliveira. Belém. 2011. 25 min.
REAL. Direção, Roteiro, Edição, Fotografia e Trilha sonora: Vitor Souza Lima. Produtora:
Greenvision. Entrevistas: Dedé Mesquita. Pesquisa: Sâmia Maffra. Estagiário e Som: Igor Vieira.
Still: Glauce Andrade. Belém. 2011. Cor. Son. Filmado em HD.
RIBEIRINHOS do asfalto. Direção e roteiro: Jorane Castro. Elenco: Dira Paes, Ana Leticia
Cardoso, Anne Dias, Adriano Barroso, Ives Oliveira, Paulo Marat. Roteiro e Direção: Jorane
Castro. Direção de Fotografia: Pablo Baião. Som Direto: Márcio Câmara. Direção de Arte: Rui
Santa Helena. Maquiagem: Sônia Penna. Figurino: Antonio Maurity. Edição: Atini Pinheiro.
Música: Pio Lobato. Coodernação de Produção: Luis Laguna, Danielle Santos. Belém. 26 min.
2011. Cor. Son. Filmado em 35 mm.
MIGUEL Miguel. Direção: Roger Elarrat. Roteiro: Adriano Barroso, Roger Elarrat, adaptado da
obra de Haroldo Maranhão. Direção de Fotografia: Carlos Ebert. Direção de arte e Cenografia:
Boris Knez. Trilha sonora: Leonardo Venturieri. Edição de imagem: Roberta Splinder. Edição de
som: Lozansky Benur. Produção executiva: Fernando Penna de Carvalho. Coordenação de
141
produção: Francy Oliveira. Maquiagem: André Ramos. Figurino: Ézia Neves. Elenco: Henrique
da Paz, Yeyé Porto, Olinda Charone, Nêgo Nelson, Astrea Lucena, Ailson Braga, Paulo Marat.
Belém. 2011. 120 m. Filmado em HD/HPX 500. Realizado com recursos do edital de séries da
TV Cultura.
MIRITI-MIRI. Direção: Andrei Miralha. Roteiro: Adriano Barroso. Fotografia: Renato Chalú.
Ilustrações: Otoniel Oliveira. Belém. 2011. Cor. Son. Filmado em HD. Realizado com recursos
da Lei Rouanet/Banco da Amazônia.
DAS Barrancas do Rio Cariá. Direção, Roteiro e Edição: Chico Carneiro. Músicas: Allan Carvalho,
Cincinato Jr., Ronaldo Silva, Nêgo Nelson. Belém. 2011. 66 min. Cor. Son. Filmado em PAL/DV.
Fonte de consulta: DVD do autor.
VIDA em 140 caracteres, A. Direção, Roteiro e Fotografia: Alexandre Baena. Produtora: Multi
Amazônia Brasil Produtora. Produção executiva: Bernadete Barroso. Edição: Pedro Quadrado,
Huoston Rodrigues. Assistente de direção: Priscila Sales. Belém. 2011. 15 min.
ASSALTO, De. Direção e roteiro: Ronaldo Rosa. Assistente de direção: Rubens Shinkai.
Continuidade: Luciana Medeiros. Produção: Dani Franco. Produção executiva: Zê Charone e
Claudio Barros. Direção de Fotografia: Peter Roland. Still: Renato Chalú. Direção de produção.
Ronaldo Fayal. Figurino e Maquiagem. Antonio Maurity. Trilha sonora e Sonoplastia: Felipe
Proença, Fábio Pereira, Seninha. Som direto: Nicolas Hallet. Direção de Arte: Charles Serruya.
Storyboard: Alexandre Sequeira,Cássio Tavernard. Chefe de Maquinária: Claudio Castro.
Chefe de Elétrica. José Mariaer (Narração). Elenco: JorgeFleury, Rafael Oliveira, Zê Charone,
Olinda Charone, Icaro Suzuki, Belém. 2011. 14 min. Cor. Son. Filmado em HDV. Fonte de
consulta: YouTube do realizador.
2012
SOLTEIRONA, A. Direção Geral: Saulo Sisnando, Nigel Anderson. Argumento: Saulo Sisnando.
