Projecto de Drenagem de Aguas Pluviais

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PROJECTO DE UM SISTEMA DE DRENAGEM DE

ÁGUAS PLUVIAIS

Guifte Samuel B. Ngalo


Instı́tuto Superior Politécnico de Songo – ISPS
DRENAGEM & SANEAMENTO

3 de Junho de 2019
Instituto Superior Politécnico de Songo

Licenciatura em Engenharia Hidráulica

4o ANO

DRENAGEM E SANEAMENTO

Projecto de um Sistema de Drenagem de


Águas Pluviais

DISCENTE: DOCENTE:
NGALO, Guifte Samuel B. Eng.o SOARES, Ivaldo Manuel

Songo, 3 de Junho de 2019


Curso: Engenharia Hidráulica

DRENAGEM E SANEAMENTO
TRABALHO FINAL

Sob tema:
Ampliação do Sistema de Drenagem de Águas Pluviais da Vila de Songo – Bairro do Planalto

Elaborou, estudante do 4o ano:


Verificou: Eng.o SOARES, Ivaldo Manuel
Corrigiu: .

Trabalho entregue aos 09 de Abril de 2019


Prazo de execução: até 31 de Maio de 2019
Trabalho entregue: .

Vila de Songo, Abril de 2019


Copyright
c 2019 Guifte Samuel Bulaque Ngalo

I MPRESSO AOS 3 DE J UNHO DE 2019

O ISPSongo têm o direito, perpétuo e sem limites geográficos, de arquivar e publicar este
compêndio através de exemplares impressos reproduzidos em papel ou de forma digital, ou
por qualquer outro meio conhecido ou que venha a ser inventado, e de a divulgar através de
repositórios cientı́ficos e de admitir a sua cópia e distribuição em objectivos educacionais ou de
investigação, não comerciais, desde que sejam dados créditos aos autores e editores.
Conteúdo

Copyright 3

I Memória descritiva e justificativa 10

1 Introdução 11
1.1 Geralidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2 Descrição geral do sistema de drenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3 Caudais pluviais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2 Critério de concepção e dimensionamento 15


2.1 Colectores gravı́ticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1.1 Condições gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1.2 Colectores de águas pluviais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3 Disposições construtivas 17
3.1 Condutas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.2 Assentamento de condutas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.3 Caixas de visita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.4 Caixas de ramais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.5 Sumidouros e sarjetas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

4 Construção civil 19
4.1 Montagem e desmontagem de estaleiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.2 Manutenção de estaleiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.3 Levantamento de pavimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.4 Movimentos de terras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.5 Manta geotêxtil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.6 Reposição de pavimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.7 Protecção das condutas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

4
4.8 Conduta e acessórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.9 Acessórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.10 Caixas de visita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.11 Ramais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.12 Diversos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

II Memorial de cálculo 23

5 Caudal de projecto 24
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5.2 Caudais de contribuição em cada sarjeta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5.2.1 Tempo de concentração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5.2.2 Coeficiente de escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5.2.3 Intensidade da precipitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5.3 Exemplo de aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

6 Determinação das dimensões das sarjetas 27


6.1 Declividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
6.2 Dimensões do canal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
6.2.1 Verificação da velocidade de escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
6.2.2 Classificação do regime de escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

7 Sumidouros 31
7.1 Equação do descarregador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
7.2 Equação da energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

8 Galerias 33
8.1 Ângulo entre a secção de escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
8.2 Verificação da velocidade de escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
8.3 Classificação do regime de escoamento nas galerias . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Referências Bibliográficas 36

III Peças desenhadas e pormenores construtivos 37

A Pormenores da sarjeta 38

B Pormenores do sumidouro 40

5
C Pormenores do colector 42

D Caixas de visita 43

E Dispositivos de saı́da 46

6
Lista de Figuras

1.1 Delimitação da área de estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12


1.2 Representação geografia de sub-bacias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.3 Esquema do sistema unitário de drenagem pluvial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

A.1 Secção transversal de uma sarjeta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

B.1 Representação esquemática de um sumidouro sem depressão. . . . . . . . . . . . 40


B.2 Representação esquemática de uma boca colectora. . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
B.3 Sumidouro de lancil com saı́da directa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

C.1 Representação esquemática de uma boca colectora. . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

D.1 Caixa de ramal de ligação á rede pluvial enterrada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43


D.2 Caixa de ramal simples de ligação á rede pluvial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
D.3 Caixa de ramal com queda guiada de ligação á rede pluvial. . . . . . . . . . . . . 45

E.1 Boca de saı́da directa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

7
Lista de Tabelas

1.1 Coeficientes de escoamento para cada sub-bacia drenante. . . . . . . . . . . . . . 13

5.1 Caudais de contribuição em cada sub-bacia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

6.1 Dimensões das sarjetas e verificação de velocidade e classificação do regime de


escoamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

7.1 Dimensões da boca colectora de cada sarjeta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

8.1 Determinação dos diâmetros das galerias e os parâmetros de verificação. . . . . . 35

8
Lista de simbolos

Sı́mbolo Descrição Unidade

Lv Largura de valas [m]


DN Diâmetro nominal [mm]
Q Caudal de projecto [m3 /s]
Ks Coeficiente de rugosidade de Manning [m1/3 /s]
S Área de secção transversal da sarjeta [m2 ]
Rh Raio hidráulico [m]
Pm Perı́metro molhado m
J Declividade do canal [m/m], %
I Intensidade da precipitação [mm/h]
A Área drenante da sub-bacia [m2 ]
tc Tempo de concentração [min]
L Maior largura de uma sub-bacia km
∆H Diferença de cotas topográficas [m]
C Coeficiente de escoamento (Sub-bacia ou descarregador) [Adimensional]
a, b Parâmetro da curva I-D-F [Adimensional]
t Duração de uma precipitação [min]
Tr Perı́odo de retorno [Anos]
B Largura da sarjeta [m]
H Altura de escoamento na sarjeta [m]
U Velocidade de escoamento [m/s]
Fr Número de Froud [Adimensional]
g Aceleração de gravidade [m/s2 ]
Hu Altura uniforme do canal [m]
S Área de secção transversal da sarjeta [m2 ]
B0 Largura do sumidouro [cm]
L0 Comprimento do sumidouro [cm]
A0 Área de secção transversal do sumidouro [m2 ]
E Energia de escoamento [m]
D, D0 Diâmetro de uma galeria [m], [mm]
θ, θ0 Ângulo de escoamento em uma galeria [Radinos]
hu Altura uniforma da galeria [m]
emin Espessura de grandes [m]

9
Parte I

Memória descritiva e justificativa

10
Capı́tulo 1

Introdução

1.1 Geralidades

O presente projecto de execução refere-se a uma parte individualizada do designado sistema de


avaliação na cadeira de Drenagem e Saneamento, trata-se do dimensionamento de um sistema
de drenagem de águas pluviais, em particular no bairro do planalto, vila de Songo, distrito de
Cahora-Bassa, conforme ilustra a Figura 1.1.

