Xango

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TEMPLO DE UMBANDA CASA DA FÉ

AULA DE XANGÔ

Xangô Deus da justiça, Senhor das pedreiras


Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar
pedras.

Xangô é o Deus da Justiça e sua força está nas pedreiras, exercendo uma influência muito
forte em seus filhos, principalmente a Justiça. Todos os Orixás, evidentemente, são justos,
e transmitem este sentimento aos seus filhos, entretanto com os filhos de Xangô a Justiça
deixa de ser uma virtude para passar uma obsessão, o que faz de seus filhos um sofredor,
principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento, e não o da Justiça
Divina, quase sempre diferente do nosso que é muito terra. Esta análise é muito
importante.
Xangô é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante da 4ª.
Linha de Umbanda, que é a da Justiça Divina.

Como Orixá Universal, Xangô traz a Qualidade da Justiça Divina e a irradia o


tempo todo na Criação para dar equilíbrio, estabilidade e harmonia a tudo e a

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todos. É o Orixá do equilíbrio, da estabilidade e da razão. Sustenta e ampara
os seres que vivem o Sentido da Justiça de forma equilibrada.

Seu campo preferencial de atuação é a razão. Absorvendo as Irradiações de


Pai Xangô, o ser é purificado em seus sentimentos e se torna racional, ajuizado
e um ótimo equilibrador do meio em que vive e dos seres à sua volta.

Podemos ver manifestações dessa Qualidade Divina através da atuação dos


Caboclos de Xangô, que têm procedimentos justos, retos e equilibrados.

Na Linha da Justiça, Pai Xangô forma um par puro com o Orixá Feminino
Egunitá, pois ambos atuam pelo elemento Fogo.

Além disso, Xangô também polariza com Iansã (Trono Feminino da Lei),
formando com Ela uma Linha Mista, uma vez que atuam por elementos
diferentes: Xangô é o

Fogo e Iansã é o Ar que expande esse Fogo Divino. Isso acontece porque há
uma ligação estreita entre Justiça e Lei e, portanto, também entre as atuações
dos Orixás Regentes de cada uma dessas Linhas (Xangô e Egunitá na Linha
da Justiça; Ogum e Iansã na Linha da Lei).

Xangô está em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos
governos, de um modo geral.

Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a solidez, a


organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e
cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também é o sentido de
realeza, o espírito nobre das pessoas, o poder de liderança.

O aspecto da razão aparece bem destacado no sincretismo de Xangô com São


Jerônimo, pois na imagem umbandista de São Jerônimo se vê a figura de um
leão colocado ao lado do Santo, onde o leão simboliza a razão acima do
instinto, pois Xangô nos chama à razão. E aqui há outro aspecto interessante:
essa imagem umbandista apresenta São Jerônimo segurando uma pedra na
mão (que seria a pedra de raio de Xangô) e tendo no colo os Dez
Mandamentos e um livro onde está escrito: “Juízo Final”. Essa presença dos
Dez Mandamentos na imagem associa Xangô a Moisés, pois foi Moisés quem
recebeu as Tábuas da Lei, nas quais os Dez Mandamentos teriam sido escritos
a fogo pelas mãos de Deus, segundo a versão católica. Vale lembrar que na

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imagem católica de São Jerônimo este aparece segurando apenas a Bíblia,
pois São Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, de modo que os leigos
pudessem entendê-la. Já na imagem umbandista de São Jerônimo, está o livro
escrito “Juízo Final”, livro que seria “a Bíblia” de Xangô, uma referência direta à
Justiça Divina que este Orixá representa.

Para Xangô, a Justiça está acima de tudo e sem ela nenhuma conquista vale a
pena: o respeito pelo rei é mais importante que o medo. É o protetor dos juízes
e operadores do Direito em geral.

Invocamos Pai Xangô para devolver o equilíbrio e a razão aos seres


exageradamente emocionados e desequilibrados. Também para clamar pela
Justiça Divina, visando ao corte de demandas cármicas, de magias negras etc.,
para recuperamos o equilíbrio e a saúde espiritual, mental, emocional e física.
Além disso, tudo o que se refere a estudos, a disputas judiciais, a contratos e a
documentos “trancados” pertence ao campo de atuação de Pai Xangô.

Quando pedimos a intervenção da Justiça Divina é preciso lembrar que ela vai
atuar em primeiro lugar em nós mesmos, verificando o quanto temos sido
justos com a nossa própria vida e com os nossos semelhantes. A balança da
Justiça pesa os dois lados de uma questão. E a machadinha dupla de Xangô
corta tudo que não esteja de acordo com a Justiça Divina, para só então trazer
o equilíbrio, a razão e a estabilidade, sempre de acordo com a nossa
necessidade e o nosso merecimento.

