Manual STJ PDF
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PADRONIZAÇÃO
DE TEXTOS
DO STJ
MANUAL DE
PADRONIZAÇÃO
DE TEXTOS
DO STJ
REALIZAÇÃO
Gabinete do Secretário-Geral da Presidência
Secretaria de Documentação
EQUIPE TÉCNICA
Judite Amaral de Medeiros Vieira
Mariana Sanmartin de Mello
Mari Lúcia Del Fiaco
Stael Françoise de Medeiros Oliveira Andrade
COLABORAÇÃO
Leonardo Villela de Castro
Thamara Nunes Reis de Alcantara
Vera Lúcia França da Silva Colombelli
Wanderson de Melo Gonçalves
APOIO
Assessoria de Modernização e Gestão Estratégica
Biblioteca Ministro Oscar Saraiva
Seção de Reprografia e Encadernação
PROJETO GRÁFICO
Secretaria de Comunicação Social / Coordenadoria de Multimeios
QUALQUER PARTE DESTA PUBLICAÇÃO PODE SER REPRODUZIDA DESDE QUE CITADA A FONTE.
B823m
ISBN 978-85-7248-178-6
1. Redação oficial, manual, língua portuguesa, Brasil. 2. Tribunal Superior, redação oficial, modelo, Brasil.
3. Tribunal Superior, normalização, Brasil. 4. Tribunal Superior, Brasil. I. Título.
CDU 087.7(81)
2a edição, Brasília/2016
COMPOSIÇÃO EM JUNHO DE 2016
APRESENTAÇÃO DA 2a EDIÇÃO 9
APRESENTAÇÃO DA 1a EDIÇÃO 11
PARTE 1 – LINGUAGEM 13
BIBLIOGRAFIA 293
APÊNDICE A
Fluxo de Criação ou Alteração de Atos Normativos no STJ 301
APÊNDICE B
Processo Administrativo 302
APÊNDICE C
Guia para a Pesquisa Eletrônica no Volp e em Dicionários 308
APÊNDICE D
GRAFIA DE ALGUNS TERMOS SEGUNDO A ORTOGRAFIA VIGENTE 311
art. artigo
CC Código Civil
c/c combinado com/cumulado com
cf. confronte com/confira
CF Constituição Federal
CP Código Penal
CPC Código de Processo Civil
ed. edição
ex. exemplo/exemplos
h hora/horas
min minuto/minutos
n. número/números
NBR Norma Brasileira (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT)
obs. observação
p. página
pp. páginas
p. pl. pessoa do plural
p. sing. pessoa do singular
pres.ind. presente do indicativo
pres.subj. presente do subjuntivo
pret.perf.ind. pretérito perfeito do indicativo
ref. refere-se a
RISTJ Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça
s segundo/segundos
STF Supremo Tribunal Federal
STJ Superior Tribunal de Justiça
v. verbo
V./v. Ver/ver
VI verbo intransitivo: verbo que encerra em si sua significação total, ou seja, não exige complemento: O gato miou; As crianças crescem rápido.
VL verbo de ligação ou verbo predicativo: verbo que une o sujeito a um elemento de predicação que pode ter função predicativa (José é inteligente)
ou identificativa (Este é José).
VP verbo pronominal: verbo acompanhado de pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito. Pode ser essencialmente (queixar-se,
arrepender-se) ou acidentalmente (barbear-se, enfeitar-se) pronominal.
VTD verbo transitivo direto: verbo que exige complemento; no caso, o objeto direto, termo não regido por preposição: José redigiu o recurso.
VTDI verbo transitivo direto e indireto: verbo que exige dois complementos, a saber, objeto direto (não regido por preposição) e objeto indireto
(regido por preposição): José remeteu a petição ao cartório.
VTDP verbo transitivo direto predicativo: verbo que, além de ser completado por um objeto direto, aparece acompanhado de um predicativo, seja
do sujeito seja do objeto: O juiz exarou a sentença emocionado; Considerou o réu culpado; Acusou o réu de covarde.
VTI verbo transitivo indireto: verbo que exige complemento; no caso, o objeto indireto, termo regido por preposição: Ele apelou da
sentença condenatória.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 9
APRESENTAÇÃO
DA 2ª EDIÇÃO
As alterações advieram da leitura cuidadosa da versão anterior, quando foi percebida a necessidade
de adaptações e acréscimos exigidos pela dinâmica das atividades do Tribunal, e de observações de
usuários que contribuíram para o aperfeiçoamento da obra.
APRESENTAÇÃO
DA 1ª EDIÇÃO
Ciente disso, o Superior Tribunal de Justiça – STJ sentiu a necessidade de contar com um guia voltado
para a língua formal, a fim de que a uniformidade facilitasse a comunicação interna e a externa.
Assim, em 2004, lançou na intranet o Manual de Redação e Revisão do STJ, depois denominado
Manual de Padronização de Textos do STJ. Em 2007, publicou, mediante a Portaria n. 63, o Manual de
Atos Oficiais Administrativos, complementando, com a nova ferramenta, a proposta inicial de
uniformizar os textos emanados da instituição.
Agora, apresenta a nova versão do Manual de Padronização de Textos do STJ (Portaria n. 314 de 23
de agosto de 2012), a qual, numa edição revista, atualizada e ampliada, com as necessárias
adaptações, reúne os manuais existentes, visando facilitar o trabalho dos servidores que utilizam a
linguagem como instrumento fundamental no desempenho de suas tarefas.
Importa destacar que, em 1º de janeiro de 2013, entrarão em pleno vigor as novas regras do acordo
ortográfico, em fase de transição desde o início de 2009, coexistindo com as normas antigas. Além
disso, não se pode ignorar que as fontes lexicais oficiais são omissas em muitos casos da área do
Direito, o que gera constantes dúvidas.
B. Processo Administrativo;
Para a elaboração desta obra, foram seguidas as diretrizes do Manual de redação da Presidência da
República e, especificamente na parte de redação, a proposta do Manual de atos oficiais adminis
trativos do Supremo Tribunal Federal. Ademais, foram extraídos subsídios do trabalho cotidiano e
das obras constantes da lista bibliográfica.
a/há 1 A preposição a usada em relação a tempo indica futuro: Daqui a duas horas sairemos; De
hoje a um mês, estaremos em Natal.
2 O verbo haver, por sua vez, indica tempo passado: Chegamos a São Paulo há um mês; Há dois
anos ela luta pela guarda do filho.
a/para 1 Com verbos de movimento, a indica deslocamento provisório, rápido: Vieram a Brasília
(vieram e voltaram ao lugar de origem); Vou ao Rio (vou e volto logo).
2 Para indica deslocamento definitivo ou permanência demorada: Vieram para Brasília; Vou
para o Rio (ambos os casos significam mudança definitiva ou permanência demorada).
a algum lugar Com verbos de movimento, usa-se a e não em: Cheguei ao colégio muito tarde; Levei as
crianças ao teatro; Foi ao jardim; Subiu ao sótão; Desceu ao porão.
abaixo-assinado/abaixo assinado 1 Abaixo-assinado é o documento coletivo de caráter público ou particular que manifesta a
opinião de grupo ou representa os interesses dos que o assinam: Chegou do fórum um
abaixo-assinado de quase todos os habitantes da cidade; Mais dois abaixo-assinados foram
recebidos.
2 A segunda expressão designa os signatários do referido documento: Nós, abaixo assinados,
requeremos...
abreviação Redução de uma palavra resultando em outra que passa a funcionar como sinônimo da
palavra primitiva: fotografia – foto; videocassete – vídeo. As abreviações não são seguidas
de ponto-final, já que novo vocábulo é formado. Elas podem ser flexionadas no plural.
abreviatura/sigla/símbolo 1 Abreviatura é a representação – fixa na língua e de uso geral – de uma palavra por uma ou
por algumas de suas letras. Pode ser formada pela combinação de consoantes, pela
combinação de letras iniciais e letras finais ou pelo corte da palavra: dz., bel., profa., biol.
1.1 Para abreviar palavras, a norma é terminar a abreviatura numa consoante e não numa
vogal: capoeira, por exemplo, tem por abreviatura cap. e não capo. Entretanto, nos casos em
que a supressão se dá no meio da palavra, a última letra, seja vogal seja consoante, encerrará
a abreviatura: doutor – dr.; padre – pe.; Excelentíssimo – Exmo.; Sua Excelência – S. Exa.
16 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
1.2 Quando a palavra é cortada num grupo de consoantes, devem as consoantes aparecer na
abreviatura: geografia, por exemplo, deve ser geogr. (e não geog.). Há, porém, exceções:
intransitivo – intr./int.; distrito – distr./dist.; etnografia – etnogr./etnog.; egrégio – eg., entre
outras.
1.3 Quando a abreviatura conserva a sílaba acentuada da palavra, o acento permanece: séc.,
pág., fís., mús.
1.4 Mantém-se o hífen nas abreviaturas: m.-q.-perf. (mais-que-perfeito).
1.5 As abreviaturas exigem ponto no final e, em geral, fazem o plural com o acréscimo de s:
1.5.1 Se o ponto abreviativo coincide com o ponto-final do período, usa-se somente o primeiro.
1.6 Em alguns casos, a duplicação da letra indica plural:
autores – AA. Suas Majestades – SS. MM. Suas Altezas – SS. AA.
Vossas Majestades –
editores – EE. Vossas Altezas – VV. AA.
VV. MM.
Indica, ainda, o superlativo: MM. (meritíssimo), SS. (santíssimo).
1.7 As letras suspensas de abreviaturas estão sendo substituídas por letras escritas normalmente,
por isso tendem a desaparecer: advo., Dra., Exmo., Exa., etc.
1.8 As abreviaturas das formas pronominais de tratamento devem ser grafadas com inicial
maiúscula: V. Exa., V. M., Sr. José, Sra. Maria, Srta. Marta, D. Rosa.
1.9 As abreviaturas de vias, lugares públicos e palavras usadas em endereçamentos são escritas
com iniciais maiúsculas:
OBSERVAÇÃO
Emprega-se inicial maiúscula nas palavras que categorizam lugares públicos: Avenida Rio Branco, Beco
do Carmo, Largo da Carioca.
1.10 Não se abreviam os nomes geográficos: São Paulo (e não S. Paulo), Rio de Janeiro (e não R. de
Janeiro), Campo Grande (e não C. Grande).
1.11 Abreviaturas de títulos, postos, cargos e formas de tratamento:
Vossa Reverendíssima –
dom/dona – D. presidente – Pres./Presid.
V. Revma.
OBSERVAÇÕES
1 Essas abreviaturas, por sempre precederem nomes próprios ou a eles se referirem, são grafadas com
iniciais maiúsculas.
2 Quando as formas de tratamento indicam plural, apenas o segundo elemento se flexiona na abreviatura:
V. Exas., V. Emas., V. Magas., V. Sas., V. Revmas.
ao ano − a.a. comparativo de inferioridade − comp. infer. direito das sucessões − dir. suc.
ao mês − a.m. comparativo de superioridade − comp. super. direito de família − dir. fam.
artigo/artigos − art./arts. complemento − compl. direito eclesiástico − dir. ecles.
assembleia − assemb. composto − comp. direito esportivo − dir. esport.
assinado(a) − a. comunicação − comunic. direito falimentar − dir. fal.
assinados(as) − aa. conclusão − concl. direito fiscal − dir. fis.
atestado − at. conclusivo − concl. direito industrial − dir. ind.
aumentativo − aum. concreto − concr. direito internacional privado − dir. int. priv.
autor − A. condicional − cond. direito internacional público − dir. int. públ.
autores − AA. confira − cf./cfr. direito militar − dir. mil.
bacharel/bacharéis − bel./béis. confronte (com) − cf./cfr. direito penal − dir. pen.
bacharela/bacharelas − bela./belas. conjunção − cj. direito político − dir. pol.
batalhão − btl. conjunto − conj. direito processual civil − dir. proc. civ.
bibliografia − bibl. consecutivo − consec. direito trabalhista − dir. trab.
biblioteca − bibl. consoante − cons. direito tributário − dir. trib.
biologia − biol. contração − contr. distrito − dist./distr.
bitransitivo − bitr. coordenativo − coord. divisão − div.
boletim − bol. crédito − créd. documento/documentos − doc./docs.
caixa − cx. década − déc. dúzia − dz.
capítulo/capítulos − cap./caps. decoração − decor. edição − ed.
cardinal − card. decreto − dec./decr. editor(a) − E.
catálogo − cat. definido − def. editora (instituição) − ed.
cavalaria − cav. departamento − dep. egrégio − eg.
Centro-Oeste − C.O.* depois de Cristo − d.C. elemento − el.
cidade(s) − cid. derivação − der. elemento de composição − el. comp.
circular − circ. desconto − desc. em mão(s) − E.M.
citação − cit. designação − design. eminente − em.
clássico − clás. desinência − desin. empregado − empr.
código/códigos − cód./códs. despesa − desp. encadernação − enc.
cognato − cog. diminutivo − dim. engenharia − eng.
colaborador − col. diploma − dipl. escola − esc.
colégio − col. diplomacia − dipl. espera deferimento − E.D.
colendo − col. diplomática − diplom. estado − E.
coletivo − col. direito − dir. estatística − estat.
coluna − col. direito canônico − dir. can. estilística − estil.
comarca − c. direito civil − dir. civ. et alii (e outros) − et al.
companhia − cia. direito comercial − dir. com. et cetera (e outras coisas,
comparativo − comp. direito constitucional − dir. const. e assim por diante) − etc.
20 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
*Usa-se letra maiúscula para escrever os pontos cardeais quando se referem a regiões determinadas: O Tribunal Regional Federal da 4a Região, com
sede em Porto Alegre, tem jurisdição nos estados do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Quando se trata apenas de localização, usa-se a
letra minúscula: No sul do Estado de Mato Grosso, planta-se soja.
22 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
OBSERVAÇÃO
2 Sigla é a representação de uma palavra ou de uma expressão formada, em geral, pelas
iniciais das palavras que nomeiam instituições, sociedades, organizações, partidos políticos,
associações, etc.: Superior Tribunal de Justiça – STJ, Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público – Pasep.
2.1 Usa-se sigla após a expressão que ela representa, nunca antes. Para introduzir a sigla, são
usados parênteses ou travessão: A Emenda Constitucional n. 45, de 2004, atribuiu ao
Conselho da Justiça Federal (CJF) poderes correicionais; O Superior Tribunal de Justiça –
STJ abriga, anualmente, o Seminário Roma-Brasília. Essa regra não se aplica a nomes de
partidos políticos e de empresas cujas siglas se tornaram sinônimo do próprio nome:
Líderes do PT na Câmara e no Senado se reuniram hoje com o Ministro-Chefe da Casa Civil;
O Bradesco sempre se manteve à frente do mercado de varejo. (V. pontuação: parênteses e
travessão.)
2.2 Após o primeiro registro (expressão + sigla), a sigla pode ser usada sozinha no restante do
texto:
Requer o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, com fulcro nos arts. 4º
da Lei n. 8.437/1992 e 25 da Lei n. 8.038/1990, seja suspensa a decisão proferida nos autos da
ação cautelar, em trâmite no Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
[...]
Ainda insatisfeita, a empresa impetrou mandado de segurança com pedido liminar
objetivando suspender as vistorias periódicas realizadas pelo Incra [...]
2.3 Não se usa ponto em sigla: Banco do Brasil – BB (e não B.B.), Tribunal Superior do Trabalho –
TST (e não T.S.T.), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
Ibama (e não I.B.A.M.A.), Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (e não U.F.P.E.).
2.4 Siglas com até três letras escrevem-se com maiúsculas: BB, ONU, GDF, TST, USP.
2.5 Nas siglas com quatro letras ou mais pronunciáveis como uma palavra, é recomendável
usar apenas a inicial maiúscula: Sudepe, Unicamp, Ibama, Incra, Bacen, Coelce, Ajucla,
Ajuris.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 23
2.5.1 Caso não sejam pronunciáveis, são escritas exclusivamente com maiúsculas, e cada letra se
pronuncia separadamente: CNBB, UFRJ, CPFL.
2.6 O plural de siglas deve ser feito com acréscimo de s minúsculo, sem apóstrofo: TRFs, TJs,
TREs, REsps, HCs, MSs, SSs, MCs, CDs, PMs.
2.7 Caso a sigla represente elemento plural sem registro da desinência, seus determinantes
(artigos ou pronomes) receberão o competente sinal de plural: os EUA; os EREsp n. 154.021/RJ.
2.8 As siglas dos nomes das unidades da Federação são constituídas por duas letras maiúsculas
sem ponto:
Mato Grosso do
Bahia – BA Rio de Janeiro – RJ Sergipe – SE
Sul – MS
Rio Grande do
Ceará – CE Minas Gerais – MG Tocantins – TO
Norte – RN
Rio Grande
Distrito Federal – DF Pará – PA
do Sul – RS
2.9 As siglas dos órgãos estrangeiros são formadas pelas letras da tradução do nome em
português quando essa denominação é usual. Ex.: ONU (Organização das Nações Unidas),
FMI (Fundo Monetário Internacional), Bird (Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento).
2.10 As siglas dos órgãos estrangeiros são formadas pelas letras do nome na língua estrangeira
quando a tradução não é usual. Ex.: Nafta (North American Free Trade Agreement/Acordo de
Livre Comércio da América do Norte), Unesco (United Nations Educational, Scientific and
Cultural Organization/ Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
24 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2.11 Lista de siglas usuais
A
ABI – Associação Brasileira de Imprensa
Abin – Agência Brasileira de Inteligência
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
AGU – Advocacia-Geral da União
Ajuris – Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul
Amagis – Associação dos Magistrados
Amatra – Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho
AMB – Associação dos Magistrados Brasileiros ou Associação Médica Brasileira
ANA – Agência Nacional de Águas
Anamatra – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho
Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações
Ancine – Agência Nacional do Cinema
Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
B
Bacen ou BC – Banco Central do Brasil
BB – Banco do Brasil
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
BMJ – Boletim do Ministério da Justiça
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
BRB – Banco de Brasília
C
Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica
Cadin – Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal
CC – Código Civil
CCom – Código Comercial
CDC – Código de Defesa do Consumidor
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 25
D
Darf – Documento de Arrecadação de Receitas Federais
Denatran – Departamento Nacional de Trânsito
Detran – Departamento de Trânsito
Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
Dirf – Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte
DJ – Diário da Justiça
DJE – Diário da Justiça do Estado
DJe – Diário da Justiça eletrônico
DL – Decreto-Lei
DOE – Diário Oficial do Estado
DOU – Diário Oficial da União
26 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
E
EBC – Empresa Brasil de Comunicação
EC – Emenda Constitucional
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embratel – Empresa Brasileira de Telecomunicações S.A.
Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo (anteriormente Empresa Brasileira de Turismo,
denominação alterada pela Lei n. 8.181, de 28 de março de 1991)
Enem – Exame Nacional do Ensino Médio
Enfam – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados
Esaf – Escola de Administração Fazendária
F
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
Finsocial – Fundo de Investimento Social
FMI – Fundo Monetário Internacional
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
Fundef – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização
do Magistério
Funrural – Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural
G
GAE – Gratificação de Atividade Externa
GAJ – Gratificação de Atividade Judiciária
GAS – Gratificação de Atividade de Segurança
GRU – Guia de Recolhimento da União
I
Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IGP – Índice Geral de Preços
IGP-Dl – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna
IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado
Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
lnfraero – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 27
L
LC – Lei Complementar
LCH – Lei dos Crimes Hediondos
LCP – Lei das Contravenções Penais
LDA – Lei dos Direitos Autorais
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LEF – Lei das Execuções Fiscais
LEP – Lei de Execução Penal
LF – Lei de Falências
LIC – Lei de Incentivo à Cultura
LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
LICP – Lei de Introdução ao Código Penal
LICPP – Lei de Introdução ao Código de Processo Penal
Loman – Lei Orgânica da Magistratura Nacional
28 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
M
Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MC – Ministério das Comunicações
MCE – Mercado Comum Europeu
MCidades – Ministério das Cidades
MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
MD – Ministério da Defesa
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
ME – Ministério do Esporte
MEC – Ministério da Educação
Mercosul – Mercado Comum do Sul
MF – Ministério da Fazenda
MI – Ministério da Integração Nacional
MinC – Ministério da Cultura
MJ – Ministério da Justiça
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MME – Ministério de Minas e Energia
MMIRDH – Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos
MP – Medida Provisória
MP – Ministério Público
MPF – Ministério Público Federal
MPOG – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
MPU – Ministério Público da União
MRE – Ministério das Relações Exteriores
MS – Ministério da Saúde
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra
MT – Ministério dos Transportes
MTPS – Ministério do Trabalho e Previdência Social
MTur – Ministério do Turismo
N
Nafta – North American Free Trade Agreement/Tratado de Livre Comércio da América do Norte
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 29
O
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil
OEA – Organização dos Estados Americanos
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OMC – Organização Mundial do Comércio
OMS – Organização Mundial da Saúde
ONG – Organização Não Governamental
Onip – Organização Nacional da Indústria do Petróleo
ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico
ONU – Organização das Nações Unidas
Opep – Organização dos Países Exportadores de Petróleo
P
PAD – Processo Administrativo Disciplinar
PAS – Programa de Avaliação Seriada
Pasep – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador
PCCS – Plano de Carreira, Cargos e Salários
PCTT – Plano de Classificação e a Tabela de Temporalidade de Documentação da Administração
Judiciária
PEA – População Economicamente Ativa
Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A.
PF – Polícia Federal
PGE – Procuradoria-Geral do Estado
PGJ – Procuradoria-Geral de Justiça
PGR – Procuradoria-Geral da República
PIB – Produto Interno Bruto
Pibic – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
PIS – Programa de Integração Social
PPA – Plano Plurianual
PR – Presidência da República
Procon – Proteção ao Consumidor
PRR – Procuradoria Regional da República
PRT – Procuradoria Regional do Trabalho
R
RF – Receita Federal
RISTF – Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal
30 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
S
Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Sicaf – Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores
SRF – Secretaria da Receita Federal
STF – Supremo Tribunal Federal
STJ – Superior Tribunal de Justiça
STJD – Superior Tribunal de Justiça Desportiva
STM – Superior Tribunal Militar
STN – Secretaria do Tesouro Nacional
T
TAC – Tribunal de Alçada Civil
Tacrim – Tribunal de Alçada Criminal
TCE – Tribunal de Contas do Estado
TCU – Tribunal de Contas da União
TFR – Tribunal Federal de Recursos
TJ – Tribunal de Justiça
TJAC – Tribunal de Justiça do Estado do Acre
TJAL – Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas
TJAM – Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas
TJAP – Tribunal de Justiça do Estado do Amapá
TJBA – Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
TJCE – Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
TJD – Tribunal de Justiça Desportiva
TJDFT – Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
TJES – Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo
TJGO – Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
TJMA – Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão
TJMG – Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
TJMS – Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul
TJMT – Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso
TJPA – Tribunal de Justiça do Estado do Pará
TJPB – Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba
TJPE – Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 31
U
Ufir – Unidade Fiscal de Referência
V
VEC – Vara de Execuções Criminais
AC – Apelação Cível
Ag – Agravo de Instrumento
AgInt – Agravo Interno
AgRg – Agravo Regimental
AIA – Ação de Improbidade Administrativa
AlienBac – Alienação de Bens do Acusado
APn – Ação Penal
AR – Ação Rescisória
ARE – Agravo em Recurso Extraordinário
AREsp – Agravo em Recurso Especial
CAt – Conflito de Atribuições
CauInomCrim – Cautelar Inominada Criminal
CC – Conflito de Competência
32 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Com – Comunicação
CR – Carta Rogatória
EAC – Embargos Infringentes em Apelação Cível
EAg – Embargos de Divergência em Agravo
EAR – Embargos Infringentes em Ação Rescisória
EAREsp – Embargos de Divergência em Agravo em Recurso Especial
EDcl – Embargos de Declaração
EmbAc – Embargos do Acusado
EmbExeAR – Embargos à Execução em Ação Rescisória
EmbExeMC – Embargos à Execução em Medida Cautelar
EmbExeMS – Embargos à Execução em Mandado de Segurança
EREsp – Embargos de Divergência em Recurso Especial
ERMS – Embargos de Divergência em Recurso em Mandado de Segurança
ET – Embargos de Terceiro
ExeAR – Execução em Ação Rescisória
ExeMC – Execução em Medida Cautelar
ExeMS – Execução em Mandado de Segurança
ExeSE – Execução em Sentença Estrangeira
ExeSEC – Execução em Sentença Estrangeira Contestada
ExImp – Exceção de Impedimento
ExSusp – Exceção de Suspeição
ExVerd – Exceção da Verdade
HC – Habeas Corpus
HD – Habeas Data
IDC – Incidente de Deslocamento de Competência
IF – Intervenção Federal
IJ – Interpelação Judicial
Inq – Inquérito
InsanAc – Insanidade Mental do Acusado
MC – Medida Cautelar
MI – Mandado de Injunção
MISOC – Medidas Investigativas sobre Organizações Criminosas
MPEI – Medidas Protetivas – Estatuto do Idoso
MPUMP – Medidas Protetivas de Urgência – Lei Maria da Penha
MS – Mandado de Segurança
NC – Notícia-Crime (substituída pela Sd)
PA – Processo Administrativo
PBAC – Pedido de Busca e Apreensão Criminal
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 33
OBSERVAÇÃO
O registro das classes processuais deve ser feito com iniciais maiúsculas quando caracterizar um feito
definido, seguido do número (Mandado de Segurança n. 225.412/PE) e quando caracterizar a denominação
da classe, como na lista supra. Nas demais situações, as iniciais são minúsculas (O mandado de segurança
em análise...).
2.13 Siglas de unidades do Tribunal
GP – Gabinete da Presidência
GSP – Gabinete do Secretário-Geral
AEP – Assessoria Especial
ASP – Assessoria de Assuntos Parlamentares
34 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
ST – Secretaria do Tribunal
GDG – Gabinete do Diretor-Geral
OBSERVAÇÃO
Sempre que houver alteração na estrutura orgânica do Tribunal, poderão ser eliminadas unidades ou
surgir outras, o que motivará alterações também nas siglas. Em tais casos, consultar a intranet.
3 Símbolo é a letra (ou letras), o sinal ou o desenho que representam uma palavra ou expressão.
3.1 Os símbolos são representados por letras maiúsculas ou minúsculas, dependendo das
normas oficiais. Ex.: MB (megabyte), W (watt), Hz (hertz), h (hora ou horas).
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 37
3.2 Os símbolos não admitem ponto abreviativo nem sinal de plural. Ex.: min (minuto ou
minutos), km (quilômetro ou quilômetros), g (grama ou gramas).
3.3 Os símbolos das unidades de medida devem ser escritos depois do número a que se referem,
e não antes ou intercalados entre a parte inteira e a parte decimal. Ex.: 34,5km, 1,25kg, 35mm
(e não 34km500m, 1kg250g, mm35). Excetua-se hora, quando fracionada. Ex.: 2h30min;
3h15min12s.
3.4 Os símbolos das unidades de ângulo plano são grafados como expoentes. Ex.: 45°, 13°18’20”.
3.5 O símbolo do real (R$) fica antes do número que indica a importância, separado por um
espaço. Ex.: R$ 3.000,00.
3.6 Lista de símbolos usuais
° – grau ” – segundo
’ – minuto
3.6.2 Área
3.6.3 Comprimento
cm – centímetro km – quilômetro
dm – decímetro mm – milímetro
hm – hectômetro Mm – miriâmetro
38 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
b – bite KB – kilobyte
B – byte Mb – megabite
GB – gigabyte MB – megabyte
Kb – quilobite
3.6.5 Energia
J – Joule kT – quiloton
kJ – quilojoule
G – Gauss T – Tesla
Mx – Maxwell Wb – Weber
3.6.8 Força
3.6.9 Frequência
A – ampere mA – miliampere
kA – quiloampere
3.6.11 Massa
cg – centigrama kg – quilograma
dg – decigrama mg – miligrama
g – grama t – tonelada
B – bel dB – decibel
3.6.13 Potência
kW – quilowatt
3.6.14 Pressão
C – coulomb kC – quilocoulomb
°C – grau Celsius
40 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
3.6.17 Tempo
h – hora s – segundo
3.6.19 Vazão
3.6.20 Velocidade
3.6.21 Volume
hl – hectolitro ml – mililitro
kl – quilolitro
Acentuação
1 Proparoxítonas: acentuam-se todas as palavras proparoxítonas (reais ou aparentes): ágape,
câmara, cômoda, física, lâmpada, século, sílaba, xícara, gêmeo, gênio, prêmio, tênue, etc.
2 Paroxítonas: são acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em:
2.1 ã, seguido ou não de s: ímã, órfã, dólmãs;
2.2 ão, seguido ou não de s: acórdão, órgão, sótãos;
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 41
2.3 ditongos orais átonos, seguidos ou não de s: área, cônscio, glória, iníquo, mágoa, série,
superfície, trégua (proparoxítonas aparentes), ágeis, amáveis, cantaríeis, fôsseis, jóquei;
2.4 i, seguido ou não de s: júri, cútis, grátis, íris, lápis, oásis, tênis;
2.5 l: cível, fácil, grácil, ilegível, pênsil, projétil, réptil, têxtil;
2.6 n: cânon, cólon, elétron, hífen, líquen, nêutron, pólen, próton; quando no plural, as palavras
terminadas em en não admitem acento: hifens, liquens, polens; no caso de cânon, o plural é
cânones;
2.7 ps: bíceps, fórceps, Quéops, tríceps;
2.8 r: âmbar, caráter, díspar, fêmur, mártir, revólver, sóror;
2.9 um/uns: álbum, fórum, álbuns;
2.10 us: bônus, húmus, ônus, vírus;
2.11 x: cálix, fênix, índex, látex, ônix, tórax.
3 Oxítonas: acentuam-se as oxítonas terminadas em a, e e o (seguidas ou não de s), em e ens:
alvará, marajá, atrás, você, convés, invés, complô, enxó, avôs, armazém, refém, também,
contém, detém, provém (3ª p. sing.), contêm, detêm, provêm (3ª p. pl.), parabéns. As formas
verbais oxítonas terminadas em a, e e o, quando seguidas de la, las, lo e los, são acentuadas:
visitá-la, comprá-las, entendê-lo, escrevê-los, dispô-las-ei, compô-los-á.
OBSERVAÇÃO
Algumas palavras oxítonas terminadas em e, geralmente de origem francesa, podem receber acento
agudo ou circunflexo conforme a pronúncia utilizada: bebé/bebê, canapé/canapê, croché/crochê, etc.
4 Monossílabas: acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em a, e e o,
seguidas ou não de s: há, já, má, más, dê, ré, vê, vês, dó, só, sós.
5 Encontros vocálicos
5.1 Os ditongos abertos ei (apenas seguido de s) e eu e oi (seguidos ou não de s) são acentuados
42 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
nas palavras monossílabas e nas oxítonas: géis, méis, réis, réu, réus, dói, róis, anéis, carretéis,
chapéu, troféus, herói, faróis.
5.2 Nas palavras paroxítonas, os ditongos ei e oi não são acentuados: assembleia, ideia, boia,
heroico. Excetuam-se, porém, aquelas que se incluem em regra de acentuação diversa:
gêiser, Méier, destróier (paroxítonas terminadas em r).
5.2.1 Nas palavras proparoxítonas, caso ocorram tais ditongos, são acentuados: alcalóidico.
5.3 Nas paroxítonas, os hiatos oo e eem, em razão do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
não são acentuados: abençoo, magoo, perdoo, voo, creem, deem, leem, veem (v. ver).
5.4 As vogais i e u tônicas dos hiatos de palavras paroxítonas são acentuadas quando sozinhas
na sílaba (desde que, na sílaba seguinte, não haja nh) ou seguidas de s: juízes, juízo, proíbe,
saída, graúdo, saúde, viúvo, bainha, moinho, panteísta, balaústre. Nas palavras oxítonas, tais
vogais também são acentuadas, seguidas ou não de s: caí, país, baú, jaús.
OBSERVAÇÕES
5.5 Não se acentua o u pronunciado e tônico dos verbos arguir e redarguir: arguo, arguis, argui,
arguem, argua, arguas, argua, arguam.
5.6 Há dois modelos de acentuação para os verbos adequar, aguar, apaniguar, apaziguar,
apropinquar, averiguar, desaguar, delinquir, enxaguar, obliquar e afins:
5.6.1 Na conjugação, suas formas podem ser pronunciadas com a sílaba tônica na vogal u, caso
em que não recebem acento gráfico (5.5): adequo, adequas, aguo, aguas, agua, averiguo,
averiguas, averigua, delinquo, delinques, delinque, enxaguo, enxague, enxaguem, etc.
5.6.2 Podem ser pronunciadas como palavras paroxítonas terminadas em ditongo, caso em que
recebem acento agudo na respectiva sílaba tônica: adéquo, adéquas, águo, águas, água,
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 43
6 Trema: este sinal foi suprimido da língua portuguesa; manteve-se apenas nas palavras
estrangeiras ou nas delas derivadas que tenham o sinal na escrita de origem: Müller,
mülleriano.
7 Acento diferencial: usa-se acento diferencial em:
7.1 Pôde, verbo na 3ª p. sing. do pret. perf., para diferenciar de pode, 3ª p. sing. do pres. ind.
7.2 Pôr, verbo, para diferenciar de por, preposição.
7.3 Têm e vêm (v. vir), 3ª p. pl., para diferenciar de tem e vem, 3ª p. sing.
7.4 Fôrma, recipiente para modelar substância fluida, para diferenciar de forma (formato, feitio,
figura ou 3ª p. sing. do verbo formar), facultativamente.
OBSERVAÇÃO
Não recebem, portanto, acento diferencial, em razão do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as
seguintes palavras: polo, pera, (eu) pelo, (o) pelo, (tu) pelas, (ele) pela, para (verbo), coa.
8 Os nomes próprios de pessoa e os inscritos em registro público (firmas comerciais, sociedades,
marcas e títulos), para ressalva de direitos, podem manter a grafia original (Base XXI do
Acordo).
acerca de/a cerca de/cerca de/há cerca de 1 Acerca de é locução prepositiva equivalente a sobre, a respeito de: Já tenho informações
acerca do processo; A discussão acerca da legalidade da lei não me compete iniciar.
2 A cerca de indica distância ou tempo futuro aproximado: Ela está hospedada a cerca de três
quilômetros daqui; O carro quebrou a cerca de 10km de Campinas; De hoje a cerca de um
mês, o relatório deverá ser entregue sem protelação.
3 Cerca de corresponde a próximo de, perto de, quase, aproximadamente: Cerca de vinte presos
fugiram da Papuda ontem.
44 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
4 Há cerca de corresponde a faz aproximadamente (tempo decorrido): Há cerca de dois anos, a
lei foi promulgada; Está esperando o julgamento há cerca de um ano.
acessar O verbo acessar corresponde a obter acesso a (informação, dados, processos, etc.): Preciso
acessar a jurisprudência do Tribunal; Não foi possível acessar a internet o dia todo. Deve-se,
portanto, evitar usá-lo em referência a lugares: Entrar no (e não acessar o) prédio pela porta
lateral; Chegar à (e não acessar a) rodovia. O substantivo acesso, no entanto, pode ser
utilizado em relação a locais físicos e a dispositivos da informática: O acesso ao museu é
gratuito; É proibido o acesso de pessoas não autorizadas a este recinto; Não tive acesso a meu
e-mail ontem.
à(s) custa(s) de Embora alguns autores não recomendem o uso da expressão no plural, Houaiss o admite: O
rapaz vivia à(s) custa(s) dos avós; Ganhou as eleições à(s) custa(s) de barganha.
a distância/à distância 1 Não se usa o sinal indicativo de crase quando a locução a distância é indeterminada: Ouvimos
rumores a distância; Vimos algo caindo a distância.
2 Usa-se o sinal indicativo de crase quando a expressão vem determinada ou quando, mesmo
com sentido indeterminado, gera ambiguidade: A farmácia fica à distância de 200m de
minha casa; Ele estava à distância de um grito; A sentinela vigia à distância.
adjetivo como advérbio Seguindo uma tendência moderna de usar o adjetivo com a função adverbial, os dicionários
já registram alguns deles como advérbios: Não raro (raramente) insere citações do requerente
no texto; Precisamos ir direto (diretamente) ao assunto; Falem primeiro (primeiramente)
sobre as causas do roubo; Alegou, primeiro (primeiramente), que não teve direito ao
contraditório; Eles estavam demasiado (demasiadamente) infelizes.
advérbios terminados em -mente Quando há mais de um advérbio terminado em -mente na oração, usa-se o sufixo apenas no
último, ficando os demais na forma original do adjetivo ou no feminino, quando houver: Ele
agiu ilegal, fraudulenta e injustamente; O advogado respondeu calma e prudentemente.
Quando se quer dar ênfase às circunstâncias, costuma-se omitir a conjunção e pôr o sufixo
em todos os advérbios: Ele agiu fraudulentamente, injustamente, ilegalmente.
a/às expensas de As expressões têm o mesmo valor de à custa de: Até aquela idade, vivia a expensas/às
expensas do pai.
a fim de/a fim de que/afim 1 A locução prepositiva a fim de e a locução conjuntiva a fim de que são usadas para indicar
propósito, intenção, finalidade: Impetrou a ordem a fim de suspender a execução da liminar;
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 45
Solicitei os dados a fim de emitir o parecer; Economizei o suficiente a fim de que possamos
viajar durante as férias.
2 O adjetivo afim é usado para significar parecido, semelhante; pode ainda exprimir relação de
parentesco: Nossa cultura não tem nada afim com a do povo norte-americano; Estou
cursando disciplinas afins; Os parentes afins também foram lembrados no testamento.
a folhas/à folha/na folha/às folhas/nas folhas 1 As três primeiras formas podem ser usadas, em referência a uma só folha, indistintamente:
A decisão está registrada a fls. 2 (lê-se a folhas duas e significa a duas folhas do início do
texto.); As partes estão discriminadas à fl. 2 (lê-se à folha dois); O texto citado está na fl. 2 (lê-se
na folha dois). Com folha, singular, o cardinal fica invariável; com folhas, plural, o cardinal se
flexiona em gênero. O mesmo se aplica a página/páginas.
2 As expressões às folhas/nas folhas, por outro lado, só devem ser usadas em referência a duas ou
mais folhas: Os nomes apareceram às fls./nas fls. 3-5; O livro traz o assunto às fls./nas fls. 23 e 47.
OBSERVAÇÕES
1 Empregam-se, também, as expressões de folha (uma só folha) e de folhas (duas ou mais folhas): O
despacho de fl. 25/de fls. 25-27.
2 Está consagrado no texto jurídico o uso da abreviatura de folha/folhas (fl./fls.) nas situações
apresentadas.
3 Para indicar que um despacho, uma certificação ou outra anotação estão no verso de uma folha,
deve-se proceder, conforme o caso, assim:
1 Afora significa para o lado de fora: Saiu correndo porta afora; além de: Escreveu muitos
artigos sobre o tema, afora notas para os jornais; exceto, à exceção de: Compareceram todos
os que esperávamos, afora o vizinho; em frente: Caminhou pela estrada afora; Permaneceu
alegre pela vida afora.
46 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2 A fora é expressão somente usada em oposição a dentro: Revistei a residência de dentro a fora.
ajuda de custo A expressão significa quantia suplementar paga para cobrir determinadas despesas. Devem-se
evitar as expressões ajuda de custa e ajuda de custas.
alerta 1 É invariável quando usado como advérbio (atentamente, com vigilância): Os policiais
acompanharam o cortejo alerta; ou como interjeição: Alerta! Os cães estão soltos!
2 É variável quando usado como substantivo (sinal, ordem, aviso): Foram dados dois alertas
antes da invasão das águas; ou como adjetivo (ágil, atento): Se forem ouvintes alertas,
facilmente assimilarão a matéria.
alfim Alfim é advérbio e significa ao fim, ao cabo, finalmente, afinal: Alfim, os agentes de polícia
chegaram ao local; Enfrentaram muitos obstáculos, mas, alfim, receberam a recompensa.
a maior/a menor 1 A expressão a maior significa em excesso, a mais, além do devido: Os impostos pagos a maior
serão restituídos; Levou uma caixa de refrigerantes a maior; Recebemos uma quantidade de
livros a maior.
2 A menor, ao contrário, significa a menos, em quantidade inferior: Preparou salgados a menor
do que lhe fora encomendado; O valor das taxas foi cobrado a menor; Enviou dinheiro a
menor.
à medida que/na medida em que 1 A locução conjuntiva à medida que, de caráter proporcional, é usada com o sentido de à
proporção que, conforme (verbo no indicativo): À medida que chovia, as placas tombavam;
Os acidentes foram aumentando à medida que a pista foi-se desgastando com as chuvas.
2 Quanto à locução na medida em que, Luiz Antonio Sacconi e Evanildo Bechara aventam a
possibilidade de ser usada com valor condicional: “Só é possível usar a inteligência na
medida em que ela exista”; “Aprender línguas estrangeiras é útil na medida em que possamos
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 47
praticá-las constantemente”. Bechara observa que, nesse caso, o verbo da oração encabeçada
pela locução deve, obrigatoriamente, estar no modo subjuntivo. Ernani Terra e José de Nicola
empregam a locução na medida em que com a acepção de tendo em vista que, causal (verbo
no indicativo): Na medida em que não houve tempo para que apresentássemos a proposta,
vamos solicitar uma nova reunião; Na medida em que existem regras, você não pode agir
como bem entende. Houaiss apresenta a possibilidade de usar na medida em que com as
acepções de proporção, causa e condição. Como não há ainda um consenso em relação ao
uso dessa locução, é preferível evitá-la em textos jurídicos, uma vez que pode gerar
interpretação diversa da pretendida.
a menos de/há menos de 1 A menos de é uma expressão usada para indicar distância: Ficamos a menos de dez metros
do acidente; ou tempo futuro: Estamos a menos de seis meses do fim do mandato.
2 Há menos de encerra ideia de tempo decorrido: Há menos de três meses, a direção conseguiu
reunir todos os gerentes; Essas mudanças aconteceram há menos de duas décadas.
a meu ver/em meu ver Usam-se indiferentemente a meu ver e em meu ver; o que não se usa é o artigo nessas locuções
(ao meu ver) e, de igual modo, nas expressões a nosso ver, a teu ver, a seu ver: Em meu ver/A
meu ver, isso constitui ingerência do Executivo no Judiciário; A nosso ver/Em nosso ver, o
governo tomou medidas precipitadas.
anexo 1 Como predicativo, concorda com o substantivo em gênero e número: Anexa à presente
exposição de motivos, segue minuta de decreto; Vão anexos os pareceres da consultoria
jurídica; não tem, portanto, função adverbial, por isso não se usa a expressão em anexo.
2 Como adjunto adnominal, também concorda com o substantivo em gênero e número: Os
documentos anexos foram remetidos a esta Presidência pelo Dr. Aurélio Marques;
Solicito-lhe arquivar as certidões anexas.
ano novo/ano-novo 1 Ano novo (sem hífen) corresponde aos doze novos meses, todo o novo ano.
2 Ano-novo (com hífen) designa o ano entrante; a meia-noite do dia 31 de dezembro; o dia 1º
de janeiro.
ante/anti 1 Ante como preposição nunca vem acompanhado da preposição a (jamais ante à, ante ao):
Não conseguiu falar toda a verdade ante a mulher; Ficou nervoso ante o juiz.
48 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2 O prefixo ante- significa anterioridade, e o prefixo anti-, ação contrária. Ligam-se por hífen
somente a palavras iniciadas por h ou pelas vogais e e i respectivamente: ante-histórico,
anti-horário, ante-estreia, anti-ibérico. Se antecedem palavras iniciadas por r ou s, essas
consoantes são dobradas: anterrosto, antirroubo, antessocrático, antissemita.
antes de/antes que 1 A locução prepositiva antes de (tempo anterior) precede palavras: Antes da sessão, é
necessário vistoriar a sala; Saímos antes da meia-noite; ou orações reduzidas: Precisamos
conversar antes de sair; Antes de contratar os rapazes, os gerentes fizeram prolongada
entrevista; Antes de conversar com o réu, o advogado impetrou habeas corpus.
2 A locução conjuntiva antes que (antevisão, prioridade no tempo) é usada para encabeçar
orações desenvolvidas com verbo no subjuntivo: Antes que as crianças se machuquem, é
melhor separá-las; Chame a polícia antes que os ladrões entrem na casa.
ao ano/por ano 1 Quando em referência a taxas e juros, deve-se usar a expressão ao ano, bem como outras
similares (ao dia, ao mês): O índice (taxa) de mortalidade infantil cresceu 2% ao mês; No
financiamento, paguei juros de 20% ao ano.
2 Nos demais casos, usam-se por ano, por mês, por dia: A comissão fazia inspeções duas vezes
por ano; Teremos duas reuniões por mês; Não consigo alimentar-me três vezes por dia.
ao encontro de/de encontro a 1 Ao encontro de significa em procura de, na direção de, ou indica situação favorável: O pai foi
ao encontro do filho; Sua palavra veio ao encontro de minhas expectativas.
2 De encontro a significa contra, em oposição a: O carro foi de encontro à árvore; As propostas
vão de encontro ao desejo dos dirigentes.
ao invés de/em vez de 1 Ao invés de é uma expressão usada exclusivamente para indicar ideias antônimas; significa,
portanto, ao contrário de: Ao invés de entrar, saiu; Ao invés de se ajuntar no salão, o povo
preferiu espalhar-se pelo pátio; Ao invés de inverno, como previam, deparamo-nos com
extremo calor.
2 Em vez de significa em lugar de: Em vez de viajar, comprou um carro novo; Em vez de projetar
o filme, podemos realizar uma dinâmica. Pode, também, significar ao contrário de, ao inverso
de: Em vez de rir, chorou.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 49
aonde/onde 1 Emprega-se aonde com verbos de movimento; tem o valor de a que lugar, para que lugar:
Aonde você pensa que vai?; Aonde chegaremos com essas medidas radicais?; Não sabemos
aonde ir nas férias.
2 Usa-se onde com os demais verbos, para indicar lugar fixo; tem o valor de em que lugar: Onde
estão os documentos?; Ainda não sei onde vamos morar.
3 O onde empregado como pronome relativo tem como referente lugar, de acordo com a
norma-padrão: A casa onde moro é pequena; A cidade onde vivo receberá investimentos
federais; O réu interpôs recurso no Tribunal de origem, onde há bons juízes. Desse modo,
não encontram respaldo gramatical construções como estas, nas quais não há referente
como lugar: O momento onde a mulher se encontra requer cuidados; O advogado não
concordou com a decisão, onde foram expostas questões importantes. Assim, nos últimos
exemplos, deve-se substituir o onde por em que ou por no(a/s) qual(is): O momento em que/
no qual a mulher se encontra requer cuidados; O advogado não concordou com a decisão,
em que/na qual foram expostas questões importantes.
ao nível de/em nível/em nível de 1 A expressão ao nível de só deve ser empregada com a acepção de à altura de: Natal localiza-se
ao nível do mar; Esse comportamento só o coloca ao nível dos frágeis.
2 As expressões em nível/em nível de significam na instância, na esfera, no âmbito, em grau de e
são empregadas quando se sabe que há diferentes níveis de uma escala: Em nível (na
instância) administrativo, será difícil chegar a um consenso; Em nível (no âmbito, na esfera)
estadual, não existe lei que discipline a matéria; O projeto será discutido em nível de (no
âmbito, na esfera) diretoria; Os serviços públicos devem ser prestados em nível de (em grau
de) excelência.
ao tempo que A locução conjuntiva temporal ao tempo que é usada com a acepção de na mesma ocasião
que, quando: Agradeço o atencioso convite, ao tempo que lhe envio cumprimentos.
a par de/ao par (de) 1 A par de significa ao lado um do outro, ciente: A par desse diploma legal, o CP também tipifica
o crime; Você está a par do problema?
2 A expressão ao par (de), por seu turno, é usada para indicar equivalência cambial: Elevou a
moeda deixando o câmbio quase ao par; O real já esteve ao par do dólar.
a partir de A locução significa a começar de e só deve ser usada quando se referir ao início de uma ação
progressiva. São pertinentes as seguintes construções: Ele frequentará as aulas a partir de
50 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
março; O réu cumprirá a pena a partir de domingo; A lei vigorará a partir de amanhã.
Contudo, A lei entrará em vigor amanhã. É inadmissível o uso da expressão em construções
como estas: A lei entrará em vigor a partir de amanhã; O curso terá início a partir da próxima
semana; O ministro tomará posse a partir do dia 4 (pois as expressões entrar em vigor, iniciar
e tomar posse pressupõem um dado momento e não uma ação contínua).
1 Define-se o aposto como substantivo ou pronome que explica, restringe ou enumera um
termo da oração. Depois da palavra a que se refere, o aposto explicativo fica entre vírgulas:
O Superior Tribunal de Justiça, órgão de cúpula do Judiciário brasileiro, tem desenvolvido
ações para a efetivação da cidadania; Carlos Drummond de Andrade, escritor mineiro,
publicou seus primeiros trabalhos no Diário de Minas.
2 Já no aposto restritivo, o substantivo que funciona como aposto liga-se diretamente ao núcleo
sem vírgulas, restringindo seu conteúdo semântico: o professor Carlos de Almeida; o
ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso; o escritor mineiro Carlos Drummond
de Andrade. Nesta categoria, pode também o aposto vir ligado ao núcleo pela preposição de:
a cidade de Brasília; a Rua da Saudade; a Praça da Independência.
3 O aposto enumerativo desdobra o núcleo representado por pronome (ou locução) – tudo,
nada, ninguém, cada um, etc. – ou substantivo: Tudo, a gestação, o nascimento, a vida, a morte,
é um mistério; Ninguém, o pai, a mãe, o irmão, o filho, conseguiu autorização para visitá-lo
na prisão; Cada um, o diretor, os professores, os alunos, deve cumprir sua função no projeto;
Luto por duas coisas: conhecimento e sabedoria.
4 O aposto recapitulativo (ou resumitivo), expresso por um pronome indefinido (ou locução)
ou por um substantivo, sintetiza vários substantivos ou pronomes: A terra, o ar, o clima, as
pessoas, tudo ali me fazia mal; Você, sua família e até a comunidade, ninguém me convence
do contrário; Ele, ela, você, todos foram convocados; Já fizemos a mudança dos móveis,
porém as roupas, os sapatos e os documentos, o restante só amanhã.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 51
OBSERVAÇÕES
2 Quando, ao contrário, mais de uma pessoa pode ocupar aquela posição ou apresentar aquelas quali
ficações, não se usam as vírgulas (aposto restritivo): O discípulo Pedro negou Jesus três vezes; o ex-Presi
dente da República Fernando Henrique Cardoso criou superministério para segurança. Observe-se que,
no primeiro exemplo, Pedro foi um entre outros discípulos de Jesus; no segundo, Fernando Henrique
Cardoso é um dos ex-presidentes do Brasil.
apóstrofo 1 Para fazer referência a nome de empresa e de jornal, a título de obra, etc. que começam com
artigo e vêm, na frase, precedidos das preposições de, em ou por, há duas possibilidades: ou
se escrevem com apóstrofo: Essa passagem está n’Os Lusíadas; Ele é jornalista d’O Globo; A
reportagem foi feita pel’A Gazeta; ou se mantém a preposição com o artigo maiúsculo: A
passagem está em Os Lusíadas; Ele é jornalista de O Globo; A reportagem foi feita por A
Gazeta. Não se diz, portanto, Essa passagem está nos Lusíadas; Ele é jornalista do Globo; A
reportagem foi feita pela Gazeta.
