V 21 N 4 A 12
V 21 N 4 A 12
V 21 N 4 A 12
RESUMO
ABSTRACT
Key words: Attention Deficit Hyperactivity Disorder/Epidemiology; Attention Deficit Hyper- Endereço para correspondência:
activity Disorder/Classification; Attention Deficit Hyperactivity Disorder/Complications; At- Cristiane Ruth M. Andrade
Rua Brás Martins, 48
tention Deficit Hyperactivity Disorder/Diagnosis; Attention Deficit Hyperactivity Disorder/ Bairro: Pará
Therapy; Attention Deficit Hyperactivity Disorder/Genetics; Attention Deficit Hyperactivity Itabira, MG – Brasil
CEP: 35900-032
Disorder/Prevention e Control. Comorbidity. Email: [email protected]
que tais sintomas ocorrem, a sua duração (vários Tabela 1 - Critérios diagnósticos para o TDAH
meses de intensa sintomatologia), a persistência pelo DSM-IV-R
em vários locais (escola, casa, trabalho) e ao lon- ... continuação
TAbela 1 - Critérios diagnósticos para o TDAH Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o transcurso
de outros transtornos (Transtorno Invasivo do Desenvolvimento,
pelo DSM-IV-R
Esquizofrenia, Transtorno do Humor, etc.); nem são mais bem
Critérios de Desatenção explicados por esses outros transtornos mentais
Seis ou mais dos sintomas de desatenção abaixo, com persistência de no Adaptado do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4.
ed., texto de revisão, 2000. 20
mínimo 6 meses levando a má adaptação e que seja inconsistente para o
nível de desenvolvimento
Frequentemente falha em prestar atenção em detalhes e comete erros
por puro descuido Considerando-se esses critérios, três tipos de
Frequentemente mostra dificuldade para sustentar a atenção em tarefas TDAH são identificados:
ou atividades lúdicas
■■ TDAH predominantemente desatento: se, por
Com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra;
um período de seis meses, os critérios de desaten-
Frequentemente não segue instruções e não completa os deveres escola-
ção forem encontrados, mas não os de hiperativi-
res, tarefas domésticas ou profissionais (não por causa de um comporta-
mento de oposição ou por uma incapacidade de entender as instruções) dade/impulsividade.
Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades ■■ TDAH predominantemente hiperativo/impulsi-
Frequentemente evita, antipatiza ou reluta se envolver em tarefas que vo: se, por um período de seis meses, os critérios
vão exigir um esforço mental prolongado de hiperatividade/impulsividade forem encontra-
Frequentemente perde objetos necessários para suas tarefas e atividades; dos, mas não os de desatenção.
Facilmente se distrai por estímulos alheios à sua tarefa ■■ TDAH combinado: se, por um período de seis me-
Frequentemente mostra esquecimento nas atividades do dia-a-dia ses, forem encontrados os critérios tanto de distúrbio
Critérios de Hiperatividade de atenção quanto de hiperatividade/impulsividade.
Seis ou mais dos sintomas abaixo de hiperatividade e impulsividade que
tenham persistido por no mínimo seis meses levando um grau que é mal- A frequência observada em alguns trabalhos é de
-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento
10 a 15% do tipo predominantemente desatento, 5%
Frequentemente está agitando as mãos e os pés e se remexendo na
cadeira (mexendo e inquieto) do tipo predominantemente hiperativo e até 80% do
Frequentemente levanta-se do lugar (da cadeira em sala de aula ou em tipo combinado com desatenção, hiperatividade e
outras situações em que deveria permanecer sentado) impulsividade.1 Nas escolas de Porto Alegre-RS, entre
Frequentemente está correndo ou subindo, em situações em que isso adolescentes portadores de TDAH, observou-se pre-
não é adequado (em adolescentes e adultos, pode se limitar a sensações
subjetivas de inquietação)
valência de 34,8% para o tipo desatento, 52,2% para o
Com frequência tem dificuldade de brincar ou se envolver silenciosamen-
tipo combinado e 13% para o tipo hiperativo.21
te em atividades de lazer A história clínica, atual e pregressa do paciente
Está frequentemente acelerado, ou como se estivesse “a todo vapor” deve ser amplamente avaliada, incluindo desenvolvi-
Frequentemente fala em demasia mento motor, social, habilidades de linguagem, bem
Critérios de Impulsividade como temperamento, hábitos de sono, atividades
Frequentemente dá respostas precipitadas antes de ouvir a pergunta por escolares, modos, preocupações e relacionamentos.
