Cópia de Manual Caseiro - Controle de Constitucionalidade PDF
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Controle de Constitucionalidade ½
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................ 3
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MANUAL CASEIRO
1. Introdução
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“Assim, e a partir da breve digressão exposta, conclui-se que o
controle de constitucionalidade pressupõe a rigidez
constitucional, e por consequência, a supremacia formal da
Constituição, o que nos permite arquitetar como premissas para
a sua realização as seguintes:
(i) a existência de uma Constituição escrita e marcada pela
rigidez;
(ii) o reconhecimento de que a Constituição é norma superior
(supremacia constitucional) e pressuposto de validade de todos os
demais diplomas normativos;
(iii) estipulação de uma relação de parametricidade (de
comparação), isto é, feitura de uma avaliação de compatibilidade
entre a norma superior (Constituição) e o restante do ordenamento
jurídico, conferindo primazia sempre a norma fundamento
(superior);
(iv) estabelecimento de consequência jurídica ante a violação da
parametricidade - por exemplo, o reconhecimento da inexistência,
da nulidade ou da anulabilidade do ato inferior incompatível com
a Constituição.
Observação pontual:
Candidato, quais são as normas presentes no texto constitucional que podem ser
objetos do parâmetro?
Nesse sentido, será que todas essas partes servem de parâmetro para o controle?
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a) Preâmbulo: a Jurisprudência do STF já se manifestou no sentido de que o
preâmbulo não possui caráter normativo, e assim sendo, não serve como parâmetro
para o controle de constitucionalidade. Foi adotada a Teoria da Irrelevância Jurídica.
Observação Pontual
b) Parte Permanente
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São normas constitucionais que ocupam grau hierárquico mais elevado no
sistema normativo brasileiro.
O ADCT, tal qual a parte dogmática, possui força normativa, cogente, servindo
de parâmetro de controle de constitucionalidade.
*As normas transitórias após regular, cumprindo sua função, tem a sua eficácia
exaurida, ainda que isso não signifique revogação: norma de eficácia exaurida.
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Assim, contemplamos que se exige um requisito material (ser de direitos
humanos) e um requisito formal (ser aprovados por 3/5 dos votos dos membros da Câmara
e do Senado e em dois turnos).
Exemplo: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
b) Medidas judiciais
As medidas judiciais são voltadas a proteger a dimensão objetiva dos direitos
fundamentais – perspectiva da sociedade como um todo. Segundo Novelino, são
medidas voltadas a resolver um “litígio estrutural”, o qual é caracterizado pelo
alcance a número amplo de pessoas e órgãos e por implicar ordens de execução
complexa – medidas não ortodoxas. Ex.: revisão dos gastos públicos, debates
entre os Poderes.
Atuação proativa do Poder Judiciário: formulação de ordens flexíveis de
execução, isto é, o Poder Judiciário não detalha a política pública a ser
implementada – limita-se a estabelecer balizadas/parâmetros de atuação dos
Poderes. E, dentro dessas balizadas, os Poderes adotarão as medidas necessárias
para tentar resolver o Estado de Coisas Inconstitucionais.
Observação pontual:
A inconstitucionalidade formal orgânica decorre da inobservância da
competência legislativa para a elaboração do ato (ex.: lei municipal que discipline
o uso do cinto de segurança, já que se trata de competência da União, nos termos
do art. 22, XI, legislar sobre trânsito e transporte).
a) Total: ocorre quando toda a lei ou todo o dispositivo são incompatíveis com
a norma constitucional. A lei pode ser parcialmente inconstitucional, mas o
dispositivo ter inconstitucionalidade total. Tem q se analisar a referência, se em
relação à lei ou ao dispositivo.
Atinge a lei, o ato normativo ou o dispositivo em sua integralidade, não
restando partes válidas a serem aplicadas.
Exceção: quando as relações fáticas são alteradas, ocorrendo nos casos de mutação
constitucional (processo informal de alteração da constituição sem modificação do seu
texto)
Mutação Constitucional
O texto continua o mesmo, mas o sentido da norma fora alterado. A mudança ocorre no
significado, permanecendo o texto inalterado.
