Lei Da Floresta e Fauna Bravia

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Lei nr.

10/99,
De 07 de Julho

A importância económica, social, cultural e científica dos recursos


florestais e faunísticos para a sociedade moçambicana justifica que se
estabeleça uma legislação adequada, que promova a sua utilização
sustentável, bem como a promoção de iniciativas para garantir a
protecção, conservação dos recursos florestais e faunísticos, visando
a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Nestes termos e ao abrigo do preceituado no número 1 do Artigo 135


da Constituição, a Assembleia da República determina:

Capítulo I
Disposições Gerais

Artigo 1
(Definições)

Para efeitos da presente Lei, entende-se por:

1. Áreas degradadas: áreas com alterações adversas das


características do ambiente, que inclui, entre outras, a poluição,
a desertificação, a perda de habitat, a erosão e o
desflorestamento.

2. Avaliação do impacto ambiental: instrumento preventivo de


gestão ambiental, que consiste na identificação e análise prévia,
qualitativa e quantitativa, dos efeitos ambientais benéficos e
perniciosos de uma actividade proposta.

3. Biodiversidade: variedade de organismos vivos, incluindo


genótipos, espécies e seus agrupamentos, ecossistemas
terrestres e aquáticos e processos ecológicos existentes numa
determinada região.

4. Caça: a espera, perseguição, captura, apanha, mutilação, abate,


destruição ou utilização de espécies de fauna bravia, em

1
qualquer fase do seu desenvolvimento, ou a condução de
expedições para aqueles fins.

5. Comunidade local: agrupamento de famílias e indivíduos,


vivendo numa circunscrição territorial de nível de localidade ou
inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da
protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam
cultivadas ou em pousio, florestas, sítios de importância cultural,
pastagens, fontes de água, áreas de caça e de expansão.

6. Conservação: gestão sustentável dos recursos florestais e


faunísticos, sem colocar em risco a biodiversidade.

7. Concessão florestal: área do domínio público delimitada,


concedida a um determinado operador, através do contrato de
concessão, destinada à exploração florestal para o
abastecimento da indústria, mediante um plano de maneio
previamente aprovado.

8. Coutadas oficiais: áreas delimitadas de domínio público,


destinadas a caça desportiva, fomento do turismo cinegético e
protecção das espécies, nas quais o direito de caçar só é
reconhecido por via de um contrato de concessão celebrado
entre o operador e o Estado.

9. Consumo próprio: a exploração florestal e faunística exercida


pelas comunidades locais sem fins lucrativos para a satisfação
das suas necessidades de consumo e artesanato, com base nas
respectivas práticas costumeiras.

10. Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento baseado


numa gestão ambiental que satisfaz as necessidades da geração
presente sem comprometer o equilíbrio do ambiente, permitindo
que as gerações futuras também satisfaçam as suas
necessidades.

11. Despojos: a carne, a gordura, as peles verdes, o sangue e as


restantes partes do animal, não considerados troféus.

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12. Ecossistema: complexo dinâmico de comunidades vegetais,
animais e de microorganismos e o seu ambiente não vivo, que
interage como uma unidade funcional.

13. Ecossistema frágil: aquele que, pelas suas características


naturais e localização geográfica, é susceptível de rápida
degradação dos seus atributos e de difícil recomposição.

14. Erosão: desprendimento da superfície do solo pela acção


natural dos ventos ou das águas, intensificado por práticas
humanas de retirada de vegetação.

15. Espécie: qualquer espécie, subespécie ou uma das suas


populações geograficamente isoladas.

16. Defeso geral: período do ano que coincide com a reprodução e


crescimento das espécies faunísticas e florestais, durante o qual
as actividades de caça e de exploração florestal são proibidas
em todo o país.

17. Defeso especial: período do ano que coincide com a


reprodução florestal e crescimento de determinadas espécies
faunísticas e florestais, durante o qual são proibidas as
actividades de caça ou exploração florestal em determinados
locais ou para certas espécies florestais ou faunísticas.

18. Exploração florestal: conjunto de medidas e operações ligadas


à extracção dos produtos florestais para a satisfação das
necessidades humanas, designadamente abate, transporte,
serragem de material lenhoso, extracção, secagem, incluindo
fabrico de carvão, bem como a actividade de processamento de
madeira e quaisquer outras que a evolução técnica venha a
indicar como tais, independentemente da sua finalidade.

19. Exploração sustentável: utilização racional e controlada dos


recursos florestais e faunísticos, mediante a aplicação de
conhecimentos científicos e técnicos, visando atingir os
objectivos de conservação dos recursos para a presente e
futuras gerações.