completo Devem ser sistematicamente abordados tanto a histó-
Com frequência tem dificuldade de aguardar sua vez; ria pregressa materna quanto o período gestacional e
Frequentemente interrompe ou se intromete em assuntos das outras o parto quanto à exposição do feto às substâncias far-
pessoas
macologicamente ativas, como tabaco, álcool, dro-
Continua...
gas ilícitas e medicamentos. A história familiar tam-
bém deverá ser abordada para se avaliar a presença entre zero (not at all, rarely) e 1 ( just a little). Tes-
e a distribuição de doenças orgânicas e psiquiátricas, tes para avaliar o desempenho, a inteligência e os
como TDAH, ansiedade, depressão, transtorno bipo- déficits de aprendizagem podem auxiliar quanto
lar e tiques, entre outras. A história e a inserção so- aos diagnósticos diferenciais e ajudar a planejar o
ciais do paciente também não devem ser ignoradas. tratamento. Entretanto, o desempenho nos testes
A história clínica deve ser colhida com a criança, de atenção e impulsividade computadorizados ou
pais, cuidadores e professores. Sabe-se que as crian- manuais não é diagnóstico de TDAH.1
ças tendem a subestimar os sintomas, os pais são con- Vale lembrar que crianças com TDAH são fre-
siderados bons informantes e os professores tendem quentemente capazes de controlar os sintomas com
a superestimar os sintomas.22 Mesmo assim, as obser- esforço voluntário ou em atividades de grande inte-
vações e percepções dos professores são essenciais, resse. Por isso, são capazes de manter a atenção fo-
já que no DSM-IV a falta de atenção é definida, em cada por horas diante do computador ou videogame,
grande parte, com base em atividades acadêmicas. mas não mais do que alguns minutos na frente de um
O exame físico deve ser completo, não para livro, em sala de aula ou em casa.26
diagnóstico de TDAH, mas para exclusão dos diag-
nósticos diferenciais e na vigência de comorbida-
des orgânicas. A audição e a visão devem ser ava- Comorbidades
liadas, entretanto, não necessitam de laboratório
especial, exceto nos casos de hipotireoidismo.9 Os Os sintomas de TDAH podem se sobrepor ou coe-
exames complementares serão dirigidos às suspei- xistir com outras doenças psiquiátricas, por exemplo,
tas clínicas evidenciadas ao final da anamnese e desordens de aprendizagem e linguagem, transtorno
exame físico. Apesar da associação entre TDAH e opositor desafiante, transtorno de conduta, distúr-
a rara resistência generalizada ao hormônio tireoi- bios de ansiedade e depressão, transtornos de adap-
diano ter sido reportada, os testes hormonais são tação27 e distúrbios de sono.
normalmente negativos.23 A comorbidade é significativa (chega a 93%) em
Para um diagnóstico clínico tal como exigido pacientes com TDAH e sugere a necessidade de
em ambiente de pesquisa, emprega-se o módulo entrevistas diagnósticas que abordem outros sinto-
de TDAH do questionário K-SADS, uma entrevista mas psíquicos e comportamentais além daqueles
diagnóstica semiestruturada baseada nos crité- específicos do TDAH.28 Uma importante distinção
rios do DSM-IV e capaz de diagnosticar aproxi- entre TDAH e essas comorbidades é a precocida-
madamente 32 desordens psiquiátricas infantis, de dos sintomas, curso contínuo e sem remissões
atuais ou anteriores à entrevista.2 Existem vários e a piora deles em ambientes de maior demanda,
questionários que utilizam os critérios da DSM-IV como a escola (Tabela 2).
