Cálculo Diferencial de Uma Variável
Cálculo Diferencial de Uma Variável
Cálculo Diferencial de Uma Variável
de Uma Variável
U411. 27
Isabel Cristina de Oliveira Navarro Espinosa, graduada em Matemática pela Faculdade Oswaldo Cruz e mestre
em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica (PUC – SP), leciona no Ensino Superior desde 1981.
Professora do curso de Pós-Graduação lato sensu em Educação Matemática das Faculdades Oswaldo Cruz e
professora da Universidade Paulista – UNIP na modalidade presencial e na modalidade EaD – Educação a Distância.
Valéria de Carvalho, especialista em Matemática pelo IMECC (Instituto de Matemática Estatística e Computação
Científica), mestre e doutora em Educação Matemática pela Faculdade de Educação – Unicamp, é professora do Ensino
Superior desde 1988.
Trabalha com temas envolvendo Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) em projetos de Educação
Continuada, envolvendo docentes de Matemática, no LEM (Laboratório de Ensino de Matemática – IMECC) e na
Faculdade de Educação, ambos na Unicamp, sempre como professora colaboradora.
Possui publicações em anais de congressos fora do Brasil e capítulos de livros em nossa língua, pensando o
trabalho docente, a educação matemática crítica e a sociedade.
CDU 517.2
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Ana Luiza Fazzio
Elaine Fares
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 REPRESENTAÇÃO DE PAR ORDENADO NO PLANO CARTESIANO ...................................................9
1.1 Plano cartesiano ................................................................................................................................... 10
1.2 Produto cartesiano ...............................................................................................................................11
1.3 Relação ..................................................................................................................................................... 12
2 FUNÇÃO .............................................................................................................................................................. 14
2.1 Elementos de uma função ................................................................................................................ 18
2.2 Operações com funções..................................................................................................................... 20
2.3 Gráfico ...................................................................................................................................................... 22
2.4 Funções par e ímpar ............................................................................................................................ 26
2.5 Tipos de funções ................................................................................................................................... 27
2.6 Função inversa ....................................................................................................................................... 28
2.7 Ampliando seu leque de exemplos ............................................................................................... 30
3 FUNÇÕES POLINOMIAIS ............................................................................................................................... 36
3.1 Função de 1° grau ................................................................................................................................ 36
3.1.1 Função de 1° grau (ou função afim) ............................................................................................... 36
3.1.2 Gráfico ......................................................................................................................................................... 37
3.1.3 Crescimento da função de 1° grau .................................................................................................. 39
3.1.4 Sinais da função ...................................................................................................................................... 40
3.2 Função constante ................................................................................................................................. 41
4 FUNÇÃO QUADRÁTICA (OU DE 2° GRAU) ............................................................................................. 42
4.1 Gráfico ...................................................................................................................................................... 43
4.2 Concavidade ........................................................................................................................................... 43
4.3 Sinais da função ................................................................................................................................... 47
4.4 Ampliando seu leque de exemplos ............................................................................................... 49
Unidade II
5 OUTRAS FUNÇÕES REAIS ............................................................................................................................. 57
5.1 Função exponencial............................................................................................................................. 57
5.1.1 Gráfico ......................................................................................................................................................... 58
5.2 Função logarítmica .............................................................................................................................. 60
Unidade III
7 DERIVADAS ......................................................................................................................................................107
7.1 Notações de derivada .......................................................................................................................109
7.2 Regras de derivação .......................................................................................................................... 114
7.3 Derivadas de ordem superior ........................................................................................................120
7.4 Alguns teoremas .................................................................................................................................123
7.5 Ampliando seu leque de exemplos .............................................................................................127
8 APLICAÇÕES ....................................................................................................................................................130
8.1 Variação aproximada – diferencial..............................................................................................130
8.2 Sinais da 1ª derivada – crescimento da função .....................................................................132
8.3 Concavidade da função – sinais da 2ª derivada ....................................................................135
8.4 Construção de gráficos ....................................................................................................................137
8.4.1 Assíntota horizontal ........................................................................................................................... 140
8.5 Regras de L’Hospital ..........................................................................................................................141
8.6 Logaritmo e exponencial .................................................................................................................142
8.7 Derivadas ...............................................................................................................................................149
8.8 Ampliando seu leque de exemplos .............................................................................................155
O objetivo desta disciplina é oferecer ao aluno do SEPI/SEI material de apoio para o acompanhamento
da disciplina Cálculo Diferencial de uma Variável.
O estudo de derivada será feito utilizando interpretação geométrica e definição formal, faremos
também o estudo geral das funções deriváveis.
Ao final, teremos aplicações dos conceitos estudados por meio de problemas em várias áreas.
Apresentamos, após as unidades, o aplicativo computacional Maxima, com exemplos ligados aos
assuntos estudados para você se familiarizar com as novas tecnologias.
Na unidade II, trataremos inicialmente de algumas funções reais como exponencial, logaritmo e
algumas trigonométricas. Começaremos também a tratar do cálculo e sua teoria, iniciando com a noção
intuitiva de limite.
Na unidade III, teremos noção de derivadas e suas aplicações, primeiro as aplicações com a intenção
de facilitar a construção de gráficos mais elaborados e depois a resolução de problemas aplicados a
várias áreas.
Ao final de cada assunto, temos o item “Ampliando seu leque de exemplos”, no qual você
encontrará mais exemplos relacionados aos assuntos estudados. Nesse item você deve, após uma
leitura detalhada, refazer todos, afinal, o estudo de vários modelos diferentes melhorará o seu
aprendizado.
Esperamos que este material desperte seu espírito científico e interesse no Cálculo Diferencial e que
possa auxiliá-lo em seus estudos. Bom estudo!
Neste livro-texto, estudaremos os aspectos iniciais do Cálculo Diferencial de uma Variável. Esses
conceitos servirão de base para que você possa se aprofundar no estudo do Cálculo Diferencial. Os
conceitos que serão vistos, podem ser aplicados nas mais variadas áreas, além da Matemática.
As aplicações passam por várias partes da Física, por exemplo, é comum o uso de derivadas para
facilitar os cálculos em Economia. Da mesma forma, temos vários conceitos que são definidos utilizando
derivadas, como por exemplo, o conceito de análise marginal. Encontramos aplicações também na
Engenharia, Biologia, entre outras.
Algumas destas aplicações serão encontradas nesse livro-texto, no entanto, é importante frisar que
você deve adaptar os enunciados de modo a torná-los mais ligados à realidade de seus educandos. Esse
procedimento facilita bastante o entendimento dos conceitos. São apresentadas situações-problema
que se aproximam de fatos que despertem a atenção para o assunto que está sendo tratado, tornando
o processo ensino-aprendizagem mais proveitoso.
Não faremos aqui as demonstrações dos teoremas citados, estas podem ser encontradas nos livros
indicados na bibliografia.
O Cálculo Diferencial requer bastante estudo e dedicação, sendo assim, é importante que você
complete seus estudos utilizando, além desse livro-texto, materiais complementares (pesquisas em
livros e sites, resolução de problemas e exercícios).
Esperamos que você, aluno, seja capaz de identificar os conhecimentos matemáticos necessários
para que se torne um bom profissional de ensino Fundamental, Médio ou Superior e que esteja sempre
preocupado com o papel social na função que desempenha.
Você deve ser um profissional capaz de trabalhar de forma integrada com os professores da sua área
e de outras, de modo a contribuir efetivamente com a proposta pedagógica da sua escola.
Esperamos ainda que você, aluno, se torne um professor que saiba reconhecer as dificuldades
individuais de seu educando e sugerir caminhos alternativos que permita a ele desenvolver e prosseguir
os estudos.
Unidade I
PLANO CARTESIANO E FUNÇÕES
Muitas vezes, em nosso dia a dia, nos deparamos com situações que envolvem localização, por
exemplo, você marca uma consulta com um médico e como é a primeira vez que vai ao consultório, a
atendente lhe informa o endereço. Como você não sabe chegar até lá, vai procurar a localização num
guia de ruas e encontra a seguinte indicação: 22 J6.
O número 22 indica a página do guia e a letra J e o número 6 indicam a coluna e a linha para a
localização da rua.
No jogo batalha naval, também utilizamos o plano cartesiano para localizar e destruir os navios do
adversário, para isso, são indicadas as coordenadas linha e coluna.
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Veja o exemplo a seguir:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
a a
b b
c c
d d
e e
f f
g g
h h
i i
j j
L L
m m
n n
o o
p p
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Nesse exemplo, se você escolher a2 conseguirá afundar o navio adversário que está na linha “a”
coluna “2”. Porém, se escolher d3 será água, isto é, não conseguirá acertar o adversário.
A ideia de termos uma forma de localizar pontos num plano é utilizada desde a Antiguidade. Nós
utilizamos, atualmente, o sistema cartesiano que estudaremos a seguir.
O sistema cartesiano é baseado no sistema criado pelo matemático e filósofo francês René Descartes,
cujo pseudônimo era Cartesius, daí o nome plano cartesiano.
O plano cartesiano é formado por duas retas perpendiculares (formam ângulo de 90º) e o ponto de
encontro delas é denominado origem. Cada eixo representa um dos conjuntos do produto cartesiano, o
eixo horizontal (x) é o eixo das abscissas e o eixo vertical (y) é o eixo das coordenadas.
Como você pode ver, os eixos coordenados dividem o plano em 4 quadrantes, conforme a figura a
seguir. O eixo x será positivo no 1º e no 4º quadrantes, e negativo no 2º e 3º quadrantes, o eixo y será
positivo no 1º e no 2º quadrantes, e negativo no 3º e 4º quadrantes:
y
(ordenadas)
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
2º Q
1º Q
x
4º Q (abscissas)
3º Q
Assim, para representarmos o par ordenado (2, 3) no plano cartesiano, devemos marcar 2 no eixo x
e 3 no eixo y.
Lembrete
10
3 A (2,3)
2 x
Exemplo:
Represente os pontos A (1, 3), B (3, 1), C (–1, –3), D (0, 2), E (–2, 4) e F (2, –2):
E (-2,4)
4
A (1,3)
3
2 D (0,2)
1 B (3,1)
-2 -1 1 2 3
x
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-2
F (2,-2)
(-1,-3) C -3
Produto cartesiano de A e B:
A x B = {(x, y) | x ∈ A e y ∈ B}
Exemplo:
A x B = {(0, 0), (0, 2), (0, 3), (2, 0), (2, 2), (2, 3)}
B x A = {(0, 0), (0, 2), (2, 0), (2, 2), (3, 0), (3, 2)}
11
y (B) y (A)
(0,3)
(2,3)
(2,2)
(0,2) (2,2) (0,2) (3,2)
AxB BxA
Notemos que, como os pares são ordenados, o par (0, 2) é diferente do par (2, 0) e representam
pontos diferentes no plano.
Exemplo:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
1.3 Relação
Em vários momentos, trabalhamos com conjuntos de pares ordenados. Por exemplo, quando
estudamos o movimento de um carro em uma estrada, podemos construir uma tabela com a posição
do carro (S) e o tempo (t):
t ( s) 0 1 2 3 4 5 6
S(m) 0 10 20 30 40 50 60
Temos uma relação entre tempo (t) e distância (S) dada pelos pares ordenados:
{(0, 0), (1, 10), (2, 20), (3, 30), (4, 40), (5, 50), (6, 60)}.
12
Observando o que ocorre com os valores da tabela, podemos escrever uma expressão para encontrar
a posição do carro em um dado tempo S = 10 t.
R é uma relação de A em B ⇔ R ⊂ A x B
Exemplo:
Determine o produto cartesiano A x B e a relação R dada pelos pares ordenados (x, y), tais que y = 2x
Temos:
A x B = {(0, 0), (0, 1), (0, 2), (0, 4), (1, 0), (1, 1), (1, 2), (1, 4), (2, 0), (2, 1), (2, 2), (2, 4), (3, 0), (3, 1),
(3, 2), (3, 4)}
x y (x, y)
0 2.0=0 (0, 0)
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
1 2.1=2 (1, 2)
2 2.2=4 (2, 4)
3 2.3=6 (3, 6)
Assim, a relação é dada pelo conjunto R = {(0, 0), (1, 2), (2, 4)}.
0 0
1 1
2 2
3 4
A B
13
Cada par ordenado é representado por uma flecha do 1° elemento do par para o 2° elemento do par.
y (B)
(2,4)
4
(1,2)
2
(0,0) 1 2 3 x (A)
2 FUNÇÃO
Uma locadora de automóveis está com uma promoção para essa semana: “alugue um carro pagando
R$ 50,00 por dia mais R$ 1,00 por Km rodado”.
Você precisa alugar um carro para uma pequena viagem e quer saber quanto pagaria por dia pelo
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Veremos, a seguir, um conceito que permitirá que você responda a questão acima.
Note que no 2° conjunto podemos ter elementos sem correspondente e também elementos com
mais de um correspondente.
A seguir, temos algumas situações para verificar se são funções ou não, isto é, se satisfazem as duas
condições da definição.
Exemplos:
Nesse exemplo, notamos que a relação f é uma função, pois obedece às duas regras dadas.
1
0
1
3
A B
0 0
1
2
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2
4
3
A B
Note que a relação f não é uma função, pois não satisfaz a primeira regra, o elemento x = 3 do
conjunto A não tem correspondente no conjunto B.
0
0
-1
1
1
A B
15
A relação f não é uma função, pois não satisfaz a 2ª segunda regra, o elemento x = 1 do conjunto
A tem 2 correspondentes em B.
Chamamos de lei de uma função f de A em B a sentença aberta y = f(x) que relaciona os elementos de A e B.
Observação
Exemplos:
Notemos que o 2° número de cada par é o triplo do 1° número, assim, podemos escrever a lei de f,
então:
y = 3x ou ƒ(x) = 3x
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0 1
1 2
2 3
3 4
4 5
5 6
A B
Comparando os valores dos pares ordenados, notamos que cada elemento de B é o elemento de A
mais 1, assim, podemos escrever a lei de f:
3) Sejam A = {1, 2, 3, 4}; B = {0, 5, 6, 10} e f a função de A em B dada pelo diagrama a seguir,
determinemos a lei da função f: A → B:
16
1 0
2
5
6
3
4 10
A B
Comparando os pares ordenados, não encontramos facilmente uma relação entre os valores, nesse
caso, não escrevemos a lei da função f.
4) Uma locadora de automóveis está com uma promoção para essa semana:
“alugue um carro pagando R$ 50,00 por dia mais R$ 1,00 por quilômetro rodado”.
Você precisa alugar um carro para uma pequena viagem e quer saber quanto pagaria por dia pelo
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
aluguel, aproveitando a promoção.
Notemos que o valor a ser pago depende do km rodado, isto é, “está em função do km rodado”.
Temos, então, uma função e queremos estabelecer uma lei para ela, se for possível.
Observando os cálculos que foram feitos, notamos que uma parte é fixa e a outra é o produto de 1
pelos km rodados, podemos, então, representar a quantidade de km rodados pela variável x.
Assim, teremos que a expressão V(x) = 50 + 1x indica, para nós, o valor em função de x, isto é, você
muda o valor de x e, fazendo os cálculos, determina o valor do aluguel.
Por exemplo, se sua viagem for de 90 km, você deverá pagar por um dia de aluguel:
V(90) = 50 + 1. 90 = 140 reais.
17
Exemplos:
f
1
0
2 5
6
3 8
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4
10
A B
D(f) = {1, 2, 3, 4} = A
Im (f) = {0, 5, 6, 8}
Nem todos os elementos de B são correspondentes de algum elemento de A, por exemplo, 10 está
no contradomínio, mas não está na imagem de f.
Observação
18
f
2
1
2 12
5
6
10
A B
D(f) = {1, 2, 4, 5} = A
Im (f) = {12}
Observação
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Como no exemplo anterior, vemos que existem elementos em B que
não estão no conjunto imagem e novamente temos CD (f) ≠ Im (f).
6
3
9
12
A B
Notamos que:
CD (f) = {3} = B
Im (f) = {3} = B
Veja a seguir uma representação da função f composta com g (fog)(x). Calculamos, inicialmente, a
função g em x e depois calculamos f no resultado obtido:
g f
x y = g(x) z = ƒ(g(x))
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
ƒog
Lembrete
O domínio de k f é o mesmo de f.
O domínio de f o g é formado pelos pontos x do domínio de g, tais que g(x) está no domínio de f, isto
é, D(fog) = {x ∈ D(g) | g(x) ∈ D(f)}.
Vejamos agora alguns exemplos, para que você entenda melhor como trabalhar com as funções e
suas operações.
20
Exemplos:
f – g, f. g, f/g, 3f, fog e gof. A seguir, determine o domínio de cada uma delas:
Resolução:
f( x ) −2x − 4
(f / g) (x) = =
g( x ) x+5
(3 f) (x) = 3 f(x) = 3 (–2x – 4) = –6x – 12
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
(gof) (x) = g(f(x)) = g(–2x – 4) = (–2x – 4) + 5 = –2x + 1
Para determinar o domínio da função (f / g), devemos observar os valores que anulam o denominador,
isto é, resolver a equação x + 5 = 0 e excluir a solução do domínio.
Resolvendo a equação, encontramos x = –5, logo, o domínio da função será todos os reais menos x = –5.
f – g, f . g, f/g, 3f, fog e gof. A seguir, determine o domínio de cada uma delas:
Resolução:
21
O domínio da função f é IR e o domínio da função g é D(g) = {x | x ≥ –1}, pois a função tem uma
raiz quadrada e devemos ter a expressão x + 1 ≥ 0, isto é, x ≥ –1.
Assim, pelas expressões das funções f + g, f – g, f . g e fog, todas têm o mesmo domínio de g, isto é:
A função gof tem em sua expressão a raiz quadrada de 3x – 1, assim, para determinar o seu domínio,
devemos ter a expressão 3x – 1 ≥ 0, daí 3x ≥ 1, logo, D(g o f) = {x | x ≥ 1/3}.
A função (f / g) tem em seu denominador a raiz quadrada de x – 1, assim, a expressão x – 1 > 0, logo,
D(f / g) = {x | x > –1}. Note que o valor x = –1 não está no domínio de f / g, pois zera o denominador.
2.3 Gráfico
Muitas vezes, encontramos em livros, jornais e revistas gráficos representando alguma situação. Veja
os exemplos a seguir:
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil mede o crescimento econômico do país e é calculado a partir
da soma de todos os bens e serviços produzidos em um dado período. No Brasil, desde 1990, o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o único responsável pelo cálculo desse índice.
A carga tributária é formada por impostos diretos – que incidem sobre a renda e o patrimônio – e
por impostos indiretos – que incidem sobre o consumo.
O gráfico a seguir mostra a relação entre a carga tributária anual no Brasil e o nosso PIB:
22
% do PIB
37,00
29,60
22,20
14,80
7,40
0,00
1939
1952
1958
1964
1970
1976
1982
1988
1994
2000
2007
Fonte: www.ibge.com.br
Esse gráfico mostra a carga tributária no Brasil, indicando anualmente o percentual do PIB que ela
representa, no período de 1939 a 2007.
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
A seguir, temos outro gráfico que também mostra como utilizar a representação gráfica para
representar uma situação de forma simplificada:
13,00
10,40
7,80
5,20
2,60
0,00
1999 2000 2001 2003 2004 2005
Abrangência: Estados
Unidade territorial: São Paulo
Categorias: médio
Unidade: percentual
Fonte: www.ibge.com.br
23
Nesse gráfico, temos dados sobre as taxas de abandono escolar nas turmas do Ensino Médio do
estado se São Paulo, entre os anos de 1999 e 2005.
Observando o gráfico, é possível tirar várias informações, por exemplo, a taxa de abandono escolar
em um determinado ano, ou se a taxa de abandono escolar diminuiu ou aumentou em determinado
período.
Note que é uma forma prática de mostrar o que se quer, mesmo que não se saiba a expressão
matemática relacionada ao gráfico. De forma simples, representamos o que queremos.
Ao conjunto dos pares ordenados que representam a função no plano cartesiano, chamamos de
gráfico de f, isto é, a figura desenhada no plano cartesiano.
Exemplos:
Resolução:
Para construir o gráfico da função, vamos determinar a imagem dos pontos do domínio montando
a tabela de valores de x e y = f(x):
x y (x,y)
-3 -3 + 3 = 0 (-3,0)
-2 -2 + 3 = 1 (-2,1)
-1 -1 + 3 = 2 (-1,2)
0 -0 + 3 = 3 (0,3)
-3 -2 -1 0 x (A)
24
Lembrete
Geralmente, trabalhamos com funções com domínio real e contradomínio real, então os seus gráficos
serão linhas unindo os pontos do plano cartesiano.
Como o domínio de f é IR (infinitos valores), para encontrar o gráfico de f devemos montar uma
tabela com alguns valores do domínio. Assim, escolhendo alguns valores de x para a nossa tabela,
temos:
x y = ƒ(x) = 2 x (x,y)
-1 2 . (-1) = -2 (-1,-2)
0 2 . (0) = 0 (0,0)
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
1 2 . (1) = 2 (1,2)
2 2.2=4 (2,4)
2
1
-1 0 1 2
-1
-2
Lembrete
25
Nesse caso, devemos unir os pontos do gráfico da função, que é uma reta.
3) Construir o gráfico da função y = x2, sendo seu domínio e seu contradomínio o conjunto dos
reais.
x y = x2 (x,y)
-2 (-2) = 4
2
(-2,4)
-1 (-1) = 1
2
(-1,1)
0 02 = 0 (0,0)
1 12 = 1 (1,1)
2 2 =4
2
(2,4)
Substituindo os pontos no plano cartesiano e unindo os pontos, temos o gráfico da função f(x) =
x:2
y
4
y=x^2
3
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
-2 -1 1 2 3 4 5
-1
Lembrete
Da mesma forma que podemos, por meio da lei da função ou de uma tabela de pontos, montar o
gráfico, é possivel fazer o contrário também, isto é, dado um gráfico, montar uma tabela com os pontos
da função.
Definimos como função par toda função, tal que f(–x) = f(x) para qualquer x do seu domínio. E
função ímpar toda função, tal que f(–x) = –f(x), para qualquer x de seu domínio.
26
Uma função par tem seu gráfico simétrico em relação ao eixo y e uma função ímpar tem seu gráfico
simétrico em relação à origem.
Exemplos:
a) f(x) = x2
Para saber se a função é par ou não, devemos calcular f(–x) e comparar com f(x).
Assim:
b) f(x) = x3
f(–x) = (–x)3 = –x3 = –f(x), temos que f(x) = x3 é uma função ímpar.
c) f(x) = x3 + 1
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f(–x) = (–x)3 + 1 = –x3 + 1, então a função f(x) = x3 + 1 não é par e não é ímpar.
• Função sobrejetora
f sobrejetora ⇔ Imf = CD f
• Função injetora
• Função bijetora
27
Exemplos:
a) f: IR → IR, f(x) = x + 3
A função tem domínio e contradomínio reais, como a imagem de f também é real, temos que
f(x) = x + 3 é função sobrejetora.
b) f: IR → IR, f(x) = x2
Não é injetora, pois para a = 1 e b = –1 são dois valores diferentes do domínio, temos:
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Observação
Lembrete
28
Exemplos:
Observação
y + 5
2x=y+5 ⇒ x =
2
x + 5
Trocando x e y de posição, temos: y =
2
x + 5
Logo, f -1(x) = é a inversa de f e f –1: IR → IR.
2
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b) f: IR+ → IR+, definida por f(x) = x2 ou y = x2
A função é bijetora.
x2 = y ⇒ x = y
A seguir, você encontrará alguns exemplos para que possa perceber melhor as várias possibilidades
apresentadas na teoria.
Lembrete
29
Resolução:
Lembrando que o produto cartesiano é formado pelos pares ordenados, no qual o primeiro elemento
é do conjunto A e o segundo é do conjunto B, teremos:
A x B = {(–1, 1), (–1, 2), (0, 1), (0, 2), (1, 1), (1, 2)}.
5x
2) Determinar o domínio da função f(x) =
3x − 9
Resolução:
Encontrar o domínio da função é indicar os valores que podem ser substituídos no lugar de x.
A nossa função possui uma fração e tem x tanto no numerador quanto no denominador. Observando
o numerador, notamos que não há restrição, porém, o denominador deve ser diferente de zero.
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3x – 9 ≠ 0 ⇒ 3 x ≠ 9 ⇒ x ≠ 3.
1
1 + 1 2 +1
2
f( 12 ) = 1
= 1
=3 . 2 = 6
2 2
Logo, f (½) = 6.
4) Sendo f(x) = –4x + 5 e g(x) = x2 + 2x, determinar a soma das funções, isto é, determinar o valor
de (f + g) (x)
30
Resolução:
(f + g) (x) = –4x + 5 + x2 + 2x
(f + g) (x) = x2 – 2x + 5
Resolução:
Agora, queremos saber não só o valor de 2f – g mas também quanto ele vale quando x = 1.
Para determinar 2f – g, vamos inicialmente determinar 2f, depois encontrar a expressão para 2f – g
e só então substituir o valor de x.
Sabemos que para determinar (2f)(x), devemos multiplicar f(x) = –4x + 5 por 2, assim, ficamos com
(2 f)(x) = 2. (–4x + 5) = – 8x + 10.
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Temos:
Não acabamos o exercício, ainda falta encontrar o valor da função para x = 1. Substituindo x por 1,
temos:
Observação
Resolução:
Sabemos que a função composta (f o g) (x) é igual a f(g(x)), isto é, (f o g) (x) = f(g(x)), devemos
substituir a expressão de g no lugar de x em f(x), assim, temos:
31
7) Uma função é par se f(–x) = f(x), verifique qual das funções é par:
a) f(x) = x + 5
b) f(x) = x2
c) f(x) = x2 + 5x
Resolução:
Conforme a definição, devemos calcular f(–x) e comparar com f(x) para podermos decidir se a função
é par ou ímpar.
Resolução:
Para determinar o valor de f(2), devemos descobrir qual o valor de x que torna x – 1 = 2. Resolvendo
a equação, encontramos x = 3.
f (3 – 1) = 2. 3 = 6, logo, f(2) = 6.
32
Lembrete
Resolução:
Para determinar a inversa de uma função, devemos substituir f(x) por y e trocar as posições de x e y
na lei que define a função, depois isolar o valor de y.
Assim:
f(x) = 5x + 1 ⇒ y = 5x + 1
x = 5y + 1
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Isolando y, encontramos:
−x + 1 x 1
x = 5y + 1 ⇒ – 5y = – x + 1 ⇒ x = 5y + 1 ⇒ −5y = − x + 1 ⇒ y = ⇒y= −
−5 5 5
x 1
Logo, f –1 (x) = f −1( x ) = −
5 5
10) Sabendo que uma função é bijetora se for injetora e sobrejetora, verifique qual das funções a
seguir é bijetora:
Resolução:
Lembrando: uma função é injetora se valores diferentes de x vão a valores diferentes de y, e uma
função é sobrejetora se o seu contradomínio é igual ao seu conjunto imagem.
33
Vamos utilizar o gráfico das funções para saber se são injetoras e sobrejetoras.
a) f : IR → IR, f(x) = x2 + 2x
y=x^2-2x y
-3 -2 -1 1
-1
Observando o gráfico da função, notamos que quando x = 0 e quando x = –2, temos f(0) = f(–2) =
0, logo, a função não pode ser injetora e, portanto, não será bijetora.
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Observação
b) f : IR → IR, f(x) = x + 1
y
–1 0 x
Observando o gráfico da função, notamos que a função é injetora e também sobrejetora, logo, será
bijetora.
c) f : IR → IR, f(x) = 3
34
–2 –1 0 2 x
A função é constante, logo seu gráfico é paralelo ao eixo x, passando em y = 3. Essa função não é
injetora, pois para todos os valores de x, temos a mesma imagem, y = 3.
Observação
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y
2 y=sen(x)
1 π 2π
–π 3π/2
2 x
–3 –2 –1 π/2
1 2 3 4 5 6 7
–1
Observando o gráfico da função seno, notamos que não é injetora, pois existem vários valores
de x que têm a mesma imagem, por exemplo, para x = 0 e x = π, temos a mesma imagem, isto é,
f(0) = f(π) = 0.
Observação
35
3 FUNÇÕES POLINOMIAIS
a: coeficiente angular
b: coeficiente linear
Exemplos:
a = 4, coefiente angular
b = 5, coeficiente linear
b = 0, coeficiente linear
36
3.1.2 Gráfico
Lembrete
Bastam 2 pontos para determinar uma reta, assim, você deve encontrar
dois pontos da função, representar no plano cartesiano e unir os pontos.
Exemplos:
a) y = –2x
Você deve escolher pelo menos dois valores para x e calcular f(x), nesse caso, escolhemos x = 0 e x = 1:
x y = - 2x (x,y)
0 y=-2.0=0 (0,0)
1 y = - 2 . 1 = -2 (1,-2)
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y
y = -2x
0 1 x
-2
b) y = 3x
x y = 3x (x,y)
0 y=3.0=0 (0,0)
1 y=3.1=3 (1,3)
y
y = 3x
3
0 1 x
37
c) y = x
Nesse exemplo, vamos escolher outros valores para x, assim, você não vai concluir que só podemos
colocar para x valores iguais a 0 e 1:
x y=x (x,y)
0 y=0=0 (0,0)
1 y=1 (1,1)
y
y=x
–1
0 1 x
Observação
a) y = 2x + 4
Ao invés de escolhermos dois valores quaisquer de x, vamos calcular os cortes da reta com os eixos,
isto é:
x = 0 ⇒ y = 2. 0 + 4 = 4
y = 0 ⇒ 0 = 2x + 4 ⇒ 2x = –4 ⇒ x = –2
Graficamente, temos:
y y = 2x + 4
4
corte em y
corte em x
-2 0 x
38
b) y = –3x + 6
x = 0 ⇒ y = –3 . 0 + 6 = 6
y = 0 ⇒ 0 = 3 – x + 6 ⇒ 3x = 6 ⇒ x = 2
Graficamente, temos:
y = 3x + 6 y
4
corte em y
corte em x
2 x
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decrescente (a < 0) e crescente (a > 0)
Exemplos:
d) Graficamente, para verificar se uma função de 1º grau é crescente ou decrescente utilizando o seu
gráfico, devemos observar a sua inclinação, assim:
y y
0 x 0 x
decrescente crescente
(inclinação à esquerda) (inclinação à direita)
39
Muitas vezes, queremos saber o intervalo no qual a função y = a x + b é positiva e no qual é negativa.
Para isso, devemos determinar x0 raiz da equação ax + b = 0 e observar a inclinação da reta.
Temos:
+ - - +
X0 x X0 x
Resumindo
sinal contrário à a sinal de a
X0 x
Exemplos:
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a) y = –4x + 12
–4x+12=0 ⇒ x=3
b) y = 3x – 15
3x–15=0 ⇒ x=5
40
Toda função dada por f(x) = c, no qual c é uma constante, é chamada função constante. Seu gráfico
será uma reta paralela ao eixo x, passando pelo ponto (0, c).
Exemplos:
a) f(x) = 2 (ou y = 2)
x y=2 (x,y)
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0 y=2 (0,2)
1 y=2 (1,2)
2 y=2 (2,2)
3 y=2 (3,2)
Quando colocados esses valores no sistema cartesiano, obtemos a reta paralela ao eixo x passando
pelo ponto (0, 2):
y
2 y=2
corte em y
0 1 2 3 x
Notemos que não é necessária a construção da tabela de pontos, basta traçar uma reta paralela ao
eixo x passando pelo ponto (0, –3):
41
0 x
y = -3
-3
Saiba mais
<http://www.youtube.com/watch?v=NsOLoXAIo7g>.
Se jogamos para o alto um objeto a partir do chão e observamos a sua trajetória, notamos que o
objeto sobe até um determinado ponto e depois começa a cair até retornar ao chão. Representando a
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O gráfico fornece várias informações sobre o movimento do objeto, por exemplo: a altura máxima
atingida, tempo para retornar ao solo, o tempo necessário para atingir a altura máxima.
Vamos agora estudar as funções quadráticas, ou de 2º grau, isto é, uma função dada pela relação:
Exemplos:
42
4.1 Gráfico
O gráfico de uma função do 2° grau é sempre uma parábola que pode ser obtida por uma tabela de
pontos ou por meio dos cortes nos eixos coordenados e de seu vértice.
A parábola terá concavidade para cima ou para baixo, dependendo do sinal de a. Assim:
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a > 0 ⇔ concavidade para cima
a>0 a<0
Exemplos:
a) y = –x2 + 2x + 3
Utilizando a tabela de pontos, vamos determinar valores do gráfico de y, como é uma parábola, não
bastam 2 pontos para a construção, serão necessários mais valores, assim, escolhemos 4 valores de x:
43
x y = –x2 + 2x + 3 (x, y)
–1 y = – (–1)2 + 2(–1) + 3 = 0 (–1, 0)
0 y = –02 + 2 . 0 + 3 = 3 (0, 3)
1 y = –12 + 2 . 1 + 3 = 4 (1, 4)
2 y = –22 + 2 . 2 + 3 = 3 (2, 3)
y (1,4)
4
(0,3) (2,3)
1
(1,0) x
-3 -2 -1 1 2 3 4
-1
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Lembrete
Você pode escolher outros valores para x e também pode fazer a tabela
com mais pontos e mais valores, melhor qualidade do gráfico.
b) y = x2 + 2x + 1
∆ = b2 − 4.a.c
∆ = 22 − 4.1.1 = 4 − 4 = 0
−b ± ∆ −2 ± 0
x= = = −1
2.a 2. 1
44
y
3
1
x
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-3 -2 -1 1 2
c) y = x2 – 4
∆ = b2 − 4.a.c
∆ = 02 − 4.1.( −4 ) = 16
−b ± ∆ −0 ± 16 ±4
x= = = = ±2
2.a 2. 1 2
45
y
2
1
x
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
-3
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
-4
d) y = x2 + 3x
∆ = b2 − 4.a.c
∆ = 32 − 4.1.(0) = 9
−3 + 3
x1 = =0
−b ± ∆ −3 ± 9 −3 ± 3 2
x= = = =
2.a 2. 1 2 x = −3 − 3 = −3
1 2
46
y
1
x
-1,5
-4 -3 -2 -1 1
-1
-2
-2,25
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Saiba mais
<http://www.pucrs.br/edipucrs/erematsul/comunicacoes/
26KAMILACELESTINO.pdf>.
47
Exemplos:
a) y = x2 – 2x + 1
f ( x ) > 0 ⇔ x ≠ 1
Logo,
f ( x ) = 0 ⇔ x = 1
b) y = x2 – x – 2
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c) y = –x2 + 2 x – 2
Resolução:
Para determinar os zeros da função, devemos determinar o valor de x, tal que f(x) = 0.
Assim:
Segundo a teoria para verificar o crescimento da função, devemos ver o sinal de a, coeficiente de x,
nesse caso, a = 3 > 0, logo, a função é crescente.
2) Seja f: IR → IR, tal que f(x) = –x 2 + mx + n, se o gráfico de f passa pelos pontos (0, 2) e (1, 3),
determinar os valores de m e n:
Resolução:
Sabemos que se o gráfico da função passa por um ponto, podemos substituir os valores na expressão
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de f(x) e o resultado será verdadeiro, isto é:
Ponto (1, 3) significa que quando x = 1, temos f(1) = 3, substituindo esses valores na expressão de
f(x), encontramos o sistema:
−02 + m . 0 + n = 2 n = 2
2 ⇒
−1 + m . 1 + n = 3 −1 + m + n = 3
Observação
49
Resolução:
Para determinar os sinais da função, devemos inicialmente encontrar os zeros de f, para isso, vamos
igualar a expressão a zero.
∆=b2 –4 . a . c = (–8)2 –4 . 1 . 15 = 64 – 60 = 4
Calculando as raízes:
−b ± ∆ −( −8) ± 2 8 ± 2
x= = =
2a 2 2
8 + 2 10 8−2 6
Teremos: x1 = = = 5 e x2 = = =3
2 2 2 2
Vamos agora colocar esses valores na reta e estudar os sinais de f conforme o sinal de a. Nesse caso,
a = 1 > 0:
+ — +
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Assim, teremos y < 0 para valores de x entre as raízes (zeros da função), isto é, no intervalo aberto
]3, 5[.
Lembrete
Resumo
50
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f(x)=ax + b, com a ∈ IR, a ≠ 0 e b ∈ IR
Função de 2° grau:
y = a x2 + b x + c
fórmula de Baskara:
−b ± ∆
∆ = b2 –4.a.c x=
2.a
−b −∆
Coordenadas do vértice: xv = e yv =
2.a 4.a
51
Exercícios
461
Número de espécies ameaçadas de extinção
239
Se mantida pelos próximos anos, a tendência de crescimento mostra no gráfico o número de espécies
ameaçadas de extinção. Em 2011, será igual a:
(A) 465
(B) 493
(C) 498
(D) 838
(E) 899
52
Então:
111
a=
12
111 217245
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y= x−
12 12
Sendo assim:
53
Questão 2 (ENEM/2010) As sacolas plásticas sujam florestas, rios e oceanos e quase sempre
acabam matando por asfixia peixes, baleias e outros animais aquáticos. No Brasil, em 2007, foram
consumidas 18 bilhões de sacolas plásticas. Os supermercados brasileiros se preparam para acabar
com as sacolas plásticas até 2016. Observe o gráfico a seguir, em que se considera a origem como
o ano de 2007:
De acordo com as informações, quantos bilhões de sacolas plásticas serão consumidos em 2011?
(A) 4,0
(B) 6,5
(C) 7,0
(D) 8,0
(E) 10,0
54
55
24/05/2012 09:40:50
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
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56
Unidade I
Unidade II
FUNÇÕES REAIS E LIMITES
Voce recebeu R$ 500,00 de bonificação e aplicou na poupança. O banco paga a taxa de juros de 0,5%
ao mês. Como saber quanto voce terá daqui a alguns meses, se a taxa for mantida?
Quando aplicamos na poupança, temos que o capital acumulado (montante) é dado pela expressão
M = C0 (1 + i)n, juro composto, no qual M é o capital acumulado, C0 é o capital inicial (depósito inicial),
i é a taxa de juros e n o período. No nosso exemplo, C0 = 500, i = 0,5% = 0,005 ao mês e n número de
meses, assim, para saber o montante a cada mês, substituímos o valor de n e determinamos M.
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t(mês) M = 500 ( 1 + 0,005)n (t, M)
1 M = 500 ( 1 + 0,005)1 (1, 502.5)
2 M = 500 ( 1 + 0,005)2 (2, 505.0)
3 M = 500 ( 1 + 0,005)3 (3, 507.54)
4 M = 500 ( 1 + 0,005)4 (4, 510.08)
Exemplos:
a) f(x) = 32x – 4
b) f(x) = –5x
57
c) f(x) = 4–2x + 2
5.1.1 Gráfico
Exemplos:
a) f(x) = 3x
x y = 3x (x,y)
-2 y = 3 = 1/9
-2
(-2,1/9)
-1 y = 3-1 = 1/3 (-1,1/3)
0 y = 30 = 1 (0,1)
1 y = 31 = 3 (1,3)
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
2 y = 32 = 9 (2,9)
y
9
8
7
6
5
4
3
2
1
x
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3
–1
x
b) f( x ) = 1
3
x
1
Novamente, vamos esboçar o gráfico da função, atribuindo valores para x e calculando 3 ,assim:
58
x y = (1/3)x (x, y)
–2 y = (1/3)–2 = 9 (–2, 9 )
–1 y = (1/3)–1 = 3 (–1, 3)
0 y = (1/3)0 = 1 (0, 1)
1 y = (1/3)1 = 1/3 (1, 1/3)
2 y = (1/3)2 = 1/9 (2, 1/9)
y
9
8
7
6
5
4
3
2
1 x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
—1
–2
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Comparando as duas funções, notamos que em relação à base da função exponencial, temos:
c) Retornando ao nosso exemplo, vamos construir o gráfico da função utilizando a tabela de pontos.
Temos:
59
510
507.5
505
502.5
500
1 2 3 4 x
Lembrete
Voltando ao exemplo do item 5.1. Agora, você quer saber por quanto tempo deve deixar seu dinheiro
aplicado para receber R$ 531,00.
Também encontramos logaritmos em várias áreas: na Física, na Química, na escala Richter, utilizada
para medir a magnitude de um terremoto.
Exemplos:
a) f(x)=log3x
60
2
1
0 1 3 9 x
b) f(x)=logX1/3
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Atribuindo valores para x e calculando logX1/3 , temos:
x
x ƒ(x) = log (x,y)
1/3
1 ƒ(x) = log 1/3
1/9
=2 (1/9,2)
9
1 ƒ(x) = log 1/3 (1/3,1)
3 1/3 = 1
2
1
1 3 9 x
61
2) Retomando o exemplo inicial: “quanto tempo deve deixar seu dinheiro aplicado para receber
R$ 531,00?”
1,062 = 1,005n
f(x) = | x |
x se x ≥ 0
f( x ) = | x | =
-x se x < 0
5.3.1 Gráfico
O gráfico da função modular será formado por duas semirretas que devem obedecer às condições
acima.
Exemplos:
a) y = | x |
x se x ≥ 0
Conforme a definição de modulo, temos y = | x |=
-x se x < 0
62
Devemos fazer o gráfico das duas funções (1) y = x, para x ≥ 0 e (2) y = –x, para x < 0.
(1) y = x, para x ≥ 0
x y=x (x,y)
0 y=0 (0,0)
1 y=1 (1,1)
y
y=x
0 1 x
x y = -x (x,y)
-2 y=2 (-2,2)
-1 y=1 (-1,1)
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
y
y = -x
2
1
-2 -1 0 x
y
y = -x y=x
-1 0 1 x
b) y = | x | + 2
x + 2 se x ≥ 0
Conforme a definição de módulo, temos y = | x | +2 =
-x + 2 se x < 0
63
(1) y = x + 2, para x ≥ 0
y = x + 2, para x ≥ 0
x y=x+2 (x,y)
0 y=2 (0,2)
1 y=3 (1,3)
x y = -x + 2 (x,y)
-2 y=4 (-2,4)
-1 y=3 (1,3)
y = -x+2 y
4 y = x+2
3
2
-2 -1 0 1 x
Consideremos o ciclo trigonométrico de centro O e raio 1, definimos como função seno a função f:
IR → IR dada por f(x) = sen x.
– Mais funções trigonométricas, consultar: FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A – Funções, Limite,
1
(0,1) (0,1)
1 1
M x + + x
(-1,0) senx (1,0) (-1,0) (1,0)
- 0 1 - 0 1
- -
- -
(0,-1) eixo dos senos (0,-1) eixo dos senos
D(f) = IR
período: p = 2π
gráfico:
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y f(x)= senx
1
+ +
π 3π/2 x
-1 1 π/2 2 3 4 5 6 2π 7 8
- -
-1
65
D(f) = IR
período p = 2π
gráfico:
y
1
+ + + + f(x)= cosx
π x
-1 1 π/2 2 3 4 5 6 2π 7 8
- - 3π/2
-1
1 S
tgx
x
0
- 0 1
-1
eixo das
tangentes
Im (f) = IR
período p = π
gráfico:
y
2 f(x)= tgx
1
π/2 π 3π/2 x
2π
-1 1 2 3 4 5 6 7 8
-1
-2
5.5 Assíntotas
Assíntotas são retas das quais o gráfico das funções se aproxima, porém, não corta e nem tem ponto
comum com elas.
Podemos ter assíntotas horizontais, verticais ou inclinadas. Em nosso estudo, veremos as assíntotas
verticais e as horizontais.
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5.5.1 Assíntotas horizontais
São retas paralelas ao eixo x. As funções exponenciais e algumas funções racionais têm assíntotas
horizontais. Votaremos a estudar esse tema na unidade III.
Exponencial é uma função do tipo f(x) = c + b amx, com a > 0, a ≠1, b ≠ 0 e m ≠ 0. A família das
funções exponenciais tem assíntota horizontal com equação y = c.
Exemplo:
a) y = 2x
x y = 2x (x,y)
-2 y = 2-2 (-2, 1/4)
-1 y = 2-1 (-1,1/2)
0 y=2 0
(0,1)
1 y=2 1
(1,2)
2 y=2 2
(2,4)
67
y
4
1
x
-4 -3 -2 -1 1 2
-1
Observando o gráfico da função, notamos que ele se aproxima do eixo x. Na medida em que vamos
diminuindo os valores de x, os valores de y também diminuem se aproximando cada vez mais de zero.
Assim, a assíntota horizontal de f(x) = 2 x será a reta y = 0.
b) f(x)=2+5x
x y=2+5x (x, y)
-2 2+5 -2
(-2, 2.04)
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-1 2+5 -1
(-1, 2.2)
0 2+50 (0, 3)
1 2+51 (1, 7)
y
7
1
x
-5 -4 -3 -2 -1 1 2
-1
c) f(x) = –4 + 3 2x
68
Genericamente, podemos encontrar a assíntota vertical de uma função exponencial com equação
f(x) = c + b amx simplesmente fazendo y = c.
d) y = 12 – 2 . 3–x
Para determinar se uma função racional tem assíntota horizontal podemos observar o seu gráfico
ou aplicar um conceito de limite que veremos mais adiante.
Exemplo:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
1
Considerando a função racional f( x ) = x , podemos determinar se ela tem assíntota horizontal,
construindo o seu gráfico. Veja a tabela de pontos:
f(x) =(1/x) -0,167 -0,250 -0,500 -1,000 -1,250 -1,667 -2,500 -5,000 -5,556
69
Assim:
y
7
6
5
4
3
2
1
x
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
-1
-2
-3
-4
-5
-6
-7
-8
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-9
-10
Observando o gráfico, vemos que a assíntota horizontal será a reta y = 0, ou seja, eixo x. Ela mostra
o comportamento da função quando x é muito grande (x vai para +) ou muito pequeno (x vai para –).
São retas paralelas ao eixo y. As funções logarítmicas e algumas funções racionais têm assíntotas
verticais.
Exemplos:
70
Graficamente, temos:
x f(x)=log2x (x,y)
1
f(x)=log21/2=–1 (1/2,–1)
2
2 f(x)=log22=1 (2,1)
4 f(x)=log24=2 (4,2)
8 f(x)=log =3
2
8
(8,3)
3
2
1
-1 2 4 8 x
b) f(x)=log4(x+3)
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Nesse caso, não faremos o gráfico da função, vamos determinar a assíntota vertical de f(x) por meio
da solução de x + 3 = 0, isto é, x = –3.
Exemplos:
1
1) Observando o gráfico da função f( x ) = , notamos que, além da assíntota horizontal, ela também
tem assíntota vertical em x = 0. x
71
y
7
6
5
4
3
2
1
x
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
-1
-2
-3
-4
-5
-6
-7
-8
-9
-10
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
x2 + x
2) Para função racional f( x ) = , determinar se tem assíntota vertical:
x2 − 5
Devemos encontrar as raízes do denominador, esses valores são os pontos que estão fora do domínio
da função.
Os gráficos de funções racionais serão feitos mais adiante, no módulo III. Para podermos entender
melhor o comportamento da função, vamos tomar o gráfico pronto da função:
72
y
6
5
4
3
2
1 x
–10 –9 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1
–1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
–2
–3
assíntota vertical –4 assíntota vertical
–5
Note que o gráfico se aproxima das retas x = 5 e x = –5, mas não passa por elas. Nesse gráfico, temos
ainda outra assíntota (horizontal) que estudaremos mais adiante.
Saiba mais
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
FLEMMING, D. M., GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite,
derivação, integração. São Paulo: Prentice Hall, 2006.
A seguir, você encontrará alguns exemplos para detalhar um pouco mais a teoria apresentada.
Lembrete
1) Seja f: IR → IR, tal que f(x) = –16 + 4x, determinar o valor de x para o qual f(x) = 0
Resolução:
4x = 24 as bases ainda não são iguais, então, você deve fatorar a base 4 também para que possamos
comparar as duas expressões, então, 22x = 24, logo, 2x = 4 e assim, x = 2.
73
Resolução:
Devemos inicialmente verificar se a taxa de juros e o tempo estão na mesma unidade. Nesse caso, a
taxa é anual e o período também.
Cn = 1.000. (1 + 0,2)2
Cn = 1.000. (1,2)2
Cn = 1.440,00 reais
3) A função logarítmica f(x) = 2.log2(x–3) tem assíntota vertical, determine a equação desta
assíntota.
Resolução:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
A assíntota vertical indica que o domínio da função tem alguma restrição, isto é, valor que não pode
ser substituído. No caso da função logarítmica, não podemos fazer o cálculo para valores negativos, ou
seja, x – 3 ≠ 0.
Logo, no domínio da função, temos um ponto que deve ser excluído, assim, a reta x = 3 é a assíntota
vertical.
Resolução:
Lembrete
74
Resolução:
x y = 3 . senx (x, y)
0 y = 3 . sen0 = 0 (0, 0)
π/2 y = 3. sen π/2 = 3 (π/2, 3)
π y = 3. sen π = 0 (π, 0)
3π/2 y = 3. sen (3π/2) = –3 (3π/2, –3)
2π y = 3. sen (2π) = 0 (2π, 0)
y
3
1
π 2π
3π/2 x
-2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8
-1 π/2
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
-2
-3
Lembrete
6) Esboce o gráfico da função f(x) = cos(2x) e compare o período da nova função com o período de
f(x) = cos x:
x y = cos(2x) (x, y)
0 y = cos 0 = 1 (0, 1)
π/2 y = cos 2. π/2 = cos π (π/2, –1)
π y = cos 2π = 1 (π, 1)
3π/2 y = cos (3π) = –1 (3π/2, –1)
2π y = cos (4π) = 1 (2π, 1)
75
1 2π
π/2 π x
-2 -1 1 2 3 4 5 6 7
3π/2
-1
Observando o gráfico da função e comparando com o gráfico de f(x) = cos x, notamos que o período
da função f(x) = cos(2x) é igual a π, enquanto o período de f(x) = cos x é igual a 2 π.
Resolução:
π
Dg = x ∈IR | x ≠ + kπ, k inteiro
2
π π kπ
4x ≠ + kπ ⇒ x ≠ + , com k inteiro
2 8 4
π kπ
Assim: Df = x ∈IR | x ≠ + , k inteiro
8 4
6 LIMITE
Estudaremos a noção intuitiva de limite. Você encontra a definição formal nos livros indicados na
bibliografia.
Estudar o limite de uma função f é querer saber o comportamento de f(x) quando x está próximo de
um determinado número, sem, no entanto, ser necessariamente igual a ele.
Tomemos a função f(x) = x + 3, isto é, y = x + 3, queremos saber o que ocorre com f(x) quando x se
aproxima de x0 = 2. Para isso, vamos construir duas tabelas de pontos com valores de x próximos de 2,
uma para valores maiores e outra para valores menores que 2.
76
Considere as tabelas:
A primeira tabela apresenta x se aproximando de 2 por valores menores que ele (pela esquerda) e a
segunda tabela apresenta esta aproximação por valores maiores que 2 (pela direita).
Observando as duas tabelas, notamos que quanto mais próximo o valor de x está de 2 mais o valor
de y se aproxima de 5.
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Dizemos, então, que o limite de f(x) é 5, quando x tende a 2 por valores à direita, isto é, valores
maiores que 2, e utilizamos a seguinte notação para indicar esse limite:
lim ( x + 3) = 5
x → 2+
Da mesma forma, temos que o limite de f(x) é 5, quando x tende a 2 por valores à esquerda e
escrevemos:
lim ( x + 3) = 5
x →2-
Graficamente, temos:
77
y y
L L
C x C x
Dizemos que existe o limite da função para x tendendo a x0, quando existirem os limites laterais e
eles forem iguais, isto é:
Exemplos:
1) lim ( x + 3)
x→ 2
x→ 2
2
2) lim (-x + 2x + 3)
x→ 1
1
x
-2 -1 0 1 2 3 4
78
A seguir, vamos relacionar alguns teoremas sobre limites; nesse texto não faremos a demonstração
desses resultados, você pode encontrar as demonstrações nos livros indicados na bibliografia.
• Teoremas
- Unicidade do limite
“Se o limite de f quando x tende para c existe, então, esse valor é único.”
- Teorema do confronto
“Se em uma região próxima de c uma função f está entre outras duas g e h que têm o mesmo
limite finito L, quando x tende para c, então o limite de f, quando x tende para c, também será
igual a L.”
Graficamente, temos:
h(x)
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
L f(x)
g(x)
Limite do produto de uma função que tende a zero por outra que é limitada.
“O produto de uma função f que tem limite igual a zero, quando x tende para c, por uma função g
limitada é igual a zero.”
Lembrete
xo x xo x xo x
A função do item a não é contínua em x0, pois o gráfico apresenta um buraco nesse ponto, enquanto
as funções dos itens b e c apresentam “saltos” no ponto x0.
Notemos que essas funções são contínuas em todos os outros pontos de seu domínio.
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Uma função f é contínua em x0, se e somente se o limite de f, quando x tende para x0, é igual ao valor
da função no ponto, isto é:
f é contínua em
x0 ⇔ lim f(x) = f(x 0 )
x→ x 0
Lembrete
Um resultado importante das funções contínuas é o teorema do valor intermediário. Esse teorema
permite que se encontre um intervalo no qual temos, com certeza, uma raiz da função.
80
“Se f(x) é contínua num intervalo fechado [a, b] e L, tal que f(a) ≤ L ≤ f(b), então existe c ∈
[a, b] com f(c) = L.”
a c b
Observação
Exemplos:
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1) A função f(x) = x2 – 1 é contínua em x0 = 2, pois, observando o gráfico de f, notamos que
lim(x − 1) = 3 e f(2) = 2 – 1 = 3:
2 2
x→ 2
y
0 x
xo=2
–1
x + 1 se x > 3
f( x ) =
2) A função 2 se x ≤ 3 não é contínua em x = 3, pois não existe limite para x tendendo
a 3, conforme podemos ver no gráfico, os limites laterais são diferentes. Para valores maiores que
3, a função tende a 4 e para valores menores que 3, a função tende a 2:
81
y
f(x) = x+1
2
f(x) = 2
x
1 3
a) f + g é contínua em x0.
b) f – g é contínua em x0.
c) f. g é contínua em x0.
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Com estas propriedades, poderemos calcular o limite das funções sem o uso de gráficos e também
sem o uso de tabela de pontos, elas permitem que os cálculos sejam feitos mais rapidamente.
1) f( x ) = k, k constante ⇒ limf( x ) = k
x→x 0
Exemplos:
a) lim
3
x→ 1
Note que queremos calcular o limite de f(x) = 3 que é uma função constante, logo, lim
3= 3.
x→ 1
b) x lim −10
→ 1
82
Exemplos:
a) lim
( x + 1)
x→ 1
Para calcular o limite da função f(x) = x + 1, você deve observar que ela é formada pela soma de
duas funções, assim:
2
b) lim( x − 2x + 3)
x→ 0
2
lim (x − 2x + 3) = limx2 − lim2x + lim3 = 02 − 2 . 0 + 3 = 3
x→ 0 x→ 0 x→ 0 x→ 0
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2
c) lim( x − 2x + 3)
x→ 0
Exemplos:
2
lim (2x + x + 1) .(x-5) = lim(2x2 + x + 1) . lim(x-5) = (2.22 + 2 + 1).(2-5) = 11.(-3) = -33
x→ 2 x→ 2 x→ 2
b) lim ( x 3 − 2x + 5) .(x + 2)
x → -1
83
( )
= ( −1)3 -2(-1) + 5 .(-1 + 2) = 6 .1 = 6
Exemplos:
7 7 7
a) lim ( −2x + 6) = ( −2 .2 + 6) = 2 = 128
x →2
x→x 0 x→x 0
Exemplos:
x 3
a) lim 4 = 4 = 64
x → 3
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x 4
b) lim ( −2) = ( −2) = 16
x → 4
Exemplos:
a) lim x2 + 9 = 42 + 9 = 25 = 5
x →4
b) lim x2 + 3 = ( −1)2 + 3 = 4 = 2
x → -1
Exemplos:
( x +1)
lim log2
x→ 7
( x + 1)
lim log2 = log(27 + 1) = log82 = 3
x→ 7
84
f(x) a
8) limf(x) = a e xlim g( x ) = b, com a ∈ IR e b ∈ IR* ⇒ lim =
x→x 0 →x 0 x→x 0 g(x) b
Exemplos:
2
x − 16 lim
2 ( x − 16)
x→ 4 42 − 16 0
lim x+4 = = = =0
x→ 4 lim
x→ 4
( x + 4 ) 4 + 4 8
Notemos que, em alguns casos, a substituição do valor de x0 gera uma indeterminação, nesses casos
será necessário uma simplificação das funções para calcular o limite.
x2 − 16
lim
x→ - 4 x + 4
0
O valor x = –4 não pode ser substituído, pois gera uma indeterminação, isto é, . Devemos então
0
fatorar o numerador e, após a simplificação, calcular o limite.
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Como x2 – 16 = (x – 4). (x + 4), temos:
x2 − 16 ( x − 4 ) . (x + 4)
lim x + 4 = lim x + 4
= lim ( x − 4 ) = − 4 − 4 = −8
x→ - 4 x→ - 4 x→ - 4
Lembrete
Esse procedimento deve ser feito toda vez que chegarmos a uma
indeterminação.
x −4
lim x −2
x→ 4
O valor x = 4 não pode ser substituído, pois teremos uma indeterminação. Devemos então racionalizar
o denominador e, após a simplificação, calcular o limite.
85
x −4 x −4 x +2 (x- 4 ). x + 2 ( )
lim = lim . = lim
x + 2 x→ 4 x 2 − 22
=
x→ 4 x − 2 x→ 4 x − 2
( )
(x-4). x + 2 ( ) =
= lim lim ( )
x +2 = 4 +2=4
x→ 4
( x-4) x→ 4
Esse procedimento deve ser feito toda vez que chegarmos a uma indeterminação envolvendo
radicais.
Algumas vezes, precisamos calcular limites de funções com características especiais. Nesses casos,
o estudo requer técnicas diferentes das que você estava utilizando até agora, devemos observar o
comportamento das funções.
Estudaremos agora dois desses casos: limite quando x tende para + ∞ ou – ∞ e limites que têm como
resultado infinito.
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Veremos agora alguns limites de funções reais, quando x tende para + ∞ ou – ∞. Dependendo da
função, o resultado desses limites pode ser tanto um número real quanto + ∞ ou – ∞.
1
lim n = 0, n> 0
x→+ ∞ x
Exemplos:
1
1) lim
x→+ ∞ x
Para entender o resultado desse limite, vamos esboçar o gráfico da função e observar o seu
comportamento quando x → + ∞.
Montando uma tabela de valores para x, notamos que como x tende para +∞, devemos colocar
valores grandes para x, assim:
86
x y = 1/x (x, y)
1 y = 1/1=1 (1, 1 )
10 y = 1/10 = 0,1 (10, 0.1)
100 y = 1/100 = 0,01 (100, 0.01)
1000 y = 1/1000 = 0,001 (1000, 0.001)
Graficamente:
y
6
1
x→∞
x
1 2 3 4 5 6 7
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Quando calculamos os valores de f(x) para valores muito grandes, notamos que os resultados são
cada vez menores, aproximando-se de zero, assim:
1
lim = 0
x→+ ∞ x
Como será o comportamento da função, quando x se aproxima de – ∞? Para saber, vamos esboçar o
gráfico para valores de x muito pequenos, tendendo para – ∞:
x y = 1/x (x, y)
–1 y = 1/–1= –1 (–1, –1 )
–10 y = 1/–10 = – 0,1 (–10, – 0.1)
–100 y = 1/–100 = – 0,01 (–100, – 0.01)
–1000 y = 1/–1000 = – 0,001 (–1000, – 0.001)
87
y
1
x
–7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 1
x → –∞ –1
–2
–3
–4
–5
1
Notamos que o mesmo ocorre, quando x tende para – ∞, isto é, lim = 0
x → - ∞ x
Lembrete
1
2) lim 2 + x2
x →+ ∞
1 1
Quando x tende para + ∞, temos tende para zero, logo, 2 + 2 tende para 2, isto é,
x2 x
1
lim 2 + x2 = 2 .
x→+ ∞
n
lim x = +∞, n> 0
x →+ ∞
n +∞, se n é par
lim = −∞,
x→ − ∞
x
se n é ímpar
Exemplos:
1) lim 3 x4
x→+ ∞
2) lim 5 x3
x→ − ∞
88
x −5
3) lim
x→+ ∞ 2 x + 4
Para valores muito grandes, tanto o numerador quanto o denominador da função tendem para + ∞,
∞
temos o caso , que é uma indeterminação. Para resolver, devemos colocar o x de maior grau do
∞
numerador e o x de maior grau do denominador em evidência. Após a simplificação, podemos calcular
o limite:
5 5
x 1 − 1 − 1
x −5 x x
lim = lim = lim =
x→+ ∞ 2 x + 4 x→+ ∞ x 4 4 2
2 + x→+ ∞ 2 +
x x
3 x2 − 7x + 10
4) lim
x→ - ∞ x −8
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Tanto o numerador quanto o denominador tendem para ∞.
3 x2 − 7x + 10 3 x2
lim x − 8 = lim x = lim 3x = −∞
x→ - ∞ x→ - ∞ x→ - ∞
1
1) lim
x →0 x
Vamos analisar o gráfico da função para valores próximos de zero e como 0 ∉ Df, devemos substituir
valores pela direita e pela esquerda de zero.
89
x y = 1/x (x, y)
0,5 y = 1/0,5 = 2 (0.5, 2 )
0,1 y = 1/0,1 = 10 (0.1, 10)
0,01 y = 1/0,01 = 100 (0,01, 100)
0,001 y = 1/0,001 = 1000 (0,001, 1000)
y
6 +∞
1
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
1 2 3 4 5 6 7
Observando o gráfico e a tabela, notamos que quando x se aproxima de zero, a função vai para + ∞,
logo, o limite pela direita é + ∞.
1
lim = + ∞
x →0 + x
x y = 1/x (x, y)
–0,5 y = 1/–0,5 = –2 (–0.5, –2 )
–0,1 y = 1/–0,1 = –10 (–0.1, –10)
–0,01 y = 1/–0,01 = –100 (–0,01, –100)
–0,001 y = 1/–0,001 = –1000 (–0,001, –1000)
90
y
1
x
–7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 1
–1
–2
–3
–4
–5
–∞
–6
Observando o gráfico e a tabela, notamos que quando x se aproxima de zero, a função vai para – ∞,
1
logo, o limite pela esquerda é – ∞, isto é, lim − = − ∞ .
x →0 x
1
Como os limites laterais são diferentes, temos que x lim não existe.
→ 0 x
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
y
6
1
x
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7
-1
-2
-3
-4
-5
Vamos agora estudar o comportamento da função f(x) = 1 / x2, quando x tende a zero.
1
2) lim 2
x →0 x
91
Vamos analisar o gráfico da função para valores próximos de zero e como 0 ∉ Df, devemos substituir
valores pela direita e pela esquerda de zero.
x y = 1/x2 (x, y)
0,5 y = 1/0,52 = 4 (0.5, 4 )
0,1 y = 1/0,12 = 100 (0.1, 100)
0,01 y = 1/0,012 = 10000 (0,01, 10000)
0,001 y = 1/0,0012 = 1000000 (0,001, 1000000)
y
+∞
2
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
1
x
1 2 3 4 5 6 7
–1
Observando o gráfico e a tabela, notamos que quando x se aproxima de zero, a função vai para + ∞,
logo, o limite pela direita é + ∞.
1
lim =+∞
+ x2
x →0
x y = 1/x2 (x, y)
–0,5 y = 1/(–0,5)2 = 4 (–0.5, 4 )
–0,1 y = 1/(–0,1)2 = 100 (–0.1, 100)
–0,01 y = 1/(–0,01)2 = 10000 (–0,01, 10000)
–0,001 y = 1/(–0,001)2 = 1000000 (–0,001, 1000000)
92
y
6 +∞
1
x
-6 -5 -4 -3 -2 -1 1
-1
Observando o gráfico e a tabela, notamos que quando x se aproxima de zero, a função vai para + ∞,
1
logo, o limite pela esquerda é + ∞, isto é, lim 2 = + ∞ .
x →0 - x
1
Como os limites laterais são iguais e temos que lim 2 = + ∞ unindo os dois gráficos, temos
x →0 x
o gráfico da função f(x) = 1/x2:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
y
6
1
x
-6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7
–1
–2
1
3) lim =
x → −1 x + 1
A função f(x) = 1/(x+1) terá o mesmo comportamento da função g(x) = 1/x, assim, temos que o
limite para x tendendo a –1 não existe, logo:
93
1 não existe.
lim
x → −1 x + 1
4) lim 1
x → −1 ( x + 1)2
A função f(x) = 1/(x+1)2 terá o mesmo comportamento da função g(x) = 1/x2, assim, temos que o
limite para x tendendo a zero será igual a + ∞, isto é:
1
lim = + ∞
x →0 ( x + 1)2
Temos alguns casos de indeterminações que não são facilmente eliminadas, como nos casos
anteriormente estudados. Esses são os limites fundamentais, vejamos alguns deles:
sen x
1º caso: lim =1
→0 x
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Exemplos:
1) sen 3x
lim
x →0 x
Para calcular o limite da função, vamos utilizar o limite fundamental, para isso precisamos ter o
denominador igual ao arco, assim, devemos multiplicar e dividir por 3, temos:
sen 3x sen 3x 3
lim = lim .
x →0 x x →0 x 3
sen 3x sen 3x
lim = lim 3
3 x
x →0 x x →0
sen 3x sen 3x
lim = 3 lim = 3.1 = 3
x →0 x x → 0 3x
94
sen 3x
2) lim
x → 0 sen 5x
Para calcular o limite da função, vamos utilizar o limite fundamental. Como temos a função
seno, tanto no numerador quanto no denominador precisamos multiplicar por 15x e dividir por 15x,
então:
sen 3x sen 3x 5x 3
lim = lim . .
x → 0 sen 5x x → 0 sen 5 x 3x 5
sen 3x sen 3x 5x 3
lim = lim . .
x → 0 sen 5x x → 0 3 x sen 5x 5
Temos, então, dois limites fundamentais multiplicados pela fração 3/5, assim:
sen 3x 3 sen 3x 5x 3 3
lim = lim . lim = .1.1 =
x → 0 sen 5x 5 x → 0 3 x x → 0 sen 5x 5 5
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
x x
1 1
2º caso: lim 1 + = e; lim 1 + = e
x → +∞ x x → −∞ x
e = nº de euler.
ax x
1 a a
lim 1 + =e ; lim 1 + = ea
x → ± ∞ x x → ± ∞ x
Saiba mais
<http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm17/numeroe.htm>.