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20. Fauna bravia: conjunto de animais terrestres, anfíbios e
avifauna selvagens, e todos os mamíferos aquáticos, de
qualquer espécie, em qualquer fase do seu desenvolvimento,
que vivem naturalmente, bem como as epécies selvagens
capturadas para fins de pecuarização, excluindo os recursos
pesqueiros.

21. Fazendas do bravio: áreas delimitadas, com ou sem vedações


mas devidamente sinalizadas, em que o direito de caçar é
limitado aos respectivos titulares do direito de uso e
aproveitamento da terra, ou àqueles que deles houverem
autorização, sendo que uns e outros carecem da respectiva
licença emitida pela autoridade competente.

22. Floresta: cobertura vegetal capaz de fornecer madeira ou


produtos vegetais, albergar a fauna e exercer um efeito directo
ou indirecto sobre o solo, clima ou regime hídrico.

23. Gestão integrada: administração dos recursos florestais em


conjunto com a respectiva fauna, incluindo o controlo e uso
desses recursos em conformidade com a legislação e sua
regulamentação, assegurando a participação efectiva das
instituições, comunidades locais, associações e do sector
privado.

24. Inventário florestal: recolha, medição e registo de dados sobre


a qualidade e o volume de recursos florestais, o estado de sua
dinâmica, a regeneração e os produtos que se podem obter por
unidade de superfície, de forma a fornecer informação para o
maneio sustentável de uma dada região ou floresta, em
particular.

25. Inventário faunístico: recolha, medição e registo de dados


sobre a composição por espécie ou animais, a densidade por
unidade de superfície, a densidade por grupo etário e por sexo e
o estado da densidade da população, de forma a fornecer
informação para o maneio sustentável da Fauna Bravia.

26. Monitorar: processo de observações e medições repetidas de


um ou mais elementos ou indicadores da qualidade ambiental,

4
de acordo com programas preestabelecidos, no tempo e no
espaço, para avaliar o impacto de actividades humanas nos
recursos naturais ou no meio ambiente.

27. Operadores nacionais: pessoas singulares nacionais e as


pessoas colectivas constiuídas, exclusivamente, por cidadãos
moçambicanos.

28. Parque nacional: espaço territorial delimitado que se destina à


preservação de ecossistemas naturais, em geral de grande
beleza cénica, e representativos do património nacional.

29. Plano de maneio: documento técnico onde constam as


actividades e outras medidas técnicas a serem implementadas
pelos vários intervenientes na conservação, gestão e utilização
dos recursos florestais e faunísticos.

30. Plantações florestais: estabelecimento de uma cobertura


vegetal arbórea, contínua, normalmente através do plantio de
árvores de espécies nativas ou exóticas.

31. Recursos florestais e faunísticos: florestas e demais formas


de vegetação, incluindo os produtos florestais, a fauna bravia, os
troféus e despojos, que tenham ou não sido processados.

32. Reserva nacional: espaço territorial que se destina à


preservação de certas espécies de flora e fauna raras,
endémicas, ameaçadas ou em vias de extinção, ou que
denunciem declíneo, e os ecossistemas frágeis.

33. Responsabilidade objectiva: obrigação legal imputada àquele


que causar dano para, independentemente da existência de
culpa ou dolo, repará-lo, compensá-lo e fazer ou deixar de fazer
alguma coisa.

34. Troféu: as partes duráveis dos animais bravios, nomeadamente


a cabeça, crânio, cornos, dentes, coiros, pêlos e cerdas, unhas,
garras, cascos e ainda cascos de ovos, ninhos e penas desde
que não tenham perdido o aspecto original por qualquer
processo de manufactura.

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35. Turismo cinegético: actividade de caça, incluindo a fotografia
ou filmagem de animais bravios com fins recreativos ou
comerciais.

36. Uso alternativo da terra: designação de áreas cobertas por


florestas e outras formas de vegetação natural para a agricultura,
pecuária ou outra utilização estabelecida em zoneamento ou em
plano de uso da terra que as descaracterizem da sua condição
original, incluindo obras públicas de grande impacto, tais como
estradas, caminhos de ferro, represas e passagens para torres
de transmissão de energia eléctrica.

37. Zonas de uso e de valor histórico-cultural: espaço territorial


delimitado com a finalidade de proteger florestas sagradas e
outros sítios de importância histórica e de uso cultural para a
comunidade local.

38. Zona tampão: porção territorial circunvizinha duma zona de


protecção, que forma uma faixa de transição entre a área
protegida e áreas de utilização múltiplas, com o objectivo de
controlar e reduzir os impactos decorrentes da acção humana na
zona de protecção respectiva.

39. Zoneamento: divisão e classificação do património florestal e


faunístico de acordo com o tipo de vegetação e uso alternativo
da terra.

