Tese (Final)
Tese (Final)
Tese (Final)
Julho 2019
Dedico este trabalho à minha mãe Nuria, ao meu padrasto Pedro e aos meus melhores amigos
Lourenço, Miguel e José pois sem eles a minha vida não teria qualquer significado.
Índice Geral
Agradecimentos
Introdução 5
1. O compositor 6
1.1 Biografia 6
2. A obra 8
4. Conclusão
Introdução
Este trabalho começou de forma a ser uma alternativa à minha incapacidade de tocar
saxofone devido à minha situação médica e, consequente, impossibilidade de fazer a
PAA como os meus colegas.
Durante a sua fase de construção, o trabalho revelou-se entusiasmante e uma fonte de
aprendizagem devido a todos os factos que fui encontrando ao longo da minha
pesquisa. Muito desse entusiasmo devo à Escola Artística de Música do Conservatório
Nacional pelo percurso que me proporcionou. Percurso esse que se revelou difícil
devido à exigência presente mas que também gratificante devido às fantásticas
pessoas que me acompanharam.
Este ofício visa falar de uma das obras mais emblemáticas do repertório saxofonístico.
O trabalho vai ser divido em três partes: na primeira parte falarei do compositor e das
suas caraterísticas. Na segunda parte abordarei vários pontos da obra através da sua
história, análise e comparação clássico/jazz. Na terceira parte irei concluir o trabalho
com uma apreciação pessoal à obra e como a abordei na sua preparação para o recital.
1.O compositor
1.1Biografia
Das suas obras destacam-se a Sonata para Flauta e Piano (Op.14) e o Concerto
para Piano n.1 (Op. 7).
Robert Muczynski revela ter na base da sua inspiração autores como Beethoven,
Liszt, Prokofiev,Bartok, Copland e Samuel Barber. Ao saber que Muczynski
nasceu em Chicago no ano de 1929, ou seja, esteve em contato com o jazz e o
blue uma vez que nos anos 30 e 40, Chicago recebia concertos de artistas como
Louis Armstrong ou Buddy Guy, isto faz-me perceber as referencias do Jazz nas
suas composições. Trabalhou e viveu em Tucson perto da fronteira com o
México, tendo inclusive passado algum tempo naquele país. Assim a música
latina revela-se como mais uma influência das suas composições.
Robert Muczynski teve ainda como referência o livro «The Homophonic Formas
of a Musical Composition» de Percy Goetschius vindo a mostrar-se importante
na sua maturação como compositor. Este livro defende que, para uma
composição bem sucedida, devemos ter em consideração os seguintes
requisitos: Compreensão e comando dos sons; Imaginação fértil; Emoção;
Intelectualização equilibrada. (Cisler 1993)
Apesar de o compositor não ter escrito qualquer nota, Trent Kynaston evoca o
seguinte cenário:
Neste capítulo, irei abordar a obra em dois planos estilísticos distintos. Num primeiro
plano, uma interpretação clássica pela mão de Cristian Battaglioli. A segunda
interpretação será de Branford Marsalis logo mais jazzística.
Na performance de Cristian Battaglioli, o som é cheio e puramente clássico e o vibrato
é menos expressivo, ou seja, um «vibrato americano». Em termos da obra, o
saxofonista é mais disciplinado nas notações que nela existem (dinâmicas,
articulações, crescendos, descrescendos). No primeiro andamento, o principal
destaque vai para a grande expressividade oferecida ao «agitato» (a partir do
compasso 44). No segundo andamento, a articulação do intérprete é curta e as
acentuações são bem vincadas. Por fim, é importante referir a firme comunicação que
existe entre o saxofone e o piano durante toda a realização da peça.
Em contraste, Branford Marsalis, toca a peça com um som mais aberto e,
curiosamente, um vibrato mais expressivo, característico da escola francesa de
saxofone. A abordagem que o saxofonista americano faz à obra e mais livre, ou seja, as
articulações são diferentes (ex: no primeiro andamento, compasso 25, ele faz os
harmónicos ligado e no segundo andamento, no compasso 114, o saxofonista articula
a quarta colcheia); as dinâmicas são alteradas e o tempo é mais livre devido aos
«riterdandos» que o saxofonista e a pianista fazem. De referir também que os finais de
frases mais curtas nesta interpretação.
5. Conclusão