Roteiro: Saulo Sisnando, Neyara Andrade (2 episódios). Produção: Nigel Anderson, Saulo
Sisnando. Produtora: ALT produções. Direção de Produção: Rodrigo Bittencourt, Nigel
Anderson. Direção de Fotografia: Neto Dias. Direção de Arte: Flávio Ramos Moreira. Figurino:
Grazi Ribeiro. Maquiagem: Carol Taveira, Tayane Sabádo. Montagem: Rodrigo Bittencourt,
Neto Dias. Trilha Original: Davi Paes, Marcel Barretto, DJ Masa, DJ Million, Rodrigo
Ferreira, Lucas Estrela. Elenco: Luiza Braga, Saulo Sisnando, Marta Ferreira, Gustavo
Saraiva, Flávio Ramos Moreira, Mabel Cezar. Belém. 2012. 120 min. Realizado com
recursos da Bolsa de criação, pesquisa e experimentação do IAP.
142
SOLEDAD. Roteiro: Pedro Tobias. Direção coletiva: Davi Paes, Junior Franch, Lú Couto, Marcelo
Sousa, Pedro Tobias, Rodolfo Mendonça & João Inácio. Elenco: Renan Pina & Marcela Lima.
Edição: Davi Paes (Alt Produções). Desenhos: Vika Albino. Música: Tulipa Ruiz – Do Amor.
Belém. 2012. 8 min.
QUEM vai levar Mariazinha pra passear. Direção: André Mardok. Roteiro: Ester Sá. Direção de
arte: Aníbal Pacha. Figurino: Maurício Franco. Maquiagem: Plínio Palha. Direção de fotografia:
Marcelo Rodrigues. Direção de produção: Luciana Medeiros, Cristina Costa. Efeitos de som:
Thiago Souza. Finalização de som: Leo Bitar. Trilha sonora original e sonoplastia: Fabio
Cavalcante. Preparação de ator: Adriano Barroso. Edição: Robson Fonseca. Som direto: Mário
Ribeiro. Continuidade: Luciano Lira. Assistência de direção: Lucas Escócio. Assistentes de
produção: Paulo Ricardo Nascimento, Andrea Rocha e Sandra Perlin. Maquiagem: Plínio
Palha. Elenco: Ester Sá, Maurício Franco. Belém. 2012. 12 min. Cor. Son. Filmado em
HD/Animações 3D. Realizado com recursos do edital Curta Criança do MINC/TV Brasil.
MÚSICA & Imagem – Documenta | Casa do Gilson. Direção e Edição: Arthur Árias Dutra.
Produtora: Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção: Brunno Apolonio.
Direção de fotografia: Brunno Régis. Belém. 2012. 8 min.
MÚSICA & Imagem – Documenta | Cena de Capanema. Direção e Edição: Arthur Árias Dutra.
Produtora: Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção: Brunno Apolonio.
Direção de fotografia: Brunno Régis. Belém. 2012. 14 min.
MÚSICA & IMAGEM – DOCUMENTA | CLUBE MUSICAL UNIÃO VIGIENSE (BRUNNO RÉGIS)
MÚSICA & Imagem – Documenta | Clube Musical União Vigiense. Direção e Edição: Brunno
Régis. Produtora: Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção: Brunno
Apolonio. Direção de fotografia: Brunno Régis. Belém. 2012. 7 min.
MÚSICA & Imagem – Documenta | Juca Medalha. Direção e Edição: Brunno Régis. Produtora:
Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção: Brunno Apolonio. Direção de
fotografia: Brunno Régis. Belém. 2012. 8 min.
MÚSICA & Imagem – Documenta | Júnior Rêgo. Direção e Edição: Arthur Árias Dutra, Brunno
Régis. Produtora: Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção: Brunno
Apolonio. Direção de fotografia: Brunno Régis. Belém. 2012. 9 min.
MÚSICA & Imagem – Documenta | Manoel Cordeiro. Direção e Edição: Brunno Régis.
Produtora: Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção: Brunno Apolonio.
Direção de fotografia: Brunno Régis. Belém. 2012. 5 min.
143
MÚSICA & Imagem – Documenta | Max Alvin. Direção e Edição: Arthur Árias Dutra, Brunno
Régis. Produtora: Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção: Brunno
Apolonio. Direção de fotografia: Brunno Régis. Belém. 2012. 8 min.
MÚSICA & Imagem – Documenta | Mestre Damasceno. Direção: Priscilla Brasil. Produtora:
Greenvision Films. Edição: Arthur Árias Dutra. Produção executiva: Priscilla Brasil. Direção de
fotografia: Gustavo Godinho. Belém. 2012. 9 min.