Nessa linha, Barroso afirma que “... a mutação constitucional consiste em uma alteração
do significado de determinada norma da Constituição, sem observância do mecanismo
constitucionalmente previsto para as emendas e, além disso, sem que tenha havido
qualquer modificação de seu texto”.
Inconstitucionalidade Progressiva
Exemplo 1:
Art. 5º, §5º (incluído em 89) da Lei 1.060/50 – Lei de Assistência
Judiciária Gratuita - estabelece o prazo em dobro para a
Defensoria Pública. O STF, analisando a situação fática entre as
estruturas da Defensoria e do Ministério Público, declarou que a
norma ainda seria constitucional. Na medida em que a Defensoria
adequasse o seu quadro de pessoal e sua estrutura funcional, a 1
norma irá se tornar inconstitucional.
Exemplo 2:
CF, art. 68, § 3º: “As leis delegadas serão elaboradas pelo
Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao
Congresso Nacional; (...). § 3º Se a resolução determinar a
apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em
votação única, vedada qualquer emenda”.
A situação acima trabalhada não deve ser confundida com hipótese em que os
partidos políticos ajuízam ADI, ADC e ADPF.
Os partidos políticos, para que ajuízem essas ações, precisam possuir um 2
b.1) Controle repressivo realizado pelo Poder Legislativo: CF, art. 49,
V e art. 62 e Súmula 347 do STF.
a) Difuso (ou aberto): é aquele exercício por qualquer órgão do poder judiciário.
É também conhecido como Sistema norte-americano.
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- Origem histórica: Marbury versus Madison, Sessão de fev. de 1803 (I,
repertório de Cranch, 137-180).
- Introduzido na Constituição brasileira em 1891 (constituição republicana) –
adoção do modelo estadunidense (Poder Judiciário como guardião da
Constituição).
b) Abstrato (por via de ação, por via direta ou por via principal): aqui a
finalidade, precipuamente, é a de assegurar a supremacia da Constituição.
Contudo, ainda que indiretamente, estará protegendo direitos subjetivos.
6.1 Introdução
- Fundo Histórico
- Definição
Observações Pontuais
Qual órgão do Poder Judiciário pode exercer o controle difuso, pois não existe
restrição em relação à competência. Dito de outra forma, o controle difuso é
aberto, o qual pode ser feito qualquer juiz ou Tribunal dentro de sua esfera de
competência.
No controle difuso a finalidade principal é a proteção de direitos subjetivos -
a pretensão é deduzida em juízo através de um processo constitucional
subjetivo.
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Como o objeto principal da ação é a proteção de direitos e não da ordem
constitucional objetiva, a legitimidade dependerá do interesse de agir.
Portanto, aquele que se afirmar titular do direito possuirá legitimidade ativa e
aquele a quem for atribuída a titularidade do dever figurará no polo passivo.
No controle abstrato não importa se a norma (parâmetro e/ou objeto) está em
vigor ou se foi revogada. Quando o fato ocorreu, a norma estava em vigor?
Ela foi violada por uma lei vigente à época? Se a resposta for positiva, houve
violação a um direito subjetivo a justificar o controle incidental. Portanto, em
relação ao parâmetro é aplicado o princípio “tempus regit actum”. Isto é,
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devem ser analisadas quais as normas vigentes no momento em que o fato
ocorreu. Não interessa se a norma foi posteriormente revogada. Assim,
qualquer norma formalmente constitucional, vigente à época do fato, poderá
ser invocada como parâmetro no controle difuso-concreto de
constitucionalidade. (Marcelo Novelino).
Quanto ao objeto, não há nenhum requisito específico em relação ao objeto.
Basta que seja um ato emanado dos poderes públicos incompatível com a
Constituição.
Súmula Vinculante nº 10
Assim, depois que o plenário (ou órgão especial) do Tribunal ou plenário do STF
já tiver decidido o incidente de inconstitucionalidade, não será mais necessário que
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os órgãos fracionários, nos casos subsequentes, submetam a mesma questão ao
pleno ou ao órgão especial. Bastará que eles apliquem a decisão anteriormente
prolatada pelo órgão pleno ou especial do Tribunal, ou pelo plenário do STF.