utilizados para rastreio, avaliação da gravidade e Algumas condições clínicas que podem mime-
frequência de sintomas bem como acompanha- tizar o TDAH são as crises de ausência (podem ser
mento evolutivo do tratamento. Eles podem ser muito frequentes), os distúrbios de sono29 (causando
respondidos por pais, cuidadores e/ou professo- irritabilidade), a síndrome das pernas inquietas e a
res, entre os quais se destacam o ADHD Rating narcolepsia. Na narcolepsia, a criança parece desa-
Scale, o questionário de Conners e o SNAP-III e IV tenta por tirar cochilos no decorrer do dia. Porém,
(o SNAP-IV possui versão em português, validada sabe-se que os distúrbios de sono acometem reduzi-
no Brasil24). O questionário de Conners mostrou-se do subgrupo de pacientes com TDAH.30
útil não só como auxílio diagnóstico, mas também Em maio de 2000, a American Academy of Pediatrics
como um instrumento de avaliação da eficácia do (AAP)31 publicou diretrizes para o diagnóstico e trata-
tratamento do TDAH.25. Todos os questionários têm mento do TDAH. Nelas se estabelece o TDAH como
em comum a utilização de escores quantitativos uma condição crônica. Determina também que o pe-
(também chamados de quantificadores), isto é, diatra, em conjunto com a criança, pais e escola, deve
escores de gravidade para cada um dos sintomas estipular metas para guiar seu manejo e recomendar
arrolados, em vez do simples cômputo dos sinto- uso de estimulantes e/ou tratamento comportamen-
mas. Em geral, quando é utilizada escala de quatro tal. Menciona ainda que quando não se alcançarem
pontos, a média obtida para a população geral cai as metas determinadas, deve-se avaliar o tratamento, a
Tabela 3 - Diretrizes para tratamento do TDAH gem, visitas em intervalos de três ou quatro meses
Diagnóstico são suficientes para se monitorar a efetividade do
História do desenvolvimento da criança, história familiar e social tratamento e a ocorrência de efeitos colaterais.36
Lista de itens de verificação (check-list) para investigar o comportamento Entre os resultados com o tratamento à base de
Investigar a coexistência de outras desordens mentais estimulantes, pode-se esperar a melhora da hipera-
Exame físico completo (não para diagnóstico, mas para investigar condi- tividade, atenção, autocontrole e impulsividade, a
ções genéticas entre outras) redução de queixas, diminuição de agressões ver-
Tratamento bais e físicas. Espera-se ainda melhora na interação
Considerar o TDAH como uma patologia crônica com professores e colegas, na produtividade acadê-
Estabelecer objetivos para o tratamento de comum acordo com a criança, mica e sua acurácia. Não se espera, contudo, melho-
pais e professores
ra na habilidade de leitura, habilidades de convívio
Medicar com estimulantes para redução de sintomas (monoterapia)
social, aprendizagem ou notas acadêmicas. Isso
Indicar terapia comportamental para crianças com distúrbio de conduta e
oposicional desafiante
porque 20 a 30% dos pacientes com TDAH possuem
também distúrbios de aprendizagem como dislexia,
Resultados do tratamento desejáveis
distúrbios de escrita, leitura e aritmética. A baixa in-
Melhorar o relacionamento com a família, professores e colegas
teligência está associada a piores respostas ao uso
Diminuir a frequência de comportamentos indisciplinados
da medicação8 (Tabelas 4 e 5).
Melhorar a qualidade, o número de trabalhos escolares concluídos e
eficiência em completar trabalhos escolares Estudos comparando as diferentes formula-
Aumentar a independência em cuidados pessoais e perseverança para ções de uma mesma droga não revelaram dife-
concluir atividades apropriadas à idade rença na eficiência39. As formulações de liberação
Aumentar a autoestima lenta são consideradas, além de mais práticas,
Melhorar a segurança (atravessar rua, andar de bicicleta, ficar com mais seguras porque diminuem o risco do efeito
adultos em áreas públicas e reduzir comportamentos de risco)
de reforço causado por súbitos aumentos do nível
Dados extraídos do Guidelines of American Academy of Pediatrics para TDAH.