Artigo 2
(Âmbito)

A presente Lei estabelece os princípios e normas básicas sobre a


protecção, conservação e utilização sustentável dos recursos florestais
e faunísticos no quadro de uma gestão integrada, para o
desenvolvimento económico e social do país.

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Artigo 3
(Princípios)

Os dispositivos da presente Lei e da sua regulamentação reger-se-ão


de acordo com os seguintes princípios:

a) do domínio público do Estado: os recursos florestais e


faunísticos naturais existentes no território nacional são
propriedade do Estado;

b) do equilíbrio: as políticas de desenvolvimento económico e


social e de preservação e conservação da biodiversidade, devem
envolver as comunidades locais, o sector privado e a sociedade
civil em geral, com o objectivo de se alcançar um
desenvolvimento sustentável no presente e para as gerações
vindouras;

c) da prevenção e da prudência: a introdução de espécies


animais e vegetais e de tecnologias modernas no sector florestal
e faunístico devem ser precedidos de estudos de avaliação do
seu impacto sobre os mesmos com vista a garantir a sua
sustentabilidade;

d) da responsabilidade objectiva: todo aquele que causar danos


em recursos florestais e faunísticos é obrigado a proceder à
respectiva recomposição ou compensar a degradação bem como
os prejuízos causados a terceiros, independentemente de outras
consequências legais;

e) da harmonia com as comunidades locais os órgãos locais


do Estado: promoção da conservação, gestão e utilização dos
recursos florestais e faunísticos sem prejuízo das práticas
costumeiras e em conformidade com os princípios da
conservação e da utilização sustentável dos recursos florestais e
faunísticos, no quadro da descentralização;

f) da participação do sector privado: envolvimento do sector


privado na gestão, conservação e exploração dos recursos
florestais e faunísticos, visando atribuir maior valor acrescentado,
e imprimir maior desenvolvimento para as comunidades locais;

7
g) do princípio do estudo e investigação: promoção de
investigação sobre as espécies nativas por forma a que todos os
utilizadores e intervenientes na conservação, gestão e utilização
destes recursos desenvolvam uma recolha de dados e medidas
a serem posteriormente processadas por entidades
competentes;

h) da educação ambiental formal e informal: educação e troca


de experiências entre as comunidades locais visando capacitá-
las sobre o maneio e conservação dos recursos florestais e
faunísticos;

i) da cooperação internacional: a concertação de soluções com


outros países e organizações internacionais na protecção,
conservação e gestão dos recursos florestais e faunísticos.

Artigo 4
(Objectivos)

Constituem objectivos a prosseguir, nos termos da presente Lei,


proteger, conservar, desenvolver e utilizar de uma forma racional e
sustentável os recursos florestais e faunísticos para o benefício
económico, social e ecológico da actual e futura geração dos
moçambicanos.

Artigo 5
(Património florestal)

O património nacional florestal, de acordo com o seu potencial,


localização e forma de utilização, tem a seguinte classificação:

a) florestas de conservação: constituídas por formações vegetais


localizadas nas zonas de protecção e sujeitas a um regime de
maneio especial;

b) florestas produtivas: constituídas por formações vegetais de


elevado potencial florestal, localizadas fora das zonas de
protecção;

8
c) florestas de utilização múltipla: constituídas por formações
vegetais localizadas fora das zonas de protecção e com baixo
potencial florestal.

Artigo 6
(Património faunístico)

O património faunístico é constituído pela fauna bravia existente no


território nacional e classifica-se em função da sua raridade, valor
económico e sócio-cultural por listas de espécies a serem
estabelecidas por diploma próprio.

Artigo 7
(Participação do sector privado nacional)

Na aplicação de medidas regulamentares da presente Lei, o Conselho


de Ministros deve incluir medidas que estimulem o sector privado
nacional a participar na exploração, gestão e conservação dos
recursos florestais e faunísticos.

Artigo 8
(Exportação de produtos florestais e faunísticos)

O Estado promove o estabelecimento de indústrias de processamento


de produtos florestais e faunísticos, visando aumentar, gradualmente,
as exportações de produtos manufacturados, através de medidas
regulamentares específicas.

Artigo 9
(Titular de uso e aproveitamento de terra)

Ao titular do direito de uso e aproveitamento da terra, quer adquirido


por ocupação, quer por autorização de um pedido, carece de licença
para exploração dos recursos florestais e faunísticos naturais
existentes na sua respectiva área, salvo quando for para consumo
próprio.

9
Capítulo II
Protecção dos Recursos Florestais e Faunísticos

Artigo 10
(Zonas de protecção)

1. As zonas de protecção são áreas territoriais delimitadas,


representativas do património natural nacional, destinadas à
conservação da biodiversidade e de ecossistemas frágeis ou de
espécies animais ou vegetais.