MÚSICA & Imagem – Documenta | Música Transmórfica. Direção e Edição: Arthur Árias Dutra.
Produtora: Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção: Brunno Apolonio.
Direção de fotografia: Arthur Árias Dutra. Belém. 2012. 13 min.
MÚSICA & Imagem – Documenta | Zenildo e a Saudade. Direção e Edição: Arthur Árias Dutra,
Brunno Régis. Produtora: Greenvision Films. Produção executiva: Priscilla Brasil. Produção:
Brunno Apolonio. Direção de fotografia: Brunno Régis. Belém. 2012. 6 min.
MORA na filosofia. Direção geral: Júnior Braga. Direção: Aladim Júnior e Guaracy Jr. Produção
Executiva: Lygia Maria e Rodrigo Cardozo. Produção: Helaine Cavalcante. Direção de
Fotografia: Max Lima e Elias Dias. Imagens: Jacob Serruya, Hélio Furtado, Carlos Araújo.
Montagem: Mário Costa. Finalização: Aladim Jr.. Pesquisa: Júnior Braga e Lygia Maria.
Consultoria: Victor Sales Pinheiro e Maria Sylvia Nunes. Belém. 2012. 30 min. Produzido pela
TV Cultura do Pará.
Xapiri (Gisela Motta, Laymert dos Santos, Leandro Lima, Stella Senra, Bruce Albert)
– experimental
JULIANA CONTRA O JAMBEIRO DO DIABO PELO CORAÇÃO DE JOÃO BATISTA (ROGER ELARRAT)
JULIANA contra o jambeiro do diabo pelo coração de João Batista. Direção: Roger Elarrat.
Roteiro: Adriano Barroso, Roger Elarrat. Produtora: Visagem Filmes. Produção: Camila Kzan.
Fotografia: Emerson Bueno. Trilha Sonora: Leonardo Venturieri. Som: Márcio Câmara. Direção
de arte: Boris Knez. Figurino: Maurity Ferrão. Elenco: Leoci Medeiros, Geisa Barra, Nani
Tavares, Tiago Assis. Belém. 2012. Cor. Son. Filmado em 35 mm. Fonte de consulta: blog
do filme.
144
FORASTEIRO, O. Direção e roteiro: Katiuscia de Sá. Assistente de direção e câmera: Cezar
Moraes. Som direto: Mário Ribeiro. Fotografia: Katiuscia de Sá. Assistente de fotografia: Cezar
Moraes. Iluminação: João Pedro Rodrigues. Direção de arte e cenografia: Verônica Lima.
Maquiagem e efeitos: Vivian Santa Brígida. Animação: Mário Fernando, Ribeiro Júnior. Edição
de animação: Rogério Batista. Platô: Verônica Lima, Carol Dominguez. Continuista: Katiuscia de
Sá. Montagem: Moyses Wesley. Edição: Moyses Wesley, Katiuscia de Sá, Thiago Losant.
Assistente de produção: Vivian Santa Brígida, Verônica Lima. Belém. 15 min. 2012. Cor. Son.
Filmado em HD.
JAMCINE #1 uma crônica de horror. Fantôme Belle Époque. Direção: Mateus Moura.
Produtora: qUALQUER qUOLETIVO. Elenco: Ana Marceliano. Belém. 2012. 25 min.
JAMCINE #3 um ato cênico. Queda, ascensão e queda de uma superstar. Direção: Mateus
Moura. Produtora: qUALQUER qUOLETIVO. Elenco: Ícaro Gaya. Belém. 2012. 42 min.
JAMCINE#5 um passeio macabro. Projeção de ideias no rio das trevas. Direção: Mateus Moura.
Produtora: qUALQUER qUOLETIVO. Elenco: Karllana Cordovil. Belém. 2012. 33 min.
JAMCINE #7 uma busca alucinante. Festa na Boca. Direção: Mateus Moura. Produtora:
qUALQUER qUOLETIVO. Elenco: Mateus Moura, Ícaro Gaya, Romário Alves, Ana Nunes,
Karllana Cordovil, Lucas Guvêa. Belém. 2012. 53 min.
CINCO minutos. Direção e Roteiro: André Marçal. Câmera: Woltaire Masaki. Edição: Woylle
Masaki. Produção: Se7e Sen7idos Produções. Belém. 2012. 7 min. Son. Cor. Filmado em HD.