Será aproveitada a oportunidade par de se proceder à correcção geral dos traçados dos ar-
ruamentos, tendo em consideração aos condicionantes locais (como abastecimento de água,
fornecimento de energia eléctrica, linhas telefónicas, entre outras), as apresentadas neste projecto
correspondem à solução base duma e única hipótese, dum sistema unitário de pluvial, donde
será realizada a avaliação da segurança hidráulica funcional e bem como questões voltadas à
aspectos económicos.

1.2 Descrição geral do sistema de drenagem

A drenagem de águas pluviais tem em consideração a topografia dos arruamentos da zona


envolvente. Para tal a drenagem superficial terá por base a definição das 17 sub-bacias drenantes,
conforme mostrado na Figura 1.2. Assim, face as condições de descarga de jusante, optou-se em
discretizar desta forma para melhor considerar as condições hidráulicas.

O levantamento de dados, foi possı́vel devido ao software Google Earth, onde procurou-se
explorar no máximo cada uma das ferramentas que este dispõe, contundo, extraiu-se comprimen-
tos de condutas, áreas das sub-bacias, cotas topográficas do terreno, e respectiva delimitação

11
Figura 1.1: Delimitação da área de estudo.

da área de estudo cujas coordenadas geográficas são: P1 [15o 36’59,43”S; 32o 46’36,24”E], P2
[15o 36’50,48”S;32o 46’28,62”E]; P3 [15o 37’05,31”S; 32o 46’15,68”E], P4 [15o 37’09,97”S; 32o 46’18,52”E],
e P5 [15o 37’14,66S”;32o 46’20,40”E].

Será implantado um sistema de drenagem do tipo ramificado, Figura 1.3, onde as condutas
deverão dispor sempre de um maior diâmetro no sentido de escoamento, ou seja, em trechos a
jusante sempre que convier de cada caixa de visita. De forma geral, a rede será constituı́da de
sarjetas simples de secção triangular; sumidouro de lancil e/ou sem depressão, devendo estes
ser responsáveis por escoar a água pluvial até ás galerias colectoras através dos colectores
projectados; caixa de ramal de ligação á rede pluvial enterrada, caixas de ramais simples (serão o
ponto de convergência de apenas dois colectores projectados) e caixas de ramais com queda
guida de ligação à pluvial (deverão ser implantadas em pontos onde se encontram a junção de
três colectores projectados.)

E também, deverá dispor de uma estação elevatória capaz transportar as pluviais através de
uma conduta elevatória para o manancial ou corpo receptor, que nesta caso, será sub-bacia mais
próxima do riacho de Guto, onde deverá presente um dispositivo de saı́da, conforma ilustra a
Figura E.1.

12
2
1
6 5

4 3

12
11 10 9 8 7

17 16 15 14 13

Desenhado por Guifte Samuel

Figura 1.2: Representação geografia de sub-bacias.

1.3 Caudais pluviais

O cálculo dos caudais pluviais a drenar pressupõe a determinação da intensidade de precipitação,


que depende do perı́odo de retorno, e do tempo de concentração. Para efeitos de dimensiona-
mento adoptou-se um perı́odo de 10 anos e um tempo de concentração mı́nimo de 2, 49 minutos
(tempo de duração da chuvada).

Considerando a curva I-D-F da cidade de Maputo, cujos parâmetros são: a = 797, 38 e b = −0, 582.
E os caudais de dimensionamento para a precipitação obtém-se a pelo método racional, tendo em
conta o coeficiente de escoamento que é função da ocupação do solo, como zonas urbanizadas
com edifı́cios e de zonas ajardinadas anexas.

A Tabela 1.1, apresenta a distribuição espacial do coeficiente de escoamento para cada sub-bacia
em função do tipo de solo e construções existentes existentes.

Tabela 1.1: Coeficientes de escoamento para cada sub-bacia drenante.

Sub-Bacia(s) Run − O f f (C) Ocupação do solo


1, 2, 3, 4, 5, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 16, 17 85% Zonas residencias: telhados e cober-
turas
7 70% Zonas comerciais: periferia
6 40% Zonas verdes: campos desportivos
15 25% Zonas verdes: relvados em solos pe-
sados

13
CV
CP-14
(108m) CP-10 CP-7
(95m) CP-3
(78m) (123m)
CP-15
(126m)
CV CV CV CV

CP-6
CP-9 (83m) CP-4
CV (79m) (83m) CP-1
CP-12 (153m)
CP-11 CP-8 CP-5 CP-2
CP-13 (75m) (147m) (108m)
CV (102m) (98m)
(78m) CV CV CV CV
CV

CP-21
(127m) CP-19 CP-18 CP-17
CP-20 CP-16
(63m) (66m) (65m) (64m) (74m) CP-38
(81m)
CV CV CV CV CV CV
CP-37 CP-36 CP-35 CP-34 CP-33 CP-32
(102m) (126m) (98m) (97m) (153m) (153m)
CP-26
(82m) CP-25 CP-24 CP-23 CP-22
(77m) (78m) (75m) (76m) CP-21
(69m)
CV CV CV CV CV
CP-31 CP-30 CP-29 CP-28 CP-27
(227m) (101m) (103m) (93m) (156m)

Desenhado por Guifte Samuel

SIMBOLOGIA

Colector gravítico de águas pluviais Estação elevatória

Conduta elevatória Sarjeta ou Sumidouro

CP Colector projectado CV Câmara de visita

Figura 1.3: Esquema do sistema unitário de drenagem pluvial.

14
Capı́tulo 2

Critério de concepção e dimensionamento

2.1 Colectores gravı́ticos

2.1.1 Condições gerais

O traçado dos colectores em planta foi seleccionado tendo em conta a minimização de inter-
ferências com as várias infra-estruturas presentes no subsolo. A definição das várias infra-
estruturas foi efectuada através de um levantamento topográfico na plataforma Google Earth, e o
cadastro de infra-estruturas do sistema de abastecimento de água. Pelo facto dos cadastros de
electricidade e Telecomunicações não identificarem a sua localização exacta e pela sua versatili-
dade na execução de desvios temporários, considerou-se que estas infra-estruturas não seriam
condicionantes das obras a executar.

