Santillana P10 FichaAvaliacaoOsLusiadasComRespostas
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Nome: _______________________________________________________________________
Turma: _______ N.º: ______ _Data: ____/____/________ Classificação: _______________
Professor/a: _____________________ Encarregado de Educação: ______________________
GRUPO I
A
Leia o excerto do Canto X d’Os Lusíadas. Em caso de necessidade, consulte o glossário apresentado.
[...]
GLOSSÁRIO
(1) Não mais, ou seja, basta, não continuarei a cantar. (2) Desafinada. (3) Indiferente, insensível. (4) O apoio
que inspira o génio do Poeta. (5) Alegre. (6) Providência (de Deus). (7) Trono. (8) Único. (9) Mas que
digo eu, homem humilde, plebeu e ignorante. (10) A minha imaginação está entregue às musas. (11) Só me
falta. (12) Que merece ter a vossa estima. (13) Como adivinha a minha mente, que antecipa o futuro
(«pressaga»). (14) Criatura monstruosa que tinha o poder de converter em pedra todos os que a olhassem. (15)
Monte Atlas, no Norte de África. (16) Cabo a oeste de Tânger (Marrocos). (17) Cidade importante de Marrocos.
(18) Tenho a certeza de. (19) Alexandre Magno. (20) Sem invejar a glória de Aquiles, herói grego que combateu
em Troia.
1. Caracterize o estado de espírito do Poeta a partir da estância 145 e explique o que está na origem deste
sentimento.
3. Nas estâncias 154 e 155, o Poeta procura justificar os conselhos que dirige ao rei. Refira os argumentos
que para tal apresenta.
Leia o excerto da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, retirado do capítulo 148 («Das tribulações que
Lisboa padecia per míngua de mantimentos») que se refere à situação vivenciada pelo povo de Lisboa dentro
das muralhas da cidade durante o cerco castelhano. Em caso de necessidade, consulte o glossário apresentado.
Ó quantas vezes encomendavom nas missas e pregações que rogassem a Deos devotamente
por o estado da cidade! E ficados os geolhos (1), beijando a terra, braadavom a Deos que lhes
acorresse, e suas prezes (2) nom eram compridas! Uũs choravom antre si, mal-dizendo seus dias,
queixando-se por que tanto viviam, como se dissessem com o Profeta: «Ora veese a morte ante do
tempo, e a terra cobrisse nossas faces, pera nom veermos tantos males!» Assi que rogavom a morte
5 que os levasse, dizendo que melhor lhe fora morrer, que lhe serem cada dia renovados desvairados
(3) padecimentos. Outros se querelavom (4) a seus amigos, dizendo que forom desaventuirada
gente, que se ante nom derom a el-Rei de Castela (5) que cada dia padecer novas mizquiindades (6),
firmando-se de todo nas peores cousas que fortuna em esto podia obrar. Sabia porem isto o Meestre
e os de seu Conselho, e eram-lhe doorosas d’ouvir taes novas; e veendo estes males a que acorrer
10 nom podiam, çarravom suas orelhas do rumor do poboo.
Como nom querees que maldissessem sa vida e desejassem morrer alguũs homẽes e molheres,
que tanta diferença há d’ouvir estas cousas aaqueles que as entom passarom (7), como há da vida
aa morte? Os padres e madres viiam estalar de fame os filhos que muito amavom, rompiam as faces
e peitos sobr’eles, nom tendo com que lhe acorrer, senom planto e espargimento de lagrimas; e
15 sobre todo isto, medo grande da cruel vingança que entendiam que el-Rei de Castela deles havia de
tomar; assi que eles padeciam duas grandes guerras, ũa dos emigos que os cercados tinham, e outra
dos mantimentos que lhes minguavom, de guisa que eram postos em cuidado de se defender da
morte per duas guisas (8).
Pera que é dizer mais de taes falecimentos? Foi tamanho o gasto das cousas que mester haviam
20 que soou uũ dia pela cidade que o Meestre mandava deitar fora todolos que nom tevessem pam
que comer, e que somente os que o tevessem ficassem em ela; mas quem poderia ouvir sem
gemidos e sem choro tal ordenança de mandado aaqueles que o nom tinham? Porem sabendo que
nom era assi, foi-lhe já quanto de conforto. Onde sabee que esta fame e falecimento que as gentes
assi padeciam, nom era por seer o cerco perlongado (9), ca nom havia tanto tempo que Lixboa era
25 cercada; mas era per aazo das muitas gentes que se a ela colherom de todo o termo; e isso mesmo
da frota do Porto quando veo, e os mantimentos serem muito poucos.
Ora esguardae (10) como se fossees presente, ũa tal cidade assi desconfortada e sem neũa certa
feúza (11) de seu livramento, como veviriam em desvairados cuidados quem sofria ondas de taes
aflições? Ó geeraçom que depois veo, poboo bem aventuirado, que nom soube parte de tantos
30 males, nem foi quinhoeiro (12) de taes padecimentos! Os quaes a Deos por Sua mercee prougue (13)
de cedo abreviar doutra guisa, como acerca ouvires.
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (ed. de Teresa Amado), Lisboa, Editorial Comunicação, 1992.