95
Exemplos:
5x
1
1) lim 1 +
x → + ∞ x
5x
1
lim 1 + =e 5
x → + ∞ x
x
4
2) lim 1 +
x → + ∞ x
5x
1
lim 1 + =e 4
x → + ∞ x
1) f( x ) = k, k constante ⇒ limf( x ) = k
x→x 0
n
4) limf(x) = a, com a ∈ IR e n ∈ IN * ⇒ lim f ( x ) = a
x→x 0 x→x 0
f( x )
5) lim f( x ) = a, com a ∈ IR+ ⇒ limb = bf ( x )
x→x 0 x→x 0
96
f (x ) a
limf(x) = a, e ∈IR+ e xlimx g( x )=b, com a ∈IR e b ∈IR
*
8) ⇒ lim =
x→x 0 → 0 x→x 0 g ( x ) b
1
lim n = 0, n > 0
x → ∞ x
+∞, se n é par
lim xn =
x → ∞ −∞, se n é ímpar
1
lim 2 = +∞
x → 0 x
sen x
lim = 1
x → 0 x
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
x
1
lim 1 + =e
x → +∞ x
x
1
lim 1 + = e
x → −∞ x
Como queremos o limite para x tendendo a 1 pela direita, devemos usar a expressão da função para
esse intervalo, isto é, f(x) = x + 1 e calcular o limite.
Assim:
lim f( x ) = lim x + 1 = 1 + 1 = 2
x →1- x →1-
97
x2 + 2x se x > 5
2) Determine o valor de a para a função f( x ) = a se x = 5 , seja contínua em xo = 5
x + 30 se x < 5
Resolução:
Para verificar se uma função é contínua em 5, devemos calcular o limite de f, quando x tende para
5, e comparar com f(5). Se forem iguais à função, será contínua, caso contrário, não será contínua.
lim f( x ) = lim x + 30 = 35
x →5- x →5-
Para ser contínua em 5, ainda falta igualar f(5) ao valor do limite, assim:
f(5) = a = 35.
x2 − x − 20
3) Calcular valor do limite lim x − 5
x→ 5
Resolução:
Para se calcular o limite, a primeira providência é substituir o valor de x0 na função. Se a conta for
possível, o limite está calculado, caso contrário, precisaremos utilizar outro procedimento para resolver
o limite.
x2 − x − 20 (x + 4 ).(x − 5)
lim = lim = lim (x + 4 ) = 5 + 4 = 9
x → 5 x − 5 x → 5 x −5 x → 5
98
2x 4 + 3x2 + 5x
4) Calcular o limite lim 3 2
x→ - ∞ x + 2x + 10
Resolução:
∞
Novamente, temos uma indeterminação do tipo . Vamos calcular o limite utilizando o x de
∞
maior grau do denominador e o de maior grau do denominado. Assim:
2x 4 + 3x2 + 5X 2x 4
lim 3 = lim
x → -∞ 3
x → - ∞ x + 2X 2 + 10 x
lim 2 x = -∞
x→ - ∞
Logo,
2x 4 + 3x2 + 5x
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
lim = −∞
x→ - ∞ x 3 + 2x 2 + 10
1
5) Calcular o valor do limite lim
x→ − 4 ( x + 4 )
2
Resolução:
Substituindo x por –4, encontramos uma indeterminação. Nesse caso, não conseguimos eliminar a
indeterminação por meio de fatoração.
1 1
lim
→ - 4 ( x + 4 )2
=
x → - 4 2 = +∞
lim
x x
99
Resumo
x se x ≥ 0
y =| x |=
-x se x < 0
D(f) = IR
Im (f) = {y ∈IR / -1 ≤ y ≤ 1}
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
período p = 2π
y f(x)= senx
1
+ +
π 3π/2 x
-1 1 π/2 2 3 4 5 6 2π 7 8
- -
-1
D(f) = IR
Im (f) = {y ∈IR / -1 ≤ y ≤ 1}
período p = 2π
100
y
1
+ + + + f(x)= cosx
π x
-1 1 π/2 2 3 4 5 6 2π 7 8
- - 3π/2
-1
(2k + 1)π
D(f) = {x ∈IR / x ≠ , k ∈Z}
2
Im (f) = IR
período p = π
y
2 f(x)= tgx
1
π/2 π 3π/2 x
2π
-1 1 2 3 4 5 6 7 8
-1
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
-2
• Teorema do confronto
• Função contínua
101
“se f(x) é contínua num intervalo fechado [a, b] e L, tal que f(a) ≤ L ≤
f(b), então existe c ∈ [a, b] com f(c) = L.”
• Propriedades
1) f( x ) = k, k constante ⇒ limf( x ) = k
x→x 0
n
4) limf(x) = a, com a ∈ IR e n ∈ IN * ⇒ lim f ( x ) = a
x→x 0 x→x 0
f( x )
5) lim f( x ) = a, com a ∈ IR+ ⇒ limb = bf ( x )
x→x 0 x→x 0
1
lim n = 0, n > 0
x → ∞ x
+∞, se n é par
lim xn =
x → ∞ −∞, se n é ímpar
1
lim 2 = +∞
x → 0 x
102
sen x
lim = 1
x → 0 x
x
1
lim 1 + =e
x → +∞ x
x
1
lim 1 + = e
x → −∞ x
Exercícios
Questão 1 No ano de 2005, uma empresa lançou um novo produto no mercado, com produção
inicial de 2000 unidades. A quantidade P de unidades produzidas, a partir de 2005, segue a função
p(t)=2000.(0,95)t, sendo que t representa o tempo em anos. Considerando-se que log(0,5)=–0,30 e
log(0,95)=–0,02, após 2005, a produção será de 1000 unidades no ano de:
(A) 2010
(B) 2015
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
(C) 2020
(D) 2025
(E) 2030
P(0)=2000.(0,95)0=2000.1=2000
Para sabermos em que ano a quantidade de unidades produzidas será de 1000, fazemos:
1000
P(t) = 2000.(0, 95)t ⇒ 1000 = 2000.(0, 95)t ⇒ = (0, 95)t ⇒ 0, 5 = (0, 95)t
2000
103
Podemos aplicar a definição de logaritmo em ambos os lados da equação (utilizar dica do enunciado).
Logo:
0, 5 = (0, 95)t ⇒ log(0, 5) = log(0, 95)t ⇒ log(0, 5) = t.log(0, 95) ⇒ −0, 30 = −0, 02t ⇒
−0, 30
⇒t= ⇒ t = 15
−0, 02
Então, em 15 anos, a quantidade de unidades produzidas será de 1000. Sendo assim, como o
ano inicial é 2005, fazemos: 2005 + 15 = 2020. Logo, a produção será de 1000 unidades no ano de
2020.
Então:
104
461 35
Países desenvolvidos
30
269
25
1.592
Número em milhões
20
95 15
490
Países em
desenvolvimento 10
5
110
Estimativas
0
1950 1970 1990 2010 2030 2050
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Disponível em: www.economist.com. Acesso em: 9 jul. 2009 (adaptado).
105
106
Unidade II
Unidade III
DERIVADAS, SUAS APLICAÇÕES E APLICAÇÕES GERAIS
7 DERIVADAS
Consideremos uma função f e dois pontos A (x, y) e B (x + ∆x, y + ∆y) do seu gráfico.
Por esses pontos, temos uma reta r1 secante ao gráfico de f (isto é, corta o gráfico em dois pontos).
∆y
O coeficiente angular da reta r1 é a = e a sua equação é y = a x + b.
∆x
y ƒ(x)
r1
y + ∆y B
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∆y
A
y ∆x
x
x x + ∆x
Observe a figura abaixo. Quando diminuímos o acréscimo ∆x, o ponto B se aproxima de A e as retas
secantes r1, r2, r3, [...]. se aproximam da reta t, tangente ao gráfico de f, no ponto A:
y ƒ(x)
r1
y + ∆y B1
1 r2
B2 r3
∆y1
B3 t
A
y ∆x1
x
x x + ∆x1
O coeficiente angular da reta r1 tende para um número que chamamos de derivada de f e escrevemos
f ’(x), assim:
107
∆y
lim = f ’(x)
∆x→0 ∆x
Podemos também utilizar h para indicar o acréscimo dado em x, no lugar da notação de ∆x, nesse
caso, temos a definição de derivada dada pelo limite:
f( x + h) − f( x )
lim
h → 0 h
= f ’( x )
Lembrete
Você pode usar qualquer uma das formas, trabalhe com a que se
adaptou melhor.
y – y0 = f ‘(x0) (x – x0).
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Observação
Nem sempre será possível determinar a reta tangente ao gráfico de uma função em qualquer ponto,
veja os gráficos a seguir:
P P
R R
Observando os dois gráficos, temos que em ambos não é possível encontrar a reta tangente ao
gráfico no ponto P, nesse ponto, o gráfico apresenta um “bico” e então teríamos duas tangentes. Porém,
é possível encontrar a reta tangente no ponto R e nesses exemplos existe a reta tangente em todos os
outros pontos também.
108
Dada uma função y = f(x), podemos escrever a sua derivada em um ponto qualquer:
dy df(x)
y ’ ou f’(x) ou ou
dx dx
dy df(x 0 )
y ’( x 0 ) ou f’(x 0 ) ou (x 0 ) ou
dx dx
Exemplos:
a) Para calcular a derivada da função pela definição, você deve, inicialmente, encontrar ∆y. Para
isso, vamos substituir f(x) por y e determinar y + ∆y, assim:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
y+∆y=(x+∆x)2 e como y = x2, temos:
x2+∆y=(x+∆x)2 ⇒ ∆y=x2+2x ∆x+(∆x)2–x2 ⇒ ∆y=2x ∆x+(∆x)2
∆y 2x ∆x + ( ∆x )2
f ’( x ) = lim = lim
∆x→0
∆x→0 ∆x ∆x
Note que o limite, quando ∆x → 0, é uma indeterminação, logo, para resolver, você deve
eliminar a indeterminação.
Nesse caso, basta colocar ∆x em evidência, simplificar e calcular o limite da expressão que
sobrou, assim:
2 x ∆x + ( ∆x )2 ∆x(2 x + ∆x )
f ’( x ) = lim = lim = lim (2x + ∆x ) = 2x
∆x→0 ∆ x ∆x→0 ∆ x ∆x→0
c) O mesmo deve ser feito agora em x = 1, assim, substituindo x por 1 na expressão da derivada,
encontramos f ’ (1) = 2. 1 = 2. Logo, f ’(1) = 2.
a) Para calcular a derivada pela definição, inicialmente encontre ∆y, para isso, vamos substituir
f(x) por y e determinar y + ∆y, assim:
3x+∆y=3(x+∆x)
∆y – 3x+∆x – 3x
∆y=3∆x
∆y 3 ∆x
f ’( x ) = lim = lim
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
∆x→0 ∆x
∆x→0 ∆x
Note que, se você calcular o limite da função tal como ela está, você encontrará uma
indeterminação.
∆y 3 ∆x
f ’( x ) = lim = lim
∆x→0 ∆x ∆lim
= 3=3
∆x→0 ∆x x →0
Logo, f ’ (x) = 3.
b) Para calcular a derivada em x = –1, substitua o valor de x na expressão da derivada, assim, você
encontrará f ’ (–1) = 3.
3) Queremos agora encontrar a equação da reta tangente ao gráfico da função f(x) = x2 em x0 = –2.
Como vimos no exemplo 1, a derivada da função f(x) = x2 é f ’ (x) = 2x, assim, temos que o coeficiente
angular da reta tangente ao gráfico de f em x0 = –2 é dado por a = f ’ (–2) = (–2)2 = 4.
110
Sabemos também que a reta tangente passa pelo ponto de tangência, (x0, y0), isto é, passa pelo
ponto de coordenadas (–2, f(–2)) = (–2, 4).
y – y0 = a (x – x0), isto é:
y – 4 = – 4 (x – (–2))
Para entender melhor, vamos representar graficamente a função e sua reta tangente:
y
f(x)=x2
4
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
x
-2 0 2
O gráfico da função f(x) = x2 é uma parábola com concavidade para cima, com vértice no ponto (0,
0).
A reta tangente tem equação y = –4x – 4 e passa por T(–2, 4), ponto de tangência. Precisamos
encontrar mais um ponto da reta, por exemplo:
f(x)=–4x –4
x y y
2 4
–1 0 4
x
-2 -1 0 2
t
111
x
-2 0 2
t
Nem sempre será possível calcular a derivada da função em qualquer ponto, vejamos o próximo
exemplo:
Para verificar esta informação, vamos calcular a derivada pela definição, assim:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
f( x + h) + f( x ) | x − 1 + h | − | x − 1|
f ’( x ) = lim h
= lim
h
h → 0 h →0
| 1 − 1 + h | − | 1 − 1| | h |
f ’(1) = lim
h hlim
= , quando h tende para zero, temos uma
h →0 →0 h
indeterminação.
h
h , se h ≥ 0 1, se h ≥ 0
|h| | h |
= , isto é, =
h h
−h
, se h < 0 −1, se h < 0
h
112
| h |
f ’( x ) = lim + h
= lim +1 = 1
h →0 h →0
| h |
f ’( x ) = lim − h
= lim − − 1 = −1
h →0 h →0
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Como os limites laterais são diferentes, temos que não existe o limite e, portanto, a função não é
derivável em x = 1.
4) Do mesmo modo que o exemplo anterior f(x) = |x| não é derivável em x = 0, porém é derivável em
qualquer outro valor de x.
Observe o gráfico da função f(x) = |x|, em x = 0 tem um “bico”, assim não é derivável em x = 0, porém,
no restante do gráfico, não temos problemas e a função será derivável em todos os outros pontos:
1 x
113
Observação
Saiba mais
<http://wwwp.fc.unesp.br/~arbalbo/arquivos/derivadasaplicacoes.pdf>
Não é prático calcular derivadas utilizando a definição. Para agilizar o cálculo, usaremos as regras de
derivação, a seguir, veremos algumas1:
Exemplos:
a) y=4 ⇒ y’=0
b) f(x) = a + 1
Note que f é função de x, então (a + 1) é constante e a derivada de f(x) = a + 1 deve ser calcula pela regra 1:
f ’ (x) = 0
2) y=x ⇒ y’=1
y=kx ⇒ y’=k
Exemplos:
a) y = 2x
A função é formada por uma constante multiplicada pela variável, assim, a sua derivada será igual
a constante, logo:
y’=2
1
Outras regras são encontradas nas tabelas gerais nos livros indicados na bibliografia.
114
b) y = –4x
Novamente, a função é formada por uma constante multiplicada pela variável, assim, a sua derivada
será igual a constante, logo:
y’ = –4
c) y = 2x
A função é formada por uma constante multiplicada pela variável, assim, a sua derivada será igual
a constante, logo:
1
y’ =
2
Exemplos:
a) y=x2 ⇒ y’=2x2–1=2.x
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
b) y=–3x4 ⇒ y’=–3.4.x4–1=–12x3
c) y=5x–3 ⇒ y’=5.(–3).x–3–1=–15x–4
d) f(x)=(a–2)x3
Note que f é função de x, então o termo (a – 2) é constante e deverá ser considerado como o c da
regra 3, assim, a derivada de f(x) = (a – 2) x3 será
Observação
4) y=ex ⇒ y’=ex
y=c ex ⇒ y’=c ex, c constante
y=ax, a ≠ 0 ⇒ y’=ax In a
115
Exemplos:
a) y=3ex
A função é formada por uma constante e pela exponencial, teremos, então, que sua derivada será
igual a:
y’ = 3. (ex)’ = 3 . ex
b) y = 2x
Temos agora a derivada de uma função exponencial e como a base não é igual a e, você deve utilizar
a 2ª regra da exponencial, assim, a derivada da função será igual a:
y’= 2x. ln 2
c) y = 2. 3x
Novamente, a função é uma exponencial como base diferente de e, agora multiplicada por uma
constante. Vamos utilizar a 2ª regra da exponencial, assim, a derivada será a constante multiplicada pela
derivada da exponencial, isto é:
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y’= 2. (3x)’ = 2 . 3x . ln 3
1
5) y = ln x ⇒ y’ =
x
Exemplos:
a) y = 3 ln x
A função é formada por uma constante multiplicada pelo ln x, assim, a derivada da função será a
constante multiplicada pela derivada do ln x, isto é:
1
y’ = 3.(ln x)’ = 3.
x
b) y = –5 ln x
A função é formada por uma constante multiplicada pelo ln x, assim, a derivada da função será a
constante multiplicada pela derivada do ln x, isto é:
1 −5
y’ = 5.(ln x)’ = 5. =
x x
116
Observação
Exemplos:
a) y=x2+5x
A função é formada pela soma de duas outras, f(x) = x2 e g(x) = 5x. Você vai encontrar a derivada
de y utilizando a regra apropriada para cada parcela. Em nosso exemplo, a regra 3) para f(x) e a regra 2)
para g(x).
Assim:
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y’=(x2)’+(5x)’=2x+5
b) y=–3x4+7x–2–ex
Você vai encontrar a derivada de y utilizando a regra apropriada para cada parcela.
Nesse exemplo usaremos a regra 3) para f(x) e g(x) e a regra 4) para h(x).
Assim:
y‘=–3x4+7x–2–ex
y‘=–3.4x4 – 1+7.(–2)x–2–1–ex
y‘=–12x3–14x–3–ex
c) y=4x2+x–1
Novamente temos a função formada pela soma de outras duas, f(x) = 4x2 e g(x) = x –1, utilizando a
regra 3) para f e g, temos:
117
y‘=(4x2)’+(x–1)’
y‘=4.2.x2–1+(–1)x–1–1
y‘=8.x–x–2
7) derivada do produto
y=f(x).g(x) ⇒ y’=f’(x).g(x)+f(x).g’(x)
ou
y=u.v ⇒ y’=u’.v+u.v’
Exemplos:
a) y=(x+3x2).(2x–4)
Queremos calcular a derivada do produto das funções: u (x) = (x + 3x2) e v (x) = (2x – 4). Para isso,
vamos calcular as derivadas separadamente e depois substituímos na regra 7).
u’(x)=1+3.2.x=1+6x
v‘(x)=2–0=2
y‘=18x2–20x– 4
b) y=(3x+5x2).(x+2)
Queremos calcular a derivada do produto das funções u(x)=(3x+5x2) e v(x)=(x+2). Para isso, vamos
calcular as derivadas separadamente e depois substituímos na regra 7).
u‘(x)=3+5.2.x=3+10x
v‘(x)=1+0=1
y’ = (u.v)’ = u’.v + u.v’ = (3x + 5x2 ) ’ .(x + 2) + (3x + 5x2 ).(x + 2)’
y ’ = (3 + 10x).(x + 2) + (3x + 5 x2 ).(1)
118
y‘=15x2+26x+6
8) derivada do quociente
f( x ) f’(x).g(x) − f(x).g’(x)
y= ⇒ y’ =
g( x ) (g(x))2
Exemplos:
x2
3x
a) y =
( x + 2)
A nossa função é o quociente de duas funções: u(x)=x2–3x e v(x)=x+2. Podemos calcular as derivadas
de u e v separadamente e depois substituir na regra do quociente, assim:
u(x)=x2–3x ⇒ u‘(x)=2x–3
v(x)=x+2 ⇒ v‘(x)=1+0=1
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u’.v − u.v’ (2x − 3).(x + 2) − (x2 − 3x).1
y’ = =
( v )2 (x + 2)2
x 3 − 2x 2 + x
b) y =
( x2 − 1)
u(x)=x3–2x2+x ⇒ u‘(x)=3x2–2x+1
v(x)=x2–1 ⇒ v‘(x)=2x–1
119
x 4 + 3x 3 − 6x2 + 3x − 1
y’ =
(x2 − 1)2
Exemplos:
a) y = (2x + 5)3
y’ = 3(2x + 5)2 .(2x + 5)’ = 3(2x + 5)2 .2 = 6(2x + 5)2
2 2 2
b) y = e x ⇒ y’ = ex .(x2 )’ = ex .(2x)
1
c) y = 4x − 1 ou y = (4x − 1) 2
1 -1 1 -1 -1
y’ = (4x − 1) 2 .(4x − 1)’ = (4x − 1) 2 .4 = 2(4x − 1) 2
2 2
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Temos várias aplicações na qual precisamos derivar a função mais de uma vez, isto é, precisamos
calcular as derivadas de ordem superior.
Em Física, temos o conceito de velocidade instantânea, que é a taxa de variação do espaço pelo
tempo, isto é, a velocidade instantânea é calculada pela derivada da função espaço. Temos também a
aceleração instantânea, que é a taxa de variação da velocidade pelo tempo, logo, a aceleração é dada
pela derivada da velocidade.
120
Exemplos:
a) f(x)=3x5+2x3–10x2+6x
Resolução:
f’(x)=3.5.x4+2.3.2–10.2.x+6
f’(x)=15x4+6x2–20x+6
f”(x)=15.4x3+6.2x–20
f”(x)=60x3+12x–20
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
f’”(x)=60.3x2+12
f’”(x)=180x2+12
Observação
b) f(x)=x3+cos x
Resolução:
f’(x)=3.x2–sen x
f’(x)=3x2–sen x
121
f”(x)=6x–cos x
f”(x)=6x–cos x
f’”(x)=6+sen x
f’”(x)=6+sen x
Observação
c) f(x)=3Lnx
Resolução:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
f’(x)=3.1/xouf’(x)=3.x–1
f’(x)=3.x–1
Para calcular a derivada de 2ª ordem, devemos derivar f‘(x) utilizando a expressão com
expoente negativo, a derivada é mais simples, do contrário, você deve utilizar a regra do
quociente, assim:
f”(x)=3(–1)x–2
f”(x)=–3x–2
f’”(x)=(–3).(–2)x–3
f’”(x)=6x–3
122
Lembrete
2) Um móvel tem equação horária dada por S(t)=16t2–2t+10, com S em metros e t em segundos,
determine:
c) A aceleração instantânea.
Resolução:
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S‘(t)=16.2.t–2
V(2)=32.2–2=64–2=62m/s
a(t)=V’(t)=32
d) Como a função é constante, o valor será o mesmo para qualquer valor de t, assim:
a(t)=32m/s2
A seguir, teremos alguns teoremas sobre continuidade e derivadas. As demonstrações podem ser
encontradas nos textos indicados na bibliografia.
123
• Teorema de Bolzano
“f é uma função contínua em [a, b] e f(a) e f(b) têm sinais diferentes, então existe, pelo menos, um
ponto c de ]a, b[, tal que f(c) = 0.”
a b
Observando o exemplo, notamos que f(a) > 0 e f(b) < 0, (sinais diferentes) e existem valores em ]a,
b[, no qual f(c) = 0.
Exemplo:
A velocidade de um móvel é dada por v(t)=t3–3t–1. Mostre que no intervalo [0, 2] existe um instante
em que a velocidade é nula.
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v(0)=03–3.0–1=–1<0
v(2)=23–3.2–1=8–6–1=1>0
Assim, pelo teorema de Bolzano, existe um valor entre 0 e 2, para o qual a velocidade é zero.
• Teorema de Weierstras
f(b)=Vmin Vmin
x x
a b a Xmin b Xmáx
124
Nesses dois exemplos, temos funções contínuas no intervalo fechado e temos valores máximos e
mínimos da função.
Lembrete
0 b x
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• Teorema de Rolle
“f é contínua em [a, b], derivável em ]a, b[ e f(a)=f(b) ⇒ existe c em ]a, b[, tal que f’(c)=0.”
f(x)
f(a)=f(b)
0 a c b x
Lembrete
A partir desses teoremas, podemos concluir vários resultados úteis em nossos estudos, como os
critérios da derivada para crescimento da função e para a concavidade da função que estudaremos mais
adiante. Temos também outras aplicações que não veremos nesse texto, por exemplo, a fórmula do valor
médio de Cauchy e a fórmula de Taylor, com resto de Lagrange.
125
Tabela de derivada:
1) y = c ⇒ y’=0,
2) y = x ⇒ y’=1
y = kx ⇒ y’ = k
n n-1
3) y = cx ⇒ y’ = c.n.x c é constante
x x
4) y = e ⇒ y’ = e
y = c ex ⇒ y’ = c ex , c constante
y = ax , a ≠ 0 ⇒ y’ = ax ln a
1
5) y = ln x ⇒ y’ =
x
6) derivada da soma e da diferença
y = f( x ) + g( x ) ⇒ y’ = f’(x) + g’(x)
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y = f( x ) g( x ) ⇒ y’ = f’(x) g’(x)
7) derivada do produto
y = f( x ).g( x ) ⇒ y’ = f’(x).g(x) + f(x).g’(x)
ou
y = u.v ⇒ y’= u’.v + u.v’
8) derivada do quociente
f( x ) f’(x).g(x) − f(x).g’(x)
y= ⇒ y’ =
g( x ) (g(x))2
Lembrete
Vamos agora reescrever a nossa tabela de derivadas, utilizando a notação de função composta para
facilitar a derivada destas funções.
2) y = eu ⇒ y’ = u’.eu
y = c eu ⇒ y’ = c.u’.eu , c constante
Resolução:
y–yo=f‘(xo)(x–xo).
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f(x)=x4–x3+3x
f‘(x)=4x3–3x2+3
Então, f‘(1)=4.13–3.12+3=4–3+3=4
Falta, ainda, determinar o valor de f(1) substituindo x=1 na expressão que define a função:
yo=f(1)=14–13+3.1=1–1+3=3
yo=3
y–yo=f‘(xo)(x–xo)
y–3=4(x–1)
Resolução:
Para calcular a derivada da função, devemos observar que temos a soma de duas funções e será
necessário verificar qual a regra conveniente para cada caso.
Assim:
y=2x–3+x2
y‘=(2x–3)‘+(x2)‘=2.(–3)x–4+2x
Logo, y‘=–6x–4+2x.
3x2 + 5x
3) Calcular a derivada da função y =
x2 − 2
Resolução:
Nesse caso, temos que utilizar a regra do quociente para encontrar a derivada da função.
Assim:
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3x2 + 5x
y=
x2 − 2
y’ =
(3x 2
) ( )
+ 5x ’.(x2 − 2) − 3x2 + 5x .(x2 − 2)’
( x2 − 2)2
Simplificando, temos:
−5x2 − 12x − 10
y’ =
( x − 2)
2 2
128
2
4) Calcular a derivada da função y = e3 x + cos 5x
Resolução:
Temos agora a soma de duas funções, uma exponencial e outra trigonométrica. Devemos, então,
utilizar as regras apropriadas. Note que ambas são funções compostas.
Assim:
2
y = e3 x + cos 5x
2
y’ = (e3 x )’ + ( cos 5x)’
2
y’ = (6xe3x ) + 5( sen 5x)
Logo:
2
y’ = 6 x e3 x − 5 sen 5x
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5) Calcular a derivada da função y = Ln (x4 + 3x2)
Resolução:
y=Ln(x4+3x2)
y’=(Ln(x4+3x2))’
1
y’ = 4 2
.(4 x 3 + 6 x )
x + 3x
Simplificando, temos:
2x(2x2 + 3) 2.(2x2 + 3)
y’ = =
x(x 3 + 3x ) (x 3 + 3x )
129
Logo:
2.(2x2 + 3)
y’ =
(x 3 + 3x )
8 APLICAÇÕES
A seguir, veremos algumas aplicações dos assuntos tratados nos módulos anteriores. Dependendo
da área de interesse de seus educandos, você pode se aprofundar mais nos assuntos relacionados a
ela.
Sabemos que derivada é uma taxa de variação, baseado nisso, vamos utilizar derivadas para
determinação de valores aproximados.
Observe a figura:
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y f
y+∆y B
t
∆y
dy
y A α
D
α
x x+∆x x
dy
Notamos que no triângulo ADC, temos tg = , isto é, f’(x) = dy .
∆x ∆x
O acréscimo dy é uma aproximação para ∆y quando ∆x→0.
Assim:
f( x 0 + ∆x ) ≅ f ( x 0 ) + f’ ( x 0 ) .∆x
130
Lembrete
Exemplo:
Podemos utilizar x0=16oux0=9, para encontrar a melhor aproximação, devemos escolher para x0 o
valor mais próximo de 13.
Logo, x0 = 16 e ∆x = −3 .
Assim:
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1 1
f(x) = x = x1/2 ⇒ f’(x) = x -1/2 =
2 2 x
f(x 0 ) = f(16) = 16 = 4
1 1 1
f’(x 0 ) = f’(16) = = =
2 16 2.4 8
Substituindo na expressão:
f( x 0 + ∆x ) ≅ f ( x 0 ) + f’ ( x 0 ) .∆x
1 3
13 ≅ 4 + .( 3) = 4 = 4 − 0, 375 = 3, 625
8 8
13 ≅ 3, 625
131
Observação
Seja f uma função real definida num domínio D e derivável em D. Por meio do sinal da 1ª derivada
de f, podemos saber em qual lugar a função é crescente ou decrescente.
Os pontos nos quais f ’(x) = 0 são possíveis pontos de máximo ou de mínimo, dependendo do sinal
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
da derivada antes e depois do ponto. Esses pontos são chamados pontos críticos:
f’(x) > 0 f’(x)=0 f’(x) < 0 f’(x) < 0 f’(x) = 0 f’(x) > 0
Se f’ não muda de sinal antes e depois do ponto crítico, então f não tem ponto de máximo ou de
mínimo.
Exemplos:
a) f(x) = x2 –2x
132
2x–2=0 ⇒ x=1.
decrescente crescente
1
ponto mínimo
b) f(x)=x3–12x
f(x)=x3–12x ⇒ f‘(x)=3x2–12
Igualando a derivada a zero, você vai determinar os possíveis pontos de máximo ou mínimo da
função:
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f’(x)=0 ⇔ 3x2–12=0 ⇔ x= ±2 (pontos críticos):
–2 2
Então:
Para x = –2, temos f(x)=(–2)3–12.(–2)=–8+24=16, isto é, (–2, 16) é ponto de máximo local.
2) Dona Cotinha comprou um sítio e deseja fazer uma horta, para isso ela quer separar uma parte do
terreno que faz divisa com o Sr. Totó.
133
Figura 1
Ela tem 52m de tela para cercar a área retangular onde será a sua horta. Sabendo que ela que
aproveitar um dos lados com a cerca do Sr. Totó, determine as dimensões da região a ser cercada para
que a área seja a maior possível.
Modelo matemático
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x x
Figura 2
Resolução:
Dona Cotinha tem 52m de tela para cercar os três lados do terreno, como no modelo matemático,
temos 2x + y = 52.
Como queremos a maior área possível, devemos determinar o ponto de máximo da função área
usando, para isso, a derivada da função.
Assim:
2x + y = 52 ⇒ y = 52-2x
2
A = x.y ⇒ A = x.(52-2x) = 52 x 2x
134
A‘(x)=52–4x
Igualando a zero:
52–4x=0 ⇒ x=13
13
sinal de A’
crescimento de A’
Seja f uma função real definida num domínio D e derivável em D. Por meio do sinal da 2ª derivada
de f, podemos saber a concavidade da função, para cima ou para baixo.
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Vejamos o quadro a seguir:
Os pontos nos quais f ”(x) = 0 são os possíveis pontos de inflexão, dependendo de o sinal da derivada
ser diferente antes e depois do ponto. Ponto de inflexão é o ponto em que a curva muda de concavidade.
f”(x) < 0 f”(x)= 0 f”(x) > 0 f”(x) > 0 f”(x)= 0 f”(x) < 0
Notemos que se f não muda de concavidade, então não teremos ponto de inflexão.
Exemplos:
a) f(x)=x3–12x
135
6x=0 ⇒ x=0.
ponto de inflexão
b) f(x)=x4+x3
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x = 0
2 x = 0
12x + 6 x = 0 ⇒ 6 x.(2x + 1) = 0 ⇒ ⇒ 1
2x + 1 = 0 x = −
2
Logo, x = 0 e x = –1/2 são possíveis pontos de inflexão da função, fazendo o estudo de sinal,
temos:
–1/2 0
sinal de f”
concavidade de f
–1/2 0
ponto de inflexão ponto de inflexão
136
c) y = x
12 x2 = 0 ⇒ x = 0
0
sinal de f”
concavidade de f
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Sempre podemos construir gráficos de funções utilizando tabela de pontos, porém, nem sempre
esse é o meio mais rápido e mais preciso de se fazer um gráfico. Podemos também utilizar softwares
matemáticos para essas construções.
Nesse item, faremos gráficos baseados na teoria estudada até agora. Para isso, vamos seguir o
seguinte roteiro:
Exemplo:
Construir o gráfico de y = x3 – 9x
137
a) Dom f = IR.
x=0⇒y=0
y = 0 ⇒ x 3 − 9x = 0 ⇒ x = 0 ou x = 3 ou x = −3
c) Pontos críticos (máximo e mínimo): devemos calcular a derivada da função e igualar a zero, para
determinar os pontos críticos:
y = x 3 − 9x ⇒ y’ = 3x2 − 9
y’ = 0 ⇒ 3x2 − 9 = 0 ⇒ x = ± 3
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– 3 3
sinal de f’
crescimento de f
Assim:
d) Pontos de inflexão: devemos agora calcular a derivada de 2ª ordem de f e igualar a zero para
determinar os possíveis pontos de inflexão:
y = x 3 − 9x ⇒ y’ = 3 x2 − 9 ⇒ y " = 6 x
y" = 0 ⇒ 6 x = 0 ⇒ x = 0
138
0
sinal de f”
concavidade de f
ponto de inflexão
lim (x )
3 3 9
− 9x = lim x 1 − 2 = +∞
x
x→+ ∞ x→+ ∞
lim
x→− ∞
( x 3
)
− 9x = lim
x→− ∞
x 3 9
1 − 2 = −∞
x
Notamos, então, que quanto maior o valor de x maior será o valor de f(x) e quanto menor o valor
de x menor será o valor de f(x).
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Substituindo todos os valores encontrados em nosso roteiro, encontramos o gráfico de f:
y
16
15
14
13
12
11
10,39 10
9
8
7
6
5
4
3
2
1,73
1 x
–10 – 9 –8 –7 –6 -5 -4 -3 -2 -1
-1
-1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
–1,73 -2
-3
-4
-5
-6
-7
-8
-9
-10 –10,39
-11
-12
-13
139
Na construção do gráfico de uma função, devemos verificar se ele possui assíntotas. Para isso, vamos
calcular o limite da função, quando x tende a +∞ e a –∞.
Exemplos:
x2 + x
a) Vamos determinar se a função racional f ( x ) = tem assíntota horizontal. Para isso, devemos
x2 − 5
calcular os limites para infinito.
x2 + x x2 + x
lim x2 − 5
= 1e lim x2 − 5
=1
x→ + ∞ x→ − ∞
y
6
5
4 assíntota horizontal
3
2
1 x
–10 – 9 –8 –7 –6 -5 -4 -3 -2 -1
-1
-1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-2
-3
-4
-5
Observação
3 3
lim x − 27 x = +∞ lim x − 27x = −∞
x→ +∞ x→ −∞
140
y
50
40
30
20
3
–3
10
5,2
–5,2 x
-20 -10 10 20
-10
-20
-30
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
-40
-50
Observando o gráfico, notamos que não existem assíntotas, a função tem máximo em x = –3 e tem
mínimo em x = 3.
f ’( x ) f (x) f ’( x )
limf(x) = limg(x) = 0 e lim = L ⇒ lim = lim = L
x→ a x→ a x→ a g ’( x ) x→ a g ( x ) x→ a g ’( x )
f ’( x ) f (x) f ’( x )
lim
x→ a
f( x ) = limg( x ) = ∞
x→ a
e lim
x→ a g ’( x )
= L ⇒ lim
x→ a g ( x )
= lim
x→ a g ’( x )
=L
141
Saiba mais
Exemplos:
Calcular os limites:
x2 − 9
a) lim
x → 3 x − 3
x2 − 9 2 x
lim x − 3 = lim 1 = 2.3 = 6
x→ 3 x→ 3
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
5 x2 − 2 x − 10
b) lim x4 + 3x3
x → ∞
∞
O limite é do tipo assim, aplicando a regra de L’Hospital, temos:
∞
5 x2 − 2 x − 10 10x − 2
lim x4 + 3x3 = lim 4 x3 + 9x2
x→ ∞ x→ ∞
142
1) Capitalização
Sabemos que a expressão que indica a capitalização constante de um certo capital inicial (C0), com
taxa anual i e tempo (n) em anos, é dada pela expressão:
Cn = C0. ei n.
Se você investir R$ 1.500,00 com juros de 9% ao ano, após quanto tempo terá triplicado o seu
investimento?
Resolução:
Como queremos triplicar o valor investido, teremos Ct = 3. 1.500 = 4.500, então 4.500 = 1.500. e 0,09.t.
Assim:
3 = e 0,09.t.
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Utilizando o logaritmo natural (Ln) na expressão, encontramos Ln 3 = Ln(e0,09t). Pelas propriedades de
logaritmo, podemos escrever Ln 3 = 0,09t, então:
Ln 3
t= = 12, 20 anos
0,09
2) Taxa de crescimento
Resolução:
População do ano-base: Po
População após um ano: P1 = Po. (1,02)
População após dois anos: P2 = Po. (1,02)2
População após x anos: Px = Po. (1,02)x
143
Vamos supor que a população triplicará em relação ao ano-base após x anos, sendo assim, temos:
Px = 3. Po, e daí:
Pelas propriedades de logaritmo, temos: x. log 1,02 = log3, usamos uma calculadora para obtermos
os resultados dos logaritmos na base 10 e encontramos x. 0,0086 ≅ 0,4771, logo:
0, 4771
x≅ = 55, 4781 anos
0,0086 .
3) Taxa de decaimento
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Determine o tempo que leva para que 2.000g de certa substância radioativa, que se desintegra à
taxa de 1% ao ano, se reduza a 100g. Utilize a expressão: Q = Q0 * e–rt:
• Q é a massa da substância;
• Q0 é a massa inicial;
• r é a taxa;
• t é o tempo em anos.
Resolução:
100
e −0,01 t =
2000
144
Temos:
–0,01t = Ln 0,05
Usamos uma calculadora para calcular ln 0,05, encontramos –0,01t = – 2,99573, multiplicando por
(–1) e dividindo por 0,01, vem:
2, 99573
t= ≅ 299, 573 anos
0,01
A substância levará 299,573 anos para se reduzir a 100g.
Certa substância radioativa decai exponencialmente. Sabendo que inicialmente temos 600g e que,
após 40 anos, temos 200g, se pede:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Utilize a expressão: Q = Q0 * e–rt,
• Q é a massa da substância;
• Q0 é a massa inicial;
• r é a taxa;
• t é o tempo em anos.
Figura 3
145
Resolução:
Pelo enunciado, temos: Q = 200, Q0 = 600 e t = 40, substituindo os dados do problema na expressão
Q = Q0 * e–rt, temos:
200 = 600 * e– 40 r
200 1
e −40 r = ⇔ e − 40 r =
600 3
Temos: – 40 r = Ln 0,33.
Usamos uma calculadora para calcular ln 0,33 e encontramos: – 40 r = –1,099, multiplicando por
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
r = 0,027
t (anos) Q (quantidade)
0 600
40 203,75
100 40,32
200 2,71
146
Q
600
200
40
2,71
Note que os valores de Q tendem a zero, assíntota da função, porém, não teremos Q = 0.
5) Capitalização
Em certo país, a taxa mensal de correção do fundo de garantia dos trabalhadores é igual em todos
os meses, mas no final de um ano se verificou que os saldos dobraram. Qual é a taxa mensal de correção
do fundo de garantia nesse país?
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
Figura 4
Resolução:
Seja i a taxa mensal de correção do fundo de garantia (FGTS) e x o saldo atual do FGTS, assim:
• saldo inicial: x;
• após 1 mês o saldo será: x(1+i);
• após dois meses o saldo será: x(1+i)2, e assim sucessivamente;
• no final de 12 meses, esse saldo será: x(1+i)12.
x(1+i)12 = 2x ou (1+i)12 = 2
147
Para calcular o valor da taxa mensal (i) de correção do FGTS, aplicamos o logaritmo aos dois lados
da igualdade.
Assim:
Podemos determinar a idade de fósseis e artefatos utilizando vários métodos, dentre eles, temos
a datação por carbono. Essa técnica, descoberta por W. L. Libby, prêmio Nobel de 1960, utiliza a razão
entre as massas do isótopo radioativo carbono 14 (14C) e do isótopo estável carbono 12 (12C).
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Figura 5
Todas as plantas absorvem dióxido de carbono presente no ar, que contém 14C e 12C, assim, a razão entre
as massas de carbono 14 e 12 das plantas e dos animais que se alimentem delas será a mesma que do ar.
Com a morte da planta ou do animal, não há mais absorção de dióxido de carbono, a massa de 12C
continua a mesma, porém a massa de 14C diminui exponencialmente (decaimento radioativo), assim a
razão entre estas massas diminui.
Rt = R0 e–k t
Baseado nisso, determine a idade aproximada de uma amostra encontrada para a qual a razão entre
as massas de 14C e 12C seja ¼ da razão observada no ar, sabendo-se que o valor da constante k para o
carbono 14 é 0,000121.
Resolução:
1
= e −k t
4
1 1 -Ln 1/4 Ln 4 Ln 4
Ln = Ln e −k t ⇔ Ln = −k.t ⇔ t = ⇔t= ⇔t= ≅ 11.457
4 4 k k 0,000121
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8.7 Derivadas
1) Usando o fato de que a velocidade escalar é uma taxa de variação (derivada), determine a
velocidade no instante t de uma bola que é jogada para cima, a partir do solo, sendo sua altura
dada por S(t) = – t2 + 6 t. Altura em metros e o tempo em segundos.
Resolução:
149
2) Em economia, se define custo marginal como a variação do custo para uma pequena
variação na quantidade produzida, isto é, é aproximadamente o custo de produção de uma
unidade adicional e se determina o custo marginal, calculando a derivada da função custo
total.
Determine o custo marginal de um produto, sabendo que a sua função custo total é dada por:
Ct(x)=x2+2x+3.
Resolução:
Assim, para se calcular o custo marginal de um produto, se deve derivar a função custo total.
dC t ( x )
Cmg(x) = = Cmg’(x)=2x+2
dx
3) Uma bola é jogada para cima, a partir do solo e sua altura é dada pela função S(t)=–t2+10t.
Determine:
Resolução:
–2t+10=0⇒–2t=–10⇒t=5s
4) (Enade 2008 – com adaptações) A concentração de certo fármaco no sangue, t horas após sua
administração, é dada pela fórmula:
150
10t
y(t) = , y>0
(t + 1)2
Se uma pessoa tomou esse remédio às 8 horas, determinar a que horas terá o máximo de concentração
do produto no sangue.
Resolução:
Como o denominador não pode ser zero, vamos igualar somente o numerador a zero. Temos
–10t+10=0, isto é,t=1.
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Estudando o sinal da derivada e o crescimento da função, encontramos:
1
sinal de y’
crescimento de y
1
Máx.
Assim, o valor máximo ocorre para t=1. Logo, se a pessoa tomou o remédio às 8 horas, o máximo
de concentração do produto no sangue ocorrerá às 9 horas, isto é, 1 hora após a ingestão do
produto.
5) Uma epidemia atinge uma cidade e as autoridades sanitárias estimam que o número aproximado
de pessoas atingidas depois de t dias, a partir do primeiro dia da epidemia, seja dado pela função
f(t)=30t–t3.
151
Resolução:
a) Para determinar a taxa de expansão da epidemia, devemos calcular a taxa de variação da função
f, em relação ao tempo.
Assim:
f’(t)=30–3t2
f’(3)=30–3.32=30–27=3
b) Para determinar o número de pessoas atingidas durante o 3º dia, devemos calcular f(3) – f(2).
f(2) = 30 . 2 – 23 = 52
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f(3) = 30 . 3 – 33 = 90 – 27 = 63
6) Determinar dois números positivos, tais que sua soma seja 30 e o seu produto o maior possível.
Resolução:
Sejam x e y os números positivos, segundo o enunciado, temos que x + y = 30. Queremos o maior
produto possível, devemos, então, determinar o ponto de máximo da função P(x), função produto.
Temos as condições:
x + y = 30
P=x.y
152
Devemos estudar o sinal da função para confirmar se esse ponto é de máximo, assim:
15
sinal de P’
crescimento de P
1
Máx.
7) Uma empresa deseja embalar seus produtos em caixas de forma cilíndrica. Para saber o custo
da embalagem, encomendou um orçamento para a sua fornecedora de embalagens. A empresa
avisou que o material utilizado na confecção da lateral custa R$ 0,05 o cm2 e o material da base
custa R$ 0,20 o cm2. Determine as dimensões que tornam mínimo o custo do material, se a
embalagem deve ter a capacidade de 200π. Determine o valor do custo mínimo.
Resolução:
Inicialmente, vamos fazer a planificação da embalagem. O cilindro sem tampa é formado por um
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
retângulo e por um círculo, conforme a figura abaixo:
2πr
r
h
Afundo=πr2
Alateral=2πrh
Para determinar o custo mínimo do material, precisamos montar a função custo, que será formada
pelo custo da lateral mais o custo do fundo.
Assim:
C(r)=Alateral.0,05+Afundo.0,20.
200
A lateral = 2.π.r.
r2
400.π
A lateral =
r
400.π
C(r) = .0,05 + πr2 .0,20
r
20.π
C(r) = + πr2 .0,20 ou C(r) = 20.π.r-1 + πr2 .0,20
r
Derivando a função para determinar o ponto de mínimo, temos:
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20.π
C’(r) = + πr.0,40
r2
–20.π
+ πr.0,40 = 0
r2
20.π
r3 =
π.0,40
154
20
r3 = = 50
0,40
20
r3 = = 50
0,40
200
Logo, as dimensões, para o mínimo custo, serão: r = 3,68cm e h = = 14, 77cm
3,682
O mínimo custo será:
20.π 20.π
C(r) = + πr2 .0,20 = + π3,682 .0,20
r 3,68
20.π
C(r) = + π3,682 .0,20 = 25,58 reais.
3,68
f:IR→IR,f(x)=x3–3x é decrescente.
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Resolução:
Pelo critério da 1ª derivada, devemos calcular a derivada da função, igualar a zero e estudar o sinal
da derivada.
f(x)=x3–3x
f‘(x)=3x2–3
Igualando a zero:
3x2–3=0⇒2=1⇒x=±1
sinal de f’
–1 1 crescimento de f
155
Resolução:
Logo, x0 = 36 e ∆x=6.
Então:
1 1
f( x) = x = x1/2 ⇒ f’(x) = x -1/2 =
2 2 x
f(x 0 ) = f(36) = 36 = 6
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
1 1 1
f’(x 0 ) = f’(36) = = =
2 36 2.6 12
Substituindo na expressão:
f( x 0 + ∆x ) ≅ f ( x 0 ) + f’ ( x 0 ) .∆x
42 ≅ f (36 ) + f’ (36 ) . (6 )
1 1
42 ≅ 6 + .(6) = 6 + = 6, 5
12 2
42 ≅ 6, 5
y=2x3+3x2–12x.
156
Resolução:
Para determinar os pontos de máximo ou de mínimo, devemos calcular a derivada da função, igualar
a zero para determinar os pontos críticos, estudar o sinal da derivada e o crescimento da função.
Derivando, temos:
y=2x3+3x2–12x
y‘=2.3.x2+3.2x–12
y‘=6.x2+6x–12
Igualando a zero:
sinal de f’
–2 1 crescimento de f
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
ponto máximo ponto mínimo
Resolução:
Devemos determinar a derivada de 2ª ordem da função e estudar o seu sinal, para encontrarmos os
possíveis pontos de inflexão.
Calculando as derivadas:
y=2x3+3x2–12x
y‘=6.x2+6x–12
157
y”=12.x+6
sinal de f”
1/2 concavidade de f
ponto de inflexão
Lembrete
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
5) Um corpo se movimenta sobre uma trajetória retilínea, obedecendo a função horária S(t)=3t2+2t+1,
S em metros e t em segundos. Lembrando que v(t)=s’(t), determinar a velocidade do corpo no
instante t = 4s.
Resolução:
S(t)=3t2+2t+1
S‘(t)=3.2.t+2
S‘(4) = 3 . 2 . 4 + 2 = 24 + 2 = 26
158
Resolução:
Para determinar o maior produto possível, vamos utilizar derivada para encontrar o ponto de
máximo.
A primeira informação do enunciado é que a soma dos números é 20, isto é, x + y = 20.
Temos o sistema:
x + y = 20 y = 20 − x
⇒
P = x.y P = x.(20 x)
P(x) = 20x – x2
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
P‘(x) = 20 – 2x
20 – 2x = 0
x = 10 (ponto crítico)
sinal de f’
–2 1 crescimento de f
ponto máximo
Resolução:
x −4
lim = 1
x → +∞ 3 − x
x −4
lim = 1
x → − ∞ 3−x
Resolução:
Assim:
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
y = x2 – 3x
y‘ = 2 . x–3
y“ = 6
Para determinar o domínio da função, devemos observar se há alguma restrição para os valores
de x.
160
Resolução:
Para usar a regra de L´Hospital, devemos derivar o numerador e o denominador sem utilizar a regra
do quociente:
2.ex − 2 2.ex
lim = lim = 2.e0 = 2
x → 0 x x → 0 1
Resumo
Definição:
∆y f( x + h) − f( x )
lim = f ’(x) ou lim = f ’( x )
∆x→0 ∆x → 0
h h
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
y–y0=f‘(x0)(x–x0)
y = c ⇒ y’ = 0, c é constante
2) y = x ⇒ y’ = 1
y=kx ⇒ y’=k
n n-1
3) y = cx ⇒ y’ = c.n.x , c é constante
x x
4) y = e ⇒ y’ = e
y = c ex ⇒ y’ = c ex , c é constante
y = ax , a ≠ 0 ⇒ y’= ax ln a
5) y = ln x ⇒ y’ = 1
x
161
7) derivada do produto
y = f( x ).g( x ) ⇒ y’ = f’(x).g(x) + f(x).g’(x)
ou
y = u.v ⇒ y’ = u’.v + u.v’
8) derivada do quociente
f( x ) f’(x).g(x) − f(x).g’(x)
y= ⇒ y’ =
g( x ) (g(x))2
n n 1
1) y = k.u ⇒ y’ = k.n.u .u’
2) y = eu ⇒ y’ = u’.eu
y = c eu ⇒ y’ = c.u’.eu , c é constante
u’
3) y = ln u ⇒ y’ =
u
4) y = sen u ⇒ y’ = u ’.cos u
5) y = cos u ⇒ y’ = −u ’.sen u
f( x 0 + ∆x ) ≅ f ( x 0 ) + f’ ( x 0 ) .∆x
162
Sinal da 1ª derivada:
f’(x) > 0 f’(x)=0 f’(x) < 0 f’(x) < 0 f’(x) = 0 f’(x) > 0
Sinal da 2ª derivada:
f”(x) < 0 f”(x)= 0 f”(x) > 0 f”(x) > 0 f”(x)= 0 f”(x) < 0
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
ponto de inflexão ponto de inflexão
Regras de L’Hospital:
f’( x ) f( x ) f’( x )
lim f( x ) = limg( x ) = 0 e lim
g ’( x )
= L ⇒ lim
g( x )
= lim
g ’( x )
=L
x→a x→a x→a x→a x→a
f’(( x ) f( x ) f’( x )
lim
x→a
f( x ) = limg( x ) = ∞ e lim
x→a x→a g’( x )
= L ⇒ lim
x→a g( x )
= lim
x→a g’( x )
=L
Exercícios
Questão 1 Um balão de borracha de forma esférica é cheio de ar, de modo que seu raio
aumenta à razão de 0,2 cm/s. Então, a taxa de variação do volume desse balão em relação ao
tempo, no instante em que o raio for igual a 10 cm é, em cm3/s, de:
163
(A) 20
(B) 40
(C) 80
(D) 40π
(E) 80π
Como o balão tem uma forma esférica, devemos utilizar o volume da esfera que é dado por:
4
Vesfera = πR3
3
dR
Sabendo-se que = 0, 2 cm/s e considerando-se o volume da esfera, podemos aplicar a derivada
dt
em relação ao tempo, em ambos os lados da igualdade. Assim,
Revisão: Ana Luiza / Diagramação: Márcio - 17/06/11 // 2ª Revisão: Ana Luiza / Correção: Márcio - 06/07/11
4 dV 4 dR dV 4 dV
V = πR3 ⇒ = π(3)R2 ⇒ = π(3)1020, 2 ⇒ = 80π cm3/s
3 dt 3 dt dt 3 dt
Então, a taxa de variação do volume desse balão em relação ao tempo, no instante em que o raio for
dV
igual a 10 cm, é = 80π cm3/s.
dt
Assim:
164
(A) 1
(B) 0,5
(C) (160)3
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(D) (160)4
(E) (160)5
165
Software Livre
Entendemos que um software seja livre quando ele for licenciado, por meio de termos que respeitem
as seguintes liberdades de seus usuários:
Saiba mais
Alexandre Oliva e Pedro Antonio Dourado de Rezende – Fundação Software Livre América Latina. Disponível em:
3
<http://www.fsfla.org/svnwiki/texto/pref–const–br–swl.pt>.
166
O professor William F. Schelter (2001†) obteve, em 1998, permissão para liberar o código fonte
sob a GNU General Public License (GPL). A sobrevivência e a abertura do código fonte do Maxima se
deveram aos esforços e às habilidades de muitas pessoas, em especial do professor Schelter. Um grupo
cada vez maior de colaboradores e usuários deram forma e disponibilizaram o Maxima a todos os que
se interessassem.
Para que você tenha noção da abrangência do Maxima, saiba que ele inclui: limites, diferenciação,
integração, gráficos 2D e 3D, curvas de nível, séries de Taylor, transformações de Laplace, equações
diferenciais ordinárias, sistemas de equações lineares, séries, listas, conjuntos, números complexos, vetores,
matrizes, determinantes, autovalores e autovetores, raízes de polinômios, polinômio característico, entre
outras.
A versão que iremos usar do Maxima ficará disponível para você baixar dentro do site da própria
UNIP, em nosso curso, junto com o material desta disciplina.
Instalação do Maxima
Após efetuar o download do software Maxima, dê dois cliques com o botão direito do mouse ou
selecione o ícone figura A.1 e pressione a tecla Enter:
Após executar o instalador do software, a primeira tela que aparece é para selecionar a língua de
instalação do software (figura A.2); como padrão, está a língua inglesa, mas clicando nas opções, se
167
Atenção: Existem algumas razões para que, mesmo seguindo os passos indicados acima, você não
consiga ter a versão em português do Maxima (não entraremos nesse mérito). Apresentamos a imagem
em português, uma vez que lhe será mais significativa. Qualquer que seja o idioma em que o pacote
for instalado, a posição dos temas, funções ou operações será sempre a mesma. Com essa versão em
português, ficará fácil você compreender o que aparece em sua tela, caso sua versão esteja em inglês.
Tudo tem um lado positivo, se sua versão ficar instalada em inglês, além de aprender a ser um usuário
desse pacote computacional, você também irá agregar aos seus conhecimentos novos termos técnicos
em inglês. Desta forma, você poderá e saberá transitar em qualquer versão do Maxima e aumentará o
entendimento de termos em outros pacotes computacionais.
Voltemos à instalação do Maxima. O próximo passo é o Contrato de Licença de Uso; basta ler
os termos, ativar a opção Eu aceito os termos do contrato e clicar em Avançar para continuar.
A figura A.4 mostra a tela como é apresentada e a opção Eu aceito os termos de Contrato já
selecionada:
168
• Usuários do sistema operacional MS Windows 9X devem ler a sessão referente à falta de espaço
para ambiente no arquivo Readme.
• Se a interface do software Maxima não funcionar, ler a sessão referente à firewall no arquivo
Readme.
169
O passo seguinte da instalação consiste em definir o diretório para instalação do Maxima. A figura
A.7 mostra o diretório-padrão escolhido pelo instalador; caso deseje mudar o diretório destino, clique
no botão Procurar... e defina o diretório de sua preferência. Após definir o diretório ou aceitar o padrão,
clique em Avançar para continuar com a instalação:
170
• Compact installation ou instalação compacta, que consiste somente no Maxima core with
command line interface.
• Custom installation ou instalação customizada, na qual o usuário pode definir quais pacotes
deseja instalar.
Por padrão, deixaremos a opção Full installation; clique no botão Avançar para continuar com a
instalação:
A tela seguinte (figura A.9) confirma o nome da pasta em que serão salvos os atalhos no Menu
Iniciar, você pode alterar o nome, clicar em Procurar e definir outro local ou aceitar o padrão, como em
nosso caso, clicar em Avançar para prosseguir com a instalação:
171
A próxima tela define tarefas adicionais (figura A.10) de como adicionar ícones à área de trabalho;
por padrão, está definida a criação do ícone do Maxima na área de trabalho, basta clicar em Avançar
e continuar com a instalação:
172
Após clicar em Instalar ocorrerá a instalação do software Maxima. Espera-se a barra de progresso
para o fim da instalação, conforme a figura A.12:
173
Concluída a instalação, é exibida a tela da figura A.14. Clique em Concluir. O ícone do Maxima pode
ser encontrado na área de trabalho, como na figura A.15:
174
A interface wxMaxima é planejada para facilitar o uso do Maxima. A tela do programa é como está
aparecendo abaixo (figura A.16), que é a padrão para está versão; possui 12 botões de atalho na parte
inferior da tela abaixo da Entrada. Informo aos “futuros amantes do Maxima” que esta quantidade pode
ser aumentada.
Caso deseje visualizar ou trabalhar com a versão completa, você deve clicar em Editar e selecionar
Configurar no painel de botões; selecione a opção Completo (como ilustrado na figura A.17) e clique
em ok. Caso não deseje, tudo bem, não vamos usar esses botões de atalho em nossa excursão pelo
Maxima.
175
Nessa imagem, pode-se observar a existência de 20 botões de atalho. Você também tem a opção de
ocultar todos os botões de atalho.
O Maxima foi desenvolvido em C++ e possui o código fonte aberto, que permite ser modificado e
aprimorado por qualquer pessoa que se interesse e desenvolva o conhecimento suficiente para fazê-lo.
Caso, no futuro, você queira desenvolver algum trabalho nesse sentido, este poderá ser configurado
como um projeto de iniciação científica tanto na Matemática quanto na Computação, que são ciências
social e culturalmente construídas.
Na versão que escolhemos para apoiar nossa disciplina, existe uma interface gráfica que
permite ao Maxima trabalhar com matrizes de forma semelhante a que ocorre com o Winmat.
Outras equipes se envolvem em fazer traduções4 em diversas línguas para as versões que são
aprimoradas.
“Para contribuir com a equipe do Maxima na tarefa de manter a tradução para o português sempre atualizada,
4
envie um e-mail para” <[email protected]>. A fonte dessa informação está na página 1 do manual virtual dessa
versão do Maxima.
176
Você pode apoiar seus estudos, tanto no que se refere aos de cálculo quanto aos conteúdos de
álgebra.
No que se refere aos conteúdos de cálculo, podemos, entre outros, nos apoiar no Maxima para:
Sei que são muitos conceitos novos, mas saiba que no curso de Matemática você construirá campos
de compreensão e aplicação em um deles. Mantenha a calma, estude sistematicamente, assista aos
vídeos das aulas, participe ativamente do fórum de discussão, resolva reflexivamente as atividades
solicitadas, faça suas pesquisas pessoais que esses conceitos, com o tempo, se constituirão como teus.
Estude e tenha a postura que recomenda Walter Franco em uma de suas canções: mantenha “a mente
quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”. Iremos desenvolver esses temas no tópico dois desse
apêndice.
No que se refere aos conteúdos de álgebra podemos, entre outros, nos apoiar no Maxima para:
• Calcular determinantes.
177
Para abrir o programa, você deve clicar sobre o ícone ; obterá a Figura A.19:
Leia e feche a dica do dia. Ao iniciá-lo, saiba que você estará em um ambiente de trabalho que
recebe e armazena os dados segundo linhas de comando. Você irá o tempo todo ler e interpretar
as linhas de comando simbolizadas das seguintes formas (%i1), (%i2), [...], (%iN); N é um número
natural. O i é uma abreviação da palavra input, termo da língua inglesa usado para designar entrada
de dados.
As respostas às entradas serão dadas nas seguintes etiquetas: (%o1), (%o2), [...], (%oN); no qual o
é uma abreviação da palavra output, que significa saída de dados. Uma vantagem desta simbologia
é que você poder fazer referência a uma entrada ou a um resultado passado relacionando apenas pela
etiqueta (figura A.20):
178
O texto em inglês que aparece acima (figura A.20) é sobre a versão do software, o local no qual se
encontra oficialmente armazenado, informa que o mesmo é livre e de domínio público e apresenta uma
dedicatória à memória do professor William Schelter, um incansável defensor dos sotfwares livres e um
dos responsáveis por incentivar o aprimoramento e a disponibilidade pública do Maxima.
Caso deseje iniciar suas atividades sem que a mensagem-padrão ocupe a tela do seu computador,
basta clicar em Editar, selecionar a opção limpar a tela e não verá mais a mensagem na sessão
aberta. Aliás, você pode realizar o procedimento de limpar a tela sempre que considerar necessário,
independentemente do que esteja registrado na tela. A única imagem que ficará visível é a indicação de
qual será sua próxima “linha de comando”.
Embora não visíveis na tela, as contas, equações ou os comandos inseridos permanecem na memória
virtual do Maxima e você pode retomá-las posicionando o cursor sobre a janela Entrada e clicando
sobre a seta ↑ (sentido para cima) em seu teclado. Se teclar uma vez, aparecerá na região de entrada
o conteúdo (fórmula e/ou operação) do código da última linha de comando inserida, mesmo sem que
a linha esteja visível na tela. Clicando duas vezes, você recuperará o conteúdo do código da penúltima
linha de comando e assim sucessivamente.
Exemplo:
179
Lembrete
180
Isso se deve ao fato de a programação interna desses pacotes (e de boa parte das calculadoras)
seguirem o padrão da língua inglesa. Nunca use vírgula ao inserir um número, seja em calculadoras
eletrônicas, seja em pacotes computacionais de nível internacional; o único pacote que foge a essa regra
é o Excel. E se você digitar uma vírgula ao inserir um número, agora você já sabe o que acontece. Veja
no quadro abaixo:
(%i13) 3,1415;
Improper argument to ev:1415 -- an error. To debug this try debugmode(true);
O programa está informando que você usou um argumento impróprio e avisa que é um erro. O que
você deve fazer para corrigi-lo? Posicione o cursor na Entrada e clique sobre a seta ↑ (sentido para
cima) em seu teclado; recuperando a expressão 3,1415, delete a vírgula (,) e substitua pelo ponto (.),
depois tecle Enter. Para ocultar qualquer entrada e sua correspondente saída, basta clicar na etiqueta,
por exemplo, (%i13) de entrada que aparecerá em vermelho a seguinte mensagem (%i13) << Unfold
>>. Para recuperar a imagem ocultada, basta clicar sobre a mensagem << Unfold >> que novamente
você terá, nesse exemplo:
(%i13) 3,1415;
Atenção: após inserir o comando desejado na Entrada, se deve pressionar o botão Enter para que
o comando seja executado pelo Maxima.
Salvando arquivos
O procedimento para salvar as operações e variáveis (inputs e outputs) que você realizou por meio
do Maxima é muito simples, basta clicar sobre a barra de ferramentas na opção Arquivo e depois Salvar
como (caso seja a primeira vez), depois será mostrada uma tela para você selecionar o diretório em que
deseja salvar e o nome que deseja dar ao arquivo. Vale lembrar que a extensão com que o arquivo é salvo
é a extensão WXM, que é uma sessão do wxMaxima:
181
Após salvo a primeira vez por meio do procedimento descrito acima, basta clicar no ícone do disquete
para salvar o arquivo:
Em nossos textos como professores de Matemática, muitas vezes precisamos escrever fórmulas,
expressões e símbolos. Fazemos isso, tanto em exercícios que propomos aos nossos alunos quanto ao
elaborarmos provas, trabalhos e/ou projetos. Se nos apoiarmos no Maxima para verificarmos nossas
propostas, podemos usá-lo também como editor de fórmulas e expressões simbólicas. Veja como
proceder com o exemplo a seguir:
Exemplo:
Escrever a equação do segundo grau e copiar as fórmulas e expressões simbólicas obtidas por meio
do Maxima:
x2–2x+4=0
Solução:
Passo 1: Digitamos a equação do segundo grau no campo de Entrada, conforme a figura A.24:
182
Após a entrada da equação, obtemos a saída do Maxima de acordo com a figura A.25, sendo %o1 a
primeira equação na forma matemática que desejamos copiar:
Passo 2: Para copiarmos a equação %o1, damos um clique sobre ela (selecionamos a equação), de
tal forma que ela fique com um fundo cinza, conforme a figura A.26:
Após selecionar a equação, vamos na opção Editar da barra de menu e selecionamos a opção Copiar
como imagem, para então poder colar a equação, conforme a figura A.27:
Depois disso, colocamos as duas raízes da equação na entrada do Maxima (fórmula de Baskhara) e
efetuamos o passo 2 para as duas raízes, conforme as figuras A.28; A.29; A.30; A.31:
183
b2 – 4ac – b
x2 =
2a
Observação
Nessa sessão aprenderemos, apoiados em exemplos, a usar alguns comandos do Maxima para realizar
uma série de operações matemáticas.
Operadores aritméticos
Apresentamos no quadro abaixo uma série de exemplos de como operar no Maxima; apresentamos
tanto a sintaxe (como ordenar de forma escrita que algo seja feito no pacote computacional) quanto a
prioridade (ordem de precedência) do operador:
184
*
Caso queira resgatar o resultado de um cálculo imediatamente anterior, basta usar o símbolo %
resgata o último 5+(UR) 5+%; depende do (UR)
% resultado (UR) (UR) *3 %*3; depende do (UR)
5! 5!; 120 3
Operação em cadeia
2+2*5! 2+2*%! *
242 3, 2, 1
Ao avaliar uma expressão, o Maxima leva em conta a prioridade das operações; veja a última coluna
da tabela acima. As operações de maior prioridade (3 na tabela) são realizadas em primeiro lugar.
Operações de mesmo grau de prioridade são realizadas na ordem em que aparecem na expressão, da
esquerda para a direita. O uso de parênteses altera a prioridade. Você já deve ter percebido isso, quando
realizou os procedimentos das letras 5–13*2 e 10/2–3, do exemplo acima.
Analisando as informações da tabela, você pode verificar que colocamos duas linhas para ação
fatorial. Nossa intenção era trazer ao seu conhecimento o comando %, que resgata o último valor
calculado e o insere em uma nova operação.
Lembrete
Já tendo calculado 5! em meu computador, resolvi fazer uma conta que conseguíssemos ter o
resultado por cálculo mental, de modo que usasse tal resultado. Essa é a razão que bastou que eu
digitasse 2+2*%. Tentei esclarecer tal comando (%) na parte inferior da tabela.
O Maxima é programado para devolver os resultados mais exatos, porém, nem sempre é possível;
isso significa que algumas vezes ele devolve uma expressão simbólica no lugar de um valor numérico.
Veja os exemplos a seguir:
185
Porém, muitas vezes não interessa saber o valor fracionário como no exemplo (iii), mas sim um valor
aproximado. Para forçar o Maxima a nos devolver um resultado aproximado, usamos a expressão float
(comando de entrada). Veja como ficam nossos exemplos:
Observação
10
Sabemos que log10 = 1 , consequentemente, log(10) calculado no
10
Maxima não foi log10 e sim log10
e . Dessa forma, ao inserirmos o comando
log(x) nesse pacote computacional, estamos esperando o resultado de um
logaritmo na base e e não na base 10. Para calcular log ee , digite na caixa de
entrada log(%e) e tecle Enter; você obterá como resposta o valor 1.
O quadro abaixo ilustra como inserimos constantes e/ou símbolos especiais no Maxima:
i: nº complexo i = –1 %i
Observação
Você deve ter observado que até agora o símbolo % teve duas funções:
chamar o último resultado obtido para inseri-lo em novo cálculo e para
186
Abreviamos seno por sin em pacotes computacionais que têm a língua inglesa como base.
Lembrete
Observação
Exemplos:
Resolva as operações a seguir e expresse cada resultado nas formas fracionária e decimal:
187
Resolução:
Usando a tecla que tem a seta para cima “↑”, resgatamos o resultado já digitado. Na sequência,
digitamos a palavra ou comando float e inserimos o comando já digitado em (i%10) dentro dos
parênteses; tecle Enter.
b) Para evitar erros de digitação ou que você venha a se perder nos parênteses, sugerimos que faça
esse item em partes:
Parte 2: queremos resultado fracionário, logo, usamos o 1,5 na forma de fração 3/2 e obtemos:
(%o20) 9031/57600
188
Mencionamos na abertura do apêndice que o Maxima efetua operações simbólicas, isto é, realiza
operações algébricas como fatorar polinômios, expandir expressões algébricas, calcular raízes de uma
equação polinomial, resolver sistemas de equações etc. Uma das mais importantes características desse
aplicativo é que ele manipula e simplifica expressões algébricas. Podemos usar os operadores aritméticos
para efetuar a simplificação de uma expressão algébrica.
Exemplo 1:
1
Simplifique a expressão: 3x2 + a − x2 + a
3
1
Expressão 3x2 + a − x2 + a
3
Sintaxe 3*x^2+a–x^2+(1/3)*a;
4a
Resultado 2x 2 +
3
• Podemos dar espaço entre os operadores para melhorar a visualização das expressões na tela sem
(
nenhum problema: (%i11) (1 + sqrt (3))^2; (%o11) 3 + 1 2 . )
• Se colocada uma expressão, o Maxima conservará a forma simbólica: (%i10) (1+sqrt(3))^2; (%o10)
( ).
2
3 +1
• Se inserirmos o símbolo dólar ($) no final da linha de comando antes de teclar Enter, o Maxima
omitirá o aparecimento do resultado na tela.
Esses artifícios são usados quando pretendemos otimizar tempo e aparência da tela que exibe os cálculos.
Exemplo 2:
Sabemos que 10! = 10*9*8*7*6*5*4*3*2*1 = 3628800. O Maxima irá fazer a decomposição para nós;
basta colocarmos o pronpt na caixa de entrada e digitar a palavra factor(número), veja a seguir:
189
Lembrete
Exemplo 3:
Decompor x2–1:
Sintaxe factor(x^2–1);
Resultado (x–1)(x+1)
Uma limitação do comando factor é que ele não é um bom resolvedor de expressões, caso o
componente numérico da fatoração seja um número não inteiro.
Exemplo 4:
Para obter a forma expandida de uma expressão qualquer, basta usar o comando expand(expressão)
e teclar Enter, veja:
Expressão (x–2)4
Sintaxe expand((x–2)^4);
Resultado x4–8x3+24x2–32x+16
Exemplo 5:
1
Determine a decomposição parcial fracionária de 2 :
x + x −2
190
13x − 25
Expressão
x2 + x − 6
Sintaxe partfrac((13*x–25)/(x^2+x–6),x);
64 1
Resultado +
5 ( x + 3) 5 ( x – 2)
Outros exemplos:
a) 473 e 96.
b) 112 e 108.
Respostas:
MMC = 45408
MMC= 3024
(%i1) x: 2; (%o1) 2 (%i2) x^10; (%o2) 1024 ou (%i3) x: 2$ (%i4) x^10; (%o4) 1024
Digitamos na caixa de entrada, x, dois pontos (:), 2 e $. Dessa forma, o Maxima vai
entender que todo x que você colocar em uma expressão daqui para frente, nessa sessão de
trabalho, tem valor numérico 2. O símbolo de $ é para que ele oculte a saída de x:2 (x=2).
191
Exemplo:
Sejam a = –1; b = 4; c = 0,5; d = 2; e = –3. Calcule, usando no Maxima, o valor de cada expressão
abaixo. Antes de pedir ao Maxima que realize as contas, devemos informá-lo do valor das variáveis, na
sequência inserir a variável, depois os dois pontos (:) e, por fim, o valor da variável:
(%i9) a:–1$; (%i10) b:4$; (%i11) c:0.5$; (%i12) d:2$; (%i13) e:–3
a)
Expressão −b + b2 − 4ac
2a
Sintaxe (–b+sqrt(b^2–4*a*c))/(2*a);
Resultado –0.12132034355964
b)
Expressão −b − b2 − 4ac
2a
Sintaxe (–b–sqrt(b^2–4*a*c))/(2*a);
Resultado 4.121320343559642
c)
b2 b3 b4 b5
Expressão 1− b + − + −
2! 3! 4 ! 5!
1–b+(b^2)/2!–(b^3)/3!+(b^4)/4!–(b^5)/5!; ou
Sintaxe
1–b+b^2/2!–b^3/3!+b^4/4!–b^5/5!;
Resultado –53/15
d)
(2b − 3a)d
Expressão
a(d + e)c
Sintaxe ((2*b–3*a)^d)/(a*(d+e)^c);
Resultado –121/(–1)^0.5
192
Lembrete
Sintaxe expand(%);
Resultado 2 x2+2hx–2x+h2–2h–3
Destacamos que é bem simples operarmos com limites, derivadas e integrais no Maxima.
Recomendamos que, independentemente desta disciplina, você aprofunde seu conhecimento do Maxima.
Esse pacote computacional pode ser um importante aliado seu, nos estudos de outras disciplinas e no
nosso curso de Matemática. Boa diversão!
193
O Maxima contém muitos comandos e funções internas – algumas destas vimos na sessão acima.
Vale lembrar que o nome das funções deve ser digitado sempre em letras minúsculas. Destacamos que
os parâmetros de uma função devem ser delimitados por parênteses e que basta digitar a abertura dos
parênteses que o fechamento é inserido automaticamente. Logo, mesmo que você seja desatento, não
terá muitos problemas com isso.
Função valor mínimo valor máximo Calcula a decomposição parcial fracionária simples para
entre ... entre ... expressões fracionárias
Pode ocorrer, como veremos mais adiante, que a resposta oferecida pelo Maxima seja uma mensagem
de erro ou a impossibilidade de realizar o cálculo. Vejamos dois dos casos mais comuns de erro para um
usuário iniciante de pacotes computacionais aplicados à matemática. Eles estão na categoria limitação
do usuário:
• Erro de sintaxe para o nosso pacote computacional em estudo: caso você não saiba inserir ou
escrever corretamente a função na linguagem ou sintaxe do Maxima. Solução: volte aos temas
Operadores aritméticos ou Funções internas ao Maxima para ver como proceder corretamente.
• Erro de base conceitual matemática: por exemplo, ao pedir solicitar o cálculo do limite bilateral
de uma função “descontínua por um salto”. Solução: Estude melhor a teoria matemática, reveja o
tema: função contínua 4.1.1.
• Dependendo do tipo de erro, em especial se não tiver a devolutiva (%o...) na tela principal do
Maxima para continuar seus cálculos, você deve: escolher o tema Maxima na barra de ferramentas,
depois clicar no tema Reiniciar Maxima, e em fração de segundos você terá a tela principal limpa
e pronta para reiniciar seu trabalho. Veja a ilustração abaixo:
Como nossa intenção aqui é oferecer-lhe familiaridade com esse pacote computacional e não passar
quantidade de informação em demasia, de modo que você não consiga absorver, paramos por aqui
nossos destaques sobre tipos de erros. Voltemos, pois, a nossa capacitação em obter apoio ao nosso
estudo de cálculo, apoiado pelo Maxima.
195
Já comentamos anteriormente, no item A.1.4 desse apêndice, que você pode usar o Maxima para
apoiar seus estudos, tanto no que se refere a elementos de cálculo como em elementos de álgebra
(em especial a linear). Vamos, nessa seção, estudar limites e derivadas. Que tal iniciarmos agora essa
capacitação?
Após abrir o Maxima, o primeiro passo é clicar sobre o tema Cálculo e escolher Encontrar limite...
Esse passo é necessário para calcular limites, como indicamos na figura A.33:
Após clicar em Encontrar limite... como indica a seta sobre a figura acima, você verá na tela de seu
computador a seguinte imagem:
Clique sobre o símbolo de porcentagem (%) que aparece inicialmente na frente do título Limite
de: e apague-o. Agora, você está pronto para realizar os procedimentos finais para o Maxima calcular
e lhe devolver a resposta do limite de uma determinada função. Vale observar que o padrão da tela é
trazer a variável x como referência (que pode e deve ser alterada, conforme sua necessidade); outra
referência padrão é o valor ao qual x tende que o Maxima apresenta como se aproxima de:; toda vez
196
Exemplo 1:
2
Vamos determinar lim( x − 1) .
x→2
2
A essa altura dos estudos de cálculo, você já saber que lim( x − 1) = 3 . Veja e aprenda os
x→2
procedimentos que você deve seguir:
Vamos até a janela intitulada Limite do Maxima, veja a figura A. 34 no espaço Limite de: (você verá
o símbolo de %, apague-o) e digite a função que desejamos calcular o limite f( x ) = x2 − 1, na sintaxe
de nosso pacote computacional x^2 –1. Vendo a janela aberta na figura, percebemos que o Maxima já
apresenta quem é a variável em estudo, x (esse é o padrão) aparece no espaço na frente da expressão
quando a variável: Mantenha o x como sendo a variável de nossa função, caso deseje ou necessite,
pode substituir x por outra variável qualquer, sempre que quiser.
2
Em nosso exercício, queremos calcular o limite de f( x ) = x − 1, cuja variável é x, quando esse tende
a dois. No Maxima, na região se aproxima de: inserimos o valor ao qual x tende; nesse exemplo, tende
a dois (2). O que desejamos calcular é limite bilateral (tanto à direita quanto à esquerda de dois), essa
modalidade de limite vem selecionada na janela (mas pode ser modificada caso você necessite). Feito
isso, clique em ok e aguarde o resultado. Esse procedimento está ilustrado na figura A.35 a seguir:
2
Figura A.35 – Calculando o lim( x − 1)
x→2
197
Vamos analisá-las:
• (%i1) limit(x^2–1, x, 2): foi armazenada como primeira entrada (%1) ao comando limit(x^2–1, x, 2).
O Maxima possui linguagem simbólica para calcular o limite bilateral de uma função qualquer,
considerada f( x ) = x2 − 1 como sendo a função a ser obtido o limite bilateral, quando x tende a
dois (2) tanto pela direita quanto pela esquerda e x é a variável da função.
Avaliação do resultado
2
A priori, por cálculo mental, você sabe que lim( x − 1) = 3 , note que o Maxima devolveu exatamente
x→2
o que você esperava.
Outro procedimento sem usar a janela gráfica Limite para obter o mesmo resultado é o seguinte:
Coloque o cursor na caixa em frente do tema Entrada: que fica na parte inferior da tela principal do
Maxima, e nesse local insira a sintaxe vista acima, ou seja, limit(x^2–1, x, 2) e depois clique Enter.
Recomendamos, porém, que você só use esse procedimento depois que estiver bastante familiarizado
com a sintaxe do Maxima. Isso virá com o tempo e o uso reflexivo desse pacote computacional. Para
obter maior rapidez nesse processo, aconselhamos que você leia e avalie sempre as devolutivas do
Maxima.
Vamos nos dedicar agora ao cálculo do limite de uma função, quando x tende a finito, com o apoio
do Maxima.
Exemplo 2:
3x − 1
Vamos determinar lim
x→∞ 2x + 4
198
1 5
x 3− 3−
3x − 1 x
x 3
lim = lim lim
= =
x→+ ∞ 2x + 4 x→+∞ x 2 + 4 x→+ ∞ 2 + 4 2
x x
3x − 1 3
Realizando esse processo mentalmente, fica evidente que lim =
x→∞ 2x + 4 2
Para calcularmos o mesmo limite com o apoio do Maxima, vamos repetir boa parte dos procedimentos
do exemplo anterior, porém acrescentaremos outros por causa da sintaxe do +∞.
Selecione o tema Cálculo, na barra de ferramentas principal, depois selecione o tema Encontrar Limite...
Com a janela Limite aberta, siga os passos ilustrados na figura a seguir: primeiro insira a função que deseja
calcular o limite, na frente do título Limite de: Digitada a função que deseja calcular o limite com a sintaxe
correta, clique no botão Especial, pois você deseja calcular um limite infinito, e selecione na janela denominada
Constante o título Infinity (infinito em inglês); o quarto passo é clicar ok nesta janela. Isso feito, a janela
Constante se fechará e, para finalizar o cálculo do limite, clique em ok na janela Limite:
199
Perceba que tanto a parte de cima da fração quanto a parte de baixo de fração (para ter a sintaxe
3x − 1
correta (3*x–1)/(2*x+4) = ) deve estar cada uma dentro de um parêntese. Esse procedimento é
2x + 4
obrigatório, pois necessitamos respeitar a precedência das operações matemáticas.
Podemos determinar o limite, fora da janela Limite; na região em frente do tema Entrada: localizada
no inferior da tela principal de nosso pacote computacional. Veja a seguir qual é a sintaxe correta:
Na sequência, vamos avaliar para qual lugar tende a curva dessa mesma f(x), agora quando x tende
para menos infinito.
Exemplo 3:
3x − 1
Vamos calcular lim
x→ −∞ 2x + 4
Acredito que você se lembre dos passos para abrir a janela Limite. Feito isso, você realizará o
procedimento semelhante ao feito no exemplo 2:
5
Colocamos a palavra ponto entre aspas porque infinito não é um ponto, esse é um abuso de linguagem.
200
(%i4) limit((3*x–1)/(2*x+4), x, minf); => você solicitou o limite bilateral de 3x − 1 ; minf é a notação,
2x + 4
ou melhor, a sintaxe para –∞. Observe os três parâmetros dentro dos parênteses; a função em estudo,
a variável desta função e “o ponto” em torno do qual estamos calculando o limite, o ponto e vírgula
representa o Enter:
Novamente, lembramos que poderíamos ter determinado o limite fora da janela Limite, na região
do tema Entrada: Veja a seguir qual é a sintaxe correta:
Note que a resposta à entrada (%i4) foi 3/2, a mesma dada para o limite, quando x tendia a infinito.
Estaria correta essa reposta? Vamos buscar alguma outra confirmação para esses resultados.
201
Leia e interprete todas as informações presentes no gráfico a seguir. Para apoiar nossa interpretação,
inserimos duas retas ao gráfico, a saber, x = –2 e y = 2:
y
11
10
9
8
Avalie o valor da 7 Y=(3*x–1)/(2*x+4)
função quando x 6
tende a –2 5
4
3 y=2
2
1 x
3x − 1
Figura A.41 – Analisando graficamente a função f( x ) =
2x + 4
Leia e interprete cuidadosamente a imagem da figura A.41.
Veja que antes de x = –12, o gráfico encontra-se um pouco abaixo de y = 2. Vimos no exemplo 3
que quando x → –∞, seu limite era 1,5 = 3/2. Avaliando agora também graficamente, confirmamos
que isso faz sentido. Por outro lado, calculamos no Maxima o limite da função, quando x → ∞
e obtivemos como resposta 3/2, exemplo 2, e podemos, à luz da imagem gráfica, ver que tal
resultado também procede.
Nesse momento, vou solicitar a você que calcule mentalmente o limite desta mesma função, quando
x tende ou se aproxima de –2. Numa primeira tentativa de busca de resultado, você obtém como resposta
−7 , ao ver tal expressão “um alerta deve ter soado” em sua mente, pois você se lembrará de que
não0 existe divisão por zero. Simbolicamente falando, ou melhor, escrevendo, −2 ∉ D(f ) , ou seja, –2
não pertence ao domínio da função. Logo, a função vai ser descontínua em x = –2, como ilustrou o
gráfico 4.2.9. Observe que no ponto de descontinuidade, em x = –2, a representação gráfica da função
apresenta um “salto”.
202
Agora que conhecemos o resultado da representação gráfica da função em torno de x = –2, vamos
voltar ao Maxima e determinar numericamente os limites laterais à direita e à esquerda de –2. Destacamos
que, no campo da investigação científica, nem sempre estamos caminhando à luz do dia em uma bela
avenida asfaltada. Toda investigação científica tem seus percalços. Além do dia ensolarado, existe a
noite escura. Mas pode haver aventura; as estrelas no céu são mais visíveis longe das fontes de luz.
Está com espírito alerta para aventura? Caro estudante, encontramos um bug6, uma falha na lógica do
programa em nossa versão do Maxima, ao tentarmos encontrar os limites laterais pela janela Limite.
Veja só que oportunidade! Vamos apresentar e discutir o bug com vocês e apresentar na sequência
o procedimento alternativo, fora da janela Limite, para obtermos a resposta correta dos limites laterais.
A alternativa para determinarmos o limite foi realizar os procedimentos na região em frente do tema
Entrada: localizada no inferior da tela principal de nosso pacote computacional.
Bug: palavra de origem inglesa cujo significado em português é inseto. “Defeito (em inglês: bug) é um erro
6
203
Em nome do espírito científico investigativo, vamos ao Maxima tentar primeiramente calcular o limite
bilateral quando x → 2. O procedimento será semelhante ao já realizado nos exemplos anteriores.
Selecione o tema Cálculo, na barra de ferramentas principal, depois selecione o tema Encontrar
Limite... Com a janela Limite aberta, siga os passos já aprendidos e ilustrados na figura a seguir, para
finalizar tecle ok:
3x − 1
Figura A.42 – Determinando o lim =
x→ −2 2x + 4
Avaliação da devolutiva
Perceba que a sintaxe função está correta, porém, não esperávamos obter como resposta “und”, que
podemos interpretar como não encontrado. Espero que você esteja afiado na teoria e se lembre de que
não é possível encontrar o limite bilateral de uma função que possui descontinuidade de “salto” em
certo ponto.
Há diversos modelos na matemática que possuem esse padrão. Para superar esse obstáculo, precisa
dos limites laterais. Os limites laterais vão nos possibilitar avaliar o para onde tende uma função quando
x se aproxima à esquerda e à direita de um valor, no qual o tipo de descontinuidade é por um “salto”,
mesmo que esse valor não pertença ao domínio da mesma função. Lembre-se de que precisamos avaliar
o limite um pouco antes (infinitésimos) à direta e um pouco depois (infinitésimos) à esquerda do ponto
de descontinuidade.
Apresentamos a seguir, lado a lado, as imagens das janelas com os procedimentos necessários
para determinar os limites laterais, na janela Limite, em uma versão sem bug do Maxima. Lembre-se
de clicar ok:
204
3x − 1 3x − 1
Figura A.43 – Determinando lim e lim na janela Limite
x→ −2− 2x + 4 x→ −2+ 2x + 4
Coloquei as devolutivas, uma ao lado da outra, para facilitar a comparação. Compare a sintaxe de
(%i3) com a sintaxe de (%i4). São iguais! Mas como pode se ilustramos na figura A.43 que entramos
com procedimentos diferentes? Compare agora estas entradas com a indicada acima do limite
bilateral, ou seja, (%i2) limit((3*x–1)/(2*x+4), x, –2); também tem mesma sintaxe. Aqui está o bug,
por esse caminho: tela Limite, essa versão do Maxima não está fazendo procedimentos diferentes
para determinar limites bilaterais de unilaterais. Veja a importância de ler e interpretar analítica e
criticamente as devolutivas.
Com estamos interessados em buscar formas de determinar limites laterais, vamos buscar outro
caminho para fazê-lo. A alternativa será realizar o procedimento na região em frente do tema Entrada:
na parte inferior da tela principal de nosso pacote computacional. O que, a essa altura de nosso estudo,
não é mais uma novidade.