2.1.2 Colectores de águas pluviais

O traçado dos colectores proposto será implantado de modo geral próximo do eixo das vias,
sempre que as infra-estruturas existentes permitirem. Ficarão situados no plano interior ao das
condutas de distribuição de água, de modo a evitar possı́veis contaminações, e sempre que for
possı́vel a uma cota superior aos colectores de águas residuais: no entanto em alguns trocos
consideram-se ramais pluviais longitudinais duplos laterais pelas bermas devido a condicionantes
técnicas.

Diâmetro nominal mı́nimo: o diâmetro nominal mı́nimo admitido nas aguas pluviais na rede
geral é de 700mm, e nos ramais D500mm.

Inclinações: as inclinações dos colectores não deverão ser, em princı́pio, nem superiores a

15
superiores 6, 02% nem inferires a 1%.

Velocidade: para assegurar o perfeito funcionamento dos órgãos de transporte de águas pluviais
as velocidades de escoamento deverão ser limitadas. Assim, a velocidade mı́nima de escoamento
será de 0, 9m/s, relativamente a velocidade máxima, esta está limitada a 5, 0m/s para o caudal de
ponto de cheia.

Altura da lâmina lı́quida: a altura da lâmina lı́quida para a velocidade máxima referida no
ponto anterior devera ser igual a altura total do colector.

Caixas de visitas: as caixas de visita destinam-se fundamentalmente a facilitar o acesso aos


colectores para inspecção e operação de manutenção, e é obrigatória a sua implantação nas
cabeceiras de colectores; nas junções de colectores; nos pontos de mudança de direcção, declive
e de diâmetros dos colectores; e nos alinhamentos rectos, para que o afastamento máximo entre
câmaras de visita consecutivas, não ultrapasse 60m.

Recobrimento mı́nimo: o recobrimento dos colectores, medido entre o seu extradorso e o


pavimento da via pública, será de 1, 00m (e = 0, 80m em ramais nas bermas). Este valor poderá
ser aumentado sempre que as solicitações devidas ao trânsito o exijam. Para recobrimentos
inferiores e este valor, sem situações como sejam travessias sob rios ou ribeiras ou outros casos
excepcionais, os colectores serão protegidos por envolvimento em betão.

Assentamento dos colectores: as condições de assentamento dos colectores são função


das caracterı́sticas do terreno, nı́vel freático, altura de recobrimento, entre outras. Cada situação
implica a adopção de uma solução técnica especifica conforme se indica no se desenho tipo;
as larguras das valas de assentamento variam de acordo com a altura média ah soleira do colector.

Para alturas inferiores a 3, 00m a largura das valas de assentamento deve ter a dimensão mı́nima
dada pelas expressões:
• Lv = DN + 0, 5 (para o diâmetro nominal DN ≤ 500mm);
• Lv = DN + 0, 70 (para o diâmetro nominal DN > 500mm);
em que Lv – é a largura de vala em [m].

Material da tubagem: os colectores de águas pluviais, serão de betão liso, próprio para sa-
neamento, dentro da gama de diâmetros nominais existentes.

16
Capı́tulo 3

Disposições construtivas

Pelo facto dos cadastros de electricidade e telecomunicações não identificarem a sua localização
exacta e pela sua versatilidade na execução de desvios temporários, considerou-se que estas
infra-estruturas não seriam tão condicionantes como as referidas anteriormente.

3.1 Condutas

As condutas dos colectores gravı́ticos e dos ramais serão de betão liso, Ks = 75m1/3 /s, de determi-
nada rigidez, e devendo cumprir referenciais normativos e ter o certificado de produto reconhecido
no território nacional.

3.2 Assentamento de condutas

O assentamento dos colectores deve ser feito de modo a assegurar-se a perfeita estabilidade das
condutas, através da regularização do fundo das valas, e o enchimento da vala deverá realizar-se
cuidadosamente, de acordo com o especificado. A compactação do material de aterro deve ser
feito de modo a não danificar os colectores e a garantir a estabilidade dos pavimentos, e deverá
ser devidamente comparada com ensaios especı́ficos.

Para os colectores gravı́ticos, como regra, o recobrimento mı́nimo admitido foi de 1, 20m so-
bre o extradorso da conduta. Quando o recobrimento das condutas for inferior a 1, 00m ou superior
a 4, 00m, estes deverão ser protegidos contra a rotura por compressão diametral, e o enchimento
das valas deverá realizar-se cuidadosamente.

17
3.3 Caixas de visita

Sempre que necessário, serão implantadas caixas de visitas com fundos pré-fabricados, onde
existam mudanças de direcção e de modo a não se ultrapassar um comprimento de colector de
cerca de 60m. A cobertura da caixa de visita será plana sempre que a altura desta for inferiores
a 1, 40m, sendo nos restantes casos tronco-cónica excêntrica. Quando instaladas em terrenos
privados/a corta mato, deverão ser implantadas nos extremos dos mesmos, ficando salientes do
terreno no mı́nimo 0, 50m. Quando existem desnı́veis superiores a mais de 0, 50m de colectores
afluentes as caixas de vista serão previstos dispositivos de queda guiada par os colectores a
nı́veis superiores, conforme pormenor da Figura D.3.

3.4 Caixas de ramais

As caixas de ramais, ilustradas na Figura D.1 serão instaladas em todos os edifı́cios a indicar
e pelo dono da obra ou fiscalização. Estas caixas a executar de acordo com o desenho tipo,
serão implantadas em bermas ou passeios e serão ligadas à rede através de uma forquilha ou
directamente as caixas de visita.

3.5 Sumidouros e sarjetas

Para a captação das águas pluviais utilizar-se-ão na generalidade sumidouros, no entanto sempre
que se mostre mais adequado utilizar-se-ão sarjetas. A tampa sumidoura e aro serão em ferro
fundido. As sarjetas e os sumidouros a instalar deverão ter sempre câmara de retenção de areias,
no entanto, se o dono da obra o entender pudera em circunstância especial optar por instalar os
referidos dispositivos sem câmara de retenção, conforme ilustra na Figura B.3.

18
Capı́tulo 4

Construção civil

4.1 Montagem e desmontagem de estaleiro

Engloba todos os encargos com os fornecimentos e trabalhos do Empreiteiro, necessários à


mobilização e desmobilização de equipamentos, instalações e pessoal do estaleiro e escritórios
necessários ah realização dos principais trabalhos do contracto. Os preços têm um carácter global
e incluem todos os encargos de montagens e desmontagens.

4.2 Manutenção de estaleiro

Engloba todos e quaisquer custos de manutenção do estaleiro desde o inicio da sua montagem ate
ao final da sua desmontagem, inclusive, se aplicável o pagamento aos concessionários, alugueres
e servidões.

4.3 Levantamento de pavimentos

O levantamento do pavimento engloba o arranque e a remoção para descarga final licenciada


dos produtos sobrantes. No preço unitário do levantamento do pavimento, para além do referido
anteriormente, dever-se-á considerar ainda a demolição de bermas e valetas; remoção, transporte
para estaleiro de rails e sinalização vertical.

Os materiais do pavimento removidos na altura da escavação, tais como, por exemplo, cubos
de basalto e calcários, lancis, mosaicos e paralelepı́pedos, deverão ser reaplicados, pelo que
competira ao Empreiteira a sua guarda, conservação e transporte. Será da sua conta a reposição
do material eventualmente extraviado. As medições de arranque de pavimentos serão efectuadas

19
em m2 , de acordo com o mapa de medições.

4.4 Movimentos de terras

O movimento de terras engloba a escavação e aterro das valas e a remoção para descarga
final licenciada de todos os produtos sobrantes da escavação. A escavação para abertura da
vala eh afectada por processos manuais ou mecânicos, incluindo baldeação, entivação e drena-
gem/bombagem de água quando necessário.

Será da conta do Empreiteiro a condução a depósito provisório e posteriormente aos locais


de aplicação, da terra a reutilizar no aterro das valas. Para efeito de medições do volume de
escavação e aterro consideram-se as larguras de valas definidas nos mapas de medição apresen-
tados em anexo, de forma cumprir-se as disposições regulamentares mı́nimas.

A espessura do pavimento será variável em função do tipo de pavimento existente. As lar-


guras das valas referem-se a distâncias úteis, entre entivações, se existirem; e Para efeitos de
medição dos trabalhos relativos a “movimentos de terra” a secção tipo das valas será considera
sempre, com paredes verticais e com a largura definida de no desenho da vala tipo.

Na eventualidade da falta de materiais adequados para o enchimento das camadas superi-


ores de enchimento das valas, estes terão de ser obtidos e transportados pelo Empreiteiro,
considerando-se o seu pagamento incluindo no preço do aterro. Estará também incluso no referido
preço os ensaios de compactação a executar de acordo com o referencial normativo. Considera-se
incluı́do no preço de remoção e transporte a descarga final licenciada o cumprimento de todas as
exigências legais relativas ah gestão dos resı́duos, segundo a legislação em vigor.

4.5 Manta geotêxtil

Para efeito de medição dos trabalhos relativos a área da manta geotêxtil, a secção tipo da vala
será considerada sempre, com paredes verticais e com largura definida no desenho da vala tipo.
Considera-se incluso no preço da manta as sobreposições mı́nimas de 0, 30m em todas as juntas
existentes.

20
4.6 Reposição de pavimentos

As pavimentações da vala engloba além da reposição das camadas que constituem o pavimento
a reposição das condições existentes, como bermas, valetas e todo o equipamento de segurança
rodoviária, designadamente marcas rodoviárias, sinalização vertical, rails, marcos, guardas de
segurança, passeios, caleiras, entre outros.

Nos preços unitários da reposição de pavimentos, para além do referido anteriormente, estão
incluı́dos também, todos os trabalhos complementares tais como: preparação da fundação, ca-
mada de assentamento, compactação e acabamento final. Para efeitos de medição da camada de
desgaste considerar-se-á uma sobre largura para cada lado, em relação à vala tio de 0, 10m em
pavimentos betuminosos, 0, 15m em pavimentos em tout-venant ou 0, 40m em calcadas.

4.7 Protecção das condutas

Neste trabalho incluem-se o fornecimento e a aplicação de betões para envolvimentos da conduta,


para protecção da conduta para recobrimentos inferiores a 1 metro ou superiores a 4 metros e em
zonas de cruzamentos de infra-estruturas. A execução dos maciços/ envolvimentos de tubagem en-
globa o fornecimento e assentamento de betão B25/30, incluindo vibração, cofragem/descofragem.
A medição será efectuada em m3 .

4.8 Conduta e acessórios

Neste item é contabilizado o comprimento de tubo instalado, não sendo contabilizado o compri-
mento dos acessórios e das caixas de visita. Abrange o fornecimento, recepção, carga, transporte,
descarga e armazenamento de tubos em depósito de Empreiteiro, bem como a sua carga, trans-
porte e distribuição, colocação e assentamento e alinhamento da tubagem, incluindo todos os
acessórios de montagem.

4.9 Acessórios

O fornecimento e assentamento de acessórios incluem o transporte, armazenamento, manusea-


mento, montagem e ligação dos diferentes acessórios, incluindo todos os acessórios necessários
ah montagem. Os acessórios serão medidos à unidade.

21
4.10 Caixas de visita

Neste trabalho incluem-se o fornecimento e assentamento de todos as componentes pré-fabricadas


em betão, anéis e fundo pré-fabricado, em betão armado B35/45 e todos os trabalhos de refecha-
mento de juntas, pintura interior e exterior da caixa e escavação, aterro, remoção e reposição do
pavimento da sobre largura da caixa relativamente ah largura da vala.

O tipo de cobertura dependera da profundidade da mesma, sendo de cobertura plana sempre que
a altura for inferior a 1, 40m e cónica sempre que a altura seja superior a 1, 40m. Considera-se a
altura da caixa a distancia entre a cota de soleira da mesma e a cota da tampa. Assim sendo,
considerou-se um acréscimo na altura destas sempre que estejam implantadas em terrenos
agrı́colas (0, 50m) ou em caminhos de terra ou tout-venant (0, 10m).

4.11 Ramais

O artigo de execução de ramais incluirá os trabalhos de levantamento e reposição de pavimento


igual ao previsto no desenho tipo da vala em topo o tipo de pavimento, escavação e aterro de
acordo com os desenhos tipo, conduta em betão liso do tipo estruturado, forquilha do mesmo
material da tubagem, execução da queda Guida se necessário, maciços de amarração e todos os
acessórios necessários ah sua boa execução.