145
ABRA os olhos. Direção e Roteiro: André Marçal. Elenco: André Marçal, Paulo Marat, Nany
Figueiredo, Gilson Araújo. Produção: Se7e Sen7idos Produções. Belém. 2012. 30 min. Son. Cor.
Filmado em HD.
ERVAS e saberes da floresta. Direção, Roteiro e Produção Executiva: Zienhe Castro. Produtora:
Z Filmes. Assistente de Direção: Roberta Arantes. Produção: Carol Araújo. Câmera: Thiago
Kunz. Câmera adicional: Alexandre Nogueira do Amaral. Assistente de Câmera: Killner
Ferreira. Som Direto: Bruno Fernandes. Videografismo: Cássio Tavernard. Edição: Rennan
Rosa. Belém. 2012. ? min. Cor. Son. Realizado com recursos da Lei do Audiovisual e Lei
Semear/FCPTN/Governo do Pará.
MESTRES carpinteiros navais – conhecer para valorizar. Direção e Montagem: Mateus Moura.
Produtora: Garfo e Faca. Produção: Samir Raoni. Fotografia e Som: Hugo Nascimento, Maécio
Monteiro, Mateus Moura. Música e Trilha sonora: Leo Chermont. Belém. 2012.
ÓPERA cabocla. Roteiro e Direção – Adriano Barroso. Diretor de Fotografia: Filipe Parolin. Som
Direto e Trilha Original: Leo Chermont. Editor e Câmera: Lucas Escócio. Produção Executiva:
Jorane Castro. Direção de Produção e Assistente de Direção: Suanny Lopes. Assistente de
Produção: Fabrício Pinheiro. Assistente de Fotografia e Camera: Marcelo Rodrigues.
Eletricista: Marcus Leal e Aldo Lima. Belém. 2012. ?? min. Cor. Son. Filamdo em HD. Realizado
com recursos do edital do programa EtnoDoc/Ministério da Cultura.
RMXTXTURA #Redes locais, autonomia. Direção: Mateus Moura, Giselli Vasconcellos, Lucas
Gouvea. Pesquisa e Roteiro: Lucas Gouvea, Mateus Moura, Maecio Monteiro, Luah Sampaio,
Romario Alves, Icaro Gaya, Hugo Nascimento e Luiza Cabral. Produção:
qUALQUER qUOLETIVO. Belém. 2012. 06 min. Imagens de Arquivo.
RMXTXTURA #Estamos em greve. Direção: Mateus Moura, Giselli Vasconcellos, Lucas Gouvea.
Pesquisa e Roteiro: Lucas Gouvea, Mateus Moura, Maecio Monteiro, Luah Sampaio, Romario
Alves, Icaro Gaya, Hugo Nascimento e Luiza Cabral. Produção: qUALQUER qUOLETIVO. Belém.
2012. 06 min. Imagens de Arquivo.
146
RMXTXTURA #Vontade de potência ≠ Vontade de poder. Direção: Mateus Moura, Giselli
Vasconcellos, Lucas Gouvea. Pesquisa e Roteiro: Lucas Gouvea, Mateus Moura, Maecio
Monteiro, Luah Sampaio, Romario Alves, Icaro Gaya, Hugo Nascimento e Luiza Cabral.
Produção: qUALQUER qUOLETIVO. Belém. 2012. 06 min. Imagens de Arquivo.
RMXTXTURA #EPILOGO: ENTRE RIOS, RUAS E IGARAPÉS (MATEUS MOURA, LUCAS GOUVEA E
GISELLI VASCONCELOS)
RMXTXTURA #Epilogo: entre rios, ruas e igarapés. Direção: Mateus Moura, Giselli Vasconcellos,
Lucas Gouvea. Pesquisa e Roteiro: Lucas Gouvea, Mateus Moura, Maecio Monteiro, Luah
Sampaio, Romario Alves, Icaro Gaya, Hugo Nascimento e Luiza Cabral. Produção: qUALQUER
qUOLETIVO. Belém. 2012. 06 min. Imagens de Arquivo.
2013
MESTRE Damasceno. Direção e Roteiro: Guto Nunes. Produtora: Guto Filmes. Fotografia:
Marcelo Rodrigues. Assistente de fotografia. Felipe Parolin. Som: Leo Chermont. Assessoria de
imprensa: Dani Franco. Belém. 2013. 25 min. Cor. Son. Filmado em HD. Ralizado com recursos
da Lei Semear / Governo do Pará.