GLOSSÁRIO
(1) geolhos: joelhos. (2) prezes: preces, orações. (3) desvairados: diversos. (4) querelavom: queixavam-se.
(5) por não se terem entregado ao rei de Castela em vez de. (6) mizquindades: desgraças. (7) entre ouvir estas
coisas e passá-las. (8) guisas: maneiras. (9) perlongado: de longa duração. (10) esguardae: observai, olhai.
(11) feúza: confiança, segurança. (12) quinhoeiro: participante. (13) prougue: agradou.
2. Relacione as referências ao Mestre com a intenção de fornecer desta personalidade uma imagem de
humanidade.
GRUPO II
Leia o texto seguinte. Depois, para cada item, selecione a opção correta.
1. Para responder a cada item, de 1.1 a 1.8, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o
número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.
1.1 O texto apresenta a exposição «360˚ — Ciência Descoberta», que confirma a importância
(A) da carreira da Índia para o desenvolvimento científico no século XVI.
(B) das ciências ibéricas no período das Descobertas.
(C) da influência de Portugal na formação de uma nova geração de cientistas.
(D) das ciências ibéricas durante o século XVII.
1.2 A referência aos 360˚ no título desta exposição remete para
(A) a ideia de circum-navegação.
(B) a noção de mapa-mundo.
(C) o conceito de circunferência.
(D) a descoberta da curvatura do planeta Terra.
1.3 O primeiro parágrafo do artigo fornece-nos informações básicas sobre a exposição, tais como
(A) data, instituições patrocinadoras, duração, local, artigos expostos.
(B) data, instituições patrocinadoras, duração, instituição financiadora, cidade.
(C) data, instituições promotoras, duração, local, artigos expostos.
(D) data, instituições financiadoras, duração, artigos expostos, cidade.
1.4 O investigador Henrique Leitão é
(A) o responsável pela conservação dos artigos expostos.
(B) o curador da exposição.
(C) um especialista em História dos Descobrimentos.
(D) um especialista em História da Astronomia.
1.5 A integração do discurso de Henrique leitão no corpo do artigo tem o objetivo de
(A) evitar ambiguidades no que diz respeito aos artefactos presentes na exposição.
(B) lançar novas hipóteses sobre a importância das Descobertas ibéricas.
(C) confirmar a veracidade das informações transmitidas.
(D) facilitar a identificação do responsável pela exposição.
1.6 O pronome relativo «que» (linha 10) tem como antecedente
(A) «os diversos fatores».
(B) «fatores».
(C) «grandes viagens oceânicas».
(D) «portugueses e espanhóis».
GRUPO III
Elabore uma exposição com duzentas a trezentas palavras sobre o tema da Expansão marítima
portuguesa, dando conta dos objetivos da empresa e dos territórios descobertos. Planifique a composição
antes de iniciar a escrita e, no fim, reveja o texto.
GRUPO I
A
1. O Poeta sente desalento porque os seus contemporâneos são indiferentes aos feitos heroicos dos
antepassados (canta para «gente surda e endurecida») e por ver o estado de decadência do povo português, que
perdeu o brilho, o orgulho dos antepassados (em «austera, apagada e vil tristeza»), bem como os valores
coletivos («No gosto da cobiça e na rudeza»).
2. No verso 1 desta estância, encontramos a repetição «Nô mais, [...] nô mais». A repetição representa o cansaço
e o desânimo do Poeta pelo facto de os portugueses seus contemporâneos serem indiferentes aos feitos heroicos
dos antepassados.
3. O Poeta, apesar de ser «humilde, baxo e rudo» e um simples desconhecido («De vós não conhecido nem
sonhado»), tem valor e merece ser ouvido, pois possui saber, longa experiência e talento («Nem me falta na vida
honesto estudo, / Com longa experiência misturado, / Nem engenho») — qualidades que, «juntas [,] se acham
raramente» (estância 154). Tem ainda experiência na guerra e inspiração épica, sendo, portanto, capaz de cantar
novos feitos dos Portugueses: «Pera servir-vos, braço às armas feito, / Pera cantar-vos, mente às Musas dada;»
(estância 155).
B
1. 1.1 As duas atitudes que os habitantes tomam, perante as dificuldades que se lhes deparam, são as seguintes:
uma postura introvertida, em que as pessoas choravam sozinhas e se lamentavam dizendo que preferiam a
morte às desgraças que viviam; uma postura diferente da anterior, dirigida para o exterior, pois havia habitantes
que se queixavam aos amigos, concluindo que sofriam por não se terem rendido ao exército castelhano.
2. Notam-se duas referências ao Mestre de Avis: na primeira, ele comove-se com o sofrimento da população
(mostrando a sua fragilidade e sensibilidade); na segunda referência, relata-se um rumor que circulava pela
cidade, que quereria expulsar de Lisboa quem já não tivesse pão, sendo que este rumor não se confirmou,
mostrando que o Mestre de Avis seria um bom estratega e se preocupava, de facto, com a população.
GRUPO II
1. 1.1 (B); 1.2 (A); 1.3 (C); 1.4 (B); 1.5 (C); 1.6 (A); 1.7 (A); 1.8 (C).
2. 2.1 Oração subordinada relativa adjetiva restritiva.
2.2 Predicativo do sujeito.