4.12 Diversos

Engloba o fornecimento, transporte, armazenamento, manuseamento e colocação/montagem nos


locais definidos, dos materiais indicados, de acordo com a sua natureza. A unidade de medição é
a unidade, o metro ou valor global.

22
Parte II

Memorial de cálculo

23
Capı́tulo 5

Caudal de projecto

5.1 Introdução

O presente sistema irá dispor de um conjunto de sarjetas ao longo do quarteirão por uma via
publica e irão desaguar em uma galeria na via principal. As sarjetas serão de secção triangular
como ilustra a Figura A.1 e terrão nos pontos de recolha das águas para a galeria um boca
colectora em forma de orifı́cio na sua base.

5.2 Caudais de contribuição em cada sarjeta

O caudal que chegará a cada sarjeta será determinado separadamente para cada quarteirão
devido a suas especificidades pela seguinte expressão:

Q = CIA (5.1)

Onde: C – coeficiente de escoamento; I – intensidade da precipitação; e A – área da bacia


drenante.

Para a determinação do caudal de projecto, terá-se primeiro que ser determinadas as seguintes
grandezas auxiliares ao cálculo:
1. Tempo de concentração;
2. Intensidade da precipitação (I-D-F – Cahora Bassa, extrapolados da cidade de Maputo); e
3. Coeficiente de escoamento.

24
5.2.1 Tempo de concentração

É o tempo de duração da chuva, e deve ser correlacionado com o tempo gasto para a concentração
na bacia em estudo, de forma resumida, trata-se do tempo para que toda área de drenagem passe
a contribuir efectivamente na secção ou ponto do projecto.

Pela fórmula empı́rica de Kirpchi será:

0,385
Li3

tc = 57 × (5.2)
∆H

Onde:
tc – tempo de concentração [min];
L – a maior distância percorrida pelas águas na bacia [Km]; e
∆H – diferença entre as cotas do terreno na bacia [m].

5.2.2 Coeficiente de escoamento

O coeficiente de escoamento superficial, também denominado por Run-Off é a relação entre


volumes escoados e precitados.
∀E
C= (5.3)
∀P
Neste projecto, adopta-se 45% do coeficiente de escoamento para a Sub-bacia 6, 70% para 7,
25% para 16, e para as restantes 85%.

5.2.3 Intensidade da precipitação

Trata-se da medida quantitativa de chuva precitada sobre uma determinada área num certo perı́odo
de tempo. E para o caso, de acordo com o Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição
de água e drenagem de Moçambique eh nos dada por:

I = a × tb (5.4)

Onde:
a e b – são parâmetros dimensionais da curva I-D-F; e t – é a duração da precipitação em minutos,
em muitos casos tomado igual ao tc = t.

Adopta-se para efeitos de cálculo, Tr = 10anos e consequentemente, a = 797, 38 e b = −0, 582.

25
5.3 Exemplo de aplicação

1. Considere os dados do Quarterão No 1, e estime o caudal escoado pela respectiva área


drenante.
A3 = 12576m2 L3 = 0, 32km ∆H3 = 1, 00m

ROTEIRO PRÁTICO DE RESOLUCÃO


(a) Tempo de concentração, tc1

!
L11,155
tc1 = 0, 946 × = 15, 223min (5.5)
∆H10,385

(b) Intensidade de precipitação, I1

I1 = (697, 5) × (15, 223)−0,5938 = 138, 48mm/h (5.6)

(c) Caudal escoado, Q1


 
138, 48
Q1 = 0, 45 × × (1256) = 0, 218m3 /s (5.7)
1000 × 3600

Resumidamente, os caudais de todos quarterões são apresentados na Tabela 5.1.

Tabela 5.1: Caudais de contribuição em cada sub-bacia.

No Sub-Bacia Tc [min] I[mm/h] A[m2 ] L[km2 ] J[m/m] Run − O f f Q[m3 /s]


1 35.58 99.73 7463.0 0.133 0.06015 85% 0.176
2 64.26 70.70 9828.0 0.160 0.01875 85% 0.164
3 40.10 93.04 9509.0 0.134 0.04478 85% 0.209
4 56.48 76.22 7572.0 0.125 0.01600 85% 0.136
5 69.30 67.66 16093.0 0.188 0.02128 85% 0.257
6 113.32 50.82 42147.0 0.310 0.01613 40% 0.238
7 52.33 79.68 6100.0 0.117 0.01709 70% 0.095
8 48.73 83.06 6029.0 0.110 0.01818 85% 0.118
9 49.24 82.55 6461.0 0.111 0.01802 85% 0.126
10 54.40 77.90 7038.0 0.121 0.01653 85% 0.129
11 47.27 84.54 8515.0 0.135 0.02963 85% 0.170
12 46.87 84.96 8699.0 0.134 0.02985 85% 0.174
13 51.09 80.80 11700.0 0.174 0.04023 85% 0.223
14 36.14 98.83 5750.0 0.107 0.03738 85% 0.134
15 59.62 73.85 7727.0 0.131 0.01527 25% 0.040
16 48.32 83.47 7247.0 0.125 0.02400 85% 0.143
17 59.10 74.23 7433.0 0.130 0.01538 85% 0.130

26
Capı́tulo 6

Determinação das dimensões das sarjetas

As sarjetas deverão escoar com seguranca os caudais previstos em cada quarterão, e encaminhá-
lo para a respectiva galeria através das bocas colectoras. A sarjeta sera em seção triangular como
se apresenta na Figura A.1 e deverá ter uma inclinação minima entre 0, 003m/m e 0, 024m/m de
modo a garantir um sentido de escoamento das águas e as devidas condições de auto limpeza da
vala.

Para a determinação das dimensões da sarjeta são necessárias os seguintes dados auxilia-
res:
• Declividades; e
• Dimensões do canal.

6.1 Declividades

As declividades deverão ser determinadas de acordo com o terreno, pela expressão:

∆Hi
Ji = (6.1)
Li

Onde:
∆H – é a diferença entre as cotas do terreno na bacia [m]; e
L – ó comprimento da vala [m].

27
6.2 Dimensões do canal

O dimensionamento hidráulico das dimensões da sarjeta será possı́vel através da equação de


Manning-Strickler1 , visto que trata-se de canais não erodı́veis.