plasmático de metilfenidato, reduzindo o poten-
cial de abuso, ao mesmo tempo em que mantêm a
O pediatra ou clínico não deve tratar o paciente ação terapêutica.40
sozinho. É necessário envolver pais, professores e A indicação para a suspensão parece ocorrer
profissionais relacionados ao ensino; portanto, a pri- quando o paciente encontra-se assintomático há cer-
meira ação deve focar a educação do paciente, sua ca de um ano ou quando há melhora importante da
família ou cuidadores e professores. Deve-se oferecer sintomatologia. Quando a medicação for interrom-
informações sobre a condição, discutir as opções de pida, deve-se fazer acompanhamento cuidadoso e
tratamentos e os efeitos colaterais da medicação pres- prudente, monitorar o comportamento na escola e o
crita e monitorar o paciente, bem como aconselhar a desempenho nas atividades acadêmicas.26
família quanto às formas de atuação junto à criança, Em maio de 2008, a American Heart Association
ajudá-la a estabelecer metas e acompanhamentos pe- recomendou que todas as medicações em uso (in-
riódicos, estar disponível para eliminar dúvidas. Po- clusive para outras doenças) sejam verificadas e que
dem ser utilizados materiais educacionais, palestras, um histórico familiar completo para sintomas e do-
reuniões e encaminhamento a grupos de apoio.36, 37 enças cardíacas seja obtido. Em caso de sintomas ou
O uso de fármacos é fundamental para o tra- doenças cardíacas, uma avaliação cardiopediátrica
tamento do TDAH, proporcionando 68 a 80% de deve ser realizada antes do início das medicações.
melhora dos sintomas.38 Existem basicamente três Sugere também a realização rotineira de um eletro-
tipos de medicação: metilfenidato, dexanfetaminas cardiograma. Se o ECG for obtido antes dos 12 anos,
e atomoxetine. Os estimulantes são a medicação de deve-se repeti-lo após os 12 anos. Deve-se reavaliar
primeira linha para pacientes sem comorbidades. continuamente o tratamento, perguntar sobre ocor-
Inicialmente, a medicação deve ser tomada sete rência de sintomas cardíacos, medir a pressão arte-
dias/semana. Deve-se iniciar com dose mínima e ir rial nos três primeiros meses de tratamento e depois
aumentando progressivamente, até a dose com má- a cada seis a 12 meses. Utilizando-se α-agonistas, as
ximo efeito possível e mínimos efeitos adversos. Na medições devem ser mais frequentes. Caso ocorram
maioria das medicações, a dosagem não é baseada sintomas cardíacos, uma avaliação especializada e
no peso. Em geral, uma vez estabelecida a dosa- exames devem ser realizados.16 (Tabela 6).
◊ Alguns estudos dão suporte ao uso de estimulantes em crianças com convulsões que estejam estáveis com anticonvulsivantes e em crianças
com S. de Tourette. 43, 44, 45 Quando em uso da formulação com liberação lenta, uma dose de curta ação pode ser utilizada as 16 às 18hs para tarefas
escolares e atividades especiais, monitorizando o apetite e o sono.
** Apresentações disponíveis no Brasil
* Crianças menores podem precisar fracionar em 2 vez diárias.
A incidência de morte súbita associada ao metil- bretes nos celulares. Deve-se manter pequena porção
fenidato é de 0,2 por 100.000 e a de anfetaminas 0,3 de medicação de reserva em algum lugar (carro ou
por 100.000.46 As taxas de morte súbita são considera- bolsa) para casos de esquecimento50,51,52. Apenas bai-
das baixas e similares às taxas nacionais gerais ame- xo número de pacientes não tolera a medicação.
ricanas.47 Porém, os estimulantes estão associados a
aumento de visitas a serviços de atendimento médico
devido a sintomas cardíacos.48 TDAH na vida adulta
As terapias comportamentais têm apenas reduzido
efeito nos sintomas ou desempenho da criança com Embora se acreditasse que o TDAH persistisse so-
TDAH, mas, ao se combinar terapia comportamental e mente até a adolescência, atualmente há um corpo só-
medicação, o seu desempenho melhora e a quantida- lido de conhecimento científico evidenciando que ele
de necessária de medicação estimulante diminui.39,49 persiste até a fase adulta dos pacientes diagnosticados
As técnicas de modificação de comportamento na infância.50 A prevalência em adultos foi de 1-6%5, com
incluem recados, relatórios diários e reforço positi- incidência de 4,4% em adultos americanos.12 Estudos re-
vo para crianças em idade escolar. Interações que velam que 30-60% das crianças com TDAH continuam
afetem a autoestima da criança devem ser evitadas. a ter sintomas clinicamente significativos na fase adul-
Existe uma infinidade de intervenções na escola e ta53, independentemente de preencher os critérios para
acomodação para crianças com distúrbios de apren- TDAH em adultos. Existem críticas quanto aos critérios
dizagem possíveis, desde a troca para assentos prefe- do DSM-IV não valorizarem adequadamente os prejuízos
renciais na sala de aula e alterações na dinâmica das na função executiva (problemas de decodificação, difi-
atividades pedagógicas, até acomodações especiais culdades de organização e gerenciamento do tempo).
para crianças com distúrbios mais limitantes. Porém, Entre os fatores de risco para persistência estão
vasta maioria dos pacientes com TDAH podem ser gravidade dos sintomas na infância, sintomas combi-
educados sem essas intervenções. O treinamento de nados de desatenção e hiperatividade/impulsivida-
habilidades sociais é direcionado para melhorar a in- de, mais amplitude de prejuízo na infância, deficiên-
teração com colegas. Apesar de não ter alcance nos cias acadêmicas, comportamentais e sociais. Adultos
sintomas de hiperatividade, desatenção e impulsivi- com persistência dos sintomas têm baixa escolarida-
dade, o aconselhamento individual pode aliviar os de, empregos de menos status e/ou alto nível de de-
sintomas secundários de baixa autoestima, compor- semprego e elevada incidência de comportamentos
tamento opositor desafiante e problemas de conduta. antissociais, entre outros.9
A falha no tratamento pode ser atribuída à não A qualidade de vida dos adultos com TDAH foi
adesão ao uso correto da medicação, superestima avaliada utilizando-se o Adult ADHD Quality of Life
dos efeitos adversos e à tentativa de tratar os sintomas, Questionnaire. Esse estudo evidenciou o compro-
e não todo o espectro do TDAH. Sugere-se estabele- metimento mais acentuado na produtividade e nos
cer rotinas (deixar o remédio no mesmo lugar onde relacionamentos, que se traduz em discrepâncias cli-
o paciente pegará água de manhã ou algum objeto), nicamente significativas em taxas de emprego, casa-
uso de alarmes, avisos em geladeira ou espelho, lem- mento e rendimento (salário) médio nos indivíduos
trânsito. A Adult Self-Report Scale (ASRS), já validada 9. Biederman J, Mick E, Faraone. Age-dependent decline of symp-
toms of attention deficit disorder: impact of remission definition
no Brasil, foi desenvolvida pela Organização Mundial
and symptom type. Am J Psychiatry. 2000; 157:816-8.
de Saúde, já é de domínio público e pode ser usada
10. Zametkin AJ, Ernst M. Problems in the management of attention-
livremente. Devido à alta prevalência de comorbida-
deficit-hyperactivity disorder. N Engl J Med. 1999; 340(1):40-6.
des em adultos, aconselha-se o uso dessa escala em
11. Biederman J, Newcorn J, Sprich S. Comorbidity of attention defi-
conjunto com outras, para diagnóstico de distúrbios cit hyperactivity disorder with conduct, depressive, anxiety and
de humor, ansiedade e de abuso de drogas.56 other disorders. Am J Psychiatry. 1997;36 (Supl 10): 85S-121S.