2 Nos casos em que se substituem as palavras Deus, Jesus, Maria (mãe de Jesus) ou Providência
por um pronome e em que se quer destacá-las, emprega-se o apóstrofo para indicar a
contração ou aglutinação de vogais: d’Ele, n’Ele, d’Ela, n’Aquela, Confiamos n’O que nos
salvou.
3 Ainda se emprega o apóstrofo nas ligações das palavras santo ou santa a nomes do hagiológio:
Sant’Ana, Sant’Iago, Largo de Sant’Ana.
a princípio/em princípio 1 A princípio significa na fase inicial, inicialmente: A princípio, vamos fazer um diagnóstico de
seu caso; A princípio, será feita uma pesquisa sobre natalidade.
2 Em princípio significa de maneira geral, antes de qualquer consideração, em tese: Em princípio,
não temos nenhum argumento contra a decisão.
52 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
1 Quando usada no singular, a expressão exige o verbo na terceira pessoa do singular: Aquele
de nós que saiu; Aquele de vocês que deseja participar do encontro avise-me; Aquele dentre
os alunos que não compareceu ao seminário fará atividade complementar.
2 Quando no plural, a expressão leva o verbo a concordar com a palavra que o precede:
Aqueles de vocês que dormirão no pátio podem sair; Aqueles de nós que comprarmos mais
de três livros teremos descontos; Aqueles dentre os servidores novatos que enviaram
propostas serão contatados. Todavia, há uma tendência moderna para deixar o verbo sempre
na terceira pessoa do plural: Aqueles de nós que foram ao tribunal...; Aqueles de vós que
farão o concurso...
artigo antes de nome geográfico 1 O artigo definido costuma ser utilizado antes de certos nomes próprios geográficos,
especialmente os que denotam países, oceanos, rios, montanhas e ilhas: a Inglaterra; o Brasil;
o Tejo; o Everest.
2 No caso dos estados brasileiros, dispensam o artigo os seguintes: Alagoas, Goiás, Mato Grosso,
Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco, Rondônia, Roraima e Sergipe.
3 Em relação aos nomes de cidades, em regra, não se usa o artigo. Há exceções, porém,
originadas na primitiva característica de substantivo comum: o Rio de Janeiro, o Porto, o
Cairo. Recife pode vir ou não acompanhado do artigo o.
OBSERVAÇÃO
Nomes geográficos em cuja formação entrem nomes próprios ou adjetivos não requerem artigo:
Belo Horizonte; Mato Grosso; Minas Gerais; Santa Catarina; São Paulo. No entanto, o Distrito Federal, o
Mato Grosso do Sul, o Rio Grande do Norte, o Rio Grande do Sul.
artigo antes de possessivo 1 Antes de pronome substantivo possessivo (substitui o nome), o emprego ou a omissão do artigo
importam em variação do significado da frase. Por exemplo, em este livro é seu e este livro é o
seu, vê-se que, na primeira, busca-se acentuar a ideia de posse e, na segunda, evidencia-se a
diferença entre o livro em questão e outros não pertencentes à pessoa.
2 Antes de pronome adjetivo possessivo (acompanha o nome), o artigo pode ou não aparecer,
sendo uma escolha estilística do emissor do texto: Meus familiares sempre me apoiaram; Os
meus familiares sempre me apoiaram.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 53
3 O artigo deve ser omitido, porém, quando o possessivo:
3.1 integra uma forma de tratamento ou expressões como Nosso Senhor, Nossa Senhora: Sua
Excelência chegará hoje; A Sua Excelência o Senhor (o a é mera preposição, equivalente a
para; se houvesse artigo, haveria acento indicativo de crase);
3.2 pertence a um vocativo: Não te deixarei nunca, meu filho;
3.3 faz parte de expressões feitas: Em minha opinião; em seu poder; por minha vontade; a meu
ver; a nosso ver;
3.4 vem precedido de um demonstrativo: Essa tua tristeza preocupa Joaquim.
a tempo/há tempo 1 A tempo significa no momento oportuno, dentro do prazo, em boa hora: Chegamos a tempo de
ouvi-la cantar; Essas notícias chegaram a tempo; Voltaram a tempo de participar do almoço.
2 O verbo haver em há tempo indica tempo decorrido e pode ser substituído por faz: Estamos
morando em Aracaju há tempo.
à toa 1 Como locução adverbial, à toa acompanha verbo e significa ao acaso: Andei por aí à toa; sem
razão: Matou o vizinho à toa; sem ocupação: Ficou à toa o dia todo; sem fundamento: Não foi
à toa que o avisei do perigo.
2 Como locução adjetiva, à toa acompanha substantivo e também apresenta várias acepções:
sem importância: problema à toa; fácil: exercício à toa; desprezível: sujeito à toa; impensado:
gesto à toa.
através de Tradicionalmente, a locução tem sido usada apenas para significar de um lado para outro, ao
longo de: Fizemos uma excursão através do País; As balas passaram através da parede;
Através dos anos, acumularam grande experiência. Modernamente, admite-se seu uso com
a acepção de por intermédio de, por meio de, mediante: Conseguiu executar bons projetos
através de parcerias; Ficamos a par do assunto através do boletim; Conseguiu a adesão da
maioria através de artifícios.
à uma/há uma hora/à 1 hora 1 À uma significa simultaneamente, ao mesmo tempo: Todos à uma se levantaram ao entrar
o rei.
54 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2 Há uma hora é expressão usada para indicar tempo decorrido: Chegamos há (faz) uma hora;
O trem partiu há (faz) uma hora.
3 À 1 hora designa a primeira hora: Terminaremos a reunião à 1 hora.
bastante 1 Como advérbio, bastante acompanha verbos, advérbios e adjetivos e é invariável; significa
muito, satisfatoriamente, de maneira acima da média: Durante o curso, estudei bastante o
idioma; Não estou cansado: dormi bastante; Ela não é escritora, mas escreve bastante bem;
No interrogatório, a ré ficou bastante irritada.
2 Como adjetivo, bastante acompanha o substantivo e é variável; significa suficiente,
satisfatório, numeroso, abundante: Colhemos dados bastantes; A empresa disponibilizou
recursos bastantes.
3 Como pronome indefinido, também acompanha o substantivo e é variável; significa muito:
Ele dedica bastantes horas ao trabalho.
bem como A concordância do verbo com o sujeito composto ligado por bem como faz-se de duas formas:
no singular, quando se quer destacar o primeiro elemento: O presidente, bem como os ministros,
emitiu parecer favorável; A professora, bem como a secretária, exigiu o afastamento do aluno.
Todavia, quando se quer atribuir a mesma importância aos dois elementos, retiram-se as
vírgulas e usa-se o verbo no plural: O professor bem como os alunos compareceram ao evento;
A carteira bem como os demais objetos foram encontrados no depósito.
boa tarde/bom dia; boa-tarde/bom-dia 1 Nas expressões boa tarde e bom dia, tarde (feminino) e dia (masculino) são meros substantivos
precedidos de adjetivos: Desejo a todos uma boa tarde (uma tarde boa, agradável); Que
tenham um bom dia (um dia bom, agradável).
2 Já as expressões boa-tarde e bom-dia são substantivos compostos masculinos: Senhoras e
senhores, saúdo-os com um afetuoso boa-tarde!; Amigos, um cordial bom-dia/um cordial
boa-tarde.
cada Cada une-se a substantivo, a qual (cada qual) e a um (cada um) com sentido distributivo e leva
o verbo para o singular: Analisou os processos cada assessor; Cada qual terá sua recompensa;
Cada um conferirá seu crachá. O pronome cada só precede substantivos no singular (cada
mesa, cada processo), a não ser que estes venham antecedidos de numeral (cada três mesas,
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 55
cada cinco processos). Não se usa cada um antes de nomes que indicam valor ou medida.
Diz-se cada real (e não cada um real); cada hora (e não cada uma hora); cada metro (e não
cada um metro); cada quilo (e não cada um quilo).
capítulo Os capítulos até 10 devem ser mencionados por numerais ordinais: capítulo I (primeiro),
capítulo X (décimo); a partir de 11, por cardinais: capítulo XVI (dezesseis), capítulo XXVII
(vinte e sete).
cargos 1 A denominação dos cargos deve ser grafada com iniciais maiúsculas e no masculino singular:
Advogado-Geral da União, Chefe de Gabinete, Corregedor-Geral da Justiça Federal, Defensor
Público-Geral, Deputado Federal, Desembargador, Diretor-Geral, Governador, Juiz Federal,
Ministro de Estado da Cultura, Ministro de Estado da Fazenda, Prefeito, Presidente da
República, Procurador-Geral da República, Secretário Especial dos Direitos Humanos,
Senador, Vice-Presidente da República, etc. Ex.: Eles foram empossados no cargo de Ministro
do Tribunal Superior Eleitoral; Ela assumiu o cargo de Ministro de Estado da Justiça; Ela foi
nomeada para o cargo de Técnico Judiciário, Área Administrativa.
2 Nas referências a cargos de elevado nível hierárquico acompanhados do nome dos titulares,
usam-se iniciais maiúsculas. Em se tratando de mulheres, além de usar as iniciais maiúsculas,
deve-se fazer a concordância em gênero e em número. Ex.: o Desembargador Emídio Sales,
o Juiz Anselmo Toscano, a Juíza Ariane Cortez, a Ministra de Estado das Comunicações, a
Prefeita Maria Adelaide, de Nova Odessa.
OBSERVAÇÃO
Caso a referência esteja na posição de aposto explicativo, também deve ser grafada com iniciais
maiúsculas e concordar em gênero e número com o nome do titular do cargo: Ana Maria Gobato,
Ministra de Estado do...; Roberto Ferreira Santos e Fabrício de Sousa Mendes, Subprocuradores-Gerais
da República...
3 Nas referências a cargos de menor hierarquia acompanhados do nome dos titulares,
usam-se iniciais minúsculas e faz-se a devida concordância em gênero e número: A analista
judiciária Maria de Freitas Moura...; Ana Rosa de Sousa, analista judiciária...
OBSERVAÇÃO
Seja qual for o nível do cargo, o vocativo sempre será grafado com inicial maiúscula: Senhora Presidente,
Senhora Diretora-Geral, Senhora Chefe.
56 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
4 Nas referências genéricas a ocupantes de cargos, usam-se iniciais minúsculas: Os ministros
foram convocados para uma sessão extraordinária; Os governadores ainda não se
pronunciaram; As desembargadoras já foram empossadas; Três senadores apresentaram
propostas; A secretária participou da palestra; Três ministros de estado serão recebidos em
audiência hoje.
5 É comum o cargo ser mencionado antes do nome da autoridade: o Ministro do STF____________;
o Presidente do STJ, Ministro____________; o Ministro da Justiça, ____________; o Presidente do
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Desembargador____________; a Ministra do STJ____________.
6 Quanto ao uso do hífen, as palavras indicadoras de cargos e funções que fazem parte da
hierarquia de empresas e de instituições são assim grafadas: advogado criminalista,
advogado de acusação, analista contábil, analista financeiro, assessor legislativo, assessor
jurídico, assistente comercial, auxiliar administrativo, chefe de gabinete, cientista
político, colunista social, comentarista econômico, consultor financeiro, diretor
administrativo, diretor comercial, diretor executivo, diretor financeiro, diretor-geral,
diretor-gerente, diretor industrial, diretor jurídico, diretor presidente, diretor-secretário,
diretor substituto, editor-chefe, engenheiro mecânico, gerente administrativo, gerente
comercial, gerente financeiro, gerente-geral, gerente industrial, gerente jurídico, gerente
regional, primeiro-ministro, primeiro secretário, procurador-geral, professor-assistente,
professor-associado, secretário-geral, sócio-gerente, supervisor administrativo,
tesoureiro-geral, etc.
7 Nas patentes militares, usa-se hífen, salvo nos casos em que há preposição ou a conjunção e
entre as palavras: capitão-aviador, capitão-general, capitão-tenente, primeiro-sargento,
primeiro-tenente, segundo-cadete, segundo-tenente, tenente-brigadeiro do ar, capitão de
bandeira, capitão de fragata, capitão de mar e guerra, etc.
8 Não se usa hífen nas referências a cargo efetivo juntamente com cargo provisório ou
função: desembargador presidente, ministro diretor da revista, ministro presidente, ministro
relator, etc.
cessão/seção/sessão 1 A palavra cessão significa ato de ceder: cessão de direitos, cessão de livros.
2 Seção equivale a divisão, repartição, capítulo, parte de um setor: Segunda Seção do STJ, seção
de pessoal, seção literária, seção de roupas.
3 Sessão é reunião ou assembleia: O Ministro tomou posse na sessão do Conselho; Houve
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 57
apenas duas sessões na Câmara. Pode ainda significar o tempo no qual se realiza um trabalho:
Foram necessárias duas sessões para a confecção dos modelos; O tratamento exigiu dez
sessões de quimioterapia; ou espetáculo: Assisti à última sessão teatral do grupo Terra; A
sessão musical ocorrerá após a humorística.
colocação pronominal 1 Ênclise. Como é natureza do pronome oblíquo ser complemento, em regra ele vem depois
do verbo quando não há palavra que o atraia: O ministro solicitou-me informações; O júri
considerou-o culpado; A empresa enviou-nos um convite.
1.1 No português formal, não se inicia frase com pronome átono, sendo, portanto, em tal
situação, obrigatória a ênclise: Faça-me o favor de perguntar ao coordenador se ele já
concluiu o relatório.
1.2 Usa-se a ênclise também com verbo precedido de pausa: Após o credenciamento, entre
guei-lhes a documentação. No entanto, em pausa motivada por intercalação, pode-se usar a
próclise, desde que haja elemento atrativo, ou a ênclise: É necessário que, logo após a reunião
da comissão, dirijam-se/se dirijam à portaria.
1.3 Com gerúndio, não havendo palavra de valor atrativo, a eufonia recomenda a ênclise: Acabei
confiando-lhe todas as informações. Há exceção quando essa forma verbal vem precedida
da preposição em: Em se tratando dos direitos adquiridos, não foi possível incluí-los na
pauta; Em o encontrando, transmita meus agradecimentos; de advérbio: Bem o fazendo ou
não, entregarei o trabalho amanhã; Não o encontrando, volte ao alojamento; ou de conjunção:
Quer o encontrando, quer não, volte ao alojamento.
2 Próclise. Há casos em que o pronome perde sua força enclítica pela anteposição, aos verbos,
de partículas de atração, tais como:
2.1 Palavras de sentido negativo (não, nem, nunca, nada, nenhum, ninguém): Não o vimos na
sessão; O funcionário não compareceu nem se justificou; Nada nos convence do contrário;
Ninguém nos atendeu.
2.2 Advérbios e locuções adverbiais: Talvez nos seja necessário refazer o trabalho; Estou certo de
que sempre nos enviarão notícias; Acaso o encontraram?; Muito me admira a sua disposição
para o trabalho; Eles certamente a impedirão de testemunhar; Lá se pode viver com
tranquilidade; À noite se ocupam de outras atividades; Dia a dia nos sentimos mais fortes.
58 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2.2.1 Havendo pausa marcada por vírgula depois do advérbio ou da locução, o pronome ficará
depois do verbo: Atualmente, fala-se muito em globalização; A propósito, indagaram-nos as
condições do prédio.
2.3 Conjunções subordinativas que introduzem orações adverbiais: Embora lhe tenham
assegurado bolsa de estudos, preferiu outra faculdade; Como se organizaram, conseguiram
concluir a tarefa a tempo; Trabalhou tanto quanto me prometera; Caso se abstenha da
bebida, terá condições de fazer o teste; Gritou de tal modo, que nos assustou sobremaneira;
Solicitamos sua presença, a fim de que nos preste algumas informações; Logo que nos viu,
correu a nosso encontro; Quanto mais se dedicou às letras, mais se sentiu ignorante no
conhecimento do universo; Os representantes do Ministério Público agiram conforme se
imaginava.
2.4 Conjunções subordinativas que introduzem orações substantivas (que e se): Pediu que lhe
remetessem as cópias autenticadas; É necessário que nos entendamos urgentemente; Isso
depende de que nos esforcemos; Estou receosa de que se percam; A verdade é que os
encontramos à beira da estrada; Só desejo isto: que me escutem primeiramente; Não sabemos
se nos acompanharão na viagem. O que subentendido atrai o pronome da mesma forma:
Solicitou lhe (que lhe) fossem prestadas informações no prazo de 5 dias; Requeiro se (que se)
digne comparecer ao julgamento; Sugeriu nos (que nos) escrevessem em holandês.
2.5 Pronomes relativos: O advogado a quem nos dirigimos não era o responsável pela causa; O
processo cuja cópia nos remeteu foi extraviado; Não reconheci a mulher que nos
cumprimentou; A Medida Cautelar n. 157, à qual se referiu o advogado, foi julgada
recentemente.
2.6 Pronomes indefinidos: Alguns nos surpreenderam; Alguém se propõe a representar a
instituição?; Algo me pareceu errado; Muitos se propuseram a trabalhar no fim de semana.
2.7 Certas conjunções coordenativas (não só... mas também, que, ou... ou, quer... quer, ora... ora):
Não só me ajudou nas tarefas domésticas mas também nas da escola; Faça sua parte, que me
comprometo a ajudá-lo; Ou lhe entregue as fitas, ou lhe fale a verdade; Quer se ofereça, quer
se contenha...; Ora se manifesta, ora se cala.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 59
OBSERVAÇÃO
Usa-se também a próclise em frases optativas, exclamativas e interrogativas: Deus o acompanhe!; Boas
ideias o inspirem!; A sabedoria te proteja do erro!; Quanto nos custa dizer a verdade!; Quando se
apresentará o réu?
3 Mesóclise. Com os verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, em início de frase ou
quando não existe palavra de atração, é norma usar a mesóclise: Tratá-lo-ei como amigo;
Contar-lhes-ia a história; As reuniões iniciar-se-ão no mês de março; O casamento realizar-se-ia
às 19 horas.
3.1 Não sendo início de frase, é possível, mesmo não havendo atração, usar a próclise com esses
tempos verbais: As reuniões se iniciarão no mês de março; As crianças lhe contarão a
verdadeira história; O casamento se realizaria às 19 horas. Havendo, porém, pausa sem
elemento de atração, a mesóclise será obrigatória: Nessas condições, devolvê-lo-emos aos
legítimos proprietários.
4 Casos especiais. Existem casos em que o pronome pode ser colocado antes ou depois do verbo:
4.1 Infinitivo precedido de preposição ou de locução prepositiva: Para os convocar, devo
antes preparar a pauta da reunião/Para convocá-los; Disse que agiu sem nos causar prejuízos/
sem causar-nos; Depois de se dispor a estudar, desistiu/Depois de dispor-se. Junto a infinitivo
flexionado regido de preposição, é de rigor a próclise: Antes de nos preocuparmos,
deveríamos buscar orientação profissional; Sem o perderem de vista...; Até se adaptarem ao
clima... Se o pronome for o(s) ou a(s) e a preposição anteposta ao infinitivo for a, a ênclise
será obrigatória: Começaram a persegui-lo quando saiu do trabalho; Estava disposta a
denunciá-la; Fomos levados a incluí-la nos planos.
4.2 Locução verbal
4.2.1 Verbo auxiliar + infinitivo. Não havendo atração, o pronome ficará depois do auxiliar ou
do infinitivo ou antes do auxiliar: Eu devo-lhe solicitar/devo solicitar-lhe/lhe devo solicitar os
dados; Os meninos querem-lhe dizer/querem dizer-lhe/lhe querem dizer algo; Ela deseja-lhe
ensinar/deseja ensinar-lhe/lhe deseja ensinar o alfabeto; A testemunha devia-se resguardar/
devia resguardar-se/se devia resguardar de entrevistas. Havendo atração, o pronome virá
antes do auxiliar ou depois do infinitivo: Jamais lhe devo solicitar/Jamais devo solicitar-lhe;
Ela não lhe deseja ensinar/não deseja ensinar-lhe; A testemunha não se devia resguardar/
não devia resguardar-se.
60 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
4.2.2 Verbo auxiliar + gerúndio. Não havendo atração, o pronome deverá vir depois do auxiliar
ou do gerúndio ou antes do auxiliar: A empresa está-lhe enviando/está enviando-lhe/lhe está
enviando os formulários; As noites foram-se tornando/foram tornando-se/se foram tornando
longas; Os culpados estavam-nos ameaçando/estavam ameaçando-nos/nos estavam
ameaçando de morte. Caso haja atração, o pronome deverá ficar antes do auxiliar ou depois
do verbo principal: A empresa não lhe está enviando os formulários/A empresa não está
enviando-lhe os formulários; As noites ali se foram tornando longas/As noites ali foram
tornando-se longas; Às claras nos estavam ameaçando/Às claras estavam ameaçando-nos.
4.2.3 Verbo auxiliar + particípio. Não havendo atração, o pronome virá depois ou antes do
auxiliar: O grupo tinha-se proposto/se tinha proposto a ficar; Os instrutores haviam-no
advertido/o haviam advertido; A universitária tem-se preparado/se tem preparado para o
concurso. Se houver atração, o pronome deverá vir antes do auxiliar: Os instrutores já o
haviam advertido; A universitária, embora se tenha preparado para o concurso, não
conseguiu a vaga. Nunca, portanto, o pronome virá depois do particípio.
combinado com (c/c)/cumulado com (c/c) 1 A expressão combinado com, geralmente empregada nas citações de legislação, deve ser
abreviada e precedida de vírgula quando se referir a dispositivo legal especificado: O paciente
foi condenado pela prática do delito previsto no art. 18 da Lei n. 10.826/2003, c/c o art. 19 da
mesma norma; O advogado fundamentou a petição no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal,
c/c o art. 6º da Lei de Introdução ao Código Civil. Quando, porém, o antecedente da expressão
for termo genérico, serão inadmissíveis a forma abreviada e a vírgula: O advogado funda
mentou a petição em artigo da Constituição Federal combinado com artigo do Código Penal.
2 A expressão cumulado com, também abreviada, é empregada para ações ou pedidos
simultâneos: Ação de invalidade de negócio jurídico c/c (cumulada com) danos morais;
Pedido de auxílio-doença c/c (cumulado com) aposentadoria por invalidez.
comparação (do que/que) 1 As duas formas são usadas indiferentemente para indicar comparação: É mais fácil construir
do que/que reformar; Ninguém se doou mais à campanha do que/que ele; Ele não é menos
atencioso do que/que o irmão.
2 De, do e da sozinhos não estabelecem comparação, sendo consideradas inaceitáveis
estruturas deste tipo: Escreveu três livros a mais de (o certo seria do que) Machado; Tirou dez
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 61
dias de férias a menos do diretor (o certo seria do que o); O Brasil está com dois pontos a mais
da Coreia (o certo seria do que a).
com vistas a/com vista a 1 Ambas as formas são usadas quando se vai submeter um requerimento, problema ou
demanda à consideração de outrem, de instituição ou de repartição: O processo está com
vistas/vista ao Ministério Público; Os autos estão com vistas/vista ao ministro relator.
2 As expressões também são usadas para indicar finalidade (HOUAISS, 2014): A parte deve dar
imediatamente início ao processo de obtenção de provas com vistas/vista a agilizar a solução
da lide.
1.1 Regra geral. O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere:
colcha estampada, vestido estampado, livro velho, livros velhos.
1.2 Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos do singular e do mesmo gênero pode ficar no
plural ou no singular e no gênero dos substantivos: ministro e desembargador alagoanos,
assessora e consultora jurídicas, técnica e analista judiciárias, processo e relatório
administrativo, capacidade e virtude humana, música e comida mineira.
1.2.1 Quando anteposto, a concordância se faz com o substantivo mais próximo: Não compreendi
o estranho comportamento e vocabulário do réu; A experiente administração e assessoria.
1.3 Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos do singular e de gêneros diferentes fica no
plural masculino ou concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo: povo
e cultura nordestinos, poeta e cantora mineiros, acusação e voto impreciso, idioma e
literatura portuguesa.
1.3.1 Quando anteposto, o adjetivo vai, igualmente, para o plural masculino ou concorda com o
substantivo mais próximo: os invencíveis ator e apresentadora, os perversos réu e ré, a
fantástica defesa e julgamento, a conceituada revista e jornal.
Quando os substantivos são nomes próprios ou nomes de parentesco, o adjetivo vai sempre para o
plural: os famosos Pedro e Paulo, os respeitados mãe e avô.
62 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
1.4 Quando posposto e usado em referência a substantivos do plural e de gêneros diferentes, o
adjetivo vai, geralmente, para o plural e para o gênero do substantivo mais próximo: os
terceirizados e as funcionárias convocadas, cadeiras e sofás estofados, apartamentos e casas
espaçosas, decretos e leis brasileiras.
1.5 Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos do mesmo gênero e de números diferentes vai,
mais comumente, para o plural e para o gênero dos substantivos: Estudei a língua e as leis
francesas; O agravo e os embargos indeferidos...; As religiões e a civilização gregas são...
1.5.1 Quando anteposto, o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo: nobres ministros e
desembargador, clara resposta e argumentações.
1.6 Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos de gêneros e números diferentes vai, geralmente,
para o masculino plural: Ele redigiu recursos e petição extraordinários; Estudou as tradições
e o direito brasileiros. A concordância também pode ser feita com o gênero e o número do
substantivo mais próximo (mais comum quando o último substantivo é feminino plural): Ele
redigiu recursos e petição extensa; Estudou o direito e as tradições brasileiras.
1.7 Quando os substantivos são sinônimos ou formam gradação, a concordância se faz com o
mais próximo: a dedicação, o esforço e a presteza materna; as ideias e o pensamento
shakespeariano; a fé, a esperança e o amor cultivado.
1.8 Quando mais de um adjetivo é usado em referência a um substantivo, existem as seguintes
opções: as matérias civil e penal, a matéria civil e a penal.
1.9 Quando mais de um numeral ordinal é usado em referência a um substantivo, existem as
seguintes opções: o primeiro e o segundo lugar, o primeiro lugar e o segundo, o primeiro e
o segundo lugares; o segundo e o terceiro ato, o segundo ato e o terceiro, o segundo e o
terceiro atos.
1.10.1 Um e outro, nem um nem outro. O substantivo posposto a essas expressões fica no singular,
mas o adjetivo, no plural: um e outro candidato desistentes, uma e outra proposta
apresentadas, nem um nem outro acordo firmados, nem uma nem outra virtude citadas.
1.10.2 O adjetivo vai obrigatoriamente para o plural quando é predicativo de objeto plural ou
composto: Encaminhamos anexos os comprovantes bancários; Julgamos inocentes o réu e a ré.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 63
1.10.3 Algo de/alguma coisa de. Em ambas as expressões, o adjetivo posposto não varia: A casa
tem algo de místico (e não de mística); A ré tem alguma coisa de estranho (e não de estranha);
A cidade tem algo de mágico (e não de mágica). Omitindo-se a preposição, faz-se a concordância
do adjetivo com o substantivo: A ré tem alguma coisa estranha; A cidade tem alguma coisa
mágica. A regra aplica-se também a estas expressões: tudo de, nada de, nenhuma coisa de,
qualquer coisa de.
1.10.4 Concordância com a ideia. Existem casos em que a concordância é feita com a ideia
expressa pelo nome que representa o sujeito: A L2 (a avenida) está sempre congestionada; A
Corpo & Cia (academia) é a preferida dos adolescentes; A José Olympio (editora) está aberta;
O Paraíba (rio) está seco; O Sarah Kubitscheck (hospital) é pródigo na assistência fisioterápica;
Vossa Excelência está preocupado (homem).
2 Verbo e sujeito (verbal)
2.1 Regra geral. O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa: Os processos foram
julgados; O juiz negou seguimento ao feito; Nós impetramos habeas corpus; A advogada
entrou com recurso em juízo.
OBSERVAÇÃO
Importa destacar que se aplica a regra geral de concordância verbal ao caso do sujeito passivo
nas orações da voz passiva sintética, ou seja, naquelas em que há o pronome apassivador se.
Assim, nos casos exemplificados a seguir, deve-se identificar o sujeito para fazer a correta
concordância do verbo.
Exemplos:
Afasta-se a alegada violação do artigo (o verbo concorda com o sujeito passivo a alegada violação),
forma correspondente a a alegada violação do artigo é afastada.
Intime-se o réu (o verbo concorda com o sujeito passivo o réu), oração correspondente a o réu
seja intimado.
Intimem-se as partes (o verbo concorda com o sujeito passivo as partes), oração correspondente
a as partes sejam intimadas.
64 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2.2 Sujeito composto. Havendo mais de um núcleo, o verbo vai para o plural: O assessor e a
secretária redigiram o documento; Ciência, história e literatura são essenciais para o
progresso. Quando o sujeito composto vem posposto ao verbo, pode ser feita a concordância
com o núcleo mais próximo: Acendeu-se a ira e a desconfiança; Firmou-se a norma e a
doutrina; Apareceu o ator e o roteirista. Se o sujeito posposto é formado de nomes próprios,
aconselha-se a concordância no plural: Assinaram o acordo o Dr. Marcos Batista e a
Procuradora Sandra Costa.
2.3 Casos especiais
2.3.2 Sujeito resumido por pronome indefinido. Quando o sujeito composto termina por um
pronome indefinido resumidor (tudo, nada, ninguém, alguém, cada um, cada qual), o verbo
fica no singular: A casa, os móveis, o jardim, tudo estava depredado; A doença, os escassos
recursos, o cansaço, nada o impediu de viajar; Familiares, vizinhos, colegas de turma,
ninguém deixou de se lembrar do aniversário; O pai, a mãe, o irmão, a tia, cada um foi
ouvido separadamente; O vigilante externo, o recepcionista, o ascensorista, cada qual foi
reintegrado no seu cargo. (V. aposto, 4.)
2.3.3 Sujeito indeterminado com o índice se. Nas orações, pode haver um verbo sem que seja
possível identificar a pessoa gramatical a que ele se refere, o que a gramática identifica como
oração com sujeito indeterminado. Comparando duas orações como acredita na justiça e
acredita-se na justiça, vê-se que, enquanto na primeira o verbo se refere à terceira pessoa do
singular (ele/ela acredita na justiça), na segunda não se identifica a pessoa a que o verbo se
reporta − não cabe ele/ela acredita-se na justiça. A diferença entre os dois exemplos anteriores
é a presença do índice de indeterminação do sujeito − se. E, quando não for possível
determinar o sujeito de um verbo por causa do índice se, a única forma correta será o verbo
na terceira pessoa do singular. Vejam-se os exemplos: Não se trata de atos simulados;
Trata-se de ação de rescisão de partilha amigável proposta pela autora; Segundo o magistrado,
ainda neste ano, deve-se proceder ao julgamento dos réus; Cogitou-se em mudanças na
resolução que trata do assunto.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 65
OBSERVAÇÃO
É importante diferenciar o caso anterior das orações em que o se tem função de partícula apassiva
dora, ou seja, quando o verbo tem sujeito que sofre a ação (basta fazer as perguntas tradicionais
quem é que...? ou o que é que...? ao verbo; havendo resposta na oração, esta será o sujeito). Se o
verbo tiver sujeito passivo, cabe aplicar a regra geral, segundo a qual o verbo concorda com o núcleo
do sujeito simples em número e pessoa, ou, no caso de sujeito composto, vai para a forma do plural:
Afasta-se a alegada violação do art. 535 do CPC (núcleo do sujeito: violação); Afastam-se as
preliminares elencadas (núcleo do sujeito: preliminares); Revela-se escorreita a decisão (núcleo do
sujeito: decisão); Revelaram-se os vícios ocultos após alguns dias de uso do aparelho (núcleo do
sujeito: vícios); No caso, celebrou-se termo de cessão de direitos hereditários (núcleo do sujeito:
termo); No caso, celebraram-se acordos relativos à cessão de direitos (núcleo do sujeito: acordos).
Convém destacar que, havendo sujeito composto após o verbo, é possível fazer a concordância com
o núcleo mais próximo: Aceita-se cheque ou dinheiro; Confira-se a ementa e o dispositivo do voto.
2.3.4 Palavra tomada materialmente. Palavra no plural tomada materialmente leva o verbo para o
singular: Eles é a terceira pessoa do plural; Processos está no plural; Mares é o título da poesia.
2.3.5 Preço, quantidade, medida, porção. Quando o sujeito está representado por palavras ou
expressões indicadoras de preço, quantidade, medida e porção, o verbo ser fica no singular:
Duas folhas por R$ 3,00 é barato; Dois terrenos por R$ 2.000.000,00 é muito caro; Dois salários
é pouco; Dezesseis horas diárias é muito; Dez quilos será demais; Duas medidas da receita é
pouco; Dois terços do combinado é R$ 60,00.
2.3.6 Expressões partitivas. Expressões como grande número de, grande quantidade de, parte de, a
maior parte de, a maioria de, a minoria de, metade de e equivalentes deixam o verbo no singular
quando se quer destacar a totalidade, o conjunto como unidade: Grande número de
parlamentares compareceu à votação; Grande quantidade de processos foi autuada; Parte dos
acórdãos já foi publicada; A maior parte dos brasileiros foi às urnas; A minoria dos funcionários
fez greve; Metade dos processos já foi julgada. O verbo fica no plural quando são evidenciados
os vários elementos que compõem o conjunto: A maior parte dos prisioneiros empunhavam
armas; Grande parte dos empregados reivindicaram aumento de salário.
2.3.7 Um e outro, nem um nem outro. O sujeito constituído dessas expressões permite que o verbo
fique no singular ou plural. O substantivo, caso haja, fica no singular, e o adjetivo que eventualmente
o siga, no plural: Um e outro apresentou/apresentaram os requisitos para o cargo; Um e outro
perfume é bom/são bons; Nem uma nem outra matéria foi discutida/foram discutidas pela
administração; Uma e outra escola americanas ofereceu/ofereceram bolsas de estudo.
66 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2.3.8 Um ou outro. Quando o sujeito é representado por essa expressão, o verbo fica no singular;
o substantivo, caso ocorra, também fica no singular: Um ou outro será julgado logo; Um ou
outro réu será julgado logo.
2.3.10.1 Mais de um. O verbo deve ficar no singular se não há ideia de reciprocidade: Mais de
um advogado conseguiu audiência ontem; Mais de um deputado foi afastado do cargo.
Caso a expressão mais de um esteja repetida ou seja usada para indicar reciprocidade,
o verbo vai para o plural: Mais de um assessor, mais de um secretário foram beneficiados
com a medida adotada; Mais de um vizinho cumprimentaram-se; Mais de um jogador
agrediram-se.
2.3.10.2 Menos de dois. A expressão leva o verbo para o plural: Menos de dois dias são necessários
para completar esta tarefa; Sobraram menos de duas resmas de papel após a impressão
dos panfletos.
2.3.11 Ou. Quando os elementos do sujeito composto são ligados por ou, o verbo concorda com
o mais próximo se houver exclusão: Ele ou o colega pagará pelos prejuízos; A secretária
ou a assessora assumirá o novo cargo; O ministro ou o secretário-geral assinará este
documento?; Ou o pai ou o filho assumirá a presidência da empresa. O verbo vai para o
plural quando se refere a todos os elementos do sujeito: O bacharel em Direito ou o
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 67
2.3.11.1 Se o ou tem caráter de correção, o verbo concorda com o último elemento: Qual ou quais
medidas serão adotadas?/Quais ou qual medida será adotada?; O culpado ou culpados
serão punidos/Os culpados ou culpado será punido.
2.3.12 Nomes próprios. Nos casos de sujeito representado por nome próprio plural acompanhado
de artigo, a concordância é feita com o número do artigo: Os Estados Unidos ameaçaram
começar a guerra; As Memórias de um Sargento de Milícias foram lidas pela turma da
sétima série; Os Sertões são a obra-prima de Euclides da Cunha; O Amazonas é o maior rio
do mundo em volume d’água.
2.3.14 Quem. Qualquer que seja a pessoa e o número do sujeito da oração principal, quem leva o
verbo, geralmente, para a terceira pessoa do singular: Fui eu quem estacionou o carro ali;
Fomos nós quem pediu a pizza; Fostes vós quem comprou a casa de campo?; Eu e ele somos
quem trabalha na recepção. Pode o verbo, também, deixar-se influenciar pelo número e
pessoa do pronome pessoal que porventura o anteceda: Fui eu quem estacionei o carro ali;
Fomos nós quem pedimos a pizza.
2.3.14.1 Quando quem equivale a que pessoas, o verbo (ser) vai para o plural: Quem são os responsáveis
por aquelas crianças?; A polícia descobriu quem são os integrantes da quadrilha.
3 Verbo de ligação, predicativo e sujeito
3.1 O predicativo, quando constituído de adjetivo ou pronome, concorda com o sujeito em
gênero e número: A escola é espaçosa; Os procuradores parecem interessados; Os escolhidos
são aqueles que acabam de entrar.
68 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
3.2 O predicativo representado por substantivo abstrato ou substantivo de uma só forma
genérica fica invariável: Essas medidas são incumbência do Judiciário; Eles são a resposta
que esperávamos; Os acórdãos são modelo; Estes documentos são a prova do crime.
3.3 Quando, na oração, aparecem o verbo ser ou parecer, um sujeito constituído de pronome
demonstrativo (o, isto, isso, aquilo) ou indefinido (tudo, nada) e o predicativo no plural, o
verbo concorda, de preferência, com o predicativo: O que temo são as injustiças; O que
deixei lá foram fotos e cartões; Aquilo foram situações difíceis; Isto são as relíquias da
família; Tudo pareciam especulações; Tudo foram alegrias. Entretanto, se o sujeito é
constituído por nome de pessoa, a concordância é feita com ele: Marcos é as primícias da
família; Vilma é os deleites dos pais.
3.4 Predicativos formados por bom, necessário, preciso, proibido, feio e semelhantes. Com
sujeitos que expressam generalidade, esses predicativos ficam invariáveis: Gordura não é
bom para a saúde; É necessário conhecimento e sabedoria; É preciso paciência; É proibido
bebida; É feio inveja. Quando, porém, o sujeito recebe determinação com o uso de artigo,
pronome ou adjetivo, é feita a concordância regular: A gordura hidrogenada não é boa para
a saúde; São necessários o conhecimento dos livros e a sabedoria das cãs; Aqui é proibida
esta bebida; É feia a inveja dos arrogantes.
3.5 Sujeito, predicativo e pronome. O pronome pessoal, quer na posição de sujeito quer na de
predicativo, atrai a concordância do verbo ser: Nós somos o grupo de apoio; Vós sois a última
geração de sacerdotes; Elas são a elite da cidade; O STJ são vocês; O representante da OAB sou
eu; O relator do grupo és tu. Havendo dois pronomes, a concordância deverá ser feita com o
primeiro: Você não é eles; Eu não sou você; Tu não és ele; Vós não sois ela.
conquanto Conquanto introduz unicamente oração subordinada adverbial concessiva e tem a acepção
de embora, se bem que, não obstante: Conquanto (embora, se bem que, não obstante) tivéssemos
pensado nos detalhes, esquecemos a relação das músicas a serem tocadas na recepção; A
população elegeu-o prefeito conquanto (embora, se bem que, não obstante) conhecesse seu
passado negro; Ele saiu conquanto (embora, se bem que, não obstante) estivesse chovendo.
É inadmissível, portanto, usar conquanto como conjunção causal (porque, uma vez que,
porquanto).
constante de 1 Que consta de (algo), que faz parte de; incluído em: Os documentos constantes deste dossiê
são falsos.
2 Constituído de: O agravado possui bens constantes de imóveis e veículos.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 69
constar de/em 1 Usam-se indiferentemente as duas formas para significar estar escrito, registrado ou
mencionado: Os nomes das partes não constam da/na lista; Tudo que fez consta da/na sua
biografia; Não constam do/no relatório esses dados.
2 Significando ser composto de, ser constituído de, usa-se somente constar de: A coleção consta
de 21 volumes.
crase 1 Crase é a fusão da preposição a com o artigo a: Fomos à (a preposição + a artigo) praia; Li o
texto relativo à (a preposição + a artigo) aposentadoria dos juízes; Remeti os ofícios às (a
preposição + as artigo) autoridades constantes da lista. É essencial, portanto, para o uso do
acento grave, indicador da crase, que a palavra anterior ao substantivo exija a preposição a
e que o substantivo admita o artigo a.
2 Casos especiais. Ocorre a crase ainda:
2.1 Com os pronomes demonstrativos a(s), aquele(s) e aquela(s) e derivados e aquilo: Haverá
várias reuniões: irei à de quinta-feira; Preferimos esta máquina à que nos foi indicada; Não
me referi à criança deitada, mas à que estava correndo; Fui diretamente àquele
recepcionista; Proferiu palestras referentes àquela doutrina; Preferiu esta àqueloutra; Não
atribuiu os prejuízos àquilo.
2.2 Com os relativos a qual e as quais: Fiz referência a esta mulher, à qual sugeri impetrasse
habeas corpus; Essas medidas, às quais tenho aversão, certamente não hão de prosperar.
2.3 Com nomes masculinos antes dos quais se omite a palavra moda ou maneira: Escreve à
Machado de Assis; O grupo veste-se à Pierre Cardin.
2.4 Com numeral que indica hora: Saí às 19 horas; A comitiva só chegou à zero hora; Fizemos
o trato de chegar à 1 hora; Os contratados trabalham da 1 hora às 7 horas. Sem crase,
porém, os exemplos abaixo, pois o a é mero artigo precedido das preposições desde e após:
Espero-o desde as 14 horas; Ele chegou após as 22 horas. Com até, é facultativo o emprego
da preposição a: Eles trabalharam no relatório até as/às 23 horas.
2.5 Com a palavra distância determinada: A casa ficava à distância de 5 metros.
3 Crase inexistente. Não ocorre a crase nos seguintes casos:
3.1 Antes de palavras masculinas: tela a óleo; fogão a gás; A escolha fica a critério das crianças.
70 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
3.2 Antes do artigo indefinido uma: Assistimos a uma peça infantil; Precisei falar a uma plateia
de empresários; Dirigiram-se a uma pessoa do balcão. (V. à uma.)
3.3 Antes de verbo: Recusei-me a buscá-la; Começou a procurar as anotações.
3.4 Antes dos pronomes pessoais, incluindo-se os de tratamento: Não entreguei a nota fiscal a
ela; Emprestei a você tudo o que tinha; Agradeço a V. Exa. a gentil oferta; Dirijo-me a V. Sa.
a fim de... Antes de senhora e senhorita, entretanto, usa-se o acento indicativo de crase
desde que a palavra anterior exija a preposição a: Agradeço à senhora...; Tenho amor à
senhora; Dirijo-me à senhorita...
3.5 Antes dos demonstrativos esta e essa: Chegamos a esta conclusão; Não deram valor a essa
orientação; Dedica a vida a essa causa.
3.6 Antes da maioria dos pronomes indefinidos: Não deveríamos dar importância a nenhuma
crítica; Estendemos os benefícios a todas as pessoas; Devemos comunicar o fato a alguma
autoridade? O pronome outra é exceção, pois admite ser precedido do artigo a: Prefiro esta
camisa à outra (trata-se de duas camisas); Solicitou à outra enfermeira os mesmos cuidados
(trata-se de duas enfermeiras).
3.7 Entre palavras repetidas: face a face, frente a frente, página a página, de ponta a ponta, gota
a gota, cara a cara.
3.8 Antes da palavra casa desacompanhada de adjunto: Irei a casa logo mais.
3.9 Antes da palavra distância quando indeterminada: Observei a cena a distância.
OBSERVAÇÃO
Caso a palavra distância não determinada ocasione ambiguidade, o a deve ser acentuado: Ele observava
à distância (de longe).
3.10 Antes de palavra feminina no plural, sem artigo: Não compareço a festas públicas.
cujo Existem três condições para o uso de cujo e flexões: 1) haver antecedente (possuidor) e consequente
(coisa possuída) diferentes; 2) existir equivalência com do qual, da qual, dos quais e das quais; 3)
existir a ideia de posse: A empresa cujo cliente nos ligou está pedindo audiência [possuidor =
empresa, coisa possuída = cliente; o cliente da qual; o cliente é da empresa (ideia de posse)].
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 71
OBSERVAÇÕES
1 Depois de cujo e variações, não é admissível artigo. Assim, as construções que se seguem estão dentro
da norma: Os réus cujos processos foram julgados... (e não cujos os processos); O escritório cuja porta
for preta... (e não cuja a porta); O livro cuja capa está rasgada... (e não cuja a capa).
2 Quando esse relativo se refere a dois ou mais substantivos, não varia no plural; concorda com o
elemento mais próximo: O rapaz cujo pai e mãe...; O processo cujo impetrante e impetrado são do
Tribunal...; O tribunal cuja direção e servidores irão participar do evento...
dado(s)/dada(s) Dado com caráter causal será flexionado de acordo com o termo que a ele vier posposto e
jamais admitirá a preposição a: Dado o montante acumulado, foram muitos os apostadores;
Dados os imprevistos, chegamos atrasados; Dada a posse dos membros da comissão, os
trabalhos se iniciarão amanhã; Dadas as circunstâncias, não poderei ausentar-me do
tribunal.
dado que A locução conjuntiva é usada com sentido causal: Dado que (como, porque) não se submeteu
às normas da instituição, foi demitido; O advogado entrou com recurso, dado que (porque) a
cliente não ficou satisfeita com a decisão do Juízo de primeiro grau; condicional: Não gosta de
passeios, e, dado que (caso) gostasse, encontraria uma forma de arcar com os custos;
concessivo: Dado que (embora) estivesse feliz, não o demonstrou.
debaixo/de baixo 1 Debaixo significa em posição verticalmente inferior a (alguém ou algo acima), sob: Coloquei os
documentos debaixo do colchão; Aquele pobre rapaz mora debaixo de uma latada.
2 A expressão de baixo é geralmente usada para estabelecer contraste com a cima: Olhou o
visitante de baixo a cima; Fizemos uma vistoria de baixo a cima e não encontramos vestígios
de insetos.
de + infinitivo de sujeito expresso Como o sujeito é considerado pela gramática um termo que não depende de outro, não se
deve contrair a preposição de com o adjunto do sujeito expresso de infinitivo nem com o
sujeito em orações como estas: É hora de os meninos dormirem (e não dos meninos
dormirem); Citou a probabilidade de o prazo prescrever (e não do prazo prescrever); Não
consideraram o fato de ele ter sido réu primário (e não dele ter sido réu primário). Nesses
casos, a preposição rege a oração reduzida e não o sujeito, razão pela qual aconselham os
gramáticos colocar o sujeito desse tipo de oração depois do infinitivo: É hora de dormirem
os meninos; Citou a probabilidade de prescrever o prazo; Não consideraram o fato de ter
sido ele réu primário. (V. em o/no.)
72 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
demais/de mais 1 Demais como advérbio significa excessivamente, em demasia: Estudou demais para o teste da
OAB; O discurso agradou demais à bancada do PSDB; A acusação falou demais; além disso,
ademais: Não participou do trabalho em grupo; demais, no dia da apresentação, chegou
atrasado; Não impetrou o mandado de segurança; demais, não comunicou o fato à cliente.
2 Demais como pronome indefinido significa os mais, os outros, os restantes e é precedido de
artigo: Você está liberado; os demais deverão permanecer para a entrevista; Acompanha
ram-no os demais ministros do STF.
3 De mais significa a mais: Comprei uma caneta de mais; Este mês, recebemos uma gratificação
de mais; capaz de causar estranheza, anormal: Não vejo nada de mais naquela vestimenta.
desde que Desde que é locução conjuntiva empregada em três acepções, determinadas pelo contexto:
causal: Desde que se submeteu às exigências da empresa, deveria usar o uniforme; Desde
que não tomou os remédios, não apresentou nenhuma melhora; temporal: Desde que foi
morar em outra cidade, não visita mais os parentes; Não consegue mais sair de casa desde
que foi assaltada; condicional (verbo no subjuntivo): Desde que esteja fazendo sol, amanhã
iremos à praia; Desde que estude, passará no concurso.
despender/dispêndio/dispendioso Embora o verbo despender, que significa desembolsar, gastar, consumir, seja escrito com e, o
substantivo correspondente é dispêndio, e o adjetivo, dispendioso: A empresa despendeu
metade do orçamento para pagar ao funcionalismo; A empresa teve um grande dispêndio
para pagar ao funcionalismo; Os atuais investimentos da empresa são dispendiosos.
devido a 1 Locução prepositiva que indica causa. Pode ser substituída por em razão de, em virtude de,
por causa de: Devido ao trato, só encerraremos o trabalho às 19 horas; Não vou comparecer
ao evento devido aos compromissos agendados.
2 Quando equivalente a causado por, decorrente de, varia de acordo com o substantivo ou
pronome a que se refere: A cerimônia é devida às comemorações do centenário da cidade;
Elas são devidas ao fato de estarmos numa cultura completamente diferente; A crise é
devida a eles; Essa economia de energia é devida ao horário de verão.
dia a dia 1 A expressão é usada com a acepção de todos os dias, dia após dia, cotidianamente: Dia a dia,
deparamo-nos com desafios novos; Dia a dia, cresce a demanda por justiça.
2 Usada com a acepção de o cotidiano, a labuta diária, a rotina: O dia a dia da Justiça é sempre
pródigo de ações; Nosso dia a dia é cheio de surpresas; O dia a dia da empresa é uma corrida.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 73
e comercial (ampersand) Ainda não existe, na língua portuguesa, uma palavra para denominar o e comercial (&). No
inglês, o sinal gráfico é chamado de ampersand (and per se and = e por si e). Geralmente é
usado em nomes de firmas: Ramos & Cia. (= Ramos e por si e Companhia); Silveira & Filhos
(= Silveira e por si e Filhos).
egrégio
Na linguagem forense, diz-se dos tribunais superiores e dos juízes que os compõem
(AURÉLIO, 2010).
eis/eis que 1 Eis é uma palavra que denota designação; os dicionários dão-lhe o significado de aqui está,
veja: Eis o homem!; Eis a questão.
2 A locução eis que significa de repente, de súbito: Eis que surgiu novo dado para a instrução do
processo; Eis que a situação se agravou. Com certa frequência, a expressão é empregada, na
linguagem forense, com valor causal, o que não é aceitável.
em comemoração de/em homenagem a 1 Usa-se a locução em comemoração de em referência a datas, fatos, etc.; nunca a pessoas: O STJ
promoveu seminário em comemoração do Dia Mundial de Combate à Tortura; Será servido
um coquetel em comemoração dos dez anos da empresa.