Na Umbanda, temos Pai Xangô Maior, que é o Trono Masculino da Justiça,


integrante da Coroa Planetária. E temos os Xangôs da Pedra Branca, da Pedra
Preta, das Sete Pedreiras, das Sete Montanhas etc., que regem imensas
Linhas de Trabalho, ação e reação, como os Caboclos da Pedra Branca,
Caboclos da Pedra Preta, Caboclos do Fogo. Esses “Xangôs” são Orixás
Intermediadores e regem subníveis vibratórios ou pólos cruzados por muitas
correntes eletromagnéticas, onde atuam como aplicadores dos Mistérios
Maiores, mas já em pólos localizados em subníveis vibratórios.

Xangô é associado aos números 3, 6 e 12, bem como ao Sol e ao planeta


Júpiter.

Seu primeiro elemento de atuação é o Fogo (que aquece, purifica, sustenta e


acalenta) e o seu segundo elemento é o Ar (que expande o Fogo).

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História- Xangô na África

Xangô é bastante cultuado na região de Tapá ou Nupê, a terra de origem de


sua família materna, segundo algumas versões históricas.

Xangô gosta dos desafios,

que aparecem nas saudações dos seus devotos, na África. Porém, o desafio é
feito sempre para ratificar o poder de Xangô.

A imagem de poder está sempre associada a Xangô. O poder real, por


exemplo, lhe é devido por se tornar o quarto Alafim (rei) de Òyó, a capital
política dos Nagôs-Yorubás, cidade mais importante da Nigéria. Xangô
destronou o próprio meio-irmão, Dadá-Ajaká, com um golpe militar. A
personalidade paciente e tolerante do irmão desagradavam Xangô e também o
povo de Òyó, que o apoiou como o seu grande rei, até hoje lembrado. É
preciso observar que tudo se passou numa sociedade tribal que vivia em
constantes guerras e onde o rei precisava ser guerreiro, decidido e destemido.
E Xangô é o rei que não aceita contestação, pois todos sabem de seus méritos
e reconhecem que seu poder é merecido.

O trono de Òyó já pertencia a Xangô por direito, pois foi seu pai, Oranian, o
fundador do reino. Xangô só fez apressar sua ascensão e foi o grande Alafim
de Òyó porque tomava as decisões mais acertadas e sábias e demonstrou,
acima de tudo, sua capacidade para o comando e um senso de justiça muito
apurado. Suas medidas, embora impostas, eram sempre justas. Era um rei
amado pelo povo, pois nos momentos de tensão respondia com eficiência e
também assumia a postura de um pai. Muitas lendas destacam seu destemor
e senso de justiça, sempre voltados para o bem coletivo.

Xangô é o irmão mais jovem de Dadá-Ajaká e também de Obaluayê. Contudo,


mais do que os vínculos de parentesco, a ligação entre Xangô e Obaluayê vem
da sua origem comum em Tapá, onde Obaluayê era mais antigo que Xangô.
Por respeito ao mais velho, em alguns lugares Obaluayê recebe oferendas na
véspera das celebrações para Xangô. Essa irmandade com Obaluayê vai
explicar os mitos que dizem que Xangô tem aversão à doença, à morte e aos
eguns e que manda seus filhos para Obaluayê e Omolu quando estão doentes

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ou para morrer: é que Obaluayê e Omolu regem o campo santo e são Orixás
Curadores, sendo Obaluayê também o Senhor das Passagens.

Não se pode falar de Xangô sem falar de poder.

Xangô expressa a autoridade dos grandes governantes e também detém o


poder mágico sobre o mais perigoso de todos os elementos da natureza: o
fogo. Seu poder mágico reside no raio, o fogo que corta o céu e destrói na
Terra, mas que transforma, protege e ilumina o caminho. O fogo é a grande
arma de Xangô e serve inclusive para castigar os que não honram seu nome;
daí a crença de que alguém que teve a casa atingida por um raio está sendo
castigado por Xangô. Tudo é questão de interpretação: o fogo de Xangô e as
suas pedras de raio removem os desequilíbrios localizados, para trazer o
equilíbrio do todo ou o bem maior. Não se trata de castigo, mas da distribuição
de Justiça e de retribuição. Diz um ditado popular: “quem deve paga e quem
merece recebe”.

Tudo o que se relaciona com Xangô lembra realeza: suas vestes, sua riqueza,
sua forma de gerir o poder. A cor vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada
à nobreza, só os grandes reis pisavam sobre o tapete vermelho. E Xangô pisa
sobre o fogo, o vermelho original, o seu tapete.

Dizem as lendas que Xangô era um homem bonito e vaidoso. Conquistava as


mulheres, só com o seu “olhar de fogo”. Iansã foi sua primeira esposa e a única
que o acompanhou até o fim da vida. Oxum foi a segunda esposa e a mais
amada.