RÁDIO 2000. Direção, Fotografia e Edição: Erick Lopes. Produtora: Instituto de Artes do Pará.
Produção: Zek Nascimento. Roteiro e Assessoria de Imprensa: Monique Malcher, Karina
Menezes. Design: Marcello Sarmento. Belém. 2013. Cor. Son. Filmado em HD. Fonte de
consulta: site do projeto.
PANORAMA. Direção: Igor Gurjão e Tiago Freitas. Argumento: Tiago Freitas. Produção:
Quadro a Quadro. Belém. 2013. 6 min. Cor. Son. Filmado em HD.
PROMESSA em azul e branco. Direção: Zienhe Castro. Roteiro: Adriano Barroso. Produtora: Z
Filmes. Co-produtora: Novelo Filmes. Produção executiva: Carol Gesser, Zienhe Castro. Direção
de produção: Mariana Coelho. Assistente de produção: Vanessa Gasparello. Assitente de
direção: Cíntia Domit Bittar. Direção de elenco: Claudio Barros. Fotografia: Marx Vamerlatti.
Som: Gustavo Oliveira de Souza. Direção de arte: Coletivo Margot. Figurino: Ana Miranda.
Montagem: Cíntia Domit Bittar. Trilha sonora: Cicinato Júnior. Elenco: Isabela Caprário de
Oliveira, Ana Paula Costa Augustinho, Cei Melo, Claudio Barros, Emery Maria, Rita Regina
Lubaszewski, Carol Gesser, Agnes Rech Teixeira, Julia Von Hertwig, Luiza Gonzaga Brito,
Chico Caprário, Lícia Brancher, Luiz Henrique Cudo, Everson Adilio Candido, Gringo Starr,
Paulo Vasilescu. Belém. 2013. 15 min. Cor. Son. Filmado em 35 mm. Realizado a partir de
edital de curtas Ministério da Cultura.
MOVIMENTO da fé, No. Direção e roteiro: Fernando Segtowick, Thiago Pelaes. 2013. Produção:
Luciana Cavalcante, Aline Rosseti e Rodrigo Bittencourt. Roteiro: Fernando Segtowick.
Fotografia: Thiago Pelaes, Thiago Kunz, Neto Dias. Som: Miriam Biderman, Ricardo Reis,
147
Débora Morbi e Juliana Lopes. Montagem: Thiago Pelaes, Alexandre Nogueira e Fernando
Segtowick. Trilha Sonora: Alexandre Guerra. Belém. 2013. 18 min. Filmado em HD.
PESCADORES de Água Doce. Direção, Roteiro e Edição: Chico Carneiro. Música: Cincinato Jr. e
Allan Carvalho. Belém. 66 min. 2013. Cor. Son. Filmado em PAL/DV. Fonte de consulta: DVD
do autor.
POR terra, céu e mar: histórias e memórias da Segunda Guerra Mundial na Amazônia. Direção
geral e roteiro: Hilton P. Silva. Direção de video: Hilton P. Silva, Alan Rocha. Direção executiva:
Elton Souza. Produção executiva: Hilton P. Silva, Alan Rocha, Elton Souza. Arte e edição: Renan
Malato. Câmera: Alan Rocha. Belém. 2013. 26 min. Cor. Son. Filmado em HDV. Fonte de
consulta: DVD do autor.
ILHA, A. Direção: Mateus Moura. Roteiro: Mateus Moura, Felipe Cruz, Kid Quaresma, Marcelo
Marat, Rafael Couto, Romario Alves, Juliana Maués. Produção Executiva: Maria Preta.
Fotografia: Rodolfo Mendonça. Câmera: Rodolfo Mendonça. Arte: Romario Alves,Virgílio
Moura, Maurício Franco e Ila Falcão. Som: Raquel Minervino. Edição: Mateus Moura e Rodolfo
Mendonça. Elenco: Rosilene Cordeiro, Kid Quaresma, Carline Ramos, Tia Lili, Adilardo Seabra,
Paulo Marat. Belém. 59 min. 2013. Filmado em HDV.
EM (RAQUEL MINERVINO)
148
Raquel Minervino, Tiago Freitas, Vince Souza, Rodolfo Mendonça. Trilha: Vinícius Moraes.