2 Usa-se a locução em homenagem a em referência a pessoas; nunca a datas e fatos: Participou
da solenidade em homenagem aos ministros aposentados; No dia 9, foi feita uma programação
em homenagem às mães.
em conformidade com/na conformidade de As locuções, equivalentes a conforme e nos termos de, são usadas para fazer referência a
textos normativos: Ele requereu a suspensão da tutela antecipada em conformidade com o
art. 4º da Lei n. 4.348/1964; A pena lhe foi imposta em conformidade com o art. 110, caput, do
Código Penal; O Juízo de primeiro grau exarou sentença na conformidade do art. 22 da Lei n.
4.717/1965.
em exercício/no exercício de Quando há vacância do cargo, usa-se a expressão em exercício: O PRESIDENTE DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA em exercício, usando da atribuição conferida...; quando outro
ministro substitui o presidente eventualmente, usa-se a segunda expressão: O
VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, no exercício da Presidência,
usando da atribuição conferida...; O MINISTRO ________, no exercício da Presidência do
Superior Tribunal de Justiça, usando...
em face de A expressão significa diante de, face a face: Em face do perigo, refugiou-se numa gruta; em
virtude de: Em face das circunstâncias expostas, não é possível ao STJ intervir no caso. Não está
74 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
em frente de/em frente a/na frente de/frente a 1 As expressões em frente de e em frente a são usadas com a acepção de defronte de, perante: O
rapaz passou o dia todo em frente do/em frente ao fórum; A mulher desmaiou em frente do/
em frente ao portão.
2 Na frente de significa antes de: Nosso atleta chegou na frente do maratonista favorito; Esta
minha filha nasceu na frente da caçula.
3 Frente a é expressão que não existe na língua; deve ser substituída por em frente de, diante
de, ante, perante: Parou em frente da (e não frente à) loja; Diante das (e não frente às)
circunstâncias, não poderei ausentar-me do País; Ela estava diante do (e não frente ao)
adversário. Em fazer frente a, com o sentido de fazer resistência a, defrontar, enfrentar, não
existe uma locução prepositiva, pois o a é a preposição exigida pelo verbo; frente, portanto,
conserva-se como substantivo: Os policiais fizeram frente aos sem-terra; Ela sempre fez
frente à liderança da seção; Fizemos frente ao frio durante trinta dias ininterruptos.
em mão/em mãos Em mão e em mãos são expressões usadas em correspondências para indicar que serão
entregues pessoalmente ao destinatário em vez de enviadas pelo correio.
em o/no É infundado o uso de em o/a/os/as em vez das contrações no/na/nos/nas. Deve-se escrever,
pois, da seguinte forma: Houve um assalto na (e não em a) agência dos correios; No (e não em
o) mês de março, teremos auditoria; Foram instalados novos dispositivos nos (e não em os)
semáforos; O turismo cresceu bastante nas (e não em as) cidades históricas do Brasil. (V. de +
infinitivo de sujeito expresso.)
OBSERVAÇÃO
Não se opera a contração da preposição em com o artigo quando este faz parte de sujeito de infinitivo.
Assim: Não vejo mal em os jogadores treinarem no dia anterior à partida; Não há nenhum problema em
a senhora beber líquido até as 20 horas; Não houve erro em o médico administrar aquela dose de
insulina. De igual modo, a preposição em jamais se contrai com o pronome oblíquo direto: Foi feliz em
os receber; Não se conformou em os ter perdido.
em que pese a Por ser uma locução prepositiva, é invariável. Significa ainda que custe a, doa a (alguém): Em
que pese aos funcionários grevistas, a empresa alcançará o alvo do mês; Em que pese à
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 75
minha família, não seguirei essa orientação. Pode significar também apesar de, não obstante:
Em que pese aos argumentos, não conseguiu convencer a plateia; Em que pese aos riscos,
não vou desistir da cirurgia.
em sede de Significa em caráter de, na condição de. Assim, não é próprio o uso da expressão no sentido
de na esfera de, no âmbito de, como é corrente na linguagem jurídica: Em sede de suspensão
de segurança, não se apreciam questões de mérito. Deve-se, portanto, dizer: Em suspensão de
segurança...
em seguida 1 A expressão em seguida, cujas acepções são logo após, ato contínuo, deve ser usada apenas
quando são relacionados dois tempos: um e outro após. Assim teremos: Escolha o tema da
redação e, em seguida, elabore o plano do texto; O psicólogo expôs o caso aos pais e, em
seguida, chamou a criança.
2 Deve-se evitar, por conseguinte, o emprego da locução com o sentido de neste momento, já,
sem referência a outro tempo ou ação: Como ela não chega, vou em seguida; Para substituir o
professor, devo sair em seguida.
e nem 1 Como nem já significa e não, não deve vir precedido de e: Não estudou nem fez as tarefas da
casa; Não foram ouvidas as testemunhas nem os réus; Nunca foi preso nem, ao menos,
denunciado.
2 No entanto, as duas palavras poderão vir juntas quando forem distintas as funções: e,
conjunção, e nem, advérbio (com o sentido de não): Saiu e nem se despediu dos pais; Tomou
todos os remédios e nem ficou são; Faltou ao trabalho e nem apresentou justificativa;
Trabalhou o dia todo e nem se cansou; Ele entrou bruscamente e nem cumprimentou os
convidados. Observe-se que, nesses casos, não aparece na frase palavra de valor negativo
antes da expressão. (V. nem.)
entre mim e ti Salvo se ocuparem a posição de sujeito, os pronomes eu e tu não podem ser empregados nas
construções entre... e..., devendo-se usar as formas correspondentes mim e ti: entre mim e
você (e não entre eu e você), entre eles e mim (e não entre eles e eu), entre ti e nós (e não entre
tu e nós). (V. mim.)
e que É comum hoje, na língua portuguesa, o emprego inadequado de e que em períodos em que
sobeja o e. Assim: Ela escreveu uma peça teatral e que foi o grande sucesso da temporada; É
76 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
uma proposta do STJ e que foi muito elogiada pela imprensa; A criação de novas varas é uma
proposta audaciosa do Judiciário e que dará celeridade à justiça. Vê-se que, nos exemplos, o e
deve ser omitido, porquanto sem função alguma: Ela escreveu uma peça teatral que foi o
grande sucesso...; É uma proposta do STJ que foi muito elogiada...; A criação de novas varas é
uma proposta... que dará celeridade à Justiça. (V. mas que.)
é que /foi que É que é locução expletiva usada para evidenciar um dos termos da oração: Os vigilantes é que/
foi que se renderam aos assaltantes; Aos assaltantes é que/foi que os vigilantes se renderam.
Observe-se que, no primeiro caso, chama-se a atenção do leitor para os vigilantes; no segundo,
para os assaltantes. É válido ressaltar que a locução é invariável em número e pessoa, no
entanto, quando o termo a ser destacado fica entre o verbo e o que, a flexão do verbo é
obrigatória: Foram os vigilantes que se renderam aos...; São os pais que devem dar exemplo.
este/esse/aquele (isto/isso/aquilo) 1 Usa-se este (e flexões) para fazer referência a algo que ainda será mencionado no texto: Os
argumentos apresentados pelo advogado são estes: o réu é primário e tem domicílio fixo; O
Tribunal adotou esta medida: racionar energia elétrica; São estas as tarefas: ir ao
supermercado, lavar os vidros...
2 Usa-se este em oposição a esse (e flexões de ambos), para designar, respectivamente, o produ
tor do texto e seu destinatário, o local de produção do texto e o de sua destinação, algo próxi
mo ao produtor do texto e ao receptor, a situação presente em confronto com outras: É neces
sário um breve relato dos fatos que culminaram com este pedido (o que está sendo formulado
no texto); Não vejo como dar seguimento a este feito (o processo em análise); Comunico a
essa Corte (o tribunal destinatário) que esta Presidência (a que está pronunciando-se no
texto) tem, reiteradamente, em casos semelhantes, deferido os pedidos de suspensão; Não
identifico, neste caso (o que está sendo analisado), o potencial lesivo que se pretende atribuir
às medidas atacadas; Remeto cópia do despacho a esse Tribunal (o tribunal destinatário).
3 Usa-se este em oposição a aquele (e flexões de ambos), para fazer alusão ao termo mais
próximo entre dois antecedentes do texto: Participaram o STF e o STJ: este, representado pelo
Vice-Presidente; aquele, pelo Presidente; O processo tramitou na 2ª Vara Criminal da Comarca
de Blumenau e no Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina: aquela deferiu a tutela
antecipada, e este a manteve.
4 Usa-se esse (e flexões) quando se quer fazer referência a algo já mencionado no texto: Com
base nesses argumentos (citados anteriormente), formulou o pedido de suspensão da tutela
antecipada; Inconformados com essa decisão (citada anteriormente), os autores da ação
popular apelaram para o Tribunal alagoano.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 77
5 Isto, isso e aquilo seguem as mesmas normas, mas são usados apenas em referência a coisas
e a fatos: Só quero isto: um ano próspero e tranquilo; A academia sugeriu-me natação e
caminhada, mas não quero isto nem aquilo: prefiro musculação; Isso posto, indefiro o
pedido; Posto isso, indefiro o pedido.
estrangeirismo
1 Os estrangeirismos, aí incluídos os latinismos, devem ser escritos em itálico: Seguiu-se, na
esteira desse precedente, o deferimento de liminares em três outros writs com idêntico objeto;
Em atenção ao e-mail do dia 31...; O agravante dispõe de meios processuais que lhe possibilitam
combater o error in procedendo e o error in judicando. (V. Parte II, destaques no texto, 3.1.4.)
2 As palavras derivadas de estrangeirismos devem manter a forma original do vocábulo com
acréscimo do prefixo ou sufixo, contudo não são grafadas com destaque: byronismo,
byroniano, shakespeariano, hobbesianismo, proustiano, proudhoniano, taylorismo,
marxista, pós-marxismo, neomarxismo, kantista, kepleriano, wagnerismo, wagnerizar.
et al. Et al. é abreviação de et alii, locução latina que significa e outros. Geralmente é usada em
referências bibliográficas para suprimir nomes quando a obra tem mais de três autores,
organizadores ou tradutores e se menciona apenas o primeiro, omitindo-se os demais:
URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil. Brasília:
IPEA, 1994; CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. Tradução de Vera
da Costa e Silva et al. 3. ed. Rio de Janeiro: Olympio, 1990.
etc.
Etc. é a abreviação da locução latina et cetera, que equivale a e outras coisas. O uso de pontuação
antes da palavra é questão polêmica. Alguns estudiosos defendem que a expressão original já
contém o e, logo incabível qualquer sinal de pontuação anteposto. Outros, porém, consideram
ter havido uma evolução semântica, fazendo a abreviação desligar-se do sentido original. Hoje
a palavra é também empregada em referência a pessoas (Participaram da abertura do
seminário o Presidente, o Secretário-Geral, os ministros da Casa, servidores, etc.) e pode ser
antecedida do sinal de pontuação que separa os diversos elementos da enumeração – vírgula,
ponto e vírgula e ponto-final. Exemplos de Celso Pedro Luft: “Comprou livros, revistas,
cadernos, etc.”; “Palavras que se escrevem com rr e ss: carro, narrar; excesso, remessa; etc.”;
“Levantar cedo. Respirar o ar puro da manhã. Fazer ginástica. Etc.”. Não se usa e antes de etc.
ex-
Quando anteposto a substantivo para indicar o cargo, profissão ou estado anterior de alguém,
liga-se por hífen: ex-prefeito, ex-vice-presidente, ex-vice-primeiro-ministro, ex-comerciante,
ex-aluno, ex-proprietário. (V. hífen, 4.3.8.)
78 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
exceto
1 Ao usar-se exceto para encabeçar uma expressão intercalada junto a sujeito singular, o verbo
deve ser registrado no singular: O grupo, exceto dois alunos, compareceu à solenidade de
abertura das aulas; Ninguém, exceto os advogados, pode participar da audiência. Também
seguem essa norma fora, afora, à exceção de, menos, salvo, etc.
2 Deve-se observar a regência quando a palavra introduzir alguma referência ao complemento
do verbo ou do nome: Falamos de tudo, exceto da programação; Concordei com a lei, exceto
com o último dispositivo; Testemunharam contra todos os funcionários, exceto contra o
gerente; Fez referência a todo o RISTJ, exceto ao art. 10.
Fax
Forma reduzida de fac-símile. Pode significar tanto o equipamento que reproduz documentos
a distância, através de linha telefônica, quanto o documento transmitido por um aparelho de
fax. O Dicionário Houaiss admite duas formas de plural para esta palavra (os fax, os faxes),
porém o STJ optou por faxes.
grafia dos nomes de órgãos judiciários 1 Quando se tratar de órgão fracionário de tribunal, o numeral deverá ser escrito por extenso:
a Terceira Turma do STJ; a Segunda Seção do STJ; a Terceira Câmara Criminal do Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás. Isso também se aplica a instância e grau: primeira e segunda
instâncias; primeiro e segundo graus.
2 Em se tratando de varas, regiões e promotorias, a designação se fará por meio da escrita do
algarismo arábico: o TRF da 2ª Região; a 2ª Vara Federal Criminal; a 2ª Promotoria de Justiça
de Rio Largo.
haja vista Haja vista é locução invariável usada com a acepção de veja-se/considere-se/ leve-se em conta.
Indica, confirma ou ilustra algo que se afirmou antes: A ré, certamente, será absolvida, haja
vista os argumentos apresentados pela defesa; Não poderemos sair do País, haja vista os
últimos acontecimentos.
há muito tempo Quando o verbo haver é usado com a acepção de tempo decorrido, prescinde do advérbio
atrás, pois o uso dos dois seria redundante: Terminei o curso há muito tempo (e não há muito
tempo atrás); Chegamos há três dias (e não há três dias atrás); Encontrei-o há duas horas (e
não há duas horas atrás).
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 79
há tempo/a tempo 1 Há tempo pode ser substituído por faz tempo; indica, portanto, tempo decorrido: Ele saiu há
(faz) tempo; Ela está esperando há (faz) tempo.
2 A tempo é locução adverbial e significa no momento oportuno, em boa hora, ainda em tempo:
Chegou à rodoviária a tempo de viajar; Os caminhoneiros foram avisados do perigo a tempo;
Vocês apareceram a tempo.
hífen
1 Unem-se por hífen os elementos de palavras compostas que mantêm a independência
fonética (cada um conserva a própria acentuação), porém formam uma unidade de sentido:
1.1 Compostos com a palavra geral (para indicar cargo, função, patente, lugar de trabalho,
unidade ou órgão): contador-geral, corregedor-geral, governador-geral, inspetor-geral,
ouvidor-geral, procurador-geral, secretário-geral, tesoureiro-geral, comandante-geral,
Contadoria-Geral, Secretaria-Geral, Inspetoria-Geral, Procuradoria-Geral, etc.
OBSERVAÇÃO
Embora não haja registro de todos os exemplos acima no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
– Volp e no Houaiss, o STJ decidiu adotar o hífen para tais expressões por analogia com as palavras
registradas, como diretor-geral e secretaria-geral.
1.2 Compostos com as palavras primeiro, segundo, terceiro, etc., usadas para designar hierarquia:
primeiro-ministro, primeiro-tenente, segundo-secretário, segundo-cadete, segundo-sargento,
terceiro-sargento, etc.
2 Usa-se hífen nos adjetivos compostos: anglo-americano, azul-escuro, econômico-financeiro,
euro-africano, greco-romano, histórico-social, latino-americano, luso-brasileiro, médico-legal,
verde-oliva, etc.
3 Usa-se hífen nos adjetivos que indicam nacionalidade, pátria, lugar ou região de procedência
quando derivados de nomes de lugar compostos: cabo-verdiano, norte-coreano, rio-gran
dense-do-sul, sul-mato-grossense, etc.
4 Nos vocábulos formados com prefixos, com sufixos e com radicais (gregos ou latinos),
emprega-se o hífen nos seguintes casos:
4.1 Nas formações em que há palavras iniciadas por h: ante-histórico, anti-horário, bi-hebdo
madário, bio-histórico, hidro-hemopericárdio, intra-hepático, macro-história, micro-habitat,
80 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
OBSERVAÇÃO
Nas palavras que recebem os prefixos des- ou in-, porque já consagradas pelo uso, não há separação:
desabitado, desumano, inábil, inumano, etc.
4.2 Nas formações em que há encontro de vogais iguais: anti-ibérico, auto-observação, con
tra-almirante, micro-onda, semi-interno, etc.
OBSERVAÇÃO
Nas palavras com o prefixo re-, mesmo que haja encontro de vogais iguais, não se usa o hífen: reabilitar,
reeleger, reumanizar. Quanto ao prefixo co-, não admite hífen, exceto antes de palavras iniciadas por h:
coobrigar, coocupante, cooperar, coordenar, co-hipônimo, co-herdeiro. (O Acordo Ortográfico registra
co-herdeiro, no entanto o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – Volp registra coerdeiro.
Quanto a Houaiss, traz ambas as formas. No Tribunal, foi adotado coerdeiro.)
4.3 Nas formações com os seguintes elementos:
4.3.1 circum- e pan- são separados por hífen das palavras iniciadas por vogal, h, m e n:
circum-escolar, circum-hospitalar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano,
pan-helênico, pan-mágico, pan-negritude, etc.
4.3.2 ad- seguido de palavras iniciadas por d e r: ad-digital, ad-renal, ad-rogar, etc.
4.3.3 super-, hiper- e inter- seguidos de palavras iniciadas por r: super-reação, super-representação,
hiper-rancoroso, inter-regional, inter-relação, etc.
4.3.4 sub- seguido de palavras iniciadas por b: sub-base, sub-bibliotecário, sub-brigadeiro, etc.
4.3.5 ab-, ob-, sob- e sub- seguidos de palavras iniciadas por r: ab-reativo, ab-rogação, ab-rogar
(excetua-se abrupto/ab-rupto, registrado em ambas as formas no Vocabulário Ortográfico da
Língua Portuguesa – Volp), ob-repção, ob-reptício, ob-ringente, sob-roda, sob-rojar,
sub-racial, sub-região, sub-rogar, etc.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 81
4.3.6 mal seguido de palavras iniciadas por vogal ou h: mal-acabado, mal-educado, mal-inten
cionado, mal-ouvido, mal-usar, mal-habituado, etc. O Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa – Volp, no entanto, registra com hífen diversas palavras em que mal é seguido de
outras consoantes: mal-bruto, mal-caduco, mal-francês, mal-gálico, mal-limpo, mal-napo
litano, mal-polaco, mal-secreto, mal-triste, etc.
4.3.7 bem, quando a palavra seguinte tem vida autônoma na língua, ou seja, é uma forma livre:
bem-acabado, bem-apanhado, bem-disposto, bem-educado, bem-feito, bem-intencionado,
bem-parecido, bem-sucedido, bem-vindo, bem-visto (exceções: benfeito, benfeitor,
benquerença, benquerer, entre outras). A vida autônoma dos segundos elementos pode ser
verificada ao se contrastar com benfazejo e benquisto, em que aparecem as formas fazejo e
quisto, as quais não ocorrem sozinhas num enunciado, mas sempre presas a outras.
4.3.8 sem-, sota- (ou soto-), vice- (ou vizo-), ex- (com sentido de estado anterior): sem-cerimônia,
sem-dinheiro, sem-fim, sem-lar, sem-nome, sem-par, sem-terra, sem-teto, sota-capitão,
sota-mestre, sota-ministro, vice-campeão, vice-diretor, vice-gerência, vice-líder, vice-presi
dente, vice-rei, vice-secretário, ex-aluno, ex-combatente, ex-deputado, ex-ministro,
ex-mulher, ex-presidente, etc.
4.3.10 -açu, -guaçu e -mirim, sufixos indígenas, quando se unem a palavras terminadas em vogal
tônica: capim-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim, Ceará-Mirim, etc.
5 Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinem,
mesmo que não formem vocábulo: a ponte Rio-Niterói, a ligação Angola-Moçambique, o
percurso Tóquio-São Paulo, o trajeto Rio-São Paulo, etc.
6 O hífen é usado nas indicações de intervalo quando se anotam as folhas citadas de uma obra
ou dos autos: fls. 5-10 (todas as folhas de 5 a 10).
82 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
7 Na translineação (passagem de uma linha para outra, ficando parte da palavra na linha
superior), repete-se o hífen na linha seguinte quando o corte ocorre exatamente nele.
OBSERVAÇÕES
1 Não se usa hífen nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo ele
mento começa por r ou s, devendo tais consoantes ser duplicadas: antirreligioso, biorritmo, contrarregra,
extrarregular, microrradiografia, antissemita, contrassenso, cosseno, infrassom, microssistema.
2 Nos dicionários, não há registro de palavras com hífen formadas com os seguintes prefixos: audio-
(audiofone, audiograma, audiovisual), cardio- (cardiografia, cardiopulmonar), fon(o)- (foniatra,
fonografia), maxi- (maxicasaco, maxidesvalorização), mini- (minibiblioteca, minissérie), trans-
(transatlântico, transfazer), un(i)- (unicameral, unilateral) e outros.
horas
1 Em referência a horas, não se usa zero antes do numeral; além disso, devem-se evitar
abreviações quando se trata de horas exatas: Saí às 3 horas (e não às 03h); A reunião foi
marcada para as 19 horas (e não para as 19h).
2 Nas horas quebradas, usam-se os símbolos h para horas, min para minutos e s para segundos,
os quais devem ser escritos sem espaço: O show começou exatamente às 21h34min53s. O
registro de min só será necessário quando se especificar a hora até os segundos; caso
contrário, pode ser omitido: O show começou exatamente às 21h34.
2.1 Tais símbolos não admitem ponto nem sinal de plural. (V. abreviatura, 3.)
3 Não se usam algarismos para registrar duração, tempo gasto: A reunião durou,
aproximadamente, três horas; Restam trinta minutos para o encerramento da prova; Faz
vinte e quatro horas que ela viajou.
OBSERVAÇÃO
O mesmo se dá com dias, meses e anos: Sua viagem durou trinta e sete dias; Faz cinco meses que ela se
foi; Não vejo Maria há quarenta e dois anos.
infinitivo
1 O emprego das formas flexionada e não flexionada do infinitivo é uma das questões mais
controvertidas da língua portuguesa. Muitas são as regras propostas pelos gramáticos para o
uso seletivo das duas formas, no entanto serão apresentadas, a seguir, apenas cinco regras
básicas que expressam, de forma geral, consenso a respeito do assunto.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 83
1.1 Flexiona-se o infinitivo quando seu sujeito e o do verbo principal são diferentes: Acreditamos
(nós) estarem todos cobertos de razão; Acho (eu) melhor partirmos (nós) à noite; Solicitamos
(nós) a gentileza de enviarem (eles) os ofícios; É louvável a disposição de servirem (eles);
Julgo (eu) estarem (eles) bem.
1.1.1 Mesmo sendo diferentes os sujeitos, no Tribunal não se flexiona o infinitivo quando ele,
juntamente com os demais termos, funciona como objeto indireto do verbo da oração
principal ou como complemento de um nome dessa oração, pois a construção não gera
ambiguidade e é mais eufônica: Convido os presentes a cantar o Hino Nacional. Solicito aos
Senhores Ministros _________ e ________ a gentileza de conduzir a Senhora Ministra
__________________ ao Plenário.
1.2 Não se flexiona o infinitivo quando os sujeitos são idênticos: Programamos (nós) fazer (nós)
uma festa; Prometeram (eles) chegar (eles) à tarde; Dormimos tarde a fim de terminar (nós)
a monografia; Fizemos (nós) as sugestões com o propósito de (nós) contribuir para a melhoria
do trabalho.
1.2 1 Flexiona-se o infinitivo quando seu sujeito, mesmo semelhante ao da oração principal, está
claramente expresso: Confirmaram (elas) serem elas as autoras do crime; Não nos
conformamos (nós) com nós sermos demitidos; Alegramo-nos (nós) por nós termos sido
convocados para a missão.
1.3 Não se flexiona o infinitivo quando, precedido da preposição de, tem sentido passivo e serve
de complemento aos adjetivos fácil, difícil, bom, ruim, possível, raro, agradável e a outros
semelhantes: Essas receitas são fáceis de fazer; As letras são difíceis de decifrar; Essas
sementes são boas de cozinhar; Os tecidos são ruins de lavar; Essas orquídeas são raras de
encontrar; São paisagens agradáveis de ver; Ossos duros de roer.
1.3.1 Flexiona-se, entretanto, o infinitivo precedido da preposição de na voz reflexiva: Eles são
incapazes de se respeitarem.
1.4 Não se flexiona o infinitivo quando compõe predicado de oração que serve de complemento a
verbos causativos (mandar, fazer, deixar) e sensitivos (ver, ouvir, sentir) e tem como sujeito um
pronome oblíquo: Mandei-os sair; Fi-los participar das decisões; Deixou-nos dormir no
alojamento; Vi-os sair; Ouviram-nos reclamar da sorte. Contudo, a forma flexionada pode
ocorrer quando o sujeito vem expresso por substantivo: Mandei os homens começar/começarem
a busca; Fizemos as crianças dormir/dormirem cedo; Deixou apenas três funcionários participar/
participarem do treinamento; Vi meninos e meninas sair/saírem pelas ruas.
84 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
1.5 Não se flexiona o infinitivo em locução verbal: Os assessores deveriam discutir esse assunto
com urgência; Vocês não podem desistir da candidatura; As psicólogas irão assistir às
entrevistas.
inobstante
Forma inexistente nos registros dos dicionários mais abalizados. Deve ser substituída por
não obstante, nada obstante.
intime-se/intimem-se
(V. concordância, 2.1.)
Quando um magistrado determina uma providência nos autos de um processo, é comum
que ele use a voz passiva sintética, em que o se é partícula apassivadora. Nesse caso, quando
o sujeito está no plural, o verbo deve, seguindo a regra do padrão da língua, também estar na
forma plural: Arquivem-se os autos; Citem-se os réus; Intimem-se os litigantes do teor da
sentença; Apensem-se os autos da falência; Publiquem-se os editais; Expeçam-se os mandados
de prisão.
OBSERVAÇÕES
1 Em expressões desse tipo, leva-se em conta que há uma ordem do magistrado que fica elíptica. É
como se fosse possível ouvir a voz do juiz: Determino que os autos sejam arquivados; Ordeno que os
réus sejam citados; Determino que os litigantes sejam intimados do teor da sentença; Ordeno que os
autos da falência sejam apensados; Determino que os editais sejam publicados; Ordeno que os
mandados de prisão sejam expedidos.
2 Na linguagem jurídica, por uma questão de economia, é comum que o sujeito venha implícito. Nesse
caso, o verbo deverá ir para o plural ou singular de acordo com o sujeito gramatical oculto: Arquive-se
(o processo)/Arquivem-se (os autos); Intime-se (a recorrida)/Intimem-se (os embargados).
Nos fechos de processos, usa-se a expressão isso posto/posto isso (em vez de isto posto/posto
isto) por fazer referência aos motivos citados anteriormente, os quais levaram ao
proferimento da decisão.
junto 1 Como adjetivo (com a acepção de unido, em companhia de, disposto de modo contíguo),
concorda com o substantivo: Com as mãos juntas, faziam preces a Deus; Foram flagrados
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 85
juntos no restaurante; As turmas ficaram juntas na mesma sala; Os carros estavam juntos na
garagem.
2 Como locução (junto a/de/com), introduz adjuntos adverbiais: Passaram toda a noite junto à
janela; O restaurante ficava junto da estação; Saíram junto com a babá.
OBSERVAÇÃO
Deve-se evitar o uso da locução junto a em frases deste tipo: As negociações com o (e não junto ao)
partido estão em fase de conclusão; Solicitou providências ao (e não junto ao) Conselho; Entrou com
recurso no (e não junto ao) Superior Tribunal de Justiça; Ele trabalha no (e não junto ao) Ministério
Público; Fez um empréstimo no (e não junto ao) banco. Adota-se o mesmo entendimento para perante
e em face de.
lhe/lhes 1 Lhe e lhes exercem a função de objeto indireto. Substituem a ele, dele, nele, para ele e
respectivas flexões: A assessoria informou-lhe (a ele) a data do julgamento; Dei-lhes (a eles)
as boas-vindas; Retirou-lhes (deles) o direito de ir e vir; Escarneceram-lhe (dele) com palavras
agressivas; Incutiu-lhes (neles) os preceitos herdados dos pais; Despertei-lhe (nele) o interesse
pelo Direito; Trouxe-lhe (para ele) as encomendas; Fiz-lhes (para eles) um jantar de
comemoração. Existem alguns verbos, porém, que não admitem o pronome lhe como
complemento, a saber: assistir (no sentido de estar presente), aspirar, presidir, recorrer e
verbos de movimento (ir, comparecer, etc.): Assistimos a ele (ao show) mesmo cansados;
Aspirava a ele (ao cargo); Presidiu a ela (à empresa) com sabedoria; Recorri a ela (à poupança).
2 Lhe e lhes também podem substituir o possessivo: Conheço-lhe (suas) as intenções; Rasga
ram-lhe (suas) as roupas; Feriu-lhe (seus) os pés; Pintaram-lhe (sua) a face.
mais/maior 1 Usa-se mais antes de substantivo para indicar quantidade: A loja irá contratar mais
funcionários; O governo prometeu mais empregos à população; Preciso de mais papel para
a impressora.
2 Usa-se maior antes de substantivo para expressar intensificação, aumento: O programa teve
maior audiência hoje; Foi-nos concedido maior prazo para o pagamento da casa.
mais bem/mais mal Antes de particípio, usam-se mais bem e mais mal, e não melhor ou pior: Essa reunião foi a
mais bem organizada (e não a melhor organizada); Tal artigo foi o mais bem escrito (e não o
melhor escrito); Aquele era o mais bem informado (e não o melhor informado) secretário;
Considero este relatório o mais mal elaborado (e não o pior elaborado). Nas demais situações,
86 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
empregam-se melhor e pior: Para melhor alcançar os objetivos, é necessário bom senso;
Estes são os que se saíram pior.
mais bom/mais mau/mais grande/mais pequeno Embora os comparativos analíticos de superioridade mais bom, mais mau, mais grande e
mais pequeno tenham sido substituídos na língua portuguesa pelas formas sintéticas melhor,
pior, maior e menor respectivamente, perdurando apenas mais pequeno (mais usado em
Portugal) até hoje, deve-se usar, nos casos de comparação entre duas qualidades de um
mesmo ser, a forma analítica: O cão é mais bom do que atento; Ele é mais mau do que
ignorante; A sala é mais grande do que confortável; O prato é mais grande do que gostoso; O
corredor é mais pequeno do que estreito.
mais de Usa-se mais de com numerais redondos, quando se quer fazer referência a quantidade
aproximada: Mais de dez (e não mais de onze) programas de TV abordaram o tema hoje; O
ator foi aplaudido por mais de mil (e não por mais de 1.018) pessoas.
Nas comparações, é indiferente o uso de do que ou que: Ele é mais cauteloso do que/que o
irmão; Ninguém é mais cauteloso do que/que Pedro; Ele fala menos do que/que escuta.
mais/menos Mais e menos funcionam como pronome indefinido e como advérbio. Menos, em ambos os
casos, é invariável: Precisamos de mais (pronome) servidores no projeto; Precisamos de
informações mais específicas (advérbio); Recebemos menos (pronome) petições este ano;
Ela produz menos (advérbio) que as outras servidoras do setor.
maiúsculas/minúsculas MAIÚSCULAS
Assembleia Legislativa
Assembleia Nacional Constituinte
Câmara Legislativa
Câmara Municipal
Carta (Constituição)
Carta [(correspondência) quando especificada]
Carta Magna (Constituição)
Carta Política (Constituição)
Casa (Poder)
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 87
Casa Legislativa
Chefe da Nação
Chefe do Executivo
Chefe do Governo
Congresso Nacional
Constituição Federal
Corte (quando substituir o tribunal citado)
Corte Suprema (STF)
Decreto-Lei (quando especificado)
Desembargador *
Direito (ciência)
Estado [nação politicamente organizada, unidade federativa seguida do nome (Estado do Piauí) ou
substituto de estado já citado]
Exército
Estado-Administrador (o Executivo)
Estado de Direito
Estado-Juiz (o Judiciário)
Estado-Legislador (o Legislativo)
Estado-Membro (quando substituir o nome do país)
Estado-Parte (quando substituir o nome do país)
Executivo (Poder)
Fazenda Nacional
Federação (união política dos estados)
Forças Armadas
Formas de tratamento **
Governador *
Judiciário (Poder)
Juiz *
Juízo (quando especificado: Juízo ad quem, Juízo a quo, Juízo estadual, Juízo federal, etc.)
Justiça do Trabalho, Eleitoral, Militar
Justiça estadual
Justiça Federal
Justiça rogante
Legislativo (Poder)
Lei (quando especificada)
Lei estadual n.
Lei federal n.
Lei Maior (Constituição)
88 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Lei municipal n.
Medida Provisória (quando especificada)
Memorando (quando especificado)
Mesa (do Senado, da Câmara)
Ministério da/do
Ministério Público
Ministro *
Município (quando seguido do nome)
Nação (referindo-se ao Brasil)
Ofício (quando especificado)
Ofício-Circular (quando especificado)
País (referindo-se ao Brasil)
Pátria (referindo-se ao Brasil)
Poder Público (cf. CF)
Prefeito *
Prefeitura Municipal (quando especificada)
Presidência da República
Presidente *
Procurador-Geral *
Projeto (quando estiver designado)
Regimento Interno (quando especificado)
Regulamento (quando especificado)
Resolução e outros atos (quando especificados)
Tesouro Nacional
Tribunal (quando especificado ou já referido no texto)
Tribunal a quo
Tribunal ad quem
Tribunal de Alçada (quando especificado)
Tribunal de Justiça (quando especificado)
Tribunal Regional Federal (quando especificado)
Tribunal Superior (quando especificado)
União (associação dos estados federativos)
* Os cargos assinalados e outros de hierarquias similares são grafados com iniciais maiúsculas,
exceto quando usados em sentido genérico: o Governador do Estado de Sergipe, os ministros do
Superior Tribunal de Justiça, os juízes federais, os presidentes dos tribunais de justiça, os
subprocuradores-gerais, etc.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 89
** Senhor, Senhora e Senhorita só serão grafados com inicial maiúscula quando seguidos de nome
próprio ou de cargo em caso específico: Senhor José Pedro, Senhora Sandra Regina, Senhor Presidente.
MINÚSCULAS
administração pública
colegiado
erário
estado-membro/estado-parte (uso genérico)
fisco
governo estadual
governo federal
governo municipal
instituição (em substituição ao nome do órgão)
janeiro, fevereiro, etc. (meses do ano)
nomes das partes no processo (impetrante, impetrado, requerente, requerido, reclamante,
reclamado, paciente, etc.)
órgão (em substituição ao nome da instituição)
primeira/segunda instância
primeiro/segundo grau
relator
tribunal (uso genérico)
mal/mau 1 Escreve-se mal, quando tal palavra funciona como advérbio, opondo-se a bem: Ele desempenhou
mal as funções de secretário; O copo caiu, pois estava mal colocado na bandeja; A recepcionista
tratou mal as pessoas; O trabalho foi mal feito; A mulher foi mal recebida na seção; ou como
substantivo: Ela causou-me grande mal; O mal espalhou-se rapidamente. Neste caso, o plural é
males: Falou sobre os males do século; Os males do progresso foram o tema do seminário.
2 Mau é adjetivo; opõe-se a bom: Hoje ele está de mau humor; Você não deveria ouvir maus
conselhos; Os filhos só receberam maus exemplos; Vivemos ali maus momentos. Também é
substantivo, na acepção de aquele que é mau: “Nem sempre os maus levam a pior” (HOUAISS,
2014).
O uso de mas, na mesma oração, com outra conjunção adversativa constitui redundância:
mas no entanto/mas porém/mas contudo/
Dormiu muito, mas (e não mas no entanto) não conseguiu descansar; Preparei-me para a
mas entretanto
entrevista, mas (e não mas porém) estou nervoso.
90 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
mas que Não se usa conjunção adversativa antes de pronome relativo. Em frases como O ministro
convocou os assessores para uma reunião, mas que não aconteceu por causa da interdição
do prédio; Ele é funcionário público, mas que está aposentado; Ela locou um filme, mas que
não agradou, o mas não tem função alguma. Caso seja desejo do escritor expressar ideia
adversativa, pode valer-se destas construções: O ministro convocou os assessores para
uma reunião, porém ela não aconteceu; Ele é funcionário público, mas está aposentado.
(V. e que.)
matado/morrido/morto 1 Usam-se os particípios matado e morrido com os verbos auxiliares ter e haver: O réu confessou
ter matado (v. matar) a mulher; Segundo a jornalista, o policial é que teria matado (v. matar)
o preso; Quando chegamos ao local do acidente, a criança já havia morrido (v. morrer).
(V. particípio.)
2 Usa-se o particípio morto com os verbos auxiliares ser e estar: O preso foi morto (v. matar)
pelos agentes penitenciários; Quando chegamos ao local do acidente, a criança já estava
morta (v. morrer).
meio 1 Meio, usado com a acepção de quase, não totalmente, um pouco, é advérbio, portanto
invariável: A noite está meio fria; Eles estão meio confusos; As janelas ficaram meio abertas.
2 Como numeral, meio é variável; concorda, então, com o substantivo: Bebi meia taça de vinho;
Andamos durante três horas e meia; Comprei dois meios pacotes de amendoim; Era meio-dia
e meia.
mim Após preposição, usa-se mim: Não há segredos entre mim e ele; Para mim, todos os candidatos
apresentaram excelente nível de conhecimento linguístico; Foi difícil para mim escutar tudo
calado (= Escutar tudo calado foi difícil para mim); É impossível para mim ler todo o livro em
uma noite; Veio após mim; Veio a mim com desculpas variadas. Caso, porém, o pronome seja
sujeito de infinitivo, não se aplica a regra: Essas alterações são para eu fazer; Os formulários
são para eu preencher; O texto é para eu revisar; A proposta é para eu começar o trabalho
hoje. (V. entre mim e ti.)
moral 1 A palavra é usada no masculino quando indica estado de espírito, disposição de ânimo: O
moral do time atingiu um nível satisfatório; Essa medicação endovenosa ajudará a levantar
o moral do doente.
2 No feminino, a palavra refere-se às regras norteadoras das relações sociais e da conduta dos
homens, à ética, ao conjunto de princípios adotados por um indivíduo que determinam seu
modo de agir e pensar: Aquele professor era um autêntico defensor da moral e dos bons
costumes; A moral cristã ganhou mais adeptos com o movimento carismático; Não se pode
admitir um juiz cuja moral seja duvidosa.
morar em Alguns autores admitem que o verbo morar com o sentido de residir em, habitar, viver pode
ser usado com a preposição a (Moro à rua X.), pois, segundo esses, a construção morar em
significaria morar no meio de. É preferível, no entanto, seguir a orientação de que, com essas
acepções, deve-se usar, sim e apenas, a preposição em, uma vez que, em construções análogas,
como O supermercado fica nesta (e não a esta) rua, O prédio da Justiça Federal foi construído
na (e não à) W3, Existe um hospital na (e não à) Avenida Paulista, jamais usaríamos a
preposição a. Deve-se usar, portanto: Moro na Alameda das Acácias; Ela mora na Rua
Marechal Deodoro.
muito 1 Muito como advérbio é invariável. Modifica o verbo: Ele trabalha muito; O jornalista gostaria
muito de entrevistar o Ministro Presidente; o adjetivo: O filme exibido é muito interessante;
A promotora é muito audaciosa; o próprio advérbio: O deputado chegou muito tarde para o
compromisso; Ela exerceu a função de secretária muito bem.
2 Muito como pronome indefinido adjetivo deve concordar com o substantivo a que se refere:
Guardo muitas lembranças boas da infância; Preparou muita comida para o jantar;
Encomendou muitos docinhos para a festa; Desperdiçou muito dinheiro.
3 Muito pode ainda funcionar como pronome indefinido substantivo, com a acepção de muita
coisa. Neste caso, também fica invariável: Há muito que fazer; Eles têm muito que falar; Ele
tem muito da mãe; Ela guarda muito da tradição judaica.
não fosse/não fossem... teria Esse tipo de construção hipotética é comumente encontrado com um e antes da segunda
oração (Não fosse a filha e teriam desistido do casamento), o que não deve acontecer, pois, se
92 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
invertida a ordem das orações, ficará patente o uso desnecessário de tal conectivo (E teriam
desistido do casamento não fosse a filha). Portanto: Não fosse a diligência dos bombeiros, a
garota (e não e a garota) teria morrido/A garota teria morrido não fosse a...; Não fossem as
terapias de grupo, ela (e não e ela) teria sucumbido/Ela teria sucumbido não fossem as...; Não
fossem os nossos sonhos, teríamos (e não e teríamos) desistido de tudo/Teríamos desistido de
tudo não fossem os nossos sonhos.
não há falar O verbo haver, seguido diretamente de infinitivo, tem a acepção de ser possível: Não há falar
em autonomia do Judiciário se não há independência financeira; Não há responsabilizar os
acusados pelo crime porque não existem provas; Quando o desemprego assola o País, não há
falar de crescimento. Pode-se usar também que após o verbo haver: Não há que falar em
autonomia do Judiciário...
não... nada/não... nenhum/não... ninguém É próprio da língua portuguesa repetir a negação quando o não vem mencionado antes das
outras negativas: Não fiz nada que pudesse prejudicá-lo; O cliente não fez nenhum pedido
por fax; Não permitiram a entrada a ninguém. Quando nada, nenhum e ninguém são colocados
antes do verbo, não se acrescenta o não depois: Nada fiz que pudesse prejudicá-lo; Nenhum
pedido por fax fez o cliente; A ninguém permitiram a entrada.
não só... mas (como, senão) também A locução conjuntiva não só... mas também e semelhantes (tanto... como, assim... como,
assim... quanto, não só... como também, não só... senão que, não só... senão também, não só...
porém sim) representam, de modo enfático, a conjunção aditiva e: Não só a professora mas
também a coordenadora deram parecer favorável à realização da feira de ciências; Não só
leram os textos mas também resolveram os exercícios; Não só os alunos senão também os
professores fizeram passeata de protesto.
nem O nem, quando aditivo, corresponde a e não, por isso não admite a anteposição de e: Não
visitei o museu nem (= e não) o teatro; Não apresentaram relatório das atividades do estágio
nem (= e não) a monografia; O conselho administrativo não aprovou a realização do projeto
nem (= e não) apreciou os relatórios. (V. e nem.)
nenhum/nem um 1 Nenhum se opõe a algum/certo: Nenhuma esperança tinha a mulher (em oposição a Alguma/
Certa esperança); Nenhum assessor redige melhor que ela (em oposição a Algum/Certo
assessor); Nenhuma circunstância me impediria de lutar pela guarda de meus filhos (em
oposição a Alguma/Certa circunstância).
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 93
2 Nem um, por seu turno, equivale a nem ao menos um, nem sequer um, nem mesmo um, nem
um único: Não quis receber nem um centavo de herança (nem um único centavo); Parece que
não encontraram nem um brasileiro na Itália (nem ao menos um brasileiro); Não bebi nem
um suco (nem mesmo um suco).
no ano passado/ano passado 1 A palavra ano e outras, quando indicam tempo, podem vir desacompanhadas da preposição
em, bem como do artigo: Ano passado, não publicamos muitos artigos; Ano inteiro, não
descansamos um só dia; Mês que vem, viajaremos; Esta semana, a escola desenvolverá
atividades cívicas.
2 Entretanto, casos como os seguintes normalmente admitem a preposição e o artigo: No ano
eleitoral, não descansamos; Viajaremos no mês de férias; Na semana da Pátria, a escola
desenvolverá...; Todas as funcionárias foram homenageadas no Dia Internacional da Mulher.
no tempo que/no tempo em que Assim como é frequente na língua introduzir um adjunto adverbial sem o em [Dia 15 (em vez
de No dia 15), estaremos em Campinas], é comum encontrar orações adjetivas sem a
preposição repetida antes do que quando este se refere à circunstância de tempo da oração
principal: Ela nasceu no tempo em que/que se escutavam músicas saudáveis; No dia em que/
que ela receber a notícia, vai ficar radiante; O julgamento do caso encerrou-se no momento
em que/que chegamos à sala.
numeral 1 Escrevem-se por extenso os numerais cardinais e ordinais representados por uma só palavra
(simples); mantém-se o numeral se formado por mais de uma palavra (composto): Tivemos
duas aulas de inglês; Hoje julgaram cinco casos de homicídio; As 23 pessoas concursadas
serão empossadas na próxima semana; Já foram registrados 53 casos de dengue em Brasília;
Este é o primeiro mês de verão; Participaremos do 15º aniversário da empresa.
1.1 Na escrita, não se inicia período com algarismo: Três de agosto de 2001; Vinte e um ministros
compareceram à solenidade; Quarenta e uma crianças estão infectadas pelo vírus.
94 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
OBSERVAÇÕES
Foram computados 5 votos a favor e 3 contra; O réu foi condenado a 15 anos de reclusão; A parte tem
5 dias para juntar o documento aos autos;
d) frações: Ele ainda não cumpriu 1/5 da pena; No homicídio culposo, a pena é aumentada em 1/3 se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício;
k) quantias (neste caso, o numeral será seguido do registro por extenso entre parênteses): R$ 10,00 (dez
reais).
2 Para o registro de quantias por extenso, deve-se observar o seguinte: a conjunção e somente é
utilizada entre membros da mesma classe de unidades. Quando se passa de uma classe a outra, ela é
omitida: R$ 851.435,00 (oitocentos e cinquenta e um mil, quatrocentos e trinta e cinco reais); R$
5.690.729,00 (cinco milhões, seiscentos e noventa mil, setecentos e vinte e nove reais). No entanto, o
último elemento sempre virá ligado pela conjunção e, mesmo sendo de classe diferente: R$ 2.300,00
(dois mil e trezentos reais); R$ 7.500.000,00 (sete milhões e quinhentos mil reais); R$ 2.000.005,20 (dois
milhões, cinco reais e vinte centavos).
3 Caso o valor venha no final de uma linha, não deve ser separado: o símbolo R$ fica numa, e o numeral,
na outra.
2 É comum o uso dos cardinais em lugar dos ordinais na enumeração de páginas: página 3;
folhas: folha 27; casas: casa 10; apartamentos: apartamento 301; quartos de hotel: quarto
116; dias: dia 5; poltronas: poltrona 19. Se, no entanto, o numeral for anteposto ao substantivo,
deverá ser usado o ordinal: terceira página, décima casa, 301º apartamento.
3 Os algarismos de mil em diante devem ser escritos com ponto: HC n. 2.319/RJ, SS n. 9.123/MG,
HC n. 2.412/PE, fl. 1.502. Faz-se exceção à indicação dos anos (1875, 1998, 2001, 2009) e a
números de ordem (Ela é a 1101ª colocada). (V. Parte II, datas.)
4 Nas referências aos dias do mês, empregam-se os cardinais, exceto na indicação do primeiro
dia, que é feita com ordinal: 6 de agosto de 2003, 1º de setembro de 2003. (V. Parte II, datas.)
5 Na numeração de artigos e parágrafos de leis e dos demais textos normativos, usa-se o ordinal
até nove e o cardinal de dez em diante: art. 1º, § 2º; § 5º do art. 10; art. 12. (V. Parte II, legislação.)
6 A concordância verbal com números abaixo de dois faz-se no singular: zero hora; 1,5 milhão;
0,3m (metro); 1,8km (quilômetro).
7 A concordância com milhão, bilhão, trilhão, etc. deve ser feita no masculino: 1,5 milhão de
pessoas [um milhão e quinhentas mil pessoas (e não uma milhão)]; 2,6 bilhões de crianças [dois
bilhões e seiscentos milhões de crianças (e não duas nem seiscentas)]. Como substantivos, tais
vocábulos vêm seguidos de preposição e do nome que enumeram: Colheram 2 milhões de
laranjas [dois milhões de laranjas (e não duas)]; O projeto beneficiará 300 milhões de crianças
em todo o mundo [trezentos milhões de crianças (e não trezentas)]. O mesmo se aplica a
milheiro e milhar: Foram apreendidos 2 milheiros de fitas [dois milheiros de fitas (e não duas)];
Foram atendidos os 3 milhares de pessoas que estavam na lista de espera (e não as).
8 Quando o ordinal é de dois mil em diante, a tradição orienta que o primeiro numeral deve
ser cardinal: a 2132ª pessoa (a duas milésima centésima trigésima segunda pessoa); a 4245ª
inscrição (a quatro milésima ducentésima quadragésima quinta inscrição). No entanto, há
uma tendência moderna de preferir o primeiro numeral também como ordinal: a 2132ª (a
segunda milésima...); a 4245ª inscrição (a quarta milésima...).
9 Na sucessão de reis, papas, séculos e capítulos de livros, usam-se o ordinal até dez e o cardinal
de onze em diante: Pedro II (segundo), Luiz XV (quinze), Pio X (décimo), João XXIII (vinte e
três), século X (décimo), século XI (onze), capítulo X (décimo), capítulo XIX (dezenove).
10 Não se usa zero antes de numeral inteiro, exceto quando se quer fazer alusão a dezenas de
96 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
loterias (05 10 09 03 11), a números de referência (Lote 02), a prefixos telefônicos (0xx21) e a
dígitos de computador (campos relativos a datas, por exemplo, 02/05/2003). Nos demais
casos, omite-se o zero. (V. horas, 1, e datas, 2.1.)
11 Na numeração de congressos, seminários, simpósios, encontros e similares, o Tribunal utiliza
algarismos romanos (XIII Congresso), no entanto, ao fazer referência a um desses eventos, usa o
numeral registrado no fôlder recebido (XIII Congresso ou 13º Congresso, dependendo do caso).
12 Os numerais ordinais devem ser grafados apenas com o o e o a superpostos (2º, 3ª) ou
conforme o caractere disponibilizado pelo computador (2o, 3a ou outros), contudo deve-se
usar uma só forma no texto.
número A palavra número só deve ser abreviada quando indicar série: Lei n. 9.610/1998; Habeas
Corpus n. 26.638/SP; Ofício n. 113/GP. Fora desse contexto, deve ser escrita por extenso: Foi
grande o número de mortos na guerra; Há um grande número de textos sem referências
bibliográficas; Cresce o número de desempregados no País.
o/lhe Existe diferença sintática entre as formas pronominais oblíquas o e lhe e respectivas flexões.