2. Consideram-se zonas de protecção:

a) parques nacionais;

b) reservas nacionais;

c) zonas de uso e de valor histórico cultural.

3. Compete ao Conselho de Ministros estabelecer uma zona


tampão em redor de quaisquer zonas de protecção, na qual
podem ser permitidos usos múltiplos com as restrições que
vierem a ser estabelecidas pelo respectivo plano de maneio.

4. Compete ao Conselho de Ministros criar, modificar ou extinguir


as zonas de protecção referidas nas alíneas a) e b) do número 2.

5. A gestão das zonas de protecção referidas nas alíneas a) e b) do


número 2 deve ser feita de acordo com o plano de maneio
elaborado com a participação das comunidades locais e
aprovado pelo sector de tutela.

6. Compete, aos respectivos Governadores Provinciais, declarar a


zona referida na alínea c) do número 2, nos termos e nas
condições a serem definidas por Decreto do Conselho de
Ministros.

7. A delimitação das zonas de protecção é, obrigatoriamente,


registada no Cadastro Nacional de Terras.

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8. Por razões de necessidade, utilidade ou interesse públicos o
Conselho de Ministros pode, excepcionalmente, autorizar o
exercício de certas actividades nas zonas de protecção referidas
na presente Lei.

Artigo 11
(Parques nacionais)

1. Os parques nacionais são zonas de protecção total delimitadas,


destinadas à propagação, protecção, conservação e maneio da
vegetação e de animais bravios, bem como à protecção de
locais, paisagens ou formações geológicas de particular valor
científico, cultural ou estético no interesse e para recreação
pública, representativos do património nacional.

2. Salvo por razões científicas ou por necessidades de maneio, nos


parques nacionais, são estritamente interditas as seguintes
actividades:

a) caça dentro dos limites do parque;

b) exploração florestal, agrícola, mineira ou pecuária;

c) pesquisa ou prospecção, sondagem ou construção de


aterros;

d) todos os trabalhos tendentes a modificar o aspecto do


terreno ou de características da vegetação, bem como a
provocar a poluição das águas e, dum modo geral, todo o
acto que, pela sua natureza, possa causar perturbações à
flora e à fauna;

e) toda a introdução de espécies zoológicas ou botânicas,


quer indígenas, quer importadas, selvagens ou domésticas.

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Artigo 12
(Reservas nacionais)

1. As reservas nacionais são zonas de protecção total


destinadas à protecção de certas espécies de flora e fauna
raras, endémicas, em vias de extinção ou que denunciem
declínio e os ecossistemas frágeis, tais como zonas
húmidas, dunas, mangais e corais, bem como a
conservação da flora e fauna presentes no mesmo
ecossistema.

2. Aplicam-se às reservas nacionais as permissões e


proibições previstas para os parques nacionais com as
excepções previstas nesta Lei.

3. Os recursos existentes nas reservas nacionais podem ser


utilizados, mediante licença, nos termos a regulamentar,
desde que não prejudiquem a finalidade específica que
determinou a sua criação e estejam de acordo com os
respectivos planos de maneio.

Artigo 13
(Zonas de uso e de valor histórico-cultural)

1. As zonas de uso e de valor histórico-cultural são áreas


destinadas à protecção de florestas de interesse religioso e
outros sítios de importância histórica e de uso cultural, de
acordo com as normas e práticas costumeiras das
respectivas comunidades locais.

2. Os recursos florestais e faunísticos existentes nas zonas


referidas no número anterior podem ser utilizados de
acordo com as normas e práticas costumeiras das
respectivas comunidades.

12
Capítulo III
Regimes de Exploração Sustentável dos Recursos
Florestais

Artigo 14
(Regimes de exploração florestal)

1. A exploração do património nacional florestal deve


observar os seguintes regimes:

a) exploração por licença simples;

b) exploração por contrato de concessão florestal.

2. Por decreto do Conselho de Ministros são fixados os


termos e condições para a exploração dos recursos
florestais nos regimes previstos no número anterior.

Artigo 15
(Exploração sob o regime de licença simples)

1. A exploração sob o regime de licença simples é sujeita a


quantidades e prazos limitados e é exercida,
exclusivamente, por operadores nacionais e pelas
comunidades locais nas florestas produtivas e nas de
utilização múltipla, para fins comerciais, industriais e
energéticos, com observância do plano de maneio
previamente aprovado.

2. Os titulares da licença referida no número anterior devem


comprovar, no acto do pedido, ter capacidade técnica de
corte e de transporte, bem como o destino dos produtos
florestais requeridos.

3. A exploração florestal exercida pelos membros das


comunidades locais para o consumo próprio é feito de
acordo com as normas e práticas costumeiras das
respectivas comunidades.