A terceira foi Obá, que amou e não foi amada, sendo capaz de “cortar a orelha
esquerda” por amor ao seu rei. Tudo isso para dizer que os Orixás se
interrelacionam, atuam de forma conjunta e se complementam.

O símbolo mais tradicional de Xangô é o oxé, um machado de duas lâminas,


que lembra o (símbolo) de Zeus, em Creta. Esse machado representaria um
personagem carregando o fogo sobre a cabeça. Mas também lembra a
cerimônia chamada ajere, na qual os iniciados de Xangô carregam na cabeça
uma vasilha cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo; e ainda outra
cerimônia, chamada àkàrà, durante a qual engolem mechas de algodão
embebidas em azeite de dendê em combustão. Tudo isso remete à lenda

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segundo a qual Xangô tinha o poder de cuspir fogo, graças a um talismã que
Iansã lhe trouxe do território Bariba.

Esse “talismã” de Iansã seria o elemento Ar, que Ela rege, e que expande o
fogo.

Em algumas situações, além do oxé, Xangô também usa um làbà, uma bolsa
grande de couro ornamentado, onde guarda seus èdùn àrà, que lança sobre a
terra durante as tempestades. Os èdùn àrà são pedras neolíticas em forma de
machado, as pedras de raio consideradas emanações de Xangô, e são
colocados sobre um pilão de madeira esculpida (odó) consagrado a Xangô.
Outra vez a referência ao fogo e agora às pedras, fazendo lembrar a atuação
contundente de Xangô: o fogo que queima e destrói, mas que acalenta e
depois traz a razão, o equilíbrio e uma estabilidade firme como a das pedras,
dando sustentação a tudo e a todos.

Em sua dança, chamada alujá, Xangô brande orgulhosamente seu oxé


(machado). Assim que a cadência se acelera, ele faz um gesto de quem vai
pegar, num làbá imaginário (làbá é a sua bolsa de couro), suas pedras de raio,
para lançá-las sobre a terra.

Suas danças são acompanhadas por um tambor em forma de ampulheta


(bàtá), que é pendurado no pescoço dos tocadores por uma tira de couro. Seus
tocadores, os olúbatá, batem com uma tira de couro no lado menor do tambor
para fazer vibrar o instrumento, e com a mão fazem pressões mais ou menos
fortes do outro lado, para obter os tons da língua yorubá.

No Recife, o nome Xangô designa o conjunto de cultos africanos.

Lendas de Xangô

1- Xangô e seu Reino

Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era preto à direita e
branco à esquerda. Homem valente à direita e à esquerda. Homem valente em
casa e na guerra. Oranian fundou o Reino de Oyó, na terra dos Nagôs-
Yorubás. Durante suas guerras, ele sempre passava por Empê, território Tapá,
cujo rei fez uma aliança com Oranian e lhe deu a filha em casamento. Desta
união nasceu Xangô.

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Na sua infância em Tapá, Xangô só pensava em encrenca. Encolerizava-se
facilmente, era impaciente, adorava dar ordens e não tolerava nenhuma
reclamação. Só gostava de brincadeiras de guerra e de briga. Já crescido, seu
caráter valente o levou a partir em busca de aventuras gloriosas.

O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Ali chegando,


despertou o temor do povo, que desejou mandá-lo embora, dada a sua
aparência de guerreiro brutal, petulante e desordeiro. Mas Xangô os ameaçou
com seu oxé. Sua respiração virou fogo e ele destruiu algumas casas com suas
pedras de raio.

Então, todos de Kossô vieram pedir-lhe clemência, gritando: “Kabiyesi Xangô,


Kawo Kabiyesi Xangô Obá Kossô! (significado: Vamos todos ver e saudar
Xangô, Rei de Kossô!"). E assim Xangô tornou-se rei de Kossô, passando a
fazer de tudo pela comunidade, com alma e dignidade.

Mas Xangô se cansou daquela vida calma e partiu novamente. Chegou à


cidade de Irê, onde morava Ogum, o terrível guerreiro e poderoso ferreiro.
Ogum estava casado com Iansã, Senhora dos ventos e das tempestades, que
toda manhã acompanhava e ajudava o marido, carregando suas ferramentas
para a forja.

Xangô gostava de sentar-se ao lado da forja para ver Ogum trabalhar. Vez por
outra, Xangô olhava para Iansã que, furtivamente, também o espiava. Xangô
era vaidoso e elegante. Impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô,
Iansã fugiu com ele e tornou-se sua primeira mulher.

Xangô volta para Kossô, por pouco tempo. Depois segue com seus súditos
para Oyó, o reino fundado por seu pai. Lá encontrou o trono ocupado pelo
irmão mais velho, chamado Dadá-Ajaká, um rei pacífico, que amava a beleza e
as artes.