Belém. Elenco: Raoni Moreira e Vittória Braun. 2013. 6 min. Filmado em HDV.
ENTRE portas. Direção, Argumento e Fotografia: Rafael Samora. Produção: Quadro a Quadro.
Assistente de Câmera: Cássio França, Rodolfo Mendonça. Montagem: Rodolfo Mendonça.
Som Direto: Cássio França. Trilha: Armando Mendonça. Produção: Cássio França, Marcelo
Tavares, Raquel Minervino, Rodolfo Mendonça, Tiago Freitas, Vince Souza, Suzanne
Hasegawa. Elenco: Bruna Valle e Ramón Rivera. Belém. 2013. 9 min. Filmado em HDV.
ESPÁTULA e bisturi. Direção, edição, fotografia e desenho de som: Adrianna Oliveira. Roteiro:
Adrianna Oliveira, André Filho. Produção: Daniel Medeiros, Fernanda Cirino, Felipe Sena,
Lays Ribeiro. Linda Rocha . Elenco: André Filho, Eduardo Leonardi, João Lauro Tavares, Pedro
Leonardi, José Silva (Narração). Belém. 2013. 7 min. Cor. Son. Filmado em HD. Realizado com
recursos próprios.
ESPELHO e silêncio. Direção : Vince Souza. Produção: Quadro a Quadro. Co-direção: Rodolfo
Mendonça. Argumento e Roteiro: Bianca d’Aquino, Vince Souza. Direção de Fotografia:
Rodolfo Mendonça. Assistente de Fotografia: Cássio França, Lériton Brito, Tiago Freitas, Raquel
Minervino. Montagem: Rodolfo Mendonça. Câmera: Rodolfo Mendonça. Assistente de
Câmera: Cássio França, Vince Souza. Elenco: Cristiano Cohen e Renata Picorelli. Belém. 2013.
10 min. Filmado em HDV.
2014
ATRAVÉS da alma. Produção, direção e roteiro: Alexandra Castro. Fotografia: Lériton Brito,
Woltaire Masaki. Edicão e efeitos: Eliezer França. Assistentes: Kemuel Carvalheira, Vince
Souza. Figurino: Renee Miranda Elenco: Goretti Ribeiro; Luís Lobo; Rosáurea Nascimento.
Belém. 2014.
CRÔNICAS (des)medidas. Direção e Roteiro: Alyne Alvarez Silva. Produção: Débora Flor.
Produtora: Alt Produções. Assistente de direção: Rodrigo Bittencourt. Fotografia: Neto Dias.
Desenho de Som: Davi Paes. Edição: Woylle Masaki. Direção de arte: Carol Taveira. Belém.
2014. 25 min. Filmado em HD.
149
Amazônia eterna (Belissário França) – doc
EU do ato. Direção e Roteiro: Vince Souza. Baseado no texto de Bianca Marinho. Elenco:
Rafaella Cândido. Belém. Cor: b/p. Filmado em HD. 2014.
2015
2016
2017
Série.
Série.
150
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo que tentasse descrever também, acredito que não conseguiria exprimir
o que penso melhor do que já fez Paulo Freire.
25
Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia,Tocantins, Maranhão, parte do Mato Grosso.
26 Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
151
“A educação tem sentido porque o mundo não é necessariamente isto ou aquilo,
porque os seres humanos são tão projetos quanto podem ter projetos para o mundo. A
educação tem sentido porque mulheres e homens aprenderam que é aprendendo que se
fazem e se refazem, porque mulheres e homens se puderam assumir como seres capazes
de saber, de saber que sabem, de saber que não sabem. A educação tem sentido porque,
para serem, mulheres e homens precisam de estar sendo. Se mulheres e homens
simplesmente fossem não haveria porque falar em educação”.
152
BIBLIOGRAFIA
AUMONT, Jacques & MARIE, Michel. Dicionário teórico e crítico de cinema. São Paulo:
Ed. Papirus, 2006.
CASTRO, Eduardo Viveiros de. “Os involuntários da pátria”. Edições chão da feira. Belo
Horizonte: 2007.
CECIM, Vicente Franz. “A asa e a serpente & Manifestos Curau”. Belém: Diário do Pará,
2012.
CUNHA, Euclides da. “Um paraíso perdido”. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.