Vamos aos procedimentos:
• Dentro dos parênteses, inseriremos quatro parâmetros, separando-os por vírgula. O espaço
destinado ao primeiro parâmetro é reservado à função – na sintaxe correta – que desejamos
calcular os limites; o espaço destinado ao segundo parâmetro é reservado à variável da função;
205
Sintetizando:
Vamos avaliar juntos os procedimentos. Inserimos, logo após o tema Entrada:, a expressão limit( ),
para o Maxima saber que a operação que ele deverá executar é um limite. Dentro dos parênteses, inserimos
3x − 1
a função com a sintaxe correta que desejamos calcular o limite no caso, ((3*x–1)/(2*x+4) = );
2x + 4
colocamos vírgula e inserimos em qual variável estamos calculando o limite no nosso exemplo x;
acrescentamos mais uma vírgula e inserimos o valor ao qual o limite tende (–2); acrescentamos mais
uma vírgula, inserimos minus e depois teclamos Enter.
Devolutiva do Maxima:
Análise da resposta (o%3) ∞ (ou dependendo da versão inf; que é a sintaxe para infinito). Enfim, um
resultado compatível com nossa análise gráfica.
3x − 1
Vamos agora determinar no Maxima o limite da mesma função f( x ) = , quando x se aproxima
de menos dois por excesso (ou direita) de menos dois: 2 x + 4
206
Vamos avaliar juntos os procedimentos. Inserimos a expressão limit( ) para o Maxima saber
que a operação que ele deverá executar é um limite. Dentro dos parênteses, inserimos a função com
3x − 1
sintaxe correta que desejamos calcular o limite (no caso (3*x–1)/(2*x+4) = ), colocamos vírgula e
2x + 4
inserimos em qual variável estamos calculando o limite no nosso exemplo x; acrescentamos mais uma
vírgula e inserimos o valor ao qual o limite tende (–2); acrescentamos mais uma vírgula, inserimos plus
e depois teclamos Enter.
Devolutiva do Maxima:
Análise da resposta (o%3) –∞ (ou dependendo da versão minf; que é a sintaxe para infinito). Enfim,
um resultado compatível com nossa análise gráfica.
Para realmente nos apropriarmos do cálculo de limites laterais, como da sintaxe do Maxima, vamos
estudar mais alguns exemplos.
Exemplo 6:
−2s
b) lim
x → 2+ s − 2
Resolução:
1
a) lim
t→ 0 + t
Procedimento: inserir a sintaxe correta no espaço à frente do tema Entrada: e teclar Enter, conforme
figura a seguir:
207
2s
b) lim
x → 2+ s −2
Procedimento: inserir a sintaxe correta no espaço à frente do tema Entrada: e teclar Enter, conforme
figura a seguir:
Devolutiva:
Exemplo 7:
a) lim− x(4 − x )
x→ 4
1
b) lim
t→ 0 − t
Resolução:
a) lim− x(4 − x )
x→ 4
Procedimento: inserir a sintaxe correta no espaço à frente do tema Entrada: e teclar Enter, conforme
figura a seguir:
208
1
b) lim−
t→ 0 t
Procedimento: inserir a sintaxe correta no espaço à frente do tema Entrada: e teclar Enter, conforme
figura a seguir:
Devolutiva:
Antes de seguir, apresento uma dica que pode lhe ser muito útil:
Vamos supor que, por distração ou desconhecimento, você tivesse inserido a seguinte informação
no Maxima para desenvolver esse exercício.
Isso é o limite de uma função na variável t, quando t se aproxima de –5 tanto pela direita quanto pela
esquerda. Chamo a sua atenção para a expressão apresentada pelo Maxima Incorrect syntax, ou seja,
erro de sintaxe! Note que, na terceira linha da devolutiva, a função que você inseriu foi interrompida e
que na quarta linha existe um acento circunflexo embaixo do t da terceira linha.
209
Exemplo 8:
sen x
Você aprendeu que lim é um limite fundamental e espero que se recorde que
x→ 0 x
sen x
lim = 1 . Mas vamos supor que não se lembre. Vamos ver como pedir apoio ao Maxima?
x→ 0 x
Vamos lá, acredito que você já sabe abrir a tela Limite do Maxima. Antes, porém, gostaria de
lembrá-lo, que a sintaxe para senx é sin(x). Consequentemente, devemos inserir sin(x)/x, logo após
Limite de:
sen x
Figura A.51 – Determinando limite de lim
x→ 0 x
Devolutiva do Maxima:
(%i1) limit(sin(x)/x, x, 0);
(%o1) 1
Observação
210
Nesse exemplo, inserimos (%i2) limit(sen(x)/x, x, 0). Perceba que a devolutiva foi a expressão algébrica
sen x
lim , pois ele não está preparado para calcular sen(x). Esse tipo de erro é outro exemplo de erro
x→0 x
de sintaxe. As devolutivas fazem parte de uma logística para auxiliá-lo a checar passo a passo a que
se refere à resposta/devolutiva que o Maxima está lhe oferecendo, é sempre importante você avaliar a
plausibilidade de devolutiva.
sen x
Refletindo um pouco sobre continuidade de f( x ) = , com um pacote gráfico computacional,
x
senx
poderíamos também construir o gráfico da função f(x) = . Analisando apenas a devolutiva gráfica
x
desse pacote, poderíamos crer que a função é contínua em x = 0, o que é falso:
há erro nessa representação, pois
y f(x) é descontínua em x=0
2
1 x
–8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
–2
–3
senx
Figura A.52 – Erro na devolutiva gráfica da função f(x) =
x
Cuidado! Lembre-se de que salientamos a importância de você possuir solidez conceitual. Você
sabe que não é possível dividir por zero! Cabe a nós efetuar essa correção retirando “corrigindo
a imagem oferecida pelo pacote computacional”. Logo, você que é possuidor da solidez conceitual
vai inserir o ponto de descontinuidade ignorado pelo pacote computacional. Lembre-se de que
geometricamente um ponto não tem dimensão. Para visualizarmos a descontinuidade, vamos
exagerar e muito o ponto a imagem do ponto x=0. Veja a figura a seguir:
y
2
1 x
–8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
–2
–3
senx
Figura A.53 – Gráfico de f(x) = com a descontinuidade
x
211
Vale salientar que, dependendo do tipo de descontinuidade, podemos ter dificuldade de interpretar a
devolutiva gráfica de um pacote computacional. Analise as devolutivas da função f(x) = sen :
1
x
y=sen(1/x)
1
–2 –1 1 2
–1
1
Gráfico de f(x) = sen feito no Winplot. O que está acontecendo com f(x) quando x tende a zero?
x
1
sin(1/x)
0.8
0.6
0.4
0.2
0
–0.2
–0.4
–0.6
–0.8
–1
–6 –4 –2 0 2 4 6
Gráfico de f(x) = sen feito no Maxima. O que está acontecendo com f(x) quando x tende a zero?
1
x
Figura A.54 – Gráficos de f(x) = sen em pacotes computacionais diferentes
1
x
212
Exemplo 9:
Vamos usar o Maxima para calcular uma derivada pela definição, ou seja, usando o conceito de
limites, vamos determinar a derivada de uma função f(x)=4x3+2x–3:
Lembrete
Para determinarmos a derivada pela definição usando o Maxima, procederemos da seguinte forma:
Para definir uma função de uma variável, usaremos o comando:=; logo, para definir f(x) como sendo
uma função para o nosso pacote computacional, vamos na Entrada e digitamos f(x):= expressão na
sintaxe correta. Enquanto estivermos com a seção do Maxima aberta, ele terá em sua memória que f(x)
é a expressão que você definiu.
Nesse exemplo f(x)=4x3+2x–3, para registrar essa expressão como f(x), faremos o seguinte passo: na
Entrada digitamos f(x):=4*x+2*y–3 e teclamos Enter.
213
Para solicitar ao Maxima que determine g(x), ou seja, o limite da função, basta entrar com g(x) =
expressão na sintaxe correta para o cálculo da derivada, usando corretamente a função limit que é
interna ao nosso pacote. A figura A.56 ilustrou esse procedimento para o nosso exemplo. Clique Enter
para concluir.
Análise da devolutiva: na terceira entrada dessa seção (%i3), foi pedido ao Maxima para calcular
f( x + h) − f( x )
g( x ) = lim que possui a seguinte sintaxe g( x ) = limit((f( x + h) − f( x )) / h, h, 0); note que
h→0 h
a variável do limite é h, pois é h que tende a zero; (%03) é terceira resposta dessa seção do Maxima;
g(x) =12x2+2 é a derivada da função f(x).
Exemplo 10:
Vamos usar o Maxima para calcular uma derivada pela definição, ou seja, usando o conceito de
1
limites, vamos determinar a derivada de uma função f(t) = t − .
t
Agora, está fácil escrever a fórmula da derivada pela definição na variável t.
f(t + h) − f(t)
f ′(t) = lim
h→0 h
Para determinarmos a derivada pela definição usando o Maxima, procederemos da seguinte forma:
Para definir uma função de uma variável, usaremos o comando:=; logo, para definir f(t) como sendo
uma função ao nosso pacote computacional, vamos na Entrada e digitamos f(t):= expressão na sintaxe
214
Análise da devolutiva: na segunda entrada dessa seção (%i4), foi pedido ao Maxima para aceitar
1 1
f(t) = t − como sendo a função f(t); (%04) a segunda resposta dessa seção do Maxima; f(t) = t −
t t
é uma função.
Para solicitar ao Maxima que determine g(t), ou seja, o limite da função, basta entrar com g(t)=
expressão na sintaxe correta para o cálculo da derivada, usando corretamente a função limit que é
interna ao nosso pacote. A figura A.58 ilustra esse procedimento para o nosso exemplo. Clique Enter
para concluir.
215
A seguir, apresentamos três desafios que você deve encarar com espírito repleto de curiosidade
científica investigativa. Resolva-os por mais de um procedimento e leve suas indagações e descobertas
para debater com seus colegas no fórum desta disciplina.
Desafio1:
x x
1 1
lim 1 + = e b) lim 1 + =e
a) x→ +∞ x x→ −∞ x
Desafio 2:
Convido você, caríssimo(a) aluno(a), a avaliar primeiro f(x), antes de sair abrindo as telas do
Maxima.
Num primeiro momento, fazendo as substituições e apoiando-se em cálculo mental, você obtém
0
a expressão . Ao ver tal expressão “um alerta deve ter soado” em sua mente, pois você se lembra de que
0
não existe divisão por zero, simbolicamente falando – 5 ∉D(f ) , ou seja, –5 não pertence ao
domínio da função. Logo, a função vai ser descontínua em x = –5, como ilustramos no gráfico a
seguir:
216
t2 + 10t + 25
Figura A59 – Representação gráfica da função f(t) =
25 − t2
Desafio 3:
Crie uma função não muito simples, com assíntotas e descontinuidade, e faça uma investigação,
mais completa possível, usando o Maxima, a representação gráfica da mesma e os procedimentos usuais,
feitos à mão, ou seja, sem apoio computacional.
O Maxima pode ser um ótimo parceiro de estudo! Use-o para confirmar suas resoluções, bem
como para testar suas hipóteses sobre o limite de qualquer função que puder imaginar. A função
de pacote computacional não é confirmar nossos procedimentos algébricos, numéricos e analíticos.
Profissionalmente, muitas vezes, após termos o domínio dos conceitos e restrições de modelos, os
pacotes computacionais irão substituir muitos de nossos procedimentos usuais, daí você estará livre e
será desafiado a construir outros modelos de estudo e investigação e a aplicá-los. Para tanto, você deve
ter uma sólida formação conceitual, pois só assim poderá avaliar com competência a razoabilidade das
respostas oferecidas pelos pacotes computacionais.
Para determinarmos a derivada de uma função, podemos usar a janela gráfica Diferenciar...
Primeiramente clicamos em Cálculo, em seguida selecionamos a opção Diferenciar... Veja a figura A.60
e, em alguns segundos, teremos em nossa tela a janela Diferenciar... aberta:
217
Para determinarmos a derivada de uma função, devemos seguir as orientações ilustradas na figura
A.61. Chamo sua atenção para o tema vezes: que aparece na figura; ele serve para indicar quantas vezes
você irá derivar a função inserida em Expressão:
finalizar
Vamos fazer alguns exemplos para aprendermos esse procedimento, bem como para fortalecermos
nossa capacidade de escrever corretamente as sintaxes de funções no Maxima.
Exemplo 1:
3
Determine a derivada da função f( x ) = 2x − x + 4
• Em na variável: mantemos x
218
Antes de apresentar a devolutiva do Maxima, vamos oferecer a você outro procedimento válido e
inserir seu pedido na caixa Entrada: A sintaxe do Maxima para derivada é diff( ), com dois parâmetros.
No primeiro, inserimos a expressão que buscamos a derivada e o segundo parâmetro é para indicar qual
é a variável que estamos derivando.
Lembrete
Ilustramos na figura A.63, tal procedimento para nosso exemplo. Para obtermos a derivada, temos
que teclar Enter:
Interpretação da devolutiva: nossa primeira entrada (%i1) foi o pedido para derivar a função
f(x)=2x3–x+4 na sintaxe do Maxima diff(2*x^3–x+4,x);. A resposta a esse pedido está em (%o1), que é
a derivada de f(x).
219
1
Figura A.64 – Determinando a derivada de f( x ) = x −
x
Antes de apresentar a devolutiva do Maxima, vamos apresentar a opção para determinarmos a
derivada da mesma função na caixa Entrada:, veja figura A.65. Tecle Enter para concluir:
1
Derivando f( x ) = x −
x
Em ambos os procedimentos, a devolutiva do Maxima será a mesma:
Interpretação da devolutiva: nossa segunda entrada (%i2) foi o pedido para derivar a função
1
f( x ) = x − na sintaxe do Maxima diff(x–1/x,x);. A resposta a esse pedido está em (%o2), que é a
x
derivada de f(x).
Exemplo 3:
220
Com a janela Diferenciar... aberta para determinarmos a derivada de f(x), ou seja, f’(x), procedemos
como indicamos na figura A.66. Para finalizar, clicamos em ok.
Interpretação da devolutiva: nossa terceira entrada (%i3) foi o pedido para derivar a função
f(x)=sen(2x) na sintaxe do Maxima diff(sin(2*x),x);. A resposta a esse pedido está em (%o3), que é a
derivada de f(x). Como você já se lembra de que se y=senu, com u(x), temos y’=u’.cosu, essa devolutiva
faz todo sentido.
Exemplo 4:
Antes de sair repetindo procedimentos, vale lembrar que a sintaxe correta de lnx é log(x). Isso feito,
agora está fácil. Com a janela Diferenciar... aberta, procedemos como indicamos na figura A.68. Para
finalizar clicamos ok.
221
Antes de apresentar a devolutiva do Maxima, vamos ver a opção para determinarmos a derivada da
mesma função na caixa Entrada: conforme figura A.69, tecle Enter para concluir:
Interpretação da devolutiva: nossa quarta entrada (%i4) foi o pedido para derivar a função f(x)=In(x)
na sintaxe do Maxima diff(log(x),x);. A resposta a esse pedido está em (%o4), que é a derivada de f(x).
Exemplo 5:
Com a janela Diferenciar... aberta, para determinarmos a derivada de f(x), ou seja, f’(x), procedemos
como indicamos na figura A.2.38. Para finalizar, clicamos ok.
222
Interpretação da devolutiva: nossa quinta entrada (%i5) foi o pedido para derivar a função f(x)=ex na
sintaxe do Maxima diff(e^x,x);. A resposta a esse pedido está em (%o5), que é a derivada de f(x).
Exemplo 6:
Você se lembra de que, para realizar a derivada dessa função sem apoio computacional, precisa saber
a regra do produto y = u*v => y’ = u’v+ uv’
Resolvendo o exemplo com apoio do Maxima, seguimos o seguinte procedimento: com a janela
Diferenciar... aberta, para determinarmos a derivada de f(x), ou seja, f’(x) procedemos da forma como
indicamos na figura A.72. Para finalizar, clicamos ok.
Antes de apresentar a devolutiva do Maxima, vamos ver a opção para determinarmos a derivada da
mesma função na caixa Entrada: conforme figura A.73, tecle Enter para concluir:
223
Interpretação da devolutiva: nossa sexta entrada (%i6) foi o pedido para derivar a função
y=(x+3x2).(2x–4) à sintaxe do Maxima diff((x+3*x^2)(2*x–4),x);. A resposta a esse pedido está em
(%o6), que é a derivada de f(x).
Exemplo 7:
x 3 2 x2 + x
Determinar a derivada de y =
( x2 − 1)
Você se lembra de que, para realizar a derivada dessa função sem apoio computacional, precisa saber
u u′ v + uv ′
a regra do quociente y = ⇒ y ′ = Resolvendo o exemplo com apoio do Maxima, seguimos o
v v2
seguinte procedimento: com a janela Diferenciar... aberta, para determinarmos a derivada de f(x), ou
seja, f’(x), procedemos da forma como indicamos na figura A.74 Para finalizar, clicamos ok.
x 3 2 x2 + x
Figura A.74 – Derivando y = na janela Diferenciar...
( x2 − 1)
Antes de apresentar a devolutiva do Maxima, vamos ver a opção para determinarmos a derivada da
mesma função na caixa Entrada: conforme figura A.75, tecle Enter para concluir:
x 3 2x 2 + x
FiguraA.75 – Derivando y =
( x2 − 1)
224
Exemplo 8:
Espero que você se lembre da regra da função composta: se y=lnu, com u(x), temos y’=u’.(1/u), ou seja,
u
y ′ = . Acho que ainda se lembra de que lnx no Maxima é log(x). Esses conhecimentos são fundamentais
u′
para você poder interpretar a devolutiva do Maxima.
Com a janela Diferenciar... aberta, para determinarmos a derivada de f(x), ou seja, f’(x) procedemos
como indicamos na figura A.76. Para finalizar, clicamos ok.
u
é a derivada de f(x), como você já se lembra de que, se y ′ = , essa devolutiva faz todo sentido.
u′
Exemplo 9:
3x 2
Determine a derivada de ordem três da função y = e + cos 5x .
Encontrar a derivada terceira da função significa que teremos que derivar a função 3 vezes, ou seja,
determinar f’’’(x)
Com a janela Diferenciar... aberta, para determinarmos a derivada terceira de f(x), ou seja, f’’’(x),
procedemos da forma como indicamos na figura A.78. Para finalizar, clicamos ok.
2
Figura A.78 Derivando y = e3x + cos 5x , na janela Diferenciar...
2
Figura A.79 – Derivando y = e3x + cos 5x
226
Exemplo 10:
3
Determinar a derivada de ordem 1, 2, 3 e 4 da função y = 5x + 2 , sem usar a janela
Diferenciar...
Para solicitar a derivada acima, precisamos nos lembra da propriedade de potenciação que transforma
m
n m
raiz em expoente fracionário, a = an
. Para analisarmos a devolutiva, precisamos chamar, mais uma
vez, nosso conhecimento de regra da cadeia, nesse caso que se y=un; u(x) então y’=n*un–1*u’. Com o
Maxima aberto e esses conhecimentos ativados, vamos à caixa Entrada: e escrevemos a função solicitada
na sintaxe do Maxima diff((5*x+2)^(1/3), x) e teclamos Enter. Veja a figura A.80:
3
Figura A.80 – Derivando, y = 5x + 2
Para obtermos as demais derivadas, voltemos à caixa Entrada:. Vamos economizar digitações,
colocando o cursor na caixa Entrada: usando a tecla ↑ (seta para cima) do teclado do computador, para
chamar entradas já efetuadas na seção que está aberta do Maxima.
Determinando a y’’:
Com o cursor na caixa Entrada:, pressionamos o botão seta cima (↑) e temos novamente a entrada
representada na figura A.81, colocamos o cursor entre o x e o parênteses ( ) e colocamos uma vírgula
(,), conforme ilustra figura A.81:
3
Figura A.81 – Preparando a derivada segunda de y = 5x + 2 usando a y’
227
3
Figura A.82 – Determinando a derivada segunda de y = 5x + 2 usando a y’
Determinando a y’’’:
Com o cursor na caixa Entrada:, pressionamos o botão seta para cima (↑) e temos novamente
a entrada representada na figura A.83, apagamos o 2, acrescentamos 3 e teclamos Enter. Veja a
figura A.83:
3
Figura A.83 – Determinando a derivada segunda de y = 5x + 2 usando a y’’
Determinando a yiv:
Com o cursor na caixa Entrada: pressionamos o botão seta para cima (↑) e temos novamente
a entrada representada na figura a figura A.84, apagamos o 3, acrescentamos 4 e teclamos Enter.
Veja a figura A.84:
3
Figura A.84 – Determinando a derivada segunda de y = 5x + 2 usando a y’’’
228
229
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
FRANCO, W. Coração Tranquilo. Intérprete: Walter Franco. Respire Fundo [S.I.]: CBS/Rock Company, p
1978. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 3.
Textuais
DODIER, R. Maxima Mínimo . Traduzido por Jorge Barros de Abreu. Disponível em:
<http://maxima.sourceforge.net/docs/tutorial/pt/minimal–maxima.pdf>. Acesso em: 08
jan. 2010.
FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A – funções, limite, derivação, integração. São Paulo:
Prentice Hall, 2006.
UNESP / FEG / DMA, Guaratinguetá. Introdução ao Maxima. Teia do saber – programa de formação
continuada. Disponível em: <http://www.feg.unesp.br/~teiadosaber/download/didatico/maxima1_
vicente_TEIA.doc>. Acesso em: 08 jan. 2010.
VILLATE, J. E. Introdução aos sistemas dinâmicos: uma abordagem prática com Maxima. Univ. of Porto
(version 1.2, 27–02–2007). Disponível em: <http://fisica.fe.up.pt/maxima/book/sistdinam–1_2.pdf>.
Acesso em: 08 jan. 2010.
Exercícios
Sites
<http://www.ausla.com.br/index.html>
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<http://www.fsfla.org/svnwiki/about/what-is-free-software.pt.html>
<http://www.ibge.gov.br>
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<http://www.professores.uff.br/hjbortol/disciplinas/2006.2/esp00000/arquivos/maxima_pt.pdf>
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