Xangô instalou-se em Oyó, em um novo bairro que chamou de Kossô, assim


conservando seu título de Obá Kossô (Rei de Kossô). Xangô guerreava para
seu irmão e expandiu o reino de Oyó para os quatros cantos do mundo. Xangô
então destronou Dadá-Ajaká e se fez rei, sendo assim saudado: “Kabiyesi
Xangô Alafin Oyó Alayeluwa!” – que significa: Viva o Rei Xangô, dono do
palácio de Oyó e senhor do mundo.

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Xangô construiu um palácio com cem colunas de bronze. Tinha um exército de
cem mil cavaleiros. Vivia entre seus filhos e suas esposas: Iansã, sua primeira
mulher, bonita e ciumenta; Oxum, sua segunda mulher, coquete e dengosa; e
Obá, sua terceira mulher, robusta e trabalhadora.

Sete anos mais tarde veio o fim do seu reino: Xangô, acompanhado de Iansã,
subiu a colina de Igbeti, cuja vista dominava seu palácio. Ele queria
experimentar uma nova fórmula que inventara para lançar raios. Mas a fórmula
era tão boa que destruiu todo o seu palácio! Adeus mulheres, crianças, servos,
riquezas, cavalos, bois e carneiros! Tudo havia sido fulminado, espalhado e
reduzido a cinzas...

Xangô, desesperado, e seguido apenas por Iansã, voltou para Tapá. Mas
chegando a Kossô, seu coração não suportou tanta tristeza, pela destruição de
seu reino. Xangô então bateu violentamente com os pés no chão e afundou
dentro da terra. Oxum e Obá se transformaram em rios. E todos se tornaram
Orixás; sendo Xangô o Orixá do trovão.

E aqui se vê o ciclo da movimentação de Xangô pela Criação, pelos 7 Sentidos


da Vida (pois 7 anos durou seu reinado) e sua atuação onde haja uma
necessidade de justiça, de equilíbrio e de uma organização que beneficie a
todos. E Xangô “viaja com os ares de Iansã”, sua primeira mulher; depois
“encontra seu amor em Oxum”; então “recebe a força do trabalho dedicado e
concentrado de Obá”; e finalmente “volta aos ares de Iansã para espalhar seu
fogo e seus raios”, tornando-se um Orixá, ao mesmo tempo em que suas
mulheres. Isso mostra, outra vez, o trabalho conjunto e simultâneo das
Divindades de Deus em favor da nossa evolução.

2- A justiça de Xangô

Certa vez, Xangô e seus exércitos enfrentaram soldados inimigos que tinham
ordens superiores de não fazer prisioneiros. As ordens eram para aniquilar o
exército de Xangô. E assim foi feito: os que caíam prisioneiros eram mortos,
mutilados, e tinham seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô
estava.

Isso provocou a ira de Xangô que, num movimento rápido, bateu com seu
machado na pedra, provocando faíscas que mais pareciam raios. Quanto mais
ele batia, mais os raios ganhavam forças, e mais inimigos eram abatidos.

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Tantos foram os raios, que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu
machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Os ministros de Xangô pediam
para os vencidos o mesmo tratamento que seus guerreiros haviam recebido:
mutilação, destruição total.

Mas Xangô não concordou, dizendo: “- Não! O meu ódio não pode ultrapassar
os limites da justiça. Eram guerreiros cumprindo ordens. Seus líderes é que
devem pagar!”

E levantou seu machado em direção ao céu, gerando uma série de raios


dirigidos contra os líderes, destruindo-os completamente. Em seguida, libertou
todos os prisioneiros que, fascinados pela sua maneira de agir, passaram a
seguir Xangô e a fazer parte de seus exércitos.

Essa lenda fala do domínio de Xangô no campo da Justiça; a Justiça que não
se engana e que alcança a tudo e a todos, na justa medida.

3-Oxalá - Pai de Xangô

Sàngò, filho de Obatalá, era um jovem rebelde e vez por outra saía pelo mundo
botando fogo pela boca, queimando cidades e fazendo arruaça. Obatalá era
informado de seus atos, recebendo queixas de todas as partes da terra, e
alegava que o filho era assim por não ter sido criado junto dele; mas que algum
dia conseguiria dominá-lo.

Certo dia, Sàngò estava na casa de Obá e deixou seu cavalo branco amarrado
junto à porta da casa. Obatalá e Odudua passaram por lá, viram o animal e o
levaram. Ao sair, Sàngò deu pela falta do animal e, enfurecido, saiu em sua
busca, perguntando aqui e acolá. Numa vila próxima, informaram-lhe que dois
velhos estavam levando consigo o animal, o que deixou Sàngò ainda mais
colérico. Alcançou os dois velhos e, ao tentar agredi-los, percebeu que eram
Obatalá e Odudua. Obatalá levantou seu opaxorô (cajado) e ordenou: "Sàngò
kunlé, foribalé".

