Bardin, Laurence - Analise-De-conteudo-outra Edicao - Libro
Bardin, Laurence - Analise-De-conteudo-outra Edicao - Libro
Bardin, Laurence - Analise-De-conteudo-outra Edicao - Libro
Adriane Bruchez, Bruno Ciconet, Rejane Remussi, Luana Possamai, Vilmar Antônio
Gonçalves Tondolo
RESUMO
O estudo de caso ganha espaço como estratégia de pesquisa, buscando encontrar soluções
para dificuldades da vida real. Contudo, para que seus resultados sejam considerados válidos,
é necessária a utilização de alguns métodos como, por exemplo, a triangulação. Dessa forma,
o objetivo deste estudo consistiu em verificar a frequência da utilização do método de estudo
de caso qualitativo e da triangulação em artigos publicados entre os anos de 2008 e 2015 na
revista Brazilian Business Review. A metodologia de pesquisa consistiu em uma bibliometria,
exploratória, qualitativa e quantitativa, onde foram selecionados os artigos que, por sua vez,
especificavam o uso do estudo de caso qualitativo como método e a utilização de triangulação
como análise dos dados. Foi possível concluir, que dos 186 artigos analisados, 12 são
caracterizados como estudos de caso qualitativo, dentre os quais 8 não possuem triangulação,
mas buscam a credibilidade de seus resultados por meio de múltiplas fontes ou número de
entrevistas, os quais são fatores importantes no método de estudo de caso, mesmo que, não
dispensem a necessidade da utilização da triangulação (YIN, 2010). Ademais, 4 pesquisas
utilizaram a triangulação de fontes. Os demais tipos de triangulação não foram encontrados
nos estudos.
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa é um procedimento racional e sistemático que objetiva proporcionar
respostas aos problemas propostos, quando não se tem informação, ou quando a informação
disponível está desorganizada, não sendo possível relacioná-la com o problema (GIL, 2010).
A investigação científica fundamenta-se na lógica da metodologia empírica (POPPER, 2003),
visto que é caracterizada como um procedimento sistemático e reflexivo que objetiva a
aquisição do conhecimento através da descoberta de fatos e/ou leis (ANDER-EGG, 1978;
COLLINS; HUSSEY, 2005).
Após definido o que se pretende estudar, busca-se os procedimentos metodológicos
necessários, ou seja, a forma e o instrumental técnico para estruturar a pesquisa (BARROS;
LEHFELD, 1990). As metodologias são esquemas para a resolução de problemas que
diminuem a distância entre a imagem sobre o fenômeno e o próprio fenômeno (MORGAN,
1983). É uma forma instrumental para estabelecer os procedimentos lógicos que foram
utilizados na investigação científica dos fatos da natureza e da sociedade (GIL, 2008).
Todavia, para assegurar o prestígio e confiabilidade deste processo, é necessária a
adoção de um método de pesquisa adequado, capaz de contemplar da melhor forma possível o
problema de investigação (VERA, 1980). Deste modo, a metodologia das pesquisas
científicas pode ser classificada e definida conforme sua abordagem, finalidade e
procedimentos técnicos empregados (VERGARA, 2006).
A Ciência num determinado período da história acabou sendo mitificada, sendo que
não seguia um padrão que lhe proporcionava confiabilidade e validade científica. Porém,
atualmente, ela é entendida como qualquer assunto que possa ser estudado, utilizando o
Método Científico e outras regras especiais de pensamento, buscando a validade e
confiabilidade dos resultados (OLIVEIRA, 1997).
1
O desenvolvimento de produções científicas só se dá mediante o concurso dos
conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros
procedimentos científicos (GIL, 2010). A metodologia estuda os meios ou métodos de
investigação do pensamento correto, e do pensamento verdadeiro, e procura estabelecer a
diferença entre o que é verdadeiro e o que não é, entre o que é real e o que é ficção
(OLIVEIRA, 1997).
