ECOLOGIA - Diversidade Alfa, Beta e Gama PDF
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Sumário
I. Introdução
IV. Conclusão
V. Referências
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I. Introdução
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publicação do livro de mesmo título, “Biodiversity” de Edward Saiba mais:
Taxa é o
Osborne Wilson (1986). plural de
Biodiversidade ou somente diversidade é “o número de táxon e
taxa numa área local (diversidade alfa) ou região (diversidade significa
qualquer nível
gama). Também, uma medida da variedade de taxa numa de sistema de
comunidade que leva em consideração a riqueza (número de organização.
Pode ser um
espécies) e a abundância relativa (número de indivíduos em reino, um filo,
cada espécie)” (Ricklefs, 2003). Em outras palavras, uma classe,
uma ordem ,
biodiversidade se refere à variedade e à riqueza de vida na uma família,
Terra, como de animais, plantas e microorganismos, por um gênero,
uma espécie
exemplo. ou mesmo um
Visto sua ampla definição, podemos dividir a organismo.
Biodiversidade em 3 níveis: (a) variação genética dentro de cada espécie; (b) composição de espécies em
um habitat; (c) variação de habitats em uma região.
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aspectos morfológicos praticamente indistinguíveis para um
leigo (Figura 1).
Mula (Híbrido)
Figura 1: Híbrido (mula) formado entre o cruzamento do jumento (Equus asinos) com a égua
(Equus caballus), e a diferença entre a cobra coral verdadeira (Micrurus corallinus) e seu mímico, a
coral falsa (Oxyrhopus trigeminus).
Saiba mais:
A diversidade genética é conseqüência do Para relembrar
os processos
comportamento reprodutivo dos indivíduos dentro de uma de meiose e
população. Os indivíduos são geneticamente diferentes entre si, mitose,
retorne à
ou seja, seus “pools” gênicos são diferentes, graças à mutação e à Unidade 1, do
reprodução sexuada. Relembrando que nesse tipo de Eixo Biológico
do módulo IV.
reprodução ocorre recombinação genética, devido ao processo
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de meiose na formação dos gametas masculinos e femininos,
que produzem gametas geneticamente diferentes dos parentais.
Durante a reprodução sexual, os gametas se fundem,
originando um indivíduo geneticamente único. Além da
reprodução sexuada, as mutações genéticas que ocorrem
durante esse e outros processos, podem também resultar em
maior variabilidade genética dentro de uma população. Saiba mais:
A variabilidade genética permite aos indivíduos Pool gênico é
responderem de forma mais versátil a um ambiente instável e conjunto total
de alelos que
assim sofrerem menos pressões de pequenas mudanças podem ser
ambientais. As espécies consideradas raras têm menos variação localizados no
DNA dos
genética do que espécies que são mais comuns e abundantes, indivíduos de
pois apresentam populações com baixo número de indivíduos, uma
determinada
o que representa um pequeno “pool” gênico e, espécie ou
conseqüentemente, são mais vulneráveis às modificações população.
ambientais.
O terceiro nível em que podemos utilizar a definição de
biodiversidade é o de comunidade. Uma comunidade é
definida pelas populações de diferentes espécies que
coexistem em uma determinada região, interagindo direta ou
indiretamente umas com as outras. A comunidade em interação
com os fatores abióticos, como o clima, o solo, pode ser
chamada de ecossistema. Dentro de um ecossistema há o
ambiente físico - solo, clima, temperatura, umidade,
precipitação - que afeta as características e estruturas de uma
comunidade, mas que também pode ser alterados por ela. Uma
floresta, com vegetação alta, por exemplo, produz sombra e
deixa o ambiente mais úmido do que seria sem sua presença,
alterando assim o ambiente físico de uma região.
Dentro de um ecossistema, tem-se uma grande variedade
Saiba mais
de recursos que são utilizados pelos organismos vivos Ecologicamente
presentes nele. Cada organismo de uma determinada espécie falando, nicho é
toda a relação do
utiliza um conjunto de recursos que são imprescindíveis a sua indivíduo ou de
sobrevivência e reprodução, o que compõe o seu nicho. O nicho uma população
com todos os
de uma planta, por exemplo, pode ser o tipo de solo sobre o aspectos do
qual ela cresce, a quantidade de luz de sol que ela necessita ambiente onde
está inserido, ou
para realizar a fotossíntese, o seu tipo de sistema de seja, é o papel
polinização, o seu mecanismo de dispersão de sementes, etc. ecológico das
espécies dentro de
Se adotarmos como exemplo um animal, o seu nicho pode uma comunidade.
incluir o tipo de habitat onde ele é encontrado, a sua tolerância
térmica, suas exigências alimentares, seu hábito (diurno ou
noturno), etc. Qualquer um desses recursos que fazem parte do
nicho de uma espécie passa a ser limitante do tamanho de sua
população. O Lobo-Guará, por exemplo, teve sua população
diminuída pela redução de seu habitat nativo. Esse animal evita
locais ocupados por humanos e, por isso, teve sua área de
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ocorrência restringida devido à ocupação humana dentro da
Caatinga e do Cerrado.