Desarmado, Sàngò atirou-se ao chão, em total submissão a Obatalá. Tinha


consigo seu colar de contas vermelhas, que Obatalá arrebentou, a elas
misturando suas contas brancas e dizendo: "Isto é para que toda a terra saiba
que você é meu filho".

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Daquele dia em diante, Sàngò submeteu-se às ordens do velho rei.

Essa lenda nos fala do campo de atuação de cada Orixá. Um Orixá não é
maior que outro. Existe um “respeito” entre Eles. Cada Orixá tem uma
atribuição na Criação, e assim devemos amá-los, respeitá-los e reverenciá-los.

4-Xangô entrega seus filhos a Obaluayê e Omolu

Diz uma lenda que, apesar de ser um grande guerreiro, justo e conquistador,
Xangô detesta doenças, a morte e tudo aquilo que já morreu. É avesso a
eguns. Admite-se até que seja uma espécie de “ímã de eguns”, daí sua
aversão a eles.

Xangô costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluayê e Omolu sete


meses antes de morrerem, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas
mortas.

Esse mito destaca o campo de atuação de Obaluayê e Omolu no campo santo


e Suas regências sobre a doença, a morte e as passagens.

Características dos filhos de Xangô

Fisicamente, um filho de Xangô tem o corpo muito forte e com tendência à


obesidade. Mas sua boa constituição óssea suporta o físico avantajado.

No positivo: Os filhos de Xangô têm muita energia, auto-estima e a consciência


de serem importantes e respeitáveis. São fortes, um tanto autoritários,
ousados, cheios de iniciativa,obstinados, agem com estratégia e conseguem o
que querem. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Tudo o
que fazem marca de alguma forma sua presença. Fazem questão de viver ao
lado de muita gente e não gostam de ser esquecidos. Muito racionais e
meditativos, quando emitem sua opinião é para encerrar o assunto.
Conscientemente, são incapazes de ser injustos com alguém. O poder e o
saber são os seus grandes objetivos.

Quem tem a proteção de Xangô sente que nada nem ninguém abatem um filho
desse Orixá. Podem até conseguir levá-lo ao fundo do abismo, mas depois de
algum tempo ele renasce com mais vigor e volta a enfrentar o mundo de peito
aberto, sem medo.

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Os filhos de Xangô estão sempre cercados de muitas mulheres. Mas a
tendência é que aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre
homens. Quando se apaixonam, fazem de tudo para conquistar a pessoa
amada. Têm um forte senso de justiça, sabem ouvir, ponderar e apaziguar.
Não toleram mentiras, desonestidade e corrupção.

São passivos, racionais, meditativos, observadores, atentos, pouco falantes e


geniais.

Apreciam a leitura, a música, os discursos, a boa companhia e a companhia de


mulheres vivas e ligeiras, o aconchego do lar e a boa mesa. Gostam de se
vestir bem, mas com sobriedade

Não apreciam festas arrivistas, reuniões emotivas, companhias desequilibradas


e pessoas apáticas, egoístas e soberbas.

No negativo: Tornam-se calados e fechados, não abrem mão das suas


opiniões, são ranzinzas, vingativos e intratáveis.

Quando oferendar: Para pedir a cura de desequilíbrios emocionais, o


desenvolvimento do senso de justiça e agir com a razão equilibrada; para obter
o amparo da Justiça Divina em todas as situações de conflitos e quando
estamos sendo alvo de magias negativas ou sofrendo atuações negativas
cármicas; para obter auxílio em questões judiciais que estejam se arrastando;
para obter a expansão equilibrada e estável dos nossos projetos de vida.
Também para agradecer a proteção recebida em qualquer dessas situações.

Amaci: Água de cachoeira com hortelã macerada e curtida por três dias.

Oferenda: Velas brancas, vermelhas e marrons; cerveja escura, vinho tinto


doce e licor de ambrosia; flores diversas (cravos vermelhos, flores do campo
marrons ou vermelhas, palmas vermelhas, rosas vermelhas, etc.). Também é
costume incluir-se numa oferenda para Xangô o dendê, pimentas dedo de
moça e cumbucas com álcool, tudo simbolizando o elemento fogo.

Local para a oferenda: uma cachoeira, montanha ou pedreira.

Cozinha ritualística:

1) Amalá - É feito de várias maneiras. Dois exemplos: a) Cortar em lascas 12


quiabos e colocar numa gamela. Acrescentar 1 colher de sopa de açúcar cristal

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e cerca de 1 copo de água, aos poucos. Apoiar a gamela na altura do peito
(tórax) e bater a mistura com a mão direita, saudando o Orixá e a Ele
apresentando os elementos, e fazendo seus pedidos. A mistura vai “espumar”
um pouco e vai engrossar ligeiramente; b) Amalá feito com quiabo cortado, que
é acrescentado a um refogado de cebola ralada, camarão, sal, dendê (ou
azeite doce). Oferecer numa gamela forrada com massa de acaçá ou recoberta
de orégano.

