A Fonte Fecunda
A Fonte Fecunda
A Fonte Fecunda
A
fonte fecunda. In: PINSKY, Carla B. LUCA, Tania Regina de (orgs.). O historiador e
suas fontes. SP: Contexto, 2011, p. 61 - 91.
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“nas últimas décadas os textos literários passaram a ser vistos pelos historiadores como
materiais propícios a múltiplas leituras, especialmente por sua riqueza de significados
para o entendimento do universo cultural, dos valores sociais e das experiências
subjetivas de homens e mulheres no tempo”
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“Com a Nova História, enfim, o documento, em todas as suas formas, deixou de ser
entendido como expressão de verdade e transparência para ser analisado como um
monumento”
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“Desde o século XIX, porém, ‘literatura entrou a ser empregada para definir uma
atividade que, além de incluir os textos poéticos, abrangia todas as expressões escritas,
mesmo as científicas e filosóficas... Essa abrangência semântica desafiou literatos e
teóricos a estabelecerem critérios para uma definição mais precisa da manifestação
artístico-literária em seus aspectos intrínsecos”
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Aristóteles: mimise: representação ou imitação do mundo
“Os românticos do século XIX acrescentaram a isso a ideia de que o artista, além de
representar, também cria universos ainda não vistos, utópicos e imaginários”
“A partir da segunda metade do século XX, sob o influxo dos estudos linguísticos, uma
nova conceituação começou a ser empregada para caracterizar a especificidade da
criação literária. Passou-se a enfatizar não tanto o conteúdo das obras, mas o modo
como a literatura se realiza, ou seja, as formas de linguagem utilizadas para a criação
artística. O termo inventado para essa definição é literariedade...”
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“Se esse tipo de expressão é capaz de constituir algum conhecimento do mundo e alrgar
a visão do leitor, é por meio da transfiguração da realidade. No entanto, toda ficção está
sempre enraizada na sociedade, pois é em determinadas condições de espaço,tempo,
cultura e relações sociais que o escritor cria seus mundos de sonhos... explorando ou
inventando formas de linguagem”
Candido: “ela é uma construção de objetos autônomos com estrutura e significado; ela é
uma forma de expressão, isto é, manifesta emoções e a visão do mundo dos indivíduos e
dos grupos; ela é uma forma de conhecimento, inclusive como incorporação difusa e
inconsciente”
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“A pesquisa histórica tem contribuído justamente para a compreensão dos modos como
a literatura foi concebida, particularizada em relação a outras expressões orais ou
escritas, transmitida, lida, compartilhada ou apropriada pelos diferentes grupos sociais
das diversas épocas e sociedade...”
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“Clássicas seriam... aquelas obras que se impuseram no tempo por seu valor intrínseco,
o que implica admitir que as apreciações de bom e ruim tornem-se inevitáveis no
terreno da literatura e da arte... Elas são importantes não apenas para o publico leitor em
geral,mas tambem para os historiadores... Simplesmente porque aguçam a imaginação e
a sensibilidade, aspectos essenciais em nosso ofício”
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Razao a mais para eles não negligenciarem os lanços, atados ou soltos, entre a narrativa
histórica e narrativa literária
Romance histórico: “Os enredos dessas obras, ora mais fantasiosos ora mais realistas,
obedeciam a um modelo comum no qual a história, tratada com certa fidelidade aos
acontecimentos e personagens reais, bem como colorida com alguma glória, era o pano
de fundo para a ação dos personagens ficcionais”
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“Aliá, como bem demonstra Michel de Certeau, o método histórico, longe de ser
puramente empírico, consiste exatamente numa maneira de testar e submeter à critica as
teorias e os conceitos criados por outras disciplinas, pela explicitação da diferença e do
heterogêneo, aspectos descobertos nos processos sociais temporalmente localizados”
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Importancia do diálogo entre texto e contexto: “De acordo com essa concepção, texto e
cntexto não configuram polos incomunicáveis, ao contrário, é possível ler as marcas da
sociedade e da cultura no interior dos escritos, e de outro lado, compreender o
significado deles na sociedade... é imprescindível criar estratégias para estabelecer o
diálogo entre textos e o mundo circundante
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HAYDEN WHITE!
“Uma vertente que também é abundante busca analisar como são criadas nos textos as
reprsentações sociais, nacionais, regionais, morais, ideológicos, científicas... as visões
da cidade e do campo, da natureza e da técnica... as manifestações do imaginário
histórico coletivo e da subjetividade de homens e mulheres. ESSA LINHAR REQUER,
NECESSARIAMENTE, A INTERPRETAÇÃO DA FORMA E DO CONTEUDO DAS
OBRAS, OU SEJA, EXIGE QUE SUA ANÁLISE SEJA ARTICULADA AOS
CONTEXTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS”