TCC Artigo Científico Grazieli Cristina Rodrigues Ortiz Selhorst
TCC Artigo Científico Grazieli Cristina Rodrigues Ortiz Selhorst
TCC Artigo Científico Grazieli Cristina Rodrigues Ortiz Selhorst
ITAÚNA – MG
2018
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA
RESUMO
A educação é algo dinâmico e presente na vida do ser humano, uma vez que as
pessoas estão em constante transformação e isso se estende à educação formal,
porém a escola por sua vez, é um local de grande diversidade onde nem todas as
crianças agregam conhecimentos, promovem uma formação humana e se
desenvolvem de forma integral. Em virtude dessa nova realidade surge a
necessidade de um profissional psicopedagogo que auxilie o aluno, a instituição e o
professor de maneira a diminuir o fracasso escolar e eventuais dificuldades de
aprendizagem que possam surgir ao longo do processo de escolarização. A escolha
do tema em pauta deve-se defender uma prática psicopedagógica com base na
ludicidade, baseada em jogos e brincadeiras transformando o espaço da clínica
psicopedagógica em espaço dinâmico, integrador, não apenas pela ótica da
intervenção pelas dificuldades de aprendizagem, mas da formação integral da
criança. Durante o jogo o sujeito é capaz de imaginar situações reais e exteriorizar
sentimentos e traços de personalidade que não seriam perceptíveis em outros
momentos. Durante o jogo, o sujeito “se solta” e nos permite observar suas
estruturas de pensamento e interações com outros semelhantes e objetos.
De acordo com Gonçalves,
Piaget concebe o comportamento inteligente da criança a partir da maneira
como ela brinca ou desenha, pois assim, ela reflete sua maneira de pensar
e sentir. Dessa forma, ela nos mostra como está se organizando
cognitivamente, construindo o conceito de número, espaço, tempo e
tornando-se autônoma frente às relações sociais [1999, p.1].
Para Piaget, por meio do jogo a criança assimila o mundo para atender seus
desejos e fantasias. Segundo ele, o brincar possui uma tendência que segue o
trajeto evolutivo. Desta forma classifica essa evolução em três estágios:
Jogo do exercício: começam na fase maternal e duram predominantemente até
os 2 anos, eles se mantém durante toda a infância e até na fase adulta. Por
exemplo, andar de bicicleta, moto ou carro;
Jogo simbólico: aparece predominantemente entre os 2 e 6 anos, momento
onde a criança representa e dá vida a seres inanimados. O jogo faz-de-conta
possibilita à criança sonhar e fantasiar, revelando conflitos, medos e angústias,
aliviando tensões e frustrações;
Jogo das regras: começa a se manifestar por volta dos cinco anos, desenvolve-
se principalmente na fase dos 7 aos 12 anos. Este tipo de jogo continua durante
toda a vida do indivíduo (esportes, trabalho, jogos de xadrez, baralho, RPG,
etc.).
Através do jogo a criança desenvolve alguns aspectos sociais e cognitivos
que serão úteis no futuro. Desse modo dos jogos de exercício, a criança herda o
prazer funcional, nesse sentido ela pode encarar o trabalho não como sacrifício mas
como algo que da satisfação. Do jogo simbólico a criança pode herdar que
possibilidade de experimentar e a criatividade o que futuramente poderá ser útil em
seu trabalho. No jogo de regra a criança é colocada em contato com regra isso
significa que ela tem que lidar com limites e restrições um fator necessário para que
haja solidariedade e compartilhamento.
Segundo Vasconcelos, “O jogo de regra herda dos jogos de exercícios a
regularidade, ou seja, o como fazer, [...] e herda do jogo simbólico as convenções, o
porque, dada que as regras são combinados arbitrários criados pelo inventor do jogo
(2004, p. 161).
Informam Carrijo e Matos (2008, p. 213), que “os jogos são recursos com os
quais a criança pode produzir e compreender textos, significados e situações
escolares e cotidianas, além de criar estratégias para resolver a situação-problema
enfrentada para atingir seu objetivo”.
De acordo com Lopes (2008), através dos jogos é possível ser trabalhado na
criança os seguintes objetivos pedagógicos:
a) Ampliar o raciocínio lógico;
b) Aprimorar a coordenação motora;
c) Aumentar a atenção e a concentração;
d) Desenvolver a criatividade;
e) Desenvolver a organização espacial;
f) Desenvolver antecipação e estratégia;
g) Diminuir a dependência (desenvolvimento da autonomia);
h) Melhorar o controle segmentar;
i) Reduzir a descrença na autocapacidade de realização;
j) Rever os limites;
l) Trabalhar a ansiedade.
Percebe-se então, que os jogos auxiliam na formação plena do educando.
Eles são indispensáveis à saúde intelectual, física e emocional de qualquer criança.
E, quando são utilizados de forma correta, são excelentes instrumentos de
aprendizagem.
Kishimoto (2008), explica que os jogos educativos (ou pedagógicos) são tidos
como recurso que auxilia no ensino, ajuda no desenvolvimento e na educação de
uma maneira prazerosa, sendo materializado no quebra-cabeça, que se destina
principalmente no ensino de formas, nos de tabuleiro que exigem do aluno a
compreensão do número e das operações matemáticas e em muitos outros que
ajudam no processo de ensino-aprendizagem.
Através dos jogos os sujeitos têm contato com regras e diferentes maneiras
de pensar, refletindo sobre os resultados de suas atitudes e suas consequências.
Para Nascimento e Lurk (2008, p. 2). “o jogo é um instrumento eficaz e, se
convenientemente planejados, contribui para o processo de desenvolvimento da
criança, pois jogos e brincadeiras fazem parte da vida da criança, desde muito cedo,
ela participa de várias situações lúdicas”.
Os jogos de regras tanto na perspectiva psicopedagógica clínica ou escolar
oferece inúmeras oportunidades de aprendizagem. Segundo Marangon, “as regras
exigem que os participantes cumpram normas e passem a considerar outros fatores
que influenciam no resultado, como atenção, concentração, raciocínio e sorte”
(2005, p.7).
Quando as regras são incluídas nas brincadeiras, a criança se esforça ao
máximo para respeitá-las, pois passa a ter consciência que qualquer infração poderá
excluí-la do jogo.
Mediante os sentimentos e as regras incluídas na brincadeira, a criança
consegue superar os conflitos e as frustrações (WINNICOTT, 1975). Brincando, aos
poucos ela vai internalizando o mundo e entendendo as regras. Segundo Moura
(2007, p. 24). "jogo é uma palavra, uma maneira de expressar o mundo e, portanto
de interpretá-lo".
No início a criança irá encontrar dificuldades para respeitar as regras, onde
poderão surgir conflitos entre os participantes. Mas só assim, ela aprenderá a
respeitar e conseqüentemente será aceita pelo grupo.
O brinquedo também envolve regras, as crianças criam com o grupo ou
respeitam as pré-definidas no brinquedo. Ocorre também de transformar qualquer
objeto em brinquedo e definir assim como será utilizado. Através dele, a criança
passa do conhecido para o desconhecido. Assim, as regras irão evoluindo conforme
a criança se desenvolve. E elas existirão por toda vida. Portanto, o jogo de regras
pressupõe a existência de participantes, e os mesmos terão normas a serem
cumpridas, proporcionando assim um caráter social.
Por isso Macedo (1997), defende o valor psicopedagógico do jogo, por dois
motivos, primeiro porque pode representar para criança uma experiência
fundamental de entrar em contato com o conhecimento, de construir respostas em
função de um trabalho que integre o lúdico, o operatório e o simbólico. Segundo,
porque pode representar para a criança que conhecer é um jogo de investigação,
por isso de construção do conhecimento, em que se pode ganhar, perder, tentar
novamente, sofrer com paixão, conhecer com amor, amor pelo conhecimento, no
qual a situações de aprendizagem é tratada de forma mais digna, filosófica,
espiritual, enfim superior.
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES, J.E. Jogos: como e porque utilizá-los na escola [on line]. 1999.
Disponível em: <http://www.fundacaoaprender.org.br_>. Acessado em: 05 out. 2018.
LOPES, Maria da Glória. Jogos na educação: criar, fazer, jogar. 3ª Edição. São
Paulo: Cortez, 2008.
______. Jogos na educação: criar, fazer, jogar. 4ª Edição. São Paulo: Cortez,
2001.
MACEDO, Lino et. Al. Quatro cores senha e dominó: oficinas de jogos em uma
perspectiva construtivista. São Paulo: Casa do psicólogo, 1997.
NASCIMENTO, Adriana Vieira do; LURK, Dione Marise. A importância dos jogos
na educação infantil para a formação de conceitos de crianças de 5 a 6 anos.
Revista Eletrônica Lato Sensu, ano 3, n. 1, mar-2008. Disponível in:
http://www.unicentro.com.br. Acesso: 15 out 2018.