Milho
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Milho
Tecnologia de Aplicação de
Defensivos Agrícolas
República Federativa do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente
Silvio Crestana
Vice-Presidente
Documentos 102
Tecnologia de Aplicação de
Defensivos Agrícolas
Francisco Roberto de Azevedo
Francisco das Chagas Oliveira Freire
1a edição
1a impressão (2006): 50 exemplares
© Embrapa 2006
Autores
Introdução ................................................................. 9
Métodos de Aplicação
de Defensivos Agrícolas ............................................ 18
Equipamentos de Proteção
Individual (E.P.I.) ....................................................... 22
Avanços no Desenvolvimento de
Novos Equipamentos ................................................. 39
Introdução
A produção agrícola no Brasil vem demonstrando contínuos aumentos durante
os últimos anos e essa constatação é evidenciada pelo uso crescente dos
defensivos agrícolas, por meio da prática do controle fitossanitário (Souza,
2001b). No entanto, o aumento nos custos desses produtos, da mão-de-obra e
da energia elétrica, e a preocupação cada vez maior em relação à poluição
ambiental têm realçado a necessidade de uma tecnologia mais acurada para
aplicação de produtos químicos, bem como nos procedimentos e equipamentos
adequados à maior proteção ao trabalhador (Azevedo, 2001).
relação à cultura, ao homem e ao meio ambiente, mesmo que isto implique maiores
custos no equipamento de aplicação e treinamento do aplicador (Santos, 2002).
Defensivos Agrícolas
O alvo químico é o local onde se deve colocar o produto químico para que este
exerça adequadamente sua função de controle do alvo biológico, ou seja, é a
interação entre o alvo biológico e a capacidade de redistribuição desse produto
na planta (Ramos, 2002).
Cobertura do alvo
Corresponde ao número de gotas por unidade de área, obtido na pulverização e
varia de acordo com o agente a ser controlado e modo de ação do produto
(Ramos & Pio, 2003):
• Ponto de fusão - Quando o ingrediente ativo precisa ser moído para formula-
ções pó molhável, pó seco ou suspensões concentradas, é essencial conhecer
o seu ponto de fusão.
Os inertes são substâncias de baixo custo, neutras e que servem para diluir o
defensivo puro, para que possa ser empregado na forma de pó, funcionando,
portanto, como veículo do produto. Podem ser empregados o amianto, a apatita,
a areia, a argila calcinada, a atapulgita, a bentonita, a calcita, o caolim, a
diatomita, os diluentes vegetais, a dolomita, o enxofre, o talco, a
montmorilonita, etc. Um inerte pode ser bom para um tipo de formulação e ruim
para outra. Se for higroscópico, será bom para pó molhável e ruim para o seco.
Quando não é neutro, pode degradar o defensivo, podendo ocorrer fracasso no
controle do alvo biológico (Gallo et al., 2002).
Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas 13
Tipos de formulações
Os inseticidas, de acordo com Gallo et al. (2002), podem ser encontrados no
comércio nas seguintes formulações:
• Pó seco (P) - É aplicado conforme vem das fábricas, não devendo ser concen-
trado, contendo geralmente de 1% a 10% do ingrediente ativo.
• Pastas - A forma de pasta para ser aplicada sobre as partes vegetais. É o caso
da fosfina em pasta, utilizado para controle de coleobrocas em fruteiras. É
encontrado no comércio em bisnagas. A pasta bordalesa, para a proteção de
ferimentos e cortes, também se enquadra nessa categoria.
Formulação Necessidades
Continua...
Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas 17
Tabela 1. Continuação.
Formulação Necessidades
Vias de Intoxicação
De acordo com Meirelles et al. (1991), existem três vias de entrada de defensi-
vos agrícolas no organismo humano:
• Via oral - É a penetração do produto pela boca. Pode ocorrer durante o traba-
lho, quando o aplicador come, bebe ou fuma enquanto manipula os produtos
ou por práticas erradas na execução do trabalho. Ocorre também a qualquer
hora, quando alguém ingere bebida de algum recipiente contendo defensivo
químico ou quando bebe alguma solução de defensivo confundido com algum
outro tipo de líquido.