13
Artigo 16
(Exploração sob o regime de contrato de concessão
florestal)

1. A exploração sob o regime de contrato de concessão


florestal é exercida por pessoas singulares ou colectivas e
pelas comunidades locais nas florestas produtivas e nas de
utilização múltipla, para o abastecimento à indústria de
processamento ou energética com observância do plano de
maneio previamente aprovado pelo sector.

2. O titular da exploração sob o regime referido no número


anterior, deve garantir o processamento dos produtos
florestais obtidos, nos termos a regulamentar.

3. O titular da exploração por contrato de concessão pode


processar os produtos florestais extraídos pelos
operadores em regime de licença simples mediante
contrato a ser celebrado entre estes.

4. O contrato de concessão referido na presente Lei está


sujeito a um prazo máximo de 50 anos, renovável por
iguais períodos a pedido do interessado.

Artigo 17
(Área da concessão florestal)

1. Na determinação da área da concessão florestal deve-se


ter em conta, entre outros critérios a fixar por regulamento,
a capacidade técnica de processamento da indústria
florestal instalada.

2. A atribuição da área de concessão florestal é sempre


precedida de uma auscultação ou renegociação junto das
comunidades locais abrangidas na respectiva área, através
dos órgãos da administração local do Estado.

14
Artigo 18
(Direitos de terceiros)

A exploração florestal e faunística para fins comerciais,


industriais ou energéticos deve salvaguardar todos os direitos de
terceiros existentes dentro da área de exploração, bem como o
livre acesso das comunidades locais dentro da mesma, incluindo
os direitos de utilização dos recursos naturais de que estes
necessitam para a sua subsistência.

Artigo 19
(Exploração florestal para fins energéticos)

1. Por diploma próprio são estabelecidas as espécies de


produtos florestais destinadas à produção de lenha e de
carvão vegetal.

2. Os titulares da exploração em regime de licença simples e


em regime de contrato de concessão florestal, para a
exploração de madeira, gozam de preferência na aquisição
de licença para a produção de lenha e carvão, através dos
subprodutos da exploração, nos termos a regulamentar.

Capítulo IV
Regimes de Exploração Sustentável dos Recursos
Faunísticos

Artigo 20
(Regimes de exploração da fauna bravia)

1. A exploração da fauna bravia existente no país deve


observar as seguintes modalidades:

a) caça por licença simples;

b) caça desportiva;

c) caça comercial.

15
2. Por diploma próprio, são fixados os termos e condições, e
as quotas anuais de abate de animais bravios, bem como
os instrumentos permitidos para a prática de caça nas
modalidades referidas no número anterior.

Artigo 21
(Caça por licença simples)

1. A caça por licença simples é exercida por pessoas


singulares nacionais e pelas comunidades locais, nas
florestas de utilização múltipla e nas zonas de uso e de
valor histórico-cultural, com o objectivo de satisfazer
necessidades de consumo próprio.

2. O licenciamento da caça para os membros das


comunidades locais, nos termos do número anterior, é feito
pelos conselhos locais com as normas e práticas
costumeiras e em coordenação com o sector de tutela.

Artigo 22
(Caça desportiva)

1. A caça desportiva é exercida por pessoas singulares


nacionais ou estrangeiras, através do turismo cinegético,
nas coutadas oficiais e nas fazendas do bravio.

2. As pessoas singulares nacionais podem exercer a


modalidade de caça referida no número anterior nas zonas
de utilização múltipla, nos termos a regulamentar.

Artigo 23
(Caça comercial)

A caça comercial é exercida por pessoas singulares ou


colectivas nas fazendas do bravio, visando a obtenção de
despojos ou de troféus para comercialização, através da criação

16
de animais bravios nos termos da presente Lei e demais
legislação aplicável.

Artigo 24
(Instrumentos e meios de caça)

As restrições à prática de caça são objecto de regulamentação


específica, não sendo permitida a utilização de meios e
instrumentos que resultem na apanha ou abate indiscriminado de
espécies, tais como queimadas, explosivos, laços, armadilhas
mecânicas, substâncias venenosas e armas automáticas.

Artigo 25
(Caça em defesa de pessoas e bens)

1. A caça fora das modalidades previstas na presente Lei só é


permitida em defesa de pessoas e bens, contra ataques
actuais ou iminentes de animais bravios quando não seja
possível o afugentamento ou captura.

2. A caça referida no presente artigo é exercida prontamente,


após o conhecimento dos factos, pelas brigadas
especializadas do Estado ou pelo sector privado e pelas
comunidades locais devidamente autorizadas.

Artigo 26
(Troféus)

Por diploma próprio são estabelecidos os troféus sujeitos a


manifesto e aqueles considerados património do Estado.