O pronome o funciona como objeto direto: Trouxe-os na sacola; Procurei-a em todo o colégio;
Nós o incentivamos a continuar a pesquisa; Não a visitei no domingo. Lhe, ao contrário,
funciona como objeto indireto: Não lhe pedi dinheiro emprestado; Cabe-lhe fazer a
catalogação dos livros; A notícia causou-lhes sofrimento. Dessa forma, não é apropriado usar
lhe no lugar de o em frases como as seguintes: Nós o (e não lhe) escondemos no porão; Não
quero aborrecê-lo (e não lhe); O estresse a (e não lhe) derruba mesmo. (V. lhe/lhes.)
o mais das vezes Na expressão, mais é empregado como substantivo, com acepção de o máximo, o maior
número, a maior porção: Eles ficaram o mais das vezes sozinhos em casa; Passamos o mais dos
dias na fazenda; Esperamos o mais do tempo na guarita; Passamos o mais da tarde no hospital.
o mais possível/o menos possível/ 1 Nestas expressões, a palavra possível ficará no singular quando o artigo definido estiver no
o melhor possível/o pior possível singular: Quero respostas o mais objetivas possível; As propostas são o mais audaciosas
possível; Suas palavras foram o mais gentis possível; Procure ser o mais clara possível;
Aconselhou-me a comprar calçados o mais possível confortáveis; As aulas foram o menos
práticas possível; Essas informações são o menos confiáveis possível.
2 Caso se efetue flexão de número e, conforme o caso, de gênero – os(as) mais, os(as) menos,
os(as) melhores, os(as) piores –, possível vai para o plural: Quero respostas as mais objetivas
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 97
OBSERVAÇÃO
o mesmo Não se deve usar este pronome para fazer referência, no texto, a elemento mencionado
anteriormente. Assim, devem-se evitar construções deste tipo: Visitei minha avó; a mesma
estava doente; Telefonei para o advogado; conversei com o mesmo sobre o assunto; Embora o
casamento tenha sido no sábado, poucas pessoas compareceram ao mesmo; A secretária
recebeu nosso requerimento e disse que entregaria o mesmo ao diretor. Essas orações podem
ser reestruturadas da seguinte forma: Visitei minha avó, que estava doente; Telefonei para o
advogado, com o qual conversei sobre o assunto; Embora o casamento tenha sido no sábado,
poucas pessoas compareceram a ele/à cerimônia; A secretária recebeu nosso requerimento
e disse que o entregaria ao diretor.
o que/o de que/do que Na frase Não sei o que trouxeram, o o (pronome demonstrativo) e o que (pronome relativo)
funcionam como objetos diretos dos verbos saber e trazer respectivamente. Quando o verbo da
segunda oração exigir a regência de, o que deverá ser antecedido dessa preposição. Por exemplo:
Não sei o de que se queixaram; Ouvimos o de que falavam; Já sabemos o de que se trata. Essas
construções também estarão corretas se deslocada a preposição para antes do demonstrativo:
Não sei do que se queixaram; Ouvimos do que falavam; Já sabemos do que se trata.
ora 1 Ora pode ser usado como advérbio, com o sentido de agora, neste momento: O evento a que
ora damos abertura...; O servidor ora demitido vai recorrer à Justiça.
2 Como conjunção, ora serve para ligar orações ou palavras, indicando alternância (ora... ora).
Nesse caso, o segundo ora não se liga por e: Ora ria, ora chorava; Ora escreve como jurista,
ora como literato; Dançava ora tango ora bolero; O paciente falava ora inglês ora espanhol.
Pode ainda indicar transição de pensamento, com o sentido de pois bem, note-se que: Se o
rapaz quisesse, teria acudido a mulher; ora, se não o fez, não queria ajudar mesmo; Você não
pode impor ônus; ora, se não determinou as regras antes, não é justo que exija isso agora.
os... os mais Repetir o artigo em expressões superlativas é próprio do francês; em português, deve-se
evitar. É possível dizer, por exemplo, Assistimos à premiação dos mais talentosos jogadores;
Assistimos à premiação dos jogadores mais talentosos. Nunca, portanto, Assistimos à
premiação dos jogadores os mais talentosos.
98 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
ou melhor Ou melhor (sempre entre vírgulas) é expressão retificadora: Ela avisou que mandaria os
documentos, ou melhor, que traria os documentos; A instalação elétrica está danificada, ou
melhor, imprestável.
ou seja Ou seja é expressão invariável (portanto nunca se pluraliza) de valor explicativo: A mulher
comprou apenas laticínios, ou seja, queijo e manteiga; A coesão, ou seja, a ligação entre os
elementos da estrutura superficial do texto...; ou retificador: Ela tem três filhos, ou seja,
quatro; Ajudamos na preparação da festa, ou seja, fizemos tudo. Isto é também apresenta as
duas possibilidades de uso.
palavras e expressões inexistentes Ao usar uma palavra ou expressão, é bom certificar-se de que ela existe na língua. Seguem
algumas que não estão dicionarizadas, por isso devem ser evitadas: face a, frente a, inobstante,
improver, no que atine, no que pertine.
parecer + infinitivo 1 O verbo parecer, quando usado como verbo auxiliar, deve ser flexionado: As crianças
parecem gostar do novo professor; Os assessores não parecem estar cientes dos últimos
acontecimentos; Nossos filhos parecem estar adaptando-se à nova cidade.
2 Quando intransitivo, o verbo parecer é empregado na terceira pessoa do singular: As crianças
parece gostarem do novo professor; Os assessores não parece estarem cientes dos últimos
acontecimentos; Nossos filhos parece estarem adaptando-se à nova cidade. Nesses casos, as
orações as crianças gostarem do novo professor, os assessores estarem cientes dos últimos
acontecimentos e nossos filhos estarem adaptando-se à nova cidade funcionam como sujeito
de parecer.
partes do corpo 1 Comumente não se usa o possessivo antes de partes do corpo e propriedades da alma:
Machuquei a mão no acidente; O homem balançou a cabeça dizendo sim; Todos ficaram com
o nariz congelado; A pancada fez a moça perder a consciência.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 99
2 Partes do corpo e propriedades da alma também não se empregam no plural, ainda que sejam
em referência a grupo ou multidão: Os jurados ficaram de boca aberta; Todos os pacientes
estavam com a garganta irritada; Os jogadores, sem exceção, levaram pancadas na cabeça; O
coração dos brasileiros bateu forte na hora dos pênaltis; Os réus diziam estar com a consciência
tranquila; Muitos adeptos da seita perderam a identidade. Todavia, usa-se o plural nos seguintes
casos: Levantaram as mãos (as duas) para saudar o cantor; Os sequestradores queimaram as
orelhas (as duas) do refém; Furaram os pés (os dois) dos detentos.
particípio Quando o verbo tem duplo particípio, utiliza-se a forma regular (terminação do) com os
auxiliares ter e haver, e a forma irregular, com os auxiliares ser e estar: A diretoria tinha
elegido o presidente por unanimidade; O prazo para o recurso já se havia extinguido à época;
O presidente foi eleito por unanimidade; O processo foi extinto sem julgamento do mérito.
Vejam-se, no quadro abaixo, alguns verbos com duplo particípio:
OBSERVAÇÕES
1 As formas assinaladas com um asterisco (*) estão sendo usadas preferencialmente como adjetivo.
2 Quanto às assinaladas com dois (**), há uma tendência ao uso também em estruturas de voz passiva.
3 Quanto às assinaladas com três (***), há uma tendência ao desaparecimento do particípio regular
(ganhado, gastado, pagado e pegado).
pedir para/pedir que Como o verbo pedir é transitivo direto, só se usa pedir para quando estão subentendidas as
palavras licença ou permissão: Pedimos (licença) para nos retirar da sessão; Pediu (permissão)
para ligar a televisão; As jornalistas pediram (permissão) para filmar a entrevista. Nos
demais casos, usa-se pedir que: Ela pediu que se retirassem; Pediram que você ligasse a
televisão; As jornalistas pediram que eu filmasse a entrevista.
perante Perante é preposição que significa na presença de, diante de, ante. Antes de substantivo
comum, sempre vem seguida de artigo, mas não da preposição a: Ela ajoelhou-se perante o
(e não perante ao) padre; A causa foi posta perante o (e não perante ao) juiz; Veio perante (e
não perante a) mim com desculpas.
perder de/para Alguns dicionários apresentam o verbo perder com o sentido de ter mau êxito e sofrer derrota
como intransitivo e transitivo direto (O Vasco perdeu/perdeu o jogo). Quanto a Aurélio,
registra-o também como transitivo indireto. Afinal, quem perde perde de/para alguém ou de/
para algo. Assim, devemos dizer: O Vasco perdeu do/para o Flamengo; O grupo todo perdeu
de/para mim; O time dos homens perdeu do/para o das mulheres. Aplica-se a mesma norma
ao verbo ganhar, que, todavia, não admite a preposição para.
pleonasmo Pleonasmo é a redundância de termos numa oração – de emprego legítimo em certos casos
– quando se quer conferir maior vigor ao que está sendo dito: Vi tudo com meus próprios
olhos. Não se deve usá-lo, entretanto, quando os termos em excesso são considerados
supérfluos, caracterizando uma repetição inútil e deselegante. Vejam-se alguns exemplos:
acabamento final, conclusão final (a menos que haja conclusões parciais), continuar ainda,
conviver junto, elo de ligação, encarar de frente, erário público, exportar para fora, ganhar
grátis, há anos atrás, inaugurar novo, monopólio exclusivo, surpresa inesperada.
2 Letras. É possível tanto duplicar a letra para indicar seu plural (os tt da palavra tatibitatear,
os ss de assessor, a maior parte dos jj e gg) como usar o nome pronunciável da letra acrescido
de s (os tês, os esses, os jotas, os gês).
3 Nomes próprios. Aplicam-se aos nomes próprios as mesmas regras estabelecidas para o
plural dos nomes comuns: os Oliveiras, os Paulos, os Amarais, os Brasis, dois Rafaéis, muitos
Josés, os Rodrigues, os Luíses, os Ígores, os Moreiras da Silva, os Sobrais, os Castro Silveiras.
4 Palavras indicativas de massa. Os nomes de substâncias indicativas de massa são usados no
singular, quando designam produto, utilidade (Comprei feijão para um mês; Temos muito chá
para dieta; O milho desta safra não foi bom) ou no plural, quando designam variedades, espécies
(Restaurante especializado em carnes; Há uma loja que vende pós de plantas medicinais da
Amazônia; Experimentamos chás de diversos produtores; Milhos de várias procedências).
5 Siglas. Faz-se o plural de siglas com o acréscimo de s minúsculo (sem apóstrofo): CICs, PMs,
RGs, CEPs, REsps, AgRgs, APns, ARs, Pets, Rcls.
pontuação 1 Aspas
1.1 Empregam-se aspas duplas para indicar citação ou transcrição com até três linhas (dentro
do texto); empregam-se aspas simples para transcrição inserida no trecho que se está citando:
Segundo o advogado, “não foi dada ao paciente chance de defesa, por isso ‘injustamente
condenado’”.
1.2 Após dois-pontos (dentro do texto), fecham-se as aspas depois do ponto-final (ou outro sinal
que encerre o período) da citação inserida: Eis o teor da decisão impugnada: “Requer o
Ministério Público do Estado do Paraná a suspensão da decisão [...] Isso posto, defiro o pedido
para suspender a liminar concedida nos autos do Ag n. 2001.00245-1.”; Aduz ser aplicável ao
caso a Súmula n. 350/STJ, que assim dispõe: “O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação
de telefone celular.”
1.3 Quando, porém, a citação é inserida no corpo de um parágrafo, como uma continuidade da
ideia daquele que está escrevendo (dentro do texto), o ponto-final (ou outro sinal) é colocado
após as aspas para indicar o fecho do texto atual: Em sua petição, pleiteou, liminarmente, a
suspensão “do ato de cassação e de todos os seus efeitos até o julgamento final da ação, a fim
de que possa o impetrante retomar o exercício do cargo”.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 103
2 Barras
2.1 Usam-se barras:
2.1.1 Nas abreviações de datas (2/1/2004) e em certas abreviaturas: m/ [= meu(s), minha(s)]; A/C [=
ao(s) cuidado(s) de]; km/h [= quilômetro(s) por hora]; m/s [= metro(s) por segundo]; c/c [=
combinado com o/a (art., inciso, alínea, etc.)].
2.1.2 Para introduzir a sigla do estado após o número do processo: A Tutela Antecipada n. 34/BA
foi indeferida.
3 Colchetes
3.1 Usam-se colchetes:
3.1.1 Para intercalar observações ou indicar supressões em textos alheios: “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes [e visitantes também] no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [...]”
3.1.2 Para substituir os parênteses externos quando há necessidade de inserir parênteses internos:
“A quantia pedida [R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)] acabou sendo o valor atribuído à
causa” (COSTA, 2004, p. 267).
3.1.3 Para suprimir termos ou trechos de citações. (V. Parte II, citação direta.)
4 Parênteses
4.1 Usam-se parênteses:
4.1.1 Para isolar palavras, locuções ou frases de caráter explicativo intercaladas no período, a
saber: sinônimos, referências a datas, traduções, indicações bibliográficas, etc.: Durante todo
o dia (o dia inteiro), ficamos sem energia elétrica; O espelho (conto escrito por Machado de
Assis) tem uma grande lição de vida; “O Superior Tribunal de Justiça, com sede na Capital
Federal e jurisdição em todo o território nacional, compõe-se de trinta e três Ministros”
(RISTJ, art. 1º); “O sentimento de proteção é o sentimento de justiça.” (Noel Nascimento. A
escola humanista. São Carlos: EdUFSCar, 1999.)
104 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
4.1.2 Para introduzir siglas que se seguem aos nomes de órgãos, instituições e cidades: O Superior
Tribunal de Justiça (STJ) sediou a reunião preparatória da VIII Cúpula em fevereiro de 2004;
Falará, na solenidade de abertura do seminário, um representante da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB); A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou a suspensão das operações
no Afeganistão; João Pessoa (PB).Também pode ser usado travessão: O Superior Tribunal de
Justiça – STJ sediará o evento.
OBSERVAÇÕES
1 Caso o segundo parêntese coincida com um sinal de pontuação, esse sinal ficará após o parêntese: A
duplicação de letra pode indicar o superlativo: DD. (digníssimo), MM. (meritíssimo), SS. (santíssimo); Não
precisamos atribuir crédito nas seguintes situações: uso das próprias palavras ou ideias; informações
históricas de conhecimento público (Getúlio Vargas suicidou-se em 1954); notícias publicadas em
revistas ou jornais (Ele foi eleito presidente do Brasil).
2 Quando inserido no período e meramente explicativo, o conteúdo dos parênteses inicia-se com letra
minúscula e termina sem pontuação. (V. o item 4.1.1 deste verbete, dois primeiros exemplos.)
3 Quando entre períodos e a expressar um pensamento à parte, o conteúdo dos parênteses começa
com maiúscula e tem pontuação própria: Para dar continuidade ao projeto, a direção deveria realizar os
treinamentos aos sábados. (Tenho certeza de que a equipe toda tem disponibilidade de tempo para tal
atividade.) Afinal, já foram investidos muitos recursos e tempo; não é razoável deixá-lo pela metade.
Neste caso, não é admitida nova pontuação fora do segundo parêntese.
4 Quando introduzido após concluído o período, com a devida pontuação (ponto-final, ponto de
exclamação, ponto de interrogação ou reticências), inicia-se o conteúdo dos parênteses com letra
maiúscula e coloca-se a respectiva pontuação antes do segundo parêntese. Neste caso, também não é
admitida nova pontuação depois dos parênteses: “O que constitui a diferença entre o signo interior e o
signo exterior, entre o psíquico e o ideológico?” (Mikhail Bakhtin. Marxismo e filosofia da linguagem. São
Paulo: Hucitec, 1992.) Para responder a essa questão, é necessário...; “Só se ligam por hífen os elementos
das palavras compostas em que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras
compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um a sua própria acentuação,
porém formando o conjunto perfeita unidade de sentido.” (Rocha Lima. Gramática normativa da língua
portuguesa. 35. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998, p. 56.)
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 105
4.1 Em processos, quando se faz transcrição de texto seguida da indicação da folha ou da fonte, a
Presidência deste Tribunal adotou o seguinte procedimento: fecham-se as aspas, se houver, sem a
pontuação no fim do período, abre-se o parêntese e, com inicial minúscula e sem pontuação final,
indica-se a folha; fecha-se o parêntese e, depois dele, usa-se ponto-final ou outro sinal, dependendo do
caso: Alega o impetrante que “o paciente é réu primário e tem residência fixa e bons antecedentes” (fl.
2); Aduz a requerente que a medida liminar possui CARÁTER IRREVERSÍVEL, visto que, caso seja
cumprida, haverá desabastecimento de energia em várias unidades consumidoras (fl. 17); “Não se
conhece de recurso interposto fora do prazo legal” (EDcl nos EDcl no AgRg no AREsp n. 547.475/SP).
4.2 Em se tratando de citação referente a processo eletrônico, segue-se a mesma regra de pontuação
da exceção constante do item anterior, procedendo-se da seguinte maneira: O agravante alegou que “o
Tribunal de origem julgou apenas questões de direito processual” (e-STJ, fl. 201).
5 Ponto e vírgula
5.1 Usa-se o ponto e vírgula:
5.1.2 Para separar as partes de um período quando pelo menos uma delas está subdividida por
vírgula(s): Visitamos o Museu JK; ela, o Palácio do Planalto; Manaíra, Jacumã e Tambaú são
praias da Paraíba; Itaguaíba, Enseada e Perequê, de São Paulo.
5.1.3 Para separar os itens de documentos, leis, portarias, regulamentos, decretos, enumerações, etc.:
Sujeitam-se a revisão os seguintes processos:
I – ação rescisória;
II – ação penal originária;
III – revisão criminal (RISTJ, art. 35).
São órgãos da Justiça do Trabalho:
I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juízes do Trabalho (CF, art. 111).
106 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
5.1.4 Para separar os considerandos, com exceção do último, que integram o preâmbulo de um
texto oficial (decreto, portaria, sentença, ato, acórdão ou documento semelhante):
O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, usando de suas atribuições
regimentais e
CONSIDERANDO ...;
CONSIDERANDO ...;
CONSIDERANDO ...,
RESOLVE:
6 Reticências
6.1 Usam-se reticências:
6.1.1 Para indicar interrupção ou incompletude do pensamento ou, ainda, hesitação: Moro na
Rua...; Quem tudo quer...; Bem... acho...
6.1.2 Para suprimir partes iniciais, intermediárias e finais de uma citação (entre colchetes): “[...] os
pronomes são substantivos, adjetivos, advérbios e − em algumas línguas que não o português
− até verbos” (BECHARA, 2001, p. 112); “O Ministério Público é instituição permanente [...],
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis” (CF, art. 127); “[...] o aprendiz lê todas as épocas, mas escreve,
automaticamente, na sua [...]” (ORLANDI, 1988, p. 91).
6.2 Usadas no fim do enunciado, as reticências dispensam o ponto-final.
7 Travessão
7.1 Usa-se o travessão:
7.1.2 Para isolar palavras ou orações a que se quer dar ênfase (travessão duplo com espaço antes
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 107
e depois de cada um): A violência vivenciada pelos brasileiros − agravada pelo que se
denominou crime organizado − é tema diário dos telejornais; Ao lado da violência, há um
tipo de miséria − sempre houve − que tem devastado a humanidade: a fome.
7.1.3 Para introduzir siglas (travessão simples com espaço antes e depois dele): O Juízo da 2ª Vara
Criminal da Comarca de Barra Mansa − RJ expediu a carta de execução de sentença do
paciente; A Organização Internacional do Trabalho − OIT lançou no Brasil campanha contra
o trabalho escravo; A Companhia Energética do Ceará – Coelce requereu a suspensão de
medida liminar concedida nos autos da Ação de Interdito Proibitório n. ___, em trâmite na
Comarca de Tauá − CE; A Empresa Brasileira de Telecomunicações S.A. − Embratel impetrou
mandado de segurança para anular ato administrativo praticado pelo Governador do Estado
do Rio de Janeiro. (V. pontuação, parênteses.)
OBSERVAÇÕES
1 Usa-se travessão simples se a expressão explicativa termina o período: O 62º Encontro do Colégio
Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil tratou de questões relevantes para a
magistratura − questões de todo voltadas para a efetividade do processo judicial.
2 Caso o segundo travessão coincida com uma vírgula ou um ponto e vírgula, esses sinais devem ficar
após o travessão: A Justiça de São Paulo realizou recentemente o primeiro interrogatório em que o réu,
preso no Centro de Detenção Provisória − região leste da cidade −, respondeu ao Juízo da 30ª Vara
Criminal − região oeste.
8 Vírgula
8.1 Usa-se a vírgula:
8.1.1 Para separar termos de função idêntica: Crianças, adolescentes, jovens e adultos precisam
exercer a cidadania; Necessitamos de chaves, parafusos, pregos e martelo; O Executivo, o
Legislativo e o Judiciário são Poderes independentes e harmônicos entre si.
OBSERVAÇÃO
Quando dois complementos nominais consecutivos são originados de objeto direto e objeto indireto
ou de objeto direto e adjunto adverbial, não é cabível a vírgula: A doação do apartamento ao sem-terra
gerou grande polêmica; A homenagem ao Presidente do Tribunal em virtude da aposentadoria
repercutiu em todo o País.
108 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
8.1.2 Para isolar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Havia mais de dez anos, a reforma
do Judiciário fora encaminhada ao Congresso Nacional; A reforma do Judiciário, havia mais
de dez anos, fora encaminhada ao Congresso Nacional. Quando o adjunto é de pequeno
porte, pode-se dispensar a vírgula: Hoje haverá sessão da Corte; Haverá hoje sessão da Corte.
Usa-se, porém, a vírgula quando se pretende realçá-lo: Hoje, haverá sessão da Corte.
8.1.3 Para separar as orações coordenadas sindéticas, com exceção das introduzidas pelas
conjunções e e nem, e as assindéticas: Não vejo o potencial de dano propalado pelo requerente,
pois a decisão atacada apenas restringe...; Não se trata de questão situada no âmbito do
litígio entre as partes, portanto não se afetam os interesses envolvidos no excepcional juízo
de suspensão; Ora estuda, ora finge estudar; O advogado alegou que o réu era primário,
tinha residência fixa e havia agido em legítima defesa.
8.1.3.1 Após pausa maior que a vírgula, as conjunções adversativas, com exceção do mas, e as
conclusivas, com exceção do pois (que sempre vem intercalado), podem ser seguidas de
vírgula: A juíza será submetida a uma cirurgia hoje, no entanto virá ao Tribunal; A juíza será
submetida a uma cirurgia hoje; no entanto, virá ao Tribunal; A juíza será submetida a uma
cirurgia hoje, portanto não virá ao Tribunal; A juíza será submetida a uma cirurgia hoje;
portanto, não virá ao Tribunal. Usa-se a vírgula antes e depois da conjunção sempre que ela
vem intercalada no período: No caso, todavia, não me parece demonstrada a ocorrência dos
alegados danos; Não vejo a ocorrência dos pressupostos autorizadores; indefiro, portanto, o
pedido; As eventuais multas poderão, pois, ser cobradas posteriormente.
8.1.3.2 Usa-se vírgula antes da conjunção e quando ela liga orações que têm sujeitos diferentes: O
ministro suscitou questão de ordem, e o presidente submeteu a matéria à Corte Especial; Os
operários entraram em greve há quinze dias, e os diretores até agora não tentaram nenhum
acordo; quando equivale à adversativa mas: Estava doente, e foi ao estádio; A decisão
restringe-se à constituição do crédito tributário, e não à sua cobrança; quando vem após a
data de ato normativo de série única e após elementos intercalados ou explicativos: A Lei n.
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e o Decreto-Lei n._______...; João Alcântara, lotado no Nurer,
e José Feitosa, lotado na...; quando, por ênfase ou enumeração, vem repetida: A torcida, em
estado de desvario, cantava, e pulava, e gritava, e ria; A história, e a arte, e a língua, e a
cultura são riquezas incomensuráveis de uma nação (o mesmo se aplica ao nem: Ninguém
foi com ele: nem o pai, nem a mãe, nem o filho).
8.1.4 Para separar orações subordinadas adverbiais, quando antepostas à principal ou nela
intercaladas: Conforme previsão regimental, o projeto será levado aos ministros para
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 109
OBSERVAÇÃO
Quando tais orações estiverem pospostas à oração principal, a vírgula será facultativa: É preciso
racionalizar procedimentos(,) a fim de tornar célere a prestação jurisdicional; A suspensão é cabível(,)
quando demonstrado que da decisão vergastada resulta grave lesão a pelo menos um dos bens
tutelados.
8.1.5 Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Foi realizada uma entrevista
com as supervisoras da empresa, que fizeram o curso de aperfeiçoamento; Os documentos,
que perdi, foram encontrados. O uso da vírgula antes do que na primeira frase leva à leitura
de que todas as supervisoras da empresa fizeram o curso de aperfeiçoamento; na segunda,
as vírgulas indicam que todos os meus documentos se perderam. Diferente seria se a
vírgula fosse omitida: Foi realizada uma entrevista com as supervisoras da empresa que
fizeram o curso de aperfeiçoamento; Os documentos que perdi foram encontrados. Aqui a
leitura é outra: no primeiro caso, entre as supervisoras da empresa, algumas fizeram o
curso, e essas foram entrevistadas; no segundo, apenas alguns documentos se perderam, e
esses foram achados.
8.1.6 Para separar as orações intercaladas: A reforma do Judiciário, repito, foi alvo de inovações
protelatórias; O poeta, disse Fernando Pessoa, é um fingidor.
OBSERVAÇÕES
1 Nunca se deve separar por vírgula o sujeito do verbo: Os ministros do STJ compareceram à solenidade
de posse do Presidente da República; Os argumentos expendidos pelo requerente demonstram que...;
O servidor que concluir satisfatoriamente o estágio probatório fará jus à progressão; nem o verbo ou o
nome do complemento: Os grevistas disseram que as horas não serão repostas; Ela cuida dos filhos, dos
sobrinhos e dos vizinhos; O Presidente da República indicou sua posição no assunto.
2 Usa-se a vírgula para isolar o aposto explicativo: Em 2003, o então Presidente do Superior Tribunal de
Justiça, Ministro Nilson Naves, defendeu, em audiência pública do Senado, a adoção da súmula
vinculante; porém, não se usa no caso de aposto especificativo: O ex-Presidente do Superior Tribunal
de Justiça Ministro Antônio de Pádua Ribeiro criou o lactário.
110 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
porcentagem Os numerais referentes a porcentagem serão sempre grafados com algarismos: Desistiram
da prova 30% dos candidatos; Recebemos a notícia de que 20% dos soldados estão feridos;
Foram julgados 72% dos processos; Entrevistamos 52% dos professores.
OBSERVAÇÕES
1 Em início de frase, deve-se usar apenas a forma por extenso: Vinte por cento dos soldados estão
feridos; Setenta e dois vírgula cinco por cento dos processos foram julgados.
2 Faz-se a concordância do verbo com o termo partitivo referente ao número percentual: Noticiaram
que 23% dos trabalhadores rurais conseguiram financiamento no Banco do Brasil; Dizem que 38% das
estradas brasileiras precisam de reparos; Setenta por cento da imprensa brasileira criticou a atitude do
deputado; Trinta por cento da Câmara dos Deputados votou contrariamente à reforma. Um por cento,
todavia, leva o verbo para o singular: Um por cento dos funcionários votou favoravelmente à reeleição
do chefe. Com os verbos ser e estar, o verbo (número) e o predicativo (gênero e número) deixam-se
influenciar pelo termo posposto ao número percentual: Trinta por cento da Câmara dos Deputados foi
contrária à reforma; Trinta e um por cento das candidatas eram nordestinas; Eu soube que 20% da
equipe é incompetente; Cinquenta por cento da mercadoria está perdida; Onze por cento dos
sobreviventes da enchente estão desabrigados. Nas locuções passivas, o particípio também se deixa
influenciar pelo partitivo: Suponho que 10% das candidatas foram aprovadas.
2.1 Quando o partitivo vier anteposto ao percentual, o verbo com este concordará: Do montante
inscrito, 32,5% foram eliminados.
3 Quando o número percentual vier determinado, o verbo com ele concordará: Os 21% da colheita
estragaram-se; Aqueles 13% do lucro da empresa serão divididos entre os funcionários; Uns 18% da
turma foram alcançados com a reforma.
4 Quando o verbo vier anteposto ao número percentual, a concordância também será feita com tal
número: Estão perdidos 50% da mercadoria; Está perdido 1% da mercadoria.
5 Se houver mais de um número percentual na frase, deverá ser usado sinal de porcentagem em todos
eles: Equipamentos de informática deverão subir de 22% a 25% na sexta-feira.
6 Se o sujeito exprimir porcentagem, o verbo concordará com o numeral: Oitenta por cento obtiveram
aprovação; Um por cento abandonou o curso.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 111
por hora/por ora 1 Por hora é expressão usada quando, na medição de velocidade, indica-se a distância percorrida
por determinado veículo no tempo de uma hora: O limite de velocidade desta rodovia sempre
foi 100km por hora; Pelo fato de o carro estar a 70km por hora, o acidente não teve vítimas.
2 Por ora significa por enquanto, por agora: Por ora, não temos informações novas sobre o
caso; Os contratos, por ora, foram suspensos.
porque/porquê/por que/por quê 1 Porque (junto e sem acento) é conjunção que exprime explicação (pois, que) ou circunstância
de causa (porquanto, uma vez que, já que, como): Vem logo, porque há muito trabalho; Tomei
aquela decisão porque julguei não haver outra saída; Os fracos nunca realizam coisa alguma
porque sempre desistem. Embora não seja comum, porque também pode ser usado para
expressar finalidade (para que), com verbo no modo subjuntivo: Faço votos porque faças
uma boa viagem; Assumiu a autoria do crime porque o irmão não fosse condenado; Trabalhei
muito porque eles pudessem estudar em boas escolas.
2 Porquê (junto e com acento) é substantivo (razão, motivo, indagação): Não consigo entender
o porquê dessa revolta toda; Quer contar-me o porquê de seu silêncio?; Havia muitos porquês
para poucas respostas.
3 Por que (separado e sem acento) é advérbio interrogativo de causa, usado tanto nas orações
interrogativas diretas quanto nas indiretas: Por que você desistiu do emprego?; Quero saber
por que você desistiu do emprego; Por que o ser humano nunca se conforma com o que tem?;
Gostaria de saber por que o ser humano nunca se conforma com o que tem. Quando no fim da
oração ou do período ou isolado, recebe o acento circunflexo: Você fugiu por quê, se ninguém
a ameaçou?; Você desistiu do emprego por quê?; Você desistiu do emprego? Por quê?
OBSERVAÇÃO
Nas frases seguintes, por que não funciona como advérbio interrogativo: A estrada por que viajamos
estava cheia de crateras; Preciso dizer-lhe a razão por que desisti do emprego; Não sei o motivo por
que não vieram; Vai relatar os estágios por que passaram. Nesses casos, o que é pronome relativo
(ligado a um antecedente), por isso sempre virá separado do por (preposição) e poderá ser substituído
por o qual, a qual, os quais e as quais: A estrada pela qual viajamos estava cheia de crateras; Preciso
dizer-lhe a razão pela qual desisti do emprego; Não sei o motivo pelo qual não vieram; Vai relatar os
estágios pelos quais passaram. O antecedente do relativo pode vir subentendido: O Tribunal a quo
decidiu com base no conjunto fático-probatório. Daí por que (a razão pela qual) não pode o STJ
apreciar o recurso especial.
112 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
por si só Na expressão, a palavra só tem função adjetiva, e não adverbial; por isso, quando usada em
referência a nome singular, fica no singular; quando a nome no plural, deve ser flexionada:
A crescente demanda por justiça demonstra por si só a também crescente confiança da
sociedade no Poder Judiciário; Os argumentos da defesa por si sós não são suficientes para
que se autorize a concessão da liminar; Esses dados por si sós revelam o tamanho do prejuízo
que sofrerá a empresa.
posto que/visto que Posto que significa embora, ainda que, se bem que; assim, é locução conjuntiva de valor
concessivo e exige verbo no subjuntivo: Posto que tivéssemos estudado, não nos saímos bem
no exame; Posto que fosse sócio da firma, nunca opinou nas reuniões de planejamento; A
comitiva não chegou a tempo para a solenidade de posse da nova diretoria, posto que tivesse
saído com duas horas de antecedência; Os operários, posto que estivessem com o capacete de
proteção, sofreram ferimentos na cabeça com a queda da plataforma. Não confundir posto
que com visto que (equivalente a uma vez que, como, porque), que é causal e exige verbo no
indicativo: Visto que estava sem dinheiro, não comprou as ações.
preposição 1 Não se repete a preposição quando rege palavras que constituem um só conjunto, ou seja,
palavras que indicam simultaneidade ou têm a mesma natureza: sopa de carne e legumes
(uma sopa feita de carne e legumes); livros de poesias e contos (livros do quais constam poesias
e contos); filhos de Pedro e Rita (filhos do casal); peças de prata e ouro (os dois materiais são
usados na fabricação); bolsa de couro e tecido (a bolsa contém partes de couro e partes de
tecido); mulher de cabelo loiro e pele morena (uma mulher com esses caracteres); texto sobre
política e filosofia (o mesmo texto versa sobre as duas doutrinas); suco de laranja e manga
(suco feito com as duas frutas); os números naturais dividem-se em pares e ímpares (o conjunto
dos números naturais é, simultaneamente, composto de números pares e números ímpares);
uniforme para alunos e alunas (o mesmo tipo de uniforme para ambos os sexos).
2 Ao contrário, quando as palavras pospostas à preposição constituem regimes diferentes,
isolados, ou seja, quando são de natureza diferente ou entre elas não há simultaneidade, a
repetição da preposição é obrigatória: roupas de verão e de inverno (dois tipos de roupa);
sopas de legumes e de frango (dois tipos de sopa); sucos de laranja e de manga (dois tipos de
suco); solenidade em homenagem aos juristas e aos literatos [dois tipos de personalidades
(caso não se repita a preposição, a homenagem será feita a juristas que são literatos)]; a
empresa faz construções de madeira e de alvenaria (dois tipos de construção); filmes de
suspense e de aventura (dois tipos de filme); blusas de seda e de algodão (dois tipos de blusa);
lojas de roupa e de sapato (dois tipos de loja).
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 113
3 Repete-se a preposição quando se repete o possessivo: Refletiu em seus acertos e em seus
erros/Refletiu em seus acertos e erros (e não em seus acertos e seus erros); Falamos de nossas
expectativas e de nossos sonhos/ Falamos de nossas expectativas e sonhos (e não de nossas
expectativas e nossos sonhos); Vive sob nossos cuidados e sob nossa orientação/Vive sob
nossos cuidados e orientação (e não sob nossos cuidados e nossa orientação); Perguntou
sobre minha experiência na área e sobre minhas expectativas/Perguntou sobre minha
experiência na área e expectativas (e não sobre minha experiência e minhas expectativas).
4 Repetem-se as preposições a e por quando se repete o artigo: Enviou o texto aos servidores e
aos terceirizados (e não aos servidores e os terceirizados); Ele estava alheio aos convidados e
à equipe de cerimonial (e não alheio aos convidados e a equipe de cerimonial); Cópia do
programa foi anexada aos ofícios expedidos e às pastas dos congressistas (e não anexada aos
ofícios expedidos e as pastas dos congressistas); Estamos atentos à estatística oficial e aos
gráficos demonstrativos (e não atentos à estatística oficial e os gráficos demonstrativos); Essa
decisão causa lesão à ordem e à segurança públicas (e não lesão à ordem e a segurança
públicas); Foi homenageado pelo trabalho prestado e pela incansável luta em favor dos
desabrigados (e não pelo trabalho prestado e a incansável luta); A criança foi atacada pelos
cães e pelas abelhas (e não pelos cães e as abelhas).
5 Não se repete a preposição no aposto: Nasceu, viveu e morreu naquela capital, Maceió (e não
em Maceió); Comemorou o décimo aniversário da filha mais nova, Ana Paula (e não de Ana
Paula); Nunca desistiu do seu mais alto ideal, a reforma do Judiciário (e não da reforma do
Judiciário); Lutaram contra nosso desejo, a modernização tecnológica da unidade (e não
contra a modernização tecnológica da unidade); Firmou acordo com o Presidente do Senado,
Senador ________ (e não com o Senador ________).
6 Repete-se a preposição nas expressões explicativas ou retificadoras: Preciso de apoio, isto é, da
aprovação do conselho administrativo; Chegou ao posto de maior responsabilidade de uma
nação, ou seja, ao cargo de Presidente da República; Planejou a viagem com os familiares, isto
é, com a mulher e filhos; No ano de 2002, ou melhor, de 2003, o Tribunal alcançou um número
de julgados excepcional; O texto estava repleto de argumentos contraditórios, digo, de falácias.
presidente/presidenta
Ambas as expressões são usadas para designar o feminino de presidente. No entanto, o
Tribunal optou, desde sua instalação, pela primeira (forma comum de dois, em que a
distinção do gênero é feita pelos elementos determinantes: artigo, adjetivo, pronome e
numeral), por ter uso consagrado nos órgãos públicos e nas empresas do País: A Presidente
da Seção retirou-se; A eminente Presidente da Turma retirou-se; Senhora Presidente, seja
bem-vinda; A primeira Presidente da Corte foi a Senhora Ministra...
114 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
primeiro-ministro Deve-se usar o numeral por extenso, e não algarismo: primeiro-ministro (e não 1º-ministro).
O feminino é primeira-ministra, e o plural, primeiros-ministros.
pronome oblíquo 1 Pospostos ao verbo, os pronomes oblíquos o, a, os, e as não se alteram quando a forma verbal
termina em vogal ou nos ditongos ai, ei, eu, iu e ou: Repito-o todos os dias; Convocava-os
mensalmente para uma reunião; Levai-os convosco; Considerei-o culpado; Bebeu-a
apressadamente; Desmentiu-os diante da autoridade; Confrontou-a durante a audiência.
Quando a forma verbal termina em r, s ou z, esses pronomes transformam-se em lo, la, los e
las, e o verbo perde a consoante final: Pensou que fosse necessário removê-la; Compramo-los
o ano passado; Fi-lo durante as férias. Se a forma verbal termina em m, ão ou õe, adquirem
os pronomes as formas no, na, nos e nas: Tem-no (o diário) guardado a sete chaves; Veem-na
(a filha) mensalmente; Burlavam-nos (os passageiros) descaradamente; Oferecem-nas (as
instruções) aos novos funcionários; Dão-na (a ajuda financeira) sempre às instituições de
caridade; Põe-nos (os vasos de flores) todos os dias na varanda.
2 O pronome se pode associar-se às formas me, te, lhe, nos, vos e lhes. Quando pospostas ao verbo,
as formas pronominais ligam-se a ele por hífen: Não se me afiguram presentes os pressupostos
autorizadores da medida urgente; Foram-se-me as forças; Tudo que temos se te deve; Não se
lhes impôs encargo maior; Esse argumento se nos mostra plausível. Nunca, porém, associa-se
o pronome se às formas o, a, os e as: Não se o faz; Não se o diz; Faz-se-o; Vê-se-o.
3 Não se usa o pronome oblíquo posposto a verbos no futuro do presente e do pretérito. O
pronome deve vir intercalado no verbo ou anteposto: Requisitá-lo-ei para o trabalho; Nunca
o requisitarei para o trabalho; Far-lhe-ei uma surpresa; Eu lhe farei uma surpresa.
(V. colocação pronominal.)
4 Nunca se usa o oblíquo posposto ao verbo no particípio. Em tal caso, o pronome liga-se ao
auxiliar: Foi-lhe pedido (e não Foi pedido-lhe); Tinha-se perdido na mata (e não Tinha
perdido-se na mata); Haviam-no acolhido bem (e não Haviam acolhido-o bem). Se houver
partícula atrativa, o pronome deve antepor-se ao verbo auxiliar: Nunca lhe foi dita a verdade.
que
Este vocábulo virá acentuado nas seguintes situações:
1 Quando, como substantivo, significar o nome da letra: O quê é a 17ª letra de nosso alfabeto;
algo indefinido, indeterminado: Essa história tem um quê; dificuldade, complexidade,
complicação: Português não é difícil, mas tem seus quês.
2 Quando for interjeição: Quê! Você ainda não cumpriu a determinação superior?
3 Quando fizer parte de expressões já consagradas pelo uso: não há de quê; sem quê nem
mais; sem quê nem para quê; um não sei quê.
4 Quando ocorrer em final de período: Fazer o quê?; Fumar para quê?; Ele falou não sei o quê;
Neste século, mudou o quê?
salário mínimo/salário-mínimo 1 Salário mínimo (sem hífen) é a remuneração mínima do trabalhador, fixada por lei: O atual
salário mínimo do brasileiro é R$ ____,00.
2 Salário-mínimo (com hífen) é usado para designar o trabalhador cuja remuneração é o salário
mínimo ou o trabalhador mal remunerado: Aquele pobre homem é um salário-mínimo. O
plural é salários-mínimos.
se não/senão 1 Usa-se se não (conjunção se + o advérbio não), com a acepção de caso não, para introduzir
uma oração condicional: Se não levantar os recursos necessários, desistirá do projeto; Não
compraremos nenhum equipamento se não houver licitação; A defesa não apresentou
argumentos convincentes; se não, vejamos:...
2 Senão é conjunção adversativa, com o sentido de mas, mas sim: Não era minha intenção
magoá-la, senão (mas) adverti-la; Ela não catalogou os livros nem os periódicos, senão (mas
sim) as cartas geográficas. Pode significar também do contrário, de outro modo: Não saia,
senão (do contrário, de outra forma) perderá a chance de falar com o chefe. Senão é, ainda,
preposição, na acepção de salvo, exceto, a não ser: Ninguém compareceu, senão (a não ser)
os professores.
sequer Sequer, advérbio, só é usado em orações negativas; tem o sentido de ao menos, pelo menos,
nem mesmo: Você não vai sequer participar da abertura do seminário?; O entrevistado não
116 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
conseguiu responder sequer a uma pergunta; O colega nem sequer (nem ao menos) agradeceu
minha colaboração.
si/consigo Si e consigo são variantes tônicas do pronome reflexivo se; só devem ser usados em referência
ao sujeito do verbo: Os assessores decidiram o caso entre si; Ouvi a mulher falando consigo
mesma; Ele carrega consigo lembranças dolorosas. Dessa forma, não se devem usar tais
pronomes dirigindo-se ao interlocutor: Não me referi a si; Preciso falar consigo; Não posso
viajar consigo. Nesses casos, sugere-se trocar o reflexivo por você/senhor: Não me referi a você/
ao senhor; Preciso falar com você/com o senhor; Não posso viajar com você/com o senhor.
sic Sic é uma palavra latina que se intercala numa citação ou a ela se pospõe com o objetivo de
indicar que o texto original foi reproduzido fielmente, por mais estranho ou errado que
possa parecer. É usada entre colchetes ou parênteses: “[...] a irresignação da impetrante, que
se consubstancia na causa de pedir do mandamus, reside no fato de que um possível acordo
realizado entre ela, a empresa HP Transporte e o poder concedente, há de [sic] dez anos, não
vem sendo cumprido.”; “[...] a decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região,
concedendo a antecipação de tutela à entidade prestadora de serviços ao SUS valores (sic)
que efetivamente lhe são devidos [...]”
tal qual Na expressão comparativa tal qual, tal concorda com o termo antecedente, e qual, com o
consequente: As meninas são tais qual a mãe; O menino é tal quais os amigos. Ressalte-se que
também existe a locução conjuntiva tal qual, invariável, que equivale a como: O
desembargador pensa tal qual o ministro.
tampouco/tão pouco 1 Tampouco é advérbio que equivale a também não, muito menos: A defesa não compareceu,
tampouco apresentou justificativa; Não tive tempo de comer, tampouco de dormir.
2 Tão pouco equivale a muito pouco, pouquíssimo: Em tão pouco tempo, conseguimos revisar
todos os textos; Pude sentir tão pouco entusiasmo da plateia; A seleção jogou tão pouco ontem.
tanto mais quanto Tanto mais quanto é locução conjuntiva que significa ainda mais que, porque: “Na espécie,
não percebo a ocorrência dos pressupostos autorizadores da medida urgente, tanto mais
quanto não há, em princípio, flagrante ilegalidade a reclamar a imediata atuação deste
Superior Tribunal.”; “[...] vejo presentes os pressupostos autorizadores da medida urgente,
tanto mais quanto a tese sustentada pelo impetrante está, em princípio, em consonância com
a jurisprudência do Superior Tribunal.”
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 117
todo/cada 1 Todo é usado para universalizar, englobar; é coletivo, portanto: Todo dia, estuda inglês; Todo
ano, faz exames preventivos de câncer. No primeiro exemplo, está dito que alguém estuda
inglês um dia após o outro; no segundo, que alguém, um ano após outro, faz exames de
prevenção.
2 Cada é usado para particularizar, especificar; é distributivo, portanto: Cada dia, estudo uma
matéria; Cada dia da semana, ela usa roupa de uma cor; Cada mês, faz doação a uma
instituição beneficente. No primeiro caso, distribuem-se as matérias pelos dias; no segundo,
sugere-se que alguém usa sete cores de roupa, uma em cada dia da semana; no terceiro,
tem-se que alguém faz doação a uma instituição beneficente em janeiro, a outra em
fevereiro... Observe-se, porém: Cozinho cada dia; Lavo os cabelos cada dia. Nessas frases, não
há distribuição, por isso deve-se substituir cada por todo, a não ser que se acrescentem dados
como um prato diferente, no primeiro caso, e com um xampu diferente, no segundo. Assim, as
frases Vou cada dia à casa de um amigo e Vou todo dia à casa de um amigo têm significados
diferentes: na primeira, alguém visita um amigo hoje, outro amanhã, outro depois de
amanhã; na segunda, o amigo visitado é um só.
todo/todo o/todos os 1 Todo desacompanhado de artigo tem o valor de qualquer: Todo (qualquer) cliente do banco
precisa fazer o recadastramento até o dia 25 de novembro; Toda criança (qualquer) precisa
de uma alimentação saudável.
2 Todo acompanhado do artigo o tem o valor de inteiro: Todo o país (o país inteiro) comemorou
a vitória da seleção; Durante todo o dia (o dia inteiro), ficamos sem energia elétrica; Todo o
colégio (o colégio inteiro) compareceu ao velório do diretor.
3 Todos os, por seu turno, indica totalidade: Todas as ruas (o total das ruas) do condomínio
estão precisando de limpeza; Todos os alunos (o total dos alunos) estavam fardados na
solenidade do Dia da Bandeira.
4 Todo ainda pode ser usado adverbialmente, com o valor de inteiramente, em todas as suas
partes: Ela é todo ouvidos:
5 Posposto ao substantivo, todo é qualificativo: A família toda estava presente à cerimônia; As
crianças comeram a pizza toda.
verbos dicendi (usados no relatório da decisão) São verbos dicendi aqueles cujo objeto direto é uma oração substantiva que exprime o
conteúdo de uma assertiva (dizer e sinônimos ou afins como afirmar, alegar, argumentar,
declarar, exclamar, falar, indagar, perguntar, pretender, redarguir, responder, retrucar,
sustentar). Ex.: Diz o impetrante que o réu está sofrendo constrangimento ilegal. São também
usados como dicendi nos textos jurídicos, embora não estejam assim registrados nos
dicionários de língua portuguesa, os verbos abaixo, com objeto oracional introduzido pela
conjunção que: acrescentar, acusar, aditar, aduzir, citar, defender, destacar, esclarecer, frisar,
mencionar, registrar, ressaltar, salientar e outros. Ex.: O impetrante registra que o réu está
sofrendo constrangimento ilegal.
voto 1 Grafam-se com hífen os compostos cujo segundo elemento é substantivo: voto-vista,
voto-vogal, voto-mérito, voto-preliminar.
OBSERVAÇÃO
O plural desses substantivos compostos, em que o segundo termo é também substantivo, pode ser
feito com a flexão dos dois termos ou apenas do primeiro: votos-vistas/votos-vista; votos-vogais/
votos-vogal; votos-méritos/votos-mérito; votos-preliminares/votos-preliminar.
REDAÇÃO
OFICIAL
E ATOS
NORMATIVOS
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 121
Características do Texto Quando se produz um texto, a inteligibilidade é qualidade essencial a ser buscada.
Especialmente em relação à correspondência oficial e aos textos normativos, o bom
entendimento do conteúdo é primordial para que não ocorram erros na execução das
providências solicitadas ou determinadas. Para tanto, é imprescindível que os textos sejam
dotados das características explicitadas a seguir (algumas previstas na Lei Complementar n.
95, de 26 de fevereiro de 1998, e no Decreto n. 4.176, de 28 de março de 2002).
1 Clareza
A clareza é a característica norteadora das demais. Em outras palavras, o objetivo principal
de quem redige é tornar seu texto o mais claro possível, transferindo, com precisão, uma
ideia para o papel ou para os meios virtuais. Dessa forma, evita que o receptor interprete, de
maneira errônea, a informação.
Há diversas técnicas que tornam o texto inteligível, a saber:
a) disposição dos elementos da oração na ordem direta (sujeito-verbo-complemento);
b) desenvolvimento de ideias igualmente relevantes em parágrafos diferentes, relacionando-os
por meio de expressões adequadas à transição;
c) uso de palavras e expressões em seu sentido comum;
d) emprego uniforme dos tempos verbais;
e) uso dos sinais de pontuação de forma judiciosa, sem abusos de caráter estilístico.
O que deve ser evitado:
a) palavras, expressões e construções arcaicas, rebuscadas (preciosismos);
b) neologismos.
OBSERVAÇÃO
2 Concisão
Concisão é a habilidade de dizer o máximo com o menor número de palavras. Para que o
texto seja conciso, é necessário:
a) construir períodos curtos, dando preferência à voz ativa no lugar da passiva (Solicito a Vossa
Excelência que seja colocado à disposição deste Tribunal o servidor... → Solicito a Vossa
Excelência colocar à disposição deste Tribunal o servidor...);
b) evitar repetições inúteis, adjetivação excessiva e modismos que ferem o padrão formal
(Dirijo-me a Vossa Excelência a fim de informar a Vossa Excelência que... → Informo a
Vossa Excelência que...; Comunico que a egrégia Terceira Seção... → Comunico que a
Terceira Seção...);
c) evitar pormenores impertinentes e redundâncias (Há anos atrás, o colegiado decidiu... → Há
anos o colegiado decidiu...; A Justiça Federal inaugurou nova vara na Comarca de... → A
Justiça Federal inaugurou uma vara na Comarca de...);
d) evitar expressões irrelevantes, que tornam o texto pesado e obscuro (Certo de sua colaboração,
renovo meus protestos de elevada estima e distinta consideração → Atenciosamente/
Respeitosamente; Aproveito o ensejo para colocar-me à sua inteira disposição... →
Atenciosamente/Respeitosamente; Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Excelência para
informar que... → Informo a Vossa Excelência que...);
e) reduzir o emprego de pronomes relativos (que, o qual, cujo, etc.) e de conjunções integrantes,
especialmente que (Solicito que se informem os fatos que ocorreram na Seção X, que integra a
Coordenadoria Y → Solicito informações sobre os fatos ocorridos na Seção X, integrante da
Coordenadoria Y);
f) evitar advérbios e locuções adverbiais desnecessárias (O colegiado decidiu, aqui e agora,
que... → O colegiado decidiu que...; O relator, a fls., registrou... → O relator registrou...);
g) restringir o emprego de termos indefinidos (Comunico que enviei um outro memorando à
unidade solicitando... → Comunico que enviei outro memorando...);
h) evitar pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, etc.), usando-os só por necessidade de clareza
(Eu comunico... → Comunico...).