Dessa forma, é possível observar a relevância da utilização correta da metodologia nas
pesquisas científicas, pois proporciona confiabilidade e validade aos resultados encontrados,
sem deixar oportunidade de contradições e dúvidas quanto à veracidade das informações
obtidas. A confiabilidade pode ser obtida ainda por meio da utilização de alguns princípios
básicos dentro do estudo de caso, estabelecidos por Yin (2010), dentre os quais está o
conceito de triangulação.
Para tanto, o objetivo deste estudo consistiu em verificar a frequência da utilização do
método de estudo consistiu em verificar a frequência da utilização do método de estudo
qualitativo e da triangulação em artigos publicados entre os anos de 2008 e 2015 na revista
Brazilian Business Review.
Sendo assim, este estudo está estruturado da seguinte forma: a introdução, o
referencial teórico que abrange os conceitos da abordagem qualitativa de pesquisa, bem como
contempla o construto estudo de caso como método de pesquisa e o construto triangulação,
onde são conceituados os tipos de triangulação existentes. Após, é apresentada a metodologia
de pesquisa utilizada para o desenvolvimento do estudo, contendo a descrição detalhada dos
filtros de busca empregados para a realização do mesmo. Posteriormente, elencam-se os
resultados obtidos e confrontasse-os com a teoria. Por fim, apresentam-se as considerações
finais abrangendo as limitações da pesquisa realizada e sugestões para estudos futuros.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A revisão literária é fundamental para sustentar qualquer tipo de pesquisa científica, e
faz-se necessária, principalmente, por agregar confiabilidade ao estudo. Para Creswell (2007),
independentemente de se fazer uso de uma técnica quantitativa, qualitativa ou de métodos
mistos, a elaboração de uma proposta deve começar com uma revisão da literatura acadêmica.
3
Sob a ótica de Creswell (2007), por sua vez, é importante salientar que o objetivo não
se refere simplesmente às questões de pesquisa – aquelas questões que a coleta de dados vai
tentar responder. Diferentemente, o objetivo estabelece os propósitos, a intenção e a ideia
principal de uma proposta ou estudo.
Segundo Richardson (1999), a validade da pesquisa qualitativa não está relacionada ao
tamanho da amostra, mas pela profundidade com que o estudo é realizado.
4
O estudo de caso como estratégia de pesquisa pode ser utilizado para três propósitos:
exploratório, descritivo e explanatório. O estudo de caso pode ser único ou múltiplo, mas a
escolha de caso único é relevante somente quando representa um caso decisivo no teste de
uma teoria bem formulada ou um caso raro, que valha a pena documentar, ou sirva a um
propósito revelador (YIN, 2010). A unidade de análise pode ser um ou mais indivíduos,
grupos, organizações, eventos, países ou regiões. É uma estratégia de pesquisa utilizada em
diversas áreas, inclusive na empresarial, onde o caso é um elemento do profissional, que
permite reunir informações em relação a um determinado evento, produto, fato ou fenômeno
social contemporâneo, localizado em seu contexto específico, com o objetivo de reunir os
dados importantes sobre o objeto, dissolvendo as dúvidas para esclarecer questões pertinentes,
e assim, instruir ações futuras (CHIZZOTTI, 2006; ROESCH, 2005).
O estudo de casos múltiplos, nos quais vários estudos são conduzidos
simultaneamente, proporciona ao desenvolvimento de teorias. Cada caso é cuidadosamente
selecionado para que haja resultados semelhantes, ou seja, uma replicação lógica. O uso de
múltiplos casos garante maior validade ao estudo, e permite a generalização dos resultados
(YIN, 2010).
Hartley (1995) defende a ideia de que é importante contar com uma estrutura teórica
de referência antes de iniciar o trabalho, mas o mesmo deve ser amplo e não constituir um
elemento impeditivo para o aparecimento de novas ideias e conceitos explicativos.
Yin (2010) destaca a importância do tipo de questão proposta para distinguir os
estudos de caso de outras modalidades de pesquisa nas ciências sociais, o autor salienta que
essa estratégia de pesquisa é usada normalmente quando as questões de interesse do estudo
referem-se ao como e ao porquê; quando o pesquisador tem pouco controle sobre os
acontecimentos; e quando o foco se dirige a um fenômeno contemporâneo em um contexto
natural.
