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LIVRO DO PROFETA JOEL

Autoria e data

O nome do livro deriva do próprio profeta Joel (cujo nome significa “O Senhor é
Deus”), filho de Petuel (persuadido por Deus), indicado na abertura do primeiro
capítulo (1.1).

Não existem dificuldades em identificá-lo como sendo o autor, embora não se


possa dizer mais nada sobre ele, exceto que era filho de Petuel.

Trata-se de um dos livros mais difíceis de datar, porque nenhum rei israelita ou
nação estrangeira foi citado em suas páginas, dificultando a contextualização
histórica. As opiniões divergem amplamente neste sentido. Ele é anterior a
todos os profetas literários, pois tem-se como certo que escreveu suas
profecias em 835 a.C Trata-se da época em que Judá estava sob a regência de
Joiada durante a infância de Joás (2Cr 23.16-21). Isso explica a influência e a
presença significativa dos sacerdotes no governo de Judá (Jl 1.9,13; 2.17). O
templo estava em pleno funcionamento (Jl 1.9,13,14).

Profetas contemporâneos

Elias (848 – 797 a.C.) e Jonas (793 – 753 a.C.)

JOEL

Serviu como profeta de Judá, possivelmente de 835 – 796 a.C.


Contexto histórico

Descreve a invasão de Judá por uma praga de gafanhotos que destruiu tudo no
seu caminho e empobreceu o povo (1.2,11), mas este episódio lança dúvidas
quanto a ser uma referência literal ou simbólica. Na ocasião, o profeta insistiu
com o povo para que se voltasse ao Senhor (2.12-17).

Na referência 2.18-19, os verbos hebraicos estão no tempo passado e foram


traduzidos desse modo em algumas versões. Se o hebraico for tomado em seu
sentido literal, esses verbos indicam que o arrependimento do povo foi aceito e
que o Senhor não só removeria a praga dos gafanhotos (2.20), mas também
restauraria tudo quanto os insetos tinham comido (2.25-27).

Já na referência 2.28-32, o profeta penetra profundamente no futuro,


vislumbrando o juízo e as alegrias vindouras. A invasão dos gafanhotos, agora
apenas um item da história, pode ser considerada como um arauto das
invasões dos exércitos humanos que virão.

Posição de Joel no Cânon Sagrado

A ordem dos Profetas Menores em nossas versões da Bíblia é a mesma do


Cânon Judaico (Tanach) e da Vulgata Latina (Bíblia em latim), mas não é
cronológica. Joel é o segundo livro, situado entre Oseias e Amós, mas na
Septuaginta há uma diferença na ordem dos primeiros seis livros:
Oseias, Amós, Miqueias, Joel, Obadias, Jonas.

Cânon

Atanásio – séc. IV

Santo Atanásio (295-373) foi simultaneamente o Bispo mais amado e o


mais odiado e perseguido do seu tempo. Para os seus defensores,
Atanásio era a garantia da ortodoxia católica, o salvador da Fé, um
autêntico sucessor dos Apóstolos; para os seus adversários, Atanásio
era um orgulhoso, teimoso, intransigente, rebelde, insolente inimigo da
paz e da concórdia entre os cristãos.

Heb. - ‫ספר‬ cepher - carta (de instrução), ordem escrita, comissão,


requerimento, decreto escrito.
Gr. - κανων kanon – vara de medir, régua, regra, norma, padrão) (Gl 6.16).
Ênfase apologética

1. Defesa argumentativa de que a fé pode ser comprovada pela razão.

2. Defesa persistente de alguma doutrina, teoria ou ideia.

A autoria de Joel foi confirmada no Novo Testamento e o cumprimento de uma


de suas profecias endossa a inspiração divina do livro (Cf. 2.32 com At 2.21). O
derramamento geral do Espírito Santo era algo completamente inusitado, uma
vez que a ação do Espírito Santo, no Antigo Testamento, era restrita a certos
ofícios específicos, como reis, profetas e sacerdotes.

Apesar da brevidade e do pouco conhecimento a respeito do contexto que


cerca o livro, sua profecia foi amplamente citada. A salvação por meio da
invocação constante do nome do Senhor (2.32), repetida no Novo Testamento
(At 2.21; Rm 10.13), é um forte apelo à divindade e à messianidade de Jesus.
Escatológico ou Escatologia

1. Doutrina das coisas que devem acontecer.


2. Doutrina que trata do destino final do homem e do mundo.
3. Pode apresentar-se em discurso profético ou em contexto apocalíptico.
4. Apologética (do latim tardio apologetĭcus, através do grego ἀπολογητικός,
por derivação de "apologia", do grego απολογία: "defesa verbal") é a disciplina
teológica própria de uma certa religião que se propõe a demonstrar a verdade
da própria doutrina, defendendo-a de teses contrárias. Esta palavra deriva-se
do Deus Grego Apolo.
A apologética desenvolveu-se sobretudo no Cristianismo