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 123
3 Precisão
Precisão diz respeito à escolha exata das palavras e construções a fim de expressar, com
fidelidade, um pensamento. Para a obtenção da precisão, deve-se:
a) evitar palavras e expressões que confiram duplo sentido ao texto;
b) escolher termos que tenham o mesmo sentido na maior parte do território nacional em vez
de expressões locais ou regionais.
4 Correção
Dentro da diversidade de usos de toda língua – decorrente de fatores individuais, sociais,
temporais e geográficos –, existe, em qualquer sociedade, um padrão de linguagem que serve
de instrumento geral de comunicação entre seus membros.
Cabe à Gramática Normativa classificar e sintetizar esse padrão linguístico, do qual resulta,
em determinado momento da língua, a norma que representa o ideal de expressão.
A correção, portanto, é a adequação da linguagem ao padrão culto, encontrado em gramáticas
normativas e dicionários.
Em termos de redação oficial e atos normativos, o uso do padrão é regra, pois tais textos
devem atender aos critérios da impessoalidade, da clareza e da concisão, entre outros.
Assim, o texto oficial deve estar acima das particularidades regionais da língua e dos
modismos lexicais. É importante destacar que o uso do padrão culto não pressupõe
construções sintáticas rebuscadas nem o uso de figuras próprias da linguagem poética. Ao
contrário, pressupõe simplicidade escorreita.
5 Coerência e Coesão
Coerência e coesão são características intimamente ligadas à clareza. A primeira refere-se à
unidade de sentido, obtida a partir da organização lógica das ideias. A base da coerência é a
continuidade de sentido entre as unidades do texto. É preciso, pois, que o autor planeje seu
texto para atingir esse objetivo, respeitando, preferencialmente, os seguintes elementos:
a) ordem cronológica – fatos anteriores antes dos posteriores;
124 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
b) ordem espacial – pormenores mais próximos antes dos mais distantes ou racionalmente
sequenciados (mais comum na descrição);
c) ordem lógica – do geral para o particular ou vice-versa.
A coesão é um dos principais suportes da coerência. O conceito refere-se ao uso de elementos
linguísticos que auxiliem na ordenação e na interligação das ideias. Desse modo, podem ser
utilizados mecanismos como a elipse, a substituição, a sinonímia, a hiperonímia (uso do termo
genérico pelo específico: A Quinta Turma decidiu.../O colegiado decidiu...), a repetição de
palavras, a referência (uso de pronomes) e a conjunção (concatenação de períodos e parágrafos).
Coesão, portanto, pressupõe a ligação, a relação, os nexos que se estabelecem entre os elementos
que constituem a superfície textual. É válido ressaltar que, embora auxilie no estabelecimento
da coerência, a coesão não garante que o texto seja coerente. Há textos coesos sem coerência e
textos sem coesão, mas coerentes (mais comuns na linguagem poética). Assim, é necessário
primar, nos textos oficiais e nos normativos, pela simultaneidade da coesão e da coerência.
6 Impessoalidade
Segundo a Constituição Federal, a impessoalidade é um dos princípios que devem ser
respeitados pela administração pública. Isso se verifica também na redação dos textos
oficiais, tendo em vista que eles não podem deixar transparecer a individualidade de quem
os elabora. Afinal, o servidor ou a autoridade que assinam o expediente o fazem sempre
representando o órgão em que trabalham.
Cumpre, então, que o redator evite marcas de pessoalidade (pronomes referentes à primeira
pessoa, desinência verbal de primeira pessoa, etc.), ressalvados os casos em que for solicitada
sua opinião ou a emissão de parecer.
Como Garantir a Qualidade do Texto Após concluir a redação do texto, é importante responder às seguintes questões, destinadas
a avaliar se ele contém as características aqui abordadas [NEY, 1995, p. 14 (adaptado)]:
a) Está completo?
b) Dá todas as informações necessárias?
c) Responde a todas as indagações que se possam fazer?
d) Contém apenas o essencial?
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 125
e) Utiliza somente as palavras e frases indispensáveis?
f) Está em linguagem correta?
g) Traduz o pensamento com exatidão e simplicidade?
h) Está estruturado com clareza?
i) Está em linguagem apropriada?
j) O tratamento é adequado?
k) Cada parágrafo contém apenas uma ideia central?
l) As ideias estão em boa sequência e bem concatenadas?
m) A informação é precisa?
Nesta parte (II) constam os textos destinados à comunicação oficial e os textos normativos
produzidos no Tribunal, com instruções para sua elaboração e com exemplos extraídos do
dia a dia da Corte. Para os textos gerados no Sistema Eletrônico de Informações – SEI, são
utilizados os formulários nele disponíveis, já adequados a este manual.
A padronização do leiaute dos documentos é importante porque revela a imagem do
Tribunal como um todo, como uma unidade. Além disso, porque proporciona rápida
elaboração do texto e identificação imediata do tipo desejado.
a) papel A4;
b) fontes Times New Roman ou Arial nos tamanhos 12 ou 14 (dependendo da extensão do texto);
c) espaçamento entre as linhas do endereçamento do texto oficial: espaço simples;
d) espaçamento entre as linhas do texto: 1,5 ou espaço simples, dependendo da extensão
(redação oficial) ou espaço simples (texto normativo, inclusive a ementa);
126 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
e) espaçamento entre os parágrafos: 6 pontos;
f) margem superior: 2cm;
g) margem inferior: 2cm;
h) margem esquerda: 3cm;
i) parágrafo: 2,5cm;
j) margem direita: 2cm.
OBSERVAÇÃO
No caso do cartão, as margens são as seguintes: esquerda, 1,5cm; parágrafo, 1,5cm; direita, 1cm.
2 Datas
2.1 No cabeçalho de textos oficiais, escrevem-se o nome do local (sem a sigla do estado), o dia em
algarismos, o mês por extenso e com letra minúscula e o ano também em algarismos, sendo
norma o uso do ponto-final: Brasília, 3 de julho de 2013. O primeiro dia do mês deve ser
escrito em ordinal: Brasília, 1º de março de 2013. Não se usa o dígito zero antes do número
referente a dia ou mês (v. Parte I, numeral, 4 e 10): 3.6.2001 ou 3/6/2001 (nunca 03.06.2001).
2.2 Para fazer referência à data da assinatura de normativos, escrevem-se, após o nome do texto,
o dia em algarismos, o mês por extenso e o ano em algarismos – entre vírgulas, se estiverem
no meio do período; apenas precedidos de vírgula, se vierem no final –: Consultei a Lei n.
9.784, de 29 de janeiro de 1999, que dispõe sobre...; O caso está previsto na Lei n. 9.784, de 29
de janeiro de 1999. A partir da segunda citação, coloca-se barra após o número da norma e
escrevem-se os algarismos do ano da assinatura: Lei n. 9.784/1999.
OBSERVAÇÃO
Os textos normativos que abrem uma nova série a cada ano não admitem vírgula antes da data:
Resolução STJ n. 2 de 20 de maio de 2006, em razão do caráter restritivo da data.
2.3 Em decisões e despachos processuais, para fazer alusão a alguma data, escrevem-se, em
algarismos, separados por ponto ou barra, o dia, o mês e o ano: 13.10.1990 ou 13/10/1990.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 127
3 Destaques no Texto
3.1 Quando o estilo da fonte no texto for o normal, deve-se usar itálico:
3.1.1 Nos nomes de jornais e revistas: O Correio Braziliense publicou...; A Isto É deu destaque à
matéria; O artigo foi publicado na Veja.
3.1.2 Nos nomes de obras, aí incluídos livros, filmes, peças teatrais, músicas, etc.: O texto é uma
leitura de Vidas secas, de Graciliano Ramos; A revista publicou um comentário sobre o filme
Carandiru, de Babenco; Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, foi interpretada por Caetano.
3.1.3 Nas palavras a que se quer dar destaque: A crítica do jornalista foi à não participação do
governo nos debates; Por incompetência, o advogado referiu-se ao impedimento legal do
órgão para cuidar do caso; Determino o sobrestamento de todos os feitos até o julgamento
deste conflito.
3.1.4 Nos estrangeirismos: O Tribunal a quo havia deferido o pedido de suspensão de liminar;
Cuida-se de habeas corpus com pedido de liminar...; Recebemos aproximadamente cem
e-mails por dia.
3.2 Quando o estilo da fonte no texto for o itálico, os destaques devem ser feitos com negrito ou
aspas (“”).
3.3 Aconselha-se padronizar o uso de destaques na redação. Em outras palavras, deve-se
escolher um tipo apenas e usá-lo no corpo de todo o texto, e não dois ou mais tipos.
4 Citação Direta (após dois-pontos)
É a cópia de uma expressão, uma frase um parágrafo ou de vários de outro texto. Segundo a
NBR 10520, 2002, devem-se observar as seguintes regras:
4.1 Citações com até três linhas devem ser inseridas no corpo do texto com aspas duplas (as
aspas simples indicam citação dentro da citação em que já estão sendo usadas aspas duplas).
4.2 Citações com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo da margem esquerda, com
um corpo de letra menor do que o usado no texto, sem as aspas e com espaçamento simples
(NBR 14724, 2002, p. 5).
128 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
4.3 As supressões, ou seja, interrupção ou omissão da citação (sem alterar o sentido do texto),
são indicadas pelo uso de reticências entre colchetes, no início, meio ou final da citação: [...].
4.4 Os acréscimos ou comentários inseridos em citações são indicados entre colchetes.
Formas de Tratamento 1 As formas de tratamento, que figuram no vocativo, no corpo do texto e no endereçamento,
podem ser abreviadas, exceto quando referentes ao presidente da República, ao do Congresso
Nacional e ao do Supremo Tribunal Federal e ao Papa. Recomenda-se, no entanto, que,
independentemente do grau hierárquico do destinatário, sempre sejam utilizadas as formas
por extenso, pois mostram deferência ao destinatário e são mais elegantes e adequadas à
norma culta.
2 É importante que, num mesmo texto, sejam usadas formas só abreviadas ou só por extenso
(ressalvadas as autoridades mencionadas no item anterior).
3 De regra, é preciso preservar a uniformidade de tratamento, isto é, todos os pronomes usados
devem corresponder à pessoa a quem se dirige o texto. Em outras palavras, se, no cabeçalho
de uma correspondência, for usado Senhor Presidente, dependendo da posição do destinatário,
será usado, no corpo do texto, Vossa Excelência (se o destinatário for pessoa de posição
pública elevada: o presidente do STF, por exemplo) ou Vossa Senhoria (se o destinatário for
presidente de uma empresa, por exemplo). O que não pode acontecer é serem usados Vossa
Excelência e Vossa Senhoria no mesmo texto, indiscriminadamente. É imprescindível,
portanto, observar a uniformidade entre o endereçamento e o corpo do texto, bem como no
próprio texto. (V. Endereçamento no Texto.)
4 Vossa é usado para a pessoa com quem se fala; Sua, para a pessoa de quem se fala: Convidamos
Vossa Excelência para a palestra de abertura do congresso; A palestra será proferida por Sua
Excelência o Senhor Presidente.
5 Quer se refiram à pessoa com quem se fala (Vossa), quer se refiram à pessoa de quem se fala
(Sua), os pronomes de tratamento sempre levam o verbo e demais pronomes para a terceira
pessoa: Vossa Excelência deseja fazer o pronunciamento agora?; Comunico a Vossa Senhoria
que seu pedido foi deferido; Sua Excelência já foi informado da decisão. Recomenda-se
utilizar o tratamento adequado no início e, no decorrer do texto, fazer as devidas substituições
ou até omitir os pronomes caso isso não prejudique a clareza. No entanto, para as autoridades
relacionadas no item 1, sempre devem ser usadas as formas de tratamento, por representarem
maior deferência: Em atenção à solicitação de Vossa Excelência (senador), informo-lhe que...;
Comunico a Vossa Excelência (presidente do Supremo Tribunal Federal) que o pedido de Vossa
Excelência foi encaminhado...
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 129
6 Embora o gênero gramatical do pronome de tratamento seja feminino, a concordância é feita
conforme o sexo da pessoa a quem ele se refere: Senhora Ministra, Vossa Excelência será
indicada para compor a comissão; Vossa Senhoria é o candidato favorito para chefiar a seção.
7 Quadro demonstrativo das formas de tratamento.
Ao Senhor
Cônsul Vossa Senhoria V. Sa. Senhor Cônsul (nome)
Cônsul...
Ao Senhor
Coronel Vossa Senhoria V. Sa. Senhor Coronel
Coronel...
Ao Senhor
Delegado de Polícia*** Vossa Senhoria V. Sa. Senhor Delegado Doutor...
Delegado de Polícia de...
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 131
Ao Senhor
Diretor-Geral, Secretário-Geral Senhor Diretor-Geral/ (nome)
Vossa Senhoria V. Sa.
e Secretário de tribunal Secretário-Geral/ Secretário Diretor-Geral do/Secretário-Geral do/
Secretário de
Ao Senhor
Major Vossa Senhoria V. Sa. Senhor Major
Major...
A Sua Santidade
Papa Vossa Santidade — Santíssimo Padre
Papa...
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 133
A Sua Alteza
Príncipe, Duque e Arquiduque Vossa Alteza V. A. Alteza
Príncipe...
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 135
A Sua Majestade
Rei e Imperador Vossa Majestade V. M. Majestade
Rei/Imperador...
Ao Senhor
Tenente-Coronel Vossa Senhoria V. Sa. Senhor Tenente-Coronel
Tenente-Coronel...
Ao Senhor
Vereador (exceto o presidente) Vossa Senhoria V. Sa. Senhor Vereador
Vereador...
Demais autoridades,
comerciantes,
oficiais até coronel, Senhor + cargo Ao Senhor
pessoas de cerimônia, Vossa Senhoria V. Sa. Senhor + nome (se não (nome)
profissionais liberais (advogados, houver cargo) (cargo)
dentistas, jornalistas, médicos,
psicólogos, etc.)
* Os assinalados são também ministros de estado, conforme a Lei n. 10.683, de 28 de maio de 2003,
alterada pela Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011. (V. Medida Provisória n. 696, de 2 de outubro de 2015.)
** Consoante o art. 44, XIII, da Lei Complementar n. 80, de 12 de janeiro de 1994, é prerrogativa dos
membros da Defensoria Pública da União o mesmo tratamento reservado aos magistrados. Com
isso, o STJ equipara àqueles profissionais os defensores públicos dos estados, do Distrito Federal e
dos Territórios, atribuindo a estes também o tratamento de Vossa Excelência.
*** De acordo com o art. 3º da Lei n. 12.830, de 20 de junho de 2013, deve ser dispensado aos
delegados o mesmo tratamento protocolar conferido aos magistrados, aos membros da Defensoria
Pública e do Ministério Público e aos advogados. Entendemos que o termo protocolar diz respeito às
normas de cerimonial, não abrangendo a sistemática das formas de tratamento. Por isso, o Tribunal
trata aqueles profissionais de Vossa Senhoria.
**** A Lei n. 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, a qual institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério
Público, determina, no art. 41, I, que os membros da instituição terão o mesmo tratamento reservado
aos membros do Poder Judiciário perante os quais oficiem. Nesse sentido, atribuímos o tratamento
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 137
OBSERVAÇÕES
2 Para magistrados ocupantes de cargos administrativos, continua obrigatório o uso de Vossa Excelência
(Diretor-Geral, Secretário-Geral, etc.).
3 Doutor é usado para pessoas que adquirem o título em pós-graduação e para profissionais formados
em Direito e Medicina.
OBSERVAÇÃO
Em se tratando dos chefes dos três Poderes, há norma específica. (V. Formas de Tratamento, 1.)
2 Para pessoas tratadas de Vossa Senhoria:
Ao Senhor/À Senhora
JOÃO DOS ANJOS/MARIA DOS ANJOS
Diretor/Diretora da Cooperativa de Crédito Agrícola
João Pessoa – PB
138 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
OBSERVAÇÕES
1 Maiúsculas e Minúsculas
1.1 Usa-se inicial maiúscula nas referências a diplomas legais e a outros atos quando
acompanhados dos respectivos números: Lei n. 6.368/1976; Emenda Constitucional n. 4/1993;
Decreto-Lei n. 2.353/1992; Resolução n. 3/1999; Portaria STJ/GP n. 9/2001. Quando, porém,
desacompanhados ou empregados em sentido genérico, usa-se inicial minúscula: Encontram-
se nessa lei dispositivos sobre a matéria; A aludida emenda constitucional deu nova redação
ao...; A referida resolução foi assinada ontem; As leis do Brasil não condizem com a realidade
social do século XXI.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 139
2 Parte Normativa
2.1 Artigo
2.1.1 O texto do artigo inicia-se com letra maiúscula e encerra-se com ponto. Quando, porém, o
artigo desdobra-se em incisos, o caput termina com dois-pontos.
2.1.2 No texto normativo, a palavra artigo, abreviada, com inicial maiúscula e seguida de
numeral, vem separada do texto por um espaço, sem traço ou outro sinal, até o número
nove (ordinal); a partir do dez (cardinal), também abreviada e com inicial maiúscula,
vem separada por ponto e espaço (exemplos da Constituição Federal: “Art. 1º A República
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos
[...]”; “Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários
sejam objeto de discussão e deliberação.”).
2.1.3 Na citação de artigo de texto normativo, emprega-se a forma abreviada (art.), seguida de
espaço e de numeral ordinal até o nove: O fundamento é o art. 5º da Constituição; Comentaram
os arts. 8º e 9º do Código Penal; a partir do número dez, emprega-se o algarismo cardinal
correspondente: Fizemos referência aos arts. 10 e 15 do Regimento Interno.
2.1.4 Quando a palavra artigo não precede numeral, é escrita por extenso: Conforme os artigos
citados, não se pode aplicar ao réu a pena de reclusão; O advogado fundamentou-se em dois
artigos da Lei n. 4.348/1964.
2.2 Caput
É o enunciado do artigo. Por ser um termo latino, deve ser destacado (itálico): O caput do art.
91 da Constituição... Quando citado na ordem indireta, deve vir entre vírgulas: O art. 91,
caput, da Constituição...
2.3 Parágrafo
2.3.1 No texto normativo, o parágrafo inicia-se com letra maiúscula e termina com ponto. Quando,
porém, o parágrafo desdobra-se em incisos, usam-se os dois-pontos para introduzi-los.
2.3.2 O sinal de parágrafo [constituído de dois ss entrelaçados (§), iniciais das palavras latinas
140 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
signum sectionis, isto é, sinal de secção, de corte], seguido de numeral, vem separado do texto
por um espaço, sem traço ou outro sinal, até o número nove (ordinal); a partir do dez
(cardinal), vem separado por ponto e espaço.
2.3.3 Na citação de parágrafo, usa-se o símbolo §, seguido de numeral ordinal até o nove; a partir
do dez, usa-se o numeral cardinal correspondente seguido de ponto: § 1º; § 9º; § 10; § 16.
2.3.4 Quando se faz referência a mais de um parágrafo, duplica-se o símbolo: Lei n. 8.112/1990, art.
65, §§...
2.3.5 O parágrafo único, quer no texto normativo, quer nas referências, é escrito por extenso:
O parágrafo único do art. 194 da Constituição...
2.4 Inciso, alínea e item
2.4.1 No texto normativo, o inciso é designado por algarismos romanos seguidos de travessão; a
alínea, por letras minúsculas seguidas de parêntese sem itálico; o item, por algarismos
arábicos seguidos de ponto.
2.4.2 O texto do inciso, o da alínea e o do item são iniciados com letra minúscula (exceto quando se
trata de nome próprio) e terminados com ponto e vírgula, encerrando-se a série com ponto.
2.4.3 Quando um inciso é desdobrado em alíneas e uma alínea é desdobrada em itens, usam-se os
dois-pontos para introduzi-los.
2.4.4 Caso um inciso que não seja o último desdobre-se em alíneas, todas as alíneas terminam com
ponto e vírgula, devendo o ponto aparecer somente no final da série de incisos.
2.4.5 Quando citadas na ordem direta (crescente), é obrigatório o uso das palavras inciso,
alínea e item: inciso, seguido de algarismo romano; alínea, seguida de letra minúscula em
itálico; item, seguido de algarismo arábico: O item 3 da alínea b do inciso V...; A alínea b
do inciso IV... Na ordem indireta (decrescente), podem ser suprimidas: Citou o art. 67,
parágrafo único, IX, c, 2, da...
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 141
OBSERVAÇÕES
2 Quando o texto normativo for agrupado em títulos, capítulos, seções e subseções, tais palavras
deverão ser registradas em negrito, só com as iniciais maiúsculas. (V. Constituição Federal.)
2.5 Pontuação
2.5.1 Nas referências, não se usa vírgula para separar as partes de um diploma legal quando estão
dispostas na ordem direta (crescente): a alínea b do inciso I do § 1º do art. 136 da Constituição...;
O caput do art. 3º...; O art. 76 do Código Penal...; O art. 24 do Regimento Interno do... Quando
na ordem indireta (decrescente), alíneas, incisos e parágrafos devem vir separados por
vírgula: O art. 128, § 5º, I, a, da Constituição...; Os arts. 5º, II, e 6º da Constituição...; O art. 1º, I,
e, 2, da Lei Complementar n. 64, de 18 de maio de 1990.
3 Considerando
O considerando consiste em cada uma das justificativas, razões, observações e reflexões que
integram o preâmbulo de atos normativos, contratos, propostas e outros documentos que o
exijam. Escritos na margem de parágrafo, os considerandos encerram-se com ponto e vírgula,
exceto o último, que é seguido de vírgula. Quanto à palavra considerando, deve ser grafada
em caixa-alta.
Ex.: O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, usando da atribuição conferida
pelo art. ____ do Regimento Interno e tendo em vista o disposto no art. _____ da Lei n. ________,
de ______de ____________de ________, e
CONSIDERANDO...;
CONSIDERANDO...;
CONSIDERANDO...,
RESOLVE:
142 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
4 Alteração/Revogação de Texto Normativo (V. modelos de ato deliberativo e portaria.)
Assinatura De regra, os textos produzidos no Tribunal devem conter, junto à assinatura, o nome do
signatário e a identificação de seu cargo:
(espaço para a assinatura)
(nome só com iniciais maiúsculas)
(cargo só com iniciais maiúsculas)
No entanto, nos atos normativos, o cargo do signatário, que é mencionado logo no início do
texto, não se repete no fim do documento, bastando a assinatura e o nome da autoridade.
Nesta hipótese, o nome vem em letras maiúsculas.
Caso o texto tenha mais de uma página, recomenda-se não deixar a assinatura isolada na
última. Para que isso não ocorra, devem-se transferir para tal página pelo menos duas linhas
do período anterior ao fecho.
Finalmente, não se usa traço para demarcar o espaço da assinatura.
Anexos Anexos são documentos apensados ao principal que complementam as informações nele
veiculadas, servindo-lhe de apoio. No Tribunal, podem ser identificados por algarismos
romanos ou letras maiúsculas, devendo a palavra anexo ser grafada em negrito e caixa-
alta no cabeçalho do documento: ANEXO I, ANEXO A. Quando em referência no corpo
do texto, admite apenas inicial maiúscula: Anexo I, Anexo A. Havendo apenas um anexo,
é chamado Anexo.
Tabelas, Gráficos, Figuras e Quadros Tabelas, gráficos, figuras e quadros são instrumentos utilizados para ilustrar as informações
disponibilizadas no documento, com o objetivo de facilitar a compreensão. Esses recursos
devem ser intercalados no texto logo após sua primeira citação e numerados com algarismos
arábicos. Além disso, os termos tabela, gráfico, figura e quadro não devem ser abreviados
nem nas legendas nem no corpo do texto. As palavras que vêm dentro da tabela, gráfico ou
quadro, igualmente, não são abreviadas.
Outras recomendações:
a) Os títulos vêm sempre acima e correspondem à identificação, precedida da palavra
designativa, esta seguida do número de ordem de ocorrência no texto e de travessão: Gráfico
6 – Processos julgados em 2011; Figura 2.3 – Localização das varas federais.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 143
b) É obrigatória a indicação da fonte (mesmo que ela seja o próprio autor do texto) no rodapé
da tabela, gráfico, figura e quadro.
c) Também no rodapé são colocadas legendas, notas e outras informações necessárias à
compreensão.
d) As palavras tabela, gráfico, figura e quadro só recebem inicial maiúscula quando seguidas do
número: Tabela 2.3; Gráfico 5.
e) Na identificação da tabela, gráfico, figura e quadro, só se grafa com maiúscula a primeira
letra da primeira palavra, exceto quando há nome próprio: Tabela 4.1 – Processos julgados.
Conforme exemplificado, não é usado ponto após a numeração, mas travessão, e a
identificação é destacada com itálico.
f) Após a identificação, usa-se sempre ponto-final.
Tipos de Texto
ACORDO OU É feito entre o Superior Tribunal de Justiça e outros órgãos ou entidades pertencentes à
TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA administração pública federal, a fim de desenvolver atividade em regime de colaboração
mútua, sem envolvimento de recursos. Caso, durante a execução do instrumento, haja
necessidade de transferência de recursos financeiros, deve ser firmado convênio para tal fim.
OBSERVAÇÃO
Não se deve confundir o acordo ou termo de cooperação técnica com o termo de execução
descentralizada, que, segundo o Decreto n. 6.170, de 25 de julho de 2007, é o “instrumento por meio
do qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades integrantes dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade
orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada
fielmente a classificação funcional programática (Redação dada pelo Decreto nº 8.180, de 2013)”.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal).
144 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Identificação do documento
Consiste no nome do documento por extenso, seguido das siglas dos órgãos ou entidades
partícipes, do número e do ano de expedição (separados por barra), tudo em negrito e caixa-
alta, devendo ser centralizada no texto e encerrada por ponto.
Ementa
Texto recuado, iniciado no centro da página e justificado. Resume o assunto tratado no
documento. Geralmente começa da seguinte maneira: “Acordo de cooperação técnica que
entre si celebram o Superior Tribunal de Justiça – STJ e o (nome do outro órgão ou entidade
e sigla), para.../com o objetivo de...”.
Preâmbulo
É constituído pelo nome dos órgãos ou entidades partícipes, em caixa-alta e negrito,
seguido de endereço e CNPJ, do nome dos representantes (só iniciais maiúsculas),
devidamente identificado, das palavras “RESOLVEM firmar este ACORDO DE
COOPERAÇÃO TÉCNICA” e do embasamento legal, tudo no mesmo parágrafo. Caso haja
considerandos (que trazem o embasamento legal), as palavras mencionadas ficam em
parágrafo após a identificação dos participantes, como no segundo modelo.
Texto
É composto de cláusulas (caixa-alta, com numerais ordinais por extenso, tudo em negrito
e centralizado), divididas em itens (numerais cardinais com ponto apenas para separá-los),
que são, por sua vez, subdivididos em alíneas (letras minúsculas seguidas de parêntese).
Cada cláusula trata de um assunto geral (como no caso das seções dos atos normativos), e
cada item aborda um aspecto específico do acordo (da mesma maneira que os artigos dos
atos normativos). A cláusula primeira define o objeto/objetivos do acordo. As demais
detalham, além dos elementos próprios de cada acordo, as obrigações dos partícipes, a
forma de execução e de fiscalização, a vigência e o foro competente para dirimir eventuais
questões controversas.
Extrato do acordo deverá ser publicado no Diário Oficial da União ou no Diário da Justiça
eletrônico, dependendo do caso.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 145
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura, no nome (caixa-alta) e no cargo dos
representantes das entidades ou órgãos partícipes (somente iniciais maiúsculas), tudo
centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelos.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
2cm
2,5cm
3.1 São obrigações do STJ:
3cm a) disponibilizar o acesso e a operacionalização para consultas ao ______; 2cm
b) fornecer as informações necessárias a ______________;
c) informar, se for relevante, qualquer alteração de acesso ou de utilização
que afete a execução deste acordo;
d) promover treinamento sobre a utilização e segurança das informações
armazenadas no sistema;
e) fornecer, quando solicitada, a relação dos usuários com acesso ao sistema.
3.2 São obrigações do (sigla do outro órgão):
a) informar dados do órgão como endereço, telefone, e-mail e nome do
responsável e mantê-los atualizados;
b) indicar um servidor, através de ofício ao STJ, para ser usuário máster,
informando seus dados pessoais;
c) informar, também mediante ofício, eventual substituição do detentor da senha máster;
d) fazer o cadastramento e descadastramento de seus profissionais para
consulta ao sistema;
e) zelar pelo sigilo das informações, responsabilizando-se por seu uso
adequado, bem como pela utilização indevida do sistema e das senhas;
f) arcar com as despesas referentes ao treinamento de seus profissionais.
B
CLÁUSULA QUARTA – DA EXECUÇÃO
B
4.1 Para atingir os objetivos deste acordo, ficam estabelecidas as seguintes fases:
a) definição dos recursos tecnológicos necessários à execução do objeto, a
fim de garantir a segurança e o sigilo das informações;
b) identificação e cadastramento do detentor da senha máster;
c) cadastramento dos demais membros que terão acesso ao sistema;
d) acesso on-line recíproco aos bancos de dados das partes mediante a
habilitação de servidores, observadas as normas relativas à segurança das informações.
B
CLÁUSULA QUINTA – DA FISCALIZAÇÃO
Dois espaços simples B
5.1 A execução deste instrumento será supervisionada por representantes
dos órgãos acordantes especialmente designados, que responderão por sua gestão.
B
CLÁUSULA SEXTA – DOS RECURSOS FINANCEIROS
B
6.1 As despesas resultantes do planejamento e da execução deste acordo
correrão por conta das dotações orçamentárias dos partícipes, em conformidade com as
responsabilidades assumidas aqui e em eventuais termos aditivos.
6.2 Quando as ações decorrentes deste instrumento envolverem a transferência
de recursos financeiros entre as partes, isso se fará através de convênio específico.
B
CLÁUSULA SÉTIMA – DA VIGÊNCIA
B
7.1 Este acordo de cooperação técnica vigorará por 60 meses contados da
data da publicação de seu extrato no Diário ___________, podendo ser renovado caso haja
manifesto interesse das partes.
2cm
148 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2cm
2cm
3cm 2cm
2cm
3cm 2cm
2cm
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 151
ATA
Ata é o documento em que é registrado, fiel e resumidamente, tudo o que ocorre numa
sessão, assembleia, congresso, reunião ou evento similar, para comprovar os fatos, sobretudo
as decisões tomadas e as discussões que as embasaram.
Deve ser digitada e, quando necessário, impressa em papel A4. (Está caindo em desuso o
livro de atas, autenticado, com termo de abertura e de encerramento e com folhas numeradas
e rubricadas pela autoridade competente.)
Quanto ao Superior Tribunal de Justiça, segue o padrão oficial em atas como as das sessões
de pregão, entretanto utiliza leiautes específicos para as atas das sessões solenes e para as
deliberativas do Plenário (posse, homenagem, eleição, etc.), para as da Corte Especial e para
as das reuniões administrativas (em formulário próprio).
Elementos
Timbre
A identificação do órgão (caixa-alta) e da unidade (iniciais maiúsculas), tudo em negrito.
Identificação do documento
Centralizada no texto, em caixa-alta e negrito, devendo ser observados os modelos.
Local e data
Variáveis de acordo com o tipo de ata, porém sempre encerrados por ponto. (Ver modelos.)
Texto
É o relato do que houve durante a sessão. Deve ser redigido de modo objetivo e claro e
segundo a norma culta da língua.
Eis seus componentes:
1) dia, mês, ano e hora da sessão (por extenso); 2) local; 3) nome das pessoas presentes,
acompanhado dos respectivos cargos; 4) exposição resumida dos fatos, discussões e decisões;
5) fecho (Nada mais havendo a tratar, encerrou-se a sessão às __ horas; Nada mais a deliberar,
a sessão foi encerrada às __ horas; ou somente A sessão foi encerrada às __ horas).
152 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Deve ser elaborado por um secretário efetivo ou, na ausência dele, por um designado para o
momento.
Escrito com recuo de parágrafo apenas na primeira linha, não admite rasuras nem
abreviaturas.
Assim, se for constatado erro durante a redação, será usada a partícula retificativa digo: O
Presidente da Associação dos Juízes Federais, digo, da Associação dos Magistrados Brasileiros...
Se o erro for notado após o término da redação, usar-se-á a expressão em tempo: Em tempo:
onde se lê “O Presidente da Associação dos Juízes Federais”, leia-se “O Presidente da
Associação dos Magistrados Brasileiros”. (Essa orientação está caindo em desuso, pois,
atualmente, grande parte das atas são geradas em meio digital, o que permite correções
antes da impressão do texto final.)
Além disso, segundo a norma, as palavras devem ser escritas por extenso. No que concerne
aos numerais, também devem ser registrados por extenso, mas, no Tribunal, alguns podem
ser registrados com algarismos, como a data que figura no cabeçalho de certos tipos de ata e
qualquer referência a data no corpo do texto. Nos dois casos, o mês vem por extenso. Em se
tratando de valor monetário, deve ser registrado com algarismos e, entre parênteses, por
extenso.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo (ver modelos) de
quem presidiu o evento e, ocasionalmente, do secretário e de outros participantes (somente
iniciais maiúsculas), devendo ser centralizada no texto. Em se tratando de ata assinada por
ministro, é praxe no Tribunal registrar o nome dos signatários, inclusive o do secretário, em
caixa-alta.
Leiaute
O leiaute varia de acordo com o tipo de ata. Ver, portanto, os modelos.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Espaços simples necessários para que Secretaria de ___________
C
Espaços simples suficientes para que a (assinatura)
(nome do pregoeiro só com iniciais maiúsculas)
assinatura não fique colada ao texto
C
Corpo do texto:
2cm
Entrelinhamento simples
154 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2cm
Espaços simples necessários para que 3cm 2cm
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
os elementos fiquem dispostos Plenário
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
adequadamente na página A Plenário
ATA DA SESSÃO SOLENE REALIZADA EM ____ DE _______ DE _______.
B ATA DA SESSÃO SOLENE REALIZADA EM ____ DE _______ DE _______.
POSSE DA EXCELENTÍSSIMA SENHORA
Dois espaços simples DOUTORA ________________________________
POSSE
NO CARGO DE MINISTRO DA EXCELENTÍSSIMA
DO SUPERIOR TRIBUNAL SENHORADE JUSTIÇA
2,5cm DOUTORA ________________________________
B
NO CARGO DE MINISTRO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Às (hora por extenso) horas do dia (dia, mês e ano por extenso), na sala de sessões
plenárias do Superior Tribunal de Justiça, sob a presidência do Senhor Ministro ______________,
foi aberta a sessão.(hora
Às por extenso)
Presentes horas do
os Senhores dia (dia,
Ministros mês e ano por extenso),
______________. Ausentes, najustificadamente,
sala de sessões
plenárias
os Ministrosdo __________________.
Superior Tribunal de Justiça, sob a presidência do Senhor Ministro ______________,
foi aberta a sessão. Presentes
O SENHOR os Senhores
MINISTRO Ministros ______________.
____________ (PRESIDENTE): Senhoras Ausentes,e justificadamente,
senhores, declaro
os Ministros
aberta __________________.
esta sessão solene do Superior Tribunal de Justiça, destinada a empossar no cargo de Ministro a
O SENHOR MINISTRO ____________ (PRESIDENTE):
Excelentíssima Senhora Doutora ____________, nomeada no dia (dia, mês e ano por extenso), Senhoras e senhores, declaro
por
aberta
decretoesta sessão soleneSenhor
do Excelentíssimo do Superior Tribunal
Presidente dade Justiça, publicado
República destinadano a empossar noda
Diário Oficial cargo
UniãodedeMinistro
(dia pora
Excelentíssima Senhora
extenso) subsequente. Doutora ____________, nomeada no dia (dia, mês e ano por extenso), por
decreto do Excelentíssimo
Convido os Senhor Presidente
presentes da República
a celebrar publicado no Diário Oficial da União de (dia por
o Hino Nacional.
extenso) subsequente.
Designo os eminentes Ministros _______ para acompanhar a Doutora __________
até este Plenário. Convido os presentes a celebrar o Hino Nacional.
Designo aosDoutora
Convido eminentes Ministros _______
____________ a prestar para acompanharregimental.
o compromisso a Doutora __________
até este Plenário. A SENHORA DOUTORA __________: “Prometo bem desempenhar os deveres do
cargo e bem cumprir Convido a Doutora
e fazer cumprir____________
a Constituiçãoaeprestar o compromisso
as leis da regimental.
República Federativa do Brasil.”
A SENHORA
O SENHOR MINISTRO DOUTORA_____________
__________: “Prometo bem desempenhar
(PRESIDENTE): O Senhor os deveres do
Diretor--Geral,
cargo e bem cumprir e fazer cumprir
secretário da sessão, lerá o termo de posse. a Constituição e as leis da República Federativa do Brasil.”
O SENHOR
O SENHOR _________
MINISTRO _____________
(DIRETOR-GERAL): (PRESIDENTE):
Termo de posse O Senhor Diretor--Geral,
da Senhora Doutora
secretário da sessão, leránoo cargo
___________________ termo de
de Ministro
posse. do Superior Tribunal de Justiça, na vaga decorrente da
O SENHOR _________
aposentadoria do Ministro _________________ .[...](DIRETOR-GERAL): Termo de posse da Senhora Doutora
___________________ O SENHOR no cargo de Ministro
MINISTRO do Superior Tribunal
_______________ de Justiça, na
(PRESIDENTE): vaga decorrente
Declaro empossadada a
aposentadoria
Doutora do Ministro _________________
________________ no cargo de Ministro .[...]
do Superior Tribunal de Justiça.
O SENHOR MINISTRO (PRESIDENTE):
Solicito aos eminentes Ministros _____________________ a gentileza de conduzir a
_______________ Declaro empossada a
Doutora ___________________
Ministra ________________ no cargo de Ministro
ao assento que lhedoestá
Superior Tribunal
destinado de Justiça.
à direita da Presidência.
Solicito aos eminentes Ministros _____________________
Senhoras e senhores, fugindo à praxe, que, como sabemos, não admite palavras a gentileza de conduzir a
Ministra
em ___________________
solenidade de posse de ministro ao assento que lhe
do Superior está destinado
Tribunal de Justiça, à direita
querodaregistrar
Presidência.
nossa alegria
em receber a DoutoraSenhoras e senhores, fugindo à praxe, que, como sabemos, não admite palavras
______________________.
em solenidade A dehistória
posse de de ministro
vida da do Superior
nova colegaTribunal de Justiça,
mostra-nos quero registrar
uma carreira linear e nossa
profícua,alegria
que
em receber
denota a Doutora
o perfil de uma______________________.
profissional determinada, matriz de conquistas esteadas em objetivos sólidos
e bem administrados.A história de vida da nova colega mostra-nos uma carreira linear e profícua, que
denota o perfil de uma profissional
Sobressaem, nessedeterminada,
perfil, três matriz
aspectos de conquistas
basilares. esteadas
Primeiro, em objetivos
o amor sólidos
ao Direito,
e bem administrados.
gerado no dia a dia universitário e nutrido em anos de substancial exercício da ciência jurídica.
Segundo, a sede Sobressaem,
de conhecimento,nesse tão
perfil, três aspectos
perceptível basilares.
na brilhante formação Primeiro, o amor
acadêmica, queaoculminou
Direito,
gerado no dia a dia
com o doutorado emuniversitário e nutridoaem
Direito Processual, queanos de substancial
se soma uma infinidade exercício
de da ciência
eventos dosjurídica.
quais
Segundo, aTerceiro
participou. sede deaspecto,
conhecimento,
devoção tãoaoperceptível
trabalho, que na brilhante formação acadêmica,
se tem materializado que culminou
concomitantemente na
advocacia militante, na cátedra superior, na publicação de trabalhos no Brasil e no exterior,quais
com o doutorado em Direito Processual, a que se soma uma infinidade de eventos dos nas
participou. Terceiro aspecto, devoção ao trabalho, que se tem
palestras proferidas amiúde e na cooperação com diversas instituições jurídicas.materializado concomitantemente na
advocacia militante,Nossosnacumprimentos
cátedra superior,
e votos nadepublicação
boas-vindasdeà Ministra
trabalhos no Brasil
______, e no
a qual, semexterior, nas
dúvida, [...]
palestras proferidas amiúdea epresença
Agradeço na cooperação com diversas
das autoridades queinstituições
prestigiam jurídicas.
esta solenidade: [...] e de
todos os que vieram Nossos cumprimentos
abrilhantar e votos de boas-vindas
e engrandecer esta cerimônia. à Ministra
A sessão______, a qual, semàs
foi encerrada dúvida,
(hora[...]
por
Agradeço a presença das autoridades que
extenso). Eu, (_________________), Diretor-Geral da Secretaria, lavrei esta prestigiam estaata,solenidade: [...] e de
que será assinada
todos os que vieram abrilhantar
pelo Senhor Presidente do Tribunal. e engrandecer esta cerimônia. A sessão foi encerrada às (hora por
Espaços simples suficientes para que extenso). Eu, (_________________), Diretor-Geral da Secretaria, lavrei esta ata, que será assinada
a assinatura não fique colada ao texto C pelo Senhor Presidente do Tribunal. (assinatura)
Ministro (nome em caixa-alta)
(assinatura)
Ministro (nome em caixa-alta)
Corpo do texto:
2cm
Entrelinhamento simples
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 155
2cm
3cm 2cm
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Espaços simples necessários para que Corte Especial
B
PRESIDENTE: EXMO. SR. MINISTRO __________________________
SUBPROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA: EXMO. SR. DR. _________________________
SECRETÁRIO: BEL. _________________________________
B 2,5cm
Às (hora por extenso) horas do dia (dia, mês e ano por extenso), presentes os
Exmos. Srs. Ministros (nomes em caixa-alta), foi aberta a sessão.
Ausentes, justificadamente, os Exmos. Srs. Ministros (nomes em caixa-alta).
Em razão da ausência dos (número por extenso) membros, foram
convocados ministros não integrantes da Corte Especial para compor o quórum, observada
a ordem de antiguidade. Assim, participaram da sessão os Exmos. Srs. Ministros (nomes
em caixa-alta).
Compareceu à sessão o Exmo. Sr. Ministro (nome em caixa-alta) para
acompanhar o prosseguimento do julgamento de processos de sua relatoria.
Assumiram a presidência, numa parte da sessão, os Exmos. Srs. Ministros
(nomes em caixa-alta).
Dois espaços simples Lidas e não impugnadas, foram aprovadas as atas das sessões dos dias (dia
por extenso) de (mês por extenso) e (dia por extenso) de (mês por extenso) de (ano por
extenso).
B
JULGAMENTOS
B
SENTENÇA ESTRANGEIRA CONSTESTADA N. 1/EX (registro)
RELATORA: (nome em negrito e caixa-alta)
REQUERENTE: (nome em caixa-alta)
ADVOGADO: (nome em caixa-alta)
REQUERIDO: (nome em caixa-alta)
ADVOGADO: (nome em caixa-alta)
B
Prosseguindo no julgamento, após o voto-vista da Sra. Ministra (nome), que
acompanhou o voto da Sra. Ministra relatora, pediu vista antecipadamente o Sr. Ministro
(nome).
B
MANDANDO DE INJUNÇÃO N. 1/DF (registro)
RELATOR: (nome em negrito e caixa-alta)
IMPETRANTE: (nome em caixa-alta)
ADVOGADO: (nome em caixa-alta)
IMPETRADO: (nome em caixa-alta)
INTERESSADO: (nome em caixa-alta)
2cm
156 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2cm
3cm 2,5cm 2cm
A Corte Especial, por unanimidade, julgou extinto o mandado de injunção sem
resolução do mérito, nos termos do voto do Sr. Ministro relator.
Encerrou-se a sessão às (hora por extenso) horas. Foram julgados (número
por extenso) processos, tendo sido adiada a apreciação dos demais para a próxima sessão.
(assinatura)
(nome em caixa-alta)
Secretário
Corpo do texto:
2cm
Entrelinhamento simples
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 157
2cm
3cm 2cm
Espaços simples necessários para que SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
os elementos fiquem dispostos Secretaria do Tribunal
adequadamente na página A
ATA DE REUNIÃO
D
Participante Unidade Contato
D
Convidado Unidade Contato
D
2 Objetivos da Reunião
D
D
3 Pendências (reuniões anteriores)
D
Um espaços simples
D
4 Pauta
D
Assunto
D
5 Deliberações
D
Ação Responsável Prazo
D
6 Aprovação
D
Os participantes da reunião manifestam anuência ao conteúdo registrado acima.
D
2cm
158 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
ATESTADO Atestado é o documento que serve para comprovar fato ou situação a respeito de algo ou
alguém perante a administração. Pode ser utilizado pelo servidor para declarar a
existência de fato que modifica sua situação funcional (atestado médico, entre outros),
ou ser emitido pelo próprio servidor para atestar a verdade de algo de que tem
conhecimento devido a seu ofício. Normalmente, refere-se a situação temporária.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal) e da unidade ou
unidades (iniciais maiúsculas e negrito).
Identificação do documento
O atestado não é numerado; assim, basta nominá-lo, ficando a identificação em caixa-
alta e negrito, centralizada no texto. Contudo, se os atestados forem rotineiros, convém
numerá-los.
Texto
É o conteúdo do documento. Deve conter a exposição do que se atesta e os fins a que ele
se destina, preferencialmente em um único parágrafo. Havendo dois ou mais parágrafos,
todos serão numerados. Será usada a primeira pessoa do plural (atestamos) se houver
dois ou mais signatários; caso contrário, usar-se-á a primeira do singular (atesto).
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo da autoridade
competente, estes somente com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 159
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
C
(assinatura)
(nome só com iniciais maiúsculas)
(assinatura)
Coordenador
(nome de Benefícios
só com iniciais maiúsculas)
Secretaria de Serviçosde
Coordenador Integrados de Saúde
Benefícios
Secretaria de Serviços Integrados de Saúde
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 161
ATO DELIBERATIVO De competência privativa do presidente do Conselho Deliberativo do Pró-Ser, serve para
instituir, regulamentar ou alterar normas concernentes ao plano de saúde e a benefícios dos
servidores.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal).
Identificação do documento
Consiste no nome do ato por extenso, seguido de STJ/PRÓ-SER, do número e da data de
expedição, tudo em negrito e caixa-alta, devendo ser centralizada no texto e encerrada por
ponto.
Diferentemente dos demais textos normativos do Tribunal, tem uma numeração única
desde sua instituição. Assim, é obrigatório o uso da vírgula antes da data: Ato Deliberativo n.
89, de 20 de setembro de 2007.
Ementa
Texto recuado, iniciado no centro da página e justificado. Resume o assunto tratado no ato
normativo.
Preâmbulo
Inicia-se pelo cargo do signatário em caixa-alta e negrito (O PRESIDENTE DO CONSELHO
DELIBERATIVO DO PRÓ-SER), seguido da expressão “usando da atribuição conferida”, da
base legal e das razões da expedição do ato (lei ou norma que o fundamenta).
Encerra-se com a expressão RESOLVE:, em outro parágrafo, em caixa-alta e negrito.
Texto
É o conteúdo do documento. Por ser ato normativo, possui a mesma estrutura do texto
legislativo, com artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
162 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
O último artigo traz a seguinte determinação: Este ato entra em vigor na data de sua
publicação. Caso o normativo esteja revogando outro ou outros ou, ainda, dispositivos, o
penúltimo artigo deve ser: Fica revogado o Ato Deliberativo STJ/PRÓ-SER n. ___; Ficam
revogados os Atos Deliberativos STJ/PRÓ-SER n. ___; Fica revogado o art. ___; ou Ficam
revogados os arts. ___.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e nome do ministro, este em caixa-alta,
tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
Corpo do texto:
2cm
Entrelinhamento simples
164 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
CARTÃO
O cartão é utilizado para comunicações breves, tais como agradecimentos, congratulações,
encaminhamento de livros e de outros documentos e convites para reuniões, sessões e outros
evento internos.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão e da unidade (papel timbrado oficial do Tribunal em
marca-d’água).
Local e data
Escritos abaixo do timbre (local e mês por extenso), alinhados à direita e encerrados por ponto.
Vocativo
É o cargo do destinatário (inicial maiúscula), antecedido do tratamento adequado (“Senhor”
ou “Senhora”), seguido de vírgula e alinhado ao parágrafo: Senhor Secretário/Senhora
Secretária. Quando o documento é dirigido a ministro, é comum no Tribunal utilizar-se, após
o cargo, o nome: Senhora Ministra (nome). Caso seja dispensado o tratamento cerimonioso,
o vocativo poderá ser o nome ou o cargo e o nome do destinatário, precedidos de “Prezado”
ou “Caro”: Prezado Rafael; Caro Ministro (nome); Prezada Ministra (nome).
Texto
É o conteúdo do documento. Dependendo dos fins a que o cartão se destina, pode ser
dispensado o tratamento cerimonioso (conforme Vocativo e Fecho), mantendo-se, contudo, a
linguagem escorreita.
Fecho
Consiste no cumprimento do signatário. Pode ser “Atenciosamente”, se o cargo do destinatário
for de hierarquia igual ou inferior à do cargo do emitente, ou “Respeitosamente”, se o cargo
do destinatário for de hierarquia superior. Usa-se “Cordialmente” em situação similar à
última exemplificação do vocativo.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 165
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo da autoridade
competente, estes somente com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelos.
OBSERVAÇÃO
B 1,5cm 1cm
Encaminho a Vossa Excelência a minuta de instrução normativa anexa, que será
discutida na próxima sessão do Conselho de Administração, aBrasília, 1º de
realizar-se no maio dequinta-
dia ___, 2016.
feira, às ___ horas, no Gabinete da Presidência.
B 1,5cm
Senhor Ministro (nome só com iniciais maiúsculas),
Atenciosamente,
Dois espaços simples B
Encaminho a Vossa Excelência a minuta de instrução normativa anexa, que será
discutida na próxima sessão do Conselho de Administração, a realizar-se no dia ___, quinta-
feira, às ___ horas, no Gabinete da Presidência.
(assinatura)
Ministro (nome só com iniciais maiúsculas)
B
Presidente
Atenciosamente,
Espaços simples suficientes para que a
C
assinatura não fique colada ao texto
(assinatura)
Ministro (nome só com iniciais maiúsculas)
Presidente
B 1,5cm 1cm
Brasília, 8 de fevereiro de 2016.
B 1,5cm
Caro Ministro (nome só com iniciais maiúsculas),
Dois espaços simples B
Felicito-o pela entrega do Colar do Mérito Eleitoral Paulista, justa honraria que lhe
conferiu o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Brasília, 8 de fevereiro de 2016.