O estudo de caso é útil à construção de hipóteses e teorias, visto que suas principais
finalidades são a de descrever o fenômeno, gerar teorias e testá-las. Para a construção de
teorias sustentadas, o estudo de caso precisa atentar-se a dois aspectos: delimitar
adequadamente o escopo do problema e determinar os potenciais fatores ou variáveis que
serão observados (EISENHARDT, 1999). Eisenhardt (1999) destaca a importância de se
fazer a escolha dos dados por razões teóricas (perguntas não respondidas pelas teorias e
incongruências nelas verificadas em confronto com a realidade), uma vez que muitos estudos
de casos são realizados apenas pela facilidade de acesso à organização, e não por haver algo
relevante a ser pesquisado do ponto de vista teórico.
5
com a validade de uma pesquisa; e como uma alternativa para a obtenção de novos
conhecimentos, através de novos pontos de vista.
A triangulação é um caminho seguro para a validação da pesquisa. É a alternativa para
se empreender múltiplas práticas metodológicas, perspectivas e observadores em uma mesma
pesquisa, o que garante rigor, riqueza e complexidade ao estudo (DENZIN; LINCOLN,
2006). O uso de múltiplas fontes de evidencia na pesquisa de estudo de caso permite que o
pesquisador aborde uma variação maior de aspectos históricos e comportamentais,
desenvolvendo linhas convergentes de investigação. Dessa forma, qualquer conclusão do
estudo de caso é mais convincente, e precisa ser fundamentada em diversas fontes diferentes
de informação (YIN, 2010).
Denzin e Lincoln apresentam as vantagens da abordagem da triangulação, afirmando
que:
Dessa forma, quatro tipos principais de triangulação são mencionados, sendo eles: das
fontes de dados (triangulação de dados); entre os diferentes avaliadores (triangulação do
investigador); de perspectivas para o mesmo conjunto de dados (triangulação da teoria); e dos
métodos (triangulação metodológica); (DENZIN, 1970; PATTON, 2002).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia é uma forma instrumental para estabelecer os procedimentos lógicos
que foram utilizados na investigação científica dos fatos da natureza e da sociedade (GIL,
2008). É um processo intelectual para adquirir conhecimentos através da investigação de uma
realidade e a busca de novas verdades sobre um determinado fato. Assim, o objetivo
primordial de uma pesquisa é descobrir respostas para os problemas, mediante o emprego de
procedimentos científicos (FACHIN, 2006).
Dessa forma, esta pesquisa é caracterizada como quantitativa e qualitativa. O estudo é
de caráter quantitativo, que visa identificar a quantidade de artigos que utilizam o
método de estudo de caso qualitativo publicados no período de 2008 a 2015 na revista
Brazilian Business Review. A escolha da revista foi feita por se tratar de um periódico
importante na área da administração, e que está classificado como B1 segundo avaliação
realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Na
pesquisa quantitativa os resultados podem ser quantificados, e caracterizados como
constituintes de um retrato real de toda a população alvo da pesquisa.
7
A pesquisa quantitativa se centra na objetividade, recorre à linguagem matemática
para descrever as causas de um fenômeno e as relações entre variáveis (FONSECA, 2002). É
aquela em que o investigador usa primeiramente alegações pós-positivistas para
desenvolvimento de conhecimento, ou seja, raciocínio de causa e efeito, redução de variáveis
específicas e hipóteses e questões, uso de mensuração e observação e teste de teorias
(CRESWELL, 2007).
Trata-se também de pesquisa qualitativa, buscando realizar uma análise dos artigos
quanto à utilização da triangulação. A pesquisa qualitativa não se preocupa com
representatividade numérica, mas com o aprofundamento da compreensão de um grupo social
ou de uma organização (GOLDENBERG, 1997). Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao
mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas. O objetivo da amostra qualitativa é
produzir informações aprofundadas, podendo ser pequena ou grande, mas que seja capaz de
produzir novas informações (DESLAURIERS, 1991).
Quanto a seus objetivos, a pesquisa é classificada como exploratória, pois tem como
objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito ou a
construção de hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas envolve levantamento
bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado, ou análise de exemplos que estimulem a compreensão. Esse método é utilizado
normalmente em pesquisas bibliográficas e estudos de caso (GIL, 2010).