17
Capítulo V
Repovoamento dos Recursos Florestais e Faunísticos

Artigo 27
(Plantações florestais para fins de conservação)

1. O Estado promove a recuperação de áreas degradadas


através de plantações florestais, preferencialmente, nas
dunas, bacias hidrográficas e nos ecossistemas frágeis.

2. Quando a degradação for provocada por desflorestamento,


incêndio ou quaisquer outros actos voluntários, o infractor é
obrigado a efectuar a recuperação da área degradada nos
termos e nas condições a serem definidos por regulamento
próprio, independentemente de outros procedimentos civis
e criminais que couberem.

3. Nas zonas de protecção, não é permitida a transformação


da área degradada para outra finalidade de uso, devendo
esta ser recuperada à sua condição anterior.

Artigo 28
(Plantações florestais para fins comerciais, industriais e
energéticos)

1. O Estado promove o desenvolvimento de plantações


florestais para fins comerciais, industriais ou energéticos,
consoante as características ecológicas de cada zona, nos
termos a regulamentar.

2. A actividade de plantação de espécies florestais exercida


por qualquer pessoa singular ou colectiva, nos termos da
presente Lei, beneficia de incentivos especiais, a serem
definidos por diploma próprio.

18
Artigo 29
(Repovoamento da fauna bravia)

1. O Estado promove o repovoamento da fauna bravia de


acordo com os planos de maneio previamente aprovados e
com a observância da legislação sobre a matéria.

2. Aquele que, de qualquer forma, provocar o declínio da


fauna bravia fica obrigado a efectuar o repovoamento das
espécies afectadas, nos termos e condições a serem
definidos por diploma próprio, independentemente de
outras sanções a que derem lugar.

3. A actividade de repovoamento da fauna bravia exercida por


qualquer pessoa singular ou colectiva, nos termos da
presente Lei, beneficia de incentivos especiais definidos
por diploma próprio.

Artigo 30
(Criação e exploração de animais bravios)

1. A criação e exploração de animais bravios deve ser feita


em áreas convenientemente vedadas, observando o Plano
de Maneio aprovado.

2. Os termos e condições para criação e exploração dos


animais, referidos no número anterior, são definidos por
diploma próprio.

Capítulo VI
Gestão dos Recursos Florestais e Faunísticos

Artigo 31
(Gestão participativa)

1. São criados conselhos locais de gestão de recursos,


constituídos por representantes das comunidades locais, do
sector privado, das associações e das autoridades locais do

19
Estado visando protecção, conservação e a promoção do uso
sustentável dos recursos florestais e faunísticos.

2. As atribuições e competências dos conselhos locais, referidos


no número anterior, são definidos por decreto do Conselho de
Ministros.

3. A gestão deve assegurar a participação das comunidades


locais na exploração dos recursos florestais e faunísticos e
nos benefícios gerados pela sua utilização.

Artigo 32
(Períodos de defeso)

Compete ao Conselho de Ministros estabelecer os períodos de


defeso geral e especiais previstos na presente Lei.

Artigo 33
(Delegação de poderes)

O Estado pode delegar poderes de gestão dos recursos


florestais e faunísticos, incluindo para fins de repovoamento de
espécies florestais e faunísticas, às comunidades locais,
associações ou ao sector privado, sem prejuízo da sua
fiscalização pelas entidades competentes.

Artigo 34
(Obrigatoriedade de autorização)

É obrigatória a autorização para a exploração, comercialização,


utilização, bem como o transporte de produtos florestais e
faunísticos por via terrestre, fluvial, marítima ou aérea, nos
termos da presente Lei e demais legislação aplicável, salvo
excepções previstas na lei.

20
Artigo 35
(Taxas)

1. São devidas ao Estado taxas pelo acesso e utilização dos


recursos florestais e faunísticos, bem como pelo exercício
do turismo contemplativo nos parques e reservas
nacionais.

2. Por decreto do Conselho de Ministros, são fixados os


valores das taxas referidas no número anterior, bem como
para a emissão de licenças de actividades, guias de
trânsito, certificados e demais autorizações.

3. São isentos do pagamento de taxas as comunidades


locais, pela utilização dos recursos florestais e faunísticos
para consumo próprio, nas suas respectivas áreas.

4. Independentemente da taxa de licença para a exploração


florestal e faunística, é devida uma sobretaxa para o
respectivo repovoamento florestal e faunístico.

5. Por diploma específico, são fixadas as percentagens dos


valores provenientes das taxas de exploração florestal e
faunística, destinadas ao benefício das comunidades locais
residentes nas respectivas zonas de exploração.

6. Compete ao Conselho de Ministros proceder à actualização


periódica dos valores das taxas.