Métodos de Aplicação
de Defensivos Agrícolas
Os métodos de aplicação em uso atualmente podem ser agrupados em aplicações
por via sólida, líquida ou gasosa, de acordo com o estado físico do material a ser
aplicado. Dentre esses, o método predominante é aquele que usa a água como
diluente. Entretanto, em algumas condições, as dificuldades na obtenção e no
transporte de água podem conduzir à adoção de alternativas, como a aplicação
por via líquida sem o uso de água ou aplicações por via sólida. A aplicação por
via gasosa é bastante restrita, devido às dificuldades associadas ao processo
(Ramos & Pio, 2003).
• Condições climáticas.
Boa cobertura
Uma boa cobertura consiste em atingir o alvo biológico com uma boa uniformi-
dade de distribuição, evitando sobreposições e faixas sem aplicação.
Dosagem correta
Fator indispensável na aplicação de qualquer defensivo. A manutenção da dose
certa em todo o processo assegura economia. A dose excessiva, além de
provocar danos à cultura pela fitotoxicidade, naturalmente eleva os custos. A
dose correta assegura maior eficiência no controle, inclusive com a garantia de
efeito residual do produto.
Segurança na aplicação
Durante a aplicação de um defensivo, qualquer que seja sua classe toxicológica,
todas as precauções devem ser tomadas para que não haja intoxicação do
aplicador, cuidando-se para que o meio ambiente seja preservado.
22 Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas
Equipamentos de Proteção
Individual (E.P.I.)
Os EPI’s são vestimentas de trabalho que visam proteger a saúde do trabalhador
rural que utiliza os defensivos agrícolas, reduzindo os riscos de intoxicações
decorrentes da exposição. O risco de intoxicação é definido como a probabilidade
estatística de uma substância química causar efeito tóxico. Portanto, é uma
função da toxicidade do produto e da exposição. A toxicidade é a capacidade
potencial de uma substância causar efeito adverso à saúde. Todas as substâncias
são consideradas tóxicas, e a toxicidade depende, basicamente, da dose e da
sensibilidade do organismo exposto. Quanto menor a dose de um produto capaz
de causar um efeito adverso, mais tóxico é o produto. Como o usuário não pode
alterar a toxicidade do produto, a única maneira concreta de reduzir o risco é
diminuir a exposição, obtida pela utilização dos EPI’s (Iwami et al, 2001).
Principais EPI’s
• Luvas - Protegem as mãos da contaminação dérmica. Existem vários tipos no
mercado, mas, de modo geral, recomenda-se a aquisição das luvas nitrílica ou
neoprene, as quais podem ser utilizadas com qualquer tipo de formulação.
Durante as aplicações
• Ler o rótulo do produto a ser preparado e seguir corretamente as suas instruções.
• Realizar a lavagem dos utensílios utilizados, pelo menos três vezes, colocando
a calda dentro do pulverizador.
• Juntar o material após o preparo da calda, como copo medidor, balde, panos,
balanças, água e sabão. Nunca utilizar esse material em outras atividades.
Após as aplicações
• Caso sobre calda após as aplicações, diluir e aplicar em carreadores e
bordaduras.
Tipos de bicos
• Bico de jato cônico - Os bicos de jato cônico ainda são de uso muito comum
dentre os bicos hidráulicos, sendo os de cone vazio os predominantes. A
deposição de gotas concentra-se somente na periferia do cone, não havendo
gotas no centro. Já nos de cone cheio, as gotas atingem o centro da pulveriza-
ção. Eles podem ser ainda da série X e da série D. A capa e o corpo são
comuns para todos os bicos da marca. Nos bicos da série D, o filtro é de
ranhuras e não de malhas, como nos demais. O difusor (também conhecido
como caracol, espiral, core, etc), serve para proporcionar movimento helicoidal
ao jato líquido que por ele passa. Após iniciar esse movimento, o líquido passa
por um orifício circular do disco, abrindo-se em um cone. O difusor recebe
numerações como 13, 23, 25, 45 etc. O primeiro algarismo indica o número
de abertura e o segundo, o tamanho da abertura. O disco recebe numerações
de D2, D4, D5, etc., indicando o diâmetro do orifício. Da combinação difusor-
disco resulta a identificação do bico. Nos bicos jacto, o difusor é identificado
por meio do número de furos: o difusor 1 possui um furo, o difusor 2 dois
furos. O disco jacto pode ser 10 ou 14, sendo esses números também indica-
dores do diâmetro do orifício (1,0 mm e 1,4 mm, respectivamente). A identifi-
cação do bico jacto é feita assim: JD14-1 (disco 14, difusor de um furo).
