Didática No Ensino Superior

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PÓS–GRADUAÇÃO LATO SENSU

PSICOPEDAGOGIA

DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

FORMAÇÃO DOCENTE E DIDÁTICA NO ENSINO


SUPERIOR

ANDREZA CRISTINA DA SILVA ARAÚJO

PROF.: JULIANA VALÉRIA

BELO HORIZONTE
2018
FORMAÇÃO DOCENTE E DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR

É possível observar claramente a ampla expansão das instituições


de nível superior desde o final da última década. Entre elas surgiram também novas
modalidades de cursos, facilitando o acesso de maior número de pessoas ao ensino
superior. Com o mercado de trabalho exigindo profissionais cada vez mais
qualificados, as instituições aproveitaram a demanda para expandir seus polos.
Esta crescente demanda pela qualificação de nível superior elevou
a procura por docentes universitários nas mais diferentes áreas de competência.
Entretanto estes docentes apresentam grande conhecimento em suas áreas, mas
não possuem na maioria das vezes preparação pedagógica para lecionar. A maioria
deles exercem duas atividades, de acordo com Gil (2010, p.5) “a de profissional de
determinadas área e a de docente, com a preponderância da primeira”, assim dando
mais importância ao cargo ocupado na sua área deixando a desejar a docência, sem
receber das instituições uma preparação específica para lecionar ou oportunidades
para participar de cursos ou treinamentos voltados para a área pedagógica.
Concordando com Gil (2010, p.6), “a atividade destes professores,
que na maioria das vezes, reproduz os processos pelos quais passaram durante a
sua formação”, passam a ser meros transmissores de conhecimentos, fazendo de
seus alunos depositários onde ele transfere seus conhecimentos através de aulas
cansativas e expositórias que estimulam a memorização, dando ênfase ao ensino
sem se preocupar com a aprendizagem. Freire nos traz este modelo como sendo
“Educação Bancária” em Pedagogia do Oprimido:

A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos á


memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os
transforma em “vasilhas” em recipientes a serem “enchidos” pelo educador.
Quanto mais vá enchendo os recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor
o educador será. Quanto mais se deixarem totalmente “encher”, tanto
melhores educandos serão.
Desta maneira a educação se torna um ato de depositar, em que os
educando são depositários e os educadores depositantes. (FREIRE, 2002,
p.86)

Freire trouxe a educação libertadora, humanizada, onde o sujeito


deve ser crítico-reflexivo, o principal agente transformador da sua realidade, atuando
de forma direta na sociedade para transforma-la.
A educação de hoje busca métodos que incentivem a produção,
colocando o aluno no papel central desse processo, um ser pensante, criativo que
age ativamente na sua aprendizagem, que busca canais diversos para agregar seu
conhecimento e o professor é a principal ferramenta neste método, ele em sua
prática deve ser um mediador neste processo, um facilitador da aprendizagem.
Os professores de ensino básico e médio ainda passam por uma
formação pedagógica em seus respectivos cursos de formação estando aptos a
exercer a atividade como docente. A maioria dos professores universitários como
visto anteriormente não receberam uma preparação pedagógica, isto porque em
algumas Universidades ainda prepondera à ideia de que o professor universitário
tenha domínio da matéria que irá lecionar e não se preocupam com a formação
pedagógica do professor visto que é necessário primeiro atender a demanda do
mercado com profissionais. Por esta razão, universitários elogiam a competência
técnica de seus professores, mas fazem críticas a sua didática.
Felizmente este quadro tende a mudar, muitos docentes e
instituições de ensino superior já perceberam a importância de investir na formação
pedagógica do professor universitário, e por esta razão houve uma maior procura e
com isso a abertura de cursos voltados para a preparação pedagógica de docentes
para o ensino superior.
A didática vem ao longo do tempo se transformando, se adaptando
aos novos tipos de educação e as necessidades de aprendizagem dos alunos, a
cada geração uma necessidade diferente. Gil (2010, p. 4) nos trás a didática
garantindo a aprendizagem dos alunos privilegiando métodos e técnicas de ensino.
A disciplina de didática necessita de transformação a cada período,
a cada geração de novos alunos. A didática não é um receituário que trás o que o
professor deve ou não fazer, mas ela vem como o eixo norteador para o processo de
ensino e aprendizagem. A boa didática para estes novos tempos é aquela que
permite incentivar a produção, que permite a construção do seu conhecimento, que
coloca o aluno como agente ativo desse processo, boa didática é aquela que se
distância do mero processo de reprodução, é aquela onde o professor é capaz de
lidar com as variações dos alunos.
A boa didática está associada ao planejamento, Gil (2010, p.95) nos
trás que “o planejamento pode ser visto no contexto de um processo que envolve:
diagnóstico, planejamento, execução e avaliação”.
Para iniciar o processo de ensino e aprendizagem, como dito acima,
se faz necessário em primeiro plano o diagnóstico, também citado por Libâneo( 2001
apud Gil 2010) onde ele fala que se o professor deseja ter uma boa didática ele
precisa aprender a como lidar com a subjetividade de cada aluno, não existe aluno
geral, cada aluno é um ser único, que tem suas origens, suas vivências sociais e
culturais. É preciso avaliar estes entre outros fatores que podem interferir na
aprendizagem dos alunos, sem dúvida é o ponto de partida de todo o processo.
O diagnóstico além de nos trazer sobre a realidade vivenciada por
cada aluno nos informa também o nível de conhecimento de cada um deles,
sondando o que eles já conhecem sobre o tema que será apresentado para assim
elaborar um plano de aula voltado para as necessidades de conhecimento da turma.
O planejamento se faz conforme a análise feita transformando as
informações obtidas em projetos, formulando os objetivos, determinando conteúdo,
estratégias, meios e recursos que serão usadas para auxiliar na aprendizagem.
A execução é a apresentação dos projetos, atividades e textos. É
nesta parte do processo em que acontece o processo de ensino e aprendizagem, é
onde o docente pratica suas habilidades pedagógicas, neste momento que existe a
necessidade de se reinventar, chamar a atenção dos alunos para o novo
aprendizado, de estimular as capacidades investigadoras dos alunos.
Na avaliação que deve ser de modo contínuo e não apenas ao final,
se faz uma reanalise dos elementos, um diagnóstico das atividades que foram
aplicadas, se foram atingidos os objetivos propostos e caso seja necessário fazer
um replanejamento para ajudar os alunos em suas necessidades.
Conclui se que para se formar um cidadão crítico, reflexivo e criativo
capaz de mudar sua realidade e transformar a sociedade em que vive é necessário
uma educação de qualidade, onde as instituições de ensino superior se
encarreguem de dar uma preparação pedagógica ao seu corpo docente tendo em
vista os profissionais que ela irá formar em cada curso. Também como os docentes
universitários devem de prepara elaborando aulas que busquem o interesse e a
participação dos alunos, auxiliando-os em sua aprendizagem e preparando estes
profissionais para o mercado de trabalho e para a vida.
REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, 7ª edição, Editora Paz e


Terra, 1977.

GIL, Antônio Carlos. Didática do ensino superior. Editora Atlas, 2010.

SANTOS, Eniel do Espírito: LUZ, Luiz Carlos Sacramento. Didática no ensino


superior: Perspectivas e desafios. Disponível em:
<https://periodicos.ufrn.br/saberes/article/viewFile/2201/3366> Acesso em: 10 jun.
2018

VEIGA, Ilma Passos; AMARAL, Ana Lúcia (Orgs). Formação de professores –


Politicas e debates. São Paulo. 2ª edição, Editora Papirus, 2003.

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