B
Caro Ministro (nome só com iniciais maiúsculas),
Cordialmente,
Espaços simples suficientes para que a
C
assinatura não fique colada ao texto Felicito-o pela entrega do Colar do Mérito Eleitoral Paulista, justa honraria que lhe
conferiu o Tribunal Regional Eleitoral de (assinatura)
São Paulo.
Ministro (nome só com iniciais maiúsculas)
Presidente
Cordialmente,
(assinatura)
Ministro (nome só com iniciais maiúsculas)
Presidente
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples ou 1,5
Parágrafos:
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 167
CERTIDÃO
A certidão é o documento mediante o qual a administração declara a veracidade de fato
que possa ser confirmado em registros públicos de dados. Diferencia-se do atestado por se
referir a circunstância permanente e a informações constantes de documentos em poder
da administração.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal) e o nome da unidade
(iniciais maiúsculas e negrito).
Identificação do documento
A certidão não é numerada; assim, basta nominá-la, ficando a palavra em caixa–alta e
negrito, centralizada no texto.
Texto
É o conteúdo do documento. Deve conter a exposição do que se certifica e os fins a que ele se
destina, preferencialmente em um único parágrafo.
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo da autoridade
competente, estes somente com iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
adequadamente na página A
CERTIDÃO
Dois a quatro espaços simples, E 2,5cm
dependendo da extensão do texto Certifico, para os devidos fins, que o ex-servidor (nome em caixa-alta),
matrícula _______, foi nomeado, mediante a Portaria STJ/GP n. ____ de ____ de (mês por
extenso) de _____, publicada no Diário ___________ de ___/___/____, para o cargo efetivo
de Técnico Judiciário, Área Administrativa, do quadro de pessoal do Superior Tribunal de
Justiça, regido pela Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990 (Regime Jurídico dos
Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais), e
entrou em exercício em ___/___/____.
Certifico que o ex-servidor esteve lotado no Gabinete do Ministro (nome só
com iniciais maiúsculas) no período de ___/___/____ a ___/___/____, onde exerceu, desde
___/___/____, a função comissionada de Assistente IV, código FC-4, tendo desenvolvido
atividades que requeriam a utilização preponderante de conhecimento jurídico, conforme a
declaração anexa, datada de ___/___/____, subscrita pela Chefe de Gabinete.
Certifico, ainda, que o ex-servidor requereu vacância em ___/___/_____,
consoante a Portaria STJ/GP n. ____, publicada no Diário __________ de ___/___/____,
virtude de posse em outro cargo inacumulável, nos termos do art. 33, VIII, da Lei n.
8.112/1990.
Dois espaços simples B
Brasília, (data com mês por extenso).
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 169
COMUNICADO
Expedido pelo diretor-geral da Secretaria, o comunicado é utilizado para divulgar, entre
outros, avisos, decisões, esclarecimentos e ordens acerca de assuntos que devam ser do
conhecimento dos servidores ou da população em geral. Ocasionalmente, dependendo do
assunto, é expedido pelo presidente do Tribunal.
Elementos
Timbre
Identificação do órgão (caixa-alta e negrito), seguida do nome da unidade (iniciais maiúsculas
e negrito), tudo centralizado no texto.
Identificação do documento
O comunicado não é numerado; assim, basta nominá-lo, ficando a palavra em caixa-alta e
negrito, centralizada no texto.
Texto
É o conteúdo do documento. Deve conter o que se comunica, preferencialmente de maneira
breve (um ou dois parágrafos, ou tabela). Inicia-se pelo cargo do signatário em caixa-alta e
negrito (O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA).
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome da autoridade competente,
este em caixa-alta, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelos.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Secretaria do Tribunal
Espaços simples necessários para que Secretaria
SUPERIOR do Tribunal
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
os elementos fiquem dispostos A Secretaria do Tribunal
adequadamente na página
COMUNICADO
COMUNICADO
B COMUNICADO
2,5cm
O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA comunica aos interessados que o STJ possui a seguinte frota de veículos:
JUSTIÇA comunica aos interessados DA
O DIRETOR-GERAL que o STJ possui a seguinte
SECRETARIA frota de veículos:
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
B JUSTIÇA comunica aos interessados que o STJ possui a seguinte frota de veículos:
VEÍCULOS DE REPRESENTAÇÃO
VEÍCULOS DE REPRESENTAÇÃO
VEÍCULOS DE REPRESENTAÇÃO
MARCA/MODELO ANO PLACA
MARCA/MODELO ANO PLACA
GM/Omega 2007/2008 JGC 7971
GM/Omega
MARCA/MODELO 2007/2008
ANO JGC 7971
PLACA
GM/Omega 2008/2008 JGC 2551
GM/Omega
GM/Omega 2008/2008
2007/2008 JGC
JGC 2551
7971
Dois espaços simples GM/Omega 2004/2004 JFQ 4045
GM/Omega
GM/Omega 2004/2004
2008/2008 JFQ 4045
JGC 2551
GM/Omega 2007/2008 JGC 2521
GM/Omega
GM/Omega 2007/2008
2004/2004 JGC 2521
JFQ 4045
GM/Omega 2008/2009 JGL 0801
GM/Omega
GM/Omega 2008/2009
2007/2008 JGL 0801
JGC 2521
GM/Omega 2008/2009 JGL 0801
VEÍCULOS DE TRANSPORTE INSTITUCIONAL
VEÍCULOS DE TRANSPORTE INSTITUCIONAL
assinatura não fique colada ao texto C Brasília, (data com mês por extenso).
(assinatura)
(assinatura)
Corpo do texto: (nome só com iniciais maiúsculas)
(nome só com iniciais maiúsculas)
(assinatura)
Entrelinhamento 1,5
(nome só com iniciais maiúsculas)
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 171
2cm
3cm 2cm
B
2,5cm
O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, considerando o
disposto no art. 21, XXXII, parágrafo único, I a X, do Regimento Interno, comunica aos
magistrados interessados que o Tribunal receberá, no período de ___ a ___ de fevereiro de
Dois espaços simples
______, o currículo dos candidatos a uma vaga de membro do Conselho Nacional do
Ministério Público destinada a juiz, nos termos do art. 130-A, IV, da Constituição Federal.
Os currículos deverão ser enviados para o e-mail [email protected].
Corpo do texto:
Entrelinhamento 1,5
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
172 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
DECLARAÇÃO
Declaração é o documento emitido por um servidor (declaração pessoal) ou pelo diretor-
-geral da Secretaria (declaração administrativa) através do qual se afirma a existência de um
direito ou de um fato. Diferencia-se da certidão por não precisar apoiar-se em registros
públicos e por referir-se a situações transitórias, como o atestado.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal) e da unidade (iniciais
maiúsculas e negrito).
Identificação do documento
A declaração não é numerada; assim, basta nominá-la, ficando a palavra em caixa-alta e
negrito, centralizada no texto.
Texto
É o conteúdo do documento. Deve conter a exposição do que se declara e os fins a que ele se
destina, preferencialmente em um único parágrafo. Havendo dois ou mais parágrafos, todos
serão numerados. Se a declaração fizer referência a uma pessoa, deve conter o número de
seus documentos de identificação (por exemplo, RG e CPF).
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo da autoridade
competente, estes somente com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
adequadamente na página A
DECLARAÇÃO
Dois a quatro espaços simples,
E
dependendo da extensão do texto 2,5cm
1 Declaro, para os devidos fins, que (nome em caixa-alta), matrícula ______,
RG n. _______, é ex-servidora do quadro de pessoal da Secretaria deste Tribunal, tendo
ocupado o cargo efetivo de Técnico Judiciário, Área Administrativa.
2 Habilitada em concurso público, foi nomeada mediante a Portaria n. ____ de
___ de (mês por extenso) de ____, publicada no Diário _________ de ___/___/____, tomou
posse e entrou em exercício em ___/___/____ e solicitou vacância em __/__/___, por ter
tomado posse em outro cargo público inacumulável, nos termos do inciso VIII do art. 33 da
Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
3 Declaro, ainda, que ela não usufruiu as férias relativas ao exercício de ____,
marcadas para o período de ___/___/____ a ___/___/____.
Dois espaços simples B
Brasília, (data com mês por extenso).
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
174 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
DESPACHO
Despacho é o ato da autoridade administrativa competente sobre determinado assunto
levado a seu conhecimento por meio de petição, requerimento, parecer, informação, etc. Há
quatro tipos de despacho: decisório (resolve a questão, ou defere ou indefere o pedido),
ordinatório (dá andamento ao documento), interlocutório (não dá a solução definitiva;
apenas transfere a matéria a uma autoridade superior ou à unidade competente do órgão) e
saneador (corrige eventuais vícios e nulidades).
O despacho pode ser um texto longo, fundamentado, ou conter apenas uma palavra ou
expressão (“defiro”, “indefiro”, “autorizo”, “de acordo”, etc.), caso em que é escrito, geralmente,
no próprio documento recebido para análise.
É importante não confundir o despacho administrativo, visto acima – que pode decidir ou
não uma questão –, com o despacho judicial, que, habitualmente, não tem poder decisório,
funcionando apenas como ato de impulso processual.
Elementos
Timbre
A identificação do órgão (caixa-alta) e da unidade ou unidades (iniciais maiúsculas), tudo em
negrito.
Identificação do documento
Consiste no nome do documento por extenso, seguido do número. Faz-se também referência
ao número do respectivo processo, ao assunto, que não deve exceder uma linha, e, se for o
caso, ao interessado. Alinhados à esquerda, devem ser grafados em negrito, exceto os
elementos que vierem após os dois-pontos, e com iniciais maiúsculas.
Se o despacho for redigido no corpo do documento principal, não será numerado: terá
apenas texto, data e assinatura.
Destinatário
É o receptor do despacho. Compreende o cargo por ele ocupado, antecedido do tratamento
adequado (“Ao Senhor” ou “À Senhora”) e alinhado à esquerda.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 175
Texto
Consiste na decisão ou no encaminhamento, em parágrafos numerados (se houver mais de
um), inclusive o último.
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo da autoridade
competente, estes somente com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Secretaria do Tribunal
Assessoria Jurídica
Ao Senhor (cargo)
Dois a quatro espaços simples,
E 2,5cm
dependendo da extensão do texto 1 Trata-se de pedido da Secretaria de Segurança para alterar a Portaria STJ/
(sigla da unidade) n. ____ de ___ de (mês por extenso) de ______, visando à implantação
da escala de 24hx96h em substituição à prevista no art. 3º da referida norma.
2 A escala sugerida já foi objeto de análise das diversas áreas competentes no
Processo STJ n. _______, cujas situações fáticas, em princípio, não divergem da destes autos.
3 Assim, tendo em vista as possíveis modificações na jornada de trabalho dos
servidores da área de segurança, bem como os eventuais reflexos daí decorrentes na saúde e
no desempenho deles, determino a remessa dos autos à Secretaria de Gestão de Pessoas e à
Secretaria de Serviços Integrados de Saúde a fim de que se manifestem sobre a proposta.
4 Após, retornem a esta Assessoria para parecer conclusivo.
Dois espaços simples B
Brasília, (data com mês por extenso).
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 177
EDITAL
É o instrumento público utilizado pela administração para levar ao conhecimento dos
interessados ordem, convocação, comunicação, intimação, notificação, realização de
concurso público, licitação, etc. Deve ser publicado no Diário Oficial da União ou no Diário
da Justiça eletrônico e, dependendo do tipo de edital, também em jornal de grande circulação.
No Superior Tribunal de Justiça, os editais, dependendo do assunto, são emitidos pelo
presidente, pelos ministros ou por autoridades administrativas.
Os editais assinados pelo presidente são publicados nos seguintes veículos de comunicação:
a) Diário da Justiça eletrônico (convocação para sessões da Corte Especial, do Conselho de
Administração e do Plenário, cancelamento e transferência de sessão e confirmação de
horário de sessão, bem como citação, notificação e intimação – processos da Corte Especial);
b) Diário da Justiça eletrônico e dois jornais de grande circulação (citação de terceiros
interessados e de pessoa que se encontre em lugar incerto e não sabido – processos da Corte
Especial);
c) Diário Oficial da União (concurso para seleção de servidores, cuja publicação fica a cargo do
órgão encarregado da realização do evento).
Quanto aos editais emitidos pelos ministros (intimação, citação, notificação e sessão de
julgamento), são publicados no Diário da Justiça eletrônico e, eventualmente, em dois jornais
de grande circulação.
Por fim, os editais assinados por autoridades administrativas são publicados nestes meios de
comunicação:
a) Diário Oficial da União (credenciamento de empresas e de profissionais, processo seletivo de
empresas e licitação até R$ _______);
b) Diário Oficial da União e um jornal de grande circulação (licitação superior a R$_________);
c) Diário da Justiça eletrônico (eliminação de documentos).
178 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal). Em se tratando de
edital de sessão da Corte Especial, deve-se colocar, abaixo do timbre oficial, a identificação
da unidade: COORDENADORIA DA CORTE ESPECIAL, em caixa-alta e negrito, centralizada.
Identificação do documento
Nome do instrumento e, abaixo, a especificação, tudo em negrito e caixa-alta e centralizado
no texto.
Os editais de citação, de notificação, de intimação, de credenciamento de empresas e
profissionais, de concurso público, de licitação e de processo seletivo de estagiários recebem,
na linha seguinte à identificação do instrumento – que é seguida da especificação –, o número,
o ano e a sigla da unidade, tudo em negrito e centralizado no texto.
Especificamente os de citação, notificação e intimação trazem, três espaços simples abaixo
do número, a indicação do prazo para a citação/notificação/intimação de eventuais
interessados (estes em caixa-alta), tudo em negrito.
Texto
Inicia-se pelo preâmbulo – por exemplo, O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA, em caixa-alta e negrito, “usando de suas atribuições” ou similar e, conforme o caso,
as razões da emissão do edital (norma que o fundamenta), FAZ SABER ou TORNA PÚBLICO
(em caixa-alta e negrito) “a todos quantos virem este edital ou dele tiverem conhecimento
(opcional) que”–, seguido da determinação ou informação, tudo num só período.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 179
Se o signatário for ministro, deve-se iniciar o texto pelo nome dele (que será repetido abaixo
da assinatura), seguido do nome do Tribunal; se o ministro for presidente da seção ou da
turma, deve-se iniciar pelo cargo, em negrito e caixa-alta, também seguido do nome do
Tribunal: O MINISTRO__________, do Superior Tribunal de Justiça...; O PRESIDENTE DA
SEGUNDA SEÇÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA...
Em se tratando de edital longo (concurso público, por exemplo), logo após o preâmbulo vem
o texto, dividido em tópicos ou seções, numerados com algarismos arábicos (1, 1.1, 1.1.1, etc.).
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome da autoridade competente,
este em caixa-alta, tudo centralizado no texto. O cargo (ou função) só será registrado se não
o tiver sido no preâmbulo do texto, como nos editais emitidos por ministro relator, em que,
abaixo do nome dele, deve vir a palavra “Relator”.
Leiaute
O leiaute varia de acordo com o tipo de edital. Ver, portanto, os modelos.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
EDITAL
Dois espaços simples B
SESSÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Dois a quatro espaços simples,
E 2,5cm
dependendo da extensão do texto
O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, no uso de suas
atribuições regimentais, TORNA PÚBLICO que será realizada sessão do Conselho de
Administração no dia ____ de (mês por extenso) de (ano), quarta-feira, após a sessão da
Corte Especial, no Gabinete da Presidência, localizado no Edifício Ministros I, 9º andar.
Dois espaços simples B
Brasília, (data com mês por extenso).
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 181
2cm
3cm 2cm
adequadamente na página A
EDITAL
Dois espaços simples B
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
182 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2cm
3cm 2cm
EDITAL
Dois espaços simples B
SESSÃO DO PLENÁRIO
Dois a quatro espaços simples,
E
2,5cm
dependendo da extensão do texto
O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, usando de suas
atribuições, TORNA PÚBLICO que será realizada, no dia ____ de (mês por extenso) de
_____, quarta-feira, às ___ horas, sessão do Plenário destinada à elaboração da lista de
candidatos à vaga decorrente da aposentadoria do Ministro _____________________.
Dois espaços simples B
Brasília, (data com mês por extenso).
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 183
2cm
3cm 2cm
EDITAL DE CITAÇÃO
N. 000061/2011-CESP
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
184 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2cm
3cm 2cm
EDITAL DE INTIMAÇÃO
N. 000001/2011-CD3T
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 185
E-MAIL (Mensagem Eletrônica) O e-mail ou mensagem eletrônica, eficiente meio de comunicação, vem ganhando cada vez
mais espaço no âmbito do serviço público devido à rapidez com que a informação chega ao
destinatário. É usado entre servidores da instituição, entre a instituição e o cidadão e entre
instituições.
Por ser uma importante ferramenta de trabalho, segue as características da redação oficial
(ofício, por exemplo), isto é, correção, concisão, clareza, precisão, coerência, coesão e
impessoalidade.
Assim, nele devem constar vocativo e fecho formais e devem ser empregados os pronomes
de tratamento. Afinal, a essência do texto oficial permanece nele; o que muda é apenas o
modo como a mensagem é transmitida.
No Superior Tribunal de Justiça, o e-mail é amplamente utilizado entre as unidades que o
compõem. Mesmo assim, é essencial observar, em cada caso, se ele é o instrumento adequado
ou se um telefonema, uma reunião ou outro expediente surtiriam melhor efeito.
OBSERVAÇÕES
1 Digitar o endereço do destinatário por último, o que evitará problemas como remessas equivocadas,
e conferi-lo rigorosamente.
2 Tomar cuidado com a lista de endereços constante do correio eletrônico, para que uma informação
sigilosa não chegue a destinatário que nada tenha a ver com o assunto nem com o Tribunal. (A criação
de listas de endereços é útil quando frequentemente se enviam mensagens a um mesmo grupo.)
4 Não criar, no campo destinado à redação da mensagem, memorandos, ofícios ou outros textos, os
quais devem ser enviados em arquivo anexo.
5 Redigir mensagens curtas e objetivas, segundo as normas dos textos oficiais. Caso a informação seja
longa, enviá-la em arquivo anexo. (É fundamental fazer distinção entre mensagem profissional e
mensagem particular. Para tanto, criar pastas específicas que as diferenciem.)
6 Usar letras maiúsculas só no início dos períodos e nos nomes próprios; jamais em todo o texto.
7 Usar abreviaturas apenas quando forem estritamente necessárias e acobertadas pela norma culta,
desprezando, portanto, aquelas tão frequentes na internet.
186 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
8 Ficar atento ao uso de símbolos, uma vez que podem chegar deturpados ao destinatário. Se forem
indispensáveis, enviá-los em arquivo anexo processado no Word.
10 Revisar o texto antes de enviá-lo, a fim de não ser obrigado a reenviar o e-mail com as retificações
necessárias.
11 Certificar-se de que os anexos são pertinentes à mensagem e de que estão, na verdade, sendo remetidos.
12 Mandar o e-mail apenas uma vez, desde que o endereço esteja correto. (Como o sistema permite saber
se o texto chegou ao destino e se foi aberto, é desnecessário emiti-lo várias vezes para ter certeza disso.)
13 Limitar a troca de e-mails. Se o assunto não for resolvido após o envio e o recebimento de algumas
mensagens, procurar discuti-lo pessoalmente.
18 Realizar periodicamente a “limpeza” da caixa e armazenar o que for relevante em espaço próprio. Se não
o fizer, o recebimento de mensagens, muitas vezes importantes, pode ser bloqueado.
19 E não esquecer:
a) Muitas vezes, é anexado à resposta o histórico das mensagens trocadas, o que nem sempre é necessário e
torna o texto muito longo.
b) As caixas de mensagens estão divididas em corporativas (uso restrito dos servidores autorizados pelo
titular da unidade) e individuais (ministros, servidores, estagiários e prestadores de serviços).
c) É obrigatória a identificação do autor de mensagens remetidas pelas caixas corporativas, ao qual serão
imputadas as mesmas responsabilidades que lhe cabem como usuário da caixa individual.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 187
Elementos
Identificação do e-mail
São os campos que identificam o remetente, o destinatário, a data de envio e o assunto.
Vocativo
É o cargo ou o nome do destinatário, conforme o caso, antecedido do tratamento adequado
(“Senhor” ou “Senhora”), seguido de vírgula e alinhado ao parágrafo.
Texto
É o conteúdo do documento. (V. Observações deste tópico.)
Fecho
É o cumprimento do signatário. Só há duas possibilidades: “Atenciosamente”, se o cargo do
destinatário for de hierarquia igual ou inferior ao do emitente, ou “Respeitosamente”, se o
cargo do destinatário for de hierarquia superior.
Identificação do remetente
Equivalente à assinatura nas demais comunicações, a identificação deve conter informações
básicas, como o nome e o cargo do remetente, a instituição ou unidade em que trabalha e o
telefone, conforme o padrão da identidade visual, disponível na intranet.
Leiaute
Ver modelo.
188 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Senhor Diretor-Geral,
Atenciosamente,
Seu nome
Seu cargo
61 3319.XXXX
Secretaria de
____________
Coordenadoria de _______
Seção de ______________
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 189
EMENDA REGIMENTAL É o ato por meio do qual o Superior Tribunal de Justiça procede a alterações no Regimento
Interno. As emendas regimentais são consideradas aprovadas quando obtêm o voto
favorável de 2/3 dos membros do Plenário e só entram em vigor após a publicação no
Diário da Justiça eletrônico.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal).
Identificação do documento
Consiste no nome do ato por extenso, em caixa-alta, seguido do número e da data de
expedição (mês por extenso), tudo em negrito, devendo ser centralizada no texto e encerrada
por ponto.
Ementa
Texto recuado, iniciado no centro da página e justificado. Resume o assunto tratado no ato.
Texto
É o conteúdo do documento. Por ser ato normativo, tem a mesma estrutura do texto
legislativo, com artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens. O dispositivo objeto da emenda
regimental deve ser posto em margem recuada, entre aspas, sem nenhuma alteração no
espaçamento entre as linhas nem na fonte.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura, no nome (caixa-alta) e no cargo (só
inicial maiúscula) da autoridade competente, tudo centralizado no texto.
190 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
192 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
FAC-SÍMILE (FAX) A palavra fax pode referir-se tanto ao aparelho utilizado para a transmissão de imagens e
mensagens escritas por via telefônica quanto ao documento enviado por esse sistema.
Em relação a este último, o fax também tem duas definições: é o ato administrativo em si
(mensagem) ou é apenas a folha de rosto que encaminha um ato (memorando, ofício,
requerimento, etc.).
Utiliza-se o fax, normalmente, para enviar documentos curtos com assuntos urgentes (caso
contenham muitas páginas, recomenda-se a remessa pelos correios). Se a documentação for
judicial, a lei estabelece que o interessado encaminhe, em 5 dias, o original.
Requisitos
a) Folha de rosto devidamente preenchida. (Caso o texto seja pequeno, usa-se o campo
mensagem da folha de rosto, o que, em si, é o ato administrativo.)
b) Originais legíveis.
c) Folhas numeradas para que o destinatário saiba se o aparelho transmitiu todo o documento.
d) Rubrica ou assinatura do emissor.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 193
2cm
3cm 2cm
DADOS DO REMETENTE
Nome:
Cargo:
Assunto:
DADOS DO DESTINATÁRIO
Nome:
Cargo:
Órgão:
Telefone: Fax:
Mensagem
( ) Urgente
2cm
194 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
INFORMAÇÃO
A informação usualmente instrui um processo administrativo e serve para apresentar os
fatos em questão. O servidor responsável pela redação deve fornecer elementos que ajudem
a autoridade competente a proferir o despacho. Portanto, não deve o documento ser
impregnado de subjetividade nem de afirmações imprecisas.
Elementos
Timbre
Identificação do órgão (caixa-alta) e da unidade ou unidades (somente iniciais maiúsculas),
tudo em negrito.
Identificação do documento
Consiste no nome do documento por extenso, seguido do número. Faz-se também referência
ao número do respectivo processo, ao assunto, que não deve exceder uma linha, e ao
interessado. Alinhados à esquerda, devem ser grafados em negrito, exceto os elementos que
vierem após os dois-pontos, e com iniciais maiúsculas.
Vocativo
É o cargo do destinatário (inicial maiúscula), antecedido do tratamento adequado (“Senhor”
ou “Senhora”), seguido de vírgula e alinhado ao parágrafo.
Texto
É o conteúdo da informação. O correto é começar com um resumo dos fatos, a fim de que o
leitor entenda o assunto do processo, para então passar à análise. Havendo mais de um
parágrafo, todos devem ser numerados, exceto o fecho.
Fecho
Constituído da expressão “É o que informo” ou “É o que tenho a informar”, em outro parágrafo.
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 195
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo de quem o expediu,
estes somente com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
Senhor Presidente,
Dois a quatro espaços simples,
E
dependendo da extensão do texto 2,5cm
1 Trata-se do Processo STJ n. _____, relativo à __________, cujos autos ora
submeto a Vossa Excelência para consideração.
2 Em despacho, o eminente Ministro (nome só com iniciais maiúsculas),
designado como relator em __/___/___, declarou-se impedido de atuar no feito, uma vez
que
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
Corpo do texto:
Entrelinhamento 1,5 ou simples,
dependendo da extenção do texto
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 197
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal).
Identificação do documento
Consiste no nome do ato por extenso, seguido de STJ/GP ou STJ/GDG (se o signatário for o
presidente ou o diretor-geral respectivamente), do número e da data de expedição, tudo em
negrito e caixa-alta, devendo ser centralizada no texto e encerrada por ponto.
Como a numeração é reiniciada a cada ano, é inadmissível a vírgula antes da data.
Ementa
Texto recuado, iniciado no centro da página e justificado. Resume o assunto tratado no ato
normativo.
Preâmbulo
Inicia-se pelo cargo do signatário em caixa-alta e negrito, por exemplo, O PRESIDENTE DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, seguido da expressão “usando da atribuição conferida”,
da base legal e das razões da expedição do ato (lei ou norma que o fundamenta).
Encerra-se com a expressão RESOLVE; em outro parágrafo, em caixa-alta e negrito.
198 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Texto
É o conteúdo do documento. Por ser ato normativo, possui a mesma estrutura do texto
legislativo, com artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
O último artigo traz a seguinte determinação: Esta instrução normativa entra em vigor na
data de sua publicação. Caso o normativo esteja revogando outro ou outros ou, ainda,
dispositivos, o penúltimo artigo deve ser: Fica revogada a Instrução Normativa STJ/____n. ___;
Ficam revogadas as Instruções Normativas STJ/____n. ___; Fica revogado o art. ___; ou Ficam
revogados os arts. ____.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome da autoridade competente,
este em caixa alta, centralizados no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
Corpo do texto:
2cm
Entrelinhamento simples
200 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
A folha de continuação também é utilizada caso o texto seja longo. Contém somente a
identificação do órgão, não sendo admitido, portanto, o brasão; além disso, devem constar,
alinhados à esquerda, o número da folha e a identificação do documento, encerrados por
ponto, dois centímetros abaixo da borda superior da folha: Fl. 2 do Memorando n. 137/GP
de __/__/___.
Outra particularidade do memorando é a numeração dos parágrafos (havendo dois ou mais),
salvo o fecho, o que se faz para facilitar possíveis remissões.
O memorando-circular tem as mesmas características do memorando, distinguindo-se
apenas pelo fato de que o texto, reproduzido, é enviado a vários destinatários.
Por fim, como a numeração é reiniciada a cada ano, é inadmissível a vírgula antes da data
quando se faz referência a um memorando: Memorando n. 25/SGP de ___ de julho de _____.
Elementos
Timbre
A identificação da unidade, em negrito e caixa-alta.
Identificação do documento
Consiste no nome do instrumento por extenso, grafado só com a inicial maiúscula (ou
iniciais, se for memorando-circular) e seguido do número e da sigla da unidade expedidora,
separados por barra, tudo alinhado à esquerda.
Local e data
Escritos na linha imediatamente inferior à da identificação do documento (local e mês por
extenso), alinhados à direita e encerrados por ponto.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 201
Destinatário
Não existe vocativo no memorando; somente destinatário, que é o receptor da mensagem.
Compreende o cargo ocupado, antecedido do tratamento adequado (“Ao Senhor” ou “À Senhora”)
e alinhado à esquerda.
Assunto
É o resumo do que está sendo tratado no documento. Convém que não ultrapasse uma linha.
Texto
É a própria mensagem. Deve ser redigido de maneira clara e objetiva. É importante
mencionar o que motivou o memorando, para que o destinatário saiba se o assunto é novo
ou se já vem sendo tratado por meio de outros documentos: Reportando-me ao Memorando
n. 123/GP, encaminho a Vossa Senhoria...; Em atenção ao e-mail enviado por essa unidade no
último dia 21, comunico a Vossa Senhoria que...
Fecho
É o cumprimento do signatário, que deve ser alinhado ao parágrafo. Só há duas possibilidades:
“Atenciosamente”, se o cargo do destinatário for de hierarquia igual ou inferior à do cargo do
emitente, ou “Respeitosamente”, se o cargo do destinatário for de hierarquia superior.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo de quem o expediu,
estes somente com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
(UNIDADE EM NEGRITO E CAIXA-ALTA)
A
Espaços simples necessários para que
Memorando n. ___/GP
os elementos fiquem dispostos
Brasília, 1º de abril de 2015.
adequadamente na página
A
Corpo do texto:
Entrelinhamento 1,5 ou simples,
dependendo da extensão do texto
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 203
OFÍCIO/OFÍCIO-CIRCULAR
O ofício é similar ao memorando. Contudo, é utilizado para comunicações entre diferentes
órgãos, entre um órgão e uma pessoa ou entre autoridades.
Assim como no memorando, a folha de continuação também é usada caso o texto seja longo.
Contém somente a identificação do órgão, não sendo admitido, portanto, o brasão; além
disso, devem constar, alinhados à esquerda, o número da folha e a identificação do
documento, encerrados por ponto, dois centímetros abaixo da borda superior da folha: Fl. 2
do Ofício n. 89/GP de 1º/12/2010.
Como a numeração é reiniciada a cada ano, é inadmissível a vírgula antes da data quando se
faz referência a um ofício: Ofício n. 39/GP de 13 de janeiro de 2015.
O ofício-circular tem as mesmas características do ofício, distinguindo-se pelo fato de que o
texto, reproduzido, é enviado a vários destinatários.
No Tribunal, eventualmente, o presidente e os outros ministros comunicam-se com os
pares por meio de ofício. No caso de ser um só texto para todos, usam-se endereçamento
personalizado, um único número e, por deferência, a denominação ofício em lugar de
ofício-circular.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal).
Identificação do documento
Consiste no nome do documento por extenso, grafado só com a inicial maiúscula (ou iniciais,
se for ofício-circular) e seguido do número e da sigla da unidade expedidora, separados por
barra, tudo alinhado à esquerda.
Local e data
Escritos na linha imediatamente inferior à da identificação do documento (local e mês por
extenso), alinhados à direita e encerrados por ponto.
204 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Destinatário
É o receptor da mensagem. Compreende a forma de tratamento adequada na primeira linha
(“A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”, “Ao Senhor” ou “À Senhora”),
o nome na segunda (em caixa-alta), o cargo ocupado na terceira linha, o órgão ou instituição
a que pertence na quarta e, por fim, a cidade e a sigla do estado na quinta linha. Essas
informações ficam alinhadas à esquerda, na parte superior da folha.
OBSERVAÇÃO
Assunto
É o resumo do que está sendo tratado no documento. Convém que o assunto não ultrapasse
uma linha.
Vocativo
É o cargo do destinatário (inicial maiúscula), antecedido do tratamento adequado
[“Excelentíssimo Senhor” ou “Excelentíssima Senhora” (Presidente da República, do
Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional) ou “Senhor” ou “Senhora”], seguido de
vírgula e alinhado ao parágrafo.
Texto
É a própria mensagem. Deve ser redigido de maneira clara e objetiva. É importante
mencionar o que motivou o ofício, para que o destinatário saiba se o assunto é novo ou se já
vem sendo tratado por meio de outros documentos: Reportando-me ao Ofício n. 123/GP,
encaminho a Vossa Excelência...; Em atenção ao e-mail enviado por esse órgão no último dia
21, comunico a Vossa Excelência que...
Se o assunto contiver duas ou mais ideias, elas deverão figurar em parágrafos distintos, todos
numerados, exceto o fecho. No caso de um só parágrafo, não haverá numeração.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 205
Fecho
É o cumprimento do signatário. Só há duas possibilidades: “Atenciosamente”, se o cargo do
destinatário for de hierarquia igual ou inferior à do cargo do emitente, ou “Respeitosamente”,
se o cargo do destinatário for de hierarquia superior. Segue o alinhamento do parágrafo,
com dois espaços simples abaixo do texto.
É importante ressaltar que ofício remetido por ministro ou pelo presidente do STJ ao
presidente da República, ao do Congresso Nacional ou do Supremo Tribunal Federal só
admite o fecho “Respeitosamente”. O mesmo se aplica ao presidente do Conselho Nacional
de Justiça e ao do Senado Federal, pois o presidente do Conselho é o do Supremo Tribunal
Federal, cargo máximo do Judiciário, e o presidente do Senado é o do Congresso Nacional,
cargo máximo do Legislativo.
Quanto às comunicações dirigidas às autoridades estrangeiras, atendem a tradições próprias,
pautadas pelo Manual de redação e estilo do Itamaraty, do Ministério das Relações Exteriores.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo de quem o expediu,
estes somente com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelos.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
E
Dois a quatro espaços simples,
Assunto: Prorrogação de cessão de servidores
dependendo da extensão do texto
E
2,5cm
Senhor Presidente,
B
1 Reportando-me às solicitações de prorrogação de cessão de servidores,
informo a Vossa Excelência que o art. ___ da Resolução STJ/GP n. __ de __ de (mês por
extenso) de _____, alterado pela Resolução STJ n. __ de ____ de (mês por extenso) de
_____, estabelece que as cessões desta Corte e do órgão cessionário devem ser
Dois espaços simples equivalentes, exceto quando forem para o exercício de cargo em comissão igual ou superior
a CJ-3 ou similar.
2 Diante disso, autorizei, até __/___/___, a prorrogação do prazo de cessão de
____________________ e ______________________, para continuarem exercendo cargo
em comissão nesse Tribunal.
B
Atenciosamente,
Espaços simples suficientes para que a
C
assinatura não fique colada ao texto
(assinatura)
Ministro (nome só com iniciais maiúsculas)
Presidente
Corpo do texto:
Entrelinhamento 1,5 ou simples,
dependendo da extensão do texto
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 207
2cm
3cm 2cm
E
Dois a quatro espaços simples,
Assunto: Solicitação de afastamento de servidor
dependendo da extensão do texto
E
2,5cm
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,
B
Na forma do disposto no art. 95 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
solicito a Vossa Excelência autorização para que o servidor (nome só com iniciais
Dois espaços simples maiúsculas), matrícula ______, Assessor-Chefe de Relações Internacionais, afaste-se do
País, com ônus para este Tribunal, no período de ___ a ___ de ______, para acompanhar o
Presidente desta Corte em missão oficial ao Poder Judiciário _____________.
B
Respeitosamente,
Espaços simples suficientes para que a
C
assinatura não fique colada ao texto
(assinatura)
Ministro (nome só com iniciais maiúsculas)
Presidente
Corpo do texto:
Entrelinhamento 1,5 ou simples,
dependendo da extensão do texto
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
208 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
ORDEM DE SERVIÇO A ordem de serviço é um expediente interno emitido por servidor investido de autoridade,
como secretário, coordenador e chefe de seção. Serve, entre outras finalidades, para
determinar que se faça um serviço, para prescrever modalidades e requisitos inerentes à
realização desse serviço e para especificar e caracterizar fatos, atividades e objetos, ou seja,
é de caráter operacional e vigora só durante o tempo de execução.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial) e o nome da unidade (iniciais
maiúsculas e negrito).
Identificação do documento
Consiste no nome do documento por extenso, seguido do número e da data de expedição,
tudo em negrito e caixa-alta, devendo ser centralizada no texto e encerrada por ponto.
Como a numeração é reiniciada a cada ano, não se admite a vírgula antes da data.
Preâmbulo
Inicia-se pelo cargo do expedidor, por exemplo, O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO, em
caixa-alta e negrito, seguido da expressão “usando da atribuição conferida” e das razões da
expedição do ato (lei ou norma que o fundamenta).
Encerra-se com a expressão RESOLVE:, em outro parágrafo, em caixa-alta e negrito.
Texto
É estruturado em parágrafos numerados por algarismos arábicos (se houver mais de um), os
quais podem desdobrar-se em alíneas.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome da autoridade competente,
este em caixa-alta, centralizados no texto.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 209
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
Corpo do texto:
Entrelinhamento 1,5 ou simples,
dependendo da extensão do texto
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 211
PARECER
O parecer integra um processo e é usado para que seu redator, embasado em fatos e em
análise de ordem técnica, administrativa ou jurídica, exprima opinião acerca de matéria a
ele submetida. Geralmente, é exarado por um especialista no assunto.
Neste documento, deve-se seguir a ordem lógica, a fim de dar uma visão geral dos fatos à
autoridade que vai decidir a questão.
Elementos
Timbre
A identificação do órgão (caixa-alta e negrito), da unidade e, se for o caso, da subunidade
(iniciais maiúsculas e negrito), tudo centralizado no texto.
Identificação do documento
Consiste no nome do documento por extenso, seguido do número. Faz-se também referência
ao respectivo processo, ao assunto tratado, que não deve exceder uma linha, e ao interessado.
Alinhados à esquerda, devem ser grafados em negrito, exceto os elementos que vierem após
os dois-pontos, e com iniciais maiúsculas.
Vocativo
É o cargo do destinatário (iniciais maiúsculas), antecedido do tratamento adequado (“Senhor”
ou “Senhora”), seguido de vírgula e alinhado ao parágrafo.
Texto
É o conteúdo do documento. Para seguir a ordem lógica, deve-se começar por um relatório
dos fatos e das peças processuais, em seguida citar a legislação aplicável ao caso, apresentar
a opinião e fundamentá-la e, por fim, propor a solução do problema. Todos os parágrafos são
numerados, exceto o fecho.
Fecho
Fechos possíveis: A Vossa Excelência/Vossa Senhoria para consideração ou É o parecer.
212 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo da autoridade
competente, estes somente com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Secretaria de Controle Interno
Coordenadoria de Orientação e Acompanhamento da Gestão de Pessoal
2cm
214 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2cm
3cm 2,5cm 2cm
7 Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior do
Trabalho já modificaram os instrumentos normativos internos, amoldando-os ao novo
preceito constitucional. Já o Conselho da Justiça Federal, da mesma forma que o Superior
Tribunal de Justiça, mantém a concessão do auxílio pré-escolar aos dependentes até os 6
anos de idade, como se verifica no art. ___ da Resolução STJ/GP n. ___ de ___ de (mês
por extenso) de ____.
8 Por todo o exposto, recomendo a remessa do processo à Secretaria do
Tribunal, propondo a alteração do Ato STJ n. ___/___, a fim de harmonizá-lo com a nova
ordem constitucional, conforme sugerido pelo Senhor Secretário de _________________ às
fls. ___-___.
É o parecer.
Dois espaços simples B
Brasília, (data com mês por extenso).
Espaços simples suficientes para que a
C
assinatura não fique colada ao texto
(assinatura)
(nome só iniciais maiúsculas)
(cargo só iniciais maiúsculas)
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 215
PORTARIA
De competência do presidente do Tribunal, do diretor-geral da Secretaria do Tribunal e
dos secretários, é o ato que dispõe essencialmente sobre assuntos administrativos, tais
como gestão de pessoal (nomeação, exoneração, designação, elogio, penalidade, delegação
de competência, etc.) e funcionamento do Tribunal (horário de expediente, suspensão de
prazos legais, designação de comissões, etc.). Será de competência exclusiva do presidente
quando tratar de atos delegados pelo Plenário, pela Corte Especial ou pelo Conselho de
Administração, bem como daqueles relativos às suas atribuições regimentais. Será de
competência do diretor-geral e dos secretários quando tratar de assuntos relativos às
respectivas atribuições administrativas.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal).
Identificação do documento
Consiste no nome do ato por extenso, seguido de STJ e da sigla da unidade expedidora, por
exemplo, PORTARIA STJ/GP, STJ/GDG ou STJ/SGP (caso o signatário seja o presidente, o
diretor-geral ou o secretário de gestão de pessoas respectivamente), do número e da data
de expedição, tudo em negrito e caixa-alta, devendo ser centralizada no texto e encerrada
por ponto.
Como a numeração é reiniciada a cada ano, é inadmissível a vírgula antes da data.
Ementa
Texto recuado, iniciado no centro da página e justificado. Resume o assunto tratado no ato
normativo.
Preâmbulo
Inicia-se pelo cargo do signatário em caixa-alta e negrito, por exemplo, O PRESIDENTE DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, seguido da expressão “usando da atribuição conferida”,
da base legal e das razões da expedição do ato (lei ou norma que o fundamenta).
Encerra-se com a expressão RESOLVE:, em outro parágrafo, em caixa-alta e negrito.
216 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Texto
É o conteúdo do documento. Por ser ato normativo, possui a mesma estrutura do texto
legislativo, com artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
O último artigo traz a seguinte determinação: Esta portaria entra em vigor na data de sua
publicação. Caso o normativo esteja revogando outro ou outros ou, ainda, dispositivos, o
penúltimo artigo deve ser: Fica revogada a Portaria STJ/___ n. ___; Ficam revogadas as
Portarias STJ/___ n. ___; Fica revogado o art. ___; ou Ficam revogados os arts. ____.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome da autoridade competente,
este em caixa-alta, centralizados no texto.
Leiaute
Ver modelos.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
adequadamente na página
PORTARIA STJ/GP N. ___ DE ___ DE _________ DE ____.
B
Nomeia servidor para cargo em comissão.
Dois espaços simples B 2,5cm
O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, usando da
atribuição conferida pelo art. 21, XXV, do Regimento Interno e considerando o disposto no
art. 9º, II, da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
B
RESOLVE:
B
Art. 1º Nomear (nome em caixa-alta) para o cargo em comissão de Assessor
de Ministro, código CJ-3, do Gabinete do Ministro (nome só com iniciais maiúsculas), na
vaga decorrente da exoneração de (nome só com iniciais maiúsculas).
Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Corpo do texto:
2cm
Entrelinhamento simples
218 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2cm
3cm 2cm
adequadamente na página
PORTARIA STJ/GP N. ___ DE ___ DE _________ DE ____.
B
Altera dispositivos da Portaria STJ/GP n. _____ de
___ de (mês por extenso) de _____.
Dois espaços simples B 2,5cm
O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, usando das
atribuições conferidas pelos arts. 21, XVII, e 40, § 3º, do Regimento Interno,
B
RESOLVE:
B
Art. 1º Os arts. 1º e 4º da Portaria STJ/GP n. ___ de ___ de (mês por
extenso) de ____ passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º Criar comissão temporária de ministros para gerir as Metas Nacionais
do Poder Judiciário no âmbito do Superior Tribunal de Justiça e o
planejamento estratégico institucional.
[...]
Art. 4º A comissão será responsável por:
I – propor estratégias visando ao integral cumprimento das Metas Nacionais,
bem como acompanhar sua evolução;
II – discutir e avaliar o planejamento e a execução de objetivos, metas e
iniciativas estratégicas.”
Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Corpo do texto:
2cm
Entrelinhamento simples
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 219
2cm
3cm 2cm
adequadamente na página
PORTARIA STJ/GP N. ___ DE ___ DE __________ DE ____.
B
Revoga a Portaria STJ/GP n. __ de ___ de
(mês por extenso) de _____.
Dois espaços simples B 2,5cm
O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, usando de suas
atribuições legais e considerando o disposto no art. 21, XXXI, do Regimento Interno,
B
RESOLVE:
B
Art. 1º Revogar a Portaria STJ/GP n. ___ de ___ de (mês por extenso) de
____, que dispõe sobre a criação do _____________________________, destinado a
atender os magistrados instrutores convocados para atuar no Tribunal.
Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Corpo do texto:
2cm
Entrelinhamento simples
220 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
RELATÓRIO É uma exposição minuciosa de atividade ou atividades desenvolvidas. Como, por força de
lei ou de ato administrativo, é dirigido a uma autoridade superior para análise do trabalho
realizado, o relatório deve pautar-se pelo padrão culto da língua. Deve, ainda, apresentar
ideias bem delineadas, de modo que o receptor não tenha dúvida quanto à metodologia
utilizada, à execução do trabalho e aos resultados obtidos.
O relatório é emitido pelo titular da unidade ou pelo relator ou presidente de comissão
instituída para fim específico.
É importante, antes de iniciar a redação do relatório, elaborar um plano de trabalho. Nele
nada deve ser omitido. Recomenda-se organizar uma lista pormenorizada de todas as
tarefas em ordem cronológica, relacionando o maior número possível de informações e
incluindo até o local se a tarefa exigir ambiente físico diferenciado para a realização. A
ordenação cronológica será útil sobretudo em relação ao estabelecimento de pré-requisitos
de fases subsequentes. Recomenda-se, também, atualizar o plano de trabalho durante a
execução, para registrar os desdobramentos de atividades que conduziram a outras
inicialmente não previstas, de modo que o plano possa ser útil em oportunidade futura.
Ademais, deve-se propor uma estrutura para o relatório que contenha introdução,
desenvolvimento e conclusão.
OBSERVAÇÕES
1 Relatórios que, embora de natureza institucional, são exigidos por disposições legais e apresentados a
outros órgãos públicos, a exemplo do Relatório de Gestão, encaminhado anualmente ao Tribunal de
Contas da União, e de relatórios requeridos pelo Conselho Nacional de Justiça, devem observar a
estrutura e os requisitos específicos previstos em norma, orientação ou recomendação. (V. Instrução
Normativa STJ/GP n. 11 de 12 de agosto de 2015.)
2 Se o relatório for simples, será constituído apenas do cabeçalho, número, se couber, título, texto,
local, data e assinatura, separados por espaços simples, numa só página, com parágrafos numerados, se
houver dois ou mais.
3 Em geral, os relatórios internos emitidos pelas unidades são apresentados de forma sintética, em
formulário próprio.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 221
Elementos
Capa e folha de rosto
a) cabeçalho: brasão e nome do órgão, este em caixa-alta e negrito, centralizados na parte
superior; logo abaixo, a unidade a que pertence o remetente e, se houver, a subunidade,
ambas com as iniciais maiúsculas e em negrito;
b) identificação: colocada dois espaços abaixo do cabeçalho, só ocorre quando o relatório se
reporta ao acompanhamento periódico de um projeto ou atividade, ou quando há mais de
um sobre o mesmo assunto. Deve ser assim disposta: a palavra Relatório, a abreviatura de
número, o número sequencial, barra, ano, travessão e sigla da unidade emitente, tudo em
negrito, centralizado e numa só linha (Relatório n. 3/2011 – SGP);
c) título: em caixa-alta e negrito, centralizado horizontal e verticalmente, indica o objetivo do
relatório (RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA);
d) local e data: são registrados na parte inferior central da página, por extenso e em negrito,
seguidos de ponto: Brasília, 30 de setembro de 2014.
Resumo
É uma condensação do relatório. Nele devem figurar os pontos basilares num texto claro e
objetivo, para que, ao lê-lo, o receptor tenha uma visão panorâmica do que virá a seguir.
Sumário
É a enumeração das principais partes do relatório, com a indicação das respectivas páginas.
Texto
É o corpo do documento. Compõe-se de introdução, desenvolvimento e conclusão.
Introdução
Por ser a parte inicial do texto, deve expor, em linhas gerais, a disposição legal ou ato que
prevê sua apresentação, o projeto em que se insere o trabalho do autor – individual, em
222 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
grupo ou como parte de uma equipe mais ampla –, se for o caso, as atividades realizadas e
a divisão de tarefas. Deve expor, igualmente, a estrutura do desenvolvimento do relatório,
a metodologia empregada, a tese que será defendida e a síntese dos argumentos. Em suma,
a introdução enuncia o propósito do relatório.
Desenvolvimento
É o detalhamento, por etapas, do modo como se desenvolveu o trabalho e como ocorreu a
participação do autor, devendo ser nele mencionados os aspectos positivos da metodologia
utilizada e, caso existam, os negativos. Devem constar fatos, dados estatísticos e ilustrações,
bem como as análises efetuadas e argumentos, que darão suporte à tese proposta na
introdução.
Esta parte pode dividir-se nos tópicos temáticos, seções e subseções que forem necessários
para que o assunto seja exposto circunstanciadamente.
É bom lembrar que a boa disposição dos elementos e a qualidade do texto sem dúvida
motivarão o leitor a examinar o relatório.
Conclusão
Pode ser uma avaliação objetiva e equilibrada. Para tanto, é só recapitular os principais
argumentos expostos, enfatizar as informações e, caso seja necessário, propor ações que
devam ser executadas para solucionar problemas porventura existentes.
Local e Data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome e cargo do emitente, estes só
com as iniciais maiúsculas, tudo centralizado no texto. Devem ser dados tantos espaços
simples quantos forem necessários para que a assinatura não fique colada ao texto.
OBSERVAÇÃO
REQUERIMENTO
Utilizado para, sob o amparo de lei ou de norma reguladora, requerer direito ou solicitar
deferimento de pedido, o requerimento é redigido por qualquer cidadão e dirigido a
autoridade com poder de decisão.
Elementos
Identificação do documento
Somente a palavra REQUERIMENTO, em letras maiúsculas e negrito, centralizada no texto.
Vocativo
Compõe-se da forma de tratamento adequada, do cargo da autoridade e do nome do órgão
correspondente, seguidos de vírgula e alinhados ao parágrafo.
Texto
Redigido em terceira pessoa, é constituído por dois parágrafos: o primeiro, expresso num
só período, contém a identificação do requerente (nome, nacionalidade, estado civil,
residência e domicílio, documentos, instituição onde trabalha ou estuda, etc.), o pedido e a
fundamentação legal; o segundo é o fecho. No caso de servidor do Tribunal, é necessário
registrar apenas o nome, o cargo, a matrícula e a unidade de lotação.
Fecho
“Nesses termos, pede deferimento” ou somente “Pede deferimento”, alinhado ao parágrafo e
encerrado por ponto.
Local e data
Escritos abaixo do texto (local e mês por extenso), centralizados e encerrados por ponto.
Assinatura
Não é necessário escrever o nome do requerente (já está no texto); deve constar somente a
assinatura, centralizada.
224 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm
Corpo do texto:
Entrelinhamento 1,5 ou simples,
2cm
dependendo da extensão do texto
226 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
RESOLUÇÃO
De competência privativa do presidente do Tribunal, disciplina assuntos administrativos
relacionados às suas atribuições, bem como normatiza as deliberações do Plenário, da Corte
Especial e do Conselho de Administração.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal).
Identificação do documento
Consiste no nome do ato por extenso, seguido de STJ/GP, do número e da data de expedição,
tudo em negrito e caixa-alta, devendo ser centralizada no texto e encerrada por ponto.