• Bico de jato leque de impacto - Nesse tipo de bico, o jato líquido bate em um
plano inclinado e abre-se em forma de leque. Eles operam com pressões muito
baixas, a partir de 0,7 bar. Normalmente, são de alta vazão e produzem gotas
grandes, porém as utilizações desses bicos de impacto de baixa vazão produ-
zem gotas relativamente pequenas (TK 0,5). O padrão de deposição dos bicos
não é muito regular e por isso, a sua utilização em barras apresenta problemas
de sobreposição, tornando a deposição bastante irregular.
A Spraying Systems lançou o Turbo Floodjet TF-VS, que produz gotas maiores
que as defletoras normais, abrindo um ângulo de 130o e com um perfil de
deposição elíptico, largo e afinado, ideal para barras de aplicação em área total,
com excelente distribuição e baixo coeficiente de variação ao longo da barra.
60 176 6,30
80 74 11,00
100 38 16,70
110 28 16,88
150 10 23,00
200 5 32,40
Classes de pulverização
A determinação do tamanho das gotas é fundamental para se enquadrar a
pulverização dentro das classes: muito fina, fina, média, grossa e muito grossa.
Os bicos devem ser enquadrados nessas classes e as recomendações de seus
usos são estabelecidas segundo a classificação. Um bom catálogo de bicos traz
sempre a classificação deles nas diferentes condições de uso (Tabela 3).
30 Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas
Classificação Pm)
Vmd (P
Aerossol < 30
Fatores climáticos
As gotas de pulverização, após serem geradas pelos bicos dos pulverizadores
em processo de queda até o alvo biológico a ser atingido, são influenciadas por
três fatores climáticos:
Umidade relativa do ar
A velocidade de evaporação de uma gota aquosa pode ser reduzida ou aumenta-
da em razão da maior ou menor porcentagem de umidade do ar, influindo
diretamente no rendimento operacional do equipamento. Em baixa umidade, a
gota ao ser liberada pelo processo de pulverização perde líquido e peso pela
evaporação, tornando-se cada vez mais leve, podendo ser arrastada ou desviada
de sua trajetória inicial e prevista, chegando a ponto de secar completamente
sem atingir o alvo biológico. A umidade mínima deve estar em torno de 50-55%.
Velocidade do ar
Escala Beaufort
aproximadamente Descrição Sinais visíveis Pulverização
(à altura de 10 m)
na altura do bico
Pulverização
Menos que Fumaça sobe
Força 0 Calmo não
2km/h verticalmente
recomendável
Pulverização
A fumaça é
2,0 - 3,2 km/h Força 1 Quase calmo não é
inclinada
recomendada
As folhas
oscilam. Sente- Ideal para
3,2 - 6,5 km/h Força 2 Brisa leve
se o vento na pulverização
face
Folhas e ramos
Evitar
finos em
6,5 - 9,6 km/h Força 3 Vento leve pulverização de
constante
herbicidas
movimento
Movimento de
galhos. Poeira
Vento Impróprio para
9,6 - 14,5 km/h Força 4 e pedaços de
modeerado pulverização
papel são
levantados
Temperatura
Temperaturas muito altas promovem a evaporação rápida da umidade das plantas
e do solo, causando a formação de correntes térmicas ascendentes, prejudicando
também a deposição adequada das gotas, as quais serão freadas em sua queda e
mantidas em suspensão durante muito tempo, ou arrastadas pelos ventos e
correntes, antes de atingirem o alvo, devido à formação de “bolsões” ou “almo-
fadas” térmicas. Temperaturas abaixo de 15oC diminuem a atividade fisiológica
das plantas, reduzindo a absorção de produtos que apresentam instabilidade
física ou química, como é o caso dos sistêmicos ou de ação translaminar. A
temperatura ideal deve estar abaixo de 32oC.
Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas 33
Regulagem e Calibração de um
Pulverizador de Barras
A regulagem é o processo de adequação do pulverizador à operação que irá
realizar. Nesse momento deverão ser definidos a malha dos filtros, o tipo,
direcionamento e espaçamento das pontas a serem empregadas, a velocidade de
trabalho, a cobertura sobre o alvo químico selecionado, etc. Após a regulagem, é
realizada a calibração, onde se determina o volume de calda aplicado e a quanti-
dade de produto a ser colocado no tanque do pulverizador (Ramos, 2002).
Para calibrar o pulverizador, este deve ser levado até o local de trabalho, onde se
verifica a velocidade ideal para as condições de topografia, a cultura, o preparo
do solo, o equipamento e, mesmo, a capacidade do operador. Isso deve ser
realizado no campo onde será aplicado o produto (Ramos & Pio, 2003). Na
prática, Santos (2002) demonstra os procedimentos que devem ser seguidos:
• Verificar na tabela de bicos qual o mais adequado e a que pressões poderão ter
a vazão mais próxima da encontrada, considerando uma variação de ± 10%
para os valores da tabela.
34 Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas
Tipos de derivas
• Endoderiva - Ocorre por ocasião da aplicação de um produto químico na parte
foliar de uma cultura, quando muitas gotas podem passar pela folhagem e
atingir o solo, principalmente nas entrelinhas. Outras gotas que atingem as
folhas podem se coalescer, de tal maneira que não são mais retidas e escorrem
para o solo. Essas perdas internas estão ligadas às aplicações de altos volumes
e com gotas grandes que, geralmente, ultrapassam a capacidade máxima de
retenção de líquidos pelas superfícies foliares. Esse fato ocasiona danos ao
solo, principalmente quando se utilizam produtos de ação residual prolongada e
não seletivos para algumas culturas e, também, a insetos benéficos e outras
formas de vida.
Causas da deriva
Tamanho da gota
Durante a pulverização, a pressão exercida no bico força o líquido por meio do
orifício que forma uma cortina e esta posteriormente interage com o ar ao seu
redor, quebrando-se em gotas. A forma aleatória como essa cortina se rompe faz
com que gotas de diferentes tamanhos sejam produzidas. Portanto, um bico não
produz um único tamanho de gotas, mas sim uma faixa de tamanho denominada
“espectro de gotas” representado pelo Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV),
expresso em micrometro Pm (1/1.000).
• Ângulo do jato - O ângulo do jato emitido pelo bico tem uma relação inversa no
tamanho de gota. Bicos com a mesma vazão, na mesma pressão, porém com
ângulos maiores, produzem gotas menores. Por exemplo, o bico 8003 a 2 bar,
produz gotas maiores que o bico 11003, na mesma pressão, ambos com a
mesma vazão.
Condições climáticas
• Evaporação - Dependendo do tamanho das gotas e da temperatura e umidade,
muitas gotas evaporam-se completamente no trajeto entre o bico e o alvo. O
tempo de vida de uma gota de água está relacionado, portanto, ao seu diâmetro
e às condições climáticas (Tabela 5).
Condições ambientais
Controle da deriva
Apesar de a deriva ser um fator inerente à pulverização, alguns fatores podem
ser trabalhados de forma a minimizar seus efeitos.
Manutenção de Pulverizadores
Após o término da pulverização, é importante limpar adequadamente o pulveriza-
dor, para assegurar sua durabilidade e prevenir contaminações em futuras
utilizações. Ciati et al. (2004) cita alguns procedimentos que devem ser
adotados durante essa operação:
Primeiros Socorros
São as primeiras providências a serem tomadas no caso de uma pessoa ter sido
intoxicada por algum defensivo agrícola. A prestação dos primeiros socorros
pode ser decisiva para salvá-la (Ciati et al., 2004).