Artigo 36
(Instrumentos da aplicação da lei)

1. São instrumentos fundamentais de aplicação da presente


Lei:

a) acordos de cooperação institucional, técnica e


científica, de nível nacional;

b) tratados e convenções internacionais;

21
c) contratos de concessão e autorizações de
actividades, tais como licenças, guias de trânsito e
certificados;

d) avaliação do impacto ambiental;

e) fundo de desenvolvimento de florestas e fauna


bravia;

f) regulamentos específicos e legislação complementar;

g) inventários florestais e faunísticos;

h) listas das espécies de flora e fauna;

i) medidas compensatórias e de recomposição do dano


ambiental;

j) plano de maneio;

k) programa de prevenção contra queimadas;

l) zoneamento florestal e faunístico;

m) programa nacional de florestas e fauna bravia.

Capítulo VII
Fiscalização

Artigo 37
(Exercício da fiscalização)

1. Compete ao Conselho de Ministros, nos termos a


regulamentar, garantir a fiscalização florestal e faunística,
visando monitorar, orientar e disciplinar as actividades de
conservação, utilização e maneio dos recursos florestais e
faunísticos.

22
2. Todo o cidadão, em especial os conselhos locais de gestão
de recursos, bem como os portadores de licenças, devem
colaborar no exercício da vigilância necessária à protecção
dos recursos florestais e faunísticos, participando as
infracções de que tiverem conhecimento à autoridade mais
próxima.

3. No exercício das suas funções, os fiscais de floresta e


fauna bravia, obrigatoriamente, devem usar uniformes
devidamente identificados e têm direito de porte e uso de
arma de fogo e outro equipamento a ser definido por
diploma próprio.

4. A fiscalização florestal e faunística é exercida pelos fiscais


de florestas e fauna bravia, pelos fiscais ajuramentados e
pelos agentes comunitários nos termos e condições a
definir por diploma próprio.

5. É obrigatória a apreensão, pelos fiscais de florestas e


fauna bravia, dos produtos florestais e faunísticos e dos
instrumentos utilizados na prática da infracção.

6. Os veículos e quaisquer outros meios utilizados no


transporte ilegal de recursos florestais e faunísticos são
considerados instrumentos, para os efeitos do número
anterior.

7. Os fiscais de florestas e fauna bravia, fiscais


ajuramentados e os agentes comunitários, sempre que
necessário, podem requisitar o auxílio da autoridade mais
próxima e reforço policial para garantir o exercício das suas
funções.

Artigo 38
(Postos de fiscalização)

23
1. São criados postos fixos e móveis de fiscalização florestal
e faunística, devidamente sinalizados, para a verificação do
licenciamento florestal e faunístico.

2. É obrigatória a paragem de pessoas e veículos nos postos


de fiscalização florestal e faunística, sempre que solicitados
pelos fiscais de florestas e fauna bravia, fiscais
ajuramentados ou pelos agentes comunitários.

Capítulo VIII
Infracções e Penalidades

Artigo 39
(Normas gerais)

1. As infracções previstas na presente Lei são punidas com


multa e acompanhadas de medidas de recuperação ou de
compensação obrigatória dos danos causados, sem
prejuízo de outras sanções a que derem lugar.

2. Compete ao Conselho de Ministros proceder à actualização


periódica dos valores das multas previstas na presente Lei.

3. O não pagamento voluntário da multa, sujeita o infractor a


consequências previstas na legislação penal, na jurisdição
onde foi cometida a infracção, independentemente de
outros procedimentos legais estabelecidos.

4. Por diploma específico, são fixados os valores


provenientes das multas por transgressão da legislação
florestal e faunística destinadas ao benefício dos diversos
intervenientes no processo de fiscalização e controlo dos
recursos florestais e faunísticos.

5. Para efeitos do número anterior consideram-se


intervenientes, no processo de fiscalização e controlo, os
fiscais de florestas e fauna bravia, os agentes comunitários
e as comunidades locais que tiverem participado no

24
respectivo processo de transgressão e, em geral, todo o
cidadão que tiver denunciado a infracção.

Artigo 40
(Crime de queimada florestal)

É condenado à pena de prisão até um ano e multa


correspondente, aquele que, voluntariamente, puser fogo e por
este meio destruir em todo ou em parte seara, floresta, mata ou
arvoredo.
Artigo 41
(Infracções florestais e faunísticas)

1. Constituem infracção, punível com pena de multa de


2.000.000,00 MT a 100.000.000,00 Mt, os seguintes factos:

a) realização de quaisquer actos de exploração florestal


sem autorização, ou em desacordo com as condições
de exploração;

b) prática de quaisquer actos que perturbem ou


prejudiquem a fauna em zonas de protecção;

c) caça sem licença, ou em desacordo com as


condições legalmente estabelecidas;

d) importação ou exportação de recursos florestais ou


faunísticos sem licença, ou em desacordo com as
condições fixadas pela lei;

e) abandono dos produtos florestais e faunísticos


objectos da licença.