2) Caruru: 250 g de camarão seco, 1 xícara de castanha de caju moída, igual


medida de amendoim torrado e moído, 1 cebola ralada, 3 tomates sem pele e
sem semente, 1 maço de cheiro verde picado, 1 litro de água fervente, 1 kg de
quiabo cortado em cruz, sal e pimenta-do-reino, 1 xícara de dendê. Lave o
camarão para retirar o excesso de sal e deixe de molho por 1 hora. Passe no
liquidificador. Junte a castanha, o amendoim, a cebola e os tomates picados e
bata de novo. Adicione o cheiro verde picadinho e reserve. Lave bem os
quiabos, escorra, coloque-os em água fervente e ponha sal e pimenta. Ferva
por 10 minutos. Acrescente a mistura de camarão e temperos. Deixe no fogo
por 20 minutos, mexendo sempre. Nos 5 minutos finais, junte o dendê.
Acompanhamentos: arroz, farofa de dendê, vatapá, xinxim de galinha. Servir
numa gamela forrada com folhas de louro fresco e polvilhada com orégano.

3) Rabada com polenta- Ingredientes: tomate, cebola, pimenta dedo de moça,


azeite de dendê (para os refogados); 1 rabada; 1 kg de quiabos; 1 polenta.
Preparo: Refogar tomate, cebola e pimenta dedo de moça, num pouquinho de
dendê. Cozinhar a rabada e separar o caldo. Preparar à parte uma polenta e
colocar numa gamela. Colocar os pedaços da rabada sobre a polenta. No caldo
que ficou do cozimento da rabada, cozinhar ligeiramente os quiabos cortados
em rodelas. Separar 12 quiabos inteiros e crus, para a decoração. Colocar o
quiabo refogado por cima da rabada que está na gamela. Decorar com os 12
quiabos inteiros, com as pontas para fora. Esses 12 quiabos simbolizam os 12
Ministros ou as 12 Qualidades de Xangô. Regar com um fio de dendê.
Observação: Pode-se substituir a rabada por carne de peito de boi.

4) Quiabo refogado em rodelas e enfeitado com 12 camarões cozidos e


passados no azeite de dendê.

5) Dobradinha temperada com cebola passada no dendê e enfeitada com 12


pimentas dedo de moça.

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Alguns Caboclos de Xangô:

Caboclo 7 Montanhas (de Oxalá e Xangô), Caboclo 7 Pedreiras (Oxalá/Xangô),


Caboclo da Pedra Preta (Xangô/Omolu), Caboclo da Pedra Branca
(Oxalá/Xangô), Caboclo do Fogo, Caboclo Pedra do Sol, Caboclo Pedra de
Fogo, Caboclo Rompe Montanha (Ogum/

Xangô), Caboclo Rompe Serra (Ogum/Xangô), Caboclo Pedra Vermelha


(Oxalá/Xangô), Caboclo do Sol, Caboclo Caramuru.

Alguns Exus de Xangô:

Exu Labareda, Exu Pedra Negra, Exu da Pedra Preta, Exu 7 Montanhas, Exu
das Pedreiras, Exu do Fogo, Exu Pinga Fogo, Exu Brasa, Exu 7 Fagulhas, Exu
Pedra do Fogo, Exu Corta-Fogo, Exu Pimenta, Exu 7 Pedreiras.

TRONO Trono Masculino da Justiça

Linha Justiça

Fator Graduador (fator puro) e Equilibrador (fator misto)

Essência Ígnea.

Elemento Fogo e Ar

Polariza com Egunitá (formando um par puro no elemento Fogo) e


também com Iansã (formando um par misto, onde
Xangô é o Fogo e Iansã é o Ar).

Cor Marrom, dourado, vermelho, vermelho e branco.

Fio de Contas Marrons leitosas; ou marrons e vermelhas alternadas;


ou vermelhas e brancas alternadas.

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Ferramentas O machado de dois gumes (Oxé) e a balança

Ervas Alfavaca roxa, alumã, angelicó (mil homens), aperta-ruão,


azedinha (trevo azedo, ou três corações), azougue,
bananeira, beti cheiroso, boldo baiano (ou orô), cafeeiro,
caferana, cavalinha (ou milho de cobra), caruru, cordão de
frade, eritina (ou mulungu), erva das lavadeiras (ou melão
de São Caetano), erva de São João, Erva de Santa Maria,
erva grossa (ou fumo bravo), erva de bicho, erva tostão,
goiabeira, hortelã, jarrinha, levante, manjericão roxo, mimo
de Vênus (ou amor agarradinho), morangueiro, musgo de
pedreira, nega-mina, noz moscada, panacéia, pára-raio, pau
de colher (ou leiteira), pau-pereira, pessegueiro, pixirica (ou
tapixirica), romã, sensitiva (ou dormideira), taioba,
taquaruçu (ou bambu amarelo ou bambu dourado), tiririca,
umbaúba, urucu, xequelê.