2. ESTRUTURA E MENSAGEM

O oráculo foi entregue ao profeta por meio da palavra (1.1). São três capítulos,
mas a sua divisão na Bíblia Hebraica é diferente: lá temos quatro capítulos,
pois o trecho 2.28-32 equivale ao capítulo três, com cinco versículos, e o
conteúdo do capítulo quatro é exatamente o mesmo do nosso capítulo três.
São dois os temas principais: a praga da locusta (1.1 - 2.27) e os eventos do
fim dos tempos (2.28 – 3.21). O assunto do livro é escatológico, com ameaças
e promessas.
O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO

TEXTO ÁUREO

"E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei
sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os
vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos" (At 2.1 7).

VERDADE PRÁTICA

O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária, mas guiar
a igreja até a vinda do Senhor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Joel 1.1; 2.28-32

INTERAÇÃO

Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja, em Jerusalém, muitas


pessoas ficaram atónitas com o fenómeno, pois viram gente simples falando
línguas totalmente desconhecidas deles. Outros, no entanto, zombavam,
afirmando que essas pessoas estavam "cheias de mostos" ou "embriagadas".
Nessa ocasião, o apóstolo Pedro se levantou, junto dos demais apóstolos (At
2.14) e expôs sistematicamente os pontos centrais da revelação de Deus
através de Jesus Cristo. Ele evocou a profecia de Joel a respeito do
derramamento do Espírito Santo (At 2.15-21), e conclamou-os: "Arrependei-
vos, e cada um de vós seja balizado em nome de Jesus Cristo para perdão de
pecados e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz
respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos
Deus, nosso Senhor, chamar" (At 2.38,39).

INTRODUÇÃO

O Movimento Pentecostal, no início do século 20, colocou o livro dejoet em


evidência, fazendo com que ele fosse conhecido como o "profeta pentecostal".
Apesar disso, o anúncio da descida do Espírito Santo não é o tema
predominante de seus oráculos. A maior parte de suas profecias fala da praga
da Iocusta e do julgamento das nações no fim dos tempos.
SINOPSE
O livro de Joel é uma obra escatológica que contém advertências e promessas
divinas.

1. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

A. Sua personalidade

O Espírito está presente em toda a Bíblia, que o mostra claramente como uma
pessoa e não como uma mera influência. Ele é inteligente (Rm 8.27), tem
emoções (Ef 4.30) e vontade {At 16.6-11; lCo 12.11). Há abundantes provas
bíblicas de sua personalidade.

B. Sua divindade

O Espírito Santo é chamado textualmente de "Deus de Israel" {2 Sm 23.2,3).


Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder, glória e majestade. Na declaração
batismal, somos balizados também em seu nome (Mt 28.19; Ef 4.4-6). Isso
significa que o Espírito Santo é objeto da nossa fé e da nossa adoração. Ele é
tudo o que Deus é (1 Co 2.10,11).

C. Como uma pessoa pode ser derramada?

Esta é uma das perguntas que alguns grupos religiosos fazem frequentemente
com a finalidade de "provar" que o Espírito Santo não é Deus nem uma
pessoa. Aqui, por duas vezes a palavra profética afirma "derramarei o meu
Espírito" (2.28,29), o que é ratificado em o Novo Testamento (At 2.1 7,1 8). Ao
longo da história, a divindade do Espírito Santo sempre encontrou oposi cão.
Após o Concílio de Niceia, surgiram os pneumatomachoi ("opositores do
Espírito") que, liderados por Eustáquio de Sebaste (300-380), não aceitavam a
divindade do Espírito Santo.

4. Linguagem metafórica

O "derramamento" do Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa para


descrever o revestimento de alguém com o poder do mesmo Espírito. Trata-se
de uma metáfora, figura que "consiste na transferência de um termo para uma
esfera de significação que não é a sua, em virtude de uma comparação
implícita" (Gramática Rocha Lima).
Simbolizado pela água, o Espírito Santo lava, purifica e refrigera como reflexo
de suas múltiplas operações (Is 44.3; Jo 7.37-39; Tt 3.5).
SINOPSE

O Espírito Santo é uma pessoa e não uma mera influência.

2. HORIZONTES DA PROMESSA

A. Ponto de partida

A profecia do derramamento do Espírito Santo começou a ser cumprida no dia


de Pentecostes, que marcou a inauguração da Igreja (At 2.16). O apóstolo
Pedro empregou apropriadamente a expressão "nos últimos dias" (At 2.17) no
lugar de "depois" 01 2.28a). Não faz sentido algum, por conseguinte, afirmar
que a efusão do Espírito Santo foi apenas para a Era Apostólica; antes, pelo
contrário, começou com os apóstolos e continua em nossos dias. Era o ponto
de partida, e não de chegada.