Como referida regra só é válida para Tribunais, pode-se concluir que não se
aplica aos juízes singulares, tampouco às turmas recursais dos juizados
especiais;
Como a cláusula não precisa ser observada quando há reconhecimento da
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constitucionalidade do diploma impugnado, pode-se concluir que nos casos
em que o Tribunal se vale da técnica de decisão intitulada “interpretação
conforme a Constituição”, ainda que haja o afastamento de um determinado
sentido da norma, não há que se falar em instauração do incidente processual
atinente ao princípio da reserva de plenário;
A cláusula igualmente não é utilizada quando na análise o Tribunal conclui
pela não recepção da norma pré-constitucional, conforme diversos
precedentes nesse sentido;
O desrespeito à cláusula de reserva de plenário nas hipóteses em que ela incide
ocasiona a nulidade absoluta da decisão prolatada pelo órgão fracionário.
Pela teoria tradicional, em regra, a decisão que declara incidentalmente uma lei
inconstitucional produz efeitos inter partes e não vinculantes.
Após declarar a inconstitucionalidade de uma lei em controle difuso, o STF deverá
comunicar essa decisão ao Senado e este poderá suspender a execução, no todo ou em
parte, da lei viciada (art. 52, X):
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X -
suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal;
- “Novo Entendimento”
O STF decidiu que, mesmo se ele declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade
de uma lei, essa decisão também terá efeito vinculante e erga omnes.
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A fim de evitar anomias e fragmentação da unidade, deve-se atribuir à decisão
proferida em sede de controle incidental (difuso) a mesma eficácia da decisão tomada
em sede de controle abstrato.
Nessa esteira, o § 5º do art. 535 do CPC/2015 reforça esse tratamento uniforme:
O Min. Gilmar Mendes afirmou que é preciso fazer uma releitura do art. 52, X, da
CF/88. Essa nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF declara uma lei
inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão já tem efeito
vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que
a referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo que foi decidido.
Mutação constitucional
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O Min. Celso de Mello afirmou que o STF fez uma verdadeira mutação constitucional
com o objetivo de expandir os poderes do Tribunal com relação à jurisdição
constitucional.
Assim, a nova intepretação do art. 52, X, da CF/88 é a de que o papel do Senado no
controle de constitucionalidade é simplesmente o de, mediante publicação, divulgar a
decisão do STF. A eficácia vinculante, contudo, já resulta da própria decisão da Corte.
Pode-se dizer que o STF passou a adotar a teoria da transcendência dos motivos
determinantes?
NÃO. Segundo a teoria da transcendência dos motivos determinantes, além do
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dispositivo, os motivos determinantes (ratio decidendi) da decisão também seriam
vinculantes.
Com a decisão acima explicada, o STF chega mais próximo à teoria da transcendência
dos motivos determinantes, mas não se pode afirmar categoricamente que esta passou
a ser adotada pelo Tribunal. Penso que não seja uma posição segura para se adotar em
provas, considerando que não houve afirmação expressa nesse sentido.
Fonte: http://www.dizerodireito.com.br/2017/12/informativo-comentado-886-
stf.html
Conforme estudado acima, qualquer órgão do Poder Judiciário, desde que dotado
de jurisdição, pode realizar o controle difuso, sendo justamente essa possibilidade que
o diferencia do chamado controle concentrado. Em assim sendo, o controle difuso
pode ser engendrado por meio de qualquer tipo de ação judicial.
Dessa forma, roda vez que a solução de uma causa específica depender do cotejo
preliminar entre um dispositivo e a Constituição, estaremos diante do controle difuso
que se realiza, pois, independentemente do exemplar de ação proposta.
Assim, temos que o debate constitucional não poderá se forma alguma ser
colocada como pedido principal da ação, sob pena de, usurpada indevidamente a
competência do STF. Nesse sentido, vejamos:
Vamos Esquematizar?
Fonte: esse material teve como base para a sua construção – Manual de Direito
Constitucional, Nathália Masson, 2017; Direito Constitucional Esquematizado, Pedro
Lenza; Curso de Direito Constitucional, Marcelo Novelino, blog do Dizer o Direito
(http://www.dizerodireito.com.br/) e anotações pessoais de aula.