Símbolos O machado duplo ou de dois cortes (Oxê), a estrela de seis


pontas, a balança, o Livro das Leis.

Ponto na Natureza As montanhas, as pedreiras, a beira da cachoeira

Flores Flores do campo marrons e vermelhas, cravos


vermelhos e brancos, palmas e rosas vermelhas.

Essências Mirra, cravo.

Pedras Jaspe vermelho, bauxita, pedra do sol. Dia indicado


para consagração: 4ª-feira. Hora indicada: 07 horas

Metais e Minérios Metais: Cobre, bronze, latão.

Minério: Pirita- Dia indicado para consagração: 5ª-feira-


Hora indicada: 09 horas.

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Saúde Próstata, testículos, ovários, rins, bexiga, intestinos grosso e
delgado, apêndice, vértebras lombares, área pélvica e os
líquidos do nosso organismo (sangue, sucos gástricos,
esperma e o processo relacionado com o ciclo menstrual
feminino).

Planeta Júpiter e Sol

Dia da Semana Quinta Feira

Chacra Umbilical

Saudação “Kaô Kabecile!” (ou Kawó kabiyèsílé!), que significa:


“Venham ver o Rei descer sobre a terra!”

Bebida Cerveja preta, vinho tinto doce, vinho tinto seco, licor de
ambrosia, água mineral

Animais Leão, tartaruga, carneiro

Comidas Goiaba vermelha, marmelo, limão, mamão, manga rosa,


ameixa preta, pêssego, melão, melancia, abio, abricó, caqui,
fruta do conde, cajá-manga (ou cajamanga), jambo,
jerimum, quiabo.

Números 03, 06 e 12

Data Comemorativa 24 de junho

Sincretismo São João Batista, celebrado em 24 de junho. Também


São Jerônimo (Xangô Agodô). Alguns o sincretizam
ainda com São Pedro e com Moisés.

Incompatibilidades Caranguejo, doenças.

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Qualidades Alufan – Veste branco e suas ferramentas são prateadas. É
idêntico a um Airá e às vezes é confundido com Oxalufan.
Alafin - É o dono do palácio real, governante de Oyó. Vem
numa

parte de Oxalá e caminha com Oxaguian.

Afonjá – É o Xangô da casa real de Oyó. Fulmina seus


inimigos com o raio, pois recebeu o talismã mágico de
Iansã, a mandado de Obatalá. Recebe oferendas com
Yemanjá, sua mãe. Está sempre em disputa com Ogum, ora
pelo amor da mãe, Yemanjá, ora pelo amor de Iansã, Oxum
e Obá, suas eternas mulheres.

É o Patrono de um dos terreiros mais tradicionais e antigos


da Bahia, o Axé Opô Afonjá.

Aganju – Significa terra firme. Tem perna de pau e é


casado com Yemanjá. É o filho mais novo de Oranian. É
aquele que leva o

coração do inimigo na ponta da lança.

Agogo / Agodo / Ogodo – Inclinado a dar ordens e a ser


obedecido, foi ele quem raptou Obá. Recebe oferendas com
Yemanjá. Segura dois Oxês (machados). Sua pedra de raio
tem dois gumes. Lança raios e fogo sobre seu próprio reino
e o destrói.

Baru – Veste-se de marrom e branco. Recebeu de Oxalá


um cavalo branco como presente. Passado um tempo, Oxalá
voltou ao reino de Xangô Baru, onde foi aprisionado por
sete anos num calabouço. Calado no seu sofrimento, Oxalá
provocou a infertilidade da terra e das mulheres de Baru.
Com a ajuda dos babalawôs, Xangô Baru descobriu seu pai,
Oxalá, preso no palácio. Naquele dia mesmo, Baru e seu
povo vestiram-se de branco e pediram perdão ao grande
Orixá da Criação. Neste mito, Xangô surge como um rei

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humilde e solidário com a causa de seu povo.

Badè – Corresponde ao Xangô jovem dos nagôs. É o irmão


de Loko. Usa roupa azul com faixa atada atrás.

Jakuta – É aquele que atira as pedras, é a encarnação dos


raios e trovões. É a própria ira de Olorun, o Deus Criador.
Seu reino foi atacado por guerreiros de povos distantes,
quando seus súditos descansavam e dançavam ao som dos
tambores. Houve muita correria, mortes e saques. Jakuta
escapou para a montanha, seguido de seus conselheiros, de
onde acompanhava o sofrimento de seu povo. Irado,
chamou Iansã, sua mulher, que chegou com o vento, a
tempestade e seus raios. Os raios de Iansã caíram como
pedras do céu, causando medo aos invasores, que fugiram
em debandada. Mais uma vez, Jakuta foi acudido por Iansã,
que lhe deu o poder sobre as pedras de raio.