Q = Ks SR2/3 J (6.2)

Adopta-se neste projecto, o coeficiente de rugosidade do material que ira constituir a sarjeta,
Ks = 80m1/3 /s. E porque trata-se de uma secção triangular, a relação entre a largura do canal, B e
a altura do escoamento, H, obedece a lei da equação (A.6), ou seja,

B = 1, 732H (6.3)

Contundo, trata-se de um canal não erodı́vel, razão pelo qual, a estabilidade das condições de
escoamento será verificada pelo método das velocidades admissı́veis, e não necessariamente
pelo das tensões tangencias nas marges e no fundo do canal, este último, é pura e simplesmente
utilizado no dimensionamento de canais erodı́veis.

6.2.1 Verificação da velocidade de escoamento

A velocidade de escoamento nas sarjeta segundo o regulamento de distribuição e drenagem de


água devera ser inferior a 3m/s, para sistemas de águas pluviais.

Q
Vesc = (6.4)
A

6.2.2 Classificação do regime de escoamento

Recorre-se a equação do adimensional número de Froude2 para classificar o regime de escoa-


mento que ocorre com superfı́cie livre é dada por

U
Fr = √ (6.5)
g × Hu

Froude estabele-se que:


• Se Fr < 1 – Escoamento lento;
• Se Fr = 1 – Escoamento critico; e
• Se Fr > 1 – Escoamento rápido.
1 Robert Manning, engenheiro normando, 1816-1897.
2 William Froude, engenheiro britânico, 1810-1879.

28
Exemplo de aplicação

1. Considere os dados da Sub-bacia 2, e estime a velocidade de escoamento pela respectiva


sarjeta.
Q2 = 0, 711m3 /s L2 = 133, 0m ∆H2 = 3, 00m
(a) Cálculo da declividade, J1
∆H2
J2 = = 0, 01875m/m (6.6)
L2
(b) Dimensões do canal

2/3
1, 732 × H22
  
1, 732 × H2 p
0, 711 = (75) × × × 0, 01875 ⇒ H2 ≈ 0, 504m (6.7)
2 4 + 2 × H2

Logo,
B2 = 1, 732 × (0, 504) = 0, 873m (6.8)

(c) Verificação de velocidade

0, 711m3 /s
U2 =   = 3, 51m/s oK! (6.9)
0,873m×0,504m
2

(d) Classificação do escoamento

0, 711m/s
Fr2 = p = 2, 53 > 1 Regime rápido! (6.10)
9, 81m/s2 × 0, 504m

Feito isso, os valores das dimensões para as sarjetas das demais Sub-bacias são apresentados
na Tabela 6.1, com as devidas verificações de velocidade e respectiva classificação do regime de
escoamento.

29
Tabela 6.1: Dimensões das sarjetas e verificação de velocidade e classificação do regime de
escoamento.
No Sub-Bacia Q[L/s] J[%] H[m] B[m] S[m2 ] U[m/s] Fr[adimensional]
1 826.2 6.02% 0.429 0.743 0.15938 5.18 2.53
2 771.3 1.88% 0.504 0.873 0.21998 3.51 1.58
3 982.0 4.48% 0.474 0.821 0.19457 5.05 2.34
4 640.6 1.60% 0.487 0.843 0.20539 3.12 1.43
5 1208.7 2.13% 0.569 0.986 0.28038 4.31 1.82
6 1118.9 1.61% 0.580 1.005 0.29132 3.84 1.61
7 444.3 1.71% 0.431 0.746 0.16087 2.76 1.34
8 555.8 1.82% 0.457 0.792 0.18086 3.07 1.45
9 592.0 1.80% 0.467 0.809 0.18887 3.13 1.46
10 608.6 1.65% 0.477 0.826 0.19704 3.09 1.43
11 799.0 2.96% 0.470 0.814 0.19130 4.18 1.95
12 820.4 2.99% 0.477 0.826 0.19704 4.16 1.92
13 1049.3 4.02% 0.492 0.852 0.20963 5.01 2.28
14 630.8 3.74% 0.425 0.736 0.15642 4.03 1.98
15 186.3 1.53% 0.336 0.582 0.09777 1.91 1.05
16 671.4 2.40% 0.464 0.804 0.18645 3.60 1.69
17 612.5 1.54% 0.483 0.837 0.20203 3.03 1.39

30
Capı́tulo 7

Sumidouros

As sarjetas anteriormente calculadas comportarão um boca em seu interior, responsável por


descarregar as águas para as galerias. Essas bocas coletoras serão de secção retangular como
indicado na Figura B.2 e deverão descarregar sobre a forma de orifı́cios na base da sarjetas.

A0 = B0 × L0 (7.1)

7.1 Equação do descarregador

Sendo que esta devera escoar o caudal que entra para todas as sarjetas, esta secção devera ser
deduzida da equação dos caudais seguinte

p
Q = CA0 2gE (7.2)

em que, C – é coeficiente de escoamento, normalmente assumido para orifı́cios igual a 0, 60.

7.2 Equação da energia

Por sua vez, a equação de energia nos permite achar o caudal que se escoamento nos sumidouros,
dada na seguinte forma
U2
E = Hu + (7.3)
2g

Exemplo de aplicação

1. Considere os dados da Sub-bacia 1, e determine as dimensões do sumidouro.


Q1 = 0, 826m3 /s Hu = 0, 429m U1 = 5, 18m/s

31
ROTEIRO PRÁTICO DE RESOLUCÃO
(a) Determinação da energia de escoamento

U12 (5, 18m · s−1 )2


E1 = Hu + = 0, 429m + = 1, 799m (7.4)
2g 2 × 9, 81m · s−2

(b) Determinação da área minima necessária

Q1
A0 = √ = 0, 232m2 (7.5)
0, 60 19, 62 × 1, 799

(c) Determinação da largura


r r !
A0 0, 232
B0 = = × 100 ≈ 34cm (7.6)
2 2

(d) Determinação do comprimento

L0 = 2 × B0 = 2 × 68cm (7.7)

Para os restantes sumidouros as dimensões foram determinadas de forma similar e estão dispostas
na Tabela 7.1.

Tabela 7.1: Dimensões da boca colectora de cada sarjeta.