2. Constituem infracção, punível com pena de multa de


1.000.000,00 MT a 20.000.000,00 MT os seguintes factos:

25
a) armazenamento, transporte ou comercialização de
recursos florestais ou faunísticos sem autorização, ou
em desacordo com as condições legalmente
estabelecidas;

b) recepção de recursos florestais ou faunísticos sem


que se tenha documento comprovativo da
autorização do vendedor ou do transportador.

3. Se a infracção for praticada contra espécies de flora e


fauna raras, ou em perigo de extinção, bem como
quaisquer outras cuja exploração é proibida, a multa
aplicável será 10 vezes o valor máximo previsto neste
artigo, sem prejuízo de outras sanções a que der lugar.

Artigo 42
(Circunstâncias agravantes e atenuantes)

1. Constituem circunstâncias agravantes na graduação das


multas, para além de outras fixadas na lei geral, os
seguintes:

a) cometer a infracção nas zonas de protecção;

b) cometer a infracção no período de defeso;

c) cometer a infracção contra espécies de flora e fauna


raras, ameaçadas ou em vias de extinção, assim
declaradas por lei;

d) ser o infractor fiscal de floresta e fauna bravia, fiscal


ajuramentado agente comunitário, autoridade
administrativa, policial, aduaneira, marítima ou agente
equiparado;

e) cometer a infracção durante a noite, nos domingos ou


feriados;

f) usar de violência, ameaça ou, sob qualquer forma,


opor-se ao exercício da fiscalização;

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g) ser o infractor, ou o responsável solidário, possuidor
de licenciamento florestal ou faunístico;

h) utilizar práticas e instrumentos proibidos;

i) cometer a infracção em grupos organizados

2. Constituem circunstâncias atenuantes na graduação das


multas, para além de outras fixadas na lei geral, os
seguintes:

a) ser infractor primário;

b) ter o infractor, espontaneamente, procurado os fiscais


de florestas e fauna bravia para, voluntariamente,
reportar o dano causado;

c) não ter o infractor conhecimento ou noção das


consequências do acto praticado, levando-se em
consideração os seus antecedentes, grau de
instrução, condições sócio-económicas, hábitos
regionais e local onde vive.

Artigo 43
(Responsabilidade solidária)

Respondem solidariamente pela infracção:

a) o beneficiário da infracção;

b) quem facilitar ou concorrer para a sua prática;

c) o fiscal de florestas e fauna bravia, o fiscal


ajuramentado e o agente comunitário que não
tomar as medidas previstas na presente Lei e
nos seus regulamentos, bem como todo aquele
que tinha a obrigação legal de colaborar no
exercício da vigilância, e não o tiver feito.

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Artigo 44
(Penas acessórias)

Da aplicação das penas de multa previstas na presente Lei,


resultam as seguintes penas acessórias:

a) reversão, a favor do Estado, dos produtos florestais e


faunísticos e dos instrumentos utilizados na prática
da infracção;

b) apreensão e cancelamento das autorizações emitidas


em nome do infractor;

c) suspensão, parcial ou total, das actividades


causadoras da infracção;

d) interdição de novas autorizações por período de um


ano.

Artigo 45
(Destino dos bens apreendidos)

Os produtos, objectos e instrumentos apreendidos e


declarados perdidos a favor do Estado, ao abrigo da
presente Lei, têm o seguinte destino:

a) alienação em hasta pública dos produtos, salvo


as excepções previstas na presente Lei;

b) doação dos produtos perecíveis a instituições


sociais e organizações sem fins lucrativos, após
a sua discriminação detalhada em auto de
apreensão;

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c) reencaminhamento dos exemplares vivos de
flora e fauna bravia à sua zona de origem, ou
às zonas de protecção mais próxima;

d) devolução dos instrumentos ao infractor


primário, desde que não sejam proibidos, após
o pagamento da respectiva multa e
cumprimento das outras sanções ou obrigações
legais.

Capítulo IX
Disposições Finais

Artigo 46
(Legislação anterior)

São revogados o número 2 do artigo 464 do Código Penal, bem


como as demais disposições legais que contrariem a presente
Lei.

Artigo 47
(Regulamentação)

Cabe ao Conselho de Ministros adoptar as medidas


regulamentares necessárias à efectivação da presente Lei.

Artigo 48
(Entrada em vigor)

A presente Lei entra em vigor noventa dias após a sua


publicação.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 14 de Maio de


1999.

O Presidente da Assembleia da República

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Eduardo Joaquim Mulémbwè

Promulgada em 07 de Julho de 1999.

Publique-se.

O Presidente da República

Joaquim Alberto Chissano

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