Koso ou Obakossô – Em sua passagem pela cidade de


Kossô, Xangô recebe o nome de Obakossô, ou seja, o rei de
Kossô. Depois de passar por Tapá, Xangô refugiou-se na
cidade de Kossô, mas a dor de haver destruído seu povo o
levou a suicidar-se. No momento da morte de Xangô, Iansã
chegou ao Orum e, antes que Xangô se tornasse um egun,
pediu a Olodumare que o transformasse num Orixá. E
assim, diz o mito, Xangô tornou-se um Orixá.

Oranifé – É o justiceiro reto e impiedoso, que mora na


cidade de Ifé. É muito conhecido pelo seu temperamento
imperioso e viril.

Não perdoa os erros de seus filhos.

Airá Intile – É o filho rebelde de Obatalá. É dele o mito


que conta a primeira vez que Airá Intile se submeteu a
alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas
vermelhas que Obatalá desfez, alternando as contas
encarnadas com as contas brancas dos seus próprios colares.
Obatalá entregou a Intile o seu novo colar, vermelho e

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branco. Daquele dia em diante, todos saberiam que ele era
seu filho. Para terminar, Obatalá fez com que Airá Intile o
levasse de volta ao seu palácio pelo rio, carregando-o nas
costas.
Airá Igbonam (Agoynham) ou Ibonã – É considerado o
pai do fogo. Tanto é assim, que na maioria dos terreiros, no
mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito
em que Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dança e canta
sobre as brasas

escaldantes das fogueiras.

Airá Mofe, Osi ou Adjaos – É o eterno companheiro de


Oxaguiã. Os Airás são as qualidades de Xangôs muito
velhos. Vestem-se de branco, usam segi (contas azuis), em
lugar dos corais vermelhos, e são originários da região de
Savê. Mas há quem considere que Airá seria um Orixá
diferente, e não uma qualidade de Xangô.

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ORAÇÃO DOS DOZE MINISTRO DE XANGÔ

Salve São Jerônimo,São João e São José!


Saravá, oh poderoso Pai Xangô!
Saravá os Doze ministros de Xangô!
Saravá meu pai Xangô e seus doze ministros da sua corte ,
grande Orixá,rei da justiça.

Senhor do trovão raiado olhai por mim no poder desta reza. Xângô poderoso,pai bondoso,mas
justiceiro,
peço aos teus Doze Ministros por mim,
para que me absolva no seu grande tribunal do céu e da terra.
Doze pedras sustentam tua coroa no mais altodos penhascos,
que pai Zambi te deu.Olhai por mim,meu pai.
Tu és um Deus,um orixá que reina no céu e na terra como:
Senhor Kaô
senhor Bá
Senhor Doju
Senhor Alafim
Senhor Agodô
Senhor Ajacá
Senhor Afunjá
Senhor Abomi
Senhor Sambará
Senhor Aganju
Senhor Airá
Senhor Baru

Estas são tuas faces,


que olham os teus filhos nesta terra de dor e de aflição.
Olha por mim meu pai,
e seus Doze Ministros sempre a meu lado e a meu favor.
Doze Ministros,Doze coroas,
Doze meses do ano eu vencerei e vencerá quem estiver ao meu lado,
pois assim,o meu pai,o senhor Xangô ,quer.
Ao 1º Ministro Abiódún
Eu peço pela minha saúde
Ao 2º Ministro Onikôvi
Eu peço vitória em tudo que eu queira e mereça.
Ao 3º Ministro Onanxókún
Eu peço perdão pelas minhas faltas
Ao 4º Ministro Obá Telá
Eu peço Amor, e que ele nunca me falte,que eu possa também dar a quem não tem.
Ao 5º Ministro Olugban
Eu peço justiça e que ela seja feita conforme sua vontade
Ao 6º Ministro Aresá
Eu peço coragem na luta , e nunca fugir dela.
Ao 7º Ministro Arê Otún
Eu peço sabedoria nas decisões.;

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Ao 8º Ministro Otun-Onikôi
Eu peço autoridade para mandar pra longe de mim os inimigos.
Ao 9 Ministro Otun-Onanxókún
Eu peço fartura na minha vida e na minha casa.
Ao 10º Ministro Nfó
Eu peço verdade a qualquer custo.
Ao 11º Ministro Ossi-Onikôyi
Eu peço união com os meus e a todos que estejam do meu lado.
Ao 12º Ministro Fkô-Kabá
Eu peço a Misericórdia de Xangô,
pois essa é a reza de invocação aos doze ministros .
E com esta reza eu estarei protegido,estarei guardado pelo poder,
pela Luz e pela Glória do senhor da Justiça.
Kaô Cabecile!Meu Pai Xangô.
Que assim seja!
E para sempre seja louvado.

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