Em adultos o tratamento geralmente é feito com 12. Okie S. ADHD in adults. N Engl J Med. 2006; 354(25):2637-41.
psicoestimulantes (primeira escolha), antidepressivos 13. Harpin VA.The effect of ADHD on life of an individual, their fam-
e atomoxetina. Alterações no ambiente de trabalho, ily and community from preschool to adult life. Arc Dis Child.
treinamento das habilidades organizacionais, terapia 2005; 90(supl 1):i2-i7.
de grupo ou individual podem ser úteis para ajudar os 14. Barkley RA, Murphy KR, Dupal GJ, Bush T. Driving in young adults
adultos a desenvolverem formas de compensar o TDAH. with attention deficit/hyperactivity disorder: knowledge, perfor-
Psicoterapias suplementares e psicofármacos podem mance, adverse outcomes, and the role of executive functioning.
J Int Neuropsychol Soc. 2002; 8: 655-75.
ser essenciais para o tratamento de comorbidades.
15. Wolraich ML, Wibbelsman CJ, Brown TE, et al. Attention-Deficit/Hy-
Concluindo, enfatiza-se a necessidade de capacitar
peractivity Disorder Among Adolescents: a review of the diagnosis,
e educar os profissionais que lidam com crianças, espe-
treatment, and clinical implications. Pediatrics. 2005;115:1734-46.
cialmente clínicos, pediatras, educadores, psicólogos,
16. Ernst M, Luckenbaugh DA, Moolchan ET, et al. Behavioral predic-
além de criar efetivo programa de informação para pais tors of substance-use initiation in adolescents with and without
e escola. Entender as diferentes formas clínicas de mani- attention-deficit/hyeractivity disorder. Pediatrics. 2006; 117:2030-9.
festações do TDAH, sua etiologia, prevalência, curso de 17. Gomes M, Palmini A, Barbirato F, Rohde LA, Mattos P. Conheci-
sua evolução, buscando a promoção de adequada es- mento sobre o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
tratégia de abordagem e tratamento, possibilitará com- no Brasil. J Bras Psiquiatr. 2007; 56(2):94-101.
bater os mitos e conceitos errôneos que cercam esse 18. Vetter VL, Elia J, Erickson C, Berger S, Blum N, Uzark K, Webb CL.
distúrbio e prevenir seus efeitos deletérios no desenvol- Cardiovascular Monitoring of Children and Adolescents with
Heart disease receiving stimulant Drugs: A Scientific Statement
vimento adequado dos indivíduos por ele acometidos.
From the American Heart Association Council on Cardiovascu-
lar Disease in Young Congenital Cardiac Defects Committee and
Council on Cardiovascular Nursing. Circulation. 2008; 117: 2407-23.
Referências 19. National Institute of Mental Health. Title. Bethesda (MD): Na-
tional Institute of Mental Health, National Institutes of Health, US
1. Rappley MD. Attention deficit-hyperactivity disorder. N Engl J Department of Health and Human Services. [Cited 2008 mar.20].
Med. 2005; 352:165-73. Available from:http://www.nimh.nih.gov/health/publications/
2. Sarkis SM, Sarkis EH, Marshall D,Archer J. Self-Regulation and Ini- adhd/complete-publication.shtml
bition in Comorbid ADHD Children: An Evaluation of Executive 20. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical
Functions. J Atten Disord. 2005; 8: 96-108. Manual of Mental Disorders, 4th ed. Ver: DSM-IV-R. Washington,
3. Brown RT, Freeman WS, Perrin JM, et al. Prevalence and assess- DC: American Psychiatric Association; 2000. p.78-85.
ment of attention-deficit/hyperactivity disorder in primary care 21. Pastural G, Mattos PII, Araújo APQC. Prevalência do transtorno
settings. Pediatrics. 2001;107:e43. do déficit de atenção e hiperatividade e suas comorbidades em
4. Polanczyk G, Lima MS, Horta BL, Biederman J, Rohde LA. The uma amostra de escolares / Prevalence of attention deficit hype-
Worldwide prevalence of ADHD: a systematic review and metare- ractivity disorder and its comorbidities in a sample of school-
gression analysis. Am J Psychiatry. 2007 June 1, 2007; 164(6):942-8. -aged children Arq Neuropsiquiatr. 2007; 65 (4a).
5. Schmitz M, Polanczyk G, Rohde LAP. TDAH: remissão na adoles- 22. Rohde LA, Biederman J, Knijnik MP, et al. Exploring different in-
cência e preditores de persistência em adultos. J Bras Psiquiatr. formation sources for DSM-IV ADHD diagnose in Brazilian ado-
2007; 56 (supl.1):25-9. lescents. J Attention Dis. 1999; 3(2): 91-3.
23. Hauser P, Zametkin AJ, Martinez P, Vitiello B, Matochik JA, Mix- provement, Subcommitee on Attention-Deficit/Hyperactivity
son JA,Weintraub BD. Attention Deficit-Hyperactivity Disorder in Disorder. Treatment of attention Deficit/Hyperactivity Disorder:
People with Generalized Resistance to Thyroid Hormone. N Engl Overview of the evidence. Pediatrics. 2005; 115(6):e749-e57
J Med. 1993; 328(14):997-1001. 40. Louzã MR, Mattos P. Questões atuais no tratamento farmacológi-
24. Mattos P,Serra-Pinheiro MA, Rohde LA, Pinto D. Apresentação de co do TDAH em adultos com metilfenidato. J Bras Psiquiatr. 2007;
uma versão em português para uso no Brasil do instrumento 56 (supl.1):53-56..
MTA-SNAP-IV de avaliação de sintomas de transtorno do déficit 41. Center for Diseases Control and Prevention. Attention-Deficit /
de atenção/hiperatividade e sintomas de transtorno desafiador Hyperactivity Disorder (ADHD). [Cited 2008 set 02]. Available
e de oposição. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2006; 28(3):290-7. from: http://www.cdc.gov/ncbddd/adhd/..
25. Andrade ER, Scheuer C.Análise da eficácia do metilfenidato usando 42. NHS Direct. [site. Cited 2008 Apr 12] Available from: http://www.
a versão abreviada do questionário de conners em transtorno de dé- nhsdirect.nhs.uk/articles/article.aspx?articleId=40§ionId=1
ficit de atenção/hiperatividade.Arq Neuro-Psiquiatr. 2004; 62(1):81-5.
43. Tourette’s Syndrome Study Group. Treatment of ADHD in tics: a
26. Rohde LA, Barbosa G, Tramontina S, Polanczyk G. Transtorno de randomized controlled trial. Neurology 2002; 58:527-36.
déficit de atenção e hiperatividade: atualização diagnóstica e
44. Walkup JT. Stimulant treatment of attention déficit hyperactivity
terapêutica. Rev Bras Psiquiatr. 2000; 22 (supl 2):7-11.
disorder in children and adolescents with Tourette disorder. v.
27. Schatz DB, Rostain AL.ADHD with comorbid anxiety: a review of 25, n1. Newsletter of the Journal of the American Academy of
current literature. J Atten Disord. 2006; 10:141-9. Child and Adolescent Psychiatry 1994: 248-50. Washington, DC:
28. Souza I, Serra MA, Mattos P,Franco VA. Comorbidade em crianças American Academy of Child and Adolescent Psychiatry; 1994.
e adolescentes com transtorno do déficit de atenção: resultados 45. Gross-Tsur V, Manor O,Van der Meere J, Joseph A, Shalev RS. Epi-
preliminares. Arq Neuro-Psiquiatr. 2001; 59 (2B):401-6.. lepsy and attention deficit hyperactivity disorder: is methylphe-
29. O’Brien LM, Ivanenlo A, Crabtree, et al. Sleep disturbances in nidate safe and effective? J Pediatr. 1997; 130:670-4.
children with attention deficit hyperactivity disorder. Pediatr Res. 46. Villalba L. DPP Safety Review: Sudden death with drugs used
2003; 54:237-43. to treat ADHD. February 28, 2006. [Cited 2008 Apr. 28]. Available
30. Rappley MD. Attention Deficit-Hyperactivity Disorder. Corre- from: http://www.fda.gov/ohrms/dockets/ac/06/briefing/2006-
spondence. N Engl J Med. 2005;352:15 4210b_07_01_safetyreview.pdf.