DUBOIS, Philippe. “Cinema, vídeo, Godard”. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
FERREIRA, Jairo. “Cinema de invenção”. São Paulo: Ed. Max Limonad, 1986.
153
GALEANO, Eduardo. “As veias abertas da América Latina”. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2000.
HERKENHOFF, Paulo (org.). “As artes visuais na Amazônia: reflexões sobre uma
visualidade regional”. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1985.
JUNG, Carl Gustav. “O homem e seus símbolos”. Harper Collins Br. São Paulo, 2008.
MEIRELLES FILHO, João Carlos. “Livro de Ouro da Amazônia”. 5ª ed. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2006.
QUEIROZ, Armando. “A Amazônia não é minha”. Ensaio. Catálogo da 31ª Bienal de São
Paulo, 2014.
154
ROCHA, Glauber. “Revisão Crítica do Cinema Brasileiro”. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
SONTAG, Susan. “Diante da dor dos outros”. São Paulo: Cia das Letras, 2011.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. “Pode o subalterno falar?”. Belo Horizonte: UFMG, 2010.
SARLO, Beatriz. “Tempo passado: a cultura da memória e a guinada subjetiva. São Paulo:
Companhia das Letras; Belo Horizonte: UFMG, 2007.
XAVIER, Ismail. “O cinema brasileiro moderno”. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
____________. “O discurso cinematográfico – A opacidade e a transparência”. 4 ed.
São Paulo: Paz e Terra. 2001.
links:
Entrevista com Vicente Carelli pela revista zum
https://revistazum.com.br/revista-zum-12/entrevista-carelli/
155
relatório sobre a eterna deriva
16 de agosto de 2018.
156
Já na abertura da minha apresentação, disse que ali
sentia como se estivesse me casando no civil. O
religioso seria na sexta, no Entroncamento.
O dia seguinte raiou. Dia que relatarei aqui nesse
texto – o primeiro de uma documentação nesse estilo diário
à deriva, que pretendo fazer a cada ação do Cineclube Pico
de Jaca (o Exu da pesquisa).
17 de agosto de 2018.
157
Sabíamos que ia chover. E choveu.
158
- São as patacas!
A licença estava dada.
159
Na Grande Encruzilhada chegaram poetas de Castanhal,
cordelistas de Caratateua, carimbozeiros de Icoaraci,
hackativistas do Curió, produtores do Sideral, professores
de Colares, arteiros do Centro, comerciantes da Guanabara.
Povo de terreiro, povo da estrada, povo da mata, povo da
rua, povo cigano, povo da vizinhança, povo de longe.
Curiosos, velhos amigos, companheiros de resistência,
companheiros de onda, famílias. Foi um grande encontro, que
tinha uma programação definida e divulgada. Programação
que, em ritmo de rua, foi se reprogramando de acordo com
isso que chamamos “caos” ou, em outras palavras: a ordem a
que não estamos acostumados.
Laroyê!
Dando-nos compreensão, Exu, com sua generosidade, com
sua fome, com sua irreverência, vem nos ensinando a
pedagogia dos fluxos, da dinâmica, da intensidade, dos
(des)trancamentos, dos encontramentos. Era dia de agradecer
o mestre que vem na frente, de celebrar tanta graça
recebida em forma de vida-morte-ressurreição.
160
Para dar graças, precisamos ritualizar.
A forma do ritual não é organizada numa mesa quadrada.
É cozinhada no pensamento e na intuição, estendida numa
encruzilhada. Não é ordenada por um ou outro. É
conduzida pelo fluxo, entre os furos comunicantes.
161
Amazônia no sonho real de meias-verdades chamado cinema”),
um documento audiovisual (a remontagem dos “RMXTXTURA’s”) e
o nascimento do Cineclube Pico de Jaca – instituição de
compromisso sócio-educativo, que tem como princípio
político o ato cultural de resistência comunitária e de
compartilhamento crítico acerca das memórias audiovisuais
marginalizadas.
162
Depois, foi vestido o branco, na sexta de nosso pai
Oxalá.
Memorial da Cabanagem
163
A intuição nos disse que era necessário refletir
estes espectros que o cinema cria na própria cripta onde
supostamente estão enterrados - e lacrados (como múmias)
pelo Estado - os insatisfeitos, os revoltados, os
revolucionários de outrora.
Muda
Silente, a serpente, sem pressa, foi nos revelando
as suas peles durante aquela noite.
164