A Produção de Soja No Brasil - Uma Análise Econométrica No Período de 1994 - 2008
A Produção de Soja No Brasil - Uma Análise Econométrica No Período de 1994 - 2008
A Produção de Soja No Brasil - Uma Análise Econométrica No Período de 1994 - 2008
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................9
INTRODUÇÃO........................................................................................................10
CONCLUSÃO.........................................................................................................49
ANEXOS.................................................................................................................50
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................52
7
RESUMO
INTRODUÇÃO
A soja é uma das culturas agrícolas mais antigas do mundo. Nascida a mais
de cinco mil anos, passou a ser cultivada inicialmente pelos Ásiaticos mas hoje a
oleaginosa ja é produzida e consumida em diversos paises do globo.
Dessa forma a soja se configura hoje como uma das mais importântes
commodities para a economia mundial, essa importância está ligada a produção
de óleo e de farelo que são os principais subprodutos do processo de moagem do
grão. O óleo, com participação de 30% da demanda mundial por soja é
direcionado ao consumo humano enquanto o farelo que representa 69% dessa
demanda é utilizado como um componente proteico em formulações de rações,
sendo destinado ao consumo animal.
1- Conceito de Commodities
Dessa forma, podemos dizer que este mercado existe para tornar mais fácil
a distribuição / transferência do risco envolvido entre os agentes econômicos:
produtores primários, comerciantes, industriais, investidores e instituições
financeiras, no mesmo momento em que graças a saudável lei da oferta e da
demanda, passa a influenciar de maneira direta na formação dos preços futuros
das mercadorias e ativos financeiros transacionados nessas bolsas.
Nos últimos anos de acordo com o USDA, o Brasil –11° maior economia do
mundo, vem consolidando sua posição como importante produtor e maior
fornecedor para o mercado internacional. A expansão da produção excedeu a taxa
de crescimento da demanda domestica, deixando a produção em excesso para
mais exportações. Algumas políticas agrícolas se desenvolveram, incluindo as que
incentivaram o investimento no setor, alargando ainda mais os canais de
exportação. Pode-se observar esse movimento nas tabela 1 e 2:
Tabela 1
Tabela 2
ton mil US$ ton mil US$ ton mil US$ ton mil US$
De acordo com a consultoria Lafis (2008, p.2), ao longo dos últimos anos,
os preços de commodities agrícolas tiveram valorização com destaque para os
preços do milho, da soja e do trigo que foi motivada pela forte procura pelo milho
como insumo alternativo para o processo de fabricação do etanol nos EUA e pelo
aquecimento da demanda por alimentos nos países emergentes. Nesse cenário
internacional as cotações do trigo foram impulsionadas e as dos outros grãos
também com a finalidade de serem utilizados para a fabricação de ração para
animais. Soma-se a isso problemas localizados de oferta ao redor do mundo.
Como consequência do aumento do preço desses produtos, o valor bruto de suas
produções também seguem tendência de alta no país como pode-se observar no
gráfico abaixo:
Gráfico 1
Gráfico 2
Há mais de cinco mil anos a soja é cultivada, sendo assim, uma das
culturas agrícolas mais antigas do mundo. Nascida na Ásia, desenvolveu-se com
maior importância na agricultura chinesa, onde era considerada grão sagrado. Sua
cultura no ocidente, somente passou a ser mais conhecida quando os Estados
Unidos iniciaram a exploração comercial da soja forrageira no início do século XX,
tendo a área plantada para grãos ganhando maior força a partir da década de
1940 e área cultivada para forragem declinando até acabar na década de 1960,
quando a área destinada à produção de grãos crescia não somente nos EUA
como no restante do mundo. (www.gradualinvestimentos.com.br/portal/pdfs/soja)
Outro fator que garante uma boa perspectiva para a expansão da produção
mundial de soja é baseado no consumo per capita mundial de carnes, que ainda é
baixo e que, certamente irá promover uma elevação da demanda por soja
derivada do aumento do consumo de carnes, possibilitando assim uma ampliação
do cultivo desse grão em todo mundo, principalmente nos países que possuem
maior competitividade no setor.
___________________________
¹ BNDES Setorial, Desempenho da Cultura da Soja entre 1961 e 2003. Rio de Janeiro, n. 20, p. 127-222, set. 2004.