Quanto a seus procedimentos, a pesquisa é caracterizada como bibliométrica, pois
realiza o levantamento de referências teóricas publicadas por meios escritos e eletrônicos,
como livros, artigos científicos, ou páginas de web sites. Existem pesquisas científicas que se
baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas
com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a
respeito do qual se procura a resposta (GIL, 2010).
De acordo com Okubo (1997), entre as aplicações da bibliometria podem ser citadas: a
seleção de livros e publicações periódicas, a identificação das características temáticas da
literatura, a evolução de bibliografias e coleções, entre outros. A análise bibliométrica é um
método flexível para avaliar a tipologia, a quantidade e a qualidade das fontes de informação
citadas em pesquisas. O produto resultante da análise bibliométrica são os indicadores
científicos dessa produção.
Em relação ao objetivo da bibliometria, Rodrigues Sanchez (2008) afirma que:
Não é objetivo da bibliometria em coordenar um sistema matemático disperso e
alheio à dinâmica da comunidade científica, no qual somente se registrem, em forma
de anuário, os tipos de documentos gerados em um sistema de informação (...), é por
isso que definir metodologicamente esses indicadores é complexo, sobretudo a sua
homogeneização internacional (...), pois requerem técnicas advindas das ciências
sociais que permitem reconhecer padrões, qualidades e características a partir de
dados quantitativos; é aqui que se localiza a importância e a complexidade desse tipo
de indicadores, destinados a avaliar resultados de pesquisa em que implicitamente
existem hábitos e comportamentos com sentidos éticos desiguais a respeito de como,
para que e por que se publica e se cita. (RODRÍGUES SANCHEZ, 2008, p. 5).
Para filtrar os artigos com o intuito de identificar quais são caracterizados como
estudos de caso qualitativos, foi realizada a busca pelas palavras “qualitativo” e “estudo de
caso” no resumo e na descrição de metodologia aplicada. A partir disso, quatro pesquisadores
fizeram as análises dos mesmos, através da leitura dos trechos onde estas palavras estavam
presentes, garantindo que este foi o método utilizado. Os artigos que não possuíam as palavras
“qualitativo” e “estudo de caso” foram refutados, pois, ou não especificavam o método, ou
utilizavam as demais formas de metodologia existentes, que não são foco para este estudo.
8
Posteriormente, foi realizada a análise dos resultados qualitativos da pesquisa,
categorizando os artigos e identificando se houve triangulação ou não, e quais as formas de
triangulação utilizadas. Essa análise foi realizada através da leitura dos artigos filtrados,
caracterizados como estudos de caso qualitativos, buscando pela existência de alguma das
formas citadas por Denzin (1970) e Patton (2002) de triangulação.
Análise do Nível de
2008
Transparência das
Elizabeth de
Instituições Financeiras
Almeida Neves Análise documental
v.5 Brasileiras em Relação ao Análise de
2 Di Beneditto, e entrevistas em 3 Não
n.3 Acordo com o Novo Acordo conteúdo
Raimundo Nonato instituições
de Capitais (Basiléia II) -
Sousa da Silva
Um Estudo de Caso
Múltiplo
O Impacto da Formação
Marcelo Perin -
Gerencial no Desempenho 30 entrevista em
v.6 Cláudio Sampaio Análise
2009
Análise
Patricia Amelia documental,
v.7 Gestão cultural em negócios Análise de Triangulação
4 Tomei - Patrícia observação e 23
n.3 familiares conteúdo de fontes
Jaguaribe Ferrari entrevistas. Caso
único
2010
Entrevistas/análise
Rosalia Aldraci
Processo integrador de documental/
Barbosa Lavarda-
formação da estratégia e a observação direta. Combina-
v.7 Maria Teresa Triangulação
5 gestão do trabalho complexo Caso único. Não ção de
n.3 Canet-Giner- de fontes
– uma análise micro especifica Padrões
Fernando Juan
organizacional quantidade de
Peris-Bonet
entrevistas.
