Hipercalvinismo Hanko3

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O Que é Hiper-Calvinismo? (3)


Rev. Ronald Hanko

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / [email protected]

Continuamos aqui com a questão: “O que é hiper-Calvinismo? Como você o


definiria?”. Mostramos em nosso último artigo que hiper-Calvinismo é uma negação
do assim-chamado “dever da fé” e “dever do arrependimento”.

Esta negação é contra a Escritura. A Escritura diz em Atos 17:30 que “Deus ordena
agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam”. João o Batista em sua
pregação chamou até mesmo os fariseus e saduceus incrédulos ao arrependimento
(Mateus 3:8; Lucas 3:8). Jesus, também, chamou todos ao arrependimento em sua
pregação (Mateus 4:17) e censurou as cidades da Galiléia por não terem se
arrependido (Mateus 11:20). Quando ele enviou os 70, ele os enviou também para
aqueles que rejeitariam o evangelho e até mesmo os advertiu sobre esta rejeição
(Marcos 6:10,11); todavia, lemos que eles saíram e pregaram àqueles que eles
deveriam se arrepender (Marcos 6:12).

Nem existe alguma evidência de que quando Pedro pregou – no templo, após curar o
homem coxo – “arrependei-vos, pois, e convertei-vos (Atos 3:19), ele estava pregando
somente a “pecadores sensibilizados”. Certamente, Simão o feiticeiro não era um
“pecador sensibilizado” quando Pedro lhe disse: “Arrepende-te, pois, da tua maldade
e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração” (Atos 8:22).

Várias das passagens já citadas (Atos 3:19; 8:22) também implicam que o evangelho
exige fé da parte de todos que ouvem. A fé é parte da conversão, e uma pessoa não
pode orar a Deus por perdão sem também orar em fé. Assim, também, não é possível
que Jesus condene os fariseus por não crer se crer não fosse requerido deles (Mateus
21:25; Lucas 22:67; João 10:25, 26).

O hiper-Calvinista contorna estes versículos falando de tipos diferentes de


arrependimento e fé. Ele fala de “arrependimento judeu”, “arrependimento de
reforma”, “arrependimento circunstancial”, “arrependimento coletivo”, etc., e alega
que a Escritura também exige tipos diferentes de fé. Assim, ele insiste que muitos dos
versículos que já mencionamos exigem somente tais tipos de fé e arrependimento,
mas não o arrependimento e fé salvíficos.

Nós não negamos, certamente, que a Escritura fala de “fé” e “arrependimento” que
não são salvíficos (Atos 8:13; 2Coríntios 7:10; Tiago 2:19; Hebreus 12:17). Mas estes,
como sabemos, são simplesmente hipocrisia, e não encontram o favor de Deus. Eles
não podem, então, ser algo que Deus exija. Como Deus, que não mente, poderia,
falando através do evangelho, chamar os homens ao arrependimento ou fé que não
sejam sinceros ou salvíficos? Nem há a mínima evidência na Escritura de que ele faça
isso.

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Nós cremos, portanto, que a Palavra de Deus em Atos 17:30 deve ser tomada
seriamente por aqueles que pregam o evangelho. Rejeitamos a noção de que o
mandamento para crer e arrepender salvificamente deve ser ouvido somente por
aqueles que mostram alguma evidência de convicção. Isso não somente limitaria a
pregação do evangelho, mas no fim destruiria a verdadeira pregação do evangelho.

Como esperamos mostrar no próximo artigo, o mandamento para arrepender e crer é


uma parte integral da pregação não somente com respeito aos eleitos de Deus, mas
também para com os “réprobos”. Todos que se encontram debaixo de uma pregação
DEVEM ouvir este mandamento! Não somente é de acordo com a vontade de Deus
que ele deve ser pregado a todos indistintamente, mas isto é necessário até onde diz
respeito a pregação do evangelho. Negar isto é despir o evangelho do seu poder e
torná-lo uma exibição vazia e vã.

Fonte: Theological Bulletin, Vol. 6, Nº. 17

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