No Sub-Bacia Q[m3 /s] V [m/s] Hu [m] E[m] A0 [m2 ] L0 [cm] B0 [cm]


1 0.826 5.18 0.429 1.799 0.232 68 34
2 0.771 3.51 0.504 1.131 0.273 74 37
3 0.982 5.05 0.474 1.772 0.278 75 37
4 0.641 3.12 0.487 0.983 0.243 70 35
5 1.209 4.31 0.569 1.516 0.369 86 43
6 1.119 3.84 0.580 1.332 0.365 85 43
7 0.444 2.76 0.431 0.820 0.185 61 30
8 0.556 3.07 0.457 0.938 0.216 66 33
9 0.592 3.13 0.467 0.968 0.226 67 34
10 0.609 3.09 0.477 0.963 0.233 68 34
11 0.799 4.18 0.470 1.359 0.258 72 36
12 0.820 4.16 0.477 1.360 0.265 73 36
13 1.049 5.01 0.492 1.769 0.297 77 39
14 0.631 4.03 0.425 1.254 0.212 65 33
15 0.186 1.91 0.336 0.521 0.097 44 22
16 0.671 3.60 0.464 1.125 0.238 69 35
17 0.612 3.03 0.483 0.951 0.236 69 34

32
Capı́tulo 8

Galerias

As galerias de águas plúvias deverão garantir um escoamento continuo das águas das chuvas
durante a ocorrência da cheia de projecto em condições de seguranca sem sofrer desgastes nem
ruptura.

As galerias serão em tubagem de secção circular construı́das em betão armado de alta re-
sistência, e terão secções variáveis ao longo do seu comprimento de XX metros dentro dos
sub-bacias contribuintes acrescidos da distancia ate a desaguador (Figura XX), e terão uma
inclinação constante adoptada para todas elas de YY%.

Hu
Deverão escoar a 85% do diâmetro total ou seja = 0, 85, de modo a que esse seja efici-
D
ente e garanta um espaço dos gases na tubulação cerca de 15%.

O diâmetro da conduta sera dado por

3/8 !
∑ni=1 Q θ 1/4

D = 3, 0844 √ (8.1)
Ks J (θ − sin θ )5/8

em que
Q – é o caudal que deverá ser escoado ao longo da secção;
Ks – coeficiente de rugosidade do material que constitui a conduta; e
θ – ângulo entre a secção de escoamento e o diâmetro total da tubagem.

A titulo de exemplo, considere-se os dados na Sub-bacia 01, no dimensionamento da gale-


ria. Q1 = 0, 826m3 /s Ks = 75m1/3 /s
J1 = 0.06015

33
8.1 Ângulo entre a secção de escoamento

Em primeira aproximação, determina-se o angulo θ

θ = 2 × arccos (1 − 2 × 0, 8) = 4, 43rad 0 s (8.2)

E diâmetro é calculado da seguinte forma

3/8
(4, 43)1/4

0, 829
D = 3, 084 × √ × = 0, 488m ≈ 500mm (8.3)
75 × 0, 06015 (4, 43 − sin(4, 43))5/8

Estimativa do ângulo θ 0 , para da profundidade de escoamento. Visto que trata-se de uma equação
não linear, haverá necessidade de utilizar processo iterativos:

3/8 !
(θ 0 )1/4

0, 829
0, 5 = 3, 084 × √ × = 4, 66rad 0 s (8.4)
75 × 0, 06015 (θ 0 − sin(θ 0 ))5/8

Determinação da profundidade de escoamento


  
0, 5 4, 66
Hu = × 1 − cos = 0, 422m (8.5)
2 2

8.2 Verificação da velocidade de escoamento

Determinação da área de secção transversal

D2 0 0
 (0, 5)2
A= × θ − sin(θ ) = × (4, 66 − sin(4, 66)) = 0, 177m2 (8.6)
8 8

Por sua vez, a verificação é a realizada pelo quociente entre o caudal de projecto e a área de
secção transversal, anteriormente obtida.

Q 0, 829m3 /s
V= = = 4, 684m/s < 5, 0m/s Verifica! (8.7)
A 0, 177m2

8.3 Classificação do regime de escoamento nas galerias

Far-se-a o uso do adimensional número Froude, para a classificação do regime de escoamento,


dado pela seguinte formula:

V 4, 684
Fr = √ =√ = 2, 302 > 1 Regime rápido (8.8)
g × Hu 9, 81 × 0, 422

34
Tabela 8.1: Determinação dos diâmetros das galerias e os parâmetros de verificação.

Trechos J[m/m] ∑ Q[m3/s] D0 (m) D[mm] θ 0 [rad 0 s] hu [m] hu /D SG [m2 ] U[m/s]


CP − 1 0.06015 0.826 0.488 500 4.66 0.422 0.844 0.177 4.672
CP − 2 0.05246 1.808 0.671 700 4.07 0.507 0.724 0.298 6.061
CP − 3 0.03945 1.598 0.676 700 4.12 0.514 0.735 0.303 5.270
CP − 4 0.03039 1.598 0.710 800 3.64 0.499 0.623 0.329 4.849
CP − 5 0.04143 3.406 0.890 900 4.13 0.663 0.737 0.503 6.775
CP − 6 0.01875 0.771 0.591 600 4.29 0.463 0.772 0.234 3.295
CP − 7 0.01875 0.771 0.591 600 4.29 0.463 0.772 0.234 3.295
CP − 8 0.01000 4.177 1.254 1300 4.10 0.950 0.731 1.039 4.020
CP − 9 0.02128 1.209 0.684 700 4.21 0.528 0.755 0.312 3.880
CP − 10 0.02128 1.209 0.684 700 4.21 0.528 0.755 0.312 3.880
CP − 11 0.01564 5.386 1.268 1300 4.40 1.033 0.794 1.131 4.764
CP − 12 0.01564 5.386 1.268 1300 4.40 1.033 0.794 1.131 4.764
CP − 13 0.01564 5.386 1.268 1300 4.40 1.033 0.794 1.131 4.764
CP − 14 0.01613 1.119 0.699 700 4.42 0.559 0.798 0.329 3.397
CP − 15 0.01613 1.119 0.699 700 4.42 0.559 0.798 0.329 3.397
CP − 16 0.01818 0.556 0.526 600 3.58 0.365 0.609 0.180 3.084
CP − 17 0.01802 0.592 0.540 600 3.70 0.383 0.638 0.190 3.110
CP − 18 0.01653 0.609 0.554 600 3.84 0.403 0.671 0.202 3.017
CP − 19 0.02963 0.799 0.550 600 3.80 0.397 0.662 0.199 4.025
CP − 20 0.02985 0.820 0.555 600 3.84 0.403 0.671 0.202 4.067
CP − 21 0.04023 1.049 0.575 600 4.07 0.434 0.724 0.219 4.788
CP − 22 0.03738 0.631 0.482 500 4.11 0.366 0.733 0.154 4.091
CP − 23 0.01527 0.186 0.361 400 3.71 0.256 0.640 0.085 2.193
CP − 24 0.02400 0.671 0.536 600 3.67 0.378 0.631 0.188 3.574
CP − 25 0.01538 0.612 0.563 600 3.93 0.415 0.692 0.209 2.934
CP − 26 0.01063 10.325 1.740 1500 9.13 0.860 0.573 2.486 4.153
CP − 27 0.04023 1.049 0.575 600 4.07 0.434 0.724 0.219 4.788
CP − 28 0.03881 1.680 0.691 800 4.30 0.619 0.774 0.417 4.026
CP − 29 0.02704 1.866 0.769 800 4.09 0.583 0.728 0.392 4.759
CP − 30 0.02552 2.538 0.872 1000 4.15 0.742 0.742 0.624 4.064
CP − 31 0.02045 3.150 0.986 1000 4.30 0.774 0.774 0.652 4.832
CP − 32 0.01709 0.444 0.489 500 4.22 0.378 0.757 0.159 2.787
CP − 33 0.01764 1.000 0.659 700 3.95 0.488 0.697 0.286 3.494
CP − 34 0.01783 1.592 0.783 800 4.23 0.607 0.759 0.409 3.890
CP − 35 0.01718 2.201 0.891 900 4.33 0.702 0.780 0.532 4.134
CP − 36 0.02340 3.000 0.944 1200 3.97 0.841 0.701 0.847 3.541
CP − 37 0.02663 3.820 1.009 1200 4.53 0.984 0.820 0.992 3.849
CP − 38 0.01709 0.444 0.489 500 4.22 0.378 0.757 0.159 2.787
CP − 39 0.01588 6.505 1.357 1500 4.15 1.112 0.742 1.405 4.629