21
Tabela 3
Participação Média na Produção Mundial de Soja por
Continente - 1961/2003 (Em %)
CONTINENTE 1961/70 1971/80 1981/90 1991/2000 2001/03
África 0,25 0,29 0,48 0,54 0,57
Ásia 25,95 14,98 14,95 15,42 13,29
América Central 0,00 0,00 0,02 0,05 0,02
América do Norte 71,66 68,54 56,70 50,99 41,42
América do Sul 2,03 15,48 26,19 31,42 43,59
Europa 0,10 0,62 1,57 1,53 1,08
Oceania 0,00 0,09 0,09 0,05 0,03
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: BNDES
Gráfico 3
250
225
200
175
150
125
100
75
50
25
0
9
5
8
7
/9
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/9
/0
/0
98
00
02
03
04
05
97
99
01
06
20
19
19
19
20
20
20
20
20
20
Gráfico 4
21,1%
3,3%
45,1%
19,8%
5,2%
5,4%
Gráfico 5
10,2%
15,2%
38,8%
35,8%
A Austin Asis (2008, p.7) também projeta que entre os anos de 2003 e
2008, a produção Argentina cresça 49,3%, o mesmo percentual de crescimento da
produção da China. Além disso, o valor absoluto da produção é praticamente o
mesmo. Enquanto estima-se que a China produzirá 30,2 milhões de toneladas de
farelo de soja em 2008, espera-se da Argentina 29,5 milhões.
26
Tabela 4
Média Participação
2003/04 2007/08 Var.(%) Anual (%) 2008 (%)
1. EUA 33,0 39,9 20,9 5,2 24,7
2. China 20,2 30,2 49,4 12,4 18,7
3. Argentina 19,8 29,5 49,3 12,3 18,2
4. Brasil 22,4 24,5 9,6 2,4 15,2
5. EU 11,1 11,4 2,9 0,7 7,1
6. Índia 4,4 6,3 42,8 10,7 3,9
7. México 3,1 3,2 2,8 0,7 2,0
8. Demais 14,7 16,7 13,4 3,4 10,3
Total 128,7 161,7 25,7 6,4 100,0
Tabela 5
Produção 24.510
Exportação 12.900
Consumo 11.840
Estoques 1.603
Entre os países que mais consomem farelo de soja estão: União Européia,
os Eua, a China e o Brasil. Apesar de o Brasil estar em quarto maior consumidor
do produto, com uma distancia representativa em relação ao terceiro colocado, o
consumo brasileiro é o que mais cresceu entre os quatro países nos últimos 5
anos, com 54% de crescimento e China, UE e EUA com 53%, 8% e 12%
respectivamente.
Tabela 6
Nos últimos quatro anos, de acordo com a Austin Asis (2008, p.10), as
exportações mundiais de farelo de soja cresceram 27% e espera-se para 2008 um
crescimento em linha com os anos anteriores na ordem de 7% ao ano. O volume
exportado deve atingir 57,8 milhões de toneladas de farelo no final de 2008, contra
54,1 milhões em 2007.
Gráfico 6
30
25
20
15
10
0
2004 2005 2006 2007 2008
Tabela 7
Produção Mundial de Óleo de Soja (milhões de t)
Gráfico 7
9,2 9,8
1,0
2,6
3.1 – Metodologia
em que:
Os dados para o cálculo das taxas médias anuais do dólar provêm do site
www4.bcb.gov.br/pec/taxas/port/ptaxnpesq.asp?id=txcotacao que mantém o histórico
das taxas de câmbio divulgadas pelo Banco Central do Brasil.
Importante destacar que para o cálculo da taxa média anual do primeiro ano
da série que iremos utilizar: o ano de 1994, as taxas diárias consideradas desse
ano foram as registradas somente a partir de julho, uma vez que nos meses
anteriores a essa data a moeda vigente não era o atual Real.
Neste ano de 2008, segundo previsões feita pela Associação Brasileira das
Indústrias de Óleos Vegetais, estima-se que o Brasil exporte cerca de 24,8
milhões de toneladas de soja em grão contra uma produção de 59,9 milhões de
toneladas, ou seja, 41% do total produzido de soja em grão devem ser destinadas
ao exterior. Isso significa que esse percentual relevante estará por tanto sujeito as
oscilações nas cotações da soja em grão no mercado internacional cotado em
dólares americanos.
Com base no que foi informado no parágrafo anterior podemos deduzir que
a cotação da soja em grão no mercado internacional também irá impactar nas
decisões dos produtores no Brasil, uma vez que conforme as cotações subam ou
caiam no exterior ele pode decidir por aumentar ou diminuir o total de sua
produção.
Tabela 8
O fato de o milho ser uma cultura parecida com a cultura da soja em termos
de técnicas de plantio e colheita, clima semelhante para o cultivo e terem também
quase o mesmo mercado consumidor de grãos torna muito simples a opção de
troca de produção entre essas culturas. O mesmo agricultor pode migrar, por
exemplo, de um plantio de soja para passar a plantar milho em poucos meses.
Muitas vezes esse agricultor já possui terras para ambas as culturas apenas cabe
a ele a decisão de qual delas terá produção maior.