18 entrevistas semi-
Processo de inovação no Jonilto Costa
estruturada e
v. 10 contexto organizacional: Sousa, Maria de Análise de
2013
9
Uma análise das dimensões
Renata 14 entrevistas em Análise
estratégicas críticas para a
Giovinazzo profundidade e longitude-
v. 10 internacionalização das
7 Spers,James análise documental nal e Não
nº 2 empresas brasileiras nos
Terence Coulter em 6 organizações análise
mercados de base da
Wright distintas cruzada
pirâmide (BOP) globais
Entrevistas, 6
empresas distintas.
A pesquisa foi
realizada em dois
A Utilização de Sites de Marcos Hideyuki
momentos, Compara-
v. 11 Rede Social no Trabalho: Yokoyama,
9 primeiramente ção com a Não
nº 2 um Estudo de Caso em Tomoki
utilizando uma literatura
Empresas Brasileiras Sekiguchi
forma de
questionário e
2014
posteriormente
aprimorando-o.
19 entrevistas
As Influências da Dinâmica
semiestruturadas, Análise de
de Lógicas Institucionais na Maísa Gomide
v. 12 observação não conteúdo, Triangulação
11 Trajetória Organizacional: o Teixeira, Karina
nº 1 participante e Software de fontes
Caso da Cooperativa Veiling De Déa Roglio
análise documental Atlas TI
Holambra
em caso único
2015
14 entrevistas
Redes de Cooperação Lázaro Pereira de
semiestruturadas,
Tecnológica em Bio- Oliveira, Claudio
v. 12 observação não Análise de Triangulação
12 Manguinhos: o Papel das Pitassi, Antônio
nº 3 participante e conteúdo de fontes
Tecnologias de Informação Augusto
análise documental
e Comunicação Gonçalves
em caso único
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo objetivou a verificação da utilização do método estudo de caso qualitativo
nos artigos publicados nos anos de 2008 a 2015 na revista Brazilian Business Review, bem
como a apresentação de algum tipo de triangulação. Por meio de bibliometria, pode-se
constatar que dentro da amostra analisada (186 artigos) existe um número pequeno (12) de
estudos fazendo uso da metodologia de estudo de caso, assim como quanto ao uso da
triangulação para reforçar a validade da pesquisa, visto que apenas 4 realizaram a
triangulação.
Como resultado da análise de artigos, constatou-se que, nos artigos publicados nos
referidos anos, 33,3% da produção científica, fez uso de casos únicos fazendo uso da
triangulação. Todavia, 66,7% dos resultados foram realizados com múltiplos casos e
obtiveram percentual maior de entrevistas, porém, não foi utilizada a triangulação. Além
disso, quanto aos tipos de triangulação utilizados, foi possível constatar que houve somente a
utilização da triangulação de fontes, não havendo o uso de triangulação de investigadores,
metodológica ou teórica.
Verificou-se então, que a triangulação ainda é pouco utilizada nos estudos de caso,
sendo necessário que os pesquisadores deem mais atenção para esse detalhe, já que a
triangulação é considerada relevante para a validação e a confiabilidade dos dados obtidos em
pesquisas qualitativas.
Quanto aos objetivos do estudo pode-se dizer que estes foram alcançados, porém, seus
resultados não podem ser generalizados, visto que a análise baseou-se apenas em uma única
revista. Dessa forma, a sugestão para pesquisas futuras é que sejam realizadas análises de
outras revistas brasileiras, considerando-se o mesmo período de tempo, a fim de se verificar
se os percentuais das mesmas se aproximam aos do estudo realizado, e permitindo uma
melhor visualização do cenário científico quanto ao uso do estudo de caso qualitativo e da
triangulação.
11
REFERÊNCIAS
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GIBBS, G.; COSTA, R. C. Análise de dados qualitativos. Porto Alegre: Artmed, 2009.
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GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo, Atlas, 2008.
12
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro: Record, 1997.
GOODE, W.; HATT, P. Métodos em pesquisa social. São Paulo, SP: Nacional, 1973.
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Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
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SPERS. R. G.; WRIGHT, J. T. C. Uma análise das dimensões estratégicas críticas para a
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YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
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