Como a numeração é reiniciada a cada ano, é inadmissível a vírgula antes da data.
Ementa
Texto recuado, iniciado no centro da página e justificado. Resume o assunto tratado no ato
normativo.
Preâmbulo
Inicia-se pelo cargo do signatário em caixa-alta e negrito (O PRESIDENTE DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA), seguido da expressão “usando da atribuição conferida”, da base
legal e das razões da expedição do ato (lei ou norma que o fundamenta).
Encerra-se com a expressão RESOLVE:, em outro parágrafo, em caixa-alta e negrito.
Texto
É o conteúdo do documento. Por ser ato normativo, possui a mesma estrutura do texto
legislativo, com artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
O último artigo traz a seguinte determinação: Esta resolução entra em vigor na data de sua
publicação. Caso o normativo esteja revogando outro ou outros ou, ainda, dispositivos, o
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 227
penúltimo artigo deve ser: Fica revogada a Resolução STJ/GP n. ___; Ficam revogadas as
Resoluções STJ/GP n. ___; Fica revogado o art. ___; ou Ficam revogados os arts. ___.
Assinatura
Última parte do normativo. Consiste na assinatura e no nome da autoridade competente,
este em caixa-alta, centralizados no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 229
TERMO DE HOMOLOGAÇÃO É ato de competência do diretor-geral da Secretaria quando tem como objeto a homologação
do resultado do processo seletivo do Programa de Concessão de Bolsas de Pós-Graduação
Lato e Stricto Sensu. É de competência do secretário de gestão de pessoas quando seu objeto
é a homologação do resultado final da avaliação de desempenho em estágio probatório dos
servidores. Dependendo do assunto, poderá ser emitido por outras autoridades
administrativas, desde que competentes para tal ato.
Elementos
Timbre
O brasão e a identificação do órgão (papel timbrado oficial do Tribunal).
Identificação do documento
Consiste no nome do ato por extenso, seguido de STJ/SGP, do número e da data de expedição,
tudo em negrito e caixa-alta, devendo ser centralizada no texto e encerrada por ponto.
Como a numeração é reiniciada a cada ano, é inadmissível a vírgula antes da data.
Ementa
Texto recuado, iniciado no centro da página e justificado. Resume o assunto tratado no
documento.
Preâmbulo
Inicia-se pelo cargo do expedidor, por exemplo, O SECRETÁRIO DE GESTÃO DE PESSOAS
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, em caixa-alta e negrito, seguido da expressão
“usando da atribuição conferida” e das razões da expedição do ato (geralmente, a norma
que o fundamenta). Encerra-se com a expressão RESOLVE:, em outro parágrafo, em
caixa-alta e negrito.
Texto
Deve conter estes termos: Fica HOMOLOGADO o resultado final da avaliação de desempenho
230 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
no estágio probatório dos servidores abaixo especificados, uma vez que foram atendidos os
requisitos legais e regulamentares, a que se segue tabela com quatro colunas representando,
respectivamente, a matrícula, o nome do servidor, o cargo e o resultado da avaliação de
desempenho.
Assinatura
Última parte do documento. Consiste na assinatura e no nome da autoridade competente,
este em caixa-alta, centralizados no texto.
Leiaute
Ver modelo.
OBSERVAÇÃO
2cm
3cm 2cm
adequadamente na página
TERMODE
TERMO DEHOMOLOGAÇÃO
HOMOLOGAÇÃOSTJ/SGP
STJ/SGPN.N.__
__DE
DE___
___DE
DE__________
__________DE
DE___.
___.
B
Homologa o resultado
Homologa o resultadofinal
final da avaliaçãode de
da avaliação
desempenho no estágio
desempenho probatório
no estágio dos servidores
probatório dos
que especifica.
servidores que especifica.
B 2,5cm
O SECRETÁRIO DE
O SECRETÁRIO DEGESTÃO
GESTÃODE DEPESSOAS
PESSOAS DO DO SUPERIOR
SUPERIOR TRIBUNAL
TRIBUNAL
DE JUSTIÇA, usando
DE JUSTIÇA, usando da daatribuição
atribuiçãoconferida
conferidapelo
peloart.
art.___
___dodo Manual
Manual dede Organização
Organização do do
Superior
Superior Tribunal
Tribunal dede Justiça,
Justiça, tendo
tendo em
em vista
vista as
as informações
informações constantes
constantes dodo Processo
Processo STJ
STJ n.
____/____ e e
n. ____/____
Dois espaços simples CONSIDERANDO
CONSIDERANDO aa aprovação
aprovação dosdosservidores
servidoresnonoestágio
estágio probatório,
probatório, nosnos
termos do art.
termos do art. ___
___ da
da Resolução
ResoluçãoSTJ/GP
STJ/GPn.n.______dede______dede (mês
(mês porpor extenso)
extenso) de de _____,
_____,
com
com aa consequente
consequente comprovação
comprovação da da aptidão
aptidão para
para oo exercício
exercício dodo cargo
cargo efetivo;
efetivo;
CONSIDERANDO
CONSIDERANDO a aexigência de homologação
exigência de homologação da avaliação de desempenho
da avaliação de
no estágio probatório,
desempenho conforme
no estágio o art.conforme
probatório, 20, § 1º, da Lei 20,
o art. n. 8.112,
§ 1º, de
da 11
Leide
n.dezembro
8.112, de de
111990,
de
B dezembro de 1990,
RESOLVE:
B RESOLVE:
Corpo do texto:
Entrelinhamento simples
Parágrafos:
2cm
Espaço antes – 6pt
PARTE 3
GLOSSÁRIO
JURÍDICO
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 235
ab-rogação 1 Ato de revogar totalmente uma lei ou decreto, uma regra ou regulamento mediante uma
nova lei, decreto ou regulamento.
2 Ato de cassar, revogar, tornar nulo ou sem efeito um ato anterior.
ab-rogar (VTD) Revogar totalmente uma lei, decreto, regulamento ou costume. Cassar, anular ou
tornar sem efeito um ato anterior por entrar em vigência um princípio, preceito ou costume.
Ex.: “A tolerância ou a omissão de algumas autoridades em reprimir contravenção penal não
têm o condão de ab-rogar ou derrogar norma legal” (REsp n. 23.221/SP, STJ).
Ex.: O réu não foi absolvido (da acusação).
abuso de poder Ato de exorbitar dos poderes conferidos. Exercício de atos não outorgados no mandato ou na
procuração.
ação Meio processual pelo qual o cidadão pode buscar uma decisão judicial para, através de
advogado constituído nos autos, fazer valer um direito que acredita ser-lhe assegurado pela
ordem jurídica.
ação acessória Ação que, sem vida própria, segue o rito processual da principal, porque nela é gerada e
processada. A reconvenção é uma ação acessória.
ação anulatória Ação cujo objetivo é extinguir ato ou negócio jurídico por vício resultante de erro, dolo ou
coação. É proposta quando, por meio da extinção do ato, a parte pretende alterar a situação
jurídica preestabelecida.
ação cautelar Ação preparatória (antes da ação principal) ou preventiva (durante a ação principal) de efeito
temporário que visa garantir a eficácia do processo principal com ela relacionado. Tem caráter
instrumental, pois preserva o exercício de conhecimento ou de execução de outra ação.
ação cível Ação que tem a finalidade de promover a garantia ou defesa de um direito da ordem civil,
em cujos institutos jurídicos encontra fundamento. Ação civil.
ação civil pública Ação de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, bem como a qualquer
236 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
outro interesse difuso ou coletivo. Pode ser ajuizada pelo Ministério Público, pela União,
pelos estados, pelos municípios, pelas autarquias, pelas empresas públicas, pelas fundações,
pelas sociedades de economia mista e por associações interessadas (que tenham sido
constituídas há, no mínimo, um ano).
ação conexa Aquela que pode ser reunida a outra que tenha em comum o objeto e/ou a causa de pedir;
desse modo, ambas formam um só processo e obtêm uma só sentença.
ação criminal ou penal Procedimento judicial que visa à aplicação da lei penal a agente de ato ou a responsável por
omissão definidos como crime ou contravenção. Pode ser de natureza pública ou privada.
ação declaratória Aquela que, sem força de execução, limita-se ao reconhecimento da existência ou inexistência
de um direito ou de uma relação jurídica ou da autenticidade ou falsidade de um documento
ou obrigação.
ação declaratória de constitucionalidade Meio processual de obter declaração do Supremo Tribunal Federal acerca da validade de
preceito legal ou de ato normativo federal em face da norma constitucional.
ação de execução Aquela que objetiva obrigar o cumprimento de um direito já reconhecido, que busca fazer
com que o devedor cumpra obrigação já reconhecida.
ação direta de inconstitucionalidade Meio processual de obter declaração do Supremo Tribunal Federal acerca da
inconstitucionalidade de preceito legal ou de ato normativo federal ou estadual.
ação popular Direito que assiste ao cidadão de pleitear na Justiça a anulação ou a declaração de nulidade
de atos lesivos ao patrimônio da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
bem como das entidades de que o Estado participe.
ação possessória Procedimento judicial que visa à proteção do possuidor da coisa contra atos de violência ou
de esbulho que a atinjam ou possam atingi-la.
ação preparatória A lei faculta à pessoa praticar ato jurídico como preparatório à ação que pretende propor,
visando assegurar seu direito. Só pode ser requerida se motivos imperiosos a justificarem.
ação preventiva A ação preventiva – medida preventiva – vem durante a lide. É pedida por uma das partes
para acautelar interesses ou para evitar que a parte, em face de atos do litigante contrário,
possa ser prejudicada. Também só pode ser requerida se motivos imperiosos a justificarem.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 237
ação principal É a que traz o objetivo principal da lide. É independente, isto é, tem existência própria.
ação rescisória Procedimento judicial de competência originária dos tribunais por meio do qual se pedem a
decretação de nulidade ou ilegalidade de uma sentença proferida e a eventual reapreciação
do mérito. Aplica-se a decisão transitada em julgado.
Ex.: A exegese das regras do art. 11 da Lei n. 8.429/1992, considerada a gravidade das sanções
e restrições impostas ao agente público, deve ser realizada cum grano salis, máxime porque
uma interpretação ampliativa poderá acoimar de ímprobas condutas meramente irregulares.
acórdão Peça escrita que contém o julgamento proferido por órgão colegiado de um tribunal; não por
um juiz. Aresto. (V. sentença.)
acórdão exequendo Acórdão que está sendo executado ou que está em situação legal de poder ser executado.
acórdão impugnado Acórdão que teve a validade contestada pelo recorrente. O mesmo que acórdão recorrido.
Ex.: Em se tratando da Medida Provisória n. 542/1994, instituidora do Plano Real, por seu
caráter de norma de ordem pública, terá ela eficácia plena e alcance imediato, inclusive nas
cláusulas de reajuste de contratos, não podendo as partes acordar de modo diverso.
2 (VTD e VTI) Concordar, resolver de comum acordo.
Ex.: Locador e locatário acordaram majorar o aluguel; Acordaram em adiar o julgamento.
acusar 1 (VTD e VTDI) O verbo acusar no sentido de incriminar, culpar pede sempre objeto direto de
pessoa.
Ex.: O promotor acusou o réu sem dó nem piedade; Acusaram o suspeito de manipular os
mais humildes.
2 (VTDP) No sentido de tachar, caracterizar negativamente mediante palavra, pede objeto
direto e admite predicativo do objeto.
238 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Ex.: O policial de trânsito acusou o homem de subornador.
3 (VTD) No sentido de comunicar, notificar, confirmar, pede objeto direto.
Ex.: A secretária acusou o recebimento do convite.
adequar (VTDI) Tradicionalmente, este verbo era considerado defectivo. O Dicionário Houaiss,
entretanto, registra a tendência moderna para a conjugação regular em todos os modos,
tempos e pessoas: adéquo, adéquas, adéqua, adéquam (pres.ind.); adéque, adéques, adéque,
adequemos, adequeis, adéquem (pres.subj.); adéqua, adéque, adequemos, adequai, adéquem
(imperativo afirmativo).
Ex.: A Lei de Execuções Penais assegura poderes ao juiz da execução, a fim de que, desse
modo, se adéque a pena a seu destinatário.
Ex.: Todos adimpliram as cláusulas contratuais.
OBSERVAÇÃO
adjudicar (VTDI) Transferir bens do domínio de uma pessoa para o domínio de outra em consequência
de execução, sucessão ou venda.
Ex.: Adjudicou os bens ao tutor da criança.
aduzir (VTD e VTDI) Trazer, apresentar (razões, provas, testemunhos, etc.), expor.
Ex.: Aduz contrariedade ao art. 52, § 1º, da Lei n. 8.078/1990; O advogado aduziu ao juiz novos
argumentos.
advocacia administrativa Crime perpetrado por funcionário público que consiste em patrocinar, direta ou
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 239
afetação Ato (do relator) de afetar, de submeter um recurso ao órgão colegiado do qual é membro ou
a um dispositivo legal. (O termo ainda não está dicionarizado nesta acepção, contudo está em
pleno uso no texto jurídico.)
Ex.: O Ministro sugeriu a afetação do recurso à Corte Especial.
afetar (VTDI) Submeter (o relator) um recurso ao órgão colegiado do qual participa. (De igual modo,
ainda não está dicionarizado neste sentido.)
Ex.: A Quarta Turma decidiu afetar à Corte Especial o recurso do Ministério Público.
afeto O adjetivo afeto significa da competência de, da alçada de, dependente de, subordinado a.
Ex.: Tema afeto à Segunda Seção; matéria afeta ao recurso principal.
Ex.: Ele comenteu duplo assassinato, e com uma agravante: em estado de embriaguez
preordenada.
2 Designa, também, a pessoa que interpõe agravo. Neste caso, é substantivo de dois gêneros,
devendo ser usado de acordo com o sexo da pessoa que interpõe o recurso: o agravante/a
agravante.
Ex.: O prazo para agravar da decisão que indefere o pedido de suspensão de segurança, nos
termos do art. 4º, § 3º, da Lei n. 8.437/1992, é de 5 dias.
2 (VTD) Sobrecarregar, onerar.
Ex.: Admitido apenas o recurso especial da contribuinte, não é possível agravar a sua situação
quanto à prescrição do direito postulado no feito, sob pena de violação do princípio que veda
a reformatio in pejus.
240 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
agravo Recurso que se interpõe com o propósito de modificar decisão interlocutória. O agravo pode
ser interposto de duas formas: por instrumento ou na forma retida.
agravo de instrumento Recurso interposto contra decisão interlocutória. O agravo será processado fora dos autos
em que se deu a decisão impugnada, formando razões e contrarrazões dos litigantes para o
respectivo julgamento.
agravo regimental ou interno Recurso sem efeito suspensivo disciplinado no regimento interno do tribunal que o adota. É
interposto contra decisões monocráticas do presidente do tribunal, de seção e de turma ou
de relator que causem prejuízo ao direito da parte. Os órgãos julgadores devem-se pronunciar
sobre tais decisões, confirmando-as ou reformando-as.
agravo retido Recurso interposto contra decisão interlocutória mediante requerimento do agravante,
sendo julgado preliminarmente ao recurso principal. Fica nos próprios autos do processo.
ajuizar/mover/propor
(VTD) Levar uma questão a juízo, tornar uma questão objeto de processo ou demanda
judicial (utilizado para ação).
Ex.: No processo sob julgamento, o autor, em vez de valer-se da cautelar preparatória, ajuizou
diretamente a ação principal, discutindo o contrato e pleiteando a devolução de parcelas pagas.
al Al é uma forma de pronome indefinido ou substantivo arcaizada que significa outra pessoa,
outra coisa, o mais, tudo o mais. Na linguagem forense, ainda aparece em fórmulas
consagradas.
Ex.: A testemunha emudeceu e al não disse; Ele jamais será condenado se por al não for
acusado.
alvará de soltura Ordem judicial que determina a liberdade de uma pessoa que está presa.
alvará judicial Decreto lavrado por ordem do juiz para que se cumpra uma decisão por ele tomada mediante
sentença ou mero despacho.
análogo Diz-se dos casos que são resolvidos por extensão ou por analogia devido à semelhança ou
paridade.
anatocismo É a incidência de juros calculados sobre os juros acrescidos ao saldo devedor em razão de
não terem sido pagos. Os juros assim obtidos são somados ao capital, e esse total será a base
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 241
anuir (VTI) Aprovar ou autorizar a prática de um ato, aceitá-lo depois de feito, sem nenhuma
objeção, ou nele consentir.
Ex.: Assim, o embargado torna-se responsável pelo pagamento da verba honorária da
demanda quando, em vez de anuir ao afastamento da constrição sobre o bem, oferece
resistência aos embargos de terceiro.
Ex.: Vossa Excelência me concede um aparte?
apelação Recurso que se interpõe contra decisão definitiva de primeira instância para instância
imediatamente superior, a fim de que sejam reexaminadas e julgadas novamente as questões
decididas no juízo inferior.
Ex.: A sentença concedeu-lhe o direito de apelar em liberdade; Como apenas o primeiro
paciente apelou da sentença condenatória, houve o trânsito em julgado da condenação para
o corréu.
Ex.: Não se pode apenar o agente marítimo por irregularidade praticada pelo armador.
Ex.: Apensou a petição aos autos.
apropriação indébita Crime praticado por quem se apropria, sem o consentimento do dono, de um bem móvel
alheio cuja guarda detinha.
arras Quantia em dinheiro ou coisa fungível dada por um dos contratantes ao outro para garantir a
obrigatoriedade do contrato firmado; sinal. As partes podem estipular o direito de se
arrepender, apesar das arras dadas. Nesse caso, se o arrependido for o que as deu, perdê-las-á
em proveito do outro; se for aquele que as recebeu, deverá restituí-las em dobro.
arrazoar (VTD) Expor razões ou argumentos sobre um efeito ou sobre uma causa, a favor ou contra.
Dar as razões escritas sobre o caso em juízo, ou escrever tais razões ou alegações para serem
juntadas aos autos no prazo estipulado pelo juiz ou disposto em lei.
Ex.: O advogado requer vista dos autos e retirada do feito para arrazoar a defesa.
arresto ou embargo Providência cautelar que consiste na apreensão judicial antecipada e provisória de bens do
suposto devedor para garantir pagamento ao credor.
Ex.: Dessarte, na forma do art. 321, c/c o art. 1.007, § 2º, ambos do novo CPC, o relator assinou
aos autores prazo de 15 dias para a regularização do valor do depósito.
assistência judiciária (gratuita) Assegurada por lei às pessoas comprovadamente pobres que não tenham condições de
pagar despesas ou custas judiciais sem prejuízo de seu sustento e do sustento da família,
consiste na faculdade de pleitearem a gratuidade da justiça para que sejam defendidos os
direitos que alegam ter.
astreinte Indica a penalidade imposta ao devedor na execução de obrigações de fazer ou não fazer,
consistente em multa diária que se integra ao montante devido e dura enquanto permanecer
a inadimplência.
atenuante No Direito Penal, tanto se refere à circunstância que tem força legal para atenuar a pena a
ser aplicada ao réu por infração ou prática de delito (circunstância atenuante) como significa
a própria circunstância ou razão legal que enseja a redução da pena (a atenuante).
Ex.: “É firme o entendimento de que a incidência de circunstância atenuante não pode
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 243
Ex.: Existem outros meios de prova que atestam o efetivo emprego do revólver.
ato coator Ato que fere, ameaça ou viola direito certo e incontestável, que transgride princípio de lei ou
que é inconstitucional. É proveniente de autoridade que o pratica extrapolando suas
atribuições legais.
ato jurídico Ato lícito cujo objetivo imediato seja conceder, resguardar, transferir, modificar ou extinguir
direitos.
autor 1 Na relação processual, aquele que intenta ação judicial contra alguém.
2 No aspecto criminal, é aquele que pratica um delito ou contravenção.
autoridade coatora Agente público dotado de poder decisório no exercício de atividade pública a quem se atribui
prática de abuso de poder.
autos Conjunto ordenado das peças que compõem um processo judicial ou administrativo, isto é,
petição inicial, petições, certidões, documentos, termos de diligências e de audiências,
sentenças, etc. O mesmo que processo.
autuar (VTD) “Lavrar um auto de infração contra (alguém); [...] reunir e ordenar em forma de
processo (as peças produzidas em juízo)”, colocando na capa, caso sejam autos físicos, a
natureza da ação e o nome das partes (HOUAISS, 2014).
averbação Registro de alguma anotação à margem de um documento que altere ou amplie seu conteúdo;
declaração.
avocação Ato pelo qual autoridade de grau superior traz a seu juízo ou jurisdição causa que tramita
em juízo ou instância inferior ou pelo qual o juiz, mesmo de igual hierarquia, chama a seu
juízo causa de sua competência que corre em outro.
244 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Ex.: Eles avocam a si o direito de poder escolher.
2 (VTD) Chamar (o juiz) a seu juízo a causa que corre em outro:
Ex.: O Município de Jataí se insurge contra decisão do Presidente do Tribunal de Justiça do
Estado de Goiás, o qual avocou os autos de ação de rito ordinário.
baixa dos autos Volta dos autos do grau superior para o juízo originário (a quo), após julgamento do último
recurso interposto.
baixa em diligência Devolução dos autos à instância inferior para que se pronuncie ou tome as providências
solicitadas.
bônus de subscrição (stock options) Títulos negociáveis emitidos pelas empresas dentro do limite de aumento do capital. Eles
conferem a seus titulares o direito de subscrever ações do capital social (ato chamado de
subscrição) nas condições de preço e prazo constantes do certificado, mediante apresentação
do título.
busca e apreensão (Direito Processual Civil) Ação cautelar específica destinada à busca e apreensão de pessoas ou coisas do poder de
quem as detenha ilegalmente, para que sejam guardadas até que o juiz decida a quem devem
ser entregues definitivamente.
busca e apreensão (Direito Processual Penal) É o meio de prova que consiste na apreensão de pessoas ou objetos cuja natureza contribua
para a elucidação de crime. A busca será domiciliar ou pessoal.
caber 1 (VI e VTI) Ser admissível, ter cabimento, vir a propósito, convir.
Ex.: Já não cabe recurso; “Dos atos e decisões do Conselho de Administração não cabe recurso
administrativo” (RISTJ, art. 39).
2 (VTI) Incumbir, competir.
Ex.: Cabe ao presidente representar o Tribunal.
câmara Cada uma das seções em que se dividem certos tribunais para o julgamento dos feitos.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 245
caráter satisfativo Qualidade do pedido que se realiza antecipadamente, a fim de evitar o perecimento do
direito. Embora ainda não dicionarizado, o vocábulo satisfativo está em uso no meio jurídico.
carta de ordem Carta em que um juiz requisita a outro, de juízo inferior, a realização de ato ou diligência na
jurisdição deste, com prazo prefixado de cumprimento.
carta de sentença Novos autos que se formam a partir da junção de várias peças do processo, nos quais se vai
processar a execução da sentença se, por motivos imperiosos, não puder ser executada nos
autos originais ou nos suplementares.
carta precatória Carta que um órgão judicial dirige a outro (de categoria igual ou superior à sua) de
circunscrição diferente, para que este faça ato processual (inquirição de testemunhas,
citação ou outros) nos limites de sua circunscrição.
carta rogatória Instrumento mediante o qual uma autoridade judicial de um país solicita a uma de outro o
cumprimento de uma diligência como citação, interrogatório de testemunhas e prestação de
informações. A rogatória, em regra, deve ser remetida por via diplomática.
causa Conjunto de interesses de uma das partes em litígio que se quer fazer valer perante a
autoridade judicial. O mesmo que demanda, ação, pleito judicial.
chamar o feito à ordem Ato judicial destinado a corrigir irregularidades ou vícios do processo.
Ex.: Não é lícito ao tribunal local “chamar o feito à ordem” e admitir recurso especial não
admitido anteriormente.
ciente Palavra usada pela pessoa a quem se deu informação de algum ato ou fato jurídico. “Na
técnica processual, o ciente tanto pode ser expresso, como decorrer de ato inequívoco pelo
qual ele se evidencie” (SILVA, 2014, p. 290).
citação
Ato de intimar alguém a que compareça perante autoridade judiciária, a fim de participar
dos atos e termos de demanda contra ele proposta.
cláusula-mandato Cláusula que autoriza administradora de cartão de crédito a obter financiamento sem prestar
contas ao consumidor, a respeito da qual se manifestou o STJ mediante a Súmula n. 60.
246 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
coisa julgada Qualidade que a sentença adquire de não poder mais ser alterada quando dela já não cabe
nenhum tipo de recurso.
colação Ato que consiste em restituir à massa comum da herança bens recebidos por herdeiros
durante a vida do legante, com o objetivo de igualar o tratamento entre eles na partilha.
Ex.: Cominaram-lhe penas infamantes.
2 Prescrever pena ou castigo.
Ex.: O Juízo de primeiro grau condenou os réus a devolver os valores indevidamente
recebidos, além de cominar-lhes as sanções previstas na Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992.
Ex.: Talvez seja o caso de compensar a agravante com a confissão.
competência Autoridade conferida por lei a juiz (ou tribunal) que o capacita a conhecer de ações a ele
submetidas para deliberação dentro de determinada circunscrição judiciária e a julgá-las.
Quando dois juízos se declaram competentes ou incompetentes para o julgamento do mesmo
feito, pode incidir o conflito de competência (positivo ou negativo).
compulsar (VTD) Manusear e examinar papéis, documentos, autos ou livros, seja para conhecer o
conteúdo, seja para extrair deles notas ou certidões.
Ex.: Ao compulsar os autos, constatei a ausência da assinatura do patrono da parte na petição
dos embargos de declaração.
comutar (Direito Penal) (VTD e VTDI) Substituir uma pena grave por outra mais benéfica ao réu; atenuar a pena.
Ex.: Diante do exposto, com fundamento no art. 2º do Decreto n. 5.620/2005, comuto o
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 247
concessão de exequatur Atribuição do Superior Tribunal de Justiça, consiste em autorizar a execução, em carta
rogatória, de diligências ou atos processuais requisitados por autoridade judicial estrangeira.
concluso “Diz-se de autos que foram enviados, com termo de conclusão, ao juiz, em cujo poder
permanecem para que neles exare despacho ou dê sentença” (HOUAISS, 2014).
concussão “Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função [pública]
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida [...]” (CP, art. 316).
conflito de competência Incidente processual que pode ocorrer quando dois ou mais juízos se declaram competentes
ou incompetentes para julgar o mesmo processo.
Ex.: A Quarta Turma, por unanimidade, conheceu do recurso especial nos termos do voto do
ministro relator e, no mérito, negou-lhe provimento.
OBSERVAÇÃO
Como, nesta acepção, o verbo é transitivo indireto, não pode ser apassivado. Assim, são inadmissíveis
construções como esta: O recurso não foi conhecido.
conjunto fático-probatório Elementos de prova (fatos, documentos) considerados numa demanda judicial que orientam
a aplicação do Direito.
Ex.: Discute-se a legitimidade ativa ad causam de suposto adquirente de veículo para
contestar penalidades.
contrarrazões Argumentos mediante os quais uma parte impugna as razões oferecidas pela outra.
Ex.: Convolara para outro partido.
2 (VTDI) Transformar um ato judicial em outro ato.
Ex.: O juiz convolou o arresto em penhora de bens.
correição parcial Ação administrativo-judiciária usada contra despachos que implicarem inversão tumultuária
do processo, se não houver recurso específico para o caso.
corrupção ativa “Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício [...]” (CP, art. 333).
corrupção passiva “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função [pública] ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem” (CP, art. 317).
crime comum Crime praticado por qualquer cidadão, independentemente da qualidade de quem o
perpetra (roubo, furto, homicídio simples, etc.).
crime de aborto Crime cometido quando se interrompe uma gravidez de forma proposital, fora dos casos
previstos em lei.
crime de responsabilidade Crime praticado com abuso de autoridade ou falta de exação no cumprimento dos deveres
funcionais.
crime militar Aquele que, declarado como tal nas leis militares, é praticado por pessoa alistada em uma
das três armas.
cuidar de (VTI) Versar sobre; discorrer sobre. Esta acepção ainda não está registrada nos dicionários.
É, no entanto, comum no texto jurídico. (V. tratar.)
Ex.: Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra a decisão que indeferiu o pedido.
custas Taxas cobradas pelo Poder Público em decorrência dos serviços prestados para a realização
dos atos processuais.
Ex.: As custas do processo correrão por conta do recorrente.
custódia cautelar Prisão cautelar; prisão anterior ao decreto condenatório transitado em julgado, isto é, prisão
em flagrante, prisão preventiva, prisão decorrente de sentença de pronúncia, prisão
decorrente de sentença penal condenatória sujeita a recurso e prisão temporária.
dar entrada em Embora alguns não aceitem esta expressão, ela já foi dicionarizada por Houaiss com a
acepção de “encaminhar, entregar (ofício, petição, etc.) para se iniciarem trâmites
administrativos, legais, etc.”.
Ex.: O advogado deu entrada no processo no Tribunal de Justiça local; A administração deu
entrada em processo disciplinar contra o funcionário.
Ex.: A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso nos termos do voto do ministro
relator.
decadência “Perecimento ou extinção de um direito por não ter sido exercido no prazo fixado em lei;
caducidade” (HOUAISS, 2014).
Ex.: A parte que decai paga as custas” (HOUAISS, 2014).
Ex.: O juiz decidiu (o pleito) favoravelmente ao réu.
decisão interlocutória Ato do juiz que resolve pedido das partes em relação ao regular prosseguimento do processo
sem terminá-lo.
decisão monocrática Decisão proferida por apenas um juiz; não por colegiado.
Ex.: A pretensão deduzida não encontra amparo legal, razão por que a indefiro.
Ex.: Recebo a petição como embargos de declaração apenas para deferir o pedido consistente
na retirada da expressão “com aplicação de multa” da certidão de julgamento.
2 (VTDI) Atribuir, conferir.
Ex.: “O juiz deferiu a herança aos requerentes” (HOUAISS, 2014).
defeso Qualidade de tudo que é proibido ou interdito, seja por lei, por sentença judicial ou por outro
ato a que se deva obediência.
deliberação Decisão tomada por uma pessoa ou por uma assembleia por meio de discussão prévia e
exame da matéria a elas submetida.
delito Todo fato ilícito, isto é, todo fato voluntário ou culposo, de natureza civil ou criminal, que
possa resultar em reparação e, assim, sujeitar aquele que o causou às sanções legais; crime.
delonga Demora ou dilação do tempo que se concede para que nele se pratique algo.
Ex.: Há muito aqueles dois vivem a demandar.
2 (VTD) Requerer judicialmente.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 251
Ex.: Consoante precedentes da Corte, os sindicatos só possuem legitimidade para demandar
em juízo a tutela de direitos subjetivos individuais de seus filiados como substituto processual
quando se cuidar de direitos homogêneos que tenham relação com seus fins institucionais.
Ex.: Acordam os ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unani
midade, conhecer parcialmente do pedido e, nessa parte, denegar a ordem.
denúncia Ato com que órgão do Ministério Público, dentro de sua competência, formaliza, no processo
criminal, a acusação perante o juízo de primeiro grau ou perante o tribunal, o que dá início
à ação penal. Aceita a denúncia, o denunciado passa a ser réu na ação.
denunciação da lide Ato que consiste em chamar o terceiro (denunciado) que mantém vínculo de direito com a
parte (denunciante) para vir responder pela garantia do negócio jurídico, se o denunciante
sair vencido no processo. O objetivo primordial de tal intervenção é o de liquidar, numa
única sentença, o direito que o denunciante tenha contra o denunciado, fazendo com que a
sentença possa valer qual título executivo em favor do denunciante e contra o denunciado
(na hipótese de o denunciante perder a demanda). Segundo Houaiss, significa a “notificação
que se faz chegar a terceiro a fim de que venha tomar parte num processo cujos efeitos
podem ou devem futuramente atingi-lo; chamamento à autoria; denúncia; litisdenúncia”.
depositário infiel Aquele que não restituiu coisa que lhe foi entregue em depósito, ou não repassou a quem de
direito quantia que lhe foi confiada.
deprecar (VTD e VTDI) Requisitar ao juiz de outra jurisdição a prática de ato ou diligência necessária
ao andamento do processo.
Ex.: O maior tempo necessário ao encerramento do sumário encontra-se justificado pela
necessidade de se deprecar a oitiva das testemunhas de defesa; O Juízo das Execuções Penais
do Rio de Janeiro deprecou a execução da pena ao Juízo federal.
desaforamento Ato de retirar uma ação já iniciada de um foro para encaminhá-la a outro, onde deverá ser
processada e julgada.
Ex.: Pediram-lhe que desagravasse o ofendido; “Desagravar alguém dos danos que lhe
causaram” (HOUAISS, 2014).
252 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
desapropriação Transferência de um imóvel particular para o domínio do Estado por necessidade, utilidade
pública ou interesse social, mediante prévia e justa indenização.
descriminalizar (VTD) Retirar os elementos típicos de ato antes previsto como crime ou contravenção.
Ex.: Determinou que a petição fosse desentranhada dos autos.
Ex.: Assim, nada impede que se utilizem fundamentos diversos daqueles apresentados na
origem para desprover o recurso.
2 Aquele que é falto de recursos, desprevenido.
Ex.: Trabalho desprovido de bibliografia; Cozinha desprovida de baixela; Carro desprovido
de acessórios; Medida cautelar desprovida de liminar.
desprovimento Termo usado para designar o “ato de negar provimento a recurso” (HOUAISS, 2014). É
desaconselhável usar não provimento, uma vez que desprovimento já está dicionarizado.
detenção Pena privativa de liberdade mais branda que a reclusão e mais severa que a prisão simples,
reservada esta às contravenções.
diligência 1 Ato determinado por juiz que os funcionários da Justiça executam para esclarecer fatos,
realizar determinados atos ou produzir provas.
2 Atenção ou cuidado que deve ter a pessoa que executa um ato ou procede a um negócio, para
que tudo se cumpra com regularidade. A diligência exprime, pois, a prudência empregada
na execução dos atos e negócios jurídicos.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 253
diligenciar (VTD ou VTI) “Empregar, com presteza, os meios para; empenhar-se, esforçar-se, cuidar”
(HOUAISS, 2014).
Ex.: Ordem que se denega, recomendando-se ao juízo impetrado que diligencie garantir a
rápida solução do pedido de progressão de regime formulado; Constata-se, portanto, que, na
verdade, a parte olvidou diligenciar a produção e juntada da mencionada prova por ocasião
do ajuizamento da ação originária; Acordam os ministros da Sexta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso com a recomendação ao
juiz de direito de que diligencie por ultimar a instrução do feito; Acordam os ministros da
Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, não conhecer do habeas
corpus, recomendando, todavia, ao Tribunal a quo que diligencie por verificar se as pacientes
já cumpriram a pena.
OBSERVAÇÃO
Nem sempre o complemento do verbo diligenciar pode ser um substantivo: Diligencie o requerente o
endereço solicitado. Como se vê, é inaceitável pensar que alguém irá empenhar-se para o endereço ou
esforçar-se pelo endereço. O lógico seria dizer: Diligencie o requerente (por) providenciar o endereço.
No entanto, em A parte olvidou diligenciar a produção e juntada da prova, o substantivo pode ser
empregado por ter “força verbal”.
direito coletivo É direito coletivo aquele de natureza indivisível em que sejam interessados grupo, categoria
ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma mesma relação jurídica.
direito difuso É direito difuso aquele de natureza indivisível impossível de ser particularizado ou aquele
cujos titulares não podem ser identificados particularmente; direito que atinge a todos de
forma indeterminada.
direito individual homogêneo É o direito coletivo que pode ser requerido individualmente.
direito líquido e certo Direito que provém da prova pré-constituída dos fatos que o demonstram; aquele que não
mostra dúvida em razão da clareza e evidência com que se manifesta.
distribuição Escolha do relator do processo por sorteio ou por prevenção. O relator sorteado pode
declarar-se impedido, caso em que é feito novo sorteio.
254 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
distribuir (VTD e VTDI) Designar o juiz, desembargador ou ministro que irá encarregar-se de um
processo. Antes da distribuição, é necessário verificar se há prevenção, que ocorre quando
um magistrado já estabeleceu competência para julgar uma ação por ter sido o primeiro a
conhecer da matéria.
Ex.: Já distribuíram todos os processos; Seu processo foi distribuído à Segunda Seção.
dolo Na acepção civil, significa qualquer artifício, engano ou manejo com a intenção de levar alguém
à prática de um ato jurídico com prejuízo para este e proveito próprio ou de outrem. Sob a ótica
penal, dolo é o desígnio criminoso, a intenção criminosa de violar a lei por ação ou omissão.
domicílio É o “centro ou sede de atividades de uma pessoa, o lugar em que mantém o seu estabele
cimento ou fixa residência com ânimo definitivo” (SILVA, 2014, p. 504).
duplo grau de jurisdição 1 Expressão usada para qualificar o reexame de matéria apreciada e decidida pelo Poder
Judiciário.
2 Pleito de novo julgamento, mediante a interposição de um recurso adequado, por tribunal
de hierarquia superior à daquele que proferiu a decisão impugnada.
edital Publicação, na imprensa ou em lugar público, de certas notícias, fato ou ordem que devam
ser divulgados ou difundidos para conhecimento tanto das pessoas nele mencionadas como
de quantas outras possam ter interesse no assunto.
efeito devolutivo Resultado próprio dos recursos, transfere a matéria recorrida à instância superior para
rever a decisão da instância inferior. (V. efeito suspensivo.)
efeito retroativo Resultado que produz uma ação de retorno a ato ou fato já passado, para atingi-lo. Refere-se
também a lei que atinge atos ou fatos anteriores à sua publicação, regulando-os ou alterando-os.
efeito suspensivo Consequência advinda da interposição de recurso que suspende a prática de qualquer outro
ato no processo até haver decisão de grau superior, inclusive a execução provisória. (V. efeito
devolutivo.)
embargar (VTD) Opor embargos pela via judicial apropriada a impedir algo; opor obstáculo à pretensão
de alguém utilizando embargos.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 255
Ex.: Embargar uma sentença, um recurso, um despacho, uma penhora.
embargos à execução Embargos que podem, com fundamento legal, ser opostos na fase de execução da sentença.
embargos de declaração São cabíveis contra decisões supostamente obscuras, contraditórias, omissas ou duvidosas.
Embargos com o objetivo óbvio de adiar a conclusão do processo (protelatórios) podem ser
declarados como tal pelo relator, que condenará o embargante à multa de até 2% do valor
atualizado da causa, a ser paga ao embargado.
embargos de divergência Segundo o RISTJ, art. 266, caput, “cabem embargos de divergência contra acórdão de Órgão
Fracionário que, em recurso especial, divergir do julgamento atual de qualquer outro Órgão
Jurisdicional deste Tribunal [...]”.
OBSERVAÇÃO
Não cabem embargos de divergência de decisões anteriores do mesmo órgão julgador, o que
caracteriza apenas evolução jurisprudencial, e não divergência. Da mesma forma, não são admitidos
embargos que tentem apresentar como divergentes entendimentos antigos, já superados
pelo Tribunal.
embargos de terceiro Verificando a invasão do patrimônio de pessoas alheias à relação processual, o legislador
ofertou a esses terceiros um instrumento processual de grande eficácia: embargos de
terceiro. (V. terceiro prejudicado.)
embargos infringentes Recurso cabível para impugnar acórdão resultante de decisão não unânime proferido no
julgamento de apelação e de ação rescisória.
2 Conjunto de palavras-chave que indicam o assunto discutido e a regra resultante do
julgamento do caso em pauta.
Ex.: Ementar o acórdão, a decisão.
ementário forense “Coletânea de jurisprudência classificada pelas ementas” (SILVA, 2014, p. 526).
256 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
encargo Elemento acidental do negócio jurídico, impõe uma prestação a ser cumprida pelo
beneficiário devido à liberalidade do autor, sendo cláusula acessória desse ato jurídico. Ônus
imposto ao beneficiário (normalmente no caso de doação ou testamento) pela parte contrária.
Incumbência.
endosso-mandato É o endosso “que não transfere a propriedade do título, servindo só como mandato conferido
ao portador para cobrar do devedor em nome do credor”. É o mesmo que endosso
procuratório (HOUAISS, 2014).
erário “Conjunto de bens ou valores pertencentes ao Estado. [...] representados em valores oriundos
de imposto ou de qualquer outra natureza, significando, assim, a fortuna do Estado” (SILVA,
2014, p. 548). É inadmissível, portanto, dizer erário público. (V. fisco.)
esbulhar (VTD e VTDI) Despojar alguém de algo que lhe pertence ou está em sua posse, sem que haja
direito que justifique tal ato.
Ex.: “Esbulhou o irmão descaradamente”; “Esbulhou o fazendeiro de seus direitos”
(HOUAISS, 2014).
Ex.: A boa técnica dos embargos declaratórios visa escoimar o relatório, os fundamentos e o
acórdão de incoerências internas, capazes de ameaçar sua inteireza.
Estado-Administrador/ Termos ainda não dicionarizados, mas em uso no meio público. Referem-se aos Poderes do
Estado-Legislador/Estado-Juiz Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário respectivamente.
Estado de Direito Qualquer situação criada por ato jurídico ou em razão de regra legal. Estado regulado por
uma constituição que prevê pluralidade de órgãos dotados de competência distinta
explicitamente determinada. Estado que tem como pressuposto o respeito às leis, à separação
dos Poderes e aos direitos fundamentais.
estelionato “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento [...]” (CP, art. 171).
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 257
evasão do distrito da culpa Fuga do suspeito do local onde foi praticado o crime.
evicção Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença judicial que a atribui a terceiro por causa
jurídica anterior ao contrato. Exemplificando, suponhamos que a pessoa A vendeu e entregou
uma coisa à pessoa B. Posteriormente, a pessoa C reivindicou judicialmente a coisa vendida
provando que lhe pertencia e obteve sentença favorável. Nesse caso, a pessoa B, que sofreu
a evicção, é obrigada a entregar a coisa à pessoa C, o verdadeiro dono.
Ex.: O acórdão apontado no presente regimental como acórdão paradigma, por ter sido
prolatado pela mesma Turma que exarou a decisão embargada, não se presta à comprovação
da divergência nos moldes elencados nos arts. 1.043 do novo CPC e 266 e 267 do RISTJ.
exceção da verdade Defesa indireta do réu acusado por crime de calúnia que lhe permite provar ser verdadeiro
o fato atribuído por ele à pessoa que se julga ofendida e o processou por isso. Em caso de
difamação, só pode ser utilizada quando o ofendido é funcionário público e a ofensa é
referente ao exercício de suas funções.
exceção de pré-executividade Defesa possível em processo de execução por meio da qual se ataca o direito de ação de
execução, independentemente do ajuizamento de embargos do devedor, mediante
argumentos que demonstrem lesão grave e de difícil reparação. Concede ao devedor a
possibilidade de se defender dentro do processo de execução, independentemente de
penhora ou depósito. Não possui previsão legal expressa.
excesso de prazo Consiste não apenas em prazo em demasia, além do necessário, mas também em prazo que
foi ultrapassado embora houvesse um termo para ele.
Ex.: Portanto, a ação pauliana não conduz a uma sentença anulatória do negócio, mas sim à
de retirada parcial da sua eficácia em relação a determinados credores, permitindo-lhes
excutir os bens que foram maliciosamente alienados, restabelecendo sobre eles não a
propriedade do alienante, mas a responsabilidade por suas dívidas.
2 “Procedimento judicial para o efetivo recebimento de dívida líquida, certa e vencida,
258 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
representada por documentos públicos ou particulares a que a lei atribui força executória”
(AURÉLIO, 2010).
expressões latinas Na linguagem jurídica, usam-se, com frequência, palavras e expressões latinas, as quais
devem vir destacadas no texto (itálico). Eis as mais comuns, com respectivos significados.
PALAVRA/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
PALAVRA/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
a rogo a pedido de
PALAVRA/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
erga omnes que tem efeito para todos; que vale para todos
PALAVRA/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
ex delicto do delito
ex tempore de pronto/imediatamente
idem o mesmo
in actu no ato
262 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
PALAVRA/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
in albis em branco
in casu no caso
in foro no foro
in limine preliminarmente
in loco no lugar
in nomine em nome
in situ no lugar
PALAVRA/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
PALAVRA/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
segundo as circunstâncias/
pro tempore
conforme o tempo/temporariamente
supra acima
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 265
PALAVRA/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
verbis em termos
vide veja/confira
extorsão “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer
alguma coisa [...]” (CP, art. 158).
falsidade ideológica “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante
[...]” (CP, art. 299).
Ex.: O juiz fixou a pena em 3 anos de reclusão.
flagrante delito Situação em que alguém é pego durante o cometimento de infração penal ou após acabar de
cometê-la, desde que haja evidência do crime e certeza da pessoa do criminoso.
formação de quadrilha (associação criminosa) É o crime que consiste em “associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de
cometer crimes [...]” (CP, art. 288).
foro Circunscrição judiciária; divisão territorial onde determinado juízo exerce sua competência.
foro especial ou privilegiado Juízo no qual são processados e julgados funcionários de alto escalão, magistrados, militares
e agentes políticos acusados da prática de delitos funcionais.
foro judicial Aquele que está na dependência direta de um juiz, compreendendo os serviços auxiliares
da Justiça.
Ex.: Gravar um bem, um imóvel, uma propriedade; A penhora foi suficientemente realizada
e gravou bens da empresa executada, em momento anterior à integração, no polo passivo da
execução, do ora recorrido; Gravar a casa com servidão.
habeas corpus Garantia constitucional concedida a quem esteja na iminência de sofrer ou esteja sofrendo
violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.
habeas data Ação de natureza constitucional destinada a assegurar o livre acesso do cidadão a informações
referentes a ele próprio constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público (habeas data cognitivo). Destina-se também a retificar
dados quando não se deseje fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (habeas
data retificatório).
hasta pública Venda pública por maior lance tanto de bens móveis como de imóveis determinada por juiz.
(V. praça, leilão.)
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 267
hermenêutica “Conjunto de regras e princípios usados na interpretação do texto legal” (HOUAISS, 2014).
homologação Ato mediante o qual autoridade judicial ou administrativa confirma ou aprova outro ato, a
fim de que este seja investido de força executória ou se apresente com validade jurídica para
ter eficácia legal.
honorários Remuneração a ser paga àqueles que exercem profissão liberal (médicos, advogados, etc.)
em troca de seus serviços.
ilidir (VTD) Anular ou destruir refutando, por meio de argumentos ou provas mais contundentes,
algo que se diz ou se prova.
Ex.: Presume-se que os atos das cooperativas de crédito são cooperativos, já que, por
determinação do Banco Central do Brasil, somente estão autorizadas a negociar com
associados. Portanto, caberá à Fazenda Nacional ilidir essa presunção.
imitir (VTDI) Fazer entrar na posse de coisa a pessoa a quem pertence ou a quem cabe a posse.
Ex.: A decisão imitiu-o na posse do imóvel.
impedimento Situação em que um magistrado é proibido de atuar numa causa legal, isto é, fica impossibilitado
de exercer sua jurisdição. (V. arts. 144 a 148 do novo CPC; v. também suspeição.)
impetrado 1 Designação própria de quem pratica o ato impugnado no mandado de segurança, no habeas
corpus e no habeas data.
2 Requerido; solicitado.
3 Autoridade contra a qual se propõe habeas corpus ou outro writ.
impetrante Aquele que impetra; parte do processo que requer providência judicial em mandado de
injunção, mandado de segurança, habeas corpus ou habeas data.
impetrar (VTD e VTDI) Requerer a decretação de medida judicial que assegure o exercício de um
direito, a execução de um ato (usado para mandado de segurança, mandado de injunção,
habeas corpus e habeas data).
268 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Ex.: Impetrou o perdão da rainha; Impetrou mandado à Justiça da comarca; Impetrou
mandado de segurança contra a União.
OBSERVAÇÃO
Nas frases Impetrar “habeas corpus” em favor de alguém e Impetrar “habeas corpus” contra a decisão de
fl. 28, o verbo é transitivo direto e indireto, e os termos iniciados por em favor e contra são objetos
indiretos. (V. AURÉLIO, 2010.)
improbidade Prática de ato que revela desonestidade, má fama, incorreção, má conduta, má índole, mau
caráter.
improbidade administrativa Prática de ato pelo agente público que desvia verba pública, frauda licitação ou usa o cargo
em benefício próprio ou de outrem, ou, ainda, prática de outros atos assim definidos em lei.
improvido Registrado no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – Volp, este adjetivo é usado
para designar recurso ao qual não foi dado provimento. (V. desprovido.)
Ex.: Recurso improvido.
OBSERVAÇÃO
A forma não provido é inaceitável, uma vez que existem improvido e desprovido.
impugnação a/de Ato de repulsa, de contestação, de contradita praticado contra atos da parte contrária por
meio do qual se procura anular ou desfazer suas alegações ou pretensões, ou impedir que
promova ato processual considerado injusto.
Ex.: “[...] não passam estes de impugnações aos despachos ou decisões proferidas no processo”
(SILVA, 2014, p. 724); “Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro,
a habilitação será submetida ao juiz” (CC, art. 1.526, parágrafo único).
inadimplir (VTD) Não cumprir ou não satisfazer, dentro do prazo contratado, condição a que se está
obrigado.
Ex.: Essa multa apenas se aplica ao devedor que inadimplir a sentença.
incursionar (pelo mérito de ) (VTI) Entrar na matéria fundamental da lide; adentrar o tema principal da demanda;
examinar o mérito.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 269
Ex.: A regularidade do processo administrativo disciplinar deve ser apreciada pelo Poder
Judiciário sob o enfoque dos princípios da ampla defesa, do devido processo legal e do
contraditório, sendo-lhe vedado incursionar pelo mérito administrativo.
Ex.: Indefiro, pois, o pedido liminar.
indeferitório Termo ainda não dicionarizado, porém amplamente usado no meio forense. Significa que
indefere, que denega.
infração a/contra Ato ou efeito de infringir; violação de norma ou prática de ilícito penal.
Ex.: “As infrações à legislação sanitária federal [...]” (Lei n. 6.437/1977, art. 1º); “[...] dispõe
sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica [...]” (Lei n.
12.529/2011, art. 1º).
ingressar com Ajuizar, propor ação judicial contra (acepção com uso consagrado no texto jurídico, embora
não dicionarizada).
Ex.: O Ministério Público ingressou com uma representação contra a imprensa.
inquérito “Conjunto de atos e diligências que têm por objetivo apurar a verdade de fatos alegados”
(HOUAISS, 2014). Tecnicamente, é o processo promovido com a finalidade de apurar a
existência de fatos ou obter informação exata sobre eles.
inquérito policial É o inquérito instaurado no âmbito criminal; se necessário, antes do início da ação penal.
inquirir (VTD e VTDI) Fazer perguntas a, indagar algo a alguém para esclarecimento de fatos.
Ex.: Depois de inquiri-la, liberou-a; Não há falar em má-fé do segurado, notadamente quando
o questionário a que foi submetido não o inquiriu sobre a presença de moléstias da célula
hepática.