38
Essa certa facilidade que o agricultor tem de migrar de uma cultura para a
outra faz com que as cotações do milho no mercado também sejam importantes
para influenciar no total da produção da soja no Brasil. Por isso foi escolhida para
fazer parte do modelo essa variável e que para estar em coerência com as demais
variáveis do modelo também esta cotada em dólares americanos.
Tabela 9
Semelhança nas culturas de Soja e Milho
Recursos Naturais Soja Milho Unidades
Renováveis
chuva 0,9 0,9
Recursos da economia
Materiais
sementes 70,0 70,0 kg/(ha.ano)
calcário 650,0 650,0 kg/(ha.ano)
fertilizante 250,0 250,0 kg/(ha.ano)
pesticida 3,0 3,0 kg/(ha.ano)
herbicida 5,1 5,1 kg/(ha.ano)
combustível 180,0 180,0 litros/(ha.ano)
aço(depreciação) 14,2 14,2 kg/(ha.ano)
Serviços
m.obra técnica 0,8 0,8 horas/(ha.ano)
administração 4,8 4,8 horas/(ha.ano)
manutenção 43,1 43,1 dol.(ha.ano)
s.público(impostos) 14,5 14,5 dol.(ha.ano)
custeio 5,0 5,0 reais/(ha.ano)
seguro 1,0 1,0 reais/(ha.ano)
Fonte: FEA – Unicamp
39
Por último, mas não menos importante iremos utilizar no modelo uma
variável que tem impacto no custo de produção da soja. A variável escolhida para
essa finalidade foi o índice de preço dos fertilizantes, pois os fertilizantes
representam na grande maioria dos casos o componente mais custoso para o
plantio da soja. Esse insumo chega a representar mais de 40% dos custos totais
para essa cultura, dessa forma o seu preço possui grande influencia nas decisões
de produção dos sojicultores.
É importante destacar que mesmo pelo fato da maior parte dos fertilizantes
ser importada, o seu preço não depende apenas da cotação do dólar. Ele depende
também dos preços das matérias-primas necessárias para sua produção,
especialmente uréia, cloreto de potássio e fertilizantes básicos à base de potássio
que na grande maioria são derivadas do petróleo.
Desde janeiro de 2007 e até meados de 2008, por exemplo, o preço dos
fertilizantes foi fortemente afetado pelo aumento constante no preço do barril de
petróleo. Veja essa relação entre a evolução dos preços do petróleo e dos
fertilizantes conforme gráficos abaixo:
___________________________
² RABELLO, T. Alta do adubo preocupa produtor. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 28 maio 2008. Agrícola, p. 10.
40
Gráfico 8
FERTILIZANTES
Evolução, em %, do preço dos fertilizantes desde janeiro 2007
Janeiro/2007 = A 100%
200
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
JAN. F M A M J J A S O N D JAN. F M A M
Gráfico 9
PETRÓLEO
Evolução, em US$, do preço do barril de petróleo desde janeiro 2007
130
120
110
100
90
80
70
60
50
JAN. F M A M J J A S O N D JAN. F M A M
em que:
Tabela 10
R-Quadrado 0,9785
F-Statistc 63,9661
Durbin-Watson 3,1577
3.3.1 – O R – Quadrado
3.3.2 – O Teste F
Tabela 11
Teste F
Resultado do Teste
3.3.3 – O Teste T
Tabela 12
Teste T
H0: Bi = 0
H1: Bi ≠ de zero
t1 = ( I β1 I - 0) / ep (β1) t1 = 2,9101
t2 = ( I β2 I - 0) / ep (β2) t2 = 2,4111
t3 = ( I β3 I - 0) / ep (β3) t3 = 0,4647
t4 = ( I β4 I - 0) / ep (β4) t4 = -1,8880
t5 = ( I β5 I - 0) / ep (β5) t5 = 1,6586
t6 = ( I β6 I - 0) / ep (β6) t6 = 2,5148
Resultado do Teste
3.3.4 – Multicolinearidade
LnPTSt-1 1
LnTCt-1 0,8959 1
___________________________
³ Blanchard, O. J. Comentário. Journal of Business and Economic Statistics, vol. 5, 1967, p. 449-451.
46
3.3.5 – Durbim-Watson
Por último deve-se fazer mais um teste. Este para detectar a possível
presença de autocorrelação de primeira ordem dos resíduos. A autocorrelação
pode ser verificada através do teste de Durbim-Watson.
Tabela 14
3,15
d = 77
CONCLUSÃO
Outro fator que impactou os resultados obtidos com o modelo foi o fato de o
número de observações usado para compor a amostra dos dados não ser muito
significativo. Teve-se que utilizar por indisponibilidade de informações uma
amostragem com simplesmente 13 observações em que algumas variáveis não
apresentaram o efeito esperado.
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA
Autorização
Ass.:
CPF: 315.898.928-01
RG: 43.733.331-0