31. American Academy of Pediatrics. Committee on Quality Improve- 47. Anders T, Sharfstein S. ADHD Drugs and Cardiovascular Risk - To
ment, Subcommittee on Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. the Editor - N Engl J Med. 2006 May; 354(21):2296-8.
Clinical Practice Guideline: diagnosis and evaluation of the child with 48. Winterstein AG, Gerhard T, Shuster J, Johnson M, Zito JM, Saidi A.
attention-defict/hyperactivity disorder. Pediatrics. 2000;105:1158-70. Cardiac Safety of Central Nervous System Stimulants in Children
32. American Academy of Pediatrics, Committee on Quality Improve- and adolescents with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder.
ment, Subcommittee on Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. Pediatrics. 2007; 120(6):e1494-501.
Clinical Practice Guideline: Treatment of school-aged child with at- 49. Pelham WE,Wheeler T, Chronis A. Empirically supported psycho-
tention-deficit/hyperactivity disorder. Pediatrics. 2001; 108:1033-44. social treatments for attention deficit hyperactivity disorder. J
33. Leslie LK,Weckerly J, Plemmons D, Landsverk J, Eastman S. Imple- Clin Child Psychol. 1998; 27:190-205.
menting the American Academy Of Pediatrics Attention-deficit/ 50. Ostererg L, Blaschke T. Adherence to medication. N Engl J Med.
Hiperactivity disorder diagnostic guidelines in primary care set- 2005; 353:487-97.
tings. Pediatrics. 2004; 114(1):129-40.
51. Dodson WW. Improving adherence and compliance in adults
34. Reiiff MI, Tippins S. ADHD: a complete and authoritative guide. and adolescents with ADHD Medscape Psychiatric & Mental
Elk Grove Village, III: American Academy of Pediatrics; 2004. Health. 2006. [Cited 2008 Apr 28]. Available from: www.med-
35. Gomes M,Vilanova LCP. Transtorno de Déficit de Atenção-Hipe- scape.com/viewarticle/533044.
ratividade na Criança e no Adolescente: Diagnóstico e Trata- 52. Surman CBH. Improving Outcomes by improving Adherence.
mento. Rev Neurociên.1999; 7(3): 140-4 [Cited 2008 Apr 28]. Available from: www.medscape.com/
36. Oscar G, Bukstein MD. MPH New treatments in ADHD. Attention- viewarticle/570396.
-Deficit/Hyperactivity disorder Newsletter Series. 2008; 1(4). 53. Faraone SV, Biederman J, Mick E, et al. A family study of psychiat-
37. Wiesegger G, Kienbacher C, Pellegrini E, et al. Pharmacotherapy ric comorbidity in girls and boys with Attention deficit/hiperac-
of attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) and comor- tivity disorder. Biol Psychiatric. 2001; 50: 586-92.
bid disorders. Neuropsychiatry. 2007; 21(3):187-206. 54. Mattos P, Coutinho G. Qualidade de vida e TDAH. J Bras Psiquiatr.
38. Jadad AR, Boyle M, Cunnungham C, Kim M, Schachar R . Treatment 2007; 56 (supl 1):50-2.
of attetion déficit/hyperactivity disorder. Evidence report/technol- 55. Kadison R. Getting an edge – use of stimulants and antidepres-
ogy assessment. No11. Rockville,Md: Agency for healthcare Re- sants in College. N Engl J Med. 2005; 353(11):1089-91.
serch and quality, November 1999. (AHRQ publication no. 00-E005).
56. Alpert JE, Cohen J. Diagnosis and evaluation of adults with at-
39. Brown RT, Amler RW, Freeman W, Perrin JM, Stein MT, Feldman tention-deficit/hyperactivity disorder. Psychiatric Clin North Am.
HM, Karen P, Wolraich ML and the Committee on quality Im- 2004; 27:187-201.