B. Comunicação divina

Deus disponibilizou recursos espirituais para manter a comunicação com o seu


povo por meio de sonhos, visões e profecias, independentemente de idade,
sexo e posição social (2.28b,29). Todavia, cabe-nos ressaltar que somente a
Bíblia é a autoridade divina e definitiva na terra. Quanto aos sonhos, visões e
profecias, são-nos concedidos para a edificação individual, e não podem ser
usados para fundamentar doutrinas.
A Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.

SINOPSE

A efusão do Espírito Santo começou com os apóstolos e continua em nossos


dias até a volta de Jesus.

3. O FIM DOS TEMPOS

A. Sinais

A profecia de Joel fala ainda sobre aparição de sinais em cima no céu e


embaixo na terra, de sangue, fogo e colunas de fumaça, do sol convertendo-se
em trevas e da lua tornando-se sangue (2.30,31). São manifestações
teofânicas de Jeová para revelar a si mesmo e também para executar juízo
sobre o pecado (Êx l 9.1 8; Ap 8.7). Tudo isso o apóstolo Pedro citou
integralmente em sua pregação (At 2.19,20). É de se notar que tais
manifestações não foram vistas por ocasião do Pentecostes.
A explicação é que se trata do começo dos "últimos dias".

B. Etapas

O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos


introdutórios dos "últimos dias" (At 2.17). Os sinais cósmicos acompanhados de
fogo, coluna de fumaça etc., ausentes no dia de Pentecostes, dizem respeito à
Grande Tribulação, no epílogo da história, "antes que venha o grande e terrível
dia do Senhor" Cl 2.31; At 2.20).

C. Resultado

A vinda do Espírito Santo, além de revestir os crentes em Jesus, resulta


também em salvação a todos os que desejam encontrar a vida eterna. O
apóstolo Pedro termina a citação de Joel com estas palavras: "Todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo" (At 2.21). O nome "SENHOR", com
letras maiúsculas, indica na Bíblia Hebraica a presença do tetragrama YHWH
(as quatro consoantes do nome divino "Yahweh, Javé, Yehovah, Jeová").
O apóstolo Paulo citou essa passagem referindo-se a jesus, e afirmando que o
Meigo Nazareno é o mesmo grande Deus Jeová de Israel (Rm 10.13).

SINOPSE

O livro de Joel é escatológico. Ele fala do fim dos tempos a partir do


derramamento do Espírito Santo nos últimos dias.

CONCLUSÃO

O derramamento do Espírito Santo inaugura a dispensação da Igreja, que,


acompanhado de grandes sinais, faz do cristianismo uma religião suigenehs. A
Igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação
a todos os povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito Santo,
revestindo de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus
pecados (At 1.8;Jo 16.7-11).
Subsídio Histórico

"Joás, rei de Judá [...] O verdadeiro descendente de Davi assentou-se no trono,


reinou durante quarenta anos (835-796). Visto que ele tinha apenas sete anos
quando se tornou rei, ficou sob a tutela de Jeoiada, o sumo sacerdote, cuja
autoridade sobre o jovem monarca estendia-se ao ponto de escolher suas
esposas (2Cr 24.3). Os anos de apostasia sob Atália atingiram a vida religiosa
da nação. Particularmente grave era o fato de o templo e os serviços sagrados
haverem sido abandonados, Joás, já no princípio de seu reinado, decidiu
reformar e restaurar a casa cie Yahweh (2 Rs l 2.2,5). Portanto, incumbiu os
sacerdotes e levitas de saírem a todas as cidades e vilarejos de seu reino a fim
de obter as ofertas para a manutenção do templo.
Embora o apelo resultasse no acúmulo de fundos, a obra tardou por alguma
razão, e até o vigésimo terceiro ano de Joás (cerca de 814) não havia qualquer
indício da obra.
O rei Joás então ordenou ao sumo sacerdote Jeoiada que providenciasse a
construção de um gazofilácio ao lado do grande altar, onde os sacerdotes
depositariam as ofertas do povo. Um apelo foi feito por todo o reino para que
trouxessem suas ofertas ao templo; e com alegria o povo ofertou (MERRIL,
Eugene).

História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus


colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp 384, 86).

Referência bibliográfica

BÍBLICAS, Revista Lições. OS DOZES PROFETAS MENORES, Advertências


e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo. Lição 03 – Joel – O
derramamento do Espírito Santo. I – O livro de Joel no Cânon Sagrado. 1.
Contexto histórico. 2. Posição de Joel no Cânon Sagrado. 3. Estrutura e
mensagem. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2012.
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político
e Cultural, l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de


sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2007.

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