Ex.: Insimularam-no por suspeição.
270 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2 (VTDI) Acusar falsa ou injustamente.
Ex.: Insimulou o inocente de tráfico de drogas.
instância extraordinária Juízo superior que conhece da causa apreciando recursos excepcionais com requisitos
específicos (recurso especial e recurso extraordinário). Juízo ad quem.
instância ordinária Instância que profere sentença sobre a causa até o último recurso, sendo excluída, assim, a
instância extraordinária.
instância revisora Qualquer instância, excetuada a primeira, com competência para revisar e reformar
despacho, decisão monocrática ou acórdão.
instrumento do mandato Procuração, isto é, documento escrito no qual a pessoa física ou a jurídica nomeiam outrem
como seu representante legal.
interesse de agir Direito que assiste à pessoa de pleitear ou defender seus direitos judicialmente. Tal direito se
fundamenta não só no interesse mas também na legitimidade dele e na oportunidade da ação.
interesse público Baseia-se em fato ou direito de proveito coletivo ou geral. Assim, está adstrito às coisas e aos
fatos entendidos como de benefício comum ou proveito geral, ou impostos por necessidade
de ordem coletiva.
interesses/direitos difusos Direitos indivisíveis cujos titulares são indeterminados e ligados entre si por circunstâncias
de fato, por exemplo, direitos do consumidor, direitos referentes ao meio ambiente, etc.
interpor 1 (VTD e VTDI) Entrar em juízo com recurso (genérico), apelação, agravo de instrumento,
agravo em recurso especial, agravo interno, agravo regimental, embargos infringentes,
embargos de divergência, recurso especial, recurso extraordinário, entre outros; contrapor:
Ex.: A parte interpôs apelação; Trata-se de recurso especial interposto contra o acórdão da
Segunda Turma do TRF da 4ª Região assim ementado...
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 271
OBSERVAÇÃO
O uso do verbo interpor com a preposição contra ainda não está registrado em compêndios e dicionários
da língua portuguesa, mas é corrente no texto jurídico.
intervenção de terceiros Instituto legal que faculta a uma pessoa estranha ao processo nele entrar, ou a obriga a fazê-lo,
se tiver interesse jurídico, para defender interesse próprio ou de uma das partes.
intimar (VTDI) Dar ciência, por meio de ato judicial, a uma pessoa dos termos ou atos de um processo;
exigir o comparecimento; convocar.
Ex.: Intimar alguém de uma decisão; Intimar alguém a comparecer...
irrevogabilidade Qualidade ou condição de algo que não pode ser revogado, que deve ser mantido e
assegurado; irretratabilidade dos atos ou dos negócios jurídicos quando se lhes impõe a
condição de irrevogáveis.
juizados especiais cíveis e criminais Juizados criados para julgar e executar causas cíveis de menor valor ou complexidade e
infrações penais de menor potencial ofensivo mediante os procedimentos oral e sumaríssimo.
juízo 1 Julgamento; conjunto de atos praticados por juiz no exercício de suas funções.
2 Foro e tribunal onde se julgam os pleitos, onde se administra a justiça.
3 Entidade judiciária constituída por juiz singular ou por órgão colegiado.
juízo de admissibilidade Controle feito, em momentos distintos, pelo juízo a quo e pelo juízo ad quem, para verificar
se foram satisfeitos os requisitos específicos do recurso interposto.
juízo monocrático Aquele composto de apenas um juiz; o mesmo que juízo singular.
juízo ordinário Juízo sob o qual se processam e se decidem as questões que não são favorecidas por juízo
especial; o mesmo que juízo comum.
272 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
juízo provisório Fase processual em que o juiz toma conhecimento do pedido, da defesa, das provas, etc. e
decide, em caráter temporário, sem o cumprimento das formalidades exigidas para os
processos comuns; o mesmo que cognição sumária.
julgado 1 Matéria decidida em sentença ou acórdão; aquilo que passou por julgamento; decisão.
2 Sentenciado.
julgamento antecipado da lide Ocorre quando a questão de mérito é tão só de direito, quando, sendo de direito e de fato,
não há necessidade de produzir prova em audiência, ou quando o réu é revel.
julgamento do mérito Decisão de autoridade judicante após exame dos autos do processo, levando em conta as
questões fundamentais que constituem o objeto da lide; julgamento da questão central de
uma ação.
julgar ordinariamente Decidir como instância comum, seguindo a marcha processual instituída para todas as
causas.
juntada Ato pelo qual se unem ao processo peças ou documentos que lhe eram estranhos e passam a
integrar os autos.
jurisdição Designa a extensão e limite do poder de julgar de um juiz. Em sentido lato, significa todo o
poder ou autoridade conferida à pessoa, em razão da qual pode conhecer de certos negócios
públicos e resolvê-los. Nesse poder, em que se estabelece a medida das atividades funcionais
da pessoa – juiz ou outra autoridade –, estão incluídas tanto as atribuições referentes à
matéria que deve ser trazida a seu conhecimento quanto a extensão territorial em que o tal
poder se exercita.
jurisdicionado
Indivíduo sobre o qual se exerce jurisdição.
jurisprudência 1 Interpretação reiterada que os tribunais dão à lei nos casos concretos submetidos a seu
julgamento.
2 Conjunto de decisões colegiadas (acórdãos) que servem como modelo para solucionar
questões similares.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 273
lacuna Falta de menção a fatos que não foram objeto de uma regra ou de uma referência. Silêncio
da lei. Omissão ou falha.
legitimidade ativa Pressuposto necessário a quem tem o direito aparente de pedir algo em ação judicial.
legitimidade passiva Pressuposto necessário a quem, como réu em ação judicial, tem, aparentemente, obrigação
de fazer ou prestar o que é pedido na inicial.
libelo Exposição escrita do fato criminoso e das circunstâncias que o envolvem, a qual termina
com o pedido da pena a que o réu, na forma da lei, deve ser condenado.
lide temerária Ação proposta de má-fé, sem interesse fundado, sem legitimidade, com interesse de
prejudicar o demandado.
liquidação da sentença Consiste na fixação ou determinação, em quantidade certa, do valor da condenação quando
a sentença não se mostra líquida, isto é, quando se trata de ações universais, quando o autor
não pode individuar previamente os bens demandados, ou quando não é possível deter
minar, na petição inicial, as consequências precisas do ato ilícito.
litigante Aquele que litiga, que é demandado ou que pleiteia uma causa por meio de processo, que é
parte em um processo judicial.
Ex.: Inconformado, o posseiro deu-se a litigar contra o verdadeiro proprietário.
2 (VTD e VTI) Pleitear em juízo através de contestação; empenhar-se no juízo contencioso.
Ex.: Ambas litigam o mesmo direito; Ambas litigam sobre o mesmo direito.
litígio Controvérsia ou discussão formada em juízo acerca do direito ou da coisa que serve de
objeto da ação ajuizada; pleito, demanda, pendência.
274 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
litisconsórcio 1 Situação em que figuram numa lide várias pessoas vinculadas pelo direito material
questionado.
1.1 litisconsórcio facultativo: estabelecido pela mútua vontade dos indivíduos;
1.2 litisconsórcio necessário: determinado pela lei ou pela natureza da relação jurídica.
litisconsorte Pessoa que figura no processo como coautor ou corréu; colitigante; comparte.
litispendência Estado da ação que, tida como idêntica a outra já em curso, é proposta simultaneamente.
magistrado Aquele que, investido de autoridade pública, tem o poder de julgar; juiz.
magistratura Cargo e condição de magistrado; totalidade dos juízes que compõem o Poder Judiciário.
mandado Ordem escrita emanada de autoridade pública que determina o cumprimento de um ato.
mandado de citação Ordem escrita expedida por autoridade judicial com a finalidade de informar à parte
interessada a propositura de ação judicial e o prazo para defesa.
mandado de injunção Ordem judicial que assegura a qualquer cidadão o exercício de direitos fundamentais
previstos na Constituição e de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania, caso a norma complementar ou ordinária que os regula ainda não tenha sido
aprovada.
mandado de segurança Ação constitucional destinada a proteger direito líquido e certo (que não seja amparado por
habeas corpus ou habeas data) quando ele estiver ameaçado por ato ilegal ou inconstitucional
de autoridade pública ou de pessoa jurídica no exercício de atribuição do Poder Público.
mandado judicial Ordem escrita expedida por autoridade judicial. De acordo com o tipo de ordem, o mandado
judicial toma denominações especiais: mandado de citação, mandado de prisão, mandado
de busca e apreensão, etc.
mandato judicial Instituído para que atos judiciais ou forenses sejam praticados; é conferido a quem esteja
legalmente habilitado para advogar.
massa falida 1 Conjunto de bens arrecadados pelo administrador da falência designado pelo juiz.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 275
2 “Situação jurídica em que se encontra o negócio ou o estabelecimento comercial em razão de
declaração de falência de seu proprietário” (HOUAISS, 2014).
medida cautelar Ação ou ato processual que assegura a uma parte, antes da propositura ou julgamento da
lide, a proteção de um direito, caso haja fundado receio de que a outra parte possa causar
lesão grave e de difícil reparação a esse direito; medida preventiva ou preparatória.
medida liminar Decisão judicial provisória proferida em qualquer grau de jurisdição que, com a finalidade
de resguardar direitos, determina uma providência a ser tomada antes da discussão do feito.
mérito Ponto fundamental da questão levada a juízo; matéria principal da lide, que orienta a
formação da decisão judicial.
Ministério Público Instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, à qual incumbe a defesa
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis
(CF, art. 127).
multa cominatória Multa judicial que visa compelir alguém ao cumprimento de obrigação.
negar provimento Não atender à pretensão do recorrente; proferir decisão contrária ao recurso interposto.
negar seguimento Desacolher, por falta de elementos necessários, pedido ou recurso sem enfrentar com
profundidade seu mérito.
negligência Falta de atenção, de cuidado ou de precaução na execução de certos atos, o que produz
resultados maus ou prejudicados que não adviriam se tais atos fossem praticados com mais
atenção ou com a devida precaução.
nexo causal Relação de causa e efeito entre o fato e o dano objeto de ressarcimento.
notificação Ato por meio do qual é dada a alguém ciência de um fato de seu interesse realizado ou a se
realizar em juízo.
novar (VTD) Efetuar a novação de uma dívida ou compromisso, isto é, converter voluntariamente
uma obrigação em outra (a nova extingue e substitui a velha).
276 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Ex.: A Coordenadoria da Corte Especial oficiou à Justiça rogante; Oficie-se às autoridades
competentes.
OBSERVAÇÃO
Uma vez que, na acepção registrada, este verbo é transitivo indireto, construções como a que se segue
são impraticáveis: Foi oficiado à Justiça rogante. Uma alternativa é especificar o sujeito: A Quinta Turma
oficiou à Justiça rogante; outra é utilizar o se como índice de indeterminação do sujeito: Oficiou-se à
Justiça rogante.
ônus Encargo, dever ou obrigação que pesa sobre alguém, que fica obrigado a respeitá-los ou a
cumpri-los; gravame.
Ex.: “Opinaram que o melhor era desistir” (HOUAISS, 2014).
2 (VTI e VI) Dar parecer.
Ex.: Consultados, todos opinaram pela demissão da secretária; O secretário opinou
favoravelmente à liberação da verba.
opor 1 (VTD) Apresentar oposição em juízo (usado para embargos à arrematação, à execução, de
declaração, de terceiro e do devedor).
Ex.: Opor os embargos.
2 (VTD e VTDI) Oferecer em juízo.
Ex.: “Opor embargos (à sentença)” (HOUAISS, 2014).
OBSERVAÇÃO
Já se encontra no texto jurídico o objeto indireto deste verbo precedido da preposição contra.
ordem civil “Sistema de regras e princípios jurídicos que se aplicam, em caráter comum, às atividades
particulares ou privadas dos homens, assentando normas que, igualmente, se avocam para
a defesa de seus interesses” (SILVA, 2014, p. 992).
órgão colegiado Órgão de tribunal composto por vários magistrados, cujas decisões são proferidas pelo grupo.
outorga judicial Consentimento ou autorização que o juiz dá a alguém a fim de que este possa praticar um ato
jurídico.
paciente Aquele que sofre uma ação ou omissão; no habeas corpus, aquele que busca ser favorecido.
parte Pessoa que figura num processo como autor, réu, litisconsorte ou terceiro interessado.
pauta Lista dos processos a serem julgados, afixada de forma acessível no fórum ou tribunal após
a publicação no Diário da Justiça eletrônico.
peculato Crime consistente na apropriação, subtração, consumo ou desvio, por abuso de confiança,
de valores ou bens móveis que pertencem à Fazenda Pública ou que estão sob o poder do
Estado praticado por funcionário público detentor de sua guarda ou por eles responsável.
pedido ou pleito liminar Pedido urgente a ser apreciado pelo magistrado no começo da lide atendendo a requisitos
específicos.
perimir (VTD) Pôr termo a ação, instância judicial ou direito em razão de fato que os torne peremptos,
extintos ou prescritos.
Ex.: O decurso de prazo perimiu o direito de agir no processo.
petição “Formulação escrita de pedido fundada no direito da pessoa, feita perante o juiz competente
ou que preside ao feito” (HOUAISS, 2014). Reclamação, pedido ou requerimento dirigido a
autoridade administrativa ou ao Poder Público.
petição inicial Consiste no primeiro requerimento dirigido a uma autoridade judiciária para que seja
iniciado ou provocado um litígio.
278 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
prazo judicial Designa um espaço de tempo concedido para a execução de ato processual.
prazo peremptório “[...] prazo em cuja duração se deve praticar o ato ou a diligência, sob pena de não mais ser
possível fazê-lo ou executá-lo com validade jurídica” (SILVA, 2014, p. 1.076).
precatório “[...] carta de sentença remetida pelo juiz da causa ao presidente do tribunal para que este
requisite ao Poder Público, mediante previsão na lei orçamentária anual, o pagamento de
quantia certa para satisfazer obrigação decorrente de condenação das pessoas políticas, suas
autarquias e fundações” (SILVA, 2014, p. 1.078).
precedente É o entendimento aplicado pelo magistrado a determinado caso (decisão que serve de
referência, de exemplo). A aplicação repetida do mesmo entendimento cria uma
jurisprudência naquele sentido. A aplicação reiterada de uma mesma jurisprudência pode
levar à edição de uma súmula.
prelação Direito de preferência que assiste à pessoa a fim de que sempre lhe seja dada primazia na
satisfação de seus direitos quando outros pretenderem disputá-los; preferência; prioridade.
prequestionamento Exigência do STF e do STJ para conhecerem do recurso: a questão a ser discutida no recurso
deve ter sido objeto de análise nas instâncias inferiores.
prescrição Perda de um direito por não ter sido exercida, no prazo legal, a ação que o assegurava.
prescrição aquisitiva Forma derivada de alguém adquirir direito ou coisa da qual desfruta há longo tempo;
usucapião.
prescrição da pretensão punitiva Perda do direito do Estado de punir o acusado ou condenado. Prescrição da pretensão
executória da pena pelo decurso do tempo, extinguindo-se, assim, a punibilidade.
prevaricação “Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal [...]” (CP, art. 319).
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 279
primeira instância Instância onde se inicia a demanda, diante do juiz de direito ou do juiz federal de primeiro grau.
princípio da ampla defesa Garantia constitucional da efetiva participação da defesa do réu em todas as fases do processo.
princípio da individualização da pena Princípio segundo o qual a pena deve ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e
executório, evitando-se padronizar a sanção penal, que varia segundo fatores como a
personalidade do agente e o meio de execução do delito.
princípio da legalidade Princípio que rege a administração pública e impõe limites à sua atuação segundo o qual ela
só pode fazer o que a lei permite; constitui uma das principais garantias de respeito aos
direitos individuais. Também se refere ao entendimento de que não há crime nem pena se
não houver prévia definição legal.
princípio da proporcionalidade Princípio que se traduz em verificar se há, quanto à decisão tomada administrativamente,
ou da razoabilidade relação de pertinência entre oportunidade e conveniência de um lado e finalidade de outro;
limita a discricionariedade do Poder Público.
princípio do contraditório Princípio constitucional que consiste em oferecer às partes de um processo as mesmas
oportunidades de apresentar e contradizer provas.
princípio do devido processo legal Princípio constitucional segundo o qual o indivíduo só será privado de sua liberdade ou terá
os direitos restringidos através de um processo legal, exercido pelo Poder Judiciário por
meio de um juiz natural, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
prisão Medida judicial ou administrativa que impede a liberdade de locomoção, a liberdade de ir e vir.
prisão em flagrante Medida por meio da qual qualquer autoridade competente ou pessoa do povo podem, sem
ordem judicial escrita, prender alguém que seja encontrado em flagrante delito.
prisão especial Recolhimento de certas autoridades e de portadores de título universitário (casos previstos
em lei) em local distinto da prisão comum.
prisão preventiva Pena restritiva de liberdade decretada pelo juiz em qualquer fase do inquérito policial ou da
instrução criminal, nos casos em que houver prova da existência de crime e indícios
280 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
prisão temporária Medida decretada pelo juiz em razão de representação da autoridade policial ou de
requerimento do Ministério Público; tem o prazo de 5 dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade. Por exemplo, quando o indiciado não tiver
residência fixa ou não fornecer elementos suficientes para a comprovação de sua identidade.
2 Instrumento mediante o qual o Estado soluciona conflitos através da aplicação da lei; série
ordenada de atos necessários e assinalados em lei para que se investigue, para que se
esclareça a controvérsia e, afinal, para que se solucione a pendência.
processo administrativo Conjunto de atos progressivamente ordenados que se destinam à obtenção de um resultado
final, isto é, de uma decisão administrativa. Em regra, é operado ex officio. A decisão nele
pronunciada não tem caráter executivo nem gera a coisa julgada.
procurador Aquele que recebe delegação de outrem para praticar ato jurídico em seu nome; mandatário
com poderes para administrar negócio alheio.
progressão de regime Garantida em lei, a progressão é um direito outorgado pelo juiz, que analisará o mérito do
condenado para, então, concedê-lo ou não, com base no parecer da comissão técnica de
classificação, no exame criminológico, na comprovação de comportamento satisfatório e de
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e na verificação de condições pessoais
compatíveis com o novo regime. O condenado inicia o cumprimento da pena em regime
fechado e progride para o semiaberto e depois para o aberto. A medida visa à busca da
reintegração gradativa do condenado na sociedade.
2 “Decisão judicial que, reconhecendo como provada a existência dum crime doloso contra a
vida e admitindo haver indícios suficientes de ser o réu quem o praticou, determina que se
lhe registre a culpa e o remete ao julgamento final no tribunal do júri” (AURÉLIO, 2010).
protelatório Qualidade que distingue todo ato, manejo ou ardil utilizado pelas partes para protelar, para
retardar a solução da causa, para embaraçar o bom andamento do feito.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 281
queixa-crime Na ação penal privada, é o ato mediante o qual a parte ofendida formaliza acusação contra
alguém, o que dá início ao processo contra um suposto autor de crime. O mesmo que querela.
quinto constitucional Regra cujo objetivo é introduzir na composição de tribunais pessoas provenientes da carreira
do Ministério Público e da advocacia, com experiência distinta da dos magistrados. (V. art. 94
da Constituição Federal.)
quorum/quórum Número mínimo de membros exigido por lei ou por disposição regulamentar que deve
comparecer às assembleias, reuniões ou sessões, para que sejam válidas as decisões tomadas.
ratificação 1 Aprovação ou confirmação de ato jurídico praticado por alguém que não tem poderes
especiais para tal ou por alguém que não recebeu a necessária autorização para praticá-lo.
2 Validação de ato irregular ou imperfeito praticado por alguém, o que implica a correção ou
saneabilidade do defeito para que o ato ou negócio jurídico surta os efeitos legais.
(V. rerratificação.)
reclamação 1 Requerimento dirigido a órgão superior mediante o qual é reivindicada a reparação de algo
tido como injusto por aquele que sofreu gravame.
2 No Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, é o instrumento processual
adequado para preservar ou garantir a eficácia de suas decisões, como também para
preservar a competência de ambos. Não é ação ou recurso, mas incidente processual.
reclusão Pena de privação de liberdade mais severa que a detenção, por aplicar-se a atos puníveis
mais graves; deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto.
reconvenção A reconvenção é uma ação proposta pelo réu (B, o reconvinte) contra o autor (A, o reconvindo)
no mesmo processo, para alterar, modificar ou excluir o pedido originário. É, pois, uma
espécie de contra-ataque do réu simultaneamente à sua própria defesa.
reconvir (VTD) “Indica o ato de propor (o réu) reconvenção contra o autor da demanda” (SILVA, 2014,
p. 1.172).
recurso Meio de que dispõe a parte vencida em um processo para provocar a modificação ou a
invalidação de uma decisão judicial desfavorável.
282 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
recurso de efeito meramente devolutivo Recurso que não tem o condão de suspender a execução da decisão impugnada, mas apenas
o de levar ao juízo ad quem o conhecimento integral da causa de cuja sentença se apelou.
recurso de ofício/recurso ex officio Consiste na remessa dos autos à instância superior nos casos em que a lei prevê o reexame
necessário da decisão de primeira instância.
recurso especial Recurso da competência do Superior Tribunal de Justiça cabível nas causas decididas pela
justiça comum em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar
tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado
em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe foi atribuída
por outro tribunal (CF, art. 105, III).
recurso extraordinário Recurso da competência do Supremo Tribunal Federal contra decisões proferidas em única
ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo da Constituição
Federal; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou
ato de governo local contestado em face da Constituição; d) julgar válida lei local contestada
em face de lei federal (CF, art. 102, III).
recurso ordinário 1 Recurso dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, quando denegatória a decisão, em mandado
de segurança decidido em única instância e habeas corpus decidido em única ou última
instância pelos tribunais regionais federais e pelos tribunais de justiça dos estados e do
Distrito Federal e dos Territórios, bem como em causas em que forem partes estado
estrangeiro ou organismo internacional de um lado e, do outro, município ou pessoa
residente e domiciliada no País (CF, art. 105, caput, II).
2 Recurso dirigido ao Supremo Tribunal Federal, quando denegatória a decisão, em habeas
corpus, mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção decididos em única
instância pelos tribunais superiores ou em caso de crime político (CF, art. 102, II).
redibir (VTD) Anular o contrato de compra e venda em virtude de a coisa adquirida apresentar vício
ou defeito oculto que impossibilite o uso ou diminua o valor.
Ex.: O comprador manifestou o desejo de redibir o contrato.
2 Deslocamento do servidor com o respectivo cargo para o quadro de pessoal de outro órgão
do mesmo Poder cujo plano de cargos e vencimentos seja idêntico ao do órgão de origem.
redistribuir (VTD e VTDI) Designar novo relator para um processo, devido à incompetência do juiz a que
ele foi anteriormente distribuído ou devido a aposentadoria, falecimento ou afastamento do
relator originário.
referendar 1 (VTD) Assinar após outrem para participar do ato e também responsabilizar-se por ele.
Ex.: “O Ministro da Agricultura referendou um decreto sobre reforma agrária” (HOUAISS,
2014).
2 (VTD) Aprovar ou submeter a aprovação ato já praticado. (V. expressões latinas, ad referendum.)
refugir
(VTI) Furtar-se, desviar-se, esquivar-se, repelir.
Ex.: O tema refoge à/da competência da Primeira Seção.
regimento interno É o ato administrativo normativo de aplicação interna destinado a reger tanto a organização
e o funcionamento de uma instituição quanto a atuação de todos os que estiverem sujeitos à
disciplina dela. Constitui, portanto, a lei do órgão que o emite. Pode ser posto em vigência
quer mediante publicação no Diário da Justiça eletrônico, quer mediante resolução
referendada pelo órgão colegiado composto por todos os membros. Quanto ao Regimento
Interno do Superior Tribunal de Justiça, foi publicado no Diário da Justiça de 7 de julho de
1989. (V. Parte II, emenda regimental.)
registro da sentença Transcrição de todo o teor da sentença para o livro de atas de audiências do juízo ou outro
destinado a esse fim.
reincidência Significa repetição do acontecimento, recaída ou nova execução de ato já praticado. No Direito
Penal, perpetração de novo crime, quando já se é agente de outro. É o mesmo que recidiva. Para
se configurar a reincidência penal, é imprescindível que haja dois crimes – um anterior e outro
posterior – praticados pela mesma pessoa. É necessário também que o agente tenha sido
condenado pelo primeiro e que a sentença condenatória tenha transitado em julgado.
renúncia Abandono ou desistência do direito que se tem sobre algo (SILVA, 2014, p. 1.205).
representação Instituição da qual derivam poderes que investem alguém de autoridade para praticar
determinados atos ou desempenhar determinadas funções em nome de outrem.
requerente Aquele que reivindica algo por meio de requerimento; postulante; peticionário; parte em
processos como medida cautelar e suspensão de segurança.
Ex.: Os manifestantes requeriam seus direitos; Requereram ao diretor melhor atendimento.
2 (VTD) Requerer em juízo medida cautelar, suspensão de segurança e suspensão de liminar e
de sentença.
Ex.: Concessionária é parte legítima para requerer suspensão de liminar e de sentença
quando em defesa do interesse público.
requisitos autorizadores Condições legais exigidas ou impostas para que, nos atos processuais, tudo se faça conforme
a regra jurídica.
rescindir (VTD) Anular ou retirar os efeitos jurídicos de um ato, de uma convenção ou de uma sentença;
promover o distrato; cancelar.
rescisória (V. ação rescisória.) 1 Designação atribuída à ação de rescisão ou à de anulação de sentença transitada em julgado.
2 Procedimento cujo objetivo seja anular, resolver, rescindir ou resilir um ato jurídico ou uma
sentença.
resilir (VTD) Rescindir, anular, dissolver um acordo por mútuo consentimento ou por vontade de
uma das partes.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 285
Ex.: Está respondendo ao processo em liberdade.
Ex.: Ele ressarcirá os danos que causou; Cumpre-me ressarci-lo dos prejuízos que lhe causei.
restar Deve-se evitar o uso deste verbo como predicativo (de ligação) ou como auxiliar, uma vez
que a língua portuguesa não o admite. Assim, são inaceitáveis construções como esta: O
pedido restou prejudicado.
réu Todo aquele contra quem é proposta ação civil ou criminal; sujeito passivo na relação
processual.
revelia 1 No juízo civil, não oferecimento de defesa inicial do réu regularmente citado.
2 No juízo criminal, não atendimento do réu à intimação judicial para assistir ao início do
processo contra ele instaurado.
OBSERVAÇÃO
Extingue-se a revelia quando o réu comparece ao juízo a fim de participar do processo ou assistir a ele,
no entanto serão válidos os atos que tiverem sido praticados à revelia do réu.
revisão criminal Recurso por meio do qual uma sentença condenatória já transitada em julgado é reexa
minada em razão de erro judicial ou de provas novas, nas hipóteses previstas em lei.
revisor Na acepção jurídica, juiz que recebe o encargo de rever ou examinar os relatórios do juiz
relator, concordando com as conclusões dele ou retificando-as. No STJ, sujeitam-se à revisão
a ação rescisória, a ação penal originária e a revisão criminal (RISTJ, art. 35).
segredo de justiça Aplica-se a processos ou a específicos “atos judiciais que, por sua natureza, devem ser
praticados ou executados em particular, longe das vistas dos não interessados, ou subtraídos
do conhecimento público” (SILVA, 2014, p. 1.265).
286 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
segunda instância Juízo que conhece da causa e a julga como recurso de decisão de juiz de primeira instância.
sentença Ato do juiz mediante o qual ele julga causa submetida à sua jurisdição.
sentença declaratória Aquela que tem como objetivo esclarecer situação jurídica incerta ou duvidosa. É positiva
quando afirma a existência de um direito; é negativa quando não reconhece a relação
jurídica alegada.
sentença estrangeira Sentença judicial dada por corte estrangeira que, para ter validade no Brasil, depende de
homologação do Superior Tribunal de Justiça.
sentença homologatória Aquela que ratifica uma situação jurídica para lhe atribuir os efeitos desejados.
2 “Apreensão ou depósito judicial de certo bem, sobre o qual pesa um litígio, a fim de que seja
entregue, quando solucionada a pendência, a quem de direito” (HOUAISS, 2014).
sobrestar (VTD) Suspender, sustar o andamento do processo. (É conjugado pelo verbo estar.)
sub-rogar 1 (VTD) Substituir uma coisa ou pessoa por outra para que, em seu lugar, determinado objetivo
seja cumprido ou satisfeito.
Ex.: Outro interessado sub-rogou os ônus da alienação.
2 (VTDI e VP) Transferir direito ou cargo para outrem; tomar o lugar de.
Ex.: O secretário sub-rogou o chefe das responsabilidades; O credor sub-roga-se nos direitos
do devedor.
Ex.: O caso concreto não se subsume à norma/na norma.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 287
OBSERVAÇÃO
O Tribunal adota a conjugação regular, registrada por Houaiss (radical subsum em todos os modos,
tempos e pessoas). Além disso, em razão do uso, considera o verbo pronominal, embora os dicionários
só o registrem como VTD e VTDI.
sucumbência Situação da parte vencida na ação, sobre a qual recai o ônus do pagamento das custas e dos
honorários do advogado da parte vencedora.
súmula A súmula é um registro que resume o entendimento vigente em um tribunal sobre uma tese
jurídica discutida e serve de referência para os julgamentos sobre a mesma matéria. A edição
de uma súmula é o resultado da aplicação reiterada de uma mesma jurisprudência,
decorrente do entendimento coincidente dos magistrados acerca do tema. As súmulas do STJ
não possuem efeito vinculante, isto é, não são de aplicação obrigatória pelos ministros ou
por outros tribunais e juízes.
OBSERVAÇÕES
1 No singular com inicial maiúscula, a expressão é empregada para designar tanto o conjunto das
súmulas do Tribunal quanto um de seus enunciados (neste caso, é acompanhada do número que a
identifica). Ex.: Apliquei ao recurso dois enunciados da Súmula do STJ (o conjunto); Segundo a Súmula
n. 182 do STJ (um enunciado do conjunto), é “inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar
especificamente os fundamentos da decisão agravada”.
2 No plural com inicial maiúscula, a expressão designa dois ou mais enunciados do conjunto, vindo
acompanhada dos números que os identificam. Ex.: Refiro-me às Súmulas n. 182 e 183 do STJ.
3 No singular ou no plural com inicial minúscula, a expressão é empregada quando faz referência a algo
já expresso ou quando está em sentido genérico. Ex.: A aludida súmula trata da execução hipotecária de
crédito vinculado ao Sistema Financeiro da Habitação; Acabo de analisar todas as súmulas do STJ que
tratam de direitos do consumidor.
4 No STJ, está consagrado o uso dos termos enunciado e verbete em substituição à palavra súmula,
situação em que devem ser grafados com inicial minúscula. Ex.: O enunciado 191 da Súmula do STJ...;
O verbete 350 da Súmula do STJ...
288 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
súmula vinculante Oriunda do Supremo Tribunal Federal, é aquela que, obrigatoriamente, deve ser seguida por
todos os órgãos do Judiciário e pela administração pública.
Superior Tribunal de Justiça Órgão do Poder Judiciário criado pela Constituição de 1988, com sede em Brasília e jurisdição
em todo o território nacional. É composto de, no mínimo, 33 ministros. A ele compete,
principalmente, a guarda da legislação federal e a uniformização da jurisprudência no plano
infraconstitucional.
Supremo Tribunal Federal Órgão máximo do Poder Judiciário, com sede em Brasília e jurisdição em todo o território
nacional. É composto de onze ministros. A ele compete, sobretudo, a guarda da
Constituição Federal.
Ex.: O Juízo federal declinou da competência. O Juízo laboral, por sua vez, suscitou o presente
conflito sob o fundamento de que a competência para apreciar ação de execução fiscal de
dívida ativa da União é da Justiça Federal.
suspeição No Direito Processual, consiste na suspeita de parcialidade em razão de que tanto o juiz
quanto qualquer outro funcionário da Justiça ou o próprio Ministério Público são
considerados ou temidos como parciais ou capazes de sofrer influência para agir em
detrimento de uma das partes.
tempestivo Qualidade das coisas ou fatos que vêm a seu tempo, isto é, no momento próprio. Tempestivo
designa, pois, o que é oportuno, o que se faz no prazo, o que vem na ocasião dada, o que está
de acordo com a regra.
terceiro prejudicado É aquele que não é parte no processo, mas sente seu direito lesado por eventual decisão
judicial. Cabe ao terceiro prejudicado demonstrar o nexo de interdependência entre seu
interesse em intervir e o objeto da causa submetida à apreciação judicial.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 289
termo 1 Limite do prazo em que se inicia ou termina a eficácia do negócio jurídico, respectivamente
termo inicial e termo final.
2 Instrumento por meio do qual são formalizados determinados atos processuais.
termo nos autos “[...] redução a escrito, nos autos de um processo, de fatos ou diligências realizadas no curso
de uma demanda, a fim de que aí se concretizem por assentos próprios e autênticos” (SILVA,
2014, p. 1.384).
tramitar (VI) Seguir o curso legal (a demanda); passar por todas as fases e diligências indicadas na lei
processual.
transação penal “Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou
não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não
tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena” (Lei n. 9.099/1995, art. 89).
transcrever 1 (VTD e VTDI) Traspassar ou trasladar um texto ou incorporá-lo por cópia a outro, a fim de
que o primeiro se torne integrante do segundo.
Ex.: Enfim, ele transcreveu o último parágrafo do texto (para o documento oficial).
2 (VTD) Registrar título de escritura em que se efetiva a compra e venda de um imóvel, para
que seja cumprida a transferência do domínio.
trânsito em julgado Situação da sentença que se tornou imutável e indiscutível por não mais estar sujeita a
recurso, o que dá origem à coisa julgada.
traslado Cópia imediata ou cópias imediatas passadas pelo tabelião ou pelo escrivão que lavrou a
escritura e entregues aos interessados como instrumentos autênticos da escritura.
Ex.: Vamos tratar o (do) assunto com muita seriedade; Trata-se de embargos de declaração
opostos contra a decisão...; Trata-se de reclamações apresentadas por... É inadmissível dizer
tratam-se de reclamações, pois nenhuma relação de concordância existe entre o objeto
indireto (reclamações) e o verbo.
290 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
tribunal do júri Tribunal constituído por um juiz togado e por cidadãos leigos (jurados) sorteados no
momento cuja função é julgar criminosos nos casos previstos em lei. Seus membros são
chamados jurados.
tribunal pleno Aquele que está funcionando integralmente, com todos os seus juízes, e não por turmas ou
câmaras; sessão de um tribunal da qual participam todos os juízes.
turbar (VTD) Ferir ou perturbar direito alheio, impedindo ou procurando impedir, por vias de fato,
seu exercício.
Ex.: Turbar a posse.
tutela antecipada Decisão provisória de juiz que antecipa, total ou parcialmente, a requerimento de uma parte,
os efeitos da tutela pretendida na petição inicial, se houver prova evidente da alegação.
tutela de urgência Compreende a tutela cautelar e a antecipada. São providências de ritos diferenciados, mais
ágeis e aptos a tornar o objeto da ação íntegro até a decisão final.
última instância Aquela que põe termo a processo de cuja decisão não cabe mais recurso.
Ex.: Já foram ultimados os preparativos da sessão solene.
vara Cada uma das divisões de jurisdição em uma comarca, podendo haver foros com uma única
vara, isto é, sem divisão.
venerando Qualidade do que é respeitado, do que deve ser acatado ou merece ser venerado.
vigência Caráter ou estado da norma legal ou do ato administrativo que ainda não foi revogado.
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 291
Ex.: Já não vige a Resolução STJ n. 16/2013.
violação de lei Não cumprimento ou quebra de determinação legal em razão da qual alguém é obrigado a
praticar um ato ou a abster-se de fazê-lo. Pode, portanto, resultar de ação ou de omissão.
Ex.: “Na noite escura, apenas o brilho das estrelas deixava vislumbrar o contorno da floresta”
(HOUAISS, 2014).
Nota-se, pelas acepções e exemplo registrados, que o uso deste verbo é inadequado na frase
seguinte, muito comum no texto jurídico: “Prima facie”, não vislumbro (não vejo
indistintamente) os requisitos autorizadores da medida urgente. Assim, é aconselhável dizer:
Prima facie, não vejo os requisitos...
vista a Expressão com que se submete um processo a uma autoridade, a uma repartição ou a uma
das partes; o mesmo que com vista a ou com vistas a.
vitaliciamento
“[...] processo a que são submetidos os magistrados de primeiro grau e os membros do
Ministério Público para a aquisição da prerrogativa de vitaliciedade” (SILVA, 2014, p. 1.494).
vitaliciando
Aquele que está em processo de aquisição de vitaliciedade (RITJDFT, arts. 360, 362 e 363).
voto-mérito Voto por meio do qual se julga o objeto da controvérsia. Ainda não dicionarizado, o vocábulo
é grafado neste Tribunal com hífen.
voto-preliminar Voto relativo a alguma questão preliminar, precedendo o exame do mérito da ação ou
recurso. Também não dicionarizado, é grafado nestre Tribunal com hífen.
voto vencido O que é dado em desacordo com os votos vitoriosos da maioria; voto dado por membro
divergente da maioria.
voto-vista Consiste no voto proferido pelo desembargador ou ministro que pediu vista dos autos. Ainda
não dicionarizado, o termo é grafado no Superior Tribunal de Justiça com hífen.
292 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
voto-vogal É o voto proferido por desembargador ou ministro diverso do relator que compõe o colegiado.
Igualmente não dicionarizado, também é grafado neste Tribunal com hífen.
writ Palavra originária do inglês usada em referência a mandado, ordem escrita. Na terminologia
jurídica brasileira, é atribuída ao mandado de segurança e ao habeas corpus.
Bibliografia
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 295
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Apêndices
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 301
INÍCIO 2 3
SIM
A AMG ELABORA INFORMAÇÃO E
ENCAMINHA O PROCESSO AO
SUBMETE A MINUTA DE CRIAÇÃO A AMG PROCEDE AOS AJUSTES GABINETE DO DIRETOR-GERAL
OU ALTERAÇÃO DE NORMA AO NECESSÁRIOS E SUBMETE À UNIDADE
RESPECTIVO SECRETÁRIO OU SOLICITANTE PARA VALIDAÇÃO
ASSESSOR-CHEFE
O GABINETE DO DIRETOR-GERAL
ADOTA AS PROVIDÊNCIAS PARA A
UNIDADE SOLICITANTE VALIDA OU ASSINATURA DA NORMA PELA
ALTERA A NORMA E DEVOLVE À AMG AUTORIDADE PERTINENTE
SECRETÁRIO/ASSESSOR
CONCORDA?
1
NÃO
APÓS A ASSINATURA, O GABINETE
DO DIRETOR-GERAL NUMERA E
SIM A MATÉRIA ENVOLVE PUBLICA A NORMA MANTENDO
OUTRA(S) UNIDADE(S)? 3 ARQUIVO DO ORIGINAL
NÃO
2
O PROCESSO É ABERTO COM A
MINUTA E OS ESTUDOS REALIZADOS,
INCLUINDO PESQUISA EM SIM
OUTROS ÓRGÃOS, E ENVIADO O GABINETE DO DIRETOR-GERAL
AO DIRETOR-GERAL ENVIA O PROCESSO À AMG
3
A AMG FORMULA CONSULTA À(S)
UNIDADE(S) AFETADA(S) PELA NORMA
Consiste o processo administrativo na sucessão encadeada de atos de gestão juridicamente
ordenados pertinentes às atividades do Tribunal e de sua Secretaria. Tais atos destinam-se à
obtenção de um resultado, isto é, ao cumprimento de determinada decisão da administração.
Qualquer procedimento concernente à gestão do processo administrativo (abertura e
encerramento de volumes, renumeração de páginas, desentranhamento de peças, anexação,
apensação, desapensação e outros) deve ser feito por meio de certidões e termos. (V. modelos.)
Vale ressaltar que as certidões e os termos referentes ao processo administrativo normalmente
recebem assinatura eletrônica. Caso, porém, sejam documentos físicos, recebem carimbo e
assinatura.
O processo administrativo é identificado do seguinte modo: Processo STJ n. ___/(ano).
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 303
MODELOS
1 Termo de Autuação de
Processo Administrativo
304 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
2 Certidão de Renumeração
Processo STJ n. ______/(ano)
CERTIDÃO DE RENUMERAÇÃO
Certifico que, no dia ___ de (mês por extenso) de ______, foi (foram)
renumerada(s) a(s) folha(s) _____ do Processo STJ n. ____/____.
3 Certidão de Desentranhamento
Processo STJ n. ______/(ano)
CERTIDÃO DE DESENTRANHAMENTO
Certifico que, no dia ___ de (mês por extenso) de ______, foi (foram)
desentranhada(s) a(s) peça(s) processual(is) de n. _____ deste processo administrativo, com
o objetivo de __________________________________________
_____________________________________________________________________.
4 Certidão de Anexação
Processo STJ n. ______/(ano)
CERTIDÃO DE ANEXAÇÃO
Certifico que, no dia ___ de (mês por extenso) de ______, por determinação
do(a) Senhor(a) (cargo do titular da unidade com iniciais maiúsculas), foi anexado ao Processo
STJ n. ____/____ o Processo STJ n. ____/____, que contém _____ folha(s).
5 Certidão de Apensação
Processo STJ n. ______/(ano)
CERTIDÃO DE APENSAÇÃO
Certifico que, no dia ___ de (mês por extenso) de ______, por determinação
do(a) Senhor(a) (cargo do titular da unidade com iniciais maiúsculas), foi apensado ao
Processo STJ n. ____/____ o Processo STJ n. ____/____, que contém _____ folha(s).
6 Certidão de Desmembramento
Processo STJ n. ______/(ano)
CERTIDÃO DE DESMEMBRAMENTO
Certifico que, no dia ___ de (mês por extenso) de __________, foi (foram)
desmembrado(s) deste processo administrativo o(s) documento(s) de fl(s). ______, com o
objetivo de constituir o Processo STJ n.____/____.
7 Certidão de Desapensação
Processo STJ n. ______/(ano)
CERTIDÃO DE DESAPENSAÇÃO
Certifico que, no dia ___ de (mês por extenso) de ______, por determinação
do(a) Senhor(a) (cargo do titular da unidade com iniciais maiúsculas), foi desapensado o
Processo STJ n. ____/____.
O Volp, publicação da Academia Brasileira de Letras – ABL, consiste num inventário de 381
Vocabulário Ortográfico da
mil palavras que fazem parte do léxico de nossa língua, com indicação de grafia, pronúncia,
Língua Portuguesa –Volp
classe gramatical e, em alguns casos, gênero, formas possíveis de plural, formas irregulares
do feminino e outras informações importantes.
Vale ressaltar que o Volp não traz a significação dos vocábulos. Por ser um vocabulário
publicado pela ABL, estabelece a ortografia oficial, a ser observada nos textos oficiais, nos
normativos e nos demais que utilizem a linguagem formal, bem como tem a faculdade de
oficializar a incorporação de vocábulos à língua. Ocasionalmente, todavia, dependendo da
complexidade do termo ou da existência de homônimos ou parônimos, pode incluir uma
sucinta definição a fim de dirimir eventuais dúvidas. Ex.: guede s.m. “jumento pequeno”; cf.
guedé; guedé s.m.f. “barco”, “ave”; cf. guede.
Outro ponto que merece consideração é o fato de o Volp ser publicado tanto em meio físico
(a última edição é de 2009) quanto em meio eletrônico. Assim, o servidor do Superior Tribunal
de Justiça pode fazer uso dessa ferramenta fundamental acessando o site da ABL (http://
www.academia.org.br). Uma vez na página inicial, basta clicar em Nossa Língua (no menu)
e, depois, em Busca no Vocabulário. Para procurar palavras, o usuário pode tanto digitá-la
inteira como registrar somente seu início (essa possibilidade é especialmente útil quando
não se tem certeza da grafia completa ou quando se quer pesquisar termos derivados de um
mesmo radical).
Dicionários
Dicionário é a compilação de palavras que compõem uma língua, o qual traz a grafia oficial
e as significações possíveis das palavras, além de outras informações de cunho linguístico,
como classe gramatical, regência (verbal e nominal), registro (formal e informal) e etimologia
(origem).
Ele pode abranger vocábulos comuns e de diversas áreas do conhecimento (caso dos
dicionários de língua portuguesa, classificados como gerais) ou conter termos específicos de
um determinado campo (por exemplo, dicionários jurídicos, dicionários de linguística e
dicionários de contabilidade, chamados também de temáticos).
Existem hoje, no Brasil, vários dicionários publicados. São usados pelos servidores do
Tribunal os mais conceituados: Houaiss e Aurélio, disponíveis na rede, e o Michaelis e o
Caldas Aulete, disponíveis na internet. Recomenda-se, quando houver dúvida acerca da
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS 309
Cabe destacar duas obras de autoria de Francisco Fernandes: o Dicionário de verbos e regimes
e o Dicionário de regimes de substantivos e adjetivos. As publicações contêm informações
valiosas acerca da regência verbal e da regência nominal das palavras mais usuais na língua.
Como pesquisar nos dicionários Ao realizar buscas nos dicionários, o usuário deve ter em mente as seguintes informações, as
quais facilitarão a pesquisa:
a) A pesquisa de substantivos deve ser feita pela palavra no masculino singular, exceto quando
a mudança de gênero acarreta nova significação, caso em que haverá dois verbetes distintos.
Ex.: espinho, espinha. Se ocorrer mudança de gênero e de sentido, mas não de grafia, haverá
apenas um verbete, subdividido em dois blocos. Ex.: moral (a moral, o moral).
b) Os adjetivos, igualmente, devem ser pesquisados por sua forma no masculino singular.
c) É importante lembrar que existem substantivos e adjetivos com a mesma forma para o
masculino e para o feminino. Ex.: estudante, colega, agente, incrível, adorável. Nesses casos, o
verbete trará a informação de que a palavra é um substantivo ou um adjetivo de dois gêneros.
d) Existem, também, substantivos de dois números, isto é, que têm a mesma grafia para o
singular e para o plural. Ex.: lápis, pires, ônus. O plural distingue-se pelo artigo, por outros
termos determinantes, como numerais ou adjetivos, ou, ainda, pelo verbo. Ex.: Tenho cinco
lápis na bolsa; Os ônus reais são encargos que recaem sobre coisas móveis ou imóveis; Lápis
comprados a preço módico.
e) No que concerne às locuções e expressões, estão dispostas, no Houaiss, na barra situada
acima do verbete (barra locuções, ao lado de acepções). No Aurélio, no Michaelis e no Aulete,
diferentemente, elas são registradas abaixo das significações da palavra.
f) Os verbos devem ser pesquisados por sua forma no infinitivo. Ex.: cantar, comer, partir. Para
consultar a conjugação, deve-se, no Houaiss, clicar no terceiro botão disponível no canto
superior da tela (nele está escrito EU SOU, TU ÉS, ELE É). No Aurélio, a conjugação vem do
lado direito do verbete.
g) Finalmente, cabe destacar que o Houaiss possui um conjunto vasto de informações sobre
etimologia (origem da palavra), sinonímia (palavras com significados semelhantes),
310 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
Predicação verbal Cada dicionário apresenta uma nomenclatura no que diz respeito à predicação verbal, isto é,
à particularidade de cada verbo de aceitar ou não complemento. A tabela da página seguinte
exemplifica isso, de modo comparativo, através de verbos e da classificação que lhes dão dois
dicionários de língua (Houaiss e Aurélio) e um de regência verbal (Francisco Fernandes).
Exemplos
transitivo
transitivo transitivo
bitransitivo birrelativo direto
direto indireto intransitivo
HOUAISS (objeto direto (dois objetos predicativo predicativo pronominal
(objeto (objeto (sem objeto)
e indireto) indiretos) (objeto direto
direto) indireto)
e predicativo)
transitivo
transitivo transitivo bitransitivo
AURÉLIO direto e transobjetivo intransitivo predicativo pronominal
direto indireto indireto
indireto
A boa-fé
abaixo-assinado bônus
ab-rogar
acórdão C
Advocacia-Geral da União* carta-circular
advogado-geral da União* chefe de gabinete*
amiúde cláusula-mandato*
antijurídico coautor
antissocial coautoria
(eu) apoio coavalista
arguição cocredor
arguir codevedor
assembleia coerdar
assembleia geral coerdeiro
assessor-chefe* coexistência
atividade fim* cofiador
atividade meio* coirmão
à toa colegatário
autossuficiente conta-corrente
autossustentável conta-poupança*
auxílio-acidente* conta-salário*
auxílio-alimentação* consequência
auxílio-cesta-alimentação* (ele) constrói
auxílio-doença contra-argumento
auxílio-enfermidade contra-arrazoado
auxílio-funeral contra-arrazoar
auxílio-invalidez* contra-arrestar
auxílio-maternidade contracautela*
auxílio-moradia* contraestadia
auxílio-natalidade contrafação
auxílio-reclusão contrafé
contraindicação
B contramandado
bem-estar contraofensiva
bem-sucedido contraordem
bilíngue contraparte
312 MANUAL DE PADRONIZAÇÃO DE TEXTOS DO STJ
subestimar T verossimilhança
sub-reptício tão só vice-presidência
sub-rogar tão somente vice-presidente
subscrever teleconferência vice-versa
subsídio (si) (ele) tem videoconferência
subsistência (si ou zi) (eles) têm videotexto
substabelecer voo
subumano/sub-humano V voto-mérito*
sucedâneo (ele) vê voto-preliminar*
superavit/superávit (eles) veem (v. ver) voto vencido*
supracitado (ele) vem voto-vista*
supramencionado (eles) vêm (v. vir) voto-vogal*
supramencionar verossímil
U
última instância, 290
ultimar, 290
um dos que, 118
um e outro, 62, 118
um ou outro, 66
uso do hífen, 16, 48, 56, 77, 79–82, 114, 118
usucapião, 290
V
vara, 290
venerando, 290
verbo e sujeito, concordância, 63
verbos dicendi (usados no relatório da decisão), 118
verbo de ligação, predicativo e sujeito, concordância, 67
vigência, 290
viger, 291
violação da lei, 291
vírgula, 107
vislumbrar, 291
vista a, 61, 291
visto que, 112, 118
Volp, guia para pesquisa, 308
voto, 118, 291
voto-mérito, 118, 291
voto-preliminar, 118, 291
voto vencido, 118, 291
Seção de Serviços Gráficos da
IMPRESSÃO
Secretaria de Administração do Conselho da Justiça Federal
SAFS – Quadra 6, Lote 1, Trecho III, CEP 70.095-900
Central PABX
(61) 3319-8000 Apoio aos advogados
s (61) 3319-8871/9784
Informações sobre processo
(61) 3319-8410/8411 Pesquisa de jurisprudência
(61) 3319-9700/9868
Protocolo de petições
(61) 3319-8242/8243 Ouvidoria
Fax: (61) 3319-8700/8194/8195 (61) 3319-8566/8570