TRILHA SONORA DO ENEM
1. (Enem)
O meu lugar, Tem seus mitos e seres de luz,
É bem perto de Oswaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo, Irajá.
O meu lugar,
É sorriso, é paz e prazer,
O seu nome é doce dizer,
Madureira, ia, Iaiá.
Madureira, ia, Iaiá
Em cada esquina um pagode um bar,
Em Madureira.
Império e Portela também são de lá,
Em Madureira.
E no Mercadão você pode comprar
Por uma pechincha você vai levar,
Um dengo, um sonho pra quem quer sonhar,
Em Madureira.
CRUZ, A. Meu lugar. Disponível em: www.vagalume.uol.com.br. Acesso em: 16 abr.
2010 (fragmento).
A análise do trecho da canção indica um tipo de interação entre o indivíduo e o
espaço. Essa interação explícita na canção expressa um processo de
a) autossegregação espacial.
b) exclusão sociocultural.
c) homogeneização cultural.
d) expansão urbana.
e) pertencimento ao espaço.
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2. (Enem 2014) Por onde houve colonização portuguesa, a música popular se
desenvolveu basicamente com o mesmo instrumental. Podemos ver cavaquinho e
violão atuarem juntos aqui, em Cabo Verde, em Jacarta, na Indonésia, ou em Goa. O
caráter nostálgico, sentimental, é outro ponto comum da música das colônias
portuguesas em todo o mundo. O kronjong, a música típica de Jacarta, é uma espécie
de lundu mais lento, tocado comumente com flauta, cavaquinho e violão. Em Goa não
é muito diferente.
De acordo com o texto de Henrique Cazes, grande parte da música popular
desenvolvida nos países colonizados por Portugal compartilha um instrumental,
destacando-se o cavaquinho e o violão. No Brasil, são exemplos de música popular
que empregam esses mesmos instrumentos:
a) Maracatu e ciranda.
b) Carimbó e baião.
c) Choro e samba.
d) Chula e siriri.
e) Xote e frevo.
3. (Enem 2017) Fim de semana no parque
Olha o meu povo nas favelas e vai perceber
Daqui eu vejo uma caranga do ano
Toda equipada e o tiozinho guiando
Com seus filhos ao lado estão indo ao parque
Eufóricos brinquedos eletrônicos
Automaticamente eu imagino
A molecada lá da área como é que tá
Provavelmente correndo pra lá e pra cá
Jogando bola descalços nas ruas de terra
É, brincam do jeito que dá
[...]
Olha só aquele clube, que da hora
Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha
Olha quanta gente
Tem sorveteria, cinema, piscina quente
[...]
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Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo
Pra molecada frequentar nenhum incentivo
O investimento no lazer é muito escasso
O centro comunitário é um fracasso
RAClONAlS MCs. Racionais MCs. São Paulo: Zimbabwue, 1994 (fragmento).
A letra da canção apresenta uma realidade social quanto à distribuição distinta dos
espaços de lazer que
a) retrata a ausência de opções de lazer para a população de baixa renda, por falta de
espaço adequado.
b) ressalta a irrelevância das opções de lazer para diferentes classes sociais, que o
acessam à sua maneira.
c) expressa o desinteresse das classes sociais menos favorecidas economicamente
pelas atividades de lazer.
d) implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela falta de infraestrutura e
investimentos em equipamentos.
e) aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas classes favorecidas
economicamente; e do prático, nas menos favorecidas.
4. (Enem PPL 2016) Ô ô, com tanto pau no mato
Embaúba* é coroné
Com tanto pau no mato, ê ê
Com tanto pau no mato
Embaúba é coroné
*Embaúba: árvore comum e inútil por ser podre por dentro, segundo o historiador Stanley Stein.
STEIN, S. J. Vassouras: um município brasileiro de café, 1850-1900. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990
(adaptado).
Os versos fazem parte de um jongo, gênero poético-musical cantado por escravos e
seus descendentes no Brasil no século XIX, e procuram expressar a
a) exploração rural.
b) bravura senhorial.
c) resistência cultural.
d) violência escravista.
e) ideologia paternalista.
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5. (ENEM-2012) "Minha vida é andar/Por esse país/Pra ver se um dia/ Descanso feliz/
Guardando as recordações/ Das terras onde passei/ Andando pelos sertões/ E dos
amigos que lá deixei".
A letra dessa canção reflete elementos identitários que representam a
a) valorização das características naturais do sertão nordestino.
b) denúncia da precariedade social provocada pela seca.
c) experiência de deslocamento vivenciada pelo migrante.
d) profunda desigualdade social entre as regiões brasileiras.
e) discriminação dos nordestinos nos grandes centros urbanos.
6. (Enem 2012) Não tem tradução
[...]
Lá no morro, se eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
[...]
Essa gente hoje em dia tem mania de exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I Love you
E esse negócio de alô, alô, boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone
ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos bambas. Revista Língua Portuguesa. Ano 4, nº 54, São
Paulo: Segmento, abr. 2010 (fragmento).
As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, apesar de revelarem
uma aguçada preocupação do artista com seu tempo e com as mudanças político-
culturais no Brasil, no inicio dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do
samba Não tem tradução, por meio do recurso de metalinguagem, o poeta propõe:
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a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com
vocábulos estrangeiros.
b) respeitar e preservar o português padrão como forma de fortalecimento do idioma
do Brasil.
c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio linguístico e forma legítima de
identidade nacional.
d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento do novo e quente ritmo
da música popular brasileira.
e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de valores étnicos de
sociedades mais desenvolvidas.
7. (Enem 2ª aplicação 2016) Aquarela do Brasil
Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim!
Muito usual no Estado Novo de Vargas, a composição de Ary Barroso é um exemplo
típico de
a) música de sátira.
b) samba exaltação.
c) hino revolucionário.
d) propaganda eleitoral.
e) marchinha de protesto.
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8. (Enem 2014) Era um dos meus primeiros dias na sala de música. A fim de
descobrirmos o que deveríamos estar fazendo ali, propus à classe um problema.
Inocentemente perguntei: — O que é música?
Passamos dois dias inteiros tateando em busca de uma definição. Descobrimos que
tínhamos de rejeitar todas as definições costumeiras porque elas não eram
suficientemente abrangentes.
O simples fato é que, à medida que a crescente margem a que chamamos de
vanguarda continua suas explorações pelas fronteiras do som, qualquer definição se
torna difícil. Quando John Cage abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos
da rua a atravessar suas composições, ele ventila a arte da música com conceitos
novos e aparentemente sem forma.
SCHAFER, R. M. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991 (adaptado).
A frase “Quando John Cage abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos da
rua a atravessar suas composições”, na proposta de Schafer de formular uma nova
conceituação de música, representa a
a) acessibilidade à sala de concerto como metáfora, num momento em que a arte
deixou de ser elitizada.
b) abertura da sala de concerto, que permitiu que a música fosse ouvida do lado de
fora do teatro.
c) postura inversa à música moderna, que desejava se enquadrar em uma concepção
conformista.
d) intenção do compositor de que os sons extramusicais sejam parte integrante da
música.
e) necessidade do artista contemporâneo de atrair maior público para o teatro.
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