35
Bibliografia

[1] QUINTELA, António de Carvalho. HIDRÁULICA, Capı́tulos 7 – Leis de resistência dos


escoamentos uniformes. 11a edição. Fundações Calouste Gulbenkian.

[2] QUINTELA, António de Carvalho. HIDRÁULICA, Capı́tulos 12 – Escoamentos por orifı́cios e


descarregadores. Medições hidráulicas. 11a Edição. Fundações Calouste Gulbenkian.

[3] MARQUES, José A Almeida. SOUSA, Joaquim de Oliveira. Hidráulica Urbana. Sistemas de
Abastecimento de Água e de Drenagem de Águas Residuais. 3a Edição. Coimbra - 2011.

[4] SILVA, Benedito C. EHD222 – Modelagem Hidrológica Aplicada, Simulação chuva-vazão:


eventos. IRN UNIFEI - aulas teóricas.

[5] DE SOUSA, Eduardo Ribeiro. MATOS, José Saldanha. Projecto de Sistemas de Drenagem
de Águas Pluviais. Licenciatura em Engenharia Civil. Instituto Superior Técnico.

36
Parte III

Peças desenhadas e pormenores


construtivos

37
Apêndice A

Pormenores da sarjeta

Considere-se uma sarjeta de secção triangular de largura B e altura de escoamento H, como


ilustrado na Figura A.1.

GSPublisherVersion 0.80.100.100

Figura A.1: Secção transversal de uma sarjeta.

• Área de secção transversal


B×H
S(B, H) = (A.1)
2
• Perı́metro molhado
p
Pm = B2 + H 2 + H (A.2)

• Secção de resistência minima


q 
√  2×S 2

d B2 + H 2 + H d H + H2 + H
=0 ⇒ =0 (A.3)
dH dH

38
s 0
2
2 × H − 8×S
 2
2×S H3
⇒ + H2 + H = 0 ⇒ q +1 = 0 (A.4)
H 2 × 4×S
2
+ H 2
H H2
2
8×( B×H2 )
r
2×H − 3 2 2 B2
⇒ q H
2
= −1 ⇒ H +H × 2
+ 1 = B2 (A.5)
H
2 × 4×(B×H)
4×H 2
+ H 2

• Relação de máximo caudal escoado

B = 1.732 × H (A.6)

• Nova Área de secção transversal

1, 732 × H 2
S(H) = (A.7)
2

• O novo perı́metro molhado


Pm (H) = 2 × |H| + H 2 (A.8)

• O raio hidráulico
1, 732 × H
Rh (H) = (A.9)
4+2×H

39
Apêndice B

Pormenores do sumidouro

Bo

GSPublisherVersion 0.66.100.100

Figura B.1: Representação esquemática de um sumidouro sem depressão.


Bo

Lo

GSPublisherVersion 0.80.100.100

Figura B.2: Representação esquemática de uma boca colectora.

40
• Área de secção transversal
A0 = B0 × L0 (B.1)

• Espessura minima
emin = 0, 04m (B.2)

• Largura minima
Bmin = 0, 35m (B.3)

• Comprimento minimo
Lmin = 0, 60m (B.4)

Lancil Grelha

Vigota

Reboco

Ligação ao colector

Enchimento de betão

Soleira de betão

GSPublisherVersion 0.0.100.100

Figura B.3: Sumidouro de lancil com saı́da directa.

41
Apêndice C

Pormenores do colector
D

d
θ
h

GSPublisherVersion 0.66.100.100

Figura C.1: Representação esquemática de uma boca colectora.

• Profundidade de escoamento  
D θ
h= 1 − cos (C.1)
2 2

• Área de secção transversal


D2
A= (θ − sin θ ) (C.2)
8
• Perı́metro molhado

Pm = (C.3)
2
• Raio hidráulico
D (θ − sin θ )
Rh = (C.4)

• Caudal escoado  2/3
Ks 2/3 θ − sin θ
Q= D J 1/2 (C.5)
20, 159 θ

42
Apêndice D

Caixas de visita

Betão armado

Ramal

Alvenaria de tijolo-burro

Betão simples

Corte

Alvenaria de tijolo-burro

Ramal

Planta
GSPublisherVersion 0.0.100.100

Figura D.1: Caixa de ramal de ligação á rede pluvial enterrada.

43
Corte

Planta

i = 20%

i = 20%

GSPublisherVersion 0.0.100.100

Figura D.2: Caixa de ramal simples de ligação á rede pluvial.

44
Corte longitudinal
Corte transversal

i = 20%

i = 20%

i = 20%

Planta

GSPublisherVersion 0.0.100.100

Figura D.3: Caixa de ramal com queda guiada de ligação á rede pluvial.

45
Apêndice E

Dispositivos de saı́da

A B

PLANTA

ALÇADO PRINCIPAL

CORTE A-B

GSPublisherVersion 0.0.100.100

Figura E.1: Boca de saı́da directa.

46

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