Dinâmica da Comunidade
Figura 2.1: Sucessão primária. (A) Organismos pioneiros (liquens, microorganismos e fungos)
colonizam rochas nuas, que se transformam em solos férteis; (B) Solo formado que permite
colonização de vegetação rasteira; (C) e (D) se o ambiente permanecer intocável, sem
perturbação, ocorrerá uma sucessiva troca de formas vegetais até a comunidade atingir sua
estabilidade com a comunidade clímax (E). (Fonte:
http://www.ib.usp.br/~delitti/projeto/ricardo/sucessao_primaria.htm).
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Figura 2.2: Sucessão secundária. (A) ambiente com solo já formado, mas perturbado, onde
começa ocorrer uma nova colonização; (B), (C) e (D) sucessão natural de espécies dentro da
comunidade, caso não haja nova perturbação; (E) comunidade clímax. (Fonte:
http://www.ib.usp.br/~delitti/projeto/ricardo/sucessao_secundaria.htm)
Internet
Para saber sobre a aplicação do estudo da biodiversidade, dos seus índices
quantitativos num estudo de sucessão ecológica, acesse o link a seguir:
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/html/534/53414104/53414104.html
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Atividade Complementar 1
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Figura 4: Exemplo de cadeia alimentar em uma lagoa. (Modificado de Sônia Lopes,
2006)
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Figura 6. Exemplo de pirâmides ecológicas em ecossistemas terrestres. P = produtor;
C1 = Consumidor primário e C2 = Consumidor secundário. (fonte: Amabis e Martho,
2006)
Saiba mais
Veredas são regiões
dentro do bioma
Cerrado
caracterizadas por
solos rebaixados
onde há o
afloramento de
águas subterrâneas.
Nesse tipo de
vegetação é comum
a ocorrência da
palmeira Buriti.
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de recursos no meio, o que pode gerar extinção em larga escala,
diminuindo a biodiversidade local.
Comunidade 1 Comunidade 2
Abundância para sp1 60 500
Abundância para sp2 60 50
Abundância para sp3 60 10
Abundância para sp4 60 10
Abundância para sp5 60 10
Abundância para sp6 60 5
Abundância para sp7 60 5
Abundância para sp8 60 5
Abundância para sp9 60 4
Abundância para sp10 60 1
Abundância total 600 600
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Riqueza (nº de spp) 10 10
H' 1,00 0,31
Tabela 2: Exemplo para o calculo de diversidade (α, γ e β) entre quatro regiões com a presença
de possíveis 5 espécies (a, b, c, d, e).
Índices de biodiversidade
Número
Número de Abundância
médio de Abundância
espécies Habitats relativa por Abundância
espécies relativa de
Localidade observadas por espécie e relativa por
por habitat todas as
(densidade espécie habitat espécie
(diversidade espécies
regional) (densidade)
local)
1 135 30,2 2,01 2,95 5,93 800
2 106 28,2 2,35 3,31 7,78 840
3 56 21,4 3,43 4,97 17,05 955
4 53 21,4 3,63 4,71 17,1 906
5 33 15,2 4,15 5,77 23,95 790
6 30 15,5 4,63 5,36 24,82 745
7 20 11,9 5,35 5,88 31,45 629
* Baseado em 10 amostragens em cada um dos 9 habitats de cada localidade. A abundância
relativa por espécie e habitat corresponde ao número de períodos de contagem nos quais as
espécies foram vistas (máximo 10); esse dado vezes o n° de habitats corresponde a abundância
relativa por espécie; e esse valor vezes o n° de espécies fornece a abundância relativa de todas
as espécies (Fonte: Ricklefs, 2003).
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O primeiro problema deve ser resolvido com um bom
desenho experimental e uma metodologia condizente com o
tipo de estudo que deseja. O segundo problema foi solucionado
pelos ecólogos com a formulação dos índices de
biodiversidade, nos quais a contribuição de cada espécie para a
formulação do índice varia de acordo com sua abundância
relativa, ou seja, são atribuídos diferentes pesos para cada
espécie. Dessa forma, cada espécie recebe o peso adequado por
influenciar a diversidade de uma comunidade.
Existem vários modelos para calcular a diversidade em
Ecologia, porém dois desses índices são muito utilizados: o
índice de Simpson e o índice de Shannon-Weaver. Nesses dois
casos, o cálculo do índice é feito a partir da proporção (pi) das
espécies (i) na amostra total de indivíduos (Ricklefs, 2003). A
proporção das espécies pode ser determinada pela seguinte
equação:
pi = ni
N
Onde, ni é o número amostrado para a espécie i e N é o número
total de espécies amostradas.
Atividade Complementar 2
IV. Conclusão
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V. Referências
Artigos recomendados:
Cassia, H.; Kenya, S.; Erica, M.; Paulo, Q.; Luzia, L. & Rose, M.
2009. Variabilidade genética em populações de Aedes aegypti
(L.) (Diptera: Culicidae) utilizando marcadores de RAPD.
Neotropical Entomology. 38(4): 542-547.
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Mouillot, D. & Deprêt, A. 1999. A comparison of species
diversity estimators. Population Ecology, 41: 203 – 215.
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