Avanços no Desenvolvimento de
Novos Equipamentos
Os avanços no desenvolvimento de novos equipamentos de aplicação de
defensivos agrícolas têm seguido uma busca por máquinas mais seguras ao
operador e ao meio ambiente, assim como, mais precisas. Vários são os compo-
nentes que têm trazido excelentes resultados nesta direção. Convém lembrar que
o desenvolvimento desses equipamentos tem de ser voltado ao usuário, que é
quem irá operar esses pulverizadores. Quanto melhor o nível técnico do usuário,
maior proveito será obtido dos equipamentos, daí a necessidade de haver sempre
uma política de treinamento e capacitação do homem do campo a fim de otimizar
todos esses recursos que já estão prontamente disponíveis à nossa agricultura.
A seguir, serão descritos alguns destes equipamentos já em uso por produtores
em diversas regiões do país (Torres, 2001).
Lavador de embalagens
É um bico rotativo que quando acionado faz a lavagem sob pressão das
embalagens de defensivos. Foi desenvolvido para embalagens de diversos
volumes e pode utilizar água de um tanque próprio para lavagem ou a própria
calda. Em alguns pulverizadores está localizado dentro do incorporador de
defensivos. Em outros pulverizadores está localizado junto ao filtro do tanque de
calda.
Tratores cabinados
A cabine no trator traz maior conforto e segurança ao operador, no entanto,
exige algumas modificações no pulverizador, pois o comando de pulverização
deve ficar dentro da cabine, sem que passem mangueiras da calda de pulveriza-
ção no seu interior. Comandos de pulverização acionados por um sistema de
cabos de aço ou então comandos elétricos são próprios para utilização em
tratores com cabine.
Filtros de linha
A utilização de volumes de pulverização cada vez menores resulta no uso de
bicos com orifícios pequenos (01, 015 ou 02) muito propícios ao entupimento.
O filtro de linha reduz a possibilidade de entupimento dos bicos, diminuindo a
necessidade de paradas para manutenção.
Pulverizadores automotrizes
Esses pulverizadores promovem uma maior produção diária, maior conforto e
segurança ao operador. Contam com cabine com ar condicionado, filtro contra os
defensivos, comandos elétricos, etc.
Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas 41
Barras assistidas a ar
É composto por um ventilador de acionamento hidráulico que gera um alto
volume de ar, o qual é conduzido por um duto e sai por uma canaleta ao lado
dos bicos. O princípio desse sistema é gerar uma “cortina” de ar que impulsiona
as gotas geradas em direção ao alvo, evitando a deriva além de movimentar as
folhas permitindo uma melhor cobertura em ambas as faces.
Sensores de plantas
Esses sensores são utilizados nos turbopulverizadores, principalmente em
citricultura. São capazes de detectar a presença ou a ausência das plantas,
impedindo a pulverização nos espaços vazios entre plantas. Em alguns modelos
de pulverizadores existem seis sensores (três direcionados para cada lado do
pulverizador), capazes de identificar até três alturas de planta.
Controladores eletrônicos
Esses controladores mantêm o volume de aplicação constante e geram informa-
ções sobre a área total tratada, área parcial, tempo de trabalho, distância
deslocada e volumes de calda total e parcial gastos. São informações extrema-
mente úteis aos agricultores que controlam os custos de todas as operações na
propriedade. São informações que permitem, também, verificar a eficiência da
aplicação de defensivos, confrontando-se os dados de áreas tratadas com os
dados de volume de calda gasto.
Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas 43
Sensor de refletância
É um sensor colocado um em cada ponto do bico, o qual é capaz de distinguir
diferentes cores de acordo com o alvo biológico. Em um solo gradeado ou sob
uma palhada de plantio direto, por exemplo, irá distinguir as plantas daninhas
que estiverem nascendo e efetuará a pulverização apenas nessas plantas, não
havendo a necessidade de se aplicar o herbicida em área total.
Considerações Finais
O aumento da eficiência na aplicação dos defensivos agrícolas no campo, assim
como, a maior segurança do aplicador e a proteção do meio ambiente serão
obtidos mediante melhoria nos processos de aplicação. Um desses pontos a
serem considerados, refere-se ao treinamento do aplicador. Paralelamente a isso,
deve-se desenvolver novos equipamentos capazes de cumprirem essa